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Indução Matemáti a
Abramo Hefez
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Sobre o Autor
graduação e pós-graduação.
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Sumário
1 Indução Matemáti a 1
1.3 Progressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3 Indução e Matemáti a 42
3.1 Somatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
iii
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iv SUMÁRIO
3.5 Desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Respostas 77
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Introdução
minha opinião, omo men ionado a ima, deveriam fazer parte de sua
bagagem ultural.
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do manus rito.
Abramo Hefez
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Para o Professor
O nosso ponto de vista, nessas notas, é que o estudante do ensino
Apesar disso, ele não tem a menor dúvida sobre a sua existên ia (as
su iente para provar qualquer fato signi ativo. Mostramos então,
do método axiomáti o.
turo para a grande maioria dos leitores aos quais se detinam essas
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N é sub onjunto de R (ib. Teorema 3 (i), página 17), que será por nós
ara terizado univo amente por três propriedades expli itadas logo no
iní io do texto.
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Capítulo 1
Indução Matemáti a
1, 2 = 1 + 1, 3 = 2 + 1 = (1 + 1) + 1, 4 = 3 + 1 = (1 + 1 + 1) + 1, · · ·
edade desses números utilizando apenas esta des rição, pois, apesar
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e (2).
S1 = S1 ∩ S2 = S2 .
No estágio em que estamos não temos omo provar que tal on-
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(1), (2) e (3). Esse úni o sub onjunto será hamado de onjunto dos
Suponha que seja dada uma sentença matemáti a P (n) que de-
naturais.
sobre N:
a) P (n) : n é par.
É laro que a armação P (1) é falsa, pois ela diz que 1 é par;
P (3), P (5) e P (9) são falsas, pois armam, respe
tivamente, que 3, 5
e 9 são pares.
Por outro lado, é também laro que P (2), P (4), P (8) e P (22) são
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b) P (n) : n é múltiplo de 3.
Temos, por exemplo, que P (1), P (2), P (4) e P (5) são falsas, en-
) P (n) : 1 + 3 + 5 + 7 + · · · + (2n − 1) = n2 .
de que esta fórmula tem grandes han es de ser verdadeira para todo
Podemos parar por aqui e nos sentir felizes om a nossa des ober-
ta? Bom, para satisfazer os mais éti os, faremos só mais um teste
om n = 41.
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testar, um por um, todos os números naturais, pois eles são em número
V = {n ∈ N; P (n) é verdadeira }.
Teorema 1.1.1 (Prova por Indução Matemáti a). Seja P (n) uma
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1 + 3 + · · · + (2n − 1) = n2 .
1 + 3 + · · · + (2n − 1) = n2 .
usando o fato de P (n) ser verdade para deduzir que P (n+1) é verdade
para em seguida
on
luir que P (n) é verdade. O que está o
orrendo?
deli
ada de toda a história. Quando, ini
ialmente, supomos que P (n)
é verdade, estamos supondo que P (n) é verdade para algum valor
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de n ∈ N. Sutil, não?
gerais que governam o fenmeno em estudo. Essas leis são tidas omo
torinha:
indução, foi ao en ontro dela para re lamar o seu milho. Qual não foi
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de p-la na panela.
Sendo
Sn = 1 + 2 + · · · + n,
que
Sn = 1 + 2 + ··· + n
Sn = n + (n − 1) + · · · + 1
2Sn = (n + 1) + (n + 1) + · · · + (n + 1)
1
Gauss é
onsiderado um dos maiores gênios da matemáti
a de todos os tempos.
2
Uma fórmula fe
hada, a grosso modo, é uma fórmula que depende dos dados
ini
iais do problema e que permite
al
ular diretamente os valores do objeto em
estudo fazendo um número pequeno de
ontas.
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n(n + 1)
Sn = .
2
Vamos ser
ríti
os
om relação à prova a
ima. Para a maioria das
pessoas, essa prova pare e impe ável, mas se alguém nos perguntasse
o que está es ondido atrás dos pontinhos, talvez nos sentíssemos em-
pontinhos?
n(n + 1)
P (n) : 1 + 2 + · · · + n = . (1.1)
2
Note que
1(1 + 1)
P (1) : 1=
2
é verdade.
