Vous êtes sur la page 1sur 44

Abril 2017

Número 20
www.revistaFORGE.com.br
Revista Internacional de Negócios e Tecnologia no Campo da Forjaria

Forjamento de Rodas de Alumínio


para Carros e Caminhões

Deformações e Tensões do Forjamento


com Simulação Numérica

Orientação do Grão em
Forjados - Parte III

Grupo Aprenda Lança I Seminário de Engrenagens


Oststrasse 1 · D-77694 Kehl · Germany · Phone +49 7851 93 76-0 · Fax +49 7851 93 76-76
info@presstrade.com · www.presstrade.com
CONTEÚDO
ARTIGOS
30
Análise do Comportamento das Deformações
e Tensões do Forjamento através da Simulação
Numérica
Durante a deformação plástica de um material metálico causada pelo forjamento,
os valores de deformações e tensões se comportam de forma distintas,
dependendo da região analisada. Realizou-se, através da simulação numérica
pelo Método dos Elementos Finitos, o ensaio de compressão em uma amostra
padronizada, analisando o comportamento das deformações e das tensões.

30

34
Forjamento de Rodas de Alumínio para Carros
e Caminhões
Este artigo descreve as demandas de proteção ambiental e as possíveis oportuni-
dades para a indústria de forjamento neste processo, oferecendo produtos como
rodas forjadas de alumínio e o uso de equipamentos modernos e eficientes.

38
Orientação do Grão em Forjados III - Efeito do
Forjado na Orientação do Grão
Nos dois últimos artigos, nós examinamos as definições básicas da orientação dos
grãos e descrevemos as propriedades anisotrópicas dos metais devidos à orienta-
ção. Nesta parte da nossa série, examinaremos mais detalhadamente o efeito do 38
forjamento no fluxo de grãos e examinaremos os parâmetros que o afetam.

Na Capa: Linha de produção de rodas forjadas de alumínio na Schuler - Cortesia Schuler, pág. 34

4 - Abril 2017
Departamentos & Colunas
Índice de Anunciantes ....................................................................... 05
EQUIPE DE EDIÇÃO BRASILEIRA
S+F Editora - Campinas/SP
www.revistaFORGE.com.br
FORGE@revistaFORGE.com.br
ISSN 2178-0102

Udo Fiorini - Publisher,


Editorial EUA.......................................................................................... 06 udo@revistaih.com.br • (19) 99205-5789

Editorial Brasil ....................................................................................... 08 Sunniva Simmelink - Diretora,


sunniva@revistaih.com.br • (19) 99229-2137
Eventos ................................................................................................... 10
André Gobi - Redação,
Novidades .............................................................................................. 11 andre@revistaih.com.br

Produtos ................................................................................................. 14 Mariana Maia - Diagramação,


mariana@revistaih.com.br
Serviços .................................................................................................. 15
Marcelli Susaki - Tradução,
Coluna: Indústria 4.0 ........................................................................... 17 redacao@revistaih.com.br

Coluna: Aços para Forjamento ........................................................ 18 ESCRITÓRIO CORPORATIVO NOS EUA


BNP Media • 2401 W. Big Beaver Road
Coluna: Inovação ................................................................................. 20 Suite 700, Troy, MI 48084 • www.bnpmedia.com
Darrell Dal Pozzo, Senior Group Publisher
Coluna: Aplicações de forjamento ................................................. 21 dalpozzod@bnpmedia.com • +1 847-405-4044
Coluna: Conformação ......................................................................... 22 Reed Miller, Editor nos EUA
reed@FORGEmag.com • +1 412-306-4360
Coluna: Pesquisa & Desenvolvimento .......................................... 24
ESCRITÓRIO EM PITTSBURGH/EUA
Coluna: Simulação Computacional ................................................ 26 Manor Oak One, Suite 450
1910 Cochran Road, Pittsburgh, PA 15220
Coluna: Lubrificantes .......................................................................... 28 Tel: +1 412- 531-3370 • Fax: +1 412-531-3375

EDIÇÃO E PRODUÇÃO NOS EUA


Dean M. Peters, Editor
dean@forgemag.com • +1 216-570-4537

Índice de Anunciantes
Bill Mayer, Editor Associado
bill@FORGEmag.com • +1 412-306-4350
Linda Becker, Editora Colaboradora
beckerl@bnpmedia.com • +1 262-564-0074
Página Empresa Contato Karen Talan, Gerente de Produção
13 3D-CAM www.3d-cam.com talank@bnpmedia.com • +1 248-244-6246
Brent Miller, Diretor de Arte
23 AM.Metal www.ammetal.com.br
millerb@bnpmedia.com • +1 412-306-4356
4ª Capa Cor-met www.cor-met.com
REPRESENTANTE DE PUBLICIDADE NOS EUA
37 Expomafe 2017 www.expomafe.com.br Kathy Pisano, Advertising Director
(412) 306-4357, Fax (412) 531-3375
16 Feimafe 2017 www.feimafe.com.br kathy@FORGEmag.com
31 Fenaf 2017 www.fenaf.com.br
DIRETORES CORPORATIVOS NOS EUA
19, 27 Grupo Aprenda www.grupoaprenda.com.br Edição: John R. Schrei
Estratégia Corporativa: Rita M. Foumia
15 Luxor www.luxor.ind.br
Implantação de Conteúdo: Michelle Hucal
25 NEMU 2017 www.ifu.uni-stuttgart.de Criação: Michael T. Powell
Eventos: Scott Wolters
03 Presstrade www.presstrade.com Finanças: Lisa L. Paulus
Tecnologia da Informação: Scott Krywko
39 Senafor www.senafor.com
Recursos Humanos: Marlene J. Witthoft
3ª Capa Simufact Engineering www.msc.eng.br Produção: Vincent M. Miconi
Pesquisa Clear Seas: Beth A. Surowiec
2ª Capa Stratasys www.stratasys.com
As opiniões expressadas em artigos, colunas ou
41 Synergetica www.synergeticasp.com.br
pelos entrevistados são de responsabilidade
07 Tubotech 2017 www.tubotech.com.br dos autores e não refletem necessariamente a
opinião dos editores.
09 TrueForge www.trueforge.com

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 5


EDITORIAL
Dean M. Peters, Editor nos EUA

Fabricação de Peças Leves, um Favorito de Peso

U
m artigo da FIERF (Forging Industry Education “A indústria aeroespacial tem lidado com
and Research Foundation - Fundação Educacional
iniciativas de redução de peso desde
e de Pesquisa da Indústria de Forjamento) escrito
pela Profa. Dra. Mary Wells, da Universidade
o seu início e, praticamente, qualquer
de Waterloo - Ontário, Canadá, neste tema sobre o forjamento aumento na relação de resistência do
de magnésio traz para o primeiro plano os conceitos sobre a material por peso se torna um sério
produção de materiais leves.
candidato a se considerar”
O processo para se fabricar peças leves “Lighweighting” é
referente a um termo que começou na indústria automobilística - Centro para Processo de Fabricação de Peças Leves no Meio
em resposta à demanda por aumento da eficiência energética. De Automotivo). Sua missão é fornecer para a indústria automotiva
maneira geral, o processo de produção de peças leves estimulou a dados e modelos de materiais necessários para a fabricação de
pesquisa e o desenvolvimento de novos materiais e novas formas de componentes confiáveis de alumínio e de aços de alta resistência.
utilizar materiais conhecidos para reduzir o peso médio de carros Estes dados não são apenas para forjamento, mas para a aplicação
e caminhões sem comprometer a segurança, o conforto e outros geral de princípios subjacentes ao conceito de redução de peso.
pontos considerados no projeto. Mas o conceito de redução de peso Não é de se surpreender que o DOE (Department of Energy -
não é limitado a aplicações automobilísticas. A indústria aeroespacial Departamento de Energia dos Estados Unidos) também investiu pesado
tem lidado com iniciativas de redução de peso desde o seu início (sem trocadilhos) no assunto, já que o aumento da eficiência energética
e, praticamente, qualquer aumento na relação de resistência do é um de seus objetivos principais. Caso esteja se perguntando para onde
material por peso se torna um sério candidato a se considerar. esse processo está se encaminhando, tome como ponto de partida a
Uma maneira de se considerar o processo é a substituição citação abaixo, presente no website do Departamento de Energia:
de materiais. Um exemplo primário na indústria automotiva é a “Materiais avançados são essenciais para impulsionar a
redução de peso ao substituir componentes de aço por peças mais economia de combustível de modernos veículos automotivos
leves de alumínio. O plástico tem sido utilizado para substituir enquanto mantém a segurança e performance, uma vez que se
vidros pesados em algumas janelas, assim como o metal em certos gasta menos energia para acelerar um veículo leve do que um
sistemas de para-choques. Utilizar esses materiais mais leves resulta veículo pesado. Materiais leves oferecem grande potencial para
em uma melhor relação de combustível por km rodado, melhora aumentar a eficiência do veículo. Uma redução de 10% em peso
o manuseio do veículo e diminui a tensão no motor. Materiais pode resultar em uma economia de combustível em torno de
compósitos de fibra de carbono também são utilizados em 6 a 8%. Substituir componentes tradicionais de ferro fundido
aplicações automobilísticas, mas o uso mais anunciado para esses e aço por materiais leves como aços de alta resistência, ligas de
materiais é nas asas do Boeing 787 Dreamliner. magnésio, ligas de alumínio, compósitos de fibra de carbono e
Na Alemanha, companhias siderúrgicas e a Associação Alemã polímeros pode reduzir diretamente o peso do corpo do veículo e
de Forjamento realizaram uma parceria para conduzir duas fases do chassi em até 50% e, então, reduzir o consumo de combustível.
do programa denominado Iniciativa do Processo de Forjamento Se utilizados componentes leves e motores de alta eficiência
para Materiais Leves. A Fase I do programa lida com o estudo de capacitados por materiais avançados em um quarto da frota
um carro de passageiros de tamanho médio, no qual se descobriu americana, poderiam ser economizados mais de 5 bilhões de galões
que, através de um design e seleção prudente de materiais, 42 de combustível anualmente até 2030”.
kg puderam ser eliminados do trem de força e componentes do
chassi. Na Fase II, o veículo comercial foi estudado, e se descobriu
que cerca de 99 kg puderam ser eliminados de maneira similar.
Já nos Estados Unidos, o NIST (National Institute of Standards
and Technology - Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia) Dean Peters
estabeleceu seu CAL (Center for Automotive Lightweighting Editor da FORGE nos EUA

6 - Abril 2017
EDITORIAL
Udo Fiorini, Editor

A Forjaria Não Para

É
com satisfação que trazemos a primeira edição de 2017 simulação numérica, a partir da realização de ensaio de compressão em
especialmente rica em conteúdo. Seguimos, ano a ano, uma amostra padronizada através da simulação numérica pelo Método
mantendo o compromisso de publicação porta-voz da dos Elementos Finitos.
indústria de forjaria, contribuindo com material altamente qualificado Georg Obermaier, diretor da Prensas Schuler da Alemanha, escreve
que engloba de ambientes acadêmicos a industriais, além de trazer as sobre um tema muito interessante e que vem sendo discutido com ênfase
novidades do setor. nos últimos tempos: ‘Forjamento de Rodas de Alumínio para Carros e
Embora, no momento, o mercado nacional não apresente seu Caminhões’, descrevendo as possíveis oportunidades para a indústria de
melhor cenário, as inovações e pesquisas no campo de forjaria não forjamento neste processo, oferecendo produtos como rodas forjadas de
param. E isso não somente no exterior, mas no Brasil também. Prova alumínio e o uso de equipamentos modernos e eficientes.
disso é a quantidade - e qualidade - dos materiais que estamos trazendo Na parte III da série ‘Orientação do Grão em Forjados - Efeito do
durante o ano. Chamo a atenção também para os materiais exclusivos Forjamento na Orientação do Grão’, John Walters, da Scientific Forming
em nosso website. Vale a pena conferir. Technologies Corp. e Chester J. Van Tyne, da Colorado School of Mines,
Em nossas colunas, dando continuidade a 2016, trazemos o tema examinam mais detalhadamente os efeitos do forjamento no fluxo de
Lubrificantes, escrito por um especialista no assunto, Henri Strasser, grãos e os parâmetros que o afetam.
engenheiro e sócio-diretor na Strasser Consultoria de Projetos.
Além dele, outros seis profissionais de peso integram nosso staff Eventos
neste ano: Anderson Soares, da Stratasys, com o tema Indústria 4.0. Este ano destacamos três eventos na área de Forjaria. Começamos pelo
Shun Yoshida, da Hitachi High-Tech, no tema Aços para Forjamento, NEMU, New Developments in Forging Technology, que será realizado
escreveu sobre um assunto importantíssimo em tempos conturbados de 15 a 17 de Maio na cidade de Fellbach, Alemanha.
economicamente: a produtividade na indústria de forjamento. A coluna Nos dias 04, 05 e 06 de Outubro, no Hotel & Centro de Eventos
Inovação, com o tema ‘Desafios em Cenário Macroeconômico Difuso’, Continental, em Porto Alegre (RS), será realizado o 37º SENAFOR, que
não podia ser melhor escrita do que por Mauro Moraes de Souza, apresentará o tema Inovação, Produtividade e Eficiência Energética
Professor no Centro Universitário FEI. - retomada do crescimento. E falando em crescimento, o evento contará
Iris Bento da Silva, da Escola de Engenharia de São Carlos da este ano com um novo tema - Engenharia de Superfícies, que passará a
Universidade de São Paulo (USP-EESC), São Carlos (SP), apresenta ‘A ser oferecida a cada dois anos, sempre nos anos ímpares.
Aplicação de Forjamento na Atualidade’. No tema Conformação, um Em 29 e 30 de Novembro, teremos o V Seminário De Tecnologia do
expert no assunto, Lirio Schaeffer, do Laboratório de Transformação Forjamento, organizado pela nossa empresa parceira, o Grupo Aprenda.
Mecânica (LdTM) da UFRGS, fala sobre os ‘Aços Avançados de Alta O evento será realizado na Prensas Schuler, em Diadema (SP), e já conta
Resistência - AHSS’. Alisson Duarte, consultor técnico da SIXPRO com patrocínio e palestra das empresas: Prensas Schuler, Hitachi High-
Virtual&Practical Process, fala com excelência sobre a Simulação Steel e SixPro. Confira mais detalhes em https://goo.gl/flP1pO.
Computacional pelo Método dos Elementos Finitos. Um evento deste porte chegando à sua quinta edição, com aumento
E não paramos por aí. Orgulhosamente, pela primeira vez temos de participantes todos os anos, aliado à quantidade de pesquisa sendo
uma colunista mulher na revista Forge. Com muita satisfação, temos desenvolvida na área, mostra efetivamente que o setor de forjaria não
uma expert no assunto: Ana Paola Villalva Braga, pesquisadora no para. Boa leitura!
Laboratório de Processos Metalúrgicos do Centro de Tecnologia em
Metalurgia e Materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
de São Paulo (IPT), com o tema Pesquisa & Desenvolvimento, onde
escreveu sobre ‘Parcerias de Sucesso entre Indústria e Pesquisa’.
Iniciando nossa seção de artigos, em coautoria, Fábio Junkes
Corrêa e Lirio Schaeffer, ambos da UFRGS, escrevem sobre a análise do Udo Fiorini
comportamento das deformações e tensões do forjamento através da Editor da FORGE no Brasil

8 - Abril 2017
HBE PRESS EDITORIAL
Hydraulic Forging

Press Specialists
Udo Fiorini, Editor

Open Die Closed Die


• 4-Column Push-Down to 15,000 long tons 4-Column Push-Down Single or Multiple cylinder
• 2-Column Push-Down to 6,000 long tons designs to 80,000 tons including Aluminum auto,
• 4-Column Pull-Down to 18,000 long tons truck & tank wheel and gas cylinder production
• 2-Column Pull-Down to 18,000 long tons

15,000 ton 4-column push down forging a 150 ton ingot 5,000 ton 4-column push down w/top die shuttle system
Features and options include:
Single or Triple pressing Cylinder design • Pre-Stressed Columns • Top Rotating Die • Bottom Rotating Die • Moving
tables • Die Shifting tables • Die Magazines with any number of positions • top & bottom die shuttle systems • Flexibility
in major parameters such as stroke, daylight, bed size, etc. • Customer’s choice of Hydraulics and Electrical Equipment
Manufacturer • Automation includes integrated “single-mind” Coordination w/one or two Manipulators
Also Consider our 20 to 250 ton Lifting Capacity Line of Rail Bound Manipulators
Enormous capabilities, an uncompromising dedication to quality and a steadfast Warranty program all linked
together with a most reasonable pricing structure provide the customer with the very best value in new Forging
Machinery and Equipment available anywhere in the world with reasonable delivery times all from HBE PRESS!
Contact TrueForge, Exclusive Worldwide Representative, for more information about HBE PRESS

TrueForge Global Machinery Corp.


