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Compêndio de Sociologia
Blog para os que desejam, assim como eu, mergulhar no conhecimento sociológico.

sexta-feira, 26 de julho de 2013 Arquivo do blog

▼ 2013 (5)
Sobre a "Teoria Social Hoje" organizada por Giddens e ► Dezembro (1)
Turner. ► Setembro (1)
► Agosto (1)
▼ Julho (2)
GIDDENS, A. e TURNER, J. Teoria Social Hoje. São Paulo: UNESP, 1999. Sobre a "Teoria Social Hoje" organizada
por Gidden...
Introdução
                Este livro é um “guia sistemático das principais tendências e tradições da teoria O intuito desse blogger é compartilhar
pontos de v...
social”. Alguns dos problemas tratados pelos teóricos sociais são tratados aqui, como por
exemplo, “a natureza das leis ou generalizações que podem ser estabelecidas; a
interpretação da ação humana” e também “o caráter ou forma das instituições” (p.7).
Giddens alerta para o fato de “qualquer definição de teoria social corre o risco de suscitar Quem sou eu
controvérsias”, ou seja, não podemos buscar consenso nem na natureza nem nos objetos da
teoria social. Podemos perceber essa questão ao refletirmos sobre a “possível” existência
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de um “quadro unificado da teoria social” ou da “concordância quanto às suas
preocupações básicas”. Podemos resumir esses dois aspectos em quadro teórico não Visualizar meu perfil
unificado e objeto não unificado. completo
                Algumas mudanças foram percebidas nos últimos anos, ou décadas, em relação à
teoria social. De forma cronológica percebemos o cenário inicial após segunda guerra
mundial, em que o empirismo lógico, ou positivismo lógico, se destacava com um “leque
específico de visões” na análise teórica. Era comum nesse rótulo de empirismo lógico: 1- a
desconfiança da metafísica; 2- uma preocupação em definir com exatidão o que possa ser
científico; 3- uma ênfase na verificabilidade de conceitos e proposições; 4- uma simpatia
por formas hipotético-dedutivas de construção de teorias (p.8). Não era percebida
diferença lógica significativa entre as ciências sociais e as ciências naturais da época –
meados do século XX; isso era evidenciado em Neurath quando falava em “ciência
unificada”.  A lógica das ciências sociais não era contemplada em si mesma, já que o corpo
de princípios das ciências naturais e sua lógica eram usados para explicar a natureza do
empreendimento nas ciências sociais. Assim, era comum ver cientistas sociais se
apropriarem acriticamente da “filosofia da ciência natural, associada ao empirismo
lógico”; lembrando que esse empirismo era visto como um “modelo incontestável do que a
ciência pudesse ser”(p.8).
                              Até aqui, a “interpretação”, no modelo weberiano, estava fora do que se
considerava como ciência. Buscava-se apenas observar empiricamente e formular leis ou
sistemas de leis. Nestas condições, se dava pouca importância à compreensão do
significado (conhecida em alemão como verstehen). A verstehen só era considerada útil
quando gerava teorias ou hipóteses verificáveis, nestes termos ela não passava de um
“fenômeno psicológico” que dependia do discernimento intuitivo e duvidoso da consciência
alheia. Somente a partir da década de 1980, quando a supremacia do empirismo lógico
começa a ruir, surge uma nova filosofia da ciência, que tem início nas ciências naturais e
acaba por influenciar as ciências sociais, repudia inúmeras teses das visões precedentes de
cunho lógico-empirista. Essa nova filosofia afastava a ideia de observação isenta de teoria,
e passou-se a considerar a ciência como esforço interpretativo. A principal consequência
dessa nova filosofia nas ciências sociais é: a proliferação de abordagens no pensamento
teórico, como por exemplo, a fenomenologia, a teoria crítica, o interacionismo simbólico,
o estruturalismo e pós-estruturalismo, a etnometodologia, a teoria da estruturação e a
teoria da prática (9-10).
                O aparecimento dessa nova filosofia não extinguiu a antiga “ortodoxia” lógico-
empirista. Temos ainda abordagens que bebem dessa antiga fonte, como por exemplo, o
funcionalismo estrutural de Parsons e os desdobramentos realizados por seus seguidores
que tentaram rejuvenescer sua obra: Alexander, Münch, Luhmann, Hayes etc. Toda essa
mistura entre o ortodoxo lógico-empírico, a nova filosofia e o rejuvenescimento da
ortodoxia vem formar um espectro de abordagens variado e confuso. Em um extremo
temos os empiristas que vão desdenhar dos debates teóricos para justificar seus trabalhos
empíricos; do outro lado, os adeptos da diversificação da teoria social como ponto forte
contra o dogmatismo ligado a um único esquema de pensamento. De um lado,
pesquisadores positivistas; do outro lado, teóricos multitradições. Apesar das várias
tradições teóricas reivindicarem questões divergentes ou apresentarem rivalidades na
teoria social, há uma integração e uma consistência entre esses pontos de vistas
antagônicos que devem ser levadas em consideração.