(n + 1)(n + 2)
P (n + 1) : 1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = .
2
Agora, suponhamos que para algum n ∈ N, tenhamos P (n) ver-
igualdade
n(n + 1)
1 + 2 + · · · + n + (n + 1) = +n+1=
2
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n ∈ N.
n(n + 1)(2n + 1)
P (n) : 12 + 22 + · · · + n2 = . (1.2)
6
Note que
1(1 + 1)(2 + 1)
P (1) : 12 =
6
é verdade.
n(n + 1)(2n + 1)
12 + 22 + · · · + n2 + (n + 1)2 = + (n + 1)2 =
6
n(n + 1)(2n + 1) + 6(n + 1)2 (n + 1)[n(2n + 1) + 6(n + 1)]
= =
6 6
(n + 1)[(n + 1) + 1][2(n + 1) + 1]
,
6
estabele
endo assim a vera
idade de P (n + 1).
fórmula:
1 1 1 n
P (n) : + + ··· + = . (1.3)
1.2 2.3 n(n + 1) n+1
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1 1
P (1) : =
1.2 1+1
é verdade.
seja, que a fórmula (1.3) seja verdadeira para esse valor de n. So-
1
mando a ambos os lados dessa igualdade , temos que
(n + 1)(n + 2)
1 1 1 1
+ + ··· + + =
1.2 2.3 n(n + 1) (n + 1)(n + 2)
n 1 n+1
+ = ,
n + 1 (n + 1)(n + 2) n+2
mostrando, assim, que P (n + 1) é verdade.
Portanto, pelo Teorema 1.1.1, temos que a fórmula vale para todo
n ∈ N.
Problemas
n(n + 1)
a) 1 − 22 + 32 − · · · + (−1)n−1 n2 = (−1)n−1 .
2
1
b) 12 + 32 + · · · + (2n − 1)2 = n(2n − 1)(2n + 1).
3
n(n + 1) 2
3 3 3
) 1 + 2 + ··· + n = .
2
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1 1 1 n
a) + + ··· + = .
1.3 3.5 (2n − 1)(2n + 1) 2n + 1
1 1 1 1 n
b) + + + ··· + = .
1.4 4.7 7.10 (3n − 2)(3n + 1) 3n + 1
1 1 1 1 n
) + + + ··· + = .
1.5 5.9 9.13 (4n − 3)(4n + 1) 4n + 1
1 1 1 n(n + 3)
d) + + ··· + = .
1.2.3 2.3.4 n(n + 1)(n + 2) 4(n + 1)(n + 2)
12 22 n2 n(n + 1)
e) + + ··· + = .
1.3 3.5 (2n − 1)(2n + 1) 2(2n + 1)
1 · 2 · · · m + 2 · 3 · · · m(m + 1) + · · · + n(n + 1) · · · (n + m − 1) =
1
n(n + 1) · · · (n + m).
m+1
1.1.4 Mostre que a soma dos ubos de três números naturais onse-
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matemáti os, mas isso não deve ser tomado ao pé da letra. Certos ar-
1 + 3 + 5 + · · · + (2n − 1),
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sentido pre iso a esse tipo de expressão, vamos ver omo a Indução
n ∈ N.
De fato, para veri
ar que temos efetivamente uma denição para
n ∈ N.
P (n + 1) é também verdade.
Portanto, pelo Teorema 1.1.1, temos que P (n) é verdade para todo
número natural n.
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falar.
a : N −→ A
n 7→ a(n)
uma função a de N em A.
omo
(an ) : a1 , a2 , . . . , an , . . .
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Sn = a1 + a2 + · · · + an ,
Sn+1 = Sn + an+1 .
tórios:
n
X
Sn = ai ,
i=1
de um número natural.
1! = 1, e (n + 1)! = n! · (n + 1).
de potên ia.
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an+1 = an · a.
(i) am · an = an+m .
(iii) (a · b)n = an · bn .
í io.
am · a1 = am · a = am+1 .
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5n + 2 · 11n = 3a.
ujo segundo membro é divisível por 3 por ser igual a 3(5a + 4 · 11n ).