100 Merrick Rd, Suite 208E, Rockville Centre, NY 11570 USA • Tel:516-825-7040
Fax:516-825-7115 • Email:sales@trueforge.com • www.trueforge.com
Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 9

60 October 2014
EVENTOS
Maio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - São José dos
09-13 Expomafe 2017 Campos (SP) / www.sbvacuo.org.br
São Paulo Expo - Exhibition & Convention Center - São Paulo (SP)
www.expomafe.com.br 23-24 V Curso de Introdução ao Tratamento Térmico e
Metalografia
15-17 Nemu 2017 EATON - Valinhos (SP)
Schwabenlandhalle Fellbach - Alemanha www.grupoaprenda.com.br
www.ifu.uni-stuttgart.de
28-01 VIII SEMa - VIII Semana de Engenharia de Materiais
15-18 Coteq 2017 São Carlos (SP)
Windsor Oceânico - Rio de Janeiro (RJ) / www.coteq.org.br sema.materiais@gmail.com

21-24 VIII Conferência Brasileira sobre Temas de Setembro


Tratamento Térmico 12-15 Intermach
Centro de Convenções do Hotel Quatro Estações - Indaiatuba (SP) Parque da Expoville - Joinville (SC)
www.metallum.com.br/ttt2017 www.intermach.com.br

31-01 IV Curso de Manutenção e Segurança em Fornos 26-29 FENAF 2017


Industriais Expo Center Norte, Pavilhão Branco - São Paulo (SP)
EATON - Valinhos (SP) www.fenaf.com.br
www.grupoaprenda.com.br
27-28 I Seminário Engrenagens - Usinagem e Tratamento
Junho Térmico
05-06 Inside 3D Printing 2017 - Conference & Expo Hotel Golden Park - Sorocaba (SP)
Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo (SP) www.grupoaprenda.com.br
www.inside3dprintingbrasil.com.br
Outubro
20-24 Feimafe 02-06 ABM Week 2017
Expo Center Norte - São Paulo (SP) / www.feimafe.com.br Pro Magno Centro de Eventos - São Paulo (SP)
www.abmbrasil.com.br
26-29 IX COBEF
UNISOCIESC, Campus Marquês de Olinda - Joinville (SC) 03-05 Tubotech
www.eventos.abcm.org.br/cobef2017 São Paulo Expo - São Paulo (SP) / www.tubotech.com.br

Julho 04-06 37º SENAFOR


19-20 II Seminário de Aquecimento por Indução na Hotel Plaza São Rafael - Porto Alegre (RS)
Metalurgia www.senafor.com
SENAI - Osasco (SP) / www.grupoaprenda.com.br
Novembro
25-28 FIEE 29-30 V Seminário de Tecnologia do Forjamento
São Paulo Expo - São Paulo (SP) / www.fiee.com.br Prensas Schuler - Diadema (SP)
www.grupoaprenda.com.br
Agosto
21-25 Congresso Brasileiro de Aplicações de Vácuo na A S+F Editora não se responsabiliza por alterações em data, local e/ou
Indústria e na Ciência conteúdo dos eventos.

10 - Abril 2017
NOVIDADES
NEMU 2017 - 15 a 17 de Maio Grupo Aprenda lança o I Seminário Engrenagens
A NEMU, evento que aborda novos desenvolvimentos na tecnolo- - Usinagem e Tratamento Térmico
gia de forjaria, acontecerá neste ano entre os dias 15 e 17 de Maio, O Brasil dispõe de uma indústria bem consolidada no setor de
na cidade de Fellbach, Alemanha. engrenagens. Sejam de pequenas ou grandes dimensões, existem
Para esta edição, são esperados em torno de 300 engenheiros inúmeros fabricantes de engrenagens procurando atender à de-
de indústrias e institutos acadêmicos. Os presentes terão a oportu- manda do mercado.
nidade de participar de discussões sobre o atual estado da arte e as O parque nacional de fabricantes e fornecedores está conti-
tendências futuras para a tecnologia de forjaria, além de expor suas nuamente em expansão, como acontece neste momento com o
experiências particulares e pesquisas sobre o desenvolvimento das mercado de turbinas eólicas.
atividades em seus respectivos campos de atuação. Para atender a todos estes setores, tradicionais ou inovadores,
Profissionais renomados de indústrias e universidades internacio- o Grupo Aprenda está lançando o I Seminário Engrenagens –
nais apresentarão suas pesquisas. Assim, será oferecida uma combinação Usinagem e Tratamento Térmico, que será realizado nos dias 27
de estratégias e know-how técnico durante os dias da conferência. Situa- e 28 de Setembro, no Hotel Golden Park em Sorocaba (SP).
ções como os passeios e o jantar oficial proporcionarão aos participantes Serão dois dias de palestras técnicas além de uma mini feira
a oportunidade de ampliarem suas redes de contatos. com stands de expositores. O programa de palestras é bastante
Do Brasil, haverá a palestra de Fabricio Silveira (ZEN S.A.) e Lirio completo, congregando as diferentes etapas de fabricação:
Schaeffer (UFRGS), entitulada “Cold forging tool for the improvement - Seleção de Materiais;
of gear accuracy grade by different shrink fitting method”, que será reali- - Tecnologias para Corte de Dentes: Cortador Shaper (Fello-
zada no dia 17. No mesmo dia também ocorre a apresentação "Practical ws) - Fresamento, Cortador Hob (Caracol) - Fresamento e Cor-
Applications of Industry 4.0 in tador Shaver - Acabamento;
Metal Forming", de Thomas Ko- - Estrias por Rolagem: Cremalheiras (Roto-Flo);
pka, da Schwer + Kopka GmbH, - Tecnologia de Corte a Seco (Dry Cutting);
representada no Brasil pela Systek. - Tecnologias de Chanframento de Dentes em Engrenagens
Cilíndricas: Através de Recalque e através de Fresamento;
NR-12: Mudam regras de fiscalização para - Tecnologias de Acabamento para Engrenagens Cilíndricas:
máquinas Power Honing - Acabamento de Dentes, Retífica - Acabamento
Uma mudança publicada pelo Ministério do Trabalho no Diário de Dentes, Torneamento Duro - Furos e Faces e Brunimento -
Oficial da União, em Janeiro, estabelece novas regras para a fiscali- Furos e Cones;
zação NR-12. A partir da data, os auditores fiscais do trabalho con- - Softwares de Simulação e Verificação;
tinuarão a inspecionar as empresas conferindo se as especificações - Máquinas e Aparelhos de Medição de Engrenagens;
de segurança da norma estão sendo aplicadas nas máquinas e equi- - Óleos de Corte;
pamentos. No entanto, ao invés de emitir autos de infração e mul- - Tratamento Térmico: Cementação, Nitretação e Têmpera e
tas automaticamente, darão prazo para as empresas se adequarem. Revenimento.
As empresas terão ainda a possibilidade de pedir prorroga- Para mais informações e inscrições: www.grupoaprenda.
ção de prazo, caso não consigam fazer as adequações necessárias com.br ou pelo telefone (19) 3288-0437.
dentro do tempo estabelecido pela fiscalização do Ministério do
Trabalho, a menos que a situação apresente risco grave e iminente
ao trabalhador.
I Seminário Realização:

Essa mudança ficará em vigor por 36 meses. Esse é o prazo Engrenagens


em que a Comissão Nacional Tripartite Temática da NR-12 terá Usinagem e
para estudar e debater melhorias na Norma. O grupo é composto Tratamento Térmico
por representantes de trabalhadores, empregadores e do governo, Apoio:
tendo como uma das atribuições monitorar a aplicabilidade da lei. 27 e 28 de Setembro 2017 BRASIL

A NR-12 com suas mudanças pode ser acessada por meio do link: Hotel Golden Park
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR12/NR- Sorocaba (SP)
-12atualizada2015II.pdf.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 11


NOVIDADES
American Axle conclui aquisição da Metaldyne 37ª edição do Senafor trará mais uma área de
A American Axle & Manufacturing Holdings Inc., fabricante de conferência
componentes de transmissão para a indústria automotiva, anun- A 37ª edição do Senafor , que ocorrerá entre os dias 4 e 6 de
ciou, no início de Abril, que concluiu a aquisição da Metaldyne Outubro, no Hotel & Centro de Eventos Continental, em Porto
Performance Group Inc. (MPG), empresa que, entre diversas ativi- Alegre (RS), está agregando mais uma área a suas conferências - a
dades, também produz componentes de transmissão automotiva. Conferência Internacional em Engenharia de Superfícies na Con-
A transação já havia sido aprovada pelos conselhos de adminis- formação de Materiais - que passará a ser realizada bienalmente,
tração de ambas as empresas e foi recentemente aprovada também nos anos ímpares.
pelos seus acionistas. Com isso, o evento passa ter as seguintes áreas: 21ª Conferência
"Hoje é um dia histórico em que combinamos os pontos fortes Internacional de Forjamento - Brasil; 20ª Conferência Nacional de
da AAM e MPG para sermos um fornecedor automotivo com ca- Conformação de Chapas; 7ª Conferência Internacional de Con-
pacidades mais amplas em várias linhas de produtos", disse David formação de Chapas; 4º Congresso do BrDDRG; 7ª Conferência
C. Dauch, presidente e CEO da AAM. "Essa aquisição nos permi- Internacional de Materiais e Processos para Energias Renováveis;
tirá maximizar o valor dos stakeholders, criando uma empresa Conferência Internacional em Engenharia de Superfícies na Con-
maior em tamanho, em escala e em diversificação de negócios, formação de Materiais.
oferecendo soluções eficientes, poderosas e inovadoras para nossos O evento está se preparando para oferecer discussões de temas
clientes" finalizou Dauch. atuais apresentados por professores renomados em suas respectivas
áreas.Também haverá apresentação de palestras técnicas, ministra-
Quaker Chemical e Houghton International serão das pelos interessados em exibir suas pesquisas e experiências.
integradas Para mais informações, acesse: www.senafor.com
A Quaker Chemical Corporation e a Houghton International Inc.,
empresas com longa história como fornecedoras de fluidos para os Forjarias vencem prêmios da Mercedes-Benz
setores de forjaria e tratamento térmico, entre outras especialidades Em evento realizado no dia 30 de Março, em sua fábrica de São
para as indústrias mundiais de Primary Metals e Metalworking, Bernardo do Campo (SP), a Mercedes-Benz do Brasil anunciou os
anunciaram, em Abril, que acabam de assinar um acordo definitivo fornecedores vencedores do 25º Prêmio Interação e do 7º Prêmio de
para integrar as empresas. Ambas, Quaker Chemical e Houghton Responsabilidade Ambiental.
International, estão sediadas no estado da Filadélfia (EUA). O prêmio de vencedor da categoria Especial foi conquistado pela
“A integração proposta entre Quaker Chemical e Houghton Maxiforja Componentes Automotivos Ltda. Com sede em Canoas
International representa a próxima fase de nossa evolução, e perma- (RS), hoje é uma das maiores forjarias do Brasil. Fornecedora de
nece fiel à visão de crescimento em nossas especialidades essenciais”, componentes e sistemas para motores, transmissões e eixos, como
disse Michael F. Barry, Chairman e CEO da Quaker Chemical. anéis, braços, flanges e yokes, a Maxiforja foi premiada, segundo a
De acordo com os termos do acordo, os acionistas da Hou- Mercedes-Benz, especialmente pelo excelente trabalho desenvolvido.
ghton International receberão 24,5% de participação na empresa A ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo Ltda. venceu na
integrada, representando, aproximadamente, 4,3 milhões de ações categoria Excelência Operacional em Logística. Sediada em Campo
da Quaker Chemical, recentemente emitidas e US $ 172,5 milhões Limpo (SP), atua há mais de 57 anos no Brasil, tendo como espe-
em dinheiro. cialidade o desenvolvimento e a produção de diversos forjados,
A empresa terá um dos mais amplos portfólios de produtos como virabrequins, bielas,
para as indústrias de forjaria e tratamento de metais no mundo, pistões e componentes de
composto de produtos especiais que incluem fluidos de confor- suspensão e transmissão.
mação e forja, fluidos de remoção, fluidos de tratamento térmico, Para a relação com-
lubrificantes industriais e graxas, entre outros. pleta com todos os ven-
Assim, a integração das soluções de produtos e ofertas de ser- cedores, acesse: http://
viços da Quaker Chemical e da Houghton International permitirá revistaforge.com.br/
que a nova empresa busque atender melhor aos clientes das in- mercedes-benz-anuncia-
dústrias automobilística, aeroespacial, de equipamentos pesados, -vencedores-premio-
Executivos da Mercedes-Benz e da
metais, mineração, maquinário, naval, offshore e latas. -interacao/. Maxiforja

12 - Abril 2017
NOVIDADES
Schuler teve um aumento de encomendas em Kobe Steel inicia a produção de peças de titânio
2016 na Alemanha forjado para motores de avião
A Kobe Steel Ltd., fornecedora japonesa de titânio e ligas de titânio,
começou a fornecer material forjado de liga de titânio para eixos à IHI
Corp., multinacional japonesa que atua em diversos segmentos, entre
eles desenvolvimento de motores de aviões, máquinas industriais e
estruturas metálicas. O material forjado certificado pela própria IHI
será usado em motores de aviões comerciais fabricados pela General
Electric. A Kobe Steel é responsável pelo desenvolvimento do processo
para o material forjado usado nos eixos fabricados, e a sua empresa do
grupo, a Japan Aeroforge Ltd. (JForge), executa a operação de forja. A
JForge é uma joint venture da Kobe Steel, da Hitachi Metals e de várias
outras empresas, estabelecida em Janeiro de 2011. Equipada com uma

Aquisições da Schuler vêm abrindo novos mercados para a


prensa de forjamento hidráulico de 50.000 toneladas métricas, a JFor-
companhia ge fabrica grandes componentes forjados utilizados em aeronaves.
As duas subsidiárias adquiridas pela Schuler AG em 2016 -
AWEBA e Yadon - já contribuíram positivamente para o cres- Gerdau Summit inicia produção de peças
cimento e ganhos no primeiro ano. A empresa registrou forte forjadas em SP
crescimento, principalmente nas novas encomendas (+17,6%) e A Gerdau e as companhias japonesas Sumitomo Corporation e The
no backlog de pedidos (+13,5%). Japan Steel Works (JSW) realizaram, em 28 de Março, cerimônia de
Na apresentação das contas anuais da empresa em Göp- lançamento da joint venture Gerdau Summit em Pindamonhangaba
pingen, na Alemanha, o CEO Stefan Klebert afirmou: "Estamos (SP). O novo empreendimento terá capacidade produtiva de 50 mil
entrando no novo ano fiscal com uma boa perspectiva de novas toneladas por ano, voltadas para atender o setor de energia eólica e
encomendas. A propensão de nossos clientes para investir em no- as indústrias de açúcar e álcool, óleo e gás, assim como o segmento
vos equipamentos de capital aumentou, o mergulho em vendas de mineração. Já estão sendo produzidas em Pindamonhangaba
e novas encomendas do início de 2016 está agora atrás de nós. O peças forjadas para o setor de açúcar e álcool e cilindros de lamina-
ano passado também sublinhou que a nossa decisão de adquirir ção para a indústria do aço e do alumínio. No entanto, a produção
o fabricante de ferramentas alemão AWEBA e o fabricante de de peças para o setor eólico está prevista para começar no início de
impressoras chinesas Yadon estava estrategicamente correta. Am- 2018. A empresa espera crescer, até 2020, cerca de 70% a produção
bas as empresas abrem novos mercados para Schuler e estamos de peças forjadas para o setor eólico, peças fundidas e forjadas para
fazendo progressos acima da média". outros segmentos, e cilindros de laminação.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 13


