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Teoria do Desenvolvimento Econômico

Os principais modelos caracterizados pelas principais Escolas de Pensamento Econômico ao


longo dos anos

Por: Anderson Nunes de Carvalho Vieira

RESUMO

O presente estudo buscou levantar o conceito teórico sobre o desenvolvimento econômico na


visão das diversas escolas de pensamento econômico ao longo dos anos. Elaborou-se um
estudo baseado nos principais expoentes de cada escola em seus respectivos períodos, tendo
o conhecimento teórico em ciências econômicas como o arcabouço para as analises e
comparações entre as diversas visões apresentadas por cada escola. É importante ressaltar
que cada escola formulou seu pensamento em crescimento e desenvolvimento econômico
baseada em sua realidade histórica vivida no seu respectivo período, o que demonstra que
algumas limitações ou reformulações não podem ser consideradas literalmente como erro
teórico, haja vista que nas ciências econômicas tudo está em constante mudança e
alternância.

Palavra chave: Desenvolvimento, Escola, Teoria.

ABSTRACT

The present study sought to raise the theoretical concept on economic development in view of
the various schools of economic thought over the years. We developed a study based on the
main exponents of each school in their respective periods, with the theoretical knowledge in
economics as the framework for analysis and comparisons between the various views
presented by each school. Importantly, each school has formulated his thoughts on growth
and economic development based on its historical reality experienced in their respective
period which shows that some limitations or re literally cannot be regarded as a theoretical
error, considering that in economics it is constant change and alternation.

Keyword: Development, School, Theory.

1. INTRODUÇÃO

Desenvolvimento econômico é um termo em ciências econômicas que é passível de diversas


interpretações baseado no pensamento de cada escola econômica em si. Pode ser considerado
o aumento da Renda Nacional durante um longo período de tempo ou o crescimento da Renda
Per Capita por certo período de tempo. Para outros, desenvolvimento econômico pode ser
considerado o crescimento da Renda Nacional e sua relação com o bem estar social que pode
ser medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Para François Perroux o crescimento e desenvolvimento econômico estavam intimamente


ligados o surgimento de indústrias e pólos industriais. O pólo de crescimento surge devido ao
aparecimento de uma indústria motriz, considerando como tal aquela indústria que, antes das
demais, realiza a separação dos fatores da produção, provoca a concentração de capitais sob
um mesmo poder e decompõe tecnicamente as tarefas e a mecanização, na qual essa indústria
precisa ser necessariamente grande para atrair outras empresas e concentrar capitais.

Essa polarização sugere que as desigualdades regionais aumentem, pois forma-se inicialmente
um oligopólio, na qual essas indústrias motrizes irão naturalmente crescer mais que a media
nacional até que atinge um ponto máximo, para declinar em seguida, quando se inicia o
processo de despolarização. O pólo de crescimento se torna um pólo de desenvolvimento
quando provocar transformações estruturais e expandir o produto e emprego onde se localiza.

Atualmente o estudo do desenvolvimento econômico tem abordado várias outras variáveis


que podem influenciar não só na economia, mas também na vida dos indivíduos e da
sociedade como um todo. Para Amartya Sen (2000) o desenvolvimento econômico estava
baseado na liberdade que o individuo possui em uma determinada economia, para ele:

O desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de privação de liberdade:


pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemática,
negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de Estrados
repressivos. A despeito de aumentos sem precedentes na opulência global, o mundo atual nega
liberdades elementares a um grande numero de pessoas – talvez até mesmo à maioria. (SEN,
Amartya K. 2000 p. 18).

Para Ignacy Sachs (2004) o estudo do desenvolvimento econômico não pode ser estudado sem
sua relação com a sustentabilidade. Assim sendo, para Sachs é necessário conceituar
desenvolvimento sustentável acrescentando as dimensões de sustentabilidade ambiental e
sustentabilidade social considerando fatores como: social, ambiental, territorial, econômico e
político para tais análises. Conforme Sachs, desenvolvimento econômico, social e ambiental se
inter relacionam: “(…) Outras estratégias, de curto prazo, levam ao crescimento ambiental
destrutivo, mas socialmente benéfico, ou ao crescimento ambiental benéfico, mas socialmente
destrutivo” (SACHS, Ignacy. 2004, p 14).

