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MODELAGEM DE LIGAÇÕES TIPO “T” FORMADAS POR

SEÇOES TUBULARES QUADRADAS (RHSxRHS)


Bruno Vicente Dias
PGECIV – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Faculdade de Engenharia, bruno.vicente.dias@gmail.com
Luciano Lima
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Engenharia, Departamento de Estruturas e
Fundações, lucianolimauerj@gmail.com

RESUMO: Este trabalho tem como apresenta um estudo do comportamento estrutural de ligações tipo “T” com
o uso de perfis tubulares quadrados. Através do método dos elementos finitos, foi desenvolvido um modelo
paramétrico a fim de simular o comportamento da ligação com diferentes seções para o montante. As análises
numéricas consideraram a não linearidade física e geométrica do material a fim de representar melhor os resul-
tados. Adicionalmente, as resistências das ligações avaliadas foram comparadas com o Eurocode 3. Por fim,
após uma análise da distribuição de von Mises, pode-se verificar o modo de falha observado.

1 INTRODUÇÃO São verificados também, através da distribuição de


tensões de von Mises, os modos de falha pertinentes e
1.1 Estruturas Tubulares
posteriormente comparados os valores obtidos pela
Os tubos apresentam excelentes propriedades mecâ- norma Eurocode 3: Design of Steel Structures. Part
nicas e geométricas. As seções tubulares, além de se- 1-8: Design of Joints.
rem ideais para garantir resistência semelhante nos
dois eixos principais de inercia, apresentam baixo
peso com boa capacidade resistente a compressão, 2 MODELAGEM
tração, flexão e principalmente, a torção.
A fabricação destes perfis pode ser feita por pro- 2.1 Geometria das Ligações
cesso de laminação a quente ou dobramento a frio, Neste trabalho serão avaliadas quatro ligações tipo
podendo apresentar tubos com e sem costura. O tipo “T” em que o banzo consistirá de seção tubular qua-
de de fabricação influencia no cálculo da resistência drada 140x140x7,1. Os parâmetros da seção do mon-
quando verificado por diferentes normas, mesmo tante serão variados para quatro bitolas diferentes
sendo muito próximas. conforme apresentado na Tabela 1.
O projeto das ligações depende de sua geometria, O vão de todas as ligações possui 1000 mm e a al-
podendo ser classificadas em diferentes tipos. Diver- tura dos montantes são fixadas em 400mm.
sos modos de falha, como a plastificação das faces la-
terais ou superior dos banzos, punção da parede do Tabela 1. Geometria das Ligações
banzo, ruptura ou plastificação da solda, podem ocor- Ligação Montante
rer nestas ligações. 1 70x70x5
2 80x80x5
3 90x90x5
1.2 Objetivos 4 100x100x5
Este trabalho tem como objetivo desenvolver mode-
los numéricos de ligações tipo “T” formadas com se- 2.2 Modelo Numérico
ções quadradas através do método dos elementos fi-
nitos com implementação no software Ansys 15. O modelo numérico foi desenvolvido por meio do
Nestas análises são consideradas as não linearida- método dos elementos finitos através do software
des físicas e geométricas do material para obtenção Ansys 15.
de curvas de carga versus deslocamento e os valores Os modelos numéricos foram elaborados de forma
de carga crítica referentes ao critério de deformação parametrizada e são constituídos de elementos de
limite que fornecerão a resistência numérica das liga- casca SHELL181, presentes na biblioteca do pro-
ções. grama. O elemento SHELL181 é adequado para aná-
lise de estruturas caracterizadas por cascas que apre- O deslocamento em questão é a diferença entre o
sentam espessuras finas e médias. Este elemento é deslocamento da face superior do banzo e o desloca-
comporto por quatro nós com seis graus de liberdade mento da face inferior a fim de desconsiderar o des-
por nó: translações nas direções X, Y e Z e rotações locamento devido a flexão de viga.
em relação aos eixos X, Y e Z. As formas de deforma- De acordo com o critério de dimensionamento do
ção são lineares nas duas direções em plano e para o EC3 1-8, o projeto de ligações tubulares deve ser
movimento fora do plano, usa-se uma interpolação igual à carga que causa um deslocamento fora do
mista de componentes de tensores. Trata-se de um plano de 3% do valor da largura do banzo. Para as
elemento adequado para a modelagem de problemas ligações estudadas este valor é igual a 4,2 mm. Os va-
estruturas que envolvam análise linear e não linear e lores obtidos são apresentados na Tabela 2.
geométrica. Na Figura 1, são mostrados os aspectos
do elemento SHELL181. Tabela 2. Resistências das ligações obtidas na análise
numérica pelo critério de deformação limite
Ligação Nu (kN)
1 98,61
2 115,78
3 139,2
4 166,47