PRODUTOS
Amortecedor de Baixa Frequência Prensas Hidráulicas
Vibtech Luxor
Amortecedor de baixa frequência A Luxor projeta e fabrica prensas hidráulicas para os mais varia-
Vibtech, com elevado amortecimento dos segmentos. Possui uma linha bem ampla para as mais diversas
viscoso, provido de manta de elastô- necessidades e aplicações, sempre acompanhando as novidades e
mero especial que dispensa a fixação os avanços tecnológicos nos componentes hidráulicos e elétricos.
no equipamento e no piso por pro- Utiliza válvulas hidráulicas monitoradas certificadas e sistemas
porcionar uma força de atrito sufi- com servo-motores, garantido precisão e controle. Além disso, as
ciente para estabilizar a montagem. prensas trazem outros benefícios, como economia elétrica, contro-
Com frequência natural de 3 a 4 Hz, pode ser aplicado em máquinas le absoluto de velocidade e pressão. As prensas hidráulicas podem
que trabalham com deformação ou corte de material: prensas, guilhoti- ser fabricadas em diversos tamanhos e opções de modelo e força
nas, máquinas rotativas; máquinas de laboratório: tridimensionais, ban- chegando a até 3.000 toneladas.
cadas de ensaio, rugosímetros e equipamentos sensíveis como geradores www.prensasluxor.com.br
elétricos, bombas de emergência, entre outros. www.vibtech.com.br
Lubrificantes Industriais
Software de Simulação CONDAT
Synergetica A CONDAT é uma empresa internacional de origem francesa com
O software ELTA (ELectroThermal Analysis), da Synergetica, mais de 160 anos de experiência no desenvolvimento e fabricação
permite o modelamento de processos de aquecimento por in- de lubrificantes industriais. Há 15 anos com presença no Brasil e
dução para fábrica localizada em São
as geometrias Paulo (SP), atua com lubri-
mais utilizadas ficantes para diversas áreas
através de uma da conformação mecânica.
interface bastan- Oferece uma completa
te intuitiva. Tem linha de lubrificantes/
aplicação na indústria e também na área de ensino, permitindo desmoldantes para o forja-
simulações que praticamente o equipara a um laboratório virtual mento à quente e morno de materiais ferrosos, não ferrosos e ligas
para o ensino da disciplina de tratamento térmico. especiais. Respeitando o meio ambiente e a saúde do trabalhador,
www.synergeticasp.com.br as linhas de grafitados Condaforge e de sintéticos não grafitados
Orafor oferecem excelente eficiência e economia até nos processos
Componentes Forjados para Transmissões mais exigentes.
Metalcoop www.condat.com.br
A Metalcoop produz componentes para transmissões e eixos de tração,
como pinhões, engrenagens planetárias e solares, luveiras para eixo Peças de Reposição
cardan, pinos, buchas e rolos para correntes mecânicas e outros forjados Schuler
para a indústria metalúrgica através do processo de forjamento a frio ou A Schuler oferece pronta assistência, sempre orientada a resul-
a morno. Além disso, a empresa presta serviços de corte de blanks, ser- tados, quando seu equipamento necessita de reparo. Determina
viços de usinagem e tratamento térmico de metais. Focando no objetivo quais peças de reposição são necessárias e trabalha para assegurar
de inovação e buscando diver- uma resposta rápida. Uma garantia de entrega utilizando uma lista
sificar seu portfólio, atualmente de peças previamente acordada, ou seu próprio estoque de peças
desenvolve novos itens com em consignação, assegura disponibilidade de todas as peças de re-
simetrias, materiais e processos posição e desgaste sem tempo de espera. Orientação ao cliente na
de fabricação diferenciados para seleção de peças de reposição para ajudá-lo a operar mais eficien-
atender as necessidades específicas temente. Um diferencial importante é que as peças de reposição se
de cada cliente. encontram à pronta entrega, sem tempo de espera.
www.metalcoop.ind.br www.schulergroup.com

14 - Abril 2017
PRODUTOS
Simulação de Processos em Conformação
Simufact
SERVIÇOS
Simufact Forming ajuda na simulação de qualquer tipo de processo Consultoria em Conformação de Metais
de forjamento de matriz fechada ou matriz aberta como cogging AM.METAL
e forjamento radial. Conheça as novidades do Simufact Forming A AM.METAL é uma empresa de consultoria especializada em
14 : nova visualização para pré e pós-processamento; melhoria do conformação de metais que fornece serviços com qualidade e
conceito operacional; cadeia de processos: interface para simulações tecnologia ao setor metalmecânico. A qualidade e tecnologia de
de fundição; melhorias na base de dados de materiais; novo módulo seus serviços é resultado de conhecimento e experiência em con-
soldagem por pressão; operações de rolagem incluídas no Hub de formação de metais, aliado a tecnologia dos simulares de processos
conformação; maior precisão e performance. Conheça o portfólio de conformação. Seu objetivo é possibilitar a qualquer empresa
completo no site da empresa. www.simufact.com utilizar a tecnologia da
simulação numérica no
Barras, Vergalhões e Perfis desenvolvimento de seus
GAAS Serviços e Soluções projetos sem a necessidade
Perfis em latão, barras maciças, redondas, quadradas, sextavadas, da aquisição da licença
tubos redondos e tubos sextavados, e também de acordo com de- do software de simulação.
senho e/ou especificações do cliente. Empresa brasileira com fabri- Fornece serviços de consultoria
cação de conexões de hidrômetros através do processo de forja, o assistido por simulação
que garante um melhor acabamento visual, resistência mecânica numérica para: Avaliação
e alta eficiência contra va- de Processo de Conforma-
zamento e estanqueidade. A ção e Design de Processo
GAAS Serviços e Soluções de Conformação.
atua na área de conformação www.ammetal.com.br
e usinagem de não ferrosos,

www.gaassolucoes.com.br
ligas de cobre, bronze e latão.
LUXOR - SOLUÇÕES
Prensa Servomotor 100 – 1600 TON
EM FORJAMENTO
Enomoto
Na prensa Vertical Upsetter Screw Press da Enomoto, modelo VS Células robotizadas
para a sua
100 - 1600 TON, o molde inferior, e os 2 ou 3 moldes superiores que
pressionam após deslizamento ascendente, deslocam-se automatica-

produção
mente e forjam por recalque com forças diferentes. Do primeiro ao
terceiro golpe a energia de forja e a batida do fuso alteram-se automa-
ticamente prevenindo deformações. A programação de moldes fica
clara no painel de toque (”Touch Screen - IHM”), com capacidade
de memória de mais de 200 programas diferentes. Todos os moldes
podem ser livremente corrigidos,
ressincronizados, com significativa
economia de custos de moldes. Não
necessita de qualquer dispositivo de
transferência, knockout simples de
sistema de expulsão, manutenção
barata devido ao sistemasimples de
Av. Henry Ford, 1041
acionamento servo. CEP 03109-000 - São Paulo - SP - Tel. + 55 (11) 2063-0877
www.enomt.co.jp www.prensasluxor.com.br

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 15


-SE
Interessado em novidades, IE
PRODUTOS
C
DEN A
CRE RIMA SU ASA
oportunidades e negócios? IMP IAL EM C
DEN
C
CRE

O evento referência em
máquinas-ferramenta, soldagem,
corte e conformação, controle de
qualidade, ferramentas, automação
industrial, robótica e manufatura
avançada, agora em um dos
melhores locais de São Paulo

20 a 24 de Junho de 2017
EXPO CENTER NORTE • SÃO PAULO • BRASIL

Saiba mais em: www.feimafe.com.br

Key Partner

Apoio

Montadora Oficial Cia. Aérea Oficial Organização e Promoção Realização

16 - Abril 2017
INDÚSTRIA 4.0 Anderson Soares

Indústria Brasileira Precisa Buscar Evolução 4.0

A
Internet das coisas, cloud computing, big data, cus-
“O processo de automação da Indústria
tomer experience, mobilidade e impressão 3D são
tecnologias que estão revolucionando a indústria. 4.0 já é realidade e está promovendo
Quem perder a nova onda perderá competitividade. uma nova revolução industrial nos EUA,
Isto é perceptível ao olhar o mercado mundial, no qual já se veem
na Europa e Ásia.”
indústrias com máquinas de manufatura sofisticadas, integradas
entre si, com diferentes sistemas de Tecnologia da Informação (TI) agiliza o retorno sobre o investimento.
e infraestruturas de fábricas e escritórios em diferentes países. Outro entrave à adoção massiva é o custo elevado das solu-
Essa integração permite maior produtividade, agilidade e ções, que pode ser contornado com implementações por etapas e
segurança cotidiana, além de significativa economia de tempo e de parcerias sinérgicas com fornecedores. Destaca-se ainda a falta de
recursos em todas as etapas de seus processos. Tamanha eficácia capacitação de profissionais e limitação das linhas de financiamento
operacional e estratégica possibilita o desenvolvimento, produção disponíveis, que precisam ser resolvidos com maiores investimentos
e entrega de produtos e serviços mais personalizados aos clientes, em educação, em todos os seus níveis, em especial educação técnica
uma experiência de consumo mais satisfatória e interessante. e profissional, e por medidas econômicas, que ajudem o empresaria-
O processo de automação da Indústria 4.0, associado ao do brasileiro a atravessar e superar a crise econômica atual.
potencial de inovação da manufatura aditiva (impressão 3D) e das Atualmente, no Brasil, as indústrias que mais utilizam as
novas soluções de TI, já é realidade e está promovendo uma nova tecnologias digitais e estão caminhando ao encontro do conceito
revolução industrial nos EUA, na Europa e Ásia. Mas só agora 4.0, são as indústrias de TI, produtos eletrônicos e óticos, de má-
começa a se desenhar no Brasil, que precisa competir globalmente quinas, aparelhos e materiais elétricos, petroquímicas, máquinas
e recuperar-se do atraso. Algo que só se tornará viável com o cres- e equipamentos, metalúrgicas e automotivas. Mas outros segmen-
cimento do número de indústrias que reconhecem a importância tos começam a ver na prática os efeitos das tecnologias digitais
das tecnologias digitais (4.0) para sua competitividade. para ampliar a capacidade de criação, de incremento à produção
Segundo estudo recente da CNI (Confederação Nacional da In- e de ampliação dos negócios. A tendência é que os projetos de
dústria), 58% das empresas nacionais sabem da relevância de adotar implementação cresçam, especialmente na área de impressão 3D,
as tecnologias 4.0 para diferenciar-se de seus concorrentes, e 73% cujos resultados para as áreas de marketing, engenharia, design e
delas usam ao menos uma tecnologia digital para melhorar seus produção são mensuráveis.
processos. Do total, 50% delas utilizam algumas destas tecnologias A questão é que, principalmente em momentos econômicos
para reduzir custos e ganhar produtividade; 47% para desenvolvi- críticos como o atual, os gestores precisam estar focados em inovar
mento da cadeia produtiva, e só 33% em novos produtos e negócios. e garantir competitividade. Informem-se mais sobre as tecnologias
Para se ter uma ideia, muitas empresas ainda desconhecem o po- 4.0, façam as contas e então constatarão que elas valem cada real
tencial da impressão 3D para gerar protótipos mais fidedignos e ba- de investimento.
ratos, que podem adiantar em meses a apresentação de produtos ao
mercado, ou para manufaturar ferramentas finais, que tornam mais Anderson Soares é formado em Engenharia e Gestão Estratégica de Ne-
eficazes as linha de produção e manutenção das fábricas. Ou seja, não gócios. Iniciou sua carreira na Stratasys como especialista regional para
usam uma tecnologia disruptiva por puro desconhecimento. toda a América Latina. Em Novembro de 2014, foi promovido à gerente
A indústria 4.0 só avançará no Brasil com a melhor dissemina- de Negócios de Pós-vendas para a América Latina e no início de 2016
ção dos benefícios que as tecnologias proporcionam: maior pro- passou a atuar de forma mais focada como gerente de Negócios somen-
dutividade, novos negócios, flexibilidade de criação, customização te para o mercado brasileiro. Em Dezembro de 2016 passou a exercer a
da produção e agilidade no lançamento de novos produtos. Outros função de gerente de Território da Stratasys no Brasil. Antes disso, o exe-
benefícios são acelerar a identificação de desafios e oportunidades cutivo trabalhou como gerente de Território da Onyx Graphics por dois
e reduzir gargalos dos métodos tradicionais de fabricação, tornan- anos e em funções de gerencia e especialista técnico em grades players
do mais rápido e assertivo o processo decisório e a inovação, o que do mercado como HP, Kodak e Itautec-Philco por mais de dez anos.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 17


AÇOS PARA FORJAMENTO
Shun Yoshida

Produtividade na Indústria de Forjamento

P
rodutividade é a palavra da moda Apenas a título de exemplo, con- do aço de qualidade inferior acarreta segu-
no Brasil, com todos os segmen- siderando o custo do aço ferramenta ramente maior quantidade de defeitos por
tos da economia ávidos pela sua contribuindo com algo em torno de 40% peça produzida, necessidade de redução do
evolução. Entretanto, a evolução do custo total da ferramenta e preços dos ritmo de produção, maior quantidade de
da produtividade, no sentido de melhorá-la aços ferramenta próprios para aplicação refugo, maior perda de tempo em manu-
não é algo que tem sido visto com frequência para forjamento a quente, entre R$ 18/kg tenções corretivas, gastos excedentes com
em nosso meio, particularmente nos mer- e R$ 40/kg, diferença essa explicada pela rebarbação, mais lubrificantes, em suma,
cados de ferramentas para conformação de qualidade do aço em questão, temos uma um custo muito maior se considerado o
metais, especialmente as forjarias. diferença de desembolso, por parte do todo. Tudo isso sem considerar as perdas
A Figura 1 ilustra a comparação entre forjador, que pode ser bastante apreciável de tempo com ferramentas retornando
produtividades (medidas pelo índice de em termos de valores absolutos, mas o uso para reparos emergenciais (soldas, por
evolução em termos de “produto por hora
trabalhada”) de diversos países no período Produtividade do trabalho*
(Produto por hora trabalhada)
de 2008 a 2012.
Os dados do gráfico parecem algo defa-
sados no tempo, entretanto, nada nos leva Coreia do Sul 6,7
a crer que tenha havido alguma melhora
que seja nos cinco anos posteriores. Taiwan 6,2

A Figura 1 não particulariza o segmen-


Cingapura 4,4
to industrial de forjarias, mas conside-
rando o estado financeiro das forjarias no
Estados Unidos 4,4
Brasil, com fechamento de empresas tradi-
cionais do setor e as demais sobrevivendo Japão 3,1
duramente à custa de reduções de jornada,
demissões, lay-offs e todos os demais artifí- Espanha 3,1

cios ditados pela lei da sobrevivência, leva-


Alemanha 2,9
-nos a concluir que também este segmento
contribui para piora da situação geral.
França 2,2
O sentido de produtividade, como “me-
dida da produção por unidade de recurso Austrália 1,3
consumido”, tem sido subvertido, ou no
mínimo mal interpretado, uma vez que, via Canadá 1,1

de regra, o padrão é considerar como recur-


Itália 0,8
so apenas o custo absoluto do ferramental,
sem considerar as imensas perdas que são
Brasil 0,6
acarretadas pela, por exemplo, má escolha
do aço ferramenta (ou, no mínimo, pelo
mais barato) em detrimento de variáveis *Crescimento médio por ano entre 2002 e 2012
tão ou mais importantes como qualidade
Fonte: CNI
do material produzido, quantidade de ma-
nutenções, ou a vida útil da ferramenta, em Figura 1. Comparativo da evolução anual da produtividade entre diversos países no período de
2008 a 2012, ilustrando a posição relativa do Brasil, em termos de produto por hora trabalhada.
termos de quantidade de peças produzidas. O Brasil evoluiu apenas 0,6% no período, contra 6,7% da Coreia do Sul