                              Apesar da aparente rivalidade, antagonismo e divergência, “há muito mais
sobreposição de abordagens diferentes do que em geral se percebe”, ou seja, a ênfase
dada por uma abordagem a algum ponto pode se tornar relevante para outra abordagem,
como no caso da etnometodologia que veio emprestar suas descobertas e metodologia para
outras tradições teóricas. Outro ponto é as “linhas comuns de desenvolvimento num amplo
espectro de perspectivas teóricas que passaram ao primeiro plano nas duas últimas
décadas”, como por exemplo, no caso da “preocupação de reconceitualizar a natureza da
ação”. Por fim, questões que eram inabordáveis começaram a ser tratadas; no caso da
antiga e equivocada separação entre verstehen e Erklären (compreensão do significado e
explicação segundo leis causais) apercebeu-se que não deveriam ser dissociadas. A
verstehen, segundo Giddens, “está enraizada e implícita em todas as questões pertinentes
à interpretação do significado”, e ela não é um fenômeno psicológico como pensavam os
empiristas (12).
                              Uma questão que perpassa os diferentes tipos de abordagens, seja do
extremamente positivista ou da diversidade-teórica, todos se perguntam “qual a natureza
da ciência social?”
                Seguindo a linha positivista temos, de forma mais extremada Homans que coloca
a sociologia para criar “leis explicativas” e sistemas dedutivos axiomáticos; se afastando do
extremo positivista, temos Turner que concorda em criar leis, mas não concorda com teoria
axiomática, aceitando esquemas dedutivos flexíveis (as leis abstratas podem apenas se
somar a modelos analíticos); Já Münch, advoga um ecletismo ligado a uma visão positivista
ao propor que a teoria da ação de Parsons poderia ser aplicada para gerar um ‘quadro de
referências geral’ que organizasse toda uma variedade de abordagens teóricas e
metodológicas (13).
                              Outros autores, diferentemente dos positivistas, mas mesmo assim são
considerados ambivalentes, argumentam que o tema das ciências sociais não se basearia na
orientação das ciências naturais, mas as primeiras inda caem na armadilha de tentar criar
leis. Muitos interacionistas tentam descobrir propriedades básicas da interação para
desenvolverem leis universais; dentre eles destacamos Hans Joas, com seu estudo sobre “as
raízes pragmáticas do interacionismo”. Os etnometodologistas, como John Heritage, não
dão muita importância em saber “se a ação é indicial, contextual e reflexiva”, podendo ou
não a etnometodologia desenvolver leis e generalizações (13). Eles defendem descrição
pormenorizada dos processos empíricos, aparentemente desconsiderando o que constituiria
a “explicação” ou “cientificidade” da descrição (14).
                              Outros mais tentam afastar-se do positivismo e fugir dessa ambivalência
direcionada à existência ou não de uma ciência natural da sociedade. Wilson, Cohen,
Alexander e Giddens, são exemplos. Para estes autores a ciência social é diferente da
natural. Alexander, por exemplo, aceita a formulação de leis, mas diz que essas nunca
chegarão a um consenso e nem se tornam definitivas; fazem parte da análise social os
discursos e debates sobre pressupostos teóricos assim como sobre a relevância dos dados de
verificação das teorias (14).
                Para Wilson, as emoções, objetivos, atitudes e disposições são os temas próprios
das ciências sociais e por isso as assertivas teóricas e empíricas seriam “in-tensionais”, pois
envolveriam interpretação de significado por parte do pesquisador, mas isso não exclui o
método “ex-tensional” característico das ciências naturais que serviriam apenas de forma
heurística. Para Giddens, o estruturalismo e o pós-estruturalismo estão mortos, porque não
conseguem explicar a atuação humana, nem como os processos de atuação humana
produzem/reproduzem/modifica a estrutura. Cohen, ao pormenorizar a Teoria da
Estruturação de Giddens, acredita que os indivíduos podem modificar seus esquemas da
organização social, o que significa que o agente pode modificar a própria natureza de seu
tema, sendo assim, as leis e generalizações só poderiam aclarar as “potencialidades” que
produzem/reproduzem esses esquemas.
