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Apresentação
Internacionalização da educação
Por todo o mundo os governantes e líderes nestas últimas décadas têm se dedicado a criar
políticas, destinar verbas e facilitar oportunidades para esse trânsito internacional na
educação através do ensino, da pesquisa e da qualificação das suas equipes. São
desenvolvidos inúmeros programas e muitas agências de fomento incentivam
intensamente a internacionalização da educação.
Por essas e tantas outras iniciativas em todos os países, vemos que a internacionalização
da educação tem sido uma preocupação e um desafio da atualidade com vistas ao futuro.
Nesse contexto e com o objetivo de aprofundar o debate do tema, o Conselho Editorial
da Revista de Educação do Cogeime escolheu dedicar a presente edição para receber
artigos e relatos de experiências do campo educacional brasileiro, mundial e das próprias
instituições Metodistas de educação, relacionados ao tema.
Ao final desta edição oferecemos uma sessão especial de testemunhos. Eles não apenas
descrevem parte da história do Cogeime, mas também celebram e reafirmam o significado
dessa instituição no contexto da educação metodista, no Brasil e no exterior, no âmbito
ecumênico e no campo da educação brasileira. Os textos também reconhecem e tributam
honra para as lideranças metodistas que criaram, desenvolveram, consolidaram e
construíram a reputação do Cogeime. Os autores e autora dessa sessão são protagonistas
e testemunhas da trajetória dessa instituição.
marcantes de uma de suas “filhas”: a Revista de Educação do Cogeime, que atinge seus
25 anos e publica sua 50ª edição.
A Revista foi criada em 1992 com o objetivo de divulgar temas debatidos nos seminários
e reuniões acadêmicas do Cogeime, bem como para oferecer um canal de socialização e
discussão de outros temas de interesse do campo educacional e compartilhar as
experiências educativas no ensino, pesquisa e extensão das instituições metodistas de
educação. Esses objetivos têm sido plenamente alcançados até o presente, entretanto a
Revista evoluiu, consolidou-se e ganhou reputação nacional e internacional no âmbito
metodista e fora dele.
Isso exigiu que buscasse qualificar-se ainda mais, por meio da constante busca aos
melhores standards dos periódicos acadêmicos. Completou a transição para publicação
eletrônica em 2010 e está funcionando pelo Electronic System for Journal Publishing –
Open Journal System (SEER/OJS), baseada no Portal Metodista de Periódicos Científicos
e Acadêmicos. Porém, tem procurado ainda manter uma tiragem impressa, sobretudo
destinada às bibliotecas. Atualmente estão disponíveis online todos os artigos em PDF,
desde a primeira edição. A partir de 2013 também obteve o registro no Digital Object
Identifier System (DOI) e a indexação na Biblioteke Virtual. Com o DOI os artigos são
protegidos pelos sistemas CrossRef – Cited-by e CrossCheck Depositor, alcançando
difusão mais ampla.
A Revista conta com um Conselho Editorial altamente qualificado, tendo a maioria dos
seus membros o nível de doutorado ou pós-doutorado. Criou também, a partir de 2015,
um Conselho Consultivo composto por pesquisadores nacionais e internacionais de alto
nível, os quais lhe conferem voluntariamente avaliação e assessoria.
Todos os artigos submetidos à Revista, para as sessões temáticas ou livre, antes de serem
aceitos para publicação, passam pelo processo de revisão blind peer review (avaliação
cega pelos pares), por pesquisadores doutores.
Desde 2010, a Revista passou a ser avaliada pelo sistema Qualis-Capes, tendo alcançado
no quadriênio 2010-2012, suas melhores avaliações como B4 Interdisciplinar e B5
Educação, além de aparecer também em outras áreas. No quadriênio 2013-2016,
manteve-se na qualificação B4 Interdisciplinar, alcançando a significativa qualificação
A2 Ensino, além de ser indexada também em outras áreas.
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Por essas razões, com muito orgulho, a Revista celebra seus 25 anos e oferece sua
quinquagésima edição, honrando a qualidade da tradição metodista em educação e a
instituição que pela qual foi criada. Esse é, podemos dizer em nome do Editor Gerente e
do Conselho Editorial, o nosso presente para o Cogeime, nos seus 50 anos.
Inicialmente foi criado para ser uma entidade representativa das instituições metodistas
de ensino. Denominava-se Cogeime – Conselho Geral das Instituições Metodistas de
Ensino. A instituição se consolidou, ganhou prestígio nacional e viu algumas de suas
lideranças alcançado importantes postos nacionais, tais como no Conselho Federal de
Educação (CFE) e depois no Conselho Nacional de Educação (CNE), em conselhos
estaduais de educação, no Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub),
Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) e outras organizações.