18 - Abril 2017
AÇOS PARA FORJAMENTO Shun Yoshida

“Produtividade, como ‘medida da dos constitui valioso “driving force” para a procura por maior vida

produção por unidade de recurso útil, consequentemente favorecendo o uso de aços de maior qua-
lidade e resultados práticos, que é a escala de produção, continua
consumido’, tem sido subvertido, ou no por aqui muito baixa (e diminuindo), representando em muitos
mínimo mal interpretado” casos um entrave. Afinal, com nossa escala de produção contada
exemplo) ocupando o valioso tempo do ferramenteiro com ativi- aos milhares, qual o sentido em usar um aço que pode levar a
dades que nem sequer deveriam ser consideradas rotineiras. ferramenta para a escalas 100 vezes maiores?
Assim, se o uso de um aço inferior acarreta ganhos para um Este é um fator que não será solucionado apenas por um “abrir
ferramenteiro, para o usuário da ferramenta essa prática leva de olhos” da indústria de forjamento no país, mas uma pequena
fatalmente a um custo maior e, consequentemente, a uma perda na contribuição, não para levarmos a ferramenta para centenas de
produtividade da cadeia produtiva como um todo. milhares, mas talvez para uma ordem de grandeza abaixo, já seria
Claro fica que não se trata neste caso de ganância do ferra- um grande ganho, contribuindo para reduções importantes de
menteiro, ou falhas morais deste que é, de fato e de direito, um dos custos (desta vez considerado o todo), e consequentemente, para o
heroicos pilares da indústria brasileira, mas sim uma contingência tão almejado aumento da produtividade.
de mercado, que faz com que o único critério real seja o já citado Passos gigantescos são, em geral, caminho para “tombos
custo absoluto. Em outras palavras, desde que se gaste o mínimo gigantescos”. Um pequeno passo a cada vez é caminho lógico e
possível com a ferramenta, ficamos todos satisfeitos. Será? seguro para atingirmos essa meta, que deveria ser de todos:
Igualmente, claro fica que a busca pela redução de custo deve aumentarmos nossa produtividade.
ser objetivo de todos, e realce-se a palavra “todos” - o custo da
ferramenta deveria ser visto no seu todo, considerando todos os Shun Yoshida é Engenheiro Metalurgista pela Escola Politécnica da USP,
fatores que posteriormente, em produção, serão prejudicados por responsável pelo desenvolvimento de tratamentos térmicos na Hitachi
uma escolha “barata” no início. High-Tech, com mais de 25 anos de atuação no mercado de tratamentos
Infelizmente, um fator que em outros países mais desenvolvi- térmicos, particularmente ferramentas e processos em fornos a vácuo.

V Seminário de Tecnologia
do Forjamento
Coordenador:
Dr.-Ing Mauro Moraes de Souza (Centro Universitário FEI)
29 e 30 de Novembro de 2017 Prensas Schuler - Diadema (SP)

Para mais informações e inscrições:


PARTICIPE! contato@grupoaprenda.com.br

Realização: Apoio: Patrocínio Ouro: Patrocínio Prata:


BRASIL

WWW.GRUPOAPRENDA.COM.BR (19) 3288-0437

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 19


INOVAÇÃO
Mauro Moraes de Souza

Desafios em Cenário Macroeconômico Difuso

O
Brasil é um celeiro de contradições, porém não propicia um salto tecnológico para níveis superiores na maratona
tiramos todo proveito de tal ambiente para a con- competitiva. Empresas inovadoras mundiais já incorporaram a
quista de nossa posição no mundo. Com certeza, as “falta de lógica” como nova forma de pensamento estratégico
organizações brasileiras poderão se beneficiar e asse- antecipando-se aos seus competidores.
gurar o seu futuro por mudança dos seus padrões de pensamento,
substituindo a abordagem do sucesso por inovações espontâneas “O caminho da inovação leva à
ou acidentais pela lógica da “falta de lógica”; um modelo de pensa- sobrevivência de longo prazo, porém a
mento ideal quando se deseja inovar num ambiente difuso. natureza deste conceito impõe desafios
Vivemos a era da inovação. Forças são arregimentadas visando a todos”
um mundo de ventura social, tecnológica e econômica, apro-
veitamento inteligente dos recursos naturais e entrega de novos Como afirma o Prof. Dr. Gunther Herr: “Uma contradição é
valores com alto grau de aproveitamento para a sociedade. Ainda uma situação de desespero que nos dias atuais buscamos resolver a
que a ciência venha trazendo contribuições inestimáveis para os partir de pensamento mecanicista por meio de compromissos”[2 ].
modelos de gestão da inovação, observa-se no campo da aplicação A fuga do conflito pelo compromisso limita o processo criativo
a dificuldade das organizações para internalizar tal conceito no seu e afasta as organizações do seu sucesso de longo prazo.
ambiente de trabalho. Para o Prof. Dr. Gunther Herr, “a inovação refere-se a uma
É consenso que o caminho da inovação leva à sobrevivência solução de desafios contraditórios, que é resolvida a partir de uma
de longo prazo, porém a natureza abstrata deste conceito impõe situação difusa e, em seguida, é aplicada com êxito na prática[3]. ”
desafios a todos. Inúmeras organizações adotam sistemáticas de Vejamos como aplicar tais conceitos nos desafios do cenário atual
gestão da inovação sem sucesso face à concorrência. Conseguiremos brasileiro e tomemos como exemplo responder à seguinte pergunta:
gerenciar ideias e resultados disruptivos, ou permaneceremos muito Quais desafios deverão ser vencidos por parte das empresas do setor
próximos do comum? Inovar significa otimizar ou expandir as automotivo quando da retomada do crescimento?
fronteiras do negócio? Sessões de “brainstorming” buscam preen-
cher os funis de inovação com o máximo de ideias possíveis. Esta Confira a segunda parte com a opinião de especialistas e as referências,
prática tem limitações quando a busca é de caminhos inovadores exclusiva em nosso site, no link: http://revistaforge.com.br/desafios-
que tragam resultados financeiros confiáveis. -em-cenário-macroeconômico-difuso/.
Observa-se uma lacuna estratégica, somente vencida quando
se toma por base o uso de padrões de pensamento diferenciados na Mauro Moraes de Souza é Engenheiro Metalúrgico e Mestre em Ciências em
superação de contradições. Ciências dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia, RJ, Brasil; com
Segundo o Prof. Dr. Herbert Pietschmann, nossa forma de Doutorado em Conformação Mecânica pela Rheinisch-Westfälisch Tech-
pensar na busca e solução de problemas ainda segue padrões de nische Hochschule Aachen, Alemanha. Possui MBA com menção honrosa
pensamento mecanicistas baseados na lógica aristotélica de busca do College of Business da Ohio University, Estados Unidos; MBA Executivo
de soluções livres de contradições . Este conceito é expandido
[1]
em Gestão Empresarial pela FGV, SP, Brasil; Especialização em Mecânica
pelo Prof. Dr. Gunther Herr quando propõe que o processo de Automobilística pela FEI, SP, Brasil; Especialização em Inovação Estratégica
inovação nas organizações se dê em três momentos caracterizados pela WOIS Innovation School, Coburg, Alemanha e Especialização em
pela definição dos padrões de pensamento do ambiente de negó- Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica pela UNICAMP, SP, Brasil. Atuou
cios que definem a atual falta de competitividade, a expansão da 25 anos no setor de autopeças brasileiro ocupando posições de Diretor e
sua fronteira de atuação com a formulação de contradições chave; Engenheiro-Chefe de Engenharia e de Pesquisa e Desenvolvimento. É o atu-
novas abordagens e questionamentos ilógicos que levem a desafios al Diretor da Seção Regional Campinas da SAE Brasil, membro da Comissão
paradoxais limitadores da capacidade de inovação, e a solução do de Transmissões da SAE Brasil e membro do Comitê Técnico do Congresso
paradoxo ou contradição . [2]
SAE Brasil. É Professor no Centro Universitário FEI para a área de Engenharia
A adoção destes três momentos leva a soluções inovadoras e Mecânica. E-mail: masouza@fei.edu.br.

20 - Abril 2017
APLICAÇÕES DO FORJAMENTO Iris Bento da Silva

A Aplicação de Forjamento na Atualidade

O “ O mercado das forjarias continua em


s processos de fabricação, em geral, se subdividem em
tensão ou temperatura. Os processos que têm tem-
peratura acima da fusão são chamados de fundição ascensão. Além do aço, pode-se forjar
ou soldagem; um processo de temperatura abaixo da
fusão, como exemplo, é o de sinterização. Os processos que possuem titânio, alumínio, dentre outros”
tensão acima da ruptura são chamados de usinagem, resultam “ca-
vaco”; os processos que estão abaixo da tensão de ruptura, passam fundição recebe o metal no estado de fusão, através do vazamento
pela região elástica e plástica, são chamados conformação e possuem em um molde, encerrando-se com a solidificação. No forjamento,
uma participação de 80% dos processos de fabricação, tais como: a primeira maneira é a partir de um lingote de grandes dimen-
laminação, trefilação, extrusão, estampagem e forjamento. sões forjado em prensa em matriz aberta. O segundo caminho, o
O processo de forjamento é realizado nas temperaturas a forjamento em matriz fechada com rebarba procede de um tarugo
quente, a frio e a morno. O forjamento a quente pode ser aplicado redondo ou quadrado, com peso leve, podendo-se forjar no siste-
em diferentes materiais. No caso do aço, atinge temperatura de ma flashless, com ângulo de saída até trinta minutos. A escolha da
1250°C, abaixo da temperatura de fusão, ainda no estado sólido. peça depende da engenharia do produto ao determinar a resistên-
Nesta temperatura ocorre restauração dos grãos permitindo maior cia mecânica.
deformação. O forjamento a frio utiliza temperatura abaixo da Se ocorrer defeito no forjamento, pode ser proveniente da
recristalização, que é aproximadamente metade da temperatura aciaria, tais como segregação e inclusão ocasionando trincas
de fusão; nesse processo ocorre encruamento dificultando a sua internas que podem levar à quebra da peça. O superaquecimento
deformação; muitas vezes exigindo a aplicação de um recozimento no forjamento a quente pode apresentar estrutura dendrítica, que
intermediário. O forjamento a morno é realizado na temperatura também proporciona quebra, apresentando dobras em função do
de recristalização, ou seja, no aço, aproximadamente a 750/800°C. fluxo de forjamento. No forjamento a frio pode apresentar defeito
Os forjados atingem formas tão complexas quanto os fundidos chamado chevron.
com maior resistência mecânica. O forjamento a frio consegue O mercado das forjarias continua em ascensão. Os forjados
maior resistência mecânica em virtude do encruamento quando podem ser aplicados na indústria automotiva, aeroespacial,
comparado com o forjamento a quente que, por sua vez, através agrícola, eletrodoméstico, petrolífera, elétrica de alta tensão,
das suas linhas de fluxo que acompanham a geometria externa da produtos médicos. Um carro possui mais de dez mil peças, mas
peça, é mais resistente que um laminado ou fundido. A limitação uma grande parte delas é forjada a partir de aço carbono ou de
ao forjamento a frio está em materiais cujo carbono equivalente suas ligas, tais como eixos de transmissões, engrenagens, virabre-
esteja por volta de 0,5. As deformações na extrusão a frio devem quins, entre outras. Já as aeronaves, com mais de dois milhões de
seguir aproximadamente uma redução de 25% em cada estágio, peças, têm como aplicação a relação alta resistência à ruptura
e a sua deformação total deve ser abaixo de 75%, caso contrário associada ao baixo peso. Nesta indústria, além do aço, pode-se
deverá ser submetido ao recozimento. forjar titânio, alumínio, dentre outros.
Os forjados possuem três formas de geometria: A) quando a re-
lação do comprimento/diâmetro é menor do que um, são chamados Iris Bento da Silva é engenheiro mecânico pela USP, mestre e doutor em
flanges, discos, engrenagens; B) quando a relação do comprimento/ engenharia mecânica e pós-doutor pela UNICAMP. Trabalhou por mais de
diâmetro é bem maior do que um ou maior do que três, são chama- 30 anos como executivo em empresas de autopeças. Foi diretor técnico
dos eixos, pinos, parafusos; C) quando o formato do forjado é do do SINDIFORJA por mais de 15 anos. Também foi professor da Faculdade
tipo “paralelepípedo”, são chamados de não revolução. As geome- de Engenharia Mecânica da UNICAMP. Atualmente, é membro da ABQ –
trias A e B são mais aplicadas no forjamento em prensa e recalcado- Academia Brasileira de Qualidade e professor em engenharia mecânica,
ra (upsetter); as peças com geometria c concorrem com o processo graduação e pós-graduação, na Escola de Engenharia de São Carlos da
de fundição. Por serem mais complexas, são forjadas em martelo. Universidade de São Paulo (USP-EESC), São Carlos (SP), Brasil. Atua na área de
Como escolher o melhor processo: forjamento ou fundição. A Manufatura, Conformação dos Metais, Lean Six Sigma, Qualidade.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 21


CONFORMAÇÃO
Lirio Schaeffer

Aços Avançados de Alta Resistência - AHSS

N
os últimos anos tem de aços. Na parte esquerda do mapa ordem de 35 a 50%.
aumentado a utilização dos observa-se os aços laminados comuns e À medida que se caminha em direção
chamados aços avançados os aços interstitial-free (IF), ou seja, aços ao lado direito do gráfico, surgem os
de alta resistência (Advan- que não possuem em suas composições genericamente chamados aços de alta
ced High Strength Steels - AHSS). Esse tipo elementos intersticiais como carbono, resistência com tensão de escoamento da
de aço combina alta resistência mecânica nitrogênio e oxigênio. Também nessa faixa ordem de 200 a 550 MPa e alongamento da
com boa ductilidade e, até o momento, sua estão os aços IFP (intersticial-free com ordem 10 a 25%. Nessa faixa encontraram-
aplicação tem estado restrita à fabricação de fósforo) e BH (bake-hardenable). Nos aços -se os aços de baixa liga e alta resistência
produtos para a indústria automobilística. HB, que possuem baixíssimo teor de car- (High-Strength, Low Alloy - HSLA), os
A alta resistência desses materiais bono (< 30 ppm), o fenômeno conhecido aços C-Mn (carbono-manganês), e alguns
permite que sejam utilizados componentes como envelhecimento por deformação é aços Dual Phase (DP), Complex Phase
mais leves, o que implica na redução do utilizado para aumentar a resistência do (CP), Ferrítico-Bainíticos (FP) e TRIP
consumo de combustíveis e a consequente material através da realização de uma etapa (Transformation-Induced Plasticity).
redução da emissão de gases que contri- de conformação a frio, seguida de um tra- De uma forma geral, considera-se que
buem para o agravamento do efeito estufa. tamento de envelhecimento a 150-200°C. os aços de alta resistência são “avançados”
Mas, o que é exatamente um AHSS? O que Esses aços têm a tensão de escoamento na (AHSS) quando a tensão máxima de tração
faz um AHSS diferente dos aços conven- ordem 100 a 200 MPa e alongamento da é maior que 550 MPa. Nessa faixa encon-
cionais laminados e dos aços de alta resis-
tência? O que torna esses aços assim tão
“avançados”? Como eles são fabricados?[1] Aços de baixa Aços de alta Aços avançados de alta
resistência resistência e ultra alta resistência
Inicialmente, considere a questão
do desenvolvimento dos AHSS. Os aços
70
de alta resistência foram desenvolvidos
nas décadas de 1960 e 1970 basicamente 60

pela adição de elementos de liga aos aços 50


Alongamento (%)

convencionais laminados para o aumen-


40
to da resistência mecânica dos mesmos.
Um pouco mais tarde, os AHSS foram 30
desenvolvidos combinando basicamente
20
a composição química dos aços de alta
resistência com tratamentos termomecâni- 10

cos complexos, onde o material é subme- 0


tido a ciclos de aquecimento, manutenção, 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

conformação mecânica e resfriamento Tensão de escoamento (MPa)

visando atingir uma microestrutura que


confira-lhes alta resistência mecânica
Aços interstisial free Aços DP, CP, FB
combinada com alta conformabilidade. Aços laminados comuns Aços TRIP
Mas o que pode ser considerada uma Aços interstisial free com fósforo Aços TWIP
Aços bake-hardenable
combinação adequada de alta resistência e Aços inoxidáveis austenítico
Aços carbono-manganês
Terceira geração dos aços
alta ductilidade? Aços de alta resistência e baixa liga avançados de alta resistência
A Figura 1 mostra o conhecido “mapa”
ductilidade x resistência para várias classes Figura 1. Mapa alongamento x tensão de escoamento para diferentes classes de aços

