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O Enfermeiro de Família

Bom dia D.ª Francisca, hoje parece-me um pouco triste!... É verdade preciso muito
conversar consigo…a Sr.ª Enfermeira conhece-me, a mim, aos meus filhos e netos…
Aqui eu partilho as minhas tristezas, as inquietudes, a pobreza…
Não conto a mais ninguém, tenho vergonha …. Mas consigo é diferente…é a minha
Enfermeira…é a minha Enfermeira de Família….

Em todos os contextos onde os Enfermeiros desenvolvem a sua atividade


profissional o foco principal é centrado na Família. E hoje os enfermeiros fazem
isto no seu quotidiano: seja com os grupos mais vulneráveis na comunidade,
seja nos locais onde as pessoas trabalham e vivem (nos domicílios, nas
escolas, nas empresas, nos hospitais), por isso, têm as condições necessárias
para assumirem cada vez mais a responsabilidade de serem os interlocutores
de primeira linha junto dos cidadãos – e destes com o sistema de saúde.
Pela natureza dos cuidados de Enfermagem, pelo seu trabalho de proximidade
e continuidade ao longo do ciclo vital e ainda pelas competências que possuem
na abordagem da pessoa, das famílias e das diferentes comunidades, os
Enfermeiros estão numa situação privilegiada para identificar necessidades e
potencialidades de respostas que permitam uma melhor gestão entre os
cuidados / serviços prestados e as expectativas dos utentes.
Ao longo dos tempos, os cuidados de Enfermagem dirigidos às famílias foram
objeto de preocupação e reflexão e mais recentemente a Organização Mundial
de Saúde, no quadro atual das políticas de Saúde - SAÚDE XXI- introduz o
conceito de um novo tipo de Enfermeiro, o Enfermeiro da saúde familiar. Esta
Organização considera que os Enfermeiros contribuirão para atingir os
objetivos traçados nas Politicas para o século XXI, acompanhando os
indivíduos ao longo do ciclo de vida, na saúde e na doença trabalhando no seio
de uma equipa multidisciplinar de Saúde (OMS, 2002).

Atuação nos Cuidados de Saúde Primários

Os cuidados de enfermagem à família centram-se na interação entre o


Enfermeiro e a família, implicando o estabelecimento de um processo
interpessoal, significativo e terapêutico e têm por finalidade a capacitação da
família a partir da maximização do seu potencial de saúde, ajudando todos os
seus elementos a serem proativos no tratamento e manutenção da sua saúde.
A atuação dos Enfermeiros em Cuidados de Saúde Primários situa-se em
áreas distintas, o lugar que ocupam na equipa multidisciplinar de Saúde, dá-
lhes a oportunidade de conhecer as famílias, os seus estilos de vida e as suas
necessidades de saúde. Esta oportunidade confere um papel de agente
facilitador da mudança que se pretende efetuar.
O papel do enfermeiro consiste em promover a autonomia, criar com sabedoria
a oportunidade, reforçando crenças e capacidades, respeitando decisões e
ritmos de aprendizagem, fomentando a partir da família a reprodução e
herança de modelos comportamentais e experiencias de saúde, num processo
de desenvolvimento e crescimento.

Enfermeiro de Família como Modelo organizativo de cuidados

O “Enfermeiro de Família”, como modelo organizativo de cuidados, é,


inquestionavelmente, uma mais-valia no âmbito da qualidade dos cuidados
prestados à população, com ênfase para a efectividade, proximidade e
acessibilidade.
O “Enfermeiro de Família” afigura-se, como o elo de referência entre o serviço
de saúde e o utente/ família, assumindo a responsabilidade pela prestação de
cuidados de Enfermagem globais a um conjunto de famílias, numa perspectiva
de maior proximidade, assente numa relação de ajuda de maior confiança, nas
diversas situações de crise e em todos os processos de saúde-doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os enfermeiros de
família podem ajudar indivíduos e famílias a lidar com a doença e incapacidade
crónica ou períodos de stress ou de maior vulnerabilidade, dedicando grande
parte do seu tempo ao acompanhamento dos doentes e suas famílias nas suas
habitações. Estes enfermeiros prestam aconselhamento em áreas tão diversas
como estilos de vida e fatores de risco comportamentais, bem como assistem
as famílias em questões relativas à sua saúde, contribuindo para sentimentos
de “segurança”, “estabilidade”, “suporte/apoio”.
Todos reconhecemos que os Enfermeiros detêm um lugar privilegiado na
promoção da saúde da comunidade em que estão inseridos, zelando pelo bem-
estar de todos os elementos que a compõem e o funcionamento dos serviços
de saúde dependem também da sua dedicação, da sua preparação científica e
do seu empenho profissional.

Não podemos nunca esquecer o muito que os Enfermeiros nos têm dado:
São permanentes na presença. Estão sempre disponíveis.
Asseguram a continuidade dos serviços.
São responsáveis.
Numa palavra, Estão e são próximos de quem deles precisa.

Ana Dulce Sousa


Enfermeira Especialista

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