O estudo do desenvolvimento econômico é estruturado em modelos onde os mais comuns e


estudados são os modelos de desenvolvimento econômico de Schumpeter, pós-keynesiano de
Sir Hoy F. Harrod e Evsey Domar, modelo neoclássico de Robert Solow, o modelo de Walt
Whilt Rostow, de François Perroux, de Amartya K. Sen, os modelos endógenos de Robert Lucas
e Paul Romer, o modelo de Albert Otto Hirschman entre outros.

Atualmente o estudo das ciências econômicas é divido em períodos ao qual cada período com
seus respectivos pensadores ganham o nome de Escola de Pensamento Econômico. Cada
escola formulou suas teorias baseadas na realidade vivida em cada período, e
conseqüentemente o estudo e a abordagem do crescimento e desenvolvimento econômico
estava atrelada ao período histórico de cada escola.

A história do pensamento econômico pode ser dividida, grosso modo, em três períodos: Pré-
moderno (grego, romano, árabe), Moderno (mercantilismo, fisiocracia) e Contemporâneo (a
partir de Adam Smith no final do século XVIII). A análise econômica sistemática tem se
desenvolvido principalmente a partir do surgimento da Modernidade. No período mais antigo
o estudo da economia se fundia com a filosofia, porém após a segunda revolução industrial a
economia ganhou status de ciências econômicas independente.

O conceito de desenvolvimento econômico é bastante complexo para a economia atual,


principalmente quando se pretende determinar o fator gerador e motivador de tal
desenvolvimento. Baseado nas diversas variáveis econômicas existentes, nos fatores
macroeconômicos, locais e regionais o estudo se torna ainda mais complexo. Por esse motivo
os modelos se limitaram a estudar a origem dos agentes causadores do desenvolvimento em
modelos endógenos ou exógenos a economia.

Nesse trabalho será realizada uma breve discussão dos principais modelos de crescimento e
desenvolvimento na ótica das diversas escolas de pensamento econômico que surgiram ao
longo da historia do próprio pensamento econômico. Lembrando que como em economia
tudo está em constante transformação, por essa se tratar de uma ciência social, o conceito de
“erro teórico” não subsiste, ou seja, o que ocorre são as limitações de cada modelo.

2. METODOLOGIA

Foi utilizado o método histórico e investigativo para elaborar a contextualização do trabalho,


para explanar ao leitor as diversas teorias do desenvolvimento elaborado pelas principais
escolas de pensamento econômico. O referencial teórico para a exposição das teorias foi
levantado de livros, revistas e artigos científicos, enciclopédias e sites especializados em teoria
econômica.

O método dialético também foi utilizado para a discussão dos resultados do trabalho. A
dialética (do grego διαλεκτική) era, na Grécia Antiga, a arte do diálogo, da contraposição e
contradição de idéias que leva a outras idéias. Por esse motivo tem-se como tese a afirmação
ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese e
antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos
resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma
nova antítese gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.

O trabalho, de cunho estritamente teórico, serve re reflexão e principalmente de estimulo ao


debate das diversas teorias de desenvolvimento propostas ao longo da história. É um estudo
superficial, haja vista que uma discussão mais aprofundada demandaria uma escrita mais
extensa, porém serve como norteador para discussões e consultas.

3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1 Os Mercantilistas e Fisiocratas

Os mercantilistas e fisiocratas não possuíam uma teoria do desenvolvimento econômico bem


estabelecido e, portanto o desenvolvimento econômico acabava se fundindo com a idéia de
crescimento econômico baseado nos metais preciosos para os mercantilistas e na produção da
terra para os fisiocratas.