Assim, provamos que 3 divide 5n+1 +2·11n+1 , o que, pelo Teorema
1.1.1, a
arreta que 3 divide 5n + 2 · 11n , para todo número natural n.
asos?
orema 1.1.1:
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S = {m ∈ N; P (m + a − 1) é verdade }.
De fato, temos que P (5) : 25 > 52 é verdade. Seja n≥5 tal que
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3(a + 2) + 5(b − 1) = 3a + 5b + 3 × 2 − 5 × 1 = 3a + 5b + 1 = n + 1,
3(a − 3) + 5 × 2 = 3a − 3 × 3 + 5 × 2 = 3a + 5b + 1 = n + 1,
3x+5y = n+1
Mostramos assim que, em qualquer
aso, a equação
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Problemas
n ∈ N, vale a igualdade:
bn+1 − an+1
bn + abn−1 + a2 bn−2 + · · · + an−1 b + an = .
b−a
sen 2n+1 α
cos α · cos 2α · cos 22 α · · · cos 2n α =
2n+1 sen α
Sugestão: Use a fórmula sen 2β = 2 sen β cos β .
a) n! > 2n , se n ≥ 4.
b) n! > 3n , se n ≥ 7.
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) n! > 4n , se n ≥ 9.
1 3 5 2n − 1 1
· · ··· ≤√ .
2 4 6 2n 3n + 1
1.3 Progressões
Iremos agora, usando re
orrên
ia, denir progressões aritméti
as e
an = an−1 + r, se n ≥ 2.
a2 = a1 + r, a3 = a2 + r = a1 + 2r, a4 = a3 + r = a1 + 3r.
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Sn = a1 + a2 + · · · + an
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plo 1.1.1.
Sn = a1 + a2 + ··· + an
Sn = an + an−1 + ··· + a1
(a1 + an )n
Sn = .
2
de razão.
an = an−1 q, se n ≥ 2.
a2 = a1 q, a3 = a2 q = a1 q 2 , a4 = a3 q = a1 q 3 , a5 = a4 q = a1 q 4 .
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n ∈ N.
Vamos demonstrar essa fórmula por indução.
an+1 = an q = a1 q n−1 q = a1 q n ,
Es reva
Sn = a1 + a1 q + a1 q 2 + · · · + a1 q n−1 .
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Note que
Portanto,
a1 q n − a1 an q − a1
Sn = = .
q−1 q−1
Problemas
a) 2 + 4 + · · · + 2n.
b) 2 + 5 + 8 + · · · + (3n − 1).
a) 2 + 4 + · · · + 2n .
1 1 1
b) + + ··· + n.
2 4 2
Para quanto tende a soma em (b) quando o número de par
elas au-
menta indenidamente?
que ela dobra de área a ada dia e que, no nal de 20 dias, o upa toda
do tanque?
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n ∈ N, tem-se que
an+1 = qan + r.
q n−1 − 1
a) Mostre que an = a1 · q n−1 + r .
q−1
b) Se Sn = a1 + · · · + an , mostre que
qn − 1 qn − 1 n
Sn = a1 +r 2
+r .
q−1 (q − 1) 1−q
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Capítulo 2
ti a ao mundo material.
tante popular que pode ser fa ilmente fabri ado ou ainda en ontrado
hastes, estão enados os dis os, de modo que nenhum dis o esteja
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haste, deslo ando um dis o de ada vez, de modo que, a ada passo,
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dis os:
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todo n ∈ N.
jn+1 = 2jn + 1.
jn = 2n − 1.
Esse jogo foi idealizado e publi ado pelo matemáti o fran ês Edou-
ard Lu as, em 1882, que, para dar mais sabor à sua riação, inventou
a seguinte lenda:
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a abaria.
C = {C1 , C2 , . . . , Cn , Cn+1 }
onjuntos:
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C2 ∈ C ′ ∩ C ′′ ,
or.
Pólya (1887-1985).
Problemas
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n e que se tenha que a har a moeda falsa dentre 2n+1 moedas dadas.
