Vous êtes sur la page 1sur 47

APOSTILA PARCIAL DA DISCIPLINA

"LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA"

PROFº JOSÉ CARLOS CLEMENTINO

VISITE O SITE www.clementino.hpg.com.br

APOSTILA PARCIAL DA DISCIPLINA "LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA"


PROF. JOSÉ CARLOS CLEMENTINO

APRESENTAÇÃO

A presente apostila de DIREITO TRIBUTÁRIO está voltada principalmente para os

alunos dos Cursos de Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Secretariado

Executivo da Faculdade de Ciências Gerenciais e da Faculdade Cidade de Salto do

CEUNSP - CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO , onde a

JUS
OnLine
disciplina é exigida. Nosso Trabalho, no entanto, pode ser de muita valia para os

estudantes de uma forma geral como leitura introdutória dos estudos referente ao ramo do

Direito Tributário.

Aproveitando a nossa experiência em sala de aula, a apostila foi elaborada lançando

mão de recursos didáticos. Na verdade, este Trabalho nasceu como notas de aulas de

quando iniciei lecionar neste conceituado estabelecimento de ensino. Aos poucos foi

contando com a acolhida de estudantes e de simpatizantes do mundo jurídico tributário - o

que justificou pesquisas diárias, participação em palestras, cursos e tudo que nos levasse

a aumentar o conhecimento - de forma que de acordo com as mudanças de concepções

doutrinárias, pudéssemos fazer constantes reformulações do texto no intuito de

esclarecer certos aspectos da matéria e manter atualizado em razão das constantes

alterações da legislação pertinente. Alguns capítulos trazem testes referente a matéria e

no final uma Bibliografia indicada para trabalhos pedidos ao longo do Curso. Durante as

aulas, poderão ainda, ser propostas questões para análise em grupo.

BOM ESTUDO !

CAPÍTULO 1 - ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

1.1. Conceito

Entende-se por atividade financeira do Estado o conjunto de atos voltados para a


obtenção, gestão e aplicação de recursos pecuniários nos fins perseguidos pelo Poder
Público, entre outros: manutenção da ordem, solução de litígios, prestação de serviços
públicos, fiscalização de atividades e realização de ações sociais nos campos da saúde e
educação.

1.2. O Direito financeiro e o Direito tributário

JUS
OnLine
Ao Estado, tido e havido como a mais perfeita expressão de uma sociedade politicamente
organizada, incumbe o desempenho de complexos encargos, para isso, é necessário
contar com recursos monetários em quantidade suficiente.
A ação estatal se desdobra fundamentalmente em três campos conexos: o da Receita
Pública, que compreende a coleta dos recursos monetários; o da Gestão, que é a
administração dos mesmos; e por último, o da Despesa Pública, que consiste no seu
emprego para a realização do bem comum.
Da Atividade Financeira do Estado como um todo trata o Direito financeiro, que é
normativo, dado que, o Estado só poderá agir dentro da lei e em virtude desta.
Dos três campos em que se desenvolve a Atividade Financeira do Estado apenas o da
Receita Pública assume relevância para o nosso estudo. E este campo, dado a sua
importância, é estudado por um novo ramo jurídico, o Direito Tributário. Daí concluímos
que o Direito Tributário foi destacado do Direito Financeiro, para estudar especificamente
as Receitas Públicas e a relação Fisco/Contribuinte, é uma ciência autônoma porque
possui regras específicas. Disso, restou certo que a Diferença de Direito Tributário e
Direito Financeiro é que : o primeiro regula a atividade financeira do Estado, no que
pertine à tributação; o segundo regula toda a atividade financeira do Estado (receitas não
tributárias, o orçamento, o crédito público e a receita pública) menos a que se refere à
tributação.

1.3. Classificação das Receitas Públicas

Os ingressos ou entradas de recursos nos cofres públicos podem ser assim classificados:

Receita Pública Originária: é a que provém da exploração de bens pertencentes ao


próprio Estado ou então de empreendimentos de tipo empresarial pelo mesmo realizados,
sem que exerça seus poderes de autoridade.
Receita Pública derivada: é assim chamada porque o Estado vai buscá-la na economia
privada, mediante o uso da soberania de que é dotado.
Verifica-se, desse modo, que a Receita Pública originária é bilateral, isto é, determinada
pela livre vontade tanto do Estado como dos particulares, enquanto que a Receita Pública
derivada é unilateral, vale dizer, determinada apenas pelo Estado, através de
mandamento legislativo independente da vontade dos particulares.

1.4. Tributação
A sociedade humana contemporânea exige de todos os seus partícipes a realização de
atividade financeira, vale dizer, o manuseio de recursos pecuniários. O fluxo de ingressos
e dispêndios, aspectos capitais do fenômeno financeiro, são traços comuns aos vários
componentes das sociedades organizadas. Tal situação decorre da utilização da moeda
como viabilizador das relações interpessoais de conteúdo econômico, como medida de
valor e, portanto, instrumento de troca por excelência.
Só o Estado, entretanto, dentre os entes participantes da comunhão social, pode, nos
marcos da legalidade, exigir recursos de terceiros para financiar sua existência e a
consecução de seus objetivos. Os demais entes - pessoas físicas e jurídicas - somente
podem obter recursos financeiros lícitos de terceiros por intermédio de obrigações, onde a
marca essencial é a participação voluntária destes terceiros, ao menos no momento da
adesão ao vínculo obrigacional formado entre as partes.

JUS
OnLine
Esta atividade, tipicamente estatal, de compulsoriamente transferir parte do patrimônio
particular para os domínios públicos denomina-se, em suas múltiplas facetas, de
tributação. Justamente por constituir, exceção ao direito de propriedade e ao direito de
livremente se obrigar, a imposição tributária encontra minudente disciplina legal. Toda
atividade estatal de exigência e arrecadação dos tributos deve ser pautada estritamente
na lei. Trata-se de garantia do contribuinte contra os excessos e desvios do Fisco.
No mundo moderno, as receitas decorrentes da tributação representam a maioria
esmagadora dos ingressos ou entradas nos cofres públicos, ressalvados casos
particulares e situações transitórias.
No Brasil existe uma brutal transferência de recursos da sociedade para o governo.

TESTES

1. Como parte das receitas públicas, pode dizer-se que os TRIBUTOS são considerados:
(a) Receita voluntária
(b) Receita de direito privado
(c) Receita derivada
(d) Receita de capital
(e) Receita originária

2. Os bens públicos, ou doações ao Estado, incluem-se entre as receitas classificadas


como:
(a) Coativas
(b) Originárias
(c) Derivadas
(d) Extrafiscais
(e) Tributárias

3. Sob o ponto de vista de sua origem e da forma de sua obtenção, as receitas públicas
são tradicionalmente classificadas em:
(a) Receitas derivadas e de capital
(b) Receitas correntes e originárias
(c) Receitas patrimoniais e originárias
(d) Receitas originárias e derivadas
(e) Receitas tributárias e industriais

4. Tomando como base a clássica divisão das receitas em originárias e derivadas,


podemos dizer que são exemplos deste último tipo as provenientes de:
(a) Imóveis alugados
(b) Doações de particulares
(c) Taxas
(d) Bens vacantes
(e) Prescrição aquisitiva

5. Segundo a classificação clássica, ou alemã, as receitas públicas decorrentes de


contratos com particulares classificam-se em:
(a) Originárias
(b) Derivadas
(c) Patrimoniais

JUS
OnLine
(d) Correntes
(e) De capital

6. A expressão Fazenda Pública quando empregada, sem qualquer forma de qualificação,


abrange:
a) fazenda Pública apenas da União;
b) fazenda Pública da União e Estados Federais;
c) fazenda Pública da União e dos Municípios;
d) fazenda pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
e) fazenda Pública dos Municípios, pelo princípio da autonomia municipal.

CAPÍTULO 2 - TRIBUTO. CONCEITO, NORMA JURÍDICO-TRIBUTÁRIA, NATUREZA


JURÍDICA, ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÕES.

2.1. Conceito ou definição


A idéia de tributo, em torno da qual se desenvolve o Direito Tributário, possui, enquanto
instituto jurídico, definição legal.
Diz o art. 3º da lei 5172 de 25/10/66, Código Tributário Nacional:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

Nestes termos, podemos decompor a definição em seis traços ou características


inafastáveis:
a) Prestação pecuniária: O tributo é pago em unidades de moeda. Não há tributo in natura
(pago em espécie ou em bens) ou in labore (pago em trabalho ou prestação de serviços);

b) Compulsória: É obrigatória. Independe da vontade do contribuinte;

c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Pode ser expresso em moeda
(Exemplo: reais) ou através de indexadores (Exemplos: ORTN, OTN, BTN, UFIR);

d) Que não constitua sanção de ato ilícito: As penalidades pecuniárias ou multas não se
incluem no conceito de tributo. Significa dizer que o pagamento do tributo não decorre da
infração de determinada lei. Pelo contrário, se algo é pago por descumprimento da lei não
se trata de tributo. Exemplo desta afirmação é o pagamento de multa pela não utilização
de cinto de segurança;
Entretanto, o fato gerador de um tributo pode ocorrer em circunstâncias ilícitas, embora
ele em si não seja um ilícito. Exemplos: quando uma pessoa aufere rendimentos da
exploração da prostituição ou do tráfico de entorpecentes o tributo é devido. Não será
realizada uma pesquisa da forma, ou do caminho utilizado, para percepção dos
rendimentos, apenas que existe a disponibilidade econômica, ou seja, o fato gerador do
imposto.

e) Instituída em lei: Só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com
força de lei estabelecer esta obrigação. São exemplos de normas jurídicas com força de
lei: lei complementar, lei ordinária e medida provisória. Assim, um decreto (expedido pelo
Presidente da República) ou uma portaria (expedida pelo Ministro da Fazenda ou pelo
Secretário da Receita Federal) não podem criar ou instituir tributo e

JUS
OnLine
f) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Neste tipo de
atividade, a autoridade não goza de liberdade para apreciar a conveniência ou
oportunidade de agir. A lei já estabelece minudentemente os caminhos a serem seguidos.
Portanto, a autoridade fiscal age segundo previsão legal expressa.

2.2. Norma jurídico-tributária - elementos indispensáveis a criação do Tributo


A exigência de instituição (ou criação) do tributo por lei, como destaca a definição
presente no art. 3º do CTN, implica em que os elementos componentes do instituto devem
estar presentes na norma em questão. Tradicionalmente, são identificados como
elementos indispensáveis a criação do tributo: o fato gerador, a base de cálculo, a
alíquota e o sujeito passivo (contribuinte latu sensu). Neste sentido, inclusive, o art. 97,
incisos III e IV do CTN. Por fato gerador (abstrato) ou hipótese de incidência entende-se a
situação necessária e suficiente à ocorrência da obrigação. A base de cálculo consiste na
grandeza contida no critério quantitativo utilizada para mensurar ou medir o fato gerador.
Já alíquota é uma porcentagem ou fator a ser aplicado sobre a base de cálculo para
determinar precisamente o valor da prestação tributária. Sujeito passivo (ou contribuinte
latu sensu) é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo. Se existe o obrigado ao
pagamento como sujeito passivo, existe, também, aquele beneficiário do adimplemento
chamado de sujeito ativo.
Os elementos componentes do tributo quando organizados abstrata e logicamente dão
lugar a norma jurídico-tributária ou regra-matriz de incidência. A norma tributária, assim
como as normas jurídicas de uma forma geral, apresenta uma hipótese (previsão de um
fato) e uma conseqüência (previsão de
relação jurídica, a obrigação tributária) que vai se instalar, onde e quando acontecer o
evento cogitado na hipótese.
Exemplo (IPTU): Se alguém for (verbo) proprietário de bem imóvel (complemento) no
perímetro urbano (critério espacial) no 1º dia do ano (critério temporal) então o
proprietário (sujeito passivo) deve pagar ao Município (sujeito ativo) uma determinada
quantia composta pela multiplicação do valor venal do imóvel (base de cálculo) por 1%
(alíquota).

2.3. Natureza jurídica


A natureza jurídica ou característica fundamental do tributo, numa de suas acepções mais
comuns, é ser o objeto da relação jurídica obrigacional de dar decorrente de lei (ou ex
lege). Ao contrário das obrigações privadas (civis e comerciais), onde predomina a
manifestação de vontade e o acordo entre
as partes, a obrigação tributária, como vimos a partir do próprio conceito de tributo, nasce
ou surge a partir de uma situação estabelecida em lei onde a vontade é irrelevante.

2.4. Espécies de tributo (Imposto, Taxa, Contribuição de Melhoria, Empréstimo


Compulsório e Contribuições especiais)

O art. 5º do Código Tributário Nacional e o art. 145 da Constituição Federal elencam 3


(três) espécies de tributos. No entanto, a própria Constituição disciplina, no Título XI - DA
TRIBUTAÇÃO, outras 2 (duas) modalidades, tipos ou espécies tributárias. Assim, vem se
generalizando o entendimento, já consagrado pelo Supremo Tribunal Federal, de que
existem 5 (cinco) modalidades ou espécies de tributos, a saber: impostos, taxas,

JUS
OnLine
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais (sociais e
seguridade social)

O Código Tributário Nacional, assim como fez com a idéia de tributo, consagra definições
legais para as primeiras três espécies do gênero tributo. Nestes termos, encontramos nos
artigos 16, 77 e 81 da Lei de normas gerais do sistema tributário brasileiro as seguintes
definições, respectivamente:

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica.