Na década de 1980, com os debates em torno da elaboração do Plano Para a Vida e Missão
da Igreja Metodista (PVMI) e das Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista (DEIM),
chegou-se à conclusão de que o termo “ensino” era pouco para definir as instituições e
mesmo o Cogeime. “Educação” é muito mais amplo, abrangente e significativo do que o
termo “ensino”. Decidiu-se então pela alteração para “Cogeime – Conselho Geral das
Instituições Metodistas de Educação”. O termo “educação” expressa a razão mais
profunda das instituições metodistas e abrange, de forma mais ampla, o ensino-pesquisa-
extensão, a dimensão da confessionalidade e a presença cidadã da Igreja no mundo. Neste
período o Cogeime ganhou o caráter de entidade associativa das instituições metodistas
de educação e sua sede, que outrora era itinerante, dependendo de quem era o Secretário
Executivo, em meados dos anos 1980, passou a ser abrigada nas dependências do Colégio
Piracicabano até o final de 2002.
No final dos anos 1990 e no começo do segundo milênio, iniciaram-se debates sobre a
criação de um sistema mais consolidado que abrigasse todas as instituições de educação.
Tal debate não chegou a alcançar os seus objetivos que eram, naquele momento, formar
uma rede de instituições sob a liderança do Cogeime. Mas em parte isso começou a ser
alcançado. O 17º Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em 2002, em Maringá,
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PR, tomou a decisão de que todas as instituições que atuavam na educação superior
deveriam passar para a alçada administrativa da área nacional da Igreja e autorizou
estudos para a criação da Universidade Metodista do Brasil. O Cogeime ganhava um
papel de liderança nesse processo e, de certo modo, passava a liderar um grupo de
instituições sob a alçada administrativa da área nacional. A sede do Cogeime foi
transferida para São Paulo, junto à Sede Nacional da Igreja Metodista. Alterou-se também
a sua constituição jurídica, que anteriormente era de entidade associativa das instituições
metodistas de educação, passando a ser uma instituição de comando e coordenação à qual
as demais instituições deveriam prestar certa subordinação. Do ponto de vista estatutário,
os seus associados passaram a ser as Regiões Eclesiásticas da Igreja Metodista, nos
mesmos moldes das demais instituições, o que se mantém até hoje.
Nos anos seguintes, por diversas razões, não prosperou o projeto para a criação da
Universidade Metodista do Brasil. Entretanto, ganhou força a discussão dos conceitos de
holding e rede. O 18º Concílio Gera da Igreja Metodista, em Aracruz, ES e em São
Bernardo do Campo, SP, em 2006, aprovou a criação da Rede Metodista de Educação,
constituída pelas instituições metodistas de educação. O Cogeime foi designado como
órgão coordenador da Rede. Conforme os Cânones da Igreja Metodista, o Cogeime
responderia como “órgão da Igreja Metodista que planeja, coordena, supervisiona,
integra, apoia, acompanha e controla obrigatoriamente, todas as unidades da Rede”. O
nome da instituição foi alterado mais uma vez, a fim de refletir essas atribuições e os
novos tempos que estavam por vir, passando a denominar-se “Cogeime – Instituto
Metodista de Serviços Educacionais”.
A Rede Educação começou a ser implantada em 2007, com o mandato acima mencionado,
conferido ao Cogeime. Esse processo e modelo de Rede, em que pese haver sido
claramente definido na legislação canônica e estatutária, acabou ganhando outros
contornos em meio às crises econômicas e políticas, agravadas nas instituições metodistas
de educação. Pode-se dizer que o modelo de Rede e sua relação com o Cogeime e as
instituições foi sendo paulatinamente readaptado e passou por diversas fases na última
década. Não é o caso aqui analisar esse processo, apenas registrar nosso reconhecimento
de que a Rede foi ganhando cada vez mais status de independência em relação ao
Cogeime e este, por sua vez, foi sofrendo um certo esvaziamento em seu papel, não só no
que diz respeito ao mandato que lhe fora conferido pelo 18º Concílio Geral – e renovado
pelo 19º Concílio Geral – mas, também, enquanto instituição central representativa da
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educação metodista no Brasil. Vale lembrar que a Rede sentou suas bases na Universidade
Metodista de São Paulo (Umesp), não só fisicamente, mas adotando praticamente todo o
modelo de organização da mantenedora daquela universidade, expandindo para as demais
instituições. Mas, isso é muito mais complexo analisar em breves parágrafos e não é aqui
o caso.
Desta forma, inferimos que o Cogeime, ao celebrar o seu jubileu de ouro experimenta
tempos de complexidade e incerteza. Porém, na dimensão da fé que nos move, devemos
dizer que “até aqui nos ajudou o Senhor” (1 Samuel 7.12), por isso, louvado seja o Seu
Nome pela trajetória do Cogeime, pois, podemos afirmar que “o melhor de tudo é que
Deus está [sempre] conosco” (John Wesley).