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Distância
Aula 08
Ferramentas Fundamentais para o Produtor de Conteúdo
para a EAD
Objetivos Específicos
Temas
Introdução
1 Educação a distância, mas nem tanto
2 Distância transacional
3 Além do tempo e do espaço
4 Como as pessoas aprendem?
Considerações finais
Referências
Professor
Whaner Endo
Produção de conteúdo para Educação a Distância
Introdução
Uma das exigências para o desenvolvimento de conteúdo para EAD é compreender quem
é o nosso aluno, suas características, necessidades, tecnologias disponíveis e a competência
que o estudante deve ter para poder utilizá-la (possuir literacia ou letramento digital).
Mas, da mesma forma que planejamos uma viagem, não basta saber de onde saímos,
para onde vamos e com quem viajaremos; precisamos saber quais as possibilidades para esta
viagem, onde vamos ficar, quais os horários em que os pontos turísticos estarão abertos etc.
E é este o tema desta aula: qual é o processo necessário para determinar as melhores
ferramentas que o profissional deve utilizar para produzir conteúdo de EAD.
Pois, saber trabalhar tanto a forma quanto o conteúdo de um curso para um ambiente virtual
de aprendizagem significa aumentar consideravelmente o potencial de sucesso do projeto.
Saber utilizar bem a tecnologia de forma a maximizar o potencial que os AVA têm é
uma competência que você, profissional de conteúdo para EAD, deve procurar, pois o
processo ensino-aprendizagem em um ambiente não presencial é muito diferente de uma
aula expositiva e exige muito mais do que simplesmente definir planos de aula e de ensino,
bibliografia e estratégias de apresentação. Educar por meio de um meio digital se parece
muito mais com a produção de um produto multimídiatico, como afirma Filatro:
2 Distância transacional
Segundo a Teoria da Distância Transacional, na EAD a separação entre o professor e o
aluno vai além do fato de eles estarem em pontos distantes, geográfica e temporalmente.
Mais do que isso, existe um conceito pedagógico que abrange todo o processo.
Falamos então de três variáveis importantes que devem ser analisadas: o diálogo entre
professor e aluno, também chamado de diálogo educacional, a estrutura do programa e a
autonomia do aluno.
O termo “diálogo” é usado aqui para descrever uma interação ou série de interações
que possuem qualidades positivas que outras interações podem não ter. Um diálogo
é intencional, construtivo e valorizado por cada parte. Cada parte num diálogo é um
ouvinte respeitoso e ativo; cada uma elabora e adiciona algo à contribuição de outra
parte ou partes. Pode haver interações negativas ou neutras; o termo “diálogo” é
reservado para interações positivas, onde o valor incide sobre a natureza sinérgica da
relação entre as partes envolvidas. O diálogo em uma relação educacional é direcionado
para o aperfeiçoamento da compreensão por parte do aluno (MOORE, 2002, p. 3).
Ler um livro ou assistir a uma aula pela televisão também oferece um tipo de diálogo,
mesmo que seja algo interior, afinal alguém escreveu aquele livro ou apresentou aquela aula
e, portanto, o diálogo aconteceu, mesmo sendo “de forma assíncrona”.
Existem mais fatores ambientais que influenciam este diálogo, como o número de alunos
envolvidos no processo, a frequência de oportunidades de comunicação, os ambientes físico
e emocional – tanto do lado do aluno quanto do professor (MOORE, 2002, p. 4).
Cada estudante possui necessidades, muitas vezes diferentes, para produzir, copiar,
transmitir e controlar as mensagens mediadas pelo AVA (ambiente virtual de aprendizagem).
Quanto mais rígida for a estrutura do programa, maior será a distância transacional e,
com isso, o diálogo entre o aluno e os demais atores do programa é reduzido, impedindo que
haja uma adequação do curso às necessidades individuais de cada aluno.
2.3 Autonomia
Como você já percebeu, existe uma relação direta entre a autonomia que um aluno tem e a
estrutura do programa. Quanto mais estruturado for o curso, maior será a distância transacional
e a necessidade de autonomia do aluno, já que ele deverá decidir se as unidades deverão ser
utilizadas, como e quando isto deverá acontecer. Neste caso, a autonomia é resultado da busca
pela redução da grande distância transacional e normalmente acontece em cursos que utilizam
estratégias comportamentalistas, que se baseiam em “mecanismos de instrução programada,
com o máximo de controle do processo ensino-aprendizagem” (TORI, 2010, p. 60).
É preciso muita habilidade para facilitar o grau de diálogo que seja suficiente e
adequado para determinados alunos. Superar desta forma a distância transacional
através da estruturação adequada da instrução e do uso adequado do diálogo é
bastante trabalhoso. Requer o envolvimento de muitas habilidades diferentes e exige
que estas habilidades sejam sistematicamente organizadas e aplicadas. Requer ainda
mudanças no papel tradicional dos professores e fornece a base para a seleção dos
meios para a instrução (MOORE, 2002, p. 6).
A distância espacial está presente na EAD desde seus primórdios, na época das
correspondências, e é um grande desafio que está se tornando, a cada dia, menos complexo,
graças, principalmente, às TICs mais modernas, em especial, o mobile.
Para a educação não presencial, esta distância é importante, pois permite que o aluno
possa escolher o ritmo em que ele irá trabalhar o conteúdo das aulas. Mas não podemos
nos esquecer que “um diálogo em tempo real, além de indispensável em certos momentos,
aumenta a sensação psicológica de proximidade” (TORI, 2010, p. 63).
A distância interativa pode ser trabalhada por meio de estratégias e técnicas pedagógicas
ou por meio da tecnologia.
Embora ainda não exista uma ferramenta tecnológica que gere uma sensação de
presença idêntica à que temos na vida real, ao utilizarmos, por exemplo, um chat ou um
objeto interativo aumentaremos esta sensação ao trabalhar com três formas de presença
(BIOCCA apud TORI, 2010, p. 103):
Presença social: a sensação de estar com alguém, de estar face a face com outra(s)
pessoa(s) (videoconferências);
Logo em seguida entra o nível perceptivo, que é quando damos sentido às sensações,
categorizando-as.
É assim que a professora Andrea Filatro explica o processo que acontece desde a primeira
percepção (no nível neurofisiológico) até a manipulação da informação e a sua transformação
em conhecimento. Esta é uma forma de entender como aprendemos.
Se você trabalha produzindo conteúdo para EAD, tem à disposição diversas ferramentas
e linguagens para auxiliar o seu estudante a trabalhar este processo de aprendizagem. Dentre
elas, podemos citar:
• Animações;
• Games;
• outros.
Nas próximas aulas vamos nos aprofundar no trabalho com o texto e objetos audiovisuais
e multimídiaticos interativos na tentativa de maximizar o desempenho dos seus alunos.
Considerações finais
Vimos, nesta aula, que antes de escolher as melhores linguagens e ferramentas para
desenvolver nosso conteúdo para educação a distância devemos compreender os conceitos
de distância transacional e de presença.
Cada uma destas variáveis pode afetar outros aspectos do distanciamento entre
estudante e professor, ou seja, a distância espacial, temporal ou interativa e cada uma delas
deve ser “atacada” de uma forma, já que demandam um tipo de abordagem.
Referências
BEHAR, P. A.; BERCHT, M. LONGHI, M. T.; SIMONATO, G. Investigando a subjetividade afetiva
na comunicação assíncrona de ambientes virtuais de aprendizagem. Apresentado no XX
Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Universidade Federal de Santa Catarina, 2009.
Disponível em: <http://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/1174/1077>. Acesso
em: mar./2014.