Separemos as 2
n+1 moedas em 2 grupos de 2n moedas
ada. Colo
a-se
um grupo de 2n moedas em
ada prato da balança. Assim, poderemos
n+1 pesagens.
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Problemas
om n ortes retos?
n(n + 1)
pn = + 1.
2
1(1 + 1)
p1 = + 1 = 2.
2
orreta.
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n(n + 1) (n + 1)(n + 2)
pn+1 = pn + n + 1 = +1+n+1 = + 1,
2 2
Problemas
2.4.1 (O queijo de Steiner) Para fazer a sua pizza, Steiner teve que
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Como não se ensina mais latim nas es olas, aí vai uma expli ação:
um asal de oelhos re ém-nas idos foi posto num lugar er ado. De-
asal omeça a pro riar dois meses após o seu nas imento.
1
0 0 1 1
2
0 1 0 1
3
0 1 1 2
4
0 2 1 3
5
0 3 2 5
6
0 5 3 8
7
0 8 5 13
8
0 13 8 21
9
0 21 13 34
10
0 34 21 55
11
0 55 34 89
12
0 89 55 144
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un = un−1 + un−2 , u1 = u2 = 1.
Uma re
orrên
ia
1 do tipo
x1 = x2 = 1.
Quando é dada uma re
orrên
ia, um problema importante é de-
terminar uma fórmula fe hada para o termo geral da seqüên ia, isto
1
Uma re
orrên
ia é uma fórmula que dene um elemento de uma seqüên
ia a
partir de termos anteriores.
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q n = q n−1 + q n−2 ,
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Problemas
tidades:
a) u1 + u2 + · · · + un = un+2 − 1.
b) u1 + u3 + · · · + u2n−1 = u2n .
) u2 + u4 + · · · + u2n = u2n+1 − 1.
u3n+2 − 1
u3 + u6 + u9 + · · · + u3n = .
2
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Capítulo 3
Indução e Matemáti a
3.1 Somatórios
Vamos re
ordar a noção de somatório que introduzimos na Seção 2
do Capítulo 1.
as da aritméti a.
Para apre iar o poder do que iremos apresentar, tente, neste exato
42
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1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + · · · + n(n + 1).
é difí il. Veremos adiante omo isso vai se transformar, omo num
rios que irão nos ajudar a resolver este e muitos outros problemas do
mesmo tipo.
n
X n
X
(ii) c · ai = c · ai .
i=1 i=1
n
X
(iii) (ai+1 − ai ) = an+1 − a1 .
i=1
n
X
(iv) c = nc
i=1
Pn
Demonstração: (i) O que signi
a a soma i=1 (ai + bi )? Signi-
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então que
Pn+1 Pn
i=1 (ai + bi ) = i=1 (ai + bi ) + (an+1 + bn+1 ) =
Pn Pn
i=1 ai + i=1 bi + (an+1 + bn+1 ) =
Pn Pn Pn+1 Pn+1
i=1 ai + an+1 + i=1 bi + bn+1 = i=1 ai + i=1 bi ,
(iii) Vamos provar, também por indução sobre n, esta fórmula. Para
n = 1, temos que
1
X
(ai+1 − ai ) = a2 − a1 ,
i=1
o que mostra a validade da fórmula neste
aso.
n. Logo,
n+1
X n
X
(ai+1 − ai ) = (ai+1 − ai ) + (an+2 − an+1 ) =
i=1 i=1
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mostrando que a fórmula vale para n+1 e, portanto, vale para todo
n ∈ N.
Pn
(iv) O somatório i=1 c representa a soma de n par
elas iguais a c,
e, portanto, é igual a nc.
deste resultado.
a soma:
Sn = 1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + · · · + n(n + 1).
n
X
Sn = i(i + 1).
i=1
Pn Pn 2
Pn
Sn = i=1 i(i + 1). = i=1 i + i=1 i =
(12 + 22 + · · · + n2 ) + (1 + 2 + · · · + n),
temos que
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ertas re orrên ias e somas, omo veremos nos dois exemplos a seguir.
pn+1 = pn + n + 1, p1 = 2.
pi+1 − pi = i + 1.