Conforme Fusfeld (2003) os mercantilistas basearam o crescimento da economia no acúmulo


de metais preciosos, principalmente o ouro, no qual para isso era necessário unificar o
mercado interno, com uma balança comercial favorável e um protecionismo para o mercado
interno. O período mercantilista que foi do século XV ao século XVIII teve como principal
característica a intervenção totalitária do governo na economia, criando-se assim fortes
estados nacionalistas.

Nesse período se destacou o francês Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) que implantou o


colbertismo na frança – uma teoria de acumulação de metais preciosos – na qual consistia no
aumento do volume de exportações em relação ao volume de importações para se obter uma
balança comercial positiva, gerando assim um maior número de metais preciosos para os
cofres do governo, gerando assim um maior crescimento e “desenvolvimento” econômico.

Nesse mesmo período surge uma teoria de oposição que ganhou o nome de fisiocracia. Tendo
como maior ícone o também economista francês François Quesnay (1694-1774), a fisiocracia é
considerada a primeira escola de pensamento econômico científica. Para os fisiocratas as
bases do crescimento e conseqüentemente o desenvolvimento econômico estava baseado na
terra, ou seja, Baseavam-se na economia agrária, identificando na terra a fonte única de
riqueza: uma semente é capaz de gerar mil, os recursos nela se reproduzem.

3.2 A Escola Clássica

O período clássico é considerado o primeiro “divisor de águas” no estudo das ciências


econômicas. O tratado de Adam Smith (1723-1790) “A Riqueza das Nações” demoliu
magistralmente muitas dessas idéias. Em especial, Smith mostrou que dinheiro não deve ser
confundido com riqueza. Para ele a riqueza de um país consiste não apenas em seu ouro e sua
prata, mas em suas terras, casas e bens de consumo de todo tipo.

Conforme Araújo (1988) o determinante econômico fundamental do crescimento econômico


em Smith é a taxa de formação de capital. Essa taxa de crescimento é proporcional a taxa de
investimento o que pode tirar a economia do chamado estado estacionário. O estado
estacionário seria então a situação em que o produto per capita estaciona, ou seja, os salários
ficam num nível de subsistência, os lucros caem ao nível mínimo compatível com a
recompensa pelo risco. Com isso não há investimento liquido, a população permanece
constante e a renda total não se modificará.

Contrapondo as idéias liberais de Smith, Georg Friedrich List (1789-1846) que era defensor do
intervencionismo propunha um crescimento econômico não baseado no livre comércio e na
mao invisível de Smith, mas sim baseado no fortalecimento das empresas locais, ou seja, para
List não se poderiam desenvolver a economia se o mercado já estivesse ocupado por empresas
de países estrangeiros economicamente mais avançados. Para tal List propunha um
protecionismo, mesmo que temporário, para que o mercado interno se fortalecesse e assim
desenvolvesse a economia.

Ainda no período clássico surge o pensamento marxista de desenvolvimento econômico


através do economista alemão Karl Marx (1818-1883). Conforme Araújo (1988) Marx embasou
sua teoria de desenvolvimento econômico sobre os conceitos da Lei do Valor Trabalho, da
Mais Valia, das Relações de Produção Básicas, do Desenvolvimento das Forças Produtivas, da
Lei de Acumulação e o Exército de Reserva. Em resumo, para Marx o desenvolvimento
econômico e daria no momento em que a classe operária se apropriasse de uma parcela maior
do produto social (mais-valia), sendo assim alcançando o bem estar social.

3.3 A Escola Neoclássica

Neoclassicismo implica uma nova forma de classicismo. Os economistas neoclássicos eram


marginalistas, no sentido de que enfatizavam a tomada de decisões e a determinação das
variações na margem. Nesse período se destaca dois modelos de desenvolvimento econômico,
pois os maiores esforços dos economistas neoclássicos se concentravam muito mais nos
fatores de equilíbrio de mercado e nas fundamentações microeconômicas da econômica do
que nos aspectos relativos ao crescimento e desenvolvimento econômico.

