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Teste de Prática Processual Penal

07-07-2008
Grelha de correcção

I
1 - Na sua resposta deverá o formando:

- Referir que o advogado pode consultar o processo se, em regra – artº 86º, nº1
do CPP - , o MP não tiver determinado a aplicação de segredo de justiça à fase de
inquérito, ficando essa decisão sujeita a validação pelo juiz de instrução no prazo
máximo de 72 horas – artº 86º, nº 3.
- Referir que, mesmo que tenha sido determinada a aplicação de segredo de
justiça à fase de inquérito, o arguido pode requerer ao MP o seu levantamento, o que
permitiria, se concedido, a livre consulta dos autos pelo advogado – artº 84º, nº 4 do
CPP, e caso o MP não o determine os autos são remetidos ao juiz de instrução para
decisão – artº 84º, nº 5
- Referir que, ainda que o segredo de justiça não seja levantado, pode o
advogado do arguido requerer à autoridade judiciária lhe seja dado conhecimento ou
permitido o acesso ao conteúdo de certos actos ou de documentos em segredo de justiça,
se tal não puser em causa a investigação e se afigurar indispensável ao exercício, in
casu, do direito de defesa do arguido – art. 86º nº 9, al. b)

cotação: 3,0 valores –

2 – Na sua resposta deverá o formando:

- Referir que os factos se subsumem à pratica de um crime de tráfico de


estupefacientes, p.p. pelo artº 21º, nº 1 do DL 15/93 de 22 de Janeiro com pena de prisão
me máximo superior a 5 anos (4 a 12 anos).
- Referir que, tratando-se de crime doloso punível com pena de prisão de
máximo superior a 5 anos, é abstractamente aplicável a medida de coacção de prisão
preventiva – artº 202º, al. a) do CP;
- referir, no entanto, que o juiz não pode aplicar em concreto essa medida, sob
pena de nulidade, porque o processo ainda se encontra em fase de inquérito e o MP
requereu medida de coacção menos grave (caução e obrigação de apresentação
periódica), não podendo o juiz, nessa fase do processo, aplicar pena mais grave – artº
194º, nº 2
- Referir como forma de reacção imediata à nulidade verificada na aplicação da
medida o requerimento a arguir essa mesma nulidade, sobre o qual o juiz se teria de
pronunciar de imediato.
(alternativamente seria admissível o recurso da decisão de aplicação da medida,
mas que não teria efeito suspensivo nem seria decidido de imediato, bem como o
requerimento de revogação da medida aplicada nos termos do disposto no artº 212º do
CPP e inclusive o habeas corpus)
- elaborar a respectiva peça processual.

cotação: 3,0 valores (podendo ser valorizado a peça processual de acordo com o
enquadramento efectuado, ainda que incorrecto)
II
1 – Na sua resposta deverá o formando:
- Referir que o pedido de indemnização civil fundado na prática de um crime deve
ser deduzido no processo penal respectivo – artº 71º do C.P.P. e referir que,
tratando-se de danos decorrentes de acidente de viação, o pedido de
indemnização cível dever ser proposto, nos temos do Dec. Lei nº 291/2007 de 21
de Agosto, contra a seguradora ou, caso não exista seguro, contra o Fundo de
Garantia Automóvel e os responsáveis civis; (0,5 valores)
- Referir, atento o facto da notificação da acusação ao ofendido, que o prazo para a
dedução do pedido é de 20 dias a contar da notificação que lhe foi feita da
acusação ( artº 77º, nº 2 do C.P.P.; (0,5 valores)
- Constatar que tendo o ofendido sido notificado por carta enviada por via postal
registada, expedida em 09 de Julho, a notificação se tem por efectuada no terceiro
dia útil posterior, ou seja, dia 14 de Julho – artº 113º, nº 3 do C.P.P.; (0,5 valores)
- Efectuar o cômputo do prazo de 20 dias, o qual terminaria em 03 de Setembro
(computada a suspensão decorrente das férias judiciais de verão – entre 01 e 31
de Agosto); (0,5 valores)
- Referir a possibilidade de, independentemente de justo impedimento, praticar
actos até ao 3º dia útil posterior ao termo do prazo, mediante o pagamento de
multa – artº 107º, nº 5 do C.P.P. e artº 145º, nº 5 do C.P.C. e constatar que o dia 08
de Setembro seria o terceiro dia útil posterior ao termo do prazo, podendo o
pedido ser formulado até esse dia, mediante o pagamento de multa; (0,5 valores)
- Referir a possibilidade de o pedido poder ser deduzido em separado nos termos
da al. f) do nº 1 do artº 72º do CPPP, em virtude de Ter de ser deduzido contra a
seguradora ou contra o Fundo de Garantia Automóvel, pessoas com
responsabilidade meramente civil, desde que ainda não tivesse decorrido o
respectivo prazo de prescrição da obrigação de indemnizar. (0,5 valores)