n−1
X n−1
X
(pi+1 − pi ) = (i + 1).
i=1 i=1
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n
X n
X
(n + 1)4 − 1 = [(i + 1)4 − i4 ] = (4i3 + 6i2 + 4i + 1).
i=1 i=1
obtemos
Pn
(n + 1)4 − 1 = i=1 (4i
3 + 6i2 + 4i + 1) =
Pn 3
Pn 2
Pn
4 i=1 i +6 i=1 i +4 i=1 i + n=
Pn 3
4 i=1 i + n(n + 1)(2n + 1) + 2n(n + 1) + n.
n4 + 2n3 + n2 n(n + 1) 2
= .
4 2
2
3 3 n(n + 1)
3
1 + 2 + ··· + n = .
2
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1p + 2p + · · · + np ,
quando p varia nos naturais (veja Problema 3.1.2).
Problemas
a) 1 + (1 + 2) + (1 + 2 + 3) + · · · + (1 + 2 + · · · + n).
d) 1 + (1 + 22 ) + (1 + 22 + 32 ) + · · · + (1 + 22 + 32 + · · · + n2 ).
e) 12 + 32 + 52 + · · · + (2n − 1)2 .
f) 13 + 33 + · · · + (2n − 1)3 .
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Pn 5
b) Pense em um modo de
al
ular i=1 i . Mostre
omo isto pode
ser generalizado.
√ 1 1 1 √
2( n + 1 − 1) < 1 + √ + √ + · · · + √ < 2 n.
2 3 n
√ √ 1 √ √
2 n+1−2 n< √ <2 n−2 n−1
n
1 1 1
Sn = + + ··· + .
a1 a2 a2 a3 an an+1
1 1 1 1
=− − .
ai ai+1 r ai+1 ai
1 1 1 n
Sn = − − = .
r an+1 a1 a1 an+1
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nomiais.
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n n n n n n n
+ + X + ···+ + X + X n+1 .
0 0 1 n−1 n n
in(n − 1) · · · (n − i + 2) + n(n − 1) · · · (n − i + 1) =
n(n − 1) · · · (n − i + 2)(i + n − i + 1) =
(n + 1)n(n − 1) · · · (n + 1 − i + 1),
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Exemplo 3.2.1.
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2 .
Problemas
k
X m n n+m
= .
i=0
i k−i k
n 2
X n 2n
= .
i=0
i n
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n
3.2.4 a) Mostre que é o número de sub
onjuntos distintos
om
i
i elementos de um
onjunto
om n elementos.
n n n−1
< , se 0≤i< ; e que
i i+1 2
n n n−1
> , se i>
i i+1 2
i) a ∈ S,
é úni
o. De fato, se a ′
e a são menores elementos de S, então a ≤
a′ , pois a ′
é um menor elemento de S , e a é um elemento de S , e,
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lhe pare e tão óbvio que todo sub onjunto não vazio dos naturais
Teorema 3.3.1 (Prin ípio do Menor Inteiro). Todo sub onjunto não
surdo.
Dena o onjunto
In = {k ∈ N; k ≤ n},
P (n) : In ⊂ T.
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In+1 = In ∪ {n + 1} ⊂ T,
nime, pois ertamente ainda não está na hora de vo ê apre iar todas
O Prin ípio do Menor Inteiro tem várias apli ações, onforme ve-
ii) se, para algum n, tem-se que P (i) é verdade para todo a ≤ i ≤ n,
então P (n + 1) é verdade.
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V = {n ∈ N; n ≥ a e P (n) é verdade }.
Suponha, por absurdo, que vale o ontrário. Logo, pelo Prin ípio do
demonstração, em Os Elementos.
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de numeração.
a = a0 + a1 b + a2 b2 + · · · + an bn ,
onde n é um inteiro não negativo, todos os ai satisfazem às desigual-
dades 0 ≤ ai < b e an 6= 0.
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′
es
reve na forma do teorema e, portanto, a também, o que é uma
vo ê.
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leve, sabemos que podemos des obrir a moeda falsa om, no máximo,
X n!