As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total
a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.

Vale registrar não ter o legislador constituinte, ou mesmo o da lei de normas gerais do
Sistema Tributário Nacional, fixado de forma expressa definições ou conceitos para as
duas últimas espécies de tributos (empréstimos compulsórios e contribuições especiais).
Podemos distingui-los a partir dos seguintes traços caracterizadores: o empréstimo
compulsório é um tributo qualificado pela promessa de restituição; teria natureza do
contrato, embora ditado ou coativo e as contribuições especiais que dividem-se em 1)
contribuições sociais, que se subdividem em a) contribuições de intervenção no domínio
econômico (IAA,IBC) e b) contribuições de interesse das categorias profissionais (OAB,
CFM,CFA...) e 2) contribuições de seguridade social (INSS, SESI ...).

DICA:
Assim como o conceito de tributo, é fundamental dominar os conceitos de imposto, taxa, contribuição de
melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios presentes na nossa legislação tributária.

2.5. Classificações

Existem inúmeras classificações para os tributos segundo os mais variados critérios.


Destacamos, a seguir, aquelas mais relevantes.

a) VINCULADOS - a cobrança do tributo depende de uma atuação ou atividade do Estado


em relação ao contribuinte. São as taxas e as contribuições de melhoria. NÃO-
VINCULADOS - a cobrança do tributo independe de uma atuação estatal em relação ao
contribuinte. São os impostos.
A teoria dos tributos (ou fatos geradores) vinculados e não-vinculados constitui a viga-
mestra da construção do Sistema Tributário Nacional. Por meio dela temos a competência
tributária privativa no campo dos impostos (cada ente da Federação possui um rol de
impostos que pode instituir) e a

JUS
OnLine
competência tributária comum no campo das taxas e contribuições de melhoria (desde
que realize o serviço, obra ou exercite o poder de polícia qualquer dos entes estatais pode
criar e cobrar taxas ou contribuições de melhoria).

b) DIRETOS - são aqueles em que o contribuinte não tem possibilidade de transferir o


ônus econômico da carga fiscal. Exemplo: imposto de renda pessoa física. INDIRETOS -
são aqueles em que o contribuinte de direito transfere para outros (contribuintes de fato) o
ônus econômico da carga tributária. Exemplos: imposto sobre produtos industrializados e
imposto sobre circulação de mercadorias e serviços.

2.6. Fontes normativas das espécies tributárias

CONTRIBU EMPRÉSTIMO
IMPOSTO I- S CONTRIBUIÇÕES
TAXAS
S ÇÕES DE COMPULSÓRI ESPECIAIS
MELHORIA OS
federais, 1) Contribuições sociais
de polícia calamidade/gue
Divisõe estaduais (intervenção e categorias
e de - rra e
s e profissionais) e
serviço investimento
municipais 2)Seguridade
Arts. 145,
CF/88 I; Art. 145, II Art. 145, III Art. 148 Art.149 e 195
153 a 156
Arts. 16 a Arts. 77 a Arts. 81 e
CTN
76 80 82
Compe
Privativa Comum Comum União União
-tência

TESTES

1. Marque com F a assertiva falsa, e com V a verdadeira. Em seguida, escolha, entre as


opções abaixo, a que contém a seqüência correta.
( ) Entidades não estatais, como o SENAI e o SENAC, por exemplo, podem ter o poder de
tributar.
( ) A competência tributária pode ser transferida, mediante lei, para entidade estatal
distinta ou para pessoa jurídica não estatal.
( ) O poder de expedir normas sobre tributos incumbe primariamente a quem tenha
competência para instituí-los.
(a) V, V, V
(b) V, V, F
(c) V, F, F
(d) F, F, F
(e) F, F, V

2. Marque com um V a afirmação (ou negação) verdadeira, e com F a falsa. Em seguida,


escolha, entre as cinco opções abaixo, aquela que contem a seqüência correta.
( ) Segundo o Código Tributário Nacional, são tributos os impostos, as taxas e a
contribuição de melhoria.
( ) Os impostos são chamados de 'tributos não vinculados' porque sua cobrança

JUS
OnLine
independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte.
( ) O "Princípio da Legalidade" é uma característica importante do tributo.
(a) V, V, V
(b) V, V, F
(c) V, F, F
(d) F, F, F
(e) F, V, V

3. Sobre os tributos finalísticos, empréstimos compulsórios e contribuições ditas


especiais, assinale a afirmativa correta.
(a) Todos os entes políticos da federação brasileira podem instituir empréstimos
compulsórios em caso de investimento público de caráter urgente e em circunstância de
calamidade pública
(b) A instituição do empréstimo compulsório é prevista e conceituada no Código Tributário
Nacional
(c) A cobrança de contribuição dos servidores públicos para custeio, em benefício destes,
de sistemas de previdência e assistência social é prerrogativa exclusiva da União
(d) A competência da União para a instituição de novas fontes de custeio da seguridade
social submete-se aos princípios da não-cumulatividade e da anterioridade
(e) O empréstimo compulsório, só a união pode instituir.

4. A distribuição de competência tributária é:


a) atribuição das leis orgânicas dos Municípios;
b) elaborada pelos órgãos legislativos;
c) prevista na Constituição Federal;
d) definida pelo Congresso Nacional;
e) feita por intermédio da lei complementar.
5. Analisar as seguintes proposições:
I - O "fato gerador" de uma multa tributária pode ser um fato lícito.
II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são
tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita.
III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza a lei.
(a) os três enunciados são falsos
(b) os três enunciados são verdadeiros
(c) o I e o II são verdadeiros e o III é falso
(d) tão-só o III é verdadeiro
(e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro

6. (i) O Município X criou a "taxa de instalação industrial", a ser cobrada das indústrias
que se instalassem na zona industrial por ele criada. Para incentivar a instalação de
fábricas naquele distrito industrial, previu a lei que a taxa somente seria devida quando se
iniciasse a produção, e seria de 1% do valor dos produtos que saíssem do
estabelecimento. A lei municipal não definiu expressamente o fato gerador daquele tributo.
(ii) O MunicípioY criou a "taxa de iluminação pública", cuja base de cálculo, para maior
justiça fiscal, foi graduada segundo a capacidade econômica, aferida pelo valor da
energia elétrica consumida pelo contribuinte.
(iii) O Município Z instituiu, pelo exercício do poder de polícia sobre o zoneamento de
atividades, a "taxa de localização de estabelecimentos bancários" e não definiu a alíquota
e base de calculo.

JUS
OnLine
Assinale agora qual é, respectivamente, a situação jurídica dessas três taxas.
(a) Somente duas são juridicamente válidas: a primeira e a terceira
(b) Somente são válidas as duas primeiras uma porque ligada ao poder de polícia local,
relativo ao zoneamento urbano; a outra, porque se refere à prestação de serviço público
diretamente ao contribuinte ou posto à sua disposição.
(c) Todas as três são inválidas juridicamente
(d) Todas três são juridicamente válidas
(e) Somente uma é válida, sendo inconstitucionais as outras duas

7- Na distinção entre imposto e taxa, um dado preferencial fundamental reside:


a) na obrigatoriedade de contraprestação especifica da taxa, inexistente no imposto;
b) na existência de fato gerador no imposto, ao contrário da taxa;
c) no caráter social que pode ser inerente a uma taxa, não ao imposto;
d) na competência federal dos impostos, enquanto as taxas podem ser federais, estaduais ou
municipais;
e) na alíquota que se usa nos impostos, não as taxas.

8. O empréstimo compulsório é um dos princípios próprios do Direito Tributário:


a) porque é previsto no Direito Civil e facultativo;
b) porque é desconhecido do Direito Civil e é compulsório;
c) porque é igual ao empréstimo do Código Civil;
d) porque há obrigação de ser devolvido;
e) porque é previsto nas leis tributárias.

9. O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação que não
constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que
(a) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são
tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da prática de
atividade ilícita
(b) os rendimentos advindos da exploração do lenocínio são tributáveis, porquanto não se
confunde a atividade ilícita do contribuinte com o fato tributário de auferir rendas
(c) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são
tributáveis, em conformidade do que reza a lei.
(d) as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o Estado estará
locupletando-
se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita legalidade
(e) atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho podem ser
tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples fato de sua
inobservância, em obrigação tributária principal

10. O imposto é um tributo que


(a) admite, sendo geral, sua vinculação a órgão, programa, fundo ou despesa
(b) se apresenta vinculanso seu fato gerador a uma atuação estatal em favor do
contribuinte
(c) tem por função arrecadar recursos para custear as despesas gerais da Administração
em favor da coletividade ou de grupos sociais específicos
(d) tem por fato gerador um situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte
(e) oferece ao contribuinte, como hipótese de incidência, a prestação efetiva ou potencial
de serviços públicos, específicos e divisíveis

JUS
OnLine
11. Está correta a seguinte afirmativa
(a) a taxa deve ter por base de cálculo dimensão inerente ao serviço prestado pelo Estado
(b) as obras públicas realizadas pelo Estado, de que resulte evidente valorização dos
imóveis particulares, por ela beneficiadas, podem ser remuneradas através de Taxa de
Melhoramentos Urbanos, se instituída
(c) o fato de o indivíduo socorrer-se do Poder Judiciário para tutela de seus direitos não
se presta a servir como fato gerador de taxa
(d) a taxa, segundo seu delineamento constitucional, é modalidade tributária hábil para
servir como adicional dos impostos de menor expressão econômico-financeira, ou
insuficientemente cobrados, mesmo porque é de aplicação imperativa o princípio da
capacidade contributiva
(e) em razão da reduzida participação da taxa no valor total da arrecadação e levando em
consideração o polêmico conceito formulado pela doutrina, é facultado ao legislador optar
pela cobrança da mesma o instituir tarifas para remunerar os respectivos serviços,
indiferentemente

12. O sistema constitucional tributário requer, para instituição de empréstimo compulsório,


no caso de investimento público de relevante interesse nacional, sejam observados os
seguintes requisitos
(a) princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade, caráter de urgência, lei
complementar e desvinculação da aplicação dos seus recursos à despesa que
fundamentou sua criação
(b) caráter de urgência, princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade e criação
por lei ordinária
(c) caráter de urgência, aplicação de recursos vinculada à despesa, observância do
princípio da anterioridade e instituição mediante lei complementar
(d) princípio da irretroatividade, princípio da não-cumulatividade, princípio da
anterioridade, criação por lei complementar, aplicação dos recursos vinculada à despesa
(e) caráter de urgência, criação por lei ordinária, aplicação dos recursos vinculada à
despesa e princípio da irretroatividade

13. As receitas são chamadas de coercitivas:


a) porque são facultativas;
b) porque a obrigação de cumpri-las é relativa;
c) porque o contribuinte paga de acordo com sua possibilidade econômica;
d) porque o contribuinte é fiscalizado periodicamente;
e) porque o contribuinte é obrigado a cumpri-las.

14. O Código Tributário Nacional exclui a definição de tributo a prestação pecuniária que
constitua sanção de ato ilícito. Isto significa que:
a) tributo e multa se confundem, segundo o CTN;
b) a multa é, por definição, um tributo;
c) a multa de trânsito é um tributo;
d) a multa por infração à legislação tributária não é tributo;
e) o pagamento de fiança é um tributo.

15.Na espécie de tributo "Contribuições especiais" temos as contribuições de seguridade


social cujo sujeito ativo é:

JUS
OnLine
(a) A União
(b) O INSS
(c) O IAPAS
(d) O INAMPS
(e) A Secretaria da Receita Federal

16. Lei Complementar da União instituiu empréstimo compulsório para absorver


temporariamente poder aquisitivo da população, em face da tendência à hiperinflação.
Esse empréstimo compulsório
(a) é inconstitucional por ter sido instituído por lei complementar
(b) deveria ter sido instituído por lei ordinária federal
(c) é constitucional, por ter sido instituído por lei complementar
(d) é inconstitucional, pois não corresponde às hipóteses constitucionais de empréstimo
compulsório
(e) é constitucional, pois se trata de matéria urgente e de relevante interesse nacional

17. José, contribuinte do IPTU, reside em imóvel de sua propriedade, defronte a uma
praça municipal. A Prefeitura local canalizou ali um córrego, asfaltou as ruas adjacentes à
praça, arborizando-a e ajardinando-a. Por conseqüência, a casa de José aumentou de
preço. Em face do exposto, José, em razão da valorização de sua propriedade, está
potencialmente,
(a) sujeito ao pagamento de contribuição de melhoria
(b) sujeito ao pagamento apenas de IPTU
(c) sujeito ao pagamento de taxa pela utilização de serviços públicos, específicos e
divisíveis
(d) sujeito ao pagamento de taxa pelo exercício do poder de polícia
(e) livre da exigência de qualquer outro tributo, pois já é contribuinte do IPTU, e com base
na arrecadação desse tributo é que foram feitas as obras

18.Quando tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade
estatal específica relativa ao contribuinte, diz-se um "tributo não vinculado". Nesse
sentido, é "tributo não vinculado"
(a) a taxa de fiscalização
(b) a contribuição de melhoria
(c) a taxa de limpeza pública
(d) a taxa de melhoramento dos portos
(e) Impostos

19.Para cobrança das taxas, é necessário que ocorra:


(a) a efetiva prestação de serviços públicos
(b) a efetiva disponibilidade de serviços públicos
(c) a efetiva prestação de serviços públicos específicos
(d) a efetiva disponibilidade de serviços públicos divisíveis
(e) a efetiva prestação ou disponibilidade de serviços públicos

JURISPRUDÊNCIA

JUS
OnLine
1. É legítima a tributação de produtos financeiros resultantes de atividades criminosas,
nos termos do art. 118, I, CTN. Com esse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus
em favor de acusados pela prática do crime de sonegação de imposto de renda sobre
rendimentos auferidos com a venda ilícita de cápsulas para emagrecimento compostas de
substâncias psicotrópicas. (Informativo STF. HC 77.530-RS. Relator Ministro SEPÚLVEDA
PERTENCE).