Joseph Alois Schumpeter (1883-1850) pode ser um dos maiores estudiosos sobre o
desenvolvimento econômico na escola do período neoclássico. O pensamento econômico de
Schumpeter parece ter sido bastante influenciado por Marx e pelas descobertas que marcaram
época na história econômica. Sua teoria do desenvolvimento econômico se baseia na inovação
e no desenvolvimento tecnológico – o agente empreendedor. Para Schumpeter, o capitalismo
desenvolvia-se em razão de sempre estimular o surgimento dos empreendedores, isto é, de
capitalista ou inventores extremamente criativos – os inventores – que eram os responsáveis
por todas as ondas de prosperidade que o sistema conhecia.

Schumpeter (1961) ainda contempla que a abertura de novos mercados – estrangeiros ou


domésticos – e o desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos conglomerados
ilustra o mesmo processo de mutação industrial que incessantemente revoluciona a estrutura
econômica a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando
uma nova. Esse processo de “destruição criativa” é o fato essencial do capitalismo. É nisso que
consiste o capitalismo, é assim que têm de viver todas as empresas capitalistas.

Posteriormente, em resposta ao modelo keynesiano de desenvolvimento econômico (que será


abordado mais adiante), o modelo neoclássico de Robert Solow (1924) teve como enfoque a
acumulação de capital, o crescimento da força de trabalho e as alterações tecnológicas. Para
Ellery (2000) Robert Solow preocupou-se em demonstrar que o produto per capita é uma
função crescente da razão entre capital e trabalho. A força de trabalho cresce a uma taxa
natural (exógena ao modelo) então é necessária uma quantidade de poupança per capita, que
deve ser utilizada para equipar os novos trabalhadores com uma quantidade de capital per
capita K, igual a dos outros trabalhadores. Outra parte da poupança deve ser utilizada para
garantir a não depreciação do capital. Enfim, para Solow era a taxa de crescimento da força de
trabalho que determinaria o desenvolvimento econômico.

3.4 O modelo de desenvolvimento keynesiano

John Maynard Keynes (1883-1946) pode ser considerado o segundo maior “divisor de águas na
economia”. O próprio Keynes não se importou em formular uma teoria para o
desenvolvimento econômico, haja vista que seus esforços se encontravam numa solução para
a crise capitalista vivida pelos ingleses após 1929.

O modelo dos economistas Roy F. Harrod (1900-1978) e Evsey Domar (1914-1997) foram os
primeiros a utilizarem os pilares da teoria keynesiana. Considerado um modelo de crescimento
exógeno, o modelo de Harrod-Domar diz que o crescimento e desenvolvimento de uma
economia podem ser explicados pelo nível de poupança e pela produtividade do capital. Suas
implicações são que o crescimento depende da quantidade de trabalho e capital; mais
investimento leva à acumulação de capital, que gera crescimento econômico.

O modelo pode possui implicações em países menos desenvolvidos economicamente, pois


nesses países a mão de obra é abundante, mas o capital físico é menor o que pode reduzir o
crescimento econômico. Países em desenvolvimento não possuem renda média que permitiria
altas taxas de poupança, e, portanto a acumulação de capital através do investimento é baixa.
O modelo implica que o crescimento econômico pode ser afetado por políticas que aumentem
o investimento, através da taxa de poupança. O modelo conclui que uma economia não
alcança o pleno emprego e taxas estáveis de crescimento naturalmente, de forma similar ao
pensamento keynesiano.

O modelo Harrod-Domar foi muito utilizado para explicar os ciclos econômicos e teve seu auge
no período do pós-guerra, sendo rebatido pelo modelo de Robert Solow.