(a1 + a2 + · · · + am )n = ai1 ai2 · · · aimm .
i1 !i2 ! · · · im ! 1 2
i1 +i2 +···+im =n
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X n
(a1 + · · · + am + am+1 )n = (a1 + · · · + am )i ajm+1 .
i+j=n
i
X i!
(a1 + · · · + am )i = ai11 ai22 · · · aimm ;
i1 +i2 +···+im =i
i 1 !i 2 ! · · · i m !
logo,
(a1 + · · · + am + am+1 )n =
X n X i!
ai1 ai2 · · · aimm ajm+1 =
i i1 !i2 ! · · · im ! 1 2
i+j=n i1 +i2 +···+im =i
X X n i!
ai1 ai2 · · · aimm ajm+1 =
i i1 !i2 ! · · · im ! 1 2
i+j=n i1 +i2 +···+im =i
X n! im+1
ai1 ai2 · · · aimm am+1 ,
i1 !i2 ! · · · im !im+1 ! 1 2
i1 +i2 +···+im +im+1 =n
pois
n i! n! i! n!
= = ,
i i1 !i2 ! · · · im ! i!(n − i)! i1 !i2 ! · · · im ! i1 !i2 ! · · · im !im+1 !
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Problemas
n
X
Sr (n) = ir
i=1
X n!
= mn .
i1 !i2 ! · · · im !
i1 +i2 +···+im =n
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n ≥ 2, mostre que
Pombos:
Este prin ípio também leva o nome de Prin ípio das Gavetas, pois
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de um objeto.
objeto.
número natural n.
Depois de a
omodar todos os objetos nas n+1 gavetas, es
olha
de um objeto.
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De fato, uma estimativa por ima nos diz que uma pessoa pode
(fonte: PNAD 2004). O Prin ípio das Gavetas agora permite on luir
o desejado.
onhe em, outras não. Mostre que na festa existem duas pessoas
transitiva?).
onhe e todo mundo, pela simetria, não pode haver uma pessoa que
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ípio das Gavetas, dois dos pontos perten erão a um dos triângulos
mesma or.
es sobre duas destas retas. Os outros lados são verti ais. Um reta
tos. Portanto, se vo ê es olher 9 retas verti ais, pelo Prin ípio das
Gavetas, duas dessas retas vão en ontrar ada uma das três retas ho-
do retângulo.
1, 3, 32 , . . . , 32007 .
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1000 e 3
m não têm fatores
omuns, 1000 deve dividir o segundo fator
plo de um outro.
ar = 2nr br é um múltiplo n
de as = 2 s br .
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Problemas
3.4.2 Mostre que existem duas potên ias de 3 uja diferença é divi-
3.4.3 Dados quaisquer seis inteiros de 1 a 10, mostre que dois deles
3.5 Desigualdades
Nesta seção, estabele
eremos algumas desigualdades importantes que
tal que c > −1 e c 6= 0, então para todo número natural n≥2 vale a
desigualdade:
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número natural n.
vida real. Há várias médias; deniremos aqui três delas, que rela io-
a1 + a2 + · · · + an √
An = , Gn = n
a1 a2 · · · an , e
n
n
Hn = ,
1 1 1
+ + ··· +
a1 a2 an
Hn ≤ Gn ≤ An , (3.1)
uja demonstração pode ser feita por indução, mas que não é trivial
Note que
a
1 a2 2 a21 a22 a1 a2
0≤ − = + − ,
2 2 4 4 2
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o que impli a
a21 a22 a1 a2 a1 a2 2
a1 a2 ≤ + + = + , (3.2)
4 4 2 2 2
seguindo daí que
√ a1 + a2
a1 a2 ≤ .
2
Na desigualdade a
ima, valerá a igualdade se, e somente se,
2
a21 a22 a1 a2
a1 + a2
a1 a2 = = + + ,
2 4 4 2
o que o
orre se, e somente se,
a
1 a2 2 a21 a22 a1 a2
− = + − = 0,
2 2 4 4 2
o que equivale a ter a1 = a2 .
Por outro lado, de (3.2) segue fa
ilmente que
logo,
√
2a1 a2 ≤ (a1 + a2 ) a1 a2
e, portanto,
2 √
≤ a1 a2 .
