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Direito Tributário I – Parte geral e normas gerais de direito tributário. Semestre que vem
serão os tributos em espécie. Nesse semestre, conceitos fundamentais e parte
constitucional. CTN.
Vai cobrar nas provas o que falou em aula e o que foi falado nas apresentações. O
conteúdo das apresentações pode ser conteúdo das provas.
Bibliografia:
Luciano Amaro. Curso de Direito Tributário. Trata só da parte geral. Linguagem clara.
Hugo de Brito Machado. Curso de Direito Tributário. Trata da parte dos tributos em
espécie. Expõe as posições do autor, não traz entendimento jurisprudencial.
Leandro Paulsen. Direito Tributário Completo. Traz posição dos tribunais. Concurso.
Aliomar Baleeiro.
Eduardo Sabbag.
O que é relevante para a formação acadêmica? É um ramo essencial para que se tenha
conceitos básicos, até para atuar em qualquer ramo do direito. Até uma partilha tem
repercussão em matéria tributária, podendo ter incidência maior de ITCD. Direito do
trabalho também envolve tributação, até mesmo com a cobrança de tributos na justiça
do trabalho. Se cobra no processo trabalhista no imposto de renda, até se formando
jurisprudência tributária. Há advogados trabalhistas que depois devem entrar com
ações na justiça federal questionando a incidência de imposto de renda sobre verbas
indenizatórias trabalhistas. Direito penal tributário e atividade criminosa com
repercussão tributária. Delação premiada, por exemplo, pode ter repercussão em
matéria tributária. Direito civil é objeto da incidência tributária, o principal objeto. Da
mesma forma do direito empresarial.
Todos nós pagamos tributos de uma forma ou outra e somos obrigados a pagá-los. De
onde vem esse poder do Estado de nos exigir pagamento de tributos? Qual o seu
fundamento? Há autores, como HBM, que defendem o fundamento tributário da
soberania. Na soberania estatal, no poder do Estado, as obrigações tributárias são
heterônomas, em contraposição às obrigações autônomas do direito civil. Vige o
princípio da autonomia privada e a fonte das obrigações no direito privado decorre da
vontade do indivíduo. A vontade é relevante até para a validade da obrigação jurídica.
Vícios de vontade e repercussão nos contratos. Isso porque essas obrigações são
autônomas. No direito tributário não é assim. A vontade é irrelevante, até porque
ninguém pagaria tributos. A obrigação tributária independe da vontade das pessoas e
se diz que são heterônomas porque não decorrem da autonomia. A lei obriga. Poder de
Império Estatal. Por consequência, HBM fundamenta o poder de tributar na soberania
estatal. Ver nome lá em cima.
Professor é contra essa concepção. O Estado é soberano nas relações com os demais
Estados, em direito público. O Estado não é soberano em relação aos cidadãos. Todo
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos. Pelo nosso
esquema teórico da constituição, há o povo, que é a fonte do poder do Estado, que
cobrará tributos do povo. Essa noção de soberania remeterá à concepção absolutista de
soberano e vassalo. Estado e povo. Não parece que isso fecha com a noção
contemporânea de Estado moderno. Mas parece que fecha com a nossa prática, com a
oligarquia política. Estamos estudando a teoria, e não é assim que deve ser.
O povo constitui o Estado e o Estado cobra tributos do povo. Para o professor, o
fundamento do dever de tributar tem que vir do consentimento do povo, que o dá para
a formatação da tributação e até da própria conformação que se dá ao Estado por meio
da Constituição.
Dever fundamental de pagar tributos. José Casalta Nabais. Professor português que
escreveu sua tese de doutorado entitulada dever fundamental de pagar impostos.
Podemos falar de forma mais ampla como pagar tributos. Em sua tese de doutorado,
sustenta em primeiro lugar que o dever de pagar tributos é fundamental. Trabalha com
a teoria dos deveres fundamentais. O dever de pagar tributos é fundamental porque os
tributos servem para financiar direitos individuais e sociais, assim como os
fundamentais. E pagar tributos deve ter o mesmo nível e status dos direitos que são
realizados com os recursos arrecadados. É um argumento interessante e que tornou
livro indicado para o mestrado da faculdade. Para o professor, parece um discurso mais
político do que jurídico. Paulsen seguido fala em dever fundamental de tributos.
Devemos saber bom o que estamos tratando. Em primeiro lugar, qual é a relevância de
dizer que esse dever é fundamental equiparada aos direitos fundamentais? Qual a
consequência jurídica disso? JCN não fala especificamente. Há uma consequência direta,
mas é claro que não há uma obrigação geral de dar dinheiro ao Estado,
independentemente da ocorrência de fato gerador. É um argumento retórico, para dizer
que essa obrigação de pagar tributos também é relevante, assim como o direito
fundamental dos contribuintes. Deve-se considerar que essa obrigação tributária
também é relevante. Tema do planejamento tributário. A tributação não funciona dessa
forma exposta.