2. "De feito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria) a que se refere o artigo 145 para declarar que são
competentes para instituí-los a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, os
artigos 148 e 149 aludem a duas outras modalidades tributárias, para cuja instituição só a
União é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições sociais, inclusive as de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categoria profissionais ou
econômicas". RE n.º 146.733-SP. STF. Pleno. Voto de Relator Ministro MOREIRA ALVES.

CAPÍTULO 3 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. LIMITAÇÕES DO PODER DE


TRIBUTAR (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS-TRIBUTÁRIOS).

3.1. Introdução
Consta que a ordem jurídica pátria é a única possuidora de um sistema tributário
constitucional. Tal fato gera inúmeros problemas e considerações, a exemplo das
imunidades, tipicamente brasileiros.
As regras e princípios jurídico-tributários consagrados na Carta Magna funcionam como
poderosos obstáculos ou limitações ao poder de tributar. Estas restrições, dirigidas ao
Estado-Fisco, revelam-se um verdadeiro Estatuto do Contribuinte.
São tão relevantes os princípios constitucionais-tributários que a única vez em que o
Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de uma emenda constitucional
foi justamente quando entendeu violados pelo constituinte derivado vetores fundamentais
do sistema tributário com sede na Lei Maior.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS


Na Constituição há uma Seção denominada - Das Limitações do Poder de Tributar (Art.
150 e seguintes); Os próprios Princípios da Tributação já são considerados limites ao
poder de tributar. Vejamos:
3.2. Princípio da legalidade
O princípio da legalidade consiste num dos fundamentos do Estado Democrático de
Direito. Notável conquista da humanidade, na medida em que suprime da vontade do
detentor do poder a fixação da obrigatoriedade das condutas, não poderia deixar de estar
presente no universo tributário. Neste sentido, a obrigação do cidadão transferir parte de
seu patrimônio para os cofres do Poder Público não pode prescindir da edição da lei
competente.
Só a lei pode criar (= instituir), majorar (elevar alíquotas ou ampliar a base de cálculo),
reduzir ou extinguir tributos. O princípio da legalidade quando visto sob a ótica do
conteúdo a ser veiculado pela norma (fato gerador abstrato ou hipótese de incidência,
base de cálculo, alíquota e contribuinte lato sensu) também é chamado de princípio da

JUS
OnLine
tipicidade. O princípio está positivado no art. 150, inciso I da Constituição Federal e no art.
97, incisos I, II, III e IV do Código Tributário Nacional.
Em regra, a lei a ser utilizada é a ordinária. No entanto, em casos expressamente
previstos na Constituição Federal exige-se a lei complementar. Segundo a jurisprudência
sedimentada do Supremo Tribunal Federal, o Decreto-Lei e a Medida Provisória são
instrumentos equivalentes a lei ordinária em matéria tributária.
A Constituição Federal de 1988 admite, nos termos e limites da lei, alterações, pelo Poder
Executivo, das alíquotas dos seguintes impostos da União (art. 153, §1º):
Imposto de Importação - II
Imposto de Exportação - IE
Imposto sobre Operações Financeiras - IOF
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

Convém registrar que sob a égide da Constituição Federal de 1988 não se admite a
delegação de competência para a autoridade administrativa fixar ou definir qualquer dos
elementos fundamentais para o nascimento da obrigação tributária (fato gerador abstrato
ou hipótese de incidência, base de cálculo, alíquota e contribuinte lato sensu).
Nos termos do art. 150, §6º da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 3/93, qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição.

3.3. Princípio da igualdade ou da isonomia


Trata-se de outro princípio com raio de ação superior ao universo tributário, verdadeiro
elemento conformador da ordem jurídica como um todo, fixa a premissa de que todos são
iguais perante a lei.
Segundo SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO, "... o princípio da igualdade da
tributação impõe ao legislador: (a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida
de suas desigualdades; (b) não discriminar entre os iguais, que devem ser tratados
igualmente".
A própria formulação constitucional do princípio, presente no art. 150, inciso II, proíbe
qualquer distinção de tratamento tributário em razão de ocupação profissional, função
exercida ou denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
O tributo progressivo (com alíquotas crescentes por faixas de renda, por exemplo) não
fere o princípio da isonomia. A igualdade aparece aqui de forma bastante elaborada na
proporcionalidade da incidência em função da utilidade marginal da riqueza. Em outras
palavras, quanto maior a disponibilidade econômica, maior será a parcela desta com
utilizações distantes do essencial e próximas do consumo supérfluo e da poupança.
O tratamento isonômico no âmbito tributário precisa ser considerado em articulação com o
Princípio da capacidade contributiva, apesar que não existe uniformidade quanto ao
entendimento acerca da capacidade contributiva consagrado no art. 145, §1º da
Constituição Federal ("capacidade econômica do contribuinte"). Por definição, seria a
possibilidade econômica de pagar tributos.

3.4. Princípio da irretroatividade


Um ambiente onde impere a segurança jurídica exige a presença do princípio da
irretroatividade da lei. Não seria civilizado, razoável ou aceitável a aplicação da lei a fatos
JUS
OnLine
ou situações passadas. Neste sentido, a retroatividade, salvo quando meramente
interpretativa ou benéfica, possui o status de princípio geral de direito.
A irretroatividade tributária, consignada no art. 150, inciso III, alínea "a" da Constituição
Federal, veda a cobrança de tributos "em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado". Afinal, seria absurdo
instituir ou aumentar um tributo hoje e exigi-lo, segundo a lei de hoje, para fato (gerador)
ocorrido ontem. O princípio-garantia em foco também não pode ser contornado com a
fixação do início da vigência da lei em data anterior à sua publicação.
As ressalvas ao princípio geral da irretroatividade também valem no campo tributário. A
mera interpretação pode ser aplicada ao passado, assim como, a redução de penalidade
(multa), porque benéfica, pode retroagir. Mesmo a exoneração tributária pode atingir o
passado (exemplo: a Lei Complementar n.º 85, de 15 de fevereiro de 1996, instituiu
isenções da COFINS e expressamente fixou a retroatividade de seus efeitos a partir de 1º
de abril de 1992).

3.5. Princípio da anterioridade


Entende-se por princípio da não-surpresa do contribuinte a adoção de uma técnica que
permita o conhecimento antecipado da instituição ou aumento de tributos. Assim, o sujeito
passivo poderia realizar um planejamento adequado de suas atividades econômicas
levando em conta os ônus tributários a serem experimentados no futuro.
Entre as várias fórmulas imaginadas para concretizar o princípio da não-surpresa,
encontramos:

a) A observância do princípio da anterioridade. Neste caso, a lei que institui ou aumenta


tributo deve ser publicada num exercício para que a cobrança se dê no exercício seguinte.
A Constituição Federal de 1988 contempla expressamente este critério no art. 150, inciso
IV. Na prática, trata-se de uma garantia muito tênue. Nada impede que ocorra a
publicação da lei que aumenta o tributo no dia 31 de dezembro e a cobrança já afete o dia
1º de janeiro do dia, e exercício, seguinte. Segundo o art. 34 da Lei n.º 4.320, de 31 de
dezembro de 1964, o exercício financeiro coincide com o ano civil.
b) A consideração de um prazo entre a publicação da lei que institui ou aumenta o tributo
e a data dos efeitos da medida. Atualmente, temos a existência deste tipo de prazo, na
extensão de 90 (noventa) dias, para as contribuições de seguridade social, por força do
art. 195, §5º da Constituição Federal. Em algumas oportunidades o Supremo Tribunal
Federal se referiu ao prazo nonagesimal como princípio da anterioridade mitigada.
Assim, podemos concluir que a ordem constitucional vigente não agasalha o princípio da
anualidade, e sim, o da anterioridade, como regra de não-surpresa do contribuinte. Podemos, ainda,
contabilizar as seguintes exceções ao critério da anterioridade:
II, IE e IPI
Impostos Extraordinários (art. 154, II da CF)
Empréstimos Compulsórios (os do inciso I do art. 148 da CF)(1)
Contribuições para a Seguridade Social (art. 195, §6º da CF)

Nota:

(1) A Constituição Federal não prevê expressamente esta exceção. Os tributaristas,


praticamente de forma unânime, vêem a exceção na forma como foi redigido o art. 148,
especialmente, o inciso II.
JUS
OnLine
3.6. Princípio do não-confisco
Trata-se de um princípio de difícil configuração jurídica, a exemplo do princípio da
moralidade administrativa. É certo, no entanto, sua pretensão de evitar o tributo
excessivamente oneroso, o
tributo utilizado para destruir sua própria fonte ou para absorver, total ou quase
totalmente, a propriedade ou a renda. O que resta a ser fixado, aqui residindo a sede das
dificuldades, é o limite do tolerável, do razoável. Neste ponto, somente o exercício
doutrinário e jurisprudencial, atento aos casos concretos e a evolução legislativa, poderá
firmar parâmetros mais precisos e operacionais para o disposto no art. 150, inciso IV da
Lei Maior.
Parte ponderável da doutrina tributária afirma que a proibição dirige-se a cada tributo
(gênero) e, também, a carga tributária (conjunto dos tributos incidentes sobre determinado
contribuinte). Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal já decidiu em algumas
oportunidades pela aplicação do princípio às multas ou penalidades tributárias.

3.7. Princípio da liberdade de tráfego


O princípio tratado no art. 150, inciso V da Constituição Federal veda a fixação pelo
legislador de limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais.
Segundo HUGO DE BRITO MACHADO, "isto não significa devam ser as operações
interestaduais imunes a qualquer tributação. O que não pode haver é agravamento do
ônus tributário pelo fato de ser interestadual, ou intermunicipal, a operação".
A Constituição Federal, ainda no art. 150, inciso V, ressalvou expressamente a
possibilidade de cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público.

3.8. Princípio da competência tributária


Positivado no art. 150, §6º e no art. 151, inciso III da Lei Maior impõe o afastamento de
terceiros no exercício da competência tributária.
Assim, cada ente estatal, por sua Casa Legislativa, exercitará a competência tributária
prevista na Constituição.
A instituição ou criação do tributo pressupõe a existência de autorização constitucional
para tanto, denominada competência tributária. Nos termos dos arts. 6º, 7º e 8º do CTN
temos as seguintes premissas quanto ao assunto, que geram eventualmente, "conflitos de
competência":
(1) a atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência
legislativa plena;
(2) não interfere na competência legislativa a distribuição da receita do tributo a outras
pessoas jurídicas de direito público;
(3) a competência tributária (faculdade de legislar) é indelegável;
(4) as atribuições de arrecadação, fiscalização e execução de leis, serviços, atos ou
decisões administrativas podem ser delegadas;
(5) o não-exercício da competência tributária não a transfere a outra pessoa jurídica de
direito público.

3.9. Imunidades
As imunidades são vedações ou proibições jurídicas absolutas, porque veiculadas pela lei
de maior força e importância do ordenamento jurídico: a Constituição. São inúmeras as
imunidades presentes na Lei Maior, a exemplo da parlamentar, da penal e da diplomática.

JUS
OnLine
No tocante às imunidades tributárias, temos uma ordem absoluta dirigida ao legislador do
tributo para não inserir na mecânica, e no raio de abrangência da tributação, as pessoas
ou bens imunizados. Neste sentido, são limitações ao exercício da competência tributária
(poder de tributar). Curiosamente, o constituinte não se utilizou da palavra "imunidade", ou
da expressão "imunidade tributária", para instituí-las especificamente. Para tanto, foram
utilizadas as mais diversas fórmulas lingüísticas ("é vedado ... instituir impostos", "não
incidirá", "independentemente do pagamento", "são isentas", entre outras).