                Apesar de Wallerstein e Miliband serem simpáticos à visão de ação descrita
acima, eles vão, na verdade, se diferenciar daqueles autores. Wallerstein é perca de tempo
o debate sobre o caráter particularista/universalista da teoria social, seria mais pertinente
se a teoria social usasse “estruturas” como na análise de sistemas mundiais, abrangendo
tempo e espaço suficientes para se notar a lógica básica ou a dinâmica dos processos
sociais (15). A posição de Miliband em relação à ciência é meio obscura, pois ele acha que
os ‘processos de dominação’ da organização social são invariáveis, também diz que
deveriam desaparecer, ou seja, ele torna “mutável a própria análise de classe utilizada
para examiná-la”(15). Essa é mais uma demonstração da rejeição crítica na teoria social
que se impôs sobre o positivismo lógico.
                Ao nos questionarmos sobre como é constituído o universo social, sobre suas
propriedades e sobre a melhor forma de analisar esse universo, sempre voltamos aos velhos
problemas filosóficos do “reducionismo, realismo, nominalismo”[1]. Para Alexander, esse
problema persiste porque invocamos o apoio dos “clássicos” para corroborar nosso ponto
de vista.
                De todos os autores citados acima, suas propostas, considerações, invocações e
sugestões, passeiam por: “uma microanálise do comportamento e da interação em
contextos dados, outros sugerem mais macroabordagens voltadas para estruturas
emergentes. Uns propõem a reconciliação entre micro e macroanálise, outros consideram
essa síntese contraproducente”(16). Homans é um reducionista que acha que as
instituições da sociedade podem ser reduzidas aos comportamentos dos indivíduos. Se
antes, esse argumento pudesse ser considerado “estratégico”, atualmente “parece haver
mais insistência metafísica” em sua tese. No interacionismo também vemos algumas
divisões internas, inclusive no grau de coação que existe entre estrutura-ação-estrutura.
Em Joas percebemos destaque dado às atividades humanas em que os agentes elaboram
linhas de conduta em situações concretas; já em Mead, estrutura e processos são as faces
da mesma moeda, estas estruturas se reproduzem “por meio da capacidade
comportamental da mente, do eu e dos papéis assumidos”(17).
                              Na etnometodologia, os enfoques estarão nos “processos interativos”,
especialmente da fala e da conversação, pois são neles que os agentes criam relatos e o
senso de um mundo exterior, factual. Os signos e símbolos dos agentes podem ser
interpretados em seu contexto. Diferente desse enfoque etnometodológico é o
funcionalismo parsoniano de Münch, pois seu tema são os sistemas complexos de ações
interrelacionadas. Para Münch e outros parsonianos: 1- a realidade existe em diferentes
níveis sistemáticos que englobam todas as fases da realidade; 2- a análise teórica da ação
quase sempre insiste na estrutura e função de sistemas e subsistemas, 2-1- em seu uso de
vários meios simbólicos, 2-2- em seus modos de integração, 2-3- em seus meios de
adaptação aos diversos ambientes. Aqui temos o universo social dividido em quatro
sistemas de ação, sobre o qual está o comportamento dos indivíduos: AGIL ou LIGA.
                Cohen percebe na obra de Giddens um esforço para mediar as teses disparates
sobre o universo social. Em Giddens, há uma dualidade na estrutura, a estrutura fornece
regras e recursos para a atuação e a atuação “reproduz s propriedades estruturais das
instituições sociais, ou seja, a estrutura é meio e fim da ação dos agentes; agentes, ação e
interação são coagidos pelas estruturas e ao mesmo tempo engendram/modificam essa
última. Giddens integra conceitualmente a análise institucional e interpessoal. Turner será
contra essa integração conceitual ao propor diferenciamos uma análise microdinâmica dos
macroprocessos. Nessa análise microdinâmica estão inseridos de forma eclética o
interacionismo simbólico, a etnometodologia, o behaviorismo etc.; na macro, a teoria
funcional e outras abordagens estruturais.
                Para outros teóricos mais críticos, como Miliband, o que vai importar são as
formações sociais e o Estado, ou seja, a realidade “que limita as opções e potenciais
humanos por meio da tirania e da opressão” (18). Esse ponto de vista focaria “a capacidade
de controlar os meios de produção, administração e coerção numa sociedade”, pois a
“dinâmica nuclear da organização humana” é composta pelo conflito e dominação de
classes. Essa tese classista, e a importância dada às formações sociais e ao Estado, não são
aceitas por Wallerstein. Para este último o que importa, ou seja, os tópicos centrais de
análise da teoria social, são os “sistemas históricos que evoluem no tempo e no espaço sob
diversas formas”; aqui temos uma realidade composta pelo poder da economia, pelos
impérios mundiais que coagem e dominam tanto a ação individual quanto as corporações e
minissistemas.