22 - Abril 2017
CONFORMAÇÃO Lirio Schaeffer

“Considera-se que os aços de alta Apesar de sua excelente combinação de resistência e ducti-

resistência são ‘avança­dos’ (AHSS) lidade, os aços TWIP ainda apresentam um custo relativamente

quando a tensão máxima de tração é elevado, devido ao alto teor de manganês, e um sistema complexo
de fabricação[3].
maior que 550 MPa.” Atualmente, encontra-se em desenvolvimento a terceira
tram-se muitos aços DP, CP, FP e TRIP, mas principalmente os geração dos aços avançados de alta resistência. A pesquisa
aços martensíticos e os aços baixo carbono ao boro, considerados direcionada para esse fim, tem o objetivo de preencher a lacuna
a segunda geração dos AHSS, com tensão máxima de tração de até existente entre os aços AHSS convencionais (1ª geração) e os aços
1.000 MPa. Apesar da elevada resistência ao escoamento, esses aços TWIP (2ª geração), buscando sempre excelente ductilidade com
possuem uma baixa ductilidade (cerca de 10% de alongamento). alta resistência mecânica[2].
Isto dificulta a utilização dos mesmos pois exige técnicas especiais
de conformação, como, por exemplo, a estampagem a quente. Lirio Schaeffer é Prof. Dr. -Ing. Coordenador do Laboratório de Transfor-
Quando a tensão de escoamento ultrapassa os 1.000 MPa, mação Mecânica (LdTM), Departamento de Metalurgia, PPGEM, UFRGS,
costuma-se utilizar o termo aços de ultra alta resistência (ultra Porto Alegre (RS), schaefer@ufrgs.br.
high strength steel - UHSS). Atualmente existem aços martensíti-
cos e nanoestruturados que podem atingir tensões de escoamento Co-autor Alberto Moreira Guerreiro Brito é engenheiro metalúrgico,
de até 1.500 MPa .
[2]
doutor em engenharia, pesquisador do Laboratório de Transformação
Todos esses aços são considerados a primeira geração dos AHSS. Mecânica da UFRGS, tendo participado e coordenado projetos na área
Na parte superior da figura, à direita, tem-se os aços TWIP de conformação mecânica de aços e ligas leves de uso aeronáutico.
(twinning-induced plasticity - plasticidade induzida por ma- E-mail: brito@ufrgs.br.
clação), considerados a segunda geração dos AHSS. Esses aços
apresentam uma tensão de escoamento entre 900 e 1300 MPa e um Referências Bibliográficas
alongamento entre 45 e 65%. Quimicamente esses aços se caracte- [1] http://www.worktruckonline.com/channel/truck-suppliers/article/
rizam pelo alto teor de manganês (15 a 30%), teores de alumínio e story/2012/09/steel-yourself-for-the-future-of-truck-bodies.aspx (con-
silício entre 2 e 4% e extra baixo teor de carbono (< 0,08%). sulta em 08/03/2017);
Essa combinação de elementos produz um aço com estrutura [2] Carrie M. Tamarelli, C. M. AHSS 101 - The evolving use of advanced high-
exclusivamente austenítica, estável a temperatura ambiente, a qual -strength steels for automotive applications. Steel Market Development
deforma-se basicamente por maclação, explicando a excepcio- Institute, Southfield, 2011;
nal dutilidade do material. A deformação por maclação também [3] Gorni, A. A. Aços avançados de alta resistência: microestrutura e pro-
encurta os deslocamento máximos possíveis para as discordâncias, priedades mecânicas. Corte e Conformação, V. 12, n.44, dezembro, 2008,
o que leva ao aumento da resistência mecânica. pp. 26-57.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 23


PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
Ana Paola Villalva Braga

Parcerias de Sucesso entre Indústria e Pesquisa

C
omeço minha primeira coluna nesta revista fazendo
uma apresentação minha e do tema que me propus a Sendo o IPT um instituto variado nas capacidades e nos
desenvolver. Trabalho com pesquisa desde o final da clientes, tive a oportunidade de trabalhar e conhecer algumas de-
faculdade. Sinto-me tão envolvida pelo assunto que é mandas de empresas que procuram fazer pesquisa para melhorar
um exercício interessante tentar olhar como se parece pelo lado de seus produtos ou processos. Em meio a alguns casos de sucesso
fora. A visão que as outras pessoas têm do P&D, das universidades e incontestável, como posso citar a parceria do Centro de Tecnologia
dos institutos de pesquisa às vezes é bem distante daquela de quem em Metalurgia e Materiais com a CBMM, com a Gerdau e com a
está do lado de cá. É como olhar para uma foto sua feita por um Petrobrás, as expectativas de um novo cliente quando chega aqui
fotógrafo desconhecido, de um ângulo que pode não ser aquele que são sempre grandes, mas às vezes grandes demais.
você sempre achou o mais fotogênico.
O que pretendo fazer, então, é despertar interesse pelo ambiente Encontrar o Material Perfeito
em que eu vivo e vivencio diariamente a quem às vezes o conhece Não dá para fazer magia com escolha de uma liga para trabalho.
através de um retrato mal feito. Quando se deseja uma lista de propriedades físicas, mecânicas,
Meu nome é Ana Paola Villalva Braga, sou engenheira de térmicas, elétricas, magnéticas, etc. com restrições de fornecedores,
materiais, mestre e doutoranda em Engenharia Metalúrgica e de de custo e de processo, não se tira da cartola a composição química
Materiais pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. ideal para a sua necessidade.
Atuo como pesquisadora assistente no Laboratório de Pro- O conhecimento da Ciência sobre os elementos de liga, intera-
cessos Metalúrgicos do Centro de Tecnologia em Metalurgia e ção entre eles, etapas de transformação de fase, propriedades etc.,
Materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São ainda é muito incipiente para alguns materiais.
Paulo (IPT). Meu ramo de especialização é conformação mecânica O pesquisador pode te ajudar a testar e escolher uma ou uma
de metais e mecanismos de desgaste de ferramentas de conforma- série de ligas que poderiam ser escolhidas e/ou desenvolvidas para
ção a quente. Além dessa área, o CTMM (Companhia Brasileira de a sua necessidade, mas isso leva tempo e necessita de uma série de
Metalurgia e Mineração) trabalha ainda com consultoria, ensaios testes. É preciso muita dedicação de quem faz e paciência de quem
e análises em siderurgia, refino, fundição, metalurgia do pó, trata- aguarda o resultado.
mento de minérios, corrosão e proteção.
Em minha atuação profissional, desde fevereiro de 2008, tenho Otimizar o Processo
participado de projetos de desenvolvimento de processos e produ- Ninguém conhece tanto do seu processo como você. Você partici-
tos de materiais ferrosos e não-ferrosos, aplicados em atividades pou da compra dos equipamentos, do setup, da contratação e do
de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e prestação de treinamento da sua equipe, da contratação de fornecedores e da
serviços à indústria nas áreas de caracterização e análise de falhas e venda e suporte aos seus clientes. Se a orquestra está desafinada,
desgaste, conformação mecânica, ferramentas, tratamentos térmi- dificilmente um terceiro conseguirá afinar o seu piano sem que
cos, fundição, metalurgia
O IPT é um do póinstitutos
dos maiores e elaboração de ligas. do Brasil e
de pesquisas toda essa curva de aprendizado aconteça primeiro. O pesquisador
conta com laboratórios capacitados e equipe de pesquisadores pode ajudar com base na literatura, nas boas práticas industriais
ou na experiência pessoal. Mas, ainda assim, deverá haver um
e técnicos altamente qualificados, atuando basicamente em
intenso trabalho de gestão dentro da sua empresa para que as solu-
quatro grandes áreas - inovação, pesquisa & desenvolvimento;
ções indicadas sejam bem executadas e deem resultado.
serviços tecnológicos; desenvolvimento & apoio metrológico,
e informação & educação em tecnologia. Por meio de doze
Bater o Martelo
centros tecnológicos, atua de forma multidisciplinar, contem-
Escolher entre dois fornecedores? Entre 2 aços? Entre 2 tratamen-
plando os mais diversos segmentos como energia, transportes,
tos térmicos? Duas rotas de produção? 2 mercados? Um instituto
petróleo & gás, meio ambiente, construção civil, cidades, saúde
imparcial dificilmente fará essas escolhas para a sua empresa. Serão
e segurança. Conheça o site: www.ipt.br. feitas as análises cabíveis e necessárias para a comparação, mas

24 - Abril 2017
PESQUISA & DESENVOLVIMENTO Ana Paola Villalva Braga

quem irá “bater o martelo” será a sua equipe. É importante que Faço o convite à comunidade acadêmica e aos demais insti-
quem receba os resultados tenha capacidade de decisão dentro da tutos de pesquisa brasileiros para que me mandem seus casos de
empresa, pois as consequências dela também serão suas. sucesso, suas histórias de parceria com indústria, suas modalidades
de fomento à pesquisa disponíveis. Convido também ao empresá-
Vantagens Financeiras rio e ao colaborador de empresas que têm histórico positivo com
Sejamos realistas. Quanto custaria, dentro da sua empresa, deslocar esse tipo de projeto, para contar sua história neste canal.
4 ou 5 especialistas, 3 máquinas e 1 laboratório para dedicar 100% Juntos vamos tentar mudar a visão do empreendedor brasileiro
do tempo, durante 2 anos, a resolver um problema específico com desse ramo nada fácil que é o forjamento, e mostrar que dá para
expectativa de sucesso discutível? O instituto de pesquisa tem a equi- investir em pesquisa e que os resultados podem valer muito a pena.
pe, os equipamentos e o laboratório para oferecer, mas obviamente Vamos contornar a crise e sair ganhando!
os custos serão equivalentes. É claro que é complicado abraçar esse
risco, pois e se não der certo? E se der certo, a vantagem fica com Ana Paola Villalva Braga é engenheira de materiais, mestre e doutoranda em
quem? Para isso, existem as inúmeras formas de fomento e incenti- engenharia metalúrgica e de materiais pela Escola Politécnica da Universi-
vos fiscais disponíveis para as empresas, institutos e universidades. dade de São Paulo, especializada em conformação mecânica de metais e
Saber como financiar a sua pesquisa e como discutir propriedade mecanismos de desgaste de ferramentas de conformação a quente. Atua
intelectual é fundamental para decidir um bom escopo de projeto. como pesquisadora no Laboratório de Processos Metalúrgicos do Centro de
Tecnologia em Metalurgia e Materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Conclusão do Estado de São Paulo (IPT). Em sua atuação profissional, tem prestado
O que eu espero, ao longo das próximas edições, é mostrar o mun- serviços de desenvolvimento de processos e produtos de materiais ferrosos
do real das parcerias entre indústria e a pesquisa. O que foi feito, e não-ferrosos, aplicados em atividades de pesquisa, desenvolvimento e
quais eram as ideias no começo, que tipos de problemas foram inovação e prestação de serviços à indústria nas áreas de caracterização e
enfrentados, de onde veio e para onde foi o dinheiro investido, análise de falhas e desgaste, conformação mecânica, ferramentas, tratamen-
quem se beneficiou com as novidades etc. tos térmicos, fundição, metalurgia do pó e elaboração de ligas.

Conferência Internacional
Novos desenvolvimentos na Tecnologia de Forjaria

A conferência internacional “Novos Desenvolvimentos na Tecnologia de Forjaria” (New Developments in Forging


Technology) está sendo organizado pela Forschungsgesellschaft Umformtechnik mbH Stuttgart (FGU). Cerca de
300 engenheiros de companhias e universidades são esperados no evento.

Durante os dois dias de evento, os participantes terão a oportunidade de se juntar a debates que discutirão a for-
jaria em seu estado de arte e as tendências futuras na conformação de metal e seu impacto nas futuras atividades
de pesquisas e desenvolvimento. Experts com experiência internacional de universidades e da indústria apresen-
tarão pesquisas, tudo para proporcionar um ambiente com a mistura adequada de know-how técnico e teórico.

Nos tours guiados às companhias, no jantar da conferência e em outros eventos, você terá a oportunidade de
rever velhos e bons amigos e também de fazer novos. Nós estamos ansiosos para lhe conhecer, assim como
seus colegas e amigos em Fellbach. As apresentações serão em inglês ou alemão com traduções simultâneas.
Os procedimentos para a conferência também estão publicados em inglês e alemão.

- Aberturas estratégicas de forjarias internacionais


- Simulação de processos de fabricação
- Novos aços para futuros produtos forjados
- Materiais e fabricação de matrizes
- Internet of Things (IOT) nas tecnologias de forjamento
- Jovens empresários

Não perca a oportunidade de visitar forjadores locais!

15 a 17 de Maio de 2017, Schwabenlandhalle Fellbach, Alemanaha


Cadastro e mais informações: www.ifu.uni-stuttgart.de

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 25


SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Alisson Duarte

Elementos Finitos, Como Assim?