A preservação de certos valores, especialmente caros ao convívio social, é o fundamento


das imunidades, inclusive tributárias. Com efeito, não interessou ao constituinte,
galvanizando importante anseio social, dificultar ou onerar certas atividades ou pessoas,
dado o relevante papel desempenhado pelas mesmas.
No campo tributário, as imunidades estão concentradas no art. 150, inciso VI da
Constituição Federal. Ali, podemos encontrar:
a) imunidade recíproca (alínea "a" e §§ 2º e 3º). Vedação dos entes estatais instituírem
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. A proibição é extensiva
às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se refere
ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às
delas decorrentes. A imunidade em tela não se aplica ao patrimônio, à renda e aos
serviços relacionados com exploração de atividade econômica reguladas pelo direito
privado, em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário e
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel;
b) imunidade religiosa (alínea "b" e § 4º). Vedação dos entes estatais instituírem impostos
sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das
entidades mantenedoras de templos de qualquer culto;
c) imunidade prevista na alínea "c" (e § 4º). Vedação dos entes estatais instituírem
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as finalidades
essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) imunidade cultural (alínea "d"). Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a impressão destes.
O conjunto de imunidades tratadas nas alíneas do art. 150, inciso VI da Constituição
Federal atinge, como destacado, somente os impostos, e não, as demais modalidades de
tributos. Assim, por exemplo, a União está obrigada a recolher as taxas municipais.
Existem outras dispersas no Texto Maior.
As imunidades têm sido objeto de acesas polêmicas doutrinárias e jurisprudenciais. Não
raro, o Supremo Tribunal Federal decide problemas envolvendo o instituto por seis votos a
cinco. Num esforço de sistematização do complexo tema, à luz da jurisprudência recente
do próprio STF, podemos afirmar que:
a) o instituto exige uma interpretação ampla, generosa, mas não ilimitada;
b) em princípio, os limites das imunidades tributárias devem ser buscados na extensão
das fórmulas lingüísticas utilizadas pelo constituinte;
c) a vinculação às finalidades essenciais não afasta a possibilidade de, no campo da
imunidade, serem desempenhadas atividades não típicas das entidades como fonte de
recursos para a manutenção e desenvolvimento das atividades específicas;
d) os requisitos para constituição e funcionamento das entidades imunes devem ser
tratados por lei ordinária;
e) as limitações ao poder de tributar devem ser tratadas por lei complementar;

JUS
OnLine
f) a prova da relação entre o patrimônio e a finalidade essencial cabe à entidade que se
diz imune, e não, ao Fisco.

Devemos diferenciar a imunidade da ISENÇÃO: é a expressa, deliberalidade e taxativa


omissão, pelo ente público que tem competência para instaurar (criar) determinado
tributo, mas que o fazendo, renuncia, em razão de circunstância de ordem social político
econômico de cobrá-lo quanto a fatos, atos ou pessoas. (ex. guerra fiscal)
No caso da isenção, existe o imposto, ocorre o fato gerador, mas não dá origem à
obrigação tributária, porque não será cobrado o tributo em virtude de lei aditiva. Haverá a
INCIDÊNCIA do imposto, quando o acontecimento material , conjugar rigorosamente com
o fato gerador da obrigação tributária e consequentemente fazer surgir a obrigação
tributária, isto é, a lei cria o tributo e com o fato gerador nasce a obrigação tributária. Com
o lançamento vem o crédito, em seguida a extinção deste, percorrendo assim, o que
chamamos de "caminho jurídico do tributo".
Quando não ocorre o fato gerador estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do imposto, ou
seja, o acontecimento material não possui elementos que conjuguem com o fato gerador
do imposto, estipulado na legislação tributária. Ex.: é o fato gerador do ICMS a saída da
mercadoria do estabelecimento. Ora, se a mercadoria não saiu do estabelecimento,
estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do imposto.

TESTES
1. O princípio da anterioridade da lei aplica-se
(a) aos impostos sobre o comércio exterior
(b) às contribuições para seguridade social
(c) aos impostos sobre a produção e circulação
(d) ao empréstimo compulsório, instituído para atender a despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública
(e) aos impostos sobre o patrimônio e a renda

2. Sobre o sistema de repartição de competências impositivas estabelecido pela


Constituição de 1988, é incorreto afirmar que:
(a) a regra geral, quanto aos impostos, é a atribuição de competências privativas às
pessoas políticas da federação brasileira, sendo os caso de bitributação expressamente
previstos no texto constitucional
(b) em atenção ao princípio federativo, a competência impositiva coincide exatamente
com o poder de exonerar, não havendo espaço para isenções heterônomas no
ordenamento jurídico nacional
(c) a atribuição de competência comum a todos os entes políticos para instituição de
tributos vinculados não causa conflitos de competência, pois seu exercício submete-se à
observância das regras de competência administrativa para a realização de serviços ou
para o exercício de atos de polícia, no caso das taxas, bem como à verificação da pessoa
pública realizadora da obra benéfica, em se tratando de contribuição de melhoria
(d) a União, além dos impostos que a Constituição lhe atribui de forma expressa, pode
instituir quaisquer outros, desde que o faça por lei complementar, atenda aos princípios da
não-cumulatividade e da anterioridade e não invada a competência impositiva dos
Estados e Municípios
(e) em caso de guerra externa ou sua iminência, a União pode instituir outros impostos

JUS
OnLine
além dos que lhe atribui a Constituição, compreendidos ou não em sua competência
impositiva, afastado o requisito da anterioridade

3. Prédio de propriedade da União não pode ser submetido à incidência do imposto sobre
a propriedade predial e territorial urbana, por força do princípio constitucional da
(a) imunidade tributária objetiva
(b) isenção tributária
(c) imunidade tributária recíproca
(d) não diferenciação tributária
(e) isonomia tributária

4.O Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode


alterar as alíquotas dos seguintes tributos:
(a) IR, IPI, II e IE
(b) ITR, IOF, II e IE
(c) IOF, IPI, II e IE
(d) II, IE, ICMS e ISS
(e) empréstimo compulsório, II, IE e IPI

5. Para a cobrança de taxas, não se poderá(ão) utilizar:


(a) alíquotas que serviram para a incidência de impostos
(b) base de cálculo, seja qual for o tipo de serviço público prestado
(c) alíquotas, seja qual for o exercício de poder de polícia manifestado
(d) denominação que serviu para identificação de outras taxas
(e) base de cálculo que tenha servido para a incidência de impostos

6. A chamada imunidade recíproca, que beneficia a União, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios, não impede que uma dessas pessoas de direito público interno lance sobre
as outras:
(a) todos os tributos de sua competência, excetuadas as taxas
(b) taxas e contribuições de melhoria
(c) impostos sobre a renda, patrimônio, produção e circulação
(d) impostos sobre os serviços, produção e circulação e comércio exterior
(e) importação, IPI, exportação e IOF

7. O favor fiscal que, estabelecido em lei do poder tributante competente, dispensa o


Contribuinte do pagamento do tributo devido é:
(a) imunidade
(b) isonomia
(c) moratória
(d) prescrição
(e) isenção

JURISPRUDÊNCIA

JUS
OnLine
Em se tratando de norma constitucional relativa às imunidades tributárias genéricas,
admite-se a interpretação ampla, de modo a transparecerem os princípios e postulados
nela consagrado. O livro, como objeto da imunidade tributária, não é apenas o produto
acabado, mas o conjunto de serviços
que o realiza, desde a redação, até a revisão de obra, sem restrição dos valores que o
formam e que a Constituição protege. (RE n.º 102.141-RJ. Relator Ministro CARLOS
MADEIRA

CAPÍTULO 4 - IMPOSTOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E


DOS MUNICÍPIOS (Impostos próprios e transferências intergovernamentais)

O Texto Constitucional, em seus artigos 153 a 156, estabelece os impostos privativos de


cada ente estatal componente da Federação brasileira. Traça, em relação a vários deles,
uma série de características a serem observadas pelo legislador da regra-matriz de
incidência.

Atualmente, para o perfeito conhecimento daquelas exações impõe-se considerar a


edição da Emenda Constitucional n.º 3. Este diploma realizou significativas modificações
nos tributos, sobretudo impostos, do Sistema Tributário Nacional.

4.1. Impostos da União

II - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas).


IE - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas).
IR - critérios: generalidade, universalidade e progressividade;
- imunidade (ou isenção) dos aposentados e pensionistas.
IPI - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas);
- seletivo (em função da essencialidade do produto);
- não-cumulativo*;
- imunidade dos produtos industrializados destinados ao exterior.
IOF ou ISOF - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas);
- único imposto incidente sobre o ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial com a alíquota mínima de 1%.
ITR - alíquotas de forma a desestimular as propriedades improdutivas;
- imunidade das pequenas glebas rurais.
Grandes fortunas - lei complementar.
Residuais - lei complementar;
- não-cumulativos*;
- não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já
discriminados.
Extraordinários - iminência ou caso de guerra externa;
- compreendidos ou não em sua competência;
- gradativamente suprimidos;
- exceção à anterioridade.

* “Em uma empresa industrial , por exemplo, isto significa dizer o seguinte: a) Faz-se o registro,
como crédito, do valor do IPI relativo às entradas de matérias-primas, produtos intermediários,
materiais de embalagem, e outros insumos, que tenham sofrido a incidência do imposto ao saírem

JUS
OnLine
do estabelecimento de onde vieram; b) Faz-se o registro, como débito, do valor do IPI calculado
sobre os produtos que saírem. No final do mês é feita a apuração. Se o débito é maior, o saldo
devedor corresponde ao valor a ser recolhido. Se o crédito é maior, o saldo credor é transferido para
o mês seguinte.”

4.2. Impostos dos Estados e do Distrito Federal

ITBD (1) - compete ao Estado da situação do bem imóvel ou respectivos direitos;


- compete ao Estado onde se processar o arrolamento ou inventário de bens
móveis, títulos e créditos;
- compete ao Estado onde tiver domicílio o doador de bens móveis, título e
créditos;
- lei complementar:
i) doador com domicílio ou residência no exterior;
ii) de cujus (2) com bens, residência, domicílio ou processamento do inventário
no exterior;
- alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal.
ICMS - não-cumulativo;

IPVA

(1) causa mortis = em razão da morte; (2) de cujus = morto

- A sigla ICMS abrange, pelo menos, cinco impostos diferentes: a) sobre operações mercantis; b)
sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal; c) sobre serviços de comunicação; d)
sobre lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica; e) sobre minerais. O
primeiro, de longe, é o economicamente mais importante. Operações relativas à circulação = atos ou
negócios que impliquem mudança da posse ou da propriedade de mercadorias; mercadorias = coisas
móveis destinadas ao comércio; alíquota interna (maior) = o adquirente em outro Estado não é
“comerciante”; alíquota interestadual (menor) = o adquirente em outro Estado é “comerciante”
(pagará ao Estado de sua sede a diferença respectiva).

4.3. Impostos dos Municípios

IPTU - poderá ser progressivo de forma a assegurar o cumprimento da função social


da propriedade.
ITBI (1) - imunidades:
i) na transmissão de bens e direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital;
ii) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica;
- não abrangida pela imunidade:
i) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção, quando a atividade preponderante do adquirente for a compra e
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil.
- compete ao Município da situação do bem.
ISS - os serviços serão definidos em lei complementar;
- lei complementar fixará as alíquotas máximas;
- lei complementar excluirá da incidência do ISS as exportações de serviços
para o exterior.

JUS
OnLine
(1) inter vivos = entre vivos

4.4. Legislação Tributária (Art. 96 do CTN)

a. Hierarquia
Constituição Federal Arts. 145 a 156; ADCT - Art. 34
Emendas à Constituição Art. 60 da CF
Leis Complementares (1) Art. 69 da CF
Tratados e Convenções Internacionais Art. 98 do CTN
Resoluções do Senado Federal (2)
Leis Ordinárias, Delegadas, Medidas Art. 97 do CTN; Arts. 49, inciso I, 62 e 68 da CF
Provisórias, Decretos-lei e Decretos Legislativos
Decretos Art. 99 do CTN
Atos Normativos Art. 100 do CTN
Decisões com efeito normativo Art. 100 do CTN
Práticas reiteradas Art. 100 do CTN
Convênios Art. 100 do CTN

b. Leis Complementares Tributárias:


Art. 146, caput Exige uma lei complementar de normas gerais do Sistema
Tributário. A Lei n.º 5.172/66, embora editada como lei
ordinária, é reconhecida como o CTN, com status de lei
complementar (princípio ou teoria da recepção).
Art. 148, caput Empréstimo Compulsório (instituição)
Art. 153, inciso VII Imposto sobre grandes fortunas (instituição)
Art. 154, inciso I Impostos residuais (instituição)
Art. 155, § 1º, inciso III ITBD (doador com residência ou domicílio no exterior e de
cujus com bens, residência, domicílio ou inventário no
exterior)
Art. 155, § 2º, inciso X, ICMS (definição de semi-elaborados)
alínea a
Art. 155, § 2º, inciso XII ICMS (disciplina do tributo)
Art. 156, inciso III ISS (definição de serviços)
Art. 156, § 3º ISS (alíquotas máximas e isenções em exportações de
serviços para o exterior)
Art. 195, § 4º Outras Contribuições para a Seguridade Social (instituição)

c) Resoluções Tributárias do Senado Federal:


Art. 155, §1º, inciso IV ITBD (alíquotas máximas)
JUS
OnLine
Art. 155, § 2º, inciso IV ICMS (alíquotas interestaduais e de exportação)
Art. 155, § 2º, inciso V ICMS (alíquotas mínimas nas operações internas e alíquotas
máximas para resolver conflito)

4.5 AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS

A Constituição de 1988 em seus artigos 153 a 162 estabelece a competência tributária


das entidades federadas e repartição das respectivas receitas.
A repartição das receitas, ou transferências intergovernamentais constitucionais previstas
nos artigos 157, 158 e 159 da Constituição é o repasse pelo ente federado competente da
parcela da receita pertencente a outra unidade federada, se constituindo portanto na
partilha da receita tributária.