1 1
+
a1 a2
Não é difí
il veri
ar (faça-o) que, também neste
aso, vale a igual-
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mínima?
somente se, a1 = · · · = an = 1.
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a1 + a2 + · · · + an+1 > n + 1,
a1 a2 an−1 an
+ + ··· + + ≥ n,
a2 a3 an a1
valendo a igualdade se, e somente se, a1 = a2 = · · · = an .
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a1 a2 an−1 an
Demonstração: É
laro que ··· = 1; logo, pelo te-
a2 a3 an a1
orema anterior, segue a desigualdade desejada. A igualdade vale se,
e somente se,
a1 a2 an−1 an
= = ··· = = = 1,
a2 a3 an a1
o que equivale a dizer que a1 = a2 = · · · = an .
x2 + 2
√ ≥ 2.
x2 + 1
x2 + 2 x2 + 1 1 p 1
√ =√ +√ = x2 + 1 + √ .
2
x +1 2
x +1 2
x +1 2
x +1
Visto que o produto das duas últimas par
elas é 1, a desigualdade
log10 a + loga 10 ≥ 2.
somente se, a1 = a2 = · · · = an .
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√
g = Gn = n
a1 · · · an ,
segue que
a1 an
r
1= n
··· ,
g g
isto é,
a1 an
··· = 1.
g g
Portanto, pelo Teorema 3.5.2, temos que
a1 an
+ ··· + ≥ n,
g g
o que nos dá a desigualdade requerida. A igualdade vale se, e somente
a1 a2 an
se, = = ··· = , o que o
orre se, e somente se, a1 = a2 =
g g g
· · · = an .
√
n
√
n 1 + 2 + ··· + n n+1
n! = 1 · 2···n < = .
n 2
O resultado segue elevando à potên
ia n ambos os lados da desi-
gualdade a ima.
somente se, a1 = a2 = · · · = an .
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1 a−1
1 + · · · + an
−1 1
q
n
= a−1 −1
1 · · · an ≤ = ,
Gn n Hn
provando assim a desigualdade. A igualdade vale se, e somente se,
a−1
1 = a−1
2 = ··· = a−1
n , o que equivale ao fato de que a1 = a2 = · · · =
an .
1976.
Problemas
1 1
xn + xn−2 + · · · + + ≥ n + 1.
xn−2 xn
x2 1
≤ .
1 + x4 2
n ∈ N, om n ≥ 2,
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r p p
√ p a1 + · · · + an
n
a1 · · · an ≤ ,
n
valendo a igualdade se, e somente se, a1 = · · · = an .
Bernouilli
n(n − 1) 2
(1 + c)n ≥ 1 + nc + c .
2
√
3.5.6 Dena a seqüên
ia (xn ), n ∈ N, pela regra xn = n
n − 1.
n(n − 1)x2n
n = (1 + xn )n ≥ .
2
nidamente?
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Respostas
Capítulo 1
1.3.1 a) n(n + 1)
n(3n + 1)
1.3.1 b)
2
1.3.2 a) 2n+1 − 2
1
1.3.2 b) 1− . A soma tende para 1 quando n
res
e indenidamente.
2n
1.3.5 ) an = 2n − 1 e Sn = 2n+1 − (n + 2)
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Capítulo 2
n(n + 1)
2.4.1) +1
2
√ √ √ √
( 2 − 1)(1 + 2)n − 3(1 + 2)(1 − 2)n
2.5.4) an =
4
Capítulo 3
n(n + 1)(2n + 7)
3.1.1 a)
12
n(4n2 + 6n − 1)
3.1.1
)
3
n(n + 1) 2
3.1.1 d) (n + 5n + 2)
24
n(4n2 − 1)
3.1.1 e)
3
3.1.1 f ) n(2n3 − n + 2)
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3.1.2 a)
n
" 2
X
4 1 5 n(n + 1)
i = (n + 1) − 1 − 10 −
i=1
5 2
n(n + 1)(2n + 1) n(n + 1)
10 −5 −n .
6 2
3.4.1) Não.
√
3.5.6 d) n n tende a 1 quando n
res
e indenidamente.
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