                É imprescindível para desenvolvermos a teoria social: 1- empenho em um tema
específico; 2- uma filosofia da ciência social.
                Giddens (teoria da estruturação) X Münch (teoria da ação parsoniana):
Semelhanças : 1- estratégia de construção teórica similar com uma estrutura conceitual
para se aplicar na interpretação de casos empíricos específicos; 2-buscam criar uma “teoria
antologicamente fundamentada”; 3-entendem que “a teoria deve captar os traços
principais da atuação humana e dos padrões institucionais”; 4-ideia de “utilizar um
estrutura ampla e abstrata para interpretar os eventos históricos e empíricos concretos
(também compartilhado por Wallerstein). Diferente dos dois autores, Wallerstein rejeita a
distinção nomotética-ideográfica[2].
Diferenças: 1-divergem em relação às “propriedades substantivas do mundo que denotam”;
2-quanto ao tipo de explicação que cada qual considera possível”.
                Para Wilson, as estruturas seriam apenas “recursos heurísticos” e não “podem
constituir um sistema a partir do qual se façam deduções de eventos empíricos” devido a
seu caráter interpretativo (19). A metáfora da construção de modelos, típicos das ciências
naturais, deve ser adotada até se verificar suas limitações. Já para Alexander, as estrutura
e os modelos heurísticos serão sempre solapados pelos dados, pois “a teoria decorre do
diálogo” e desta forma sempre se desenvolverá mais no nível do discurso que da
confirmação empírica (20).
                Na Etnometodologia de Heritage e no Interacionismo de Joas, eles “advogam a
indução” e “sustentam que a teoria deve ser desenvolvida a partir das observações das
interações pessoais nos contextos da vida real”(20). Deste ponto de vista, a teoria deveria
denotar exatamente o que as pessoas fazem em um contexto definido, o que exigiria que
os conceitos, as generalizações e as estruturas estivessem empiricamente alicerçados em
processos observáveis das interações dos indivíduos (20).
                Turner e Homans partilham da mesma visão: a teoria deve ser formal e dedutiva
e focar os comportamentos, e não as estruturas, com o objetivo de desenvolver axiomas
abstratos, ou leis, que expliquem os eventos empíricos; ambos concordam que “amplas
referências conceituais são imprecisas de mais, pouco rigorosas para construir o ponto de
chegada da teorização”. Turner vai discordar apenas da teoria axiomática, pois a considera
incapaz de se desenvolver plenamente nas ciências sociais devido à falta de controles
experimentais (20). Turner propõem “traduzir os modelos analíticos em proposições
abstratas” passíveis de teste, rejeição e revistas com experimentações sistemáticas (20).
                Não há consenso sobre o tipo de ciência social possível, sobre seu tema, e sobre
quais processos adotar. Observamos uma diversidade de posturas existentes: “A teoria
social se encontra em estado de fermentação intelectual” (21).

[1] O nominalismo é a doutrina segundo a qual as ideias gerais não passam de simples
nomes sem realidade fora da mente humana, aqui temos uma visão mais concreta e
antiespiritual das coisas; Guilherme de Occam, Tomas Hobbes e os neo-positivistas, neo-
idealistas e pragmatistas são seus principais expoentes. A única realidade são os indivíduos
e os objetos individualmente considerados. As ideias se resumem a seus símbolos, nomes ou
palavras. No realismo, as ideias existem de forma independente, aqui temos uma visão de
mundo mais espiritual; santo Tomás de Aquino e lberto Magno são seus principais
representantes. Podemos considerar o Reducionismo como o ponto de vista clássico de
Descartes que dividiu o todo para analisar suas partes separadamente, seu antônimo seria o
holismo.
[2] Na fenomenologia, após situarmos o fenômeno, recolhermos as descrições, passamos ao
passo de análise. A análise ideográfica, que se baseia no individualismo metodológico ao se
preocupar com o singular, busca tornar visível a ideologia presente na descrição ingênua
dos sujeitos, através das várias leituras que o pesquisador vai fazer para chegar às unidades
de significado (recortes) que são transcritas e agrupadas em categorias mediante
“reduções”. A análise nomotética, que é baseada no coletivismo metodológico e se
preocupa em estabelecer leis gerais em fatos reproduzidos, é feita a partir dos dados já
prontos, consistindo num processo contínuo de convergências e interpretações.

Postado por Josemar Moura às 19:54

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