Após a arrecadação e formação do bolo, as transferências (distribuição) da União para os


Estados e Distrito Federal são as seguintes: a) 21,50% da arrecadação do Imposto de
Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (CF artigo 159, I, a), compreendendo
estes recursos o Fundo de Participação dos Estados (FPE); 10% da arrecadação do IPI é
destinado aos Estados exportadores, proporcionalmente às suas exportações de produtos
industrializados, através do Fundo do IPI - exportação; 30% da arrecadação do Imposto
sobre Operações Financeiras referente ao ouro (IOF- ouro) ; 50% da arrecadação do
Imposto Territorial Rural. A Lei Complementar 62 de 28 de dezembro de 1989 estabelece
os coeficientes individuais de cada Estado, estipulando uma divisão do FPE por região
geográfica. Assim, 85% do FPE é destinado aos Estados das regiões norte, nordeste e
centro-oeste, e 15% do fundo é destinado aos Estados situados nas regiões sul e
sudeste.

Ainda, do mesmo montante da União, as transferências intergovernamentais para os


Municípios são as seguintes: a) 22,5% da arrecadação dos Impostos de Renda (IR) e
Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) formando o Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) ; b) 70% da arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras
referente ao ouro (IOF- ouro) e 50% da arrecadação do Imposto Territorial Rural(ITR).
Os coeficientes individuais de cada Município são estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União
(TCU), que toma como parâmetros a população, com base no Censo Demográfico levantado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o estabelecido no Decreto Lei nº 1881 de 27 de
agosto de 1981. A divisão do FPM entre os vários Estados obedece a seguinte proporção: 35,3%
para os Municípios da região nordeste; 31,2% para os municípios da regue sudeste e 33,5%
destinados aos municípios das regiões norte, centro-oeste e sul.
Verifica-se que do montante liquido da arrecadação do imposto de renda e do Imposto de
Produtos Industrializados a União retém 56%. Nos caso dos impostos sobre Operações
Financeiras relativa ao ouro e do ITR a União arrecada e transfere a totalidade da receita
tributária, para Estados e Municípios.

As transferências constitucionais dos Estados para os Municípios, são os seguintes:


a) 25% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
b) 50% da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
e 25% da transferência que o Estado receber referente ao IPI - exportação.
O Imposto de Renda Retido na Fonte dos funcionários públicos dos Estados, Distrito
Federal e dos Municípios pertence a cada ente federado.
Há um tipo novo de repasse da União para os Estados e Distrito Federal, que iniciou-se
em 1996, com a edição da Lei Complementar 87/96. Trata-se de um ressarcimento pela
JUS
OnLine
desoneração do ICMS nas exportações para o exterior de produtos semi-elaborados e de
produtos primários, uma vez que os produtos industrializados já gozavam de imunidade
constitucional. Esse ressarcimento é criticado pelos economistas porque uma boa técnica
de comércio exterior é não se exportar tributos, ao contrário, os produtos destinados à
exportação têm mesmo que ser desonerados para qualquer competitividade no acirrado
mercado internacional. A exceção é quando se usa o Imposto sobre Exportação como
mecanismo de política econômica para desestimular a exportação de produtos que vão
fazer falta no mercado interno.

A Entidade Pública recebe sua cota, somam-se a estas os recursos próprios, monta o
bolo e em seguida divide as verbas a fim de atender os fins perseguidos pelo Poder
Público, entre outros: manutenção da ordem, prestação de serviços públicos, realização
de ações sociais nos campos da saúde, educação....

Todo o montante adquirido pela Entidade Pública é dividido para os vários setores,
apenas como exemplificação vamos citar a repartição das verbas municipais utilizadas
para atender a área de ensino público. O Art. 212 da atual Constituição Federal determina
que 25% dos impostos do município, incluindo as transferências recebidas da União e do
estado, devem ser destinados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (M.D.E.).
Desta forma, para atender o preceito constitucional, entendemos que o município deverá
calcular 25% dos seguintes tributos e transferências: IPTU, ISSQN, ITBI, IPVA, ITR, IRRF,
ICMS, IPI Exp, FPM, IOF/ouro e receitas da Dívida Ativa de Impostos.

CAPÍTULO 5 - O "CAMINHO JURÍDICO DO TRIBUTO". FATO GERADOR E


OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A partir de agora estamos dando mais um passo no "caminho jurídico do tributo": a Lei
cria o Tributo; com a ocorrência do Fato Gerador, nasce a Obrigação Tributária e por
meio do Lançamento se constitui o Crédito que se extingue por diversos meios. O Código
faz distinção entre a obrigação e o crédito. O Art. 139 do CTN diz que o Crédito decorre
da obrigação principal e, apenas surge, com o lançamento efetuado pela autoridade
administrativa. É o que chamamos de "relação de dependência", por ex., o crédito
depende da obrigação/a obrigação não depende do crédito e o crédito só surge com o
lançamento.

5.1 Obrigação Tributária e Fato Gerador

(1) (2) (3)


HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA >>> FATO GERADOR >>> OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

!
Suj. Ativo >><< Suj. Passivo
(4) ! (5)
Objeto (6)
Lei (7)

JUS
OnLine
(1) Descrição legal de um fato, ou seja, simples previsão na lei.

(2) É o fato jurídico formado pela incidência da norma (lei tributária) sobre o fato
efetivamente existente no mundo físico. Faz nascer, como eficácia jurídica própria, a
obrigação tributária (principal ou acessória). Podemos resumir da seguinte forma: é um
acontecimento no mundo físico que, se descrito na lei (hipótese de incidência), leva você
a pagar um tributo.

(3) "Liame abstrato pelo qual uma pessoa, denominada Sujeito Ativo; O Estado, ou quem
lhe fizer as vezes, fica cometida do direito, de exigir de outro sujeito, nomeado Sujeito
Passivo, designado comumente de contribuinte, uma prestação de índole tributária". Para
melhor entender, a Obrigação Tributária é um vínculo abstrato (relação jurídica), nascido
no exato instante da ocorrência do fato gerador, comportando um dever e um direito em
torno de um objeto (prestação pecuniária/tributo). Podendo ser:
Obrigação Tributária Principal Tem por objeto o pagamento de tributo “ou
(de dar) penalidade pecuniária”.
Obrigação Tributária Tem por objeto prestações positivas ou negativas
Acessória no interesse da arrecadação e/ou fiscalização.
(de fazer ou não-fazer) Decorre da legislação tributária - art. 96 do CTN.
( Para viabilizar a arrecadação e/ou fiscalização)
- O descumprimento de obrigação acessória gera uma principal, no tocante a multa.

(4) É a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado ou mesmo pessoa física
titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária (tributo) ou a prestação não-
pecuniária .

(5) Pessoa física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da


prestação pecuniária (tributo) ou a prestação não-pecuniária .

- Sujeito passivo da Obrigação Principal:


Contribuint Relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato
e gerador.
Responsável Sem ser contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei.
- As convenções particulares, salvo disposição de lei em contrário, não podem ser oposta
ao Fisco para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias .

(6) Tributo e/ou “penalidade pecuniária” ou prestações não-pecuniárias positivas ou


negativas.
(7) Princípio da legalidade, sem a lei é impossível surgir a obrigação tributária. Logo,
concluímos que Lei e Fato Gerador são as fontes da Obrigação Tributária.

CAPÍTULO 6 - SUJEIÇÃO PASSIVA - SOLIDARIEDADE, CAPACIDADE TRIBUTÁRIA,


DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO E RESPONSABILIDADES

SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 121 do Código Tributário Nacional:


JUS
OnLine
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação tributária diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra


de disposição expressa de lei.

Exemplos de sujeito passivo

1. Contribuinte: aquele que realiza ou tem proveito econômico


com o fato gerador
Ex.: comerciante que vende a mercadoria

A realiza o fato gerador e A deve pagar o tributo.

2. Responsável: aquele que recebe o dever de pagar o tributo


antes
atribuído ao contribuinte, o qual, por motivos
diversos, não pode ou não deve satisfazer a
prestação
Ex.: espólio em relação ao de cujus

A realiza o fato gerador e A deve pagar o tributo,


mas se ocorrer
o fato X, então B deve pagar o tributo.

6.1. Solidariedade no Código Civil (Art. 896 parág. único) é a ocorrência de mais de um
credor, ou mais de um devedor, na mesma relação obrigacional, cada qual com direito ou
obrigado à dívida toda. Portanto no Direito Civil a solidariedade é ativa ou passiva, o que
não ocorre no Direito Tributário. Neste só existe solidariedade passiva.
Segundo o Art. 124 do CTN, a solidariedade tributária (passiva) ocorre quando:
a) as pessoas tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador
da Obrig. principal;
b) as pessoas sejam expressamente designadas por lei

- A solidariedade tributária (passiva) não comporta benefício de ordem (direito à


observância de uma ordem quanto à execução). As dívidas tributárias, quando exista mais
de um sujeito passivo, podem ser cobradas, em regra, de qualquer deles, indistintamente.

Efeitos da solidariedade, salvo disposição de lei em contrário:

JUS
OnLine
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, a solidariedade pelo saldo;
c) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica os demais.

6.2. Capacidade Tributária (passiva) é a possibilidade de figurar como sujeito passivo da


obrigação tributária mesmo que haja:
a) incapacidade civil;
b) medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades ou da
administração de seus bens ou negócios;
c) irregularidade na constituição de pessoa jurídica.

- As razões práticas que justificam essas regras (art. 126 do Código Tributário Nacional)
sobre a capacidade tributária passiva são evidentes. Não fosse assim, muita gente
alegaria incapacidade jurídica, decorrente de menoridade, desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, entre outros. Ou as pessoas jurídicas alegariam falta de
arquivamento de seus atos constitutivos no Registro do Comércio, ou uma irregularidade
qualquer, para fugirem às obrigações tributárias. (...) Ocorre que a vontade é irrelevante
na formação do vínculo obrigacional tributário.”
Capacidade tributária (ativa ou passiva) é a aptidão para figurar como sujeito na relação
jurídico-tributária, portanto, titularizar direitos ou obrigações tributárias.

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE CIVIL


No Direito Civil, conforme preceitua o Art. 5º do Código Civil, são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente aos atos da vida civil: os menores de 16 anos: os
loucos de todo o gênero: os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade: e
os ausentes, declarados tais por ato do juiz.
São relativamente incapazes a certos atos ou à maneira de exercer: os maiores de 16
anos e menores de 21 anos: os pródigos e os silvícolas (Art 6º do Código Civil).
Assim, em Direito Civil leva-se muito em consideração a capacidade, a vontade, a
intenção etc... o que não ocorre em matéria tributária.
Conforme preceitua o Art. 126 do CTN, a ocupação do pólo passivo da obrigação
tributária independe da capacidade civil, de impedimento legal ou, no caso da pessoa
jurídica, do fato de não estar regularmente constituída. Também não poderia ser de outra
forma.
A autonomia da capacidade tributária em relação à civil é patente.
Nada como um exemplo para explicar:
Para os efeitos tributários, o fato de uma pessoa ser incapaz, relativa ou absolutamente
(louco, menor, surdo, silvícola etc.), possuindo rendas porque recebe de herança bens,
não impede que estas sejam tributadas pelo Imposto de Renda.
No caso da privação, limitação de determinadas atividades, o médico, advogado etc... impedido de
exercer as actividades, que mesmo assim as exerceu, tendo recebido honorários, deve ter o seu
rendimento tributado pelo Imposto de Renda. Também sobre atividade ilícita, ilegal, imoral etc...
como no caso de contrabando sobre os produtos apreendidos deve incidir ICMS, IPI Imposto de
Importação etc. ou, ainda, no caso de rendimentos de prostituição, lenocínio etc, incidirá
necessariamente. Imposto de Renda.
Para concluir, como já dissemos, o fato de a mesma pessoa jurídica não estar
regularmente constituída, isto é, sem inscrição nas repartições competentes na Junta
Comercial etc..., não a desobriga do cumprimento da obrigação tributária. Assim, alguém
JUS
OnLine
que começa a vender, em sua casa regularmente, carros usados, passará a ser
contribuinte do ICMS. Nem poderia ser de outra forma, visto que, se em virtude da falta de
regularização desobrigasse alguém de pagar tributo, ninguém regulariza o seu
estabelecimento. A falta de regularização constitui, isto sim, descumprimento da obrigação
acessória passível de autuação e aplicação de penalidade prevista em lei.

6.3. Domicílio Tributário é o lugar em que a pessoa física ou jurídica estabelece o centro
de suas atividades habituais. Todas as comunicações e procedimentos fiscais serão
dirigidos àquele lugar. É de suma importância a determinação domicilio tributário, pois, na
maioria dos casos, é o lugar competente para cobranças, fiscalização, execução etc..