H
oje é difícil encontrar algum profissional da área de pontos na Figura 1 B) e, finalmente, representada apenas pelos pontos
processos metalúrgicos de fabricação que desconheça na Figura 1 C). Esses pontos são também chamados de “nós”. Na
o termo “Elementos Finitos”. Basta alguém dizer algo realidade, quanto mais nós forem utilizados, melhor será a representa-
como “esse processo foi simulado pelo Método dos ção da geometria. A Figura 2 exemplifica muito bem como um maior
Elementos Finitos” para que ele seja imediatamente compreendido. Mas número de nós pode ajudar na precisão da representação geométrica,
será mesmo? Será que quem escuta dizer esse termo realmente compre- sendo que a Figura 2 C) exibe uma maior quantidade de nós e uma
ende do que se trata, ou apenas entende que por “mágica computacio- geometria mais próxima da realidade.
nal” é possível prever se uma determinada operação é viável ou não? Uma vez definidos os nós, é possível fazer uma ligação entre
Enfim, qual seria então a proposta do MEF, o Método dos Ele- ambos formando figuras menores e simples. Essas figuras juntas são
mentos Finitos? Basicamente, entende-se que é muito mais simples denominadas “elementos”, dispostas em uma quantidade defini-
calcular esforços e repostas em geometrias básicas, como um quadra- da (finita) e representando uma peça qualquer. Todos esses nós
do ou um triângulo, para modelos bidimensionais (2D), ou um cubo e elementos juntos formam o que pode ser chamado de “malha”.
ou tetraedro, para modelos tridimensionais (3D), do que em geo- Portanto, o software calcula esforços e respostas em cada elemen-
metrias grandes e complexas, como uma biela forjada, por exemplo. to, interligando todos eles matricialmente, resolvendo através de
Construindo uma linha de raciocínio que nos permita compreender formulações diretas ou não, sendo capaz de fornecer resultados para
a aplicação do método, é possível aceitar que uma geometria, seja ela uma determinada peça como um todo. As malhas podem ser gros-
bidimensional ou tridimensional, possa ser representada por pontos. seiras, poucos nós e elementos, como na Figura 3 A), ou refinadas,
Isso mesmo. Vários pontos distribuídos em um espaço e que, em con- muitos nós e elementos como mostra a Figura 3 B).
junto, representam a área ou o volume da geometria de um tarugo, Ainda, uma malha pode ter uma densidade variável, conforme
por exemplo. A Figura 1 ajuda a entender essa linha de raciocínio. A mostrado na Figura 3 C), visando melhor representar resultados em
Figura 1 A) mostra uma geometria qualquer, sendo preenchida por regiões mais complexas. Enfim, quanto mais refinada uma malha,

A) B) C)

Figura 1. A) Geometria bidimensional B) definida e C) representada por pontos/nós (Duarte et. al,“Aspectos de Influência na Simulação
Computacional da Conformação Mecânica baseada no Método dos Elementos Finitos”, 36º SENAFOR, 2016)

A) B) C)
Figura 2. Influência da quantidade de nós: A) geometria completa mostrando B) o detalhe do seu contorno; e uma C) representação com maior
quantidade de nós (Duarte et. al,“Aspectos de Influência na Simulação Computacional da Conformação Mecânica baseada no Método dos
Elementos Finitos”, 36º SENAFOR, 2016)

26 - Abril 2017
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL Alisson Duarte

Tarugo sendo
recalcado
Elemento

A) B)
Eventos Técnicos
nas áreas de
Metalurgia
C) e Processos
Figura 3. Representação virtual de um tarugo cilíndrico, a ser recalcado, através de uma malha:
A) discretização com poucos elementos e B) com muitos elementos; C) discretização de peça em
Térmicos
etapa intermediária de forjamento com densidade de elementos variável para diferentes regiões
da peça (Duarte et. al,“Utilização de Dados sobre Materiais em Simulações Computacionais de
Conformação Mecânica”,35º SENAFOR, 2015)

Plano de simetria

Plano de simetria

» Seminários, Cursos
e Treinamentos
Pontos de medição
do perfil
» Cursos Internos
no Grupo Aprenda
Figura 4. Parte de uma engrenagem obtida via simulação visando a medição do seu perfil » Eventos no formato
geométrico (Duarte et. al,“Investigação da Influência do Material na Precisão Geométrica de
Engrenagens Forjadas a Frio”,35º SENAFOR, 2015)
In-Company
mais precisos e realísticos são os resultados
obtidos. Entretanto, maiores refinamentos Alisson Duarte é consultor técnico da SIXPRO
Confira as turmas abertas!
implicam em maiores quantidades de Virtual&Practical Process Ltda., empresa espe- www.grupoaprenda.com.br
cálculos e tempos mais longos de simulação cializada em simulação computacional. Profes-
computacional. De maneira similar, a Figura sor adjunto do Departamento de Engenharia
4 exemplifica o uso de elementos tridimen- de Materiais da UFMG e professor adjunto do
sionais para a representação de parte de uma Departamento de Engenharia Metalúrgica contato@grupoaprenda.com.br
engrenagem, refinando a sua malha na região da PUC Minas. Ele pode ser contatado em:
(19) 3288-0437
de interesse. alisson@sixpro.pro. Site: www.sixpro.pro.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 27


LUBRIFICANTES
Henri Strasser

Lubrificante de Matriz VII: O Retorno às Origens

N
a primeira coluna desta série, dissemos que a to superficial das peças forjadas.
origem do lubrificante de matrizes está na inven- Em diversos processos de forjamento a quente e em prensas
ção do DAG (Defloculated Acheson Graphite) automáticas de alta velocidade tais como: soquetes de ferramentas
por Edward Goodrich Acheson, há mais de 100 manuais, ponteiras em geral, peças de transmissão de motos.
anos quando Thomas Edison encomendou uma solução para a
trefilação do tungstênio do filamento da lâmpada incandescente Forjamento a Morno
que estava inventando. Sabendo da extrema severidade do proces- Para redução da carepa, foi desenvolvido o forjamento a morno
so, Acheson escolheu fazer uma grafitização completa de carvão com temperaturas do billet abaixo de 900°C. Nesta temperatura a
vegetal e obteve um grafite sintético de altíssima pureza numa tendência de oxidação do aço aquecido é bastante reduzido, possi-
granulometria ao redor de 1µm. bilitando peças forjadas com menor sobre-metal e necessidade de
Não há registros de onde ele tirou a ideia do sistema de usinagem reduzida, conhecido como near net forging.
dispersão das partículas de grafite em água que ele usou no DAG, Foi utilizado o lubrificante de grafite sintético como lubrifi-
mas foi perfeito, com uma temperatura de molhamento altíssima cante de matriz e como billet coating, um invólucro impermeável
e uma cobertura excepcional, tornando possível a trefilação do de alta temperatura para evitar/reduzir a formação de carepa. Em
tungstênio e a conclusão do invento de Edison. Vale dizer que este ambos os casos, o lubrificante diluído é jorrado sobre as matrizes
produto continua sendo usado pelos fabricantes de filamentos e sobre os billets antes do aquecimento. A boa estabilidade da
pelo mundo na sua fórmula original. Logo se viu que este produto dispersão de grafite sintético, mesmo em situação diluída, garantia
seria muito útil para os demais processos de conformação de um bom desempenho do banho de recirculação.
metais a quente.
Inicialmente, o sistema de aplicação utilizado foi o mesmo Nos anos 70, Aqui no Brasil
da trefilação do tungstênio: um sistema de recirculação usado O lubrificante de grafite sintético era importado e naquela época o
normalmente na aplicação de fluido refrigerante em usinagem. governo brasileiro baixou medidas para restringir as importações,
Um tanque de armazenagem e uma bomba que bombeia o líquido atingindo diretamente os usuários deste produto que tiveram que
para o ponto de uso. Debaixo da prensa um coletor de lubrificante procurar outras alternativas. A alternativa ao grafite sintético, de
escorrido o levava para um tanque inferior. Uma bomba recircula- alta pureza, era o grafite natural, de pureza menor e principalmen-
va o lubrificante escorrido para o tanque de trabalho. Este sistema te de granulometria bem maior, já que a redução do tamanho das
ficou conhecido como flooding. partículas seria antieconômica e encareceria o produto.
Acredita-se que as propriedades do lubrificante com grafite Assim, as forjarias limitaram o uso do lubrificante de grafite
sintético eram tão extremas que a mistura com o lubrificante sintético a casos especiais e passaram a usar o lubrificante de grafi-
usado não diminuía o seu desempenho. O lubrificante de grafite te natural nas outras operações de forjamento mais simples.
sintético se adequou perfeitamente desde os sistemas mais primiti- Nos casos onde os benefícios com o uso do lubrificante de
vos até modernos sistemas de pulverização de atomização externa. grafite sintético passaram a não se tornar mais visíveis, palpáveis
A única referência é que havia, sem dúvida, uma enorme dife- ou mensuráveis, principalmente no forjamento a quente tradi-
rença entre usar ou não usar o lubrificante. cional, em pequenas prensas excêntricas, prensas de parafuso e
Por exemplo, num processo em que, tradicionalmente, não martelos, com tempos de ciclo relativamente longos começaram
se usava lubrificante nenhum, um forjamento em martelo de um a ser preferidos produtos mais simples, com grafite natural com
alicate universal, a vida de matriz, de 2.500 peças, passou a 25.000 purezas menores e moídas por menos tempo a granulometrias
com este lubrificante. Onde havia o monitoramento da força de mais grossas, dentro da filosofia “também funciona”.
prensagem notava-se uma redução considerável, garantindo ao
equipamento uma melhor preservação. Custo x Benefícios
A fácil maneira de encher a gravura possibilitava a redução do Em empresas onde os argumentos econômicos custo conseguiam
peso do billet ou do tarugo, resultando num excelente acabamen- se sobrepor aos argumentos técnicos (benefícios), os forjadores

28 - Abril 2017
LUBRIFICANTES Henri Strasser

precisaram se adaptar às novas condições oferecidas pelos lubrifi- bom poder de cobertura no lubrificante se este não é capaz de
cantes de grafite natural. Pouco a pouco, os lubrificantes de grafite formar camada a altas temperaturas.
natural foram conquistando processos mais exigentes e prensas Por isso, primeiro temos que formar a camada.
maiores. Também tem que ser considerado que, uma vez acostu- Se não houver tempo disponível para a refrigeração das matrizes
mados ao superior desempenho do grafite sintético fica difícil de para que a temperatura chegue na temperatura de molhamento do
provar porque ele é tão bom e merece ser pago tão caro. lubrificante, ele terá que formar camada naquela temperatura alta.
E devido a unidades de aquecimento antigas, máquinas de forja- O desenvolvimento de sistemas de pulverização de atomização
ria com necessidade de recuperação de energia, havia tempo no ciclo externa facilitou o trabalho para todos lubrificantes. Sistemas de
de forjamento para se aplicar o lubrificante e refrigerar as matrizes. diluição automática possibilitaram a parametrização das diluições
Em todos estes processos já havia se instalado a prática da apli- e a utilização de diluição customizadas por peça forjada.
cação de lubrificante através de sistemas de pulverização manuais,
o que, sem dúvida era mais propício ao grafite natural. Grafite Sintético Acessível
Novos métodos de planejamento de produção reduziram os Há pouco tempo, o grafite sintético, que era de uso exclusivo, pas-
estoques, o que levou ao forjamento de lotes menores, em geral sou a ser oferecido para o mercado por preços mais interessantes.
bastante abaixo da vida útil das ferramentas o que mascarou a O sistema de dispersão artesanal foi substituído por dispersan-
verdadeira vida útil, um dos principais argumentos de uso de um tes químicos disponíveis no mercado.
lubrificante de grafite sintético. Hoje, temos um lubrificante de matriz de grafite sintético com
um desempenho excepcional a um custo interessante.
Há 15 Anos Ou seja, um caso claro de custo/benefício.
Face ao “sucesso econômico” dos lubrificantes de grafite natural e
ao “esquecimento” dos benefícios do lubrificante de grafite sinté- Benefícios do Uso de Lubrificantes de Grafite Sintético
tico, começou-se a procurar uma forma de deslocar o lubrificante • Menor consumo de lubrificante (com menos, faça mais);
de grafite sintético em processos onde ainda tinha que ser usado. • Vidas mais longas de ferramental, necessidades de reparação
Descobriu-se uma forma de reduzir o tamanho das partículas de são postergadas;
grafite natural de forma econômica abaixo de 10µm, mas, claro • Desempenhos excelentes do processo, maior produtividade;
com um sobrepreço do grafite, era o grafite natural semi-coloidal. • Qualidade ótima das peças forjadas. Excelente capacidade de
Hoje, esta granulometria já está disponível no mercado. cópia da gravura;
• Baixos coeficientes de atrito das camadas permitem ótimo
Volume Maior de Grafite Natural fluxo metálico e rápido preenchimento da gravura da matriz;
Uma experiência interessante foi realizada há alguns anos. Numa • Economia de matéria-prima devido ao melhor enchimento;
prensa automática de alta velocidade que sempre trabalhou com • Os baixos coeficientes de atrito permitem baixas forças de
lubrificante de grafite sintético, tentou-se usar grafite natural com prensagem poupando o equipamento de conformação.
tamanho de grãos 3x maior (semi-coloidal).
Embora tenha-se conseguido uma vida de matriz equivalente, Conclusão
foi necessária uma quantidade 3x maior, o que acabou tirando O lubrificante inventado há 110 anos para viabilizar a lâmpada
a vantagem econômica do grafite natural. A grande quantidade incandescente já possuía os atributos necessários e suficientes para
deste lubrificante recirculando pela prensa e a forte tendência atender forjamentos de alta velocidade de peças near net e net
de sedimentação do grafite natural entupiu as saídas e o enorme shape de hoje em processos de forjamento a quente e a morno.
build-up causou tempos de parada para limpeza. Esta proporção Pode, perfeitamente, substituir lubrificantes de grafite natural
(quantidade 3x maior) foi confirmada em diversos outros testes de semi e não coloidal com enormes vantagens. Não requer nenhuma
substituição. Mais do que um substituto do grafite sintético, o gra- modificação/adaptação do sistema de lubrificação, apenas peque-
fite semi-coloidal é uma alternativa interessante ao grafite natural nos ajustes reversíveis.
não coloidal com um desempenho intermediário. Por isso, o retorno às origens.

Mais Considerações Henri Strasser é engenheiro e sócio-diretor na Strasser Consultoria de


Não adianta colocarmos o melhor grafite que proporcione um Projetos LTDA. Ele pode ser contatado em: henristrasser@uol.com.br.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 29


>>> Simulação e Modelagem

Análise do
Comportamento
das Deformações
e Tensões do Forjamento
através da Simulação Numérica
Fábio Junkes Corrêa - UFRGS, Porto Alegre (RS)
C

Lirio Schaeffer - UFRGS, Porto Alegre (RS)


M

Durante a deformação plástica de um material metálico causada pelo forjamento, os Y

valores de deformações e tensões se comportam de forma distintas, dependendo CM

da região analisada. Realizou-se, através da simulação numérica pelo Método dos


MY
Elementos Finitos, o ensaio de compressão em uma amostra padronizada, analisando
o comportamento das deformações e das tensões. Constatou-se que as regiões
CY

de maiores valores de deformações equivalentes e de tensões na direção z foram CMY

E
encontradas nas regiões internas e, menores valores, nas regiões periféricas. K

xperimentos práticos são largamente empregados nos for subdividido, mais informações de deformações e tensões serão for-
estudos de forjamento em laboratórios com o propósito necidas pelo programa (WANG, 2011; KOUBAAA, 2011).
de estimar a força necessária para forjar os materiais, Durante a aplicação de uma força mecânica em um determinado
dependendo da caracterização do material e de suas di- corpo, ocorrem deformações que podem se apresentar de formas dife-
mensões, podendo requerer, relativamente, muita ou pouca força para o rentes dependendo da região do corpo. Tomando como base um corpo
forjamento. A simulação numérica complementa os estudos mostrando cilíndrico, apresentadas nas Figuras 1 e 2, durante sua deformação cau-
os valores de deformações e tensões que experimentos práticos não são
capazes de mostrar, pois em uma porção de matéria há diferentes valo-
res de deformações e tensões.
Há diversos programas de simulação numérica que se diferenciam
conforme os métodos de execução e os resultados desejados. A escolha
do programa adequado pode ser determinada conforme as necessidades
específicas requisitadas. No forjamento, normalmente é utilizado o Mé-
todo dos Elementos Finitos (FEM). Para poder operacionar o simula-
dor, é preciso considerar os principais parâmetros e as melhores condi-
ções presentes nos programas para analisar suas influências (HARTLEY,
2006; BEDNAREK, 2008).
No programa de simulação numérica, a força é aplicada na direção
de atuação da ferramenta, a qual está conectada ao atuador da prensa,
causando o forjamento do material. O curso da ferramenta é dividido
em estágios durante o forjamento, sendo que em quanto mais estágios Figura 1. Zonas de deformação. Fonte: Hensel; Spittel (1978)

30 - Abril 2017
Apresenta

O MAIS COMPLETO EVENTO


DO SETOR DE FUNDIÇÃO
DA AMÉRICA LATINA
Evento Paralelo

Inovações e tendências do setor


de fundição no Brasil e no mundo.