Para observar o modo de falha nesta ligação, a Fi-


gura 3 apresenta a evolução da tensão, por meio do
critério de von Mises na Ligação 4, em que o mon-
tante é formado por seção tubular 100x100x5.
Figura 1. Elemento SHELL181 [] Nota-se que a falha pode ocorrer por meio de plas-
tificação na face superior do banzo.
O aço utilizado nas análises possui tensão de esco-
amento igual a 250 MPa. O módulo de elasticidade
longitudinal é assumido como 205 GPa e o coefici- 3 DIMENSIONAMENTO
ente de Poisson como 0,3, de acordo com o Eurocode
3.1 Modos de Falha
3. Para as propriedades não lineares deste material foi
escolhido o modelo bilinear assumindo um compor- A seguir são apresentados os modos de falha que po-
tamento elasto-plástico perfeito. O aço das soldas dem ocorrer nas ligações segundo o EC3 1-8 para as
obedece aos mesmos critérios, mas com uma tensão ligações formadas de seções tubulares quadradas:
de escoamento de 600 MPa.
As condições de contorno se assemelham a de uma • Modo A – Plastificação da face superior do
viga biapoiada para a consideração do vão do banzo banzo
e o carregamento constitui de uma carga de compres- • Modo B – Plastificação da face lateral do banzo
são no centro do montante. (𝛽=1)
A análise foi realizada com a aplicação do método • Modo D – Punção da parede do banzo
de Newton-Raphson através de um controle de deslo- • Modo E – Ruptura ou plastificação na solda
camentos para se obter a carga. (𝛽=0,85)

Estes modos de falha dependem da geometria, das


2.3 Resultados dimensões dos banzos e montantes e do carrega-
Depois de realizadas as análises, foram obtidas as cur- mento, pois as resistências de ligações tracionadas e
vas de carga versus deslocamento para as quatro liga- comprimidas serão calculadas de maneiras distintas.
ções estudadas, apresentadas na Figura 2. As resistências da ligação considerando cada
modo de falha dependem dos parâmetros geométricos
180 apresentados abaixo:
160
140 0,25 ≤ 𝛽 = 𝑏) /𝑏+ ≤ 0,85 (1)
120
Carga (kN)

70x70x5
100 2𝛾 = 𝑏+ 𝑡+ (2)
80x80x5
80
90x90x5 𝑡) ≤ 𝑡+ (3)
60
40 100x100x5 Onde 𝛽 = parâmetro geométrico; b0 = largura externa
20 3%b0 do banzo; b1 = largura externa do montante; t0 = es-
0
0 1 2 3 4 5
pessura da parede do banzo; t1 = espessura da parede
Deslocmento (mm)
do montante e 𝛾 = parâmetro geométrico.

Figura 2. Curvas de carga versus deslocamento
1
NODAL SOLUTION Abaixo são apresentadas as formulações do EC3
STEP=1
SUB =3
TIME=.875
JAN 10 2018
01:00:52 1-8 para os modos de falha pertinentes:
SEQV (AVG)
DMX =.879527
SMN =3.49165
SMX =249.932
Y Modo A:
678 98 :
𝑁),45 = 2𝛽 + 4 1 − 𝛽
Z X
(4)
);<
MX

Modo B:
MN
𝑁),45 = 𝑓B+ 𝑡+ 2𝑏) + 10𝑡+ (5)

Modo D:
678 98 G 9
𝑁),45 = 2𝑏) + 2𝑏D,E ; 𝑏D,E = 10 H 8 ≤ 𝑏) (6)
3.49165
30.8739
58.2561
85.6383
113.021
140.403
167.785
195.167
222.55
249.932 C G8
a) carga 64,73 kN
1 Modo E:
NODAL SOLUTION
STEP=1
SUB =5
JAN 10 2018
01:01:15
𝑁),45 = 𝑓B) 𝑡) 2𝑏) − 4𝑡) + 2𝑏D66 ;
)+ 678 98
TIME=2