3.5 O modelo de Perroux

François Perroux (1903-1987) formulou a conhecida teoria dos pólos de crescimento


econômico. Usando a cidade de Paris como exemplo, Perroux demonstrou que pólos
industriais podem surgir em torno de aglomerações urbanas, pólos de distribuição de matéria
prima e ao longo das passagens de fluxos comerciais. Para Perroux o desenvolvimento
econômico se daria justamente pela presença desses pólos industriais.

A indústria, segundo Perroux, é a maior motivadora do crescimento e desenvolvimento


econômico, pois emprega diversos fatores de mão-de-obra e estimula investimentos em
máquinas e equipamento, além de possuir uma forte identificação geográfica, criando
conglomerados industriais. O modelo de desenvolvimento de Perroux se baseia no
desenvolvimento da indústria, na geração de emprego que estimulará a renda e
conseqüentemente o bem estar social e o crescimento e desenvolvimento da economia.

3.6 O modelo Rostow

O modelo de Rostow desenvolvimento pelo economista Walt Whil Rostow (1916-2003),


consiste em cinco etapas diferentes e seqüenciais, determinantes do estado do progresso
sócio-econômico vigente o que determina o processo de evoluão economica, baseado sempre
numa metodologia histórica (TODARO, 1997).

Rostow ao levar em consideração os fatores históricos passados para formular sua teoria do
desenvolvimento argumenta que o nacionalismo característico da condição pós-colonial se
constituiu como um obstáculo sério à intrusão estrangeira, tornando assim necessárias novas
estratégias para que o capital e o seu modo de produzir pudessem continuar articulando essa
parte do mundo, egressa do colonialismo, à sua expansão, desde então sob novas formas,
entre as quais talvez a principal se faça em torno do “desenvolvimento”, promovido
especialmente como parte de acordos e empréstimos mediados internacionalmente e
conforme projetos apresentados pelos próprios países.
Segundo Todaro (1997), Rostow aponta para esse “desenvolvimento” e se concentra no tema
do crescimento econômico onde sua grande preocupação é com a necessidade de dispor de
uma ideologia que seja capaz de manter o domínio econômico, político, ideológico e cultural,
do capital sobre o mundo pós-colonial.

3.7 Os modelos endógenos de Lucas e Romer

Os modelos de crescimento endógeno se baseiam, conforme Barquero (2001) é constituído


principalmente, ainda que não exclusivamente, sobre os recursos localmente disponíveis, tais
como as potencialidades da ecologia local, das forças de trabalho, conhecimentos e modelos
locais para articular produção e consumo, etc. Seria o desenvolvimento realizado com recursos
oriundos da própria região.

Robert Lucas Jr. (1937) elaborou um modelo de crescimento econômico considerado


endógeno baseado numa tentativa de reformulação da macroeconomia – até então dominada
pelas teorias keynesianas – argumentando que o os modelos macroeconômicos podem ser
desfragmentados em diversos modelos microeconômicos. Ele desenvolveu as hipóteses das
expectativas racionais criando uma nova teoria da oferta onde acreditava que assim
minimizaria os efeitos da inflação e do desemprego que impedem as nações de se
desenvolverem.

Mas o modelo de crescimento endógeno mais popular é do economista Paul Romer (1955),
que torna endógeno o progresso tecnológico ao introduzir a busca por novas idéias por
pesquisadores interessados em lucrar a partir de suas invenções. O modelo de Romer busca
explicar o porquê e como os países avançados exibe um crescimento econômico sustentado.
Seu modelo é sustentado pela premissa de que as descobertas que podem ser usadas por
diversas pessoas ao mesmo tempo possui uma característica pública.

Romer assume que o Produtor Interno Bruto (PIB) real por pessoa cresce porque as escolhas
que as pessoas fazem na busca de lucros e que o crescimento pode persistir indefinidamente.
Nesse modelo existe também o papel das externalidades, que devem ser consideradas como
influenciadoras no modelo.