Em princípio o contribuinte pode escolher o seu domicilio tributário, qual seja, o lugar onde
manterá suas relações com o fisco. Mas o CTN estabelece regras que limitam essa
liberdade de escolha, e estipula também regras aplicáveis na hipótese do sujeito passivo
não usar sua faculdade de escolher. Veja o que diz o Código Tributário Nacional:

a) existem tributos cuja legislação específica exclui ou restringe a faculdade de escolha,


pelo sujeito passivo, de seu domicílio tributário;
b) nos demais tributos, vigora a liberdade de escolha;
c) a liberdade de escolha não pode ser usada para impedir ou dificultar a arrecadação ou
a fiscalização do tributo, pois neste caso poderá ser recusado o domicílio escolhido;
d) ocorrendo essa recusa, o domicílio tributário será o do lugar da situação dos bens ou
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
e) na falta de escolha , o domicílio deve ser:
- para pessoas físicas ou naturais:
residência habitual ou centro habitual das atividades (incerta ou desconhecida a
residência)
- para pessoas jurídicas de direito privado e firmas individuais:
lugar da sede ou de cada estabelecimento (em relação aos atos ou fatos que derem
origem à obrigação)
- para pessoas jurídicas de direito público:
qualquer das repartições, no território da entidade tributante

Responsabilidade Tributária (Responsabilidade dos sucessores/de terceiros e por


infração)

- Responsabilidade, em sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa,


contribuinte ou não, ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária
(Exemplos: arts. 123, 128, 136 e 138 do CTN).

- Responsabilidade, em sentido estrito, é a submissão, em virtude de disposição de legal


expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato
gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva
(Exemplo: art. 121, inciso II do CTN).

JUS
OnLine
- Características básicas da figura do responsável:
a) sujeito passivo da relação tributária por expressa determinação legal;
b) não possui relação pessoal e direta com o fato gerador (não é contribuinte);
c) possui uma relação ou vinculação (não pessoal e direta) com o fato gerador;
d) pode liberar o contribuinte da obrigação tributária, pode manter a
responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo, pode ser total ou parcial

1. Responsabilidade dos Sucessores

- São pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos:


a) adquirente (relativamente aos bens adquiridos); (1)
b) remitente (relativamente aos bens remidos); (2)
c) sucessor a qualquer título (pelo de cujus até a data da partilha); (3)
d) cônjuge meeiro (pelo de cujus até a data da adjudicação); (4)
e) espólio (pelo de cujus até a data da abertura da sucessão). (5)

(1) Em se tratando de fato gerador relativo a propriedade, o domínio útil ou a posse de


bens imóveis a regra não se aplica se do título de transferência do direito constar prova
de quitação.

(2) Remitente é o que praticou a remição (ato de o devedor pagar a dívida e resgatar um
bem).

(3) Sucessor a qualquer título é o que passa a ser proprietário em virtude do falecimento
do proprietário anterior.

(4) Cônjuge meeiro é o que sobrevive ao seu consorte.

(5) Espólio é o patrimônio de uma pessoa depois de sua morte e antes de concluído o
respectivo inventário.

- O arrematante (aquele que adquire bens em hasta pública) não é responsável, sub-roga-
se no preço.

- É responsável a pessoa jurídica de direito privado que resultar de:

a) fusão (união de sociedades);


b) transformação (mudança de forma societária);
c) incorporação (absorção de sociedades).

- É responsável a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir:

a) fundo de comércio;
b) estabelecimento comercial;
c) estabelecimento industrial;
d) estabelecimento profissional.

JUS
OnLine
... e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma
ou nome individual:

a) integralmente, se o alienante cessar a exploração econômica;


b) subsidiariamente (1) com o alienante se este prosseguir na exploração
econômica ou iniciar em 6 (seis) meses.

(1) Significa que em primeiro lugar a dívida há de ser cobrada do alienante e, se este não
tiver com que pagar, será cobrada do adquirente.

Em resumo: todas as pessoas jurídicas sucessoras são responsáveis pelos tributos


devidos pelas antecessoras.

2. Responsabilidade de Terceiros

- Características da responsabilidade dos terceiros:

a) respondem solidariamente com o contribuinte;


b) respondem pelo atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem
responsáveis;
c) respondem na impossibilidade do cumprimento da obrigação pelo contribuinte

- São responsáveis: pelos tributos devidos pelo (a)(s):


a) pais; filhos menores
b) tutores e curadores; tutelados ou curatelados;
c) administradores de bens de terceiros; terceiros;
d) inventariante; espólio;
e) síndico e comissário; massa falida e concordatário;
f) tabeliães, escrivães e demais atos praticados por eles ou perante eles,
serventuários de ofício; em razão do ofício;
g) sócios liquidação de sociedades de pessoas

- São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias


resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
a) sócios;
b) mandatários, prepostos e empregados;
c) diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

3. Responsabilidade por Infrações

- Independe:
a) da intenção do agente*; b) efetividade do ato;
c) natureza do ato; d) efeitos do ato.

JUS
OnLine
* Basta que se pratique um ato violador da legislação tributária para que ocorra a
responsabilidade por parte do agente.

- A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações:


a) conceituadas como crime ou contravenção (1), salvo quando praticadas no
exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
b) em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; (2)
c) que decorram direta e exclusivamente de dolo específico contra mandantes,
preponentes, empregadores, pessoas jurídicas de direito privado, etc. (3)
(1) Por exemplo: sonegação fiscal.
(2) Quando haja intenção deliberada. Exemplo: quando uma pessoa pratica um ato
visando a não pagar um tributo e age com intenção deliberada de fraudar o fisco.
(3) Há intenção deliberada de prejudicar o representado. Exemplo: quando uma pessoa
age com abuso de representação e visando prejudicar sua empresa ante o fisco.

- A responsabilidade é excluída:
a) pela denúncia espontânea* da infração;
... acompanhada, se for o caso:
b) do pagamento do tributo devido e dos b) do depósito da importância arbitrada
juros de mora, ou pela autoridade administrativa, quando o
montante do tributo dependa de
apuração.
* Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

TESTES
1. O nascimento da obrigação tributária dá-se com a ocorrência do (a):
a) base de cálculo;
b) fixação da alíquota;
c) fato gerador;
d) lançamento;
e) previsão abstrata em lei

2. Quanto à solidariedade em matéria tributária:


a) qualquer dos devedores solidários é devedor por inteiro da obrigação, mas se um
pagar parte, não poderá ser cobrado do outro, o saldo remanescente;
b) são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum que constitua o
fato gerador da obrigação principal;
c) o pagamento efetuado por um dos obrigados não se aproveita aos demais;
d) a exigência do débito é feita ao principal implicado e, em seguida, aos devedores
solidários.

3. Sob o ponto de vista da capacidade tributária passiva, o menor de 16 anos:


a) é relativamente incapaz;
b) é absolutamente incapaz;
c) é capaz;
d) a sua capacidade tributária dependerá de estar representado por tutor, curador ou pais;
e) a sua capacidade tributária fica condicionada à assistência dos pais.
JUS
OnLine
4. A capacidade tributária passiva:
a) depende de capacidade civil das pessoas naturais;
b) depende da constituição regular de pessoa jurídica;
c) dependem de estar a pessoa natural sujeita a medidas que limitem o exercício de
actividades civis, comerciais ou profissionais;
d) independe da capacidade civil das pessoas naturais.

5. A pessoa jurídica de direito privado que resultar da fusão, transformação, ou


incorporação de outra no que tange à responsabilidade tributária:
a) não é responsável por qualquer tributo devido pelas empresas fusionadas,
transformadas ou incorporadas;
b) não é responsável, apenas, quanto aos tributos devidos pelas empresas transformadas
ou incorporadas;
c) tem responsabilidade ilimitada, quanto a todos os tributos, mas apenas das empresas
fusionadas;
d) é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

6. Segundo o CTN, contribuinte e responsável são, respectivamente:


a) o titular da competência para efetuar o pagamento do tributo, inclusive penalidade
pecuniária – o contribuinte que tem a responsabilidade de reter tributos;
b) o sujeito passivo que tem relação pessoal direta com o respectivo fato gerador – o
sujeito passivo que, sem se revestir da condição de contribuinte, sua obrigação decorra
de disposição expressa em lei;
c) são exatamente a mesma coisa, pois ambos têm por objeto o recolhimento dos tributos;
d) o sujeito passivo cuja obrigação decorre da legislação e – o sujeito passivo cuja
obrigação independente de disposição expressa em lei.

7. A autoridade administrativa:
a) pode recusar o domicílio eleito quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou
fiscalização do tributo;
b) não pode recusar o domicílio eleito;
c) não deve recusar o domicílio eleito, desde que esteja dentro de seu território;
d) pode recusar o domicílio eleito, sempre que achar conveniente.

CAPÍTULO 7 - LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO

t1 Hipótese de Incidência
!
!
t2 Fato >>>>>> Fato Gerador >>>>>> Obrigação Tributária
!
!
t3 Lançamento >>>>>> Crédito Tributário

JUS
OnLine
t1 = tempo 1; t2 = tempo 2 e t3 = tempo 3
- O CTN distinguiu a obrigação (art. 113) do crédito (art. 139). A obrigação é um primeiro
momento na relação tributária. Seu conteúdo ainda não é determinado e o seu sujeito
passivo ainda não está formalmente identificado. Por isto mesmo a prestação respectiva
ainda não é exigível. Já o crédito tributário é um segundo momento na relação de
tributação e depois do lançamento, o fisco poderá exigir o pagamento.

7.1. Lançamento é o ato ou procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência


do fato gerador da obrigação tributária, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo “e, sendo o caso, propor (aplicar)
a penalidade cabível”. O lançamento é a constituição do Crédito Tributário. (Só após o
lançamento é possível o crédito).

- “O lançamento, portanto, é constitutivo do crédito tributário, e apenas declaratório da


obrigação correspondente.”

- A mudança de critério jurídico (interpretação) não pode ser utilizada para alterar
lançamento já realizado. Entretanto, se ocorreu erro de fato é possível a alteração.

- O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado por:


a) impugnação do sujeito passivo;
b) recurso de ofício;
c) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, casos do art. 149 do CTN.

- Modalidades ou Espécies de Lançamento:


a) De Ofício ou Direto (art. 149 do É feito por iniciativa da autoridade
CTN) administrativa, independentemente de
qualquer colaboração do sujeito passivo.
b) Misto ou por Declaração (art. 147 É o lançamento feito pela autoridade
do CTN) administrativa em face de declaração
fornecida pelo contribuinte ou por terceiro.
c) Autolançamento ou por É o lançamento feito quanto aos tributos
Homologação (art. 150 do CTN) cuja legislação atribua ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade
administrativa. (*)

* O pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da


posterior homologação do lançamento.

* Se for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação não considera-se


homologado o lançamento e extinto o crédito, após o período antes referido.

7.2. Crédito tributário é o resultado da formalização ou liquidação da obrigação


tributária. Por decorrer e ter a mesma natureza da obrigação tributária (art. 139 do CTN)
reproduz o vínculo abstrato desta com todos os elementos integrantes (sujeitos ativo e
passivo e objeto). Em outras palavras , Crédito é o direito de que é portador o sujeito
JUS
OnLine
ativo de uma obrigação tributária, a que lhe permite exigir do sujeito passivo o seu
pagamento. Ou ainda, é o direito da Entidade Pública em relação a uma obrigação
tributária do sujeito passivo.

- Existe autonomia relativa entre a obrigação tributária e o crédito tributário (art. 140 do
CTN). O crédito tributário como realidade formal pode ser afetado sem que o seja a sua
substância. Assim, se na constituição do crédito tributário houve erro ou ilegalidade o
crédito deve ser reformado ou anulado. Persiste, no entanto, a obrigação tributária
respectiva que não foi afetada. Pode ocorrer ainda que um crédito tributário seja
formalizado sem que tenha ocorrido o fato gerador da obrigação tributária. Neste caso
não existe obrigação, mas o crédito tributário, como realidade meramente formal, existe
(reclama, porém, sua invalidação por ausência de causa).

TESTES
1. Quando o Fisco recebe a colaboração do Contribuinte que, através de formulários,
guias, etc..., menciona os dados básicos para o lançamento, este recebe o nome de:
a) de ofício;
b) por declaração;
c) auto lançamento;
d) lançamento direto;
e) não existe esta possibilidade.

2. No lançamento por homologação, a prova da quitação do tributo, expedido com dolo ou


fraude, responsabiliza:
a) a Fazenda Pública;
b) o Chefe da Repartição competente;
c) o Contribuinte;
d) o Funcionário que receber o tributo;
e) todos, solidariamente.

CAPÍTULO 8 - SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Hipótese de Incidência >>> Fato


! suspensão
!
Fato Gerador
! extinção
!
Obrigação Tributária >>> Lançamento
!
!
Crédito Tributário >>> Inscrição
!
!
Dívida Ativa >>> Ajuizamento
!
!
Execução
Fiscal

JUS
OnLine
t1 t2 t3 t4 t5

exclusão

decadência prescrição

t1 = tempo 1; t2 = tempo 2; t3 = tempo 3; t4 = tempo 4 e t5 = tempo 5

Percorre-se o "caminho jurídico do tributo" até o lançamento. A partir do lançamento o


crédito passa a ser exigível (direito do sujeito ativo); no entanto, temos casos de
suspensão, extinção e exclusão da exigibilidade do crédito tributário.