Paga-se o ICMS? Não como contribuintes de direito, pois não praticamos o fato gerador.
Alguns vão pagar o ITBI, mas só porque auferem renda. Se não tem imóvel rural, não
pagará ITR.
No Brasil, temos uma federação de três níveis. Se houvesse uma obrigação de pagar
tributos para todas as esferas, o custo seria imenso. Os entes só têm fatias de poder de
tributar, que são estabelecidas pela CF. É a chamada competência tributária. A
competência pode ser entendida como poder de tributar e as normas gerais devem ser
definidas em lei complementar, pelo menos para os impostos. O CTN desempenha esse
papel. Deve haver lei específica, ainda, que não seja incompatível com a CF.
Se discute questão específica se o município pode cobrar ISS do netflix. A netflix tem
dever fundamental de pagar tributos? Para quem? Gravita em torno da competência.
Os municípios podem tributar serviços, mas deve verificar se há configuração de serviço.
Se não for considerado serviço, não pode ser tributado.
Se não tivermos bem presentes essa dinâmica da tributação, será difícil entender direito
tributário.
Direito financeiro. Vimos semestre passado que o direito tributário a rigor é um ramo
específico do direito financeiro, o que leva até alguns autores a negarem a autonomia
do direito financeiro. Ele não tem princípios comuns etc. O direito financeiro é estudado
de forma separada. As regras tributárias ficam entre parênteses. A rigor, o direito
tributário é uma parte do direito financeiro, tratado de forma própria por ter institutos
próprios, assim como regras próprias. É muito mais judicializado do que o direito
financeiro.
Direito administrativo. O direito tributário e o direito financeiro foram por muito tempo
estudados dentro do direito administrativo porque são estudados como direito da
administração pública. Regras de fiscalização tributária e autuação dos contribuintes.
Direito internacional. É difícil ver no direito internacional privado, mas no público tem
grande relação. Aplicação de acordos para evitar a retributação da renda dos
contribuintes. Tratados específicos. Esses acordos para trocas de informações
ensejaram a lei da repatriação.
Classificação do direito tributário.
Itália. Escola de Pavia, que era capitaneada pelo Benvenutto Griziotti. Desenvolveu o
dirieto tributário se assentando na econômica política e numa visão jurídica, uma
interpretação jurídica. A tributação não deveria ser só jurídica. Havia quatro elementos
de análise de todas as leis tributárias e, ao tratar disso, falava sobre a causa da obrigação
tributária. A causa seria o poder de tributar e a capacidade contributiva. Aqui, se
analisando o desenvolvimento histórico, houve a lição da escola de pavia.
Crítica a essa posição. A interpretação econômica da Escola de Pavia. Essa crítica foi
influenciada por um tributarista gaúcho, Alfredo Augusto Becker. Defende uma análise
rigorosamente jurídica. Foi ignorado por alguns anos. AAB escreveu esse livro em 1963,
antes do CTN. Ficou desgostoso da não acolhida da sua posição, que foi ignorada. O
direito tributário era desenvolvido em São Paulo e Rio de Janeiro.
CTN – lei ordinária de 1966. Depois da reforma constitucional de 1965. É interessante
notar que o código é de 66, tem mais de 50 anos, e em quase nada foi alterado.
STF julgou caso de locação de bens móveis. Disse que o ISS incide sobre serviços até
mesmo no direito privado. Isto é a superposição. Tributarista não precisa só conhecer
as leis tributárias, mas sim conhecer os demais ramos do direito. Ir para o direito civil e
conhecer o que é serviço para saber que locação de bens não é propriamente serviço.
O que importa, na verdade, é saber se através da locação de bens móveis a pessoa
apresenta capacidade contributiva, para a partir daí poder incidir tributação. Tributação
por analogia no realismo econômico. STF acolhe isso em um primeiro momento.
Relevância econômica da operação. Depois, muda isso, e há inclusive Súmula Vinculante
dizendo que não se aplica ISS à locação de bens móveis.
Críticas à interpretação econômica justamente por permitir uma tributação por analogia
de forma camuflada. O que importa é o conteúdo econômico, o que é bastante criticado.
Linha positivista predominante no direito tributário. Hoje esta linha teórica está sendo
contestada. Insuficiência da mera análise de normas para a aplicação do direito
tributário, considerando que também há fatos e não só normas que devem ser
considerados para a aplicação. Positivismo inclusivo, considerando fatos. No direito
tributário, os fins e os fatos com conteúdo econômico são relevantes. A grande
discussão atual é como desenvolver uma metodologia para isso.
Elementos extratextuais = Humberto Ávila. Teoria dos sistemas para considerar
finalidades, valores, teoria das normas, interpretação etc.