3.8 O modelo de Sen

Amartya Kumar Sen (1933) desenvolveu um modelo de crescimento que veio abrir um novo
conceito de desenvolvimento para uma determinada nação. Segundo o próprio Sen:

O desenvolvimento pode ser encarado como um processo de alargamento das liberdades reais
de que uma pessoa goza. A tônica nas liberdades humanas contrasta com perspectivas mais
restritas de desenvolvimento, que o identificam com o crescimento do produto nacional bruto,
com o aumento das receitas pessoais, com a industrialização, com o progresso tecnológico, ou
com a modernização social. Considerar o desenvolvimento como expansão das liberdades
substantivas orienta as ações para os fins que tornam o desenvolvimento algo importante,
mais do que para os meios que desempenham papéis de relevo. (SEN, 2000, p. 6).

O seu modelo consiste basicamente em demonstrar que o desenvolvimento de uma nação só


é possível e esta demonstrar reais possibilidades de seus cidadãos em ter acesso liberdade.
Liberdade essas que inclui não apenas as garantias dos direitos sociais, mas também saúde e
educação de qualidade, segurança e acesso a habitação, lazer, cultura. Para Sem,
desenvolvimento é o cidadão ter a liberdade de acesso a esses fatores no momento que
precisar sem ser lesado por isso.

3.9 O modelo de Hirschman

Albert Otto Hirschman (1915-2012) foi um economista que desenvolveu um modelo de


crescimento econômico onde seu maior destaque se deve a postular que a economia necessita
de um crescimento desequilibrado para almejar um desenvolvimento futuro. Ele defendeu que
os países em desenvolvimento devem ser estimulados se opôs à aplicação da doutrina
econômica convencional ao desenvolvimento econômico.

Considerava que as medidas para desenvolver um país devem ser analisadas caso a caso,
mediante a exploração dos recursos locais para conseguir os melhores resultados. Impor uma
estrutura doutrinal uniforme sem considerar as circunstâncias locais era, segundo ele, uma
receita para o desastre. Em sua obra “Saída, Voz e Lealdade” de 1970, Hirschman estuda e
interação da soberania do consumidor e a concorrência empresarial existente no mercado.

3.10 O modelo de Sachs

Atualmente o conceito de desenvolvimento ganhou inúmeros condicionantes e aditivos para


abranger o máximo possível de elementos que verdadeiramente contribuem para a real base
do desenvolvimento da economia. O desenvolvimento hoje não é só mais visto como números
do crescimento da economia, mas tem relações de bem estar social e também das relações de
consumo, tanto presente quanto futuro, o que faz com que o homem venha a se preocupar
também com sua interação com o meio ambiente (tanto com a escassez de recursos quanto
com a geração de lixo).

É nesse cenário que Ignacy Sachs (1927) elaborou seu modelo de crescimento econômico com
o viés da sustentabilidade tanto social quanto ambiental. Sachs faz a união entre todas as
variáveis de crescimento e desenvolvimento econômico adicionando também o bem-estar
social e sua relação com a preservação ambiental. Ele defende que os aspectos do
desenvolvimento econômico devem ser estruturados em fatores sociais, ambientais,
territorial, econômico e político.

Para ele é imprescindível que a multidisciplinaridade entre economia, ecologia, antropologia


cultura e ciência política sejam fortalecidas. Conforme explanado pelo próprio Sachs:

Igualdade, equidade e solidariedade estão, por assim dizer, embutidas no conceito de


desenvolvimento, com conseqüências de longo alcance para que o pensamento econômico
sobre o desenvolvimento se diferencie do economicismo redutor. Em vez de maximizar o
crescimento do PIB, o objetivo maior se torna promover a igualdade e maximizar a vantagem
daqueles que vivem nas piores condições, de forma a reduzir a pobreza, fenômeno vergonhoso,
porquanto desnecessário, no nosso mundo de abundancia. (…) O conceito de desenvolvimento
sustentável acrescenta outra dimensão – a sustentabilidade ambiental – à dimensão da
sustentabilidade social. (SACHS, 2004 p. 14 e 15).
O homem sempre esteve preocupado em descobrir quais as razões que levam as pessoas ricas
a serem rica e as pessoas pobres a serem ou continuarem pobres. O homem sabe que para
uma melhor harmonização entre os agentes sociais é de suma importância a erradicação ou
minimização da pobreza através de políticas públicas que venham a diminuir as desigualdades
sociais.