2 – Na sua resposta deverá o formando:


- Referir que a decisão instrutória não é nula, porquanto embora pronunciando
o arguido por crime diverso do da acusação, não constitui alteração
substancial dos factos indicados no requerimento de abertura de instrução
pelo assistente, que a requereu precisamente com vista à pronuncia pelo
crime de homicídio na forma tentada e não pelo crime de ofensas corporais
graves tendo em conta a alegada intenção de matar (1,0 valores)
- Referir que, não pronunciando o arguido pelos mesmos factos da acusação, a
decisão é recorrível – artº 310º, nº 1 ‘a contrariu’ (1,0 valores)
- Referir o prazo de 20 dias para a interposição do recurso, que terminaria a 28 de
Julho (notificação a 7, termo a 27, domingo), podendo o acto ainda ser praticado,
com multa, nos 3 dias úteis seguintes ( até 31 de Julho) (1,0 valores)

III
1 – Não tendo o arguido prestado termo de identidade e residência no processo o
julgamento não se pode iniciar na sua ausência, por não se considerar regularmente
citado – só pode haver julgamento na ausência do arguido quando este tenha prestado
termo de identidade e residência (não o tendo feito, nem sendo possível a sua
notificação, restaria seguir o regime da contumácia).
O início da audiência na ausência do arguido constitui nulidade insanável nos termos
do artº 119º, al. c do CPP por referência ao artº 332º, nº 1 – a qual pode ser arguida de
imediato por requerimento para a acta ou a todo o tempo, inclusive em sede de recurso.
Cotação: 2,0 valores

2 – O arguido pode prestar declarações em qualquer momento da audiência – artº 343º,


nº 1 do CPP, sendo por isso possível ser ouvido após terem sido ouvidas todas as
testemunhas da acusação.
(Poder-se-ia colocar a questão de, existindo nulidade no inicio da audiência sem a
presença do arguido, dever ser repetida toda a prova produzida anteriormente)
Cotação: 2,0 valores

3 – A testemunha não pode recusar-se a depor relativamente aos factos que


presenciou, . O segredo profissional abrange os factos de que o advogado teve
conhecimento pelo exercício da profissão, e apenas esses. Se um advogado assiste a
um atropelamento tem conhecimento desses factos como qualquer outro cidadão e não
pela sua qualidade de advogado, não podendo, por isso, invocar o sigilo profissional
para se recusar a depor sobre eles. A recusa só é legitima relativamente a factos
abrangidos por sigilo profissional, e os factos em causa não o eram.
Cotação: 2,0 valores

4 – O prazo para interpor recurso é de 20 dias, ou de 30 dias se for requerida a


reapreciação da prova gravada (artº 411º, nºs 1 e 4 do CPP).
Tratando-se de sentença, o prazo conta-se do depósito da respectiva sentença na
secretaria (artº 411º, nº 1, al. b do CPP).
Presumindo que a sentença foi depositada na secretaria no próprio dia – 15 de
Julho - , o prazo de 20 dias terminaria em 4 de Setembro (podendo ser praticado com
multa até ao 3º dia útil posterior – 9 de Setembro), atendendo à suspensão do prazo
durante o período de ferias judiciais de verão de 01 a 31 de Agosto) e o prazo de 30
dias terminaria em 15 de Setembro (podendo ser praticado com multa até ao dia 18 de
Setembro).
Se o arguido não estivesse presente, ter-se-iam de considerar 2 hipóteses:
- o julgamento decorrera já na ausência do arguido – o prazo para recurso conta-se da
notificação que lhe vier a ser feita da sentença condenatória;
- o julgamento decorreu na presença do arguido, tendo este apenas faltado à leitura da
sentença – o prazo corre normalmente, desde o depósito da sentença, considerando-se
o arguido notificado na pessoa do seu defensor.
Cotação: 2,0 valores

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