Apoio

Realização Comercialização Local

Comercialização: (11) 94577 2239 / 3963 0144 • technicalfairs@technicalfairs.com.br


>>> Simulação e Modelagem

sada pela compressão, existe a região I denominada de região morta em


função de não apresentar deformações significativas, a região III deno- F
Zona morta
minada de região de abaulamento, onde são encontradas as deforma-
Efeito de barril
ções intermediárias, e a região II onde são encontradas as deformações
mais intensas (HENSEL, 1978; MARTINS, 2005).
Neste trabalho, o estudo das deformações equivalentes e das tensões
1
na direção z tem o objetivo de identificar as diferenças entre as regiões H0

encontradas resultantes da simulação numérica. 2 3 h

Material e Métodos 1

Para a realização da simulação numérica da compressão do corpo


de prova, utilizou-se o software Simufact.Forming 12.0 pelo Método
dos Elementos Finitos. A compressão consiste no deslocamento da Figura 2. Zonas de Deformação Fonte: Martins (2005)

ferramenta em direção ao corpo de prova e, a partir do contato entre 1mm, formando uma malha com 2.356 elementos finitos.
a ferramenta e o corpo, o material é deformado até atingir 40% da
altura inicial. Resultados
Os dados de entrada para a simulação numérica estão mos- Com base na simulação numérica pelo Método dos Elementos Finitos,
trados na Tabela 1. Os parâmetros térmicos, como o coeficiente de obtiveram-se os valores das deformações equivalentes e das tensões na
transferência de calor referente ao meio ambiente e referente à peça, direção z resultantes da compressão do corpo. Em um corte longitu-
foram determinados conforme estão indicados no programa. O en- dinal, como apresentado na Figura 3, as deformações equivalentes são
saio foi procedido à temperatura ambiente, usando o aço SAE 4140 mostradas diferenciando os valores conforme a tonalidade das cores.
para o corpo de prova e o aço ferramenta H13 para as ferramentas. Da mesma, forma na Figura 4, através de um corte longitudinal,
O atrito interfacial estabelecido entre a peça de trabalho e as fer- é possível diferenciar a distribuição das tensões na direção z confor-
ramentas, encontrado na biblioteca do software Simufact para forja- me a tonalidade das cores.
mento a frio de ligas metálicas, foi de 0,3. O atrito é consideravelmente Observa-se que as regiões com coloração direcionadas do verde
baixo, em função de se tratar de um processo de forjamento a frio, ao azul apresentam menores valores de deformações equivalentes,
onde o coeficiente de atrito é menor comparativamente ao forjamento enquanto que as regiões com tonalidades direcionadas do verde ao
a quente. Para a execução da simulação computacional, foi criada uma amarelo apresentam maiores valores de deformações equivalentes.
malha no tarugo cilíndrico (Ø20 x 30 mm) com elementos finitos de No resultado das tensões na direção z são apresentados valores ne-

Efeito plastic strain

1.750

1.641

1.422

1.203

0.984

0.766

0.547

0.328

0.109

0.000

Máx. 1.750
Min. - 0.000

Figura 3. Distribuição de deformações equivalentes

32 - Abril 2017
>>> Simulação e Modelagem

Efeito plastic strain

500.000

468.750

406.250

343.750

281.250

218.750

156.250

93.750

31.250

0.000

Máx. 50.000
Min. - 0.000

Figura 4. Distribuição de tensões na direção z

Tabela 1. Dados de entrada


Atrito interfacial entre as ferramentas e a peça 0,3 -
Temperatura das ferramentas 30 ºC

Temperatura da peça 1.100 ºC

Material das ferramentas H-13 -


Material da peça SAE 4140 -

gativos por se tratar de tensões compressivas, observando-se maior 13–20, 2008;


intensidade nas regiões mais azuladas. [2] HARTLEY, P.; PILLINGER, I. Numerical Simulation of the forging process.
Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, Volume 195,
Conclusão Issues 48–49, Pages 6676-6690, 2006;
Comparando a distribuição de deformações e tensões encontradas [3] HENSEL, A.; SPITTEL, T.: Kraft- und Arbeitsbedarfbildsamer Formgebun-
no embasamento teórico com os valores das deformações equivalen- gsverfahren. Deutscher Verlagfür Grundstoffindustrie, Leipzig 1978;
tes e tensões na direção z resultantes da simulação numérica, obser- [4] KOUBAAA, S.; OTHMANA, R., ZOUARID, B., BORGIB, S. Finite-element
vou-se que as deformações e tensões seguiram a mesma tendência, analysis of errors on stress and strain measurements in dynamic tensile
destacando maior intensidade nas regiões internas do corpo e menor testing of low-ductile materials. Computers and Structures. Volume 89,
intensidade nas regiões periféricas, constatando que a deformação Issues 1–2, Pages 78–90, 2011;
plástica provoca um aumento na tensão normal. Contudo, consta- [5] MARTINS, P., RODRIGUES, J. Tecnologia Mecânica. Vol 2. Capítulo 14.2:
ta-se que os valores obtidos pela simulação numérica são coerentes, Forjamento em Matriz Aberta, p. 1-77, Lisboa: Escolar Editora, 2005;
comprovando a eficiência do uso dos programas computacionais. [6] WANG Lei, JIN Wen-zhong, ZHAO De-wen, LIU Xiang-hua. Solution of
rectangular bar forging with bulging of sides by strain rate vector inner-
Agradecimentos -product. transactions of nonferrous metal society of china, Volume 21,
Os autores agradecem o Laboratório de Transformação Mecânica Issue 6, Pages 1367–1372, 2011.
(LdTM), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as
instituições de apoio financeiro como CNPq e CAPES. O autor Fábio Junkes Corrêa é professor da UTFPR, Engenheiro Mecânico
e Mestre em Engenharia Metalúrgica. Laboratório de Transformação Me-
Referências cânica (LdTM), Departamento de Metalurgia, UFRGS, Porto Alegre (RS),
[1] BEDNAREK, S.; ŁUKASZEK-SOŁEK, A.; SIŃCZAK, J. Analysis of strain fabio.correa@ufrgs.br. O coautor Lirio Schaeffer é Prof. Dr. -Ing. Coorde-
and stress in the lower forging limit of Ti-6Al-2Mo-2Cr titanium alloy. nador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM), Departamen-
Archives of Civil and Mechanical Engineering, Volume 8, Issue 2, Pages to de Metalurgia, PPGEM, UFRGS, Porto Alegre (RS), schaefer@ufrgs.br.

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 33


>>> Materiais e Ligas

Forjamento
de Rodas
de Alumínio
para Carros
e Caminhões
Figura 2. Linha de produção de
Georg Obermaier - Schuler Pressen, Waghäusel - Alemanha rodas forjadas de alumínio

Este artigo descreve as demandas de proteção ambiental e as possíveis


oportunidades para a indústria de forjamento neste processo, oferecendo
produtos como rodas forjadas de alumínio e o uso de equipamentos

O
modernos e eficientes.

s efeitos do aquecimento global estão nas mudan- No passado já se utilizou alumínio fundido como um material
ças ambientais e sociais causadas pelas emissões para rodas de veículos de passageiros, a fim de oferecer um visual
humanas de gases de efeito estufa. Existe um con- mais atraente e esportivo ao veículo. Maiores demandas de material
senso científico de que a mudança climática está devido ao diâmetro maior das rodas e ao uso de motores mais po-
ocorrendo e que a atividade humana é o propulsor principal. As tentes fizeram com que as rodas forjadas de alta qualidade fossem
evidências das mudanças climáticas incluem o registro de tempera- utilizadas principalmente em veículos de passageiros premium.
tura instrumental, o aumento dos níveis do mar e a diminuição da No entanto, este método foi adaptado com sucesso para veí-
camada de neve no Hemisfério Norte. culos comerciais, com grandes vantagens. Geralmente, os veículos
Todos os governos estão sob alta pressão para alcançar as me- comerciais eram equipados com rodas de aço. Um veículo idêntico
tas acordadas de redução das emissões de CO2. Na luta contra a com rodas feitas de alumínio pesa até 500 kg menos.
mudança climática, os Estados Unidos querem reduzir em 30% as Assim, por exemplo, se todos os veículos comerciais dos pa-
emissões de dióxido de carbono até 2030, e a Comissão da União íses do G8 fossem equipados com rodas de alumínio, a frota de
Europeia em até 40%. veículos já existente poderia transportar até 100 milhões de frete
Um objetivo importante da indústria automobilística é dimi- adicional. Em outras palavras, considerando a vida útil média dos
nuir a emissão de CO2 com a redução do peso dos veículos. Uma veículos comerciais, 10 bilhões de CO2 poderiam ser evitados.
fonte de redução de peso dos veículos é a roda. A utilização de ligas
de alumínio tem uma influência importante para obter o design Princípio do Forjamento de Rodas de Alumínio
com peso reduzido. As exigências sobre essas peças são bastante Prensas hidráulicas com elevadas forças de prensagem possibilitam
elevadas. A qualidade das peças deve ser superior. forjar rodas de alumínio com propriedades superiores: melhores

34 - Abril 2017
>>> Materiais e Ligas

Figura 1. Sequência de operação de forjamento de rodas de alumínio

propriedades mecânicas, menor peso, boa uma elevada vida útil das mesmas, além de fazer a conformação.
resistência química e opções de design qua- garantir a qualidade constante das rodas. A maior conformação é feita na pri-
se ilimitadas. Um sistema de automação por robô meira prensa, que possui 70.000 kN de
O desenho e a geometria da roda for- manipula as peças no processo de forja- força para fazer o processo de extrusão
jada, bem como a quantidade necessária, mento. Para atingir o tempo mínimo de au- reversa. A segunda operação é mais ou me-
influenciam o tipo de sistema selecionado tomação, os robôs estão equipados com um nos uma calibração do diâmetro externo,
para a produção. sistema de pinça dupla. De uma sequência bem como uma expansão da roda. Após
Para rodas com superfícies perfiladas, de forjamento para a próxima, a perda de cada golpe é feita a manutenção e lubrifica-
são utilizadas linhas de prensas com nor- temperatura das peças é compensada com a ção das ferramentas, a fim de atingir uma
malmente três ou quatro prensas. As peças utilização de fornos contínuos. elevada vida útil das mesmas, além de ga-
são forjadas com o aquecimento em três rantir a qualidade constante das rodas.
ou quatro estações ou com aquecimento Forjamento em 2 Operações Um sistema de automação por robô
intermediário. Prensas de simples ou dupla Similar ao processo anterior, este se ini- manipula as peças no processo de forja-
ação possibilitam forjar a superfície da cia na extremidade frontal, na qual uma mento. Para economizar espaço no chão de
roda com precisão. A superfície é deixada serra circular corta as barras em tarugos fábrica, um sistema de refrigeração a água
inacabada (como forjada) ou usinada, de- apropriados. Geralmente é utilizado um pode ser integrado para resfriar as rodas a
pendendo da qualidade necessária. forno de indução para aquecer o material uma temperatura adequada para armaze-
As geometrias de rodas simples, sem até atemperatura de forjamento de 450°C. namento.
o forjamento da superfície da roda, tais Duas prensas, cada uma com uma ferra- Sistemas integrados, incluindo as
como rodas de caminhão, são forjadas menta, são dispostas lado a lado, a fim de prensas, uma serra para os tarugos, aquece-
em uma estação. A estação seguinte faz o
corte e a expansão da roda. Geralmente, as
rodas fabricadas com este método têm um
diâmetro maior e são utilizadas em carros
Premium e veículos comerciais.

Forjamento em 4 Operações
O processo inicia-se na extremidade fron-
tal, na qual uma serra circular corta as bar-
ras em tarugos apropriados. Geralmente é
utilizado um forno de indução para aque-
cer o material até a temperatura de forja-
mento de 450°C. Quatro prensas, cada uma
com uma única ferramenta, são dispostas
lado a lado, a fim de fazer a conformação.
Após cada golpe é feita a manutenção e lu-
brificação das ferramentas, a fim de atingir Figura 3. Tarugos pré-formados

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 35


>>> Materiais e Ligas

Tarugos

Paletização

Reservatório Reservatório

Linha de
Refrigeração

Forno de
indução

Prensa hidráulica
para forjamento
de 500 t

Manipulador
de resfriamento/
lubrificação
Prensa hidráulica para
forjamento de 7000 t

Figura 4. Layout de linha de produção de rodas forjadas Figura 5. Prensa hidráulica

dores, automação e dispositivos para troca de ferramenta, tornam • Boas propriedades estáticas e dinâmicas da roda e, portanto,
mais fácil o início de produção de rodas forjadas de alumínio, ou a maior margem de segurança;
expansão de uma planta de produção existente, além de oferecer as • Grande autonomia em geometrias delicadas e complexas em
seguintes vantagens: pequenas espessuras;
• Concentração de altas forças de prensagem; • Superfície livre de poros e estrutura metálica densa;
• Conceitos de prensagem comprovados; • Acabamento espelhado da superfície sem operação adicional
• Alta precisão e qualidade das rodas forjadas; obtida com polimento;
• Elevadas taxas de produção; • Boa resistência contra corrosão;
• Processos de forjamento adaptados à geometria da peça. • Redução de peso.
A Schuler forneceu várias células de fabricação, baseadas em pren-
sas com capacidade de 70.000 kN. As rodas de alumínio são forjadas Resumo
em um golpe. Ejetores de alto desempenho são instalados na mesa A conformação de rodas de alumínio é uma tecnologia com um alto
e no martelo para certificar que as peças são descarregadas da ferra- potencial para a indústria de forjamento. Atualmente, a União Euro-
menta com segurança. As rodas são, então, alargadas em uma prensa peia está preparando a próxima regulamentação referente às emis-
com 8.000 kN de capacidade de prensagem. As condições adequadas sões de CO2 de caminhões, o que irá gerar um aumento na demanda
de funcionamento das ferramentas são asseguradas por um sistema de de componentes com peso reduzido para veículos comerciais. Ape-
lubrificação e resfriamento constituído por um dispositivo de condi- sar de todos os aspectos negativos que a mudança climática oferece
cionamento de lubrificante e um manipulador linear com eixo rota- especialmente para as empresas de forjamento, também há grandes
tivo. Tanto lubrificantes à base de óleo quanto à base de água podem oportunidades para produtos inovadores.
ser utilizados. A manipulação de peças dentro da célula é feita por um
robô de seis eixos projetado para forjamento. Os tempos curtos de Tradução gentilmente realizada por Patricia Roque Martins, Departa-
ciclo são alcançados com pinças duplas. Pinças hidráulicas com refri- mento de Marketing Prensas Schuler S.A., Diadema (SP), email: patricia.
geração interna e um carrinho de troca de ferramenta em linha são martins@schulergroup.com.
fornecidas para uma troca de ferramenta rápida e segura.
O autor Georg Obermaier é Diretor da Schuler Pressen, Planta Wa-
Vantagens das Rodas Forjadas de Alumínio ghäusel, especialista em produtos para Forjarias, georg.obermaier@
As rodas forjadas oferecem vantagens como: schulergroup.com.

36 - Abril 2017
>>> Materiais e Ligas

09a 13
Maio Ro d ovi a d o s I m i gra n t e s - KM 1 , 5
2017 3ª a 6ª, 10h às 19h - Sábado, 09h às 17h

O FUTURO VOCÊ
ENCONTRA NA EXPOMAFE!
A maior feira do setor metalmecânico da América Latina está repleta de conteúdo:

/ ESTANDE TEMÁTICO
o espaço vai mostrar a importância das máquinas-
ferramenta na vida atual. Este ano, o tema será a
indústria de máquinas e implementos agrícolas.

/ DEMONSTRAÇÃO DE MANUFATURA AVANÇADA


o que existe de mais atual em tecnologia para
/ PALESTRAS E SEMINÁRIOS
produção industrial, a chamada Indústria 4.0.
Últimas tendências e tecnologias.

/ ARENA TÉCNICA
Conceitos técnicos e práticos, envolvendo
novas tecnologias, lançamentos e soluções
aplicáveis no dia-a-dia da indústria.

CREDENCIE-SE JÁ
www.expomafe.com.br /expomafe

Promoção e Agência de Transportadora


Iniciativa Organização Patrocínio Oficial Local Viagens Oficial Aérea Oficial Filiada à

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 37


>>> Orientação do Grão em Forjados III

Orientação do Grão em Forjados


- Efeito do Forjamento na
Orientação do Grão - Parte III
John Walters - Scientific Forming Technologies Corp.; Columbus, Ohio - EUA
Chester J. Van Tyne - Colorado School of Mines; Golden, Colorado - EUA
Nos dois últimos artigos, nós examinamos as definições básicas da orientação dos grãos e descrevemos as
propriedades anisotrópicas dos metais devidos à orientação. As propriedades mecânicas que são necessárias para a
amostra fraturar e/ou quebrar precisam ser melhoradas quando a trinca se propaga perpendicular a orientação dos
grãos. A trinca é micro estruturalmente desviada quando isso acontece, exigindo mais energia para se propagar,
aumentando assim as propriedades. O segundo artigo mostrou que a matéria-prima que chega da usina para a
forjaria já possui uma orientação dos grãos devido as operações na cadeia anterior. Também examinamos como o
forjamento transmite mudanças adicionais a orientação dos grãos. Nesta parte da nossa série, examinaremos mais
detalhadamente sobre os efeitos do forjamento no fluxo de grãos e examinaremos os parâmetros que o afetam.