Por esse motivo, ao longo da história do pensamento econômico, as teorias do crescimento


econômico para tentar explicar o desenvolvimento mudaram drasticamente de uma escola
para outra, de um pensador para outro. Cada qual tentando explicar o cenário em que vivia e
conseqüentemente contribuir para o conhecimento econômico de sua época.

4. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O crescimento e desenvolvimento econômico é um dos ramos da economia moderna que vive


em constante mudança e alternância. No período moderno para os mercantilista e fisiocratas o
que determinava o crescimento e desenvolvimento econômico estava baseado no acúmulo de
dinheiro (metais preciosos) e no uso e cultivo da terra.

No período contemporâneo percebe-se que o centro do crescimento da economia se descola


para as relações de consumo, onde ganha espaço a oferta e demandas baseadas no aumento
da renda, da produção e da produtividade. Mais tarde, esse centro abrange variáveis como
geração de emprego, preços, inflação e fatores tecnológicos tendo como plano de fundo
fatores como inovação, empreendedorismo e as relações de lutas entre as classes sociais para
a mais justa e melhor distribuição de renda.

A visão keynesiana insere no estudo do crescimento e desenvolvimento econômico os fatores


como a propensão a poupar e a eficiência marginal do capital, bem como também o
multiplicador keynesiano como uma das formas de ampliar o crescimento econômico. O
combate ao desemprego e a inflação são retomados e um olhar especial para o lado do
consumidor baseado nos estímulos a demanda efetiva são considerados grandes fatores de
desenvolvimento exógenos.

O surgimento dos modelos endógenos revela que existem as potencialidades regionais e locais
para o ponta pé inicial para a corrida ao desenvolvimento econômico. Tais modelos
verificaram as expectativas racionais dos consumidores, os estímulos as inovações através do
aumento da lucratividade como forma de estimular o desenvolvimento. Um olhar no passado
para prever e realizar um futuro com mais solidez e consistência para se evitar erros no futuro.

Por fim, modelos, mas abrangentes como de Sen e Sachs onde são analisada diversas variável
macroeconômicas como renda, emprego, inflação e taxa de juros, mas também fatores como
liberdade social através do acesso digno a segurança, saúde, educação, cultura, lazer, esporte,
etc. A harmonia entre o homem e a natureza que provém todos os recursos necessários para
que a espécie humana mantenha a sua plena existência. O estudo do crescimento e
desenvolvimento econômico é basicamente a união das diversas teorias propostas ao longo
dos anos, sendo sempre importante ressaltar que o período em que se insere determinada
sociedade é que determinará qual delas é mais adequada para cada caso.

Referencias
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico: Uma Abordagem
Introdutória. São Paulo: Atlas, 1998, 158 p.

BARQUERO, Antonio Vásquez. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto


Alegre: Fundação de Economia e Estatística, 2002. 278 p.

ELLERY Jr, Roberto, e GOMES, Victor. Modelo de Solow, Resíduo de Solow e Contabilidade do
Crescimento. São Paulo: MAKRON Books, 2000. 848 páginas.

FUSFEL, Daneil R. A Era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2003, 354 p.

SACHS, Igancy. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro:


Garamond, 2004, 1.152 p.

SCHUMPETER. Joseph Alois. Capitalismo, Socialismo e Democracia. (Editado por George Allen e
Unwin Ltd., traduzido por Ruy Jungmann). — Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961,
488 p.

SEN, Amartya Kumar. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras,
2000, 409 p.

TODARO. Michael. Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro: Saraiva, 1997. 738 p.

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