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RESUMO: A preocupação com a reciclagem de resíduos, de uma maneira geral, é relativamente recente no
Brasil, diferentemente de algumas nações do chamado grupo dos países desenvolvidos, onde já no final da
década de 60 existiam razoáveis políticas ambientais. A reciclagem de materiais tem se tornado tema de
pesquisas direcionadas à redução dos impactos ambientais negativos associados aos resíduos. No caso do
Brasil, destacam-se preocupações voltadas para o considerável volume de resíduos gerados na indústria de
mineração, denominados rejeitos. O presente trabalho apresenta uma contribuição voltada para a reutilização
dos rejeitos de minério de ferro em obras rodoviárias, sendo aplicado de forma conjunta aos solos tropicais.
A sistemática proposta é bastante simples e envolve a utilização de um solo tropical do Centro-oeste
brasileiro e um único tipo de rejeito, misturados em diferentes proporções e submetidos a ensaios de
compactação e compressão simples. O efeito da adição da cal nestas misturas também é abordado neste
trabalho.
Tabela 2. Limites de consistência e índices do solo HB9 Tabela 5. Identificação das misturas utilizadas.
(Delgado, 2005). Cal
wL (%) wP (%) IP (%) IA Mistura HB9 RPM
Hidratada
48,0 38,0 10,0 0,14 A 75% 25% -
B 50% 50% -
2.2.2 Rejeito de Minério de Ferro (RPM) C 72% 24% 4%
D 48% 48% 4%
O rejeito de minério de ferro da pilha de
Monjolo (RPM) foi caracterizado de acordo A classificação granulométrica das misturas
com as prescrições da ABNT, compreendendo foi obtida a partir das distribuições
ensaios para a determinação da massa granulométricas materiais puros, sem o uso de
específica dos grãos, análise granulométrica e defloculante, respeitando-se as suas
determinação dos índices de vazios máximo e proporcionalidades. Logo abaixo, a Tabela 6
mínimo, realizados nos Laboratórios de apresenta a distribuição granulométrica das
Geotecnia da UnB (Hernandez, 2002) e da misturas.
UFOP (Presotti, 2002). Alguns resultados
referentes a este rejeito estão apresentados nas Tabela 6. Distribuição granulométrica das misturas solo-
rejeito utilizadas.
Tabelas 3 e 4. Areia Silte Argila
Mistura
(%) (%) (%)
Tabela 3. Índices e propriedades físicas do rejeito RPM A 52,9 41,1 6,0
(Hernandez, 2002; Presotti, 2002). B 65,3 30,7 4,0
Gs emax emin
3,47 0,95 0,63
2.3.1 Ensaios de Compactação
Tabela 4. Distribuição granulométrica do rejeito da pilha
de Monjolo. A obtenção da maior massa específica
Areia (%) Silte (%) Argila (%) Cu aparente possível de um solo ocorre por meio
90,0 10,0 - 4 da aplicação de uma energia mecânica que gera
uma maior quantidade de partículas por unidade
2.3 Compactação de Compressão Simples de volume, o que geralmente resulta no
aumento da resistência.
Uma avaliação correta da possibilidade de O ensaio de compactação tipo miniatura
utilização de um material alternativo aplicado à consiste em densificar o solo por meio de um
bases de pavimentos pressupõe a realização de conjunto composto por um molde de 50 mm de
ensaios que avaliem o seu comportamento diâmetro e um soquete com peso definido em
quando compactado e a sua resistência quando função da energia de compactação. Esta energia
submetido a carregamento. Com base nisto, é que determina o número de golpes em cada
foram executados ensaios de mini-compactação lado da amostra e a altura de queda do soquete.
e compressão simples com os materiais No caso desta pesquisa, a energia utilizada foi a
misturados. Posteriormente, estas misturas Energia do Proctor Intermediário. A Figura 1 e
foram submetidas à adição de 4% de cal, a Tabela 7 mostram os pontos ótimos de
visando avaliar o desempenho preliminar das compactação.
misturas estabilizadas quimicamente.
As misturas foram realizadas em termos de
22 feitos com base em amostras reconstituídas no
21 equipamento de mini-compactação, na umidade
20 ótima obtida nos ensaios anteriores. Estas
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amostras eram extraídas, vedadas de forma a
não perder a umidade de compactação e,
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posteriormente, deixadas em cura por um
γ dmax (kN/m³)
17 período de 15 dias.
16 Após a cura, necessária para o
15 desenvolvimento de possíveis reações químicas
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dos elementos de mistura, principalmente da
cal, as amostras foram levadas à prensa de
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deformação controlada para a execução da
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compressão não-confinada. Os resultados destes
11 ensaios são apresentados na Figura 2,
10 considerando a média de dois CP’s para cada
8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 amostra ensaiada.
wot (%)
2250
Solo HB9 Mistura A
2000
Mistura B Mistura C
Mistura D Curva de Saturação HB9 1750
Tensão (kPa)