D
urante o processo de forjamento, os metais (e os
grãos subjacentes) deformam-se plasticamente no
caminho de menor resistência. O metal irá fluir na
direção e maneira que requer a menor quantidade
de trabalho, este princípio é fundamental. Durante esta deforma-
ção, o processo de forjamento irá transmitir alguma orientação dos
grãos para o metal e os grãos. Os principais parâmetros de forja-
mento que afetam a orientação dos grãos são:
• Forma do forjado;
• Processo de forjamento;
• Design da pré-forma;
• Tamanho inicial do tarugo;
• Comportamento do material;
• Condições de processo.

Forma do Forjado
A Figura 1 mostra um exemplo da orientação dos grãos em uma
forja. Neste exemplo, existe uma região de nervura na parte su-
perior da imagem. Durante a forja, a dinâmica de deformação é Figura 1. Exemplo da orientação dos grãos em um forjamento.
A orientação dos grãos é geralmente direcionada em volta dos
tal que o metal flui para preencher esta região. Observe como a detalhes forjados, cantos e raios. Cortesia Ellwood Texas Forge

38 - Abril 2017


  

 


      
   
         


  








>>> Orientação do Grão em Forjados III

Figura 2. Uma orientação do grão longitudinal pode ser conseguida Figura 3. Extrusão, forjamento radial, forjamento com matriz aberta
através de laminação ou forjamento por matriz aberta. Uma secção ou laminação podem produzir orientação de grãos longitudinal.
é mostrada com uma orientação do grão lateral na peça acabada Quando cortado, isto resulta em uma orientação do grão que seria
(mostrada como cortada). Este tipo de orientação do grão pode difícil de produzir num processo de forjamento em matriz fechada.
ser desejável quando uma condição de carga resulta numa tensão Isto seria ideal para um caso com uma tensão principal máxima
principal máxima orientada com as linhas de fluxo mostradas na longitudinal em serviço. Uma vez que isto é atípico, cortar uma
secção cortada barra geralmente não é um fluxo de grãos ideal

orientação do grão muda dentro da nervura. A orientação do grão menor resistência sem influência de operações futuras. A orientação
geralmente coincidirá com os contornos da matriz de forjamento, do grão muda como resultado deste fluxo de metal.
uma vez que o metal flui em torno de cantos e raios. Note que é Como um exemplo, considere um tarugo que é recalcado em uma
o fluxo de metal durante o processo de forjamento que produz a forma de panqueca durante a conformação. Este recalque irá alterar
orientação dos grãos resultante, e não as características da matriz o fluxo inicial de grãos, que está na direção longitudinal / axial, em
de forjamento. A mesma matriz de forjamento pode criar uma algum fluxo de grãos na direção radial (Figura 4). A pré-forma terá
orientação do grão diferente, dependendo da forma inicial do taru- agora algum orientação do grão inicial entrando nas cavidades do
go e do fluxo plástico que ocorre durante o forjamento. molde de pré-forma e acabamento. A orientação do grão que entra
nos passos de forjamento subsequentes será diferente da orientação do
Processo de Forjamento grão do tarugo inicial devido à deformação acumulada.
Muitas peças forjadas podem ser produzidas por mais de um tipo Um segundo exemplo é a utilização de uma laminação por
de processo de forjamento. Nas Figuras 2 a 4, uma ilustração de rolos com cunha como uma operação de pré-forma, a qual é mos-
como processos diferentes produzem peças forjadas com uma trada na Figura 5. Existe material sendo acumulado em algumas
orientação do grão significativamente diferente. Esta variação é regiões, com alongamento em outras. Durante esta operação de
possível apesar de uma geometria idêntica num disco redondo pré-forma existe uma redução (isto é, a deformação entre os rolos)
forjado utilizando diferentes processos. A orientação do grão pode em algumas regiões da barra e acumulo em outras. As regiões de
ser simulada como mostrado nestas figuras usando um software pequeno diâmetro são geralmente alongadas, com a orientação
de CAE comercial, neste caso o DEFORM. Várias capacidades de do grão longitudinal tornando-se mais pronunciado. As regiões
rastreamento da orientação dos grãos existem para prever o fluxo de maior diâmetro, onde metal adicional está sendo acumulado,
de grãos antes de executar o primeiro teste no chão de fábrica. A geralmente têm uma componente radial à orientação do grão antes
orientação de grãos ideal corresponderia ao componente de tensão das operações finais de forjamento. Dependendo da geometria da
principal máxima em serviço, resultando numa melhor vida de barra inicial, da pré-forma e forma final do forjado, a quantidade
fadiga do componente forjado. de mudança de orientação do grão nestas regiões finais pode variar
de muito pouco a uma quantidade significativa.
Design da Pré-Forma
O tarugo que chega da forjaria tem uma orientação do grão inicial Tamanho Inicial do Tarugo
que é geralmente longitudinal. As operações da pré-forma são usa- Para ilustrar a influência do tamanho inicial do tarugo, podemos
das para mudar a geometria, a microestrutura e a direção do grão. considerar um forjamento axisimétrico de uma engrenagem de
Em cada operação de pré-forma, o material flui no caminho de dentes reto, com os dentes da engrenagem usinados no diâmetro

40 - Abril 2017
>>> Orientação do Grão em Forjados III

Figura 4. Forjamento em matriz fechada, ou recalque, resulta numa orientação do grão que tem um componente circunferencial forte (não
mostrado) e é paralelo à superfície próxima do diâmetro exterior. Isto é comum para peças com tensões radiais e tensões axiais em serviço.
Se os dentes de uma engrenagem ou outras mudanças geométricas forem feitos para o forjado, o fluxo de grãos mudaria significativamente

externo. Para que esses dentes sejam o mais resistentes à fadiga para os quais a relação de recalque (altura / diâmetro) possa ser
possível, gostaríamos de produzir um forjamento com o máximo efetuada com mais sucesso. Se a razão for muito além de dois, o
possível de fluxo de grãos na direção radial. Assim, se uma fratura potencial de flambagem do material é aumentado no recalque ini-
começar na raiz de um dente, a trinca estaria propagando-se no cial. No entanto, o tamanho do tarugo inicial - tal como o design
aro ou na direção circunferencial, que é perpendicular à direção da pré-forma na matriz - irá afetar o orientação do grão final que é
radial. Portanto, a orientação do grão radial proporciona um au- obtido no forjamento.
mento da resistência à fadiga desta engrenagem.
A chave para aumentar a quantidade de orientação do grão Comportamento do Material
radial é recalcar o tarugo inicial o maximo possível. Assim, se o A orientação dos grãos resulta da deformação do metal ou do flu-
tarugo inicial tem uma relação pequena da altura / diâmetro (se xo de metal. Se o material não flui uniformemente, então o fluxo
escolhermos o tarugo inicial com um diâmetro maior), então a de grãos pode não estar na direção que podemos ter antecipado
quantidade de orientação do grão radial transmitida durante o ou previsto. Defeitos geométricos e de material, tais como dobras
recalque inicial irá ser um pouco limitada. Observe a mudança de internas ou cisalhamento adiabático, farão com que o metal flua
direção na orientação do grão à medida que o recalque aumenta na de uma forma indesejável. O fluxo de grãos em que resulta virá do
Figura 4 para ilustrar o parágrafo acima. Existem limites práticos fluxo real que ocorre, não o fluxo que poderíamos querer ou poder

ELTA 7.0 e 2DELTA - ELectroThermal Analysis program


A Ferramenta Certa e Efetiva para o Desenvolvimento, Validação, Aprendizagem
ou Projeto de Processos e Sistemas Completos de Aquecimento Indutivo

Como o ELTA poderá te auxiliar


nos processos de têmpera,
www.synergeticasp.com.br
forja ou fusão? www.nsgsoft.com
zerbini@synergeticasp.com.br
Visite os sites ao lado e veja sales@nsgsoft.com
+55 19 9 9961-2829
alguns exemplos. Aguardamos
seu breve contato!

Abril 2017 - www.revistaFORGE.com.br 41


>>> Orientação do Grão em Forjados III

Figura 5. A laminação por rolos é um processo comum para produzir chaves, implantes médicos, bielas e componentes de suspensão. Este
processo distribui de forma eficiente e reprodutiva o material para maximizar o rendimento do forjamento. A deformação da rotação de
cunha também altera o fluxo de grãos. A alteração mais significativa é geralmente um alongamento na região de menor diâmetro

antecipar/prever. Parte do fluxo indesejável pode ser causada por processo de forjamento geral. Este tipo de diálogo pode resultar em
não homogeneidades no material. As não homogeneidades, tais uma melhoria significativa nas propriedades finais do componen-
como temperaturas não uniformes ou microestruturas e lubrifica- te. Em muitos casos, não há aumento no custo de produção para se
ção não uniforme, podem alterar o comportamento do escoamen- obter uma melhor orientação do grão.
to a partir do design pretendido pelo projetista da matriz de forja- Nesta parte da nossa série sobre a orientação de grãos, analisa-
mento. A orientação do grão no forjamento final é produzida pelo mos vários aspectos do processo de forjamento e como eles afeta-
fluxo de metal real em vez de um fluxo ideal antecipado durante o rão a direção do grão. Estes incluem a forma de forjado, o processo
processo de projeto do forjado. de forjamento, o design da pré-forma, o tamanho inicial do tarugo,
o comportamento do material e as condições do processo. Deve ser
Condições de Processo lembrado que a orientação do grão que é transmitido é devido ao
Obviamente, as condições de processo podem ter efeitos no com- fluxo ou à deformação do material, não apenas a forma do compo-
portamento do fluxo do material, logo também na orientação do nente ou das matrizes. Se quisermos usar o fluxo de grãos a nosso
grão transmitido durante a deformação. Existem algumas outras favor, precisamos estar plenamente conscientes do fluxo real que
condições do processo que devem ser consideradas, por exemplo, o metal sofre durante a operação de forjamento. A próxima parte
se for um forjado de um eixo automotivo, seria desejável que a desta série irá comparar o fluxo de grãos em vários processos e for-
resistência à ruptura aumentasse através da área do eixo onde a necer um exemplo de como a usinagem pode influenciar a região
roda seria montada. De modo a ter este aumento de ruptura (im- de fluxo crítico de grãos em um componente.
pacto ou fadiga), a orientação do grão deve estar na direção longi-
tudinal do eixo. Se o processo de forjamento é projetado para fazer Agradecimentos
um recalque inicial do tarugo, estaremos mudando o fluxo inicial O conteúdo para este trabalho foi desenvolvido principalmente pela
de grãos de longitudinal para radial e deformação adicional pode Scientific Forming Technologies Corporation em parceria com a
aumentar o fluxo de grãos nessa direção. Em vez disso, podemos SCRA Applied R&D e FIA. O material foi inicialmente desenvolvido
considerar por não perturbar o tarugo inicial no sentido normal, como um Seminário de Forjamento pelo programa FAST, patroci-
mas golpear o tarugo lateralmente para que haja uma redução adi- nado pela indústria e pelo Defense Supply Center Philadelphia and
cional do diâmetro do tarugo. Neste cenário a orientação do grão Defense Logistics Agency - Research and Development.
longitudinal inicial que está presente no tarugo é aumentada e o
eixo será beneficiado com uma quantidade ainda maior de orienta- Tradução gentilmente realizada pelo diretor da Mettalforma Ltda,
ção do grão longitudinal. Luciano de Assis Santana, telefone (11) 5092-3929, e-mail: luciano@
mettalforma.com.br.
Resumo
Uma consideração cuidadosa do processo de forjamento, com uma Coautor Dr. Chet Van Tyne é professor da FIERF, Departamento de
compreensão clara do uso final do componente, é essencial ao Engenharia Metalúrgica, Escola de Minas do Colorado, Golden, Colo.
tentar usar a orientação do grão para aperfeiçoar as propriedades Ele pode ser encontrado no telefone 303-273-3793 ou por email cvan-
mecânicas de uma peça. Esta compreensão requer uma comunica- tyne@mines.edu. Coautor John Walters é vice-presidente da Scientific
ção clara entre o projetista de ferramentas do forjado e o cliente, Forming Technologies Corporation, Columbus, Ohio. Ele pode ser
uma consideração cuidadosa do que pode ser feito em projetar o encontrado no telefone 614-451-8330 ou jwalters@deform.com.

42 - Abril 2017
Simulating Manufacturing
Simulating Manufacturing

Simulação de
Simulação de
Processos de
Processos de
Conformação
Conformação

t Formi
ac

V1144
ng
f
SimuSimu
t Formi
ac
Obtenha mais benefícios da simulação de processos

ng
f
V
SE SE
Obtenha
em mais benefícios
conformação Bulk metal da simulação
com Simufact de processos
Forming 14: E W R E L E

A
N
•em
Novaconformação Bulk metal com Simufact
Simufact Forming Forming 14: EW

A
L Ede
N
visualização para pré e pós-processamento ajuda você a simular RE
qualquer tipo
• Melhoria do conceito operacional processo de forjamento de matriz fechada ou matriz aber-
• Nova visualização para pré e pós-processamento Simufactcogging
ta como Forminge ajuda você radial.
forjamento a simular qualquer
A unidade tipo de
de controle
• Cadeia de processos: interface para simulações de fundição
• Melhoria do conceito operacional processo de forjamento de matriz fechada ou matriz
cinemática especial permite definir estratégias de forjamen- aber-
• Melhorias na base de dados de materiais ta como cogging e forjamento radial. A unidade de controle
• Cadeia de processos: interface para simulações de fundição to arbitrárias seguindo seqüências de forjamento predefin-
• Novo módulo Soldagem por Pressão cinemática
idas. Simfactespecial
Formingpermite definir
suporta estratégias
qualquer de ferramen-
tipo de forjamen-
• Melhorias na base de dados de materiais
• Operações de rolagem incluídas no Hub de conformação to arbitrárias
tas, seguindo
movimentos seqüências
de tarugos de forjamento múltiplos.
e manipuladores predefin-
• Novo módulo Soldagem por Pressão idas. Simfact Forming suporta qualquer tipo de ferramen-
• Maior precisão e performance Peça mais e considere seus processos de forma holística
• Operações de rolagem incluídas no Hub de conformação tas, movimentos
e simule correntesdedetarugos
processo e inteiras
manipuladores múltiplos.
combinadas com
• Maior precisão e performance Peça mais
nosso móduloe considere seus àprocessos
de forjamento de forma holística
quente e tratamento térmico
More Solutions: e simule correntes de processo inteiras combinadas com
Conheça todas as soluções Simufact:
nosso módulo de forjamento à quente e tratamento térmico
More Solutions:welding
Welding Simulation
welding
additive
Welding Simulation
Additive Manufacturing Simulation simufact.com
additive
Contate-nosSimulation
Additive Manufacturing simufact.com
Telefone: (11) 3146-0271
E-mail: Valdeni.novaes@mscsoftware.com
Delivers Open Die Wear Solutions with
High Nickel Alloy & Cobalt base
Welding Wire.

COR-MET INC offers a wide range of Nickel and Cobalt base welding wire for
high temperature, high wear Open Die applications. Our reputation for excellent
welding wire quality, weldability, consistency and service is top notch. Engineer
your Open Die tools for improved die life with COR-MET INC.

Cor-Met, Inc. 12500 Grand River Rd., Brighton MI 48116 ph: 810-227-3251

www.cor-met.com email: sales@cor-met.com

Vous aimerez peut-être aussi