8.1. Suspensão (da exigibilidade) do Crédito Tributário

- “O lançamento tributário, ao ser lavrado pela autoridade administrativa competente, vem


impregnado dos atributos de presunção de legitimidade e exigibilidade.”
- São 4 (quatro) as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário:
a) moratória (1);
b) o depósito do seu montante integral (2);
c) as reclamações e recursos administrativos (3);
d) a concessão de medida liminar em mandado de segurança (4).

(1) É prorrogação concedida pelo credor ao devedor, do prazo para pagamento da dívida,
de uma vez ou parceladamente.

- Pode ser geral ou individual (despacho baseado em lei autorizativa).


- A lei fixará o prazo, condições, tributos a que se aplica, prestações, vencimentos,
garantias.
- Não gera direito adquirido e pode ser revogada de ofício.

- A União pode concedê-la quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, quando a conceda para os seus e para às obrigações
privadas.

(2) Se realizado no curso de processo administrativo tem unicamente o efeito de evitar a


correção monetária. Já quando realizado no processo judicial, ao impedir o ajuizamento
da ação de execução,

manifesta seu efeito suspensivo da exigibilidade. Há entendimentos de que eles


constituem impedimento da exigibilidade, quando realizados administrativamente, pois o
crédito ainda não é exigível (não constituído definitivamente).

(3) Realmente sustam a exigibilidade do crédito. Impedem a inscrição da dívida e o


ajuizamento da ação de execução. Há entendimentos de que eles constituem
impedimento da exigibilidade, pois quando interpostos o crédito ainda não é exigível (não
constituído definitivamente).

JUS
OnLine
(4) Susta a exigibilidade pois impede a Fazenda Pública de iniciar a execução (ou nela
prosseguir).

- Se a concessão da liminar suspende a exigibilidade do crédito tributário, com muito mais


fundamento a sentença que aprecia o mérito do pedido.
- As ações cautelares (liminares e sentenças) também podem ser utilizadas com o
objetivo de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
- Pode o contribuinte impetrar mandado de segurança preventivo, diante da ameaça de
cobrança de tributo ilegal ou inconstitucional. Aqui não há de se falar um suspensão da
exigibilidade do crédito que ainda não existe. Seria caso de impedimento da exigibilidade.

8.2. Extinção do Crédito Tributário


- É o desaparecimento deste por haver realizado seus objetivos ou por razões que o
direito positivo estipular.
- São 11 (onze) as hipóteses de extinção do crédito tributário:
a) pagamento (1);
b) compensação (2);
c) transação (3);
d) remissão (4);
e) prescrição (5);
f) decadência (6);
g) conversão de depósito em renda (7);
h) pagamento antecipado e a homologação posterior (8);
i) consignação em pagamento (9);
j) decisão administrativa irreformável (10);
l) decisão judicial passada em julgado (11).

(1) Salvo disposição em contrário, o vencimento do crédito ocorre 30 (trinta) dias depois
da data em que se considera o sujeito passivo notificado.

- O crédito não pago no vencimento sofre acréscimos moratórios e punitivos. Na falta de


disposição em contrário, os juros de mora são calculados à taxa de 1% (um por cento) ao
mês.

- Regras de imputação dos pagamentos:


i) débitos por obrigação própria e depois os decorrentes de responsabilidade
tributária
ii) contribuições de melhoria, taxas e impostos
iii) ordem crescente dos prazos de prescrição
iv) ordem decrescente dos montantes

- Casos de consignação (depósito) judicial:


i) recusa de recebimento ou subordinação a outra prestação
ii) subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas
ilegais
iii) exigência por mais de um sujeito ativo

- Pagamento Indevido:
JUS
OnLine
i) restituição independe de prévio protesto
ii) restituição de tributos transferíveis a terceiros (repercussão): pressupõe a prova
de assunção do encargo ou autorização pelo terceiro (*)
iii) o direito de pleitear a restituição deve ser exercido no prazo de 5 (cinco) anos
iv) o direito de pleitear a restituição deve ser exercido em 2 (anos) se for utilizada a
ação anulatória da decisão administrativa

* O entendimento dominante é que a regra do art. 166 do CTN só se aplica, na sua


literalidade, aqueles tributos em relação aos quais a própria lei estabeleça a transferência.
Exemplos: IPI e ICMS.

(2) Funciona como um encontro de contas. Atualmente, a Lei n.º 8383/91, em seu art. 66,
consagra hipóteses de compensação. Entre outra condições exige que os créditos a
compensar sejam da mesma espécie.

(3) Consiste em concessões mútuas.

(4) É perdão ou dispensa do crédito tributário, atendendo a situação econômica do sujeito


passivo, diminuta importância do crédito, etc.

(5) A prescrição é a morte da ação que tutela o direito, pelo decurso do tempo previsto em
lei para esse fim. O direito sobrevive, mas sem proteção.

- “O CTN, todavia, diz expressamente que a prescrição extingue o crédito tributário (art.
156, V). Assim, em nosso Direito Tributário a prescrição não extingue apenas a ação, mas
também o próprio direito.”
- A Fazenda Pública tem o prazo de 5 (cinco) anos, contado da data de constituição
(definitiva) do crédito, para cobrá-lo judicialmente (ação de execução).
- O curso do prazo prescricional poder ser interrompido (apaga-se o prazo já decorrido, o
qual recomeça o seu curso) ou suspenso (paralisação do curso com retomada
considerando o prazo já decorrido).

- Interrompem a prescrição:
i) citação pessoal do devedor
ii) protesto judicial
iii) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor
iv) qualquer ato (inclusive extrajudicial) que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor

- Suspendem a prescrição aquelas causas que suspendem a exigibilidade do crédito já


definitivamente constituído.

(6) A decadência é o fato jurídico que faz perecer um direito pelo seu não-exercício
durante certo lapso de tempo.

(7) Não mais se admite a interposição da ação de execução fiscal.

JUS
OnLine
(10) A decisão administrativa que produz esse efeito é a proferida em face de
impugnação, ou recurso do sujeito passivo, e que reconhecer como indevida a exigência.

(11) A decisão judicial, dando pela invalidade do lançamento, extingue o crédito tributário
desde que transite em julgado, ou seja, contra a mesma não caiba mais recurso.

8.3. Exclusão do Crédito Tributário

- É sinônimo de extinção da obrigação tributária ou significa evitar que ele se constitua.

- São 2 (duas) as hipóteses de exclusão do crédito tributário:


a) Isenção: é um ato de interesse do Poder Público para o desenvolvimento de uma
região. Apesar do tributo ter sido instituído por lei , outra lei isenta. Há uma interrupção no
"caminho jurídico" daquele tributo.
b) Anistia: é a exclusão do crédito tributário relativo a penalidades pecuniárias. Pela
anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo, infrator da legislação
tributária, impedindo a constituição do crédito tributário.
Se já está o crédito constituído, o legislador poderá dispensá-lo pela remissão, mas não
pela anistia.

CAPÍTULO 9 - GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O título deste capítulo sugere uma superproteção da lei em relação ao crédito formalizado
por determinada entidade pública. Nem sempre da para distinguir nitidamente uma
garantia de um privilégio. Assim, vamos considerar o seguinte: Garantias: é o meio ou
modo do fisco assegurar o direito de receber o pagamento do seu crédito. Privilégio: é a
preferência de que goza o crédito tributário nos concursos com os demais.

- Responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida,
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os
bens ou rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

* A Lei n.º 8.009/90 estabelece que o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade
familiar, é impenhorável, salvo hipóteses previstas na lei. A impenhorabilidade
compreende as plantações, benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos
suntuosos.

- Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,


por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução. Esta presunção é absoluta
ou jure et de jure. Se forem reservados bens suficientes ao total do pagamento da dívida
não se caracteriza a fraude.

JUS
OnLine
- O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo de
constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho (art.
186 do CTN).

- A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita:


a) concurso de credores;
b) habilitação em falência;
c) habilitação em concordata;
d) habilitação em inventário;
e) habilitação em arrolamento.

- O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público resolve-se na


seguinte ordem:
a) União Federal;
b) Autarquias federais;
c) Estados e Distrito Federal;
d) Autarquias estaduais e distritais;
e) Municípios;
f) Autarquias municipais.

- O art. 188 do CTN afirma que: “São encargos da massa falida, pagáveis
preferencialmente a quaisquer outros e às dívidas da massa, os créditos tributários
vencidos e vincendos, exigíveis no decurso do processo de falência.” Existem dois
entendimentos para a regra legal: 1º) seria uma reafirmação da regra do art. 186 do CTN
(preferência geral do crédito tributário com a ressalva) e 2º) [melhor] regra específica
definindo a preferência absoluta do crédito tributário, mesmo frente aos trabalhistas,
quanto a fatos geradores ocorridos depois da decretação da falência. Exemplificando:
Falência é um processo de execução coletiva, cujo objetivo é a liquidação do patrimônio
da empresa falida e o pagamento de seus credores. Pois bem, durante este processo a
"massa falida" assume obrigações (contrata/compra/vende/gera créditos tributários). Aí, a
importância do Art. 188 combinado com o 134 inc. v do CTN, colocando o síndico
responsável pelos créditos tributários constituídos no decurso do processo de falência - e
- dando privilégio absoluto, inclusive em relação aos créditos trabalhistas. Resumindo:
fatos gerados antes da decretação da falência a empresa é responsável (privilégio do
trabalhista). Para fatos gerados depois da decretação da falência a "massa falida" através
do síndico é responsável (privilégio do tributário).

- A preferência geral e absoluta no caso de falência prevalece também nos processos de


concordata, inventário, arrolamento e nas liquidações judiciais ou voluntárias de pessoas
jurídicas.

- Não será concedida concordata nem declarada a extinção das obrigações do falido, sem
que o requerente faça prova da quitação de todos os tributos relativos à sua atividade
mercantil.

- Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova


de quitação do todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.

JUS
OnLine
- A prova de quitação de tributos faz-se necessária para apresentação de propostas em
licitação pública ou para contratar com o Poder Público.

CAPÍTULO 10 - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA


Administração tributária: procedimento tendente à a) verificação sobre cumprimentos
das obrigações fiscais (fiscalização); b) utilização das medidas necessárias para compelir
(obrigar) os cidadãos a esse cumprimento ( através da dívida ativa) e c) regular a
quitação do tributo através da concessão ou não das (certidões negativas).
A boa administração tributária busca dois objetivos: 1) para o fisco, a eficácia na
arrecadação, cobrança na medida exata dos fatos gerados. 2) Para o contribuinte, a
justiça fiscal, evitando a concorrência desleal de maus pagadores.

10.1. Fiscalização

- A fiscalização tributária atinge toda e qualquer pessoa (natural, jurídica, contribuinte,


não-contribuinte, imune, isenta, etc).

- Não prevalece ante a fiscalização tributária: sigilo comercial e sigilo bancário (com
procedimento instalado).

- Existe o dever (de sujeitos passivos e terceiros) de informar ao fisco acerca de bens,
negócios e atividades suas e de outrem. O dever de informar encontra limite no sigilo
profissional.

- Ao mesmo tempo que o Fisco tem o direito de manusear informações dos particulares
está obrigado pelo sigilo fiscal a não divulgar tais informações. A prestação de
informações à Justiça e os convênios de cooperação tributária entre os entes estatais não
afetam o sigilo fiscal.

- A fiscalização tributária pode lançar mão do auxílio da força pública (federal, estadual ou
municipal) quando vítima de embaraço, desacato ou quando necessário para efetivar
medida prevista na legislação tributária.

10.2. Dívida Ativa (Tributária)

- É a proveniente de crédito tributário dessa natureza, regularmente inscrita na repartição


competente*, depois de esgotado o prazo para pagamento.

* A repartição competente, a nível federal, é a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

- A dívida regularmente inscrita goza de presunção “juris tantum” (ou relativa) de certeza e
liquidez. Esta presunção pode ser afastada, no processo autônomo de embargos à
execução, por prova inequívoca a cargo de quem a aproveite.

- Da inscrição lavra-se termo. Expede-se também certidão que instruirá a ação de


execução. Esta certidão pode ser substituída, por omissões ou erros, até a decisão de
primeira instância, devolvido o prazo de defesa acerca da parte modificada.

JUS
OnLine
10.3. Certidão Negativa

- Serve como prova de quitação de determinados tributos ou de todos os tributos


cobrados por determinado ente estatal.

- Tem os mesmos efeitos da certidão negativa, a que conste:


i) existência de créditos não vencidos;
ii) existência de créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora;
iii) existência de créditos com a exigibilidade suspensa.

- A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra o Fisco,
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito e juros de mora..
Cabe ainda responsabilidade criminal e administrativa (ou funcional).