𝑏D66 = G8 ≤1 (7)
SEQV (AVG)
DMX =2.02636
MN
SMN =7.44512
6 9
SMX =249.966
Y 98 7H H
Z X

MX Onde 𝑓B = tensão de escoamento

Como 0,25 ≤ 𝛽 ≤ 0,85, pode-se desprezar os mo-


dos de falha B e E.
Os resultados para as resistências das quatro liga-
ções estudadas são apresentados na Tabela 3:
7.44512
34.3919
61.3387
88.2855
115.232
142.179
169.126
196.073
223.019
249.966 Tabela 3: Resistências obtidas pelo EC3 1-8
b) carga 140,36 kN Modo A Modo D
Ligação 𝛽 (kN) (kN)
1

1 0,5 96,49 216,23


NODAL SOLUTION
STEP=1 JAN 10 2018
SUB =6
TIME=2.84375
SEQV (AVG)
01:01:30
2 0,57 110,61 247,12
DMX =2.89435
SMN =8.64139
MN 3 0,64 129,72 278,01
SMX =250.128
Y 4 0,71 157,32 308,9
Z X

MX Pela norma, todas as ligações são controladas pelo


Modo A, que consiste na plastificação da face supe-
rior do banzo. Isto comprova o comportamento anali-
sado pela distribuição de von Mises fornecida na Fi-
gura 3. Validando os modelos de elementos finitos.
Na Tabela 4 é apresentado o comparativo entre as
resistências obtidas por meio de análise numérica no
8.64139
35.4732
62.305
89.1368
115.969
142.8
169.632
196.464
223.296
250.128 Ansys e as obtidas pelo EC3 1-8.

c) carga 164,16 kN
1 Tabela 4: Comparativo entre Ansys e EC3
NODAL SOLUTION
STEP=1 JAN 10 2018 Ligação NANSYS (kN) NEC3 (kN) Erro (%)
SUB =9 01:01:47
TIME=4.54375
SEQV (AVG)
1 98,61 96,49 2,2
DMX =4.61389
SMN =8.85272 2 115,78 110,61 4,7
3 139,2 129,72 7,3
SMX =250.347
Y

Z X 4 166,47 157,32 5,8


MX

Observa-se que a norma apresenta resultados mais


conservadores, pois penaliza a resistência das liga-
MN
ções soldadas com uso de perfis tubulares. Essa dis-
crepância aumenta proporcionalmente ao aumento do
parâmetro 𝛽.

8.85272 62.518 116.183 169.849 223.514


35.6854 89.3507 143.016 196.681 250.347

d) carga 170,64 kN
Figura 3. Distribuição de tensão de von Mises
4 CONCLUSÕES

Com o método dos elementos finitos por meio do sof-


tware Ansys 15, o presente trabalho realizou análises
numéricas considerando não linearidade física e geo-
métrica do material de quatro ligações tipo “T”.
Os modelos foram constituídos de elementos de
casca e serviram para gerar curvas de carga versus
deslocamento das ligações; e com o método da defor-
mação limite pode-se obter valores das resistências
das ligações.
Também foram extraídos dos modelos as tensões
de von Mises para quatro diferentes pontos de aplica-
ção de carregamento a fim de se observar o modo de
falha que ocorreu na ligação.
Posteriormente foi discutido os modos de ruína
pertinentes a esta ligação e calculados pelo EC3 1-8.
Observou-se então que o estado limite que controlou
o dimensionamento foi exatamente o observado pelo
modelo numérico: plastificação na face superior do
banzo. Validando assim o modelo de elementos fini-
tos.
Com base no que foi apresentado, concluiu-se que
o EC3 1-8 é conservador em relação a resistência das
ligações em estruturas tubulares, notando que, de
acordo com o aumento do parâmetro geométrico, au-
mentam as discrepâncias entre as resistências, sendo
necessário realizar estudos nas equações que descre-
vem o dimensionamento destas estruturas.

5 REFERÊNCIAS
Ansys 12.0 ®, 2010 ANSYS - Inc. Theory Reference
EN 1993-1-8 (2010) Eurocode 3 - Design of steel structures -
Structures - Part 1-8: Design of joints. CEN, ECCS, Brussels.

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