TESTES

1. Mesmo havendo intimação escrita, não são obrigados a prestar à autoridade


administrativa, informações de que disponham, quanto a bens, negócios ou actividades
de terceiros:
(a) os tabeliães, quanto às escrituras por eles passadas
(b) os corretores
(c) os advogados, quanto às matérias de estrito sigilo de seus clientes
(d) os inventariantes, quanto aos inventários em andamento
(e) os comissionários

2. A dívida ativa da União, regularmente inscrita, goza da presunção:


(a) de certeza e liquidez, em caráter absoluto
(b) de certeza e liquidez, mas não caracteriza prova
(c) de certeza relativa e liquidez absoluta
(d) Ter o efeito de prova, que jamais pode ser ilidida
(e) de certeza e liquidez, em caráter relativo

3. Quando um crédito tributário é inscrito na Dívida Ativa:


(a) a presunção de certeza e liquidez pode ser desfeita por instrumentos comprobatórios
eficazes fornecidos pelo devedor
(b) a presunção de certeza e liquidez não pode ser desfeita, a não ser que o próprio Fisco
o faça
(c) não precisa mais ir à Justiça para cobrança
(d) o pagamento respectivo fica assegurado
(e) deixa de ser crédito e passa a ser débito

CAPÍTULO 11 - PROCESSO TRIBUTÁRIO

ADMINISTRATIVO
1) Conceito: o processo administrativo tributário consiste no conjunto de atos
administrativos (procedimentos) destinados à aplicação das normas materiais de Direito
Tributário à relação jurídica entre o fisco e o sujeito passivo da obrigação tributária.
JUS
OnLine
2) Consulta: consiste na comunicação formal e escrita, dirigida pelo contribuinte à
repartição competente em matéria tributária, para que preste esclarecimentos e
orientação prévia ao caso concreto, visando à garantia do correto cumprimento da
obrigação tributária perante o fisco.

3) Impugnação: é a manifestação formal de discordância de que se pode utilizar o


contribuinte, que decide opor-se à cobrança do fisco, pela via administrativa; pode conter
discordância de erro de fato (quando o crédito tributário não corresponder à efetiva
obrigação tributária) ou erro de direito (quando a constituição do crédito desrespeitou a
norma tributária).

4) Competência: a competência dos órgãos administrativos federais e estaduais é


distribuída pelas regiões administrativas do País ou pelos Estados e delimitada pela
espécie de tributo em discussão.

5) Recurso especial: é aquele dirigido à Câmara Superior de Recursos Fiscais, dentro do


prazo de 15 dias contados da ciência da decisão, concedendo-se à parte contrária,
também 15 dias para oferecer contra-alegações e que pode ser interposto pelo
contribuinte, de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha
dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais, e pelo Procurador
da Fazenda Nacional, de decisão unânime da Câmara, quando for contrária à lei ou
evidência da prova.

6) Denúncia: em matéria tributária, é ato formal, praticado por qualquer pessoa, não
pertencente à Fazenda Pública, que consiste na comunicação, à autoridade fiscal
competente, da ocorrência de atos ou fatos que considere contrários às normas
tributárias.

7) Representação: em matéria tributária, é ato formal, praticado por funcionário da FP


não competente para lavrar auto de infração, que consiste na comunicação interna, de
maneira fundamentada, a seu chefe imediato, da ocorrência de atos ou fatos que
considere contrários às normas tributárias, para que ele tome as providências cabíveis
para apurar a existência de eventual infração.

EXECUÇÃO FISCAL

1) Generalidades: na execução fiscal a Fazenda ingressa em juízo para a cobrança


forçada do crédito tributário; rege-se pela Lei de Execução Fiscal (LEF - 6830/80), e,
subsidiariamente pelo CPC; a competência para processar e julgar a execução da dívida
ativa exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência, da concordata, da
liquidação, da insolvência ou do inventário (arts 5º e 29 da LEF); o crédito fiscal tem
preferência sobre qualquer outro, ainda que tenha garantia real.

2) Concurso de preferências: se ocorrer, deve ser obedecida a seguinte ordem: I -


União e suas autarquias; II - Estados, DF e suas autarquias; III - Municípios; a
constitucionalidade dessa matéria é duvidosa, pois o art. 19, III, da CF, veda que estes
entes públicos estabeleçam preferências entre si.

JUS
OnLine
3) Petição inicial: deve vir acompanhada pela Certidão da Dívida ativa, que tem
presunção de liquidez e certeza; a execução abrange o devedor e o responsável
tributário, sem que haja necessidade do nome deste figurar na Certidão de Dívida Ativa.

4) Citação: em princípio, é feita pelo Correio, com AR, podendo também ser feita pelo
Oficial de Justiça, se a Fazenda assim requerer (LEF, art. 8º).

5) Se a citação se efetivar: o devedor terá 5 dias para fazer o pagamento ou garantir a


execução; garantir a execução significa oferecer bens para serem penhorados, ou fiança
bancária, ou depósito em dinheiro (LEF, art. 9º); se fizer o pagamento extingue-se a
execução; se garantir a execução, terá o prazo de 30 dias para apresentar embargos; se
não pagar nem garantir, ser-lhe-ão penhorados tantos bens quantos bastem para cobrir a
dívida.

6) Se a citação não se efetivar, mas forem encontrados bens: neste caso, se forem
encontrados bens, procede-se o arresto dos mesmos (LEF, art. 7º, III); segue o
procedimento do arresto do CPC.

7) Se a citação não se efetivar e não forem encontrados bens: se o devedor não for
encontrado e também não forem encontrados bens, suspende-se o processo (LEF, art.
40).

8) Embargos do devedor: o devedor tem o prazo de 30 dias, na execução fiscal, para


oferecer embargos, a partir da intimação da penhora, ou da data do depósito em dinheiro,
como garantia, ou da juntada da fiança bancária; podem basear-se, entre outros motivos
arrolados na lei, na nulidade do título, na ilegitimidade de parte, na prova de pagamento já
realizado, etc.; os embargos são autuados em separado.

CAPÍTULO 12 - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

- Direito Tributário Penal: sanções tributárias decorrentes do descumprimento de qualquer


dispositivo legal ou regulamentar relativo a obrigação tributária principal ou acessória.
Independe de culpabilidade. Ex.: multas, interdições, apreensão de mercadorias,
perdimento de mercadorias, regime especial de fiscalização e arbitramento da base de
cálculo.

- Direito Penal Tributário: sanções penais decorrentes do descumprimento de leis que


tutelam o patrimônio do sujeito ativo da obrigação tributária. Demandam a ocorrência da
consciência da ilicitude e a vontade deliberada de perpetuar a evasão (dolo). Ex.: multa e
pena privativa de liberdade.

- Lei n.º 8.137, de 27 de dezembro de 1990 (Define crimes contra a ordem tributária,
econômica e contra as relações de consumo):
Arts. 1º e 2º: crimes praticados pelos particulares contra a ordem tributária
Art. 3º: crimes praticados por funcionários públicos contra a ordem tributária

- Lei n.º 4.729, de 14 de julho de 1965 (Define o crime de sonegação fiscal)

- Crimes de ação pública incondicionada (Súmula 609 do STF).

JUS
OnLine
- Extinção da punibilidade (por pagamento antes da denúncia):
a) De 01/92 até 12/95, por força da Lei n.º 8.383/91, o recolhimento NÃO extinguia
a punibilidade.
b) A partir de 01/96, por força da Lei n.º 9.249/95, o recolhimento extingue a
punibilidade.

- Comunicação ao Ministério Público de crimes de natureza tributária e conexos (Decretos


nºs 325, de 1º de novembro de 1991 e 982, de 12 de novembro de 1993).

12.1. Depositário Infiel

- A Lei n.º 8.866, de 11 de abril de 1994 estabelece que é depositário da Fazenda Pública
a pessoa que a legislação tributária ou previdenciária imponha a obrigação de reter ou
receber de terceiro, e recolher aos cofres públicos, impostos, taxas e contribuições.

- É depositário infiel, sujeito a prisão civil, aquele que não entrega à Fazenda Pública o
valor retido ou recebido no prazo e forma fixados na legislação tributária ou
previdenciária.

O recolhimento do valor devido será perseguido em juízo através da propositura de ação


civil própria (ação de depósito).

É uma conseqüência de não emitir nota fiscal de venda, pois quem não vende não tem
dinheiro para comprar.

EXEMPLOS PRÁTICOS DE CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

NÃO EMITIR NOTA FISCAL NAS VENDAS


É praticado com o objetivo de reduzir o valor total das vendas, e com isso pagar menos
impostos.

COMPRAR SEM NOTA FISCAL


conferem com as vias de arquivo da empresa.

NOTAS ESPELHADAS OU DUPLA FACE


São Notas Fiscais emitidas, onde o valor da mercadoria ou serviço nas vias do
consumidor não

NÃO ESCRITURAR CORRETAMENTE OS LIVROS


Escriturar com valores inexatos ou com somas que não batem, com a finalidade de
enganar a ação da fiscalização.

UTILIZAR INCENTIVOS ACIMA DO VALOR PERMITIDO


A empresa considera contabilmente um armário adquirido por R$1.000,00 como uma
despesa/dedução, sendo que o permitido pela legislação do Imposto de Renda é
aproximadamente R$312,00

APROPRIAÇÃO INDÉBITA

JUS
OnLine
A empresa desconta contribuição ao INSS do funcionário através da folha de pagamento,
e não repassa ao INSS.

PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

ACEITAR SUBORNO OU PEDIR PROPINAS


Quando o agente fiscalizador recebe ou pede suborno para não agir da maneira correta
ao fiscalizar uma empresa, ou seja deixa de aplicar multas e punir pelas irregularidades.

RESPONSABILIDADE PENAL DO CONTABILISTA

É fato que, invariavelmente, quando um sonegador é preso em flagrante delito, atribui


sempre o fato a um erro de seu contador.

É importante examinar os limites da responsabilidade do contabilista quando o crime


contra a ordem tributária for cometido mediante a inserção de documento inexato em livro
fiscal, cuja escrituração está sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado.

Além disso, há a questão do sigilo profissional.

De acordo com o artigo 2º, I, da Resolução nr 290/70, do Conselho Federal de


Contabilidade, que aprovou o Código de Ética dos Contabilistas, todo contabilista deve
exercer sua profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a sua independência
profissional.

Por outro lado, salvo quando é também administrador ou gerente da pessoa jurídica, o
contabilista não realiza os fatos que interferem no patrimônio social, exceto para
sistematizá-los na escrituração contábil.

Portanto, de acordo com o que vimos, o contabilista não poderá ser considerado autor,
co-autor ou partícipe, quando exerce sua profissão de acordo com os mandamentos do
Código de Ética.

Assim, se alguma informação lhe foi sonegada ou continha erros que o profissional não
deu causa, não pode vir a ser penalmente responsabilizado.

Quando, entretanto, o contabilista utiliza seu conhecimento profissional para ajudar a


iludir a fiscalização , tornando mais difícil a descoberta da fraude, pode tornar-se agente
do crime de "favorecimento real" previsto no art. 349 do Código Penal, ou tornar-se
agente do crime contra a ordem tributária se, porventura, se beneficiou da fraude.

Ainda de acordo com o Código de Ética citado, o contabilista é obrigado a guardar sigilo
sobre o que souber em razão de sua funções, o que está em linha com o art. 144 do
Código Civil e art. 207 do Código de Processo Penal.

Não pode ser esquecido que a revelação de segredo, sem justa causa, é crime previsto
no art. 154 do Código Penal.

JUS
OnLine
Ademais, o art. 207 do Código de Processo Penal, garante ao contabilista o direito de
recusar-se a depor sobre assuntos relacionados com sua profissão, salvo se, desobrigado
pela parte interessada, quiser dar seu testemunho.

Por se tratar de norma de alcance geral, o art. 204 do Código de Processo Penal aplica-
se também a outros profissionais que estejam, por lei, obrigados a guardar segredo sobre
fatos relacionados com a profissão.

BIBLIOGRAFIA

1.Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. Celso Ribeiro Bastos. Editora


SARAIVA. 1991. Págs. 1/13.

2.Uma Introdução à Ciência das Finanças. Aliomar Baleeiro. Forense. 14ª Edição. 1995.
Págs. 117/121.

3. Comentários à Constituição de 1988 - Sistema Tributário. Sacha Calmon Navarro


Coelho. Forense. 5ª Edição. 1993. Págs. 32/34.

4. Curso de Direito Tributário. Hugo de Brito Machado. Malheiros Editores.

5. Curso de Direito Constitucional Tributário. Roque Antonio Carrazza. Malheiros Editores.


4ª Edição. 1993.

6. Direito Tributário. Cairon Ribeiro dos Santos. Editora Jurídica. 1ª Edição. 1997.

7. Direito Tributário. Rodolpho Leal. Editora de Direito.1996.

8. A Reforma Tributária. Antonio Kandir. Revista Consultor Jurídico. Julho/99.

9. Constituição da República Federativo do Brasil 1988 e alterações.

10. Código Tributário Nacional. (CTN).

4. Curso de Direito Tributário. Aldemário Araújo Castro.(Home Page Jurídico)

11. Resenha de Aulas dadas no CEUNSP- Faculdade de Ciências Gerenciais e


Faculdade Cidade de Salto pelo Prof. José Carlos Clementino.

JUS
OnLine
Para maiores informações consulte o Site:

www.clementino.hpg.com.br

JUS
OnLine

Vous aimerez peut-être aussi