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AULA 08.02.

2018

DIREITO DE FAMÍLIA

INTRODUÇÃO

Direitos Reais = massa estabilizada; estático; institutos são pouco modificados. Ex.:
Propriedade, usucapião, etc.

Direito de Família = massa em constante movimento; dinâmico; constantemente


ocorrem modificações legislativas substanciais.

O direito de família contém valores completamente diferentes daqueles presentes nas


outras áreas do direito civil porque envolve elementos psíquicos como amor, afeto,
paixão e etc, os quais naturalmente interferem nas relações familiares.

No direito de família os sentimentos são muito mais exacerbados.

Ex.: Numa relação contratual, o locador sente raiva quando seu inquilino atrasa por 4
meses o pagamento do aluguel. Mas não se compara, por exemplo, à raiva que o
mesmo individuo sente quando descobre que a esposa está transferindo o patrimônio
do casal para o amante dela...Neste caso a raiva é descomunal.

Recomendação: Assistir o filme o Primo Basílio.

O Filme retrata muito bem os valores presentes na sociedade em determinada época.


Qual época? A obra retrata a história do casal Jorge e Luísa, pertencentes à burguesia portuguesa do
século XIX. A trama passa-se em Lisboa, na capital portuguesa.

A legislação brasileira já permitiu que o marido matasse a sua esposa caso esta
cometesse o adultério. Daí tem-se uma noção da força do "dever de fidelidade" ainda
presente no Código Civil.

Atualmente, já existe relacionamento entre 3 pessoas registrado em Cartório.

MARCOS LEGISLATIVOS QUE REVOLUCIONARAM O DIREITO DE FAMÍLIA

1916 1962 1977 1988 2002 2007 2010


CC Estatuto Divórcio CF Novo Divórcio e EC 66
da Mulher Código Civil Separação

CÓDIGO CIVIL DE 1916

Até 1988 (Código Civil/16) a única maneira de se formar família era através do
casamento.

A CF/88 prevê que a família pode ser constituída pelo casamento, união estável ou
somente um dos pais (pai ou mãe) com os filhos (denominada família monoparental).
Portanto, adotou-se a partir da Carta Magna o chamado Pluralismo Familiar.
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O CC/16 embora considerado avançado para a época, continha elementos


extremamente machistas dentro do Direito de Família. Por exemplo, não se falava em
Poder Familiar como se fala nos dias de hoje, mas sim, em Pátrio Poder, ou seja,
quem determinava, p.e., onde filho iria estudar era o pai, o marido, o chefe de família e
jamais a mulher.

Adendo:

A lei vigente estabelece igualdade de direitos e deveres para homens e mulheres. O


pátrio poder, no qual o homem detinha o posto de chefe da família, portando, senhor
das decisões familiares, é coisa do passado. A Constituição Federal e o novo Código
Civil de 2002 estabelecem que os pais, sem distinção, são titulares do Poder Familiar.
Dessa forma, cabe ao casal, entre outras coisas, a responsabilidade de criar, educar,
guardar, manter e representar os filhos. Havendo divergência entre o casal quanto às
decisões relativas aos filhos, deve a parte interessada recorrer à Justiça.

ESTATUTO DA MULHER CASADA (1962)

LEI No 4.121, DE 27 DE AGOSTO DE 1962.


Dispõe sobre a situação jurídica da mulher casada.

Em 1962, como resultado de um movimento feminista, surgiu o Estatuto da Mulher


Casada. O CC/16 conferia às pessoas a maioridade somente aos 21 anos. Porém, em
meados de 1920 e 1930, a mulher que se casasse com cerca de 22 anos, tornava-se
relativamente incapaz, pois passava a ser dependente do marido, isto é, do chefe da
sociedade conjugal. Algo impensável nos dias atuais, mas não naquela época de uma
sociedade pautada no pátrio poder.

Este, portanto, foi um dos absurdos que o Estatuto eliminou, uma vez que a partir da
sua entrada em vigor, a mulher maior de idade que se casasse continuava a ser
plenamente capaz para todos os atos da vida civil.

DIVÓRCIO (1977)

DESQUITE: O termo Desquite foi substituído por Separação Judicial pela


Lei 6.515/1977 (Lei do divórcio). Desquite era uma forma de separação do
casal e de seus bens materiais, sem romper o vínculo conjugal, o que
impedia novos casamentos. O termo desquite faz lembrar algum
rompimento conjugal do passado, época em que o casamento era perpétuo
e indissolúvel.

SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO: Com a Emenda n.9 de 1977, regulamentada


pela Lei do Divórcio, surgiram as duas formas de rompimento do
matrimônio: a separação e o divórcio. A separação estimula a reconciliação
e impede o novo casamento com terceiro (não impede a união estável com
terceiros) e o Divórcio rompe de vez o vínculo conjugal permitindo novo
casamento com terceiro.
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SÓ DIVÓRCIO: Após a Emenda 66/2010 que passou a permitir o divórcio


direto independente de prazo, alguns juristas sustentam o fim da
Separação, de modo a existir apenas a forma de Divórcio para dissolver a
sociedade conjugal entre duas pessoas vivas e presentes. Como ainda não
houve alteração na lei civil, Juízes e Tribunais têm aceitado o pedido de
separação, permitindo ao casal que pense melhor sobre a decisão, dando-
lhes a chance de uma eventual reconciliação, o que não ocorre com o
divórcio.

Em 1977 surge o divórcio. Até então só existia a figura do desquite.

O antigo Desquite é hoje chamado de Separação. Com o advento da Lei de 2007 não
há que se falar em Separação Judicial, uma vez que existe a possibilidade também de
Separação Extrajudicial.

Uma coisa é a sociedade conjugal. Outra coisa é o vínculo matrimonial.

Adendo:

A sociedade conjugal e o vínculo matrimonial são inconfundíveis, pois a


sociedade conjugal, de forma simples, significa o convívio, os deveres entre os
cônjuges, já o vínculo matrimonial seria o casamento válido propriamente dito, sendo o
vínculo matrimonial um instituto maior que a sociedade conjugal. Discorre sobre
isso Maria Helena DINIZ (2008):

O casamento é, sem dúvida, um instituto mais amplo que a


sociedade conjugal, por regular a vida dos consortes, suas
relações e suas relações e suas obrigações recíprocas,
tanto morais quanto as materiais, e seus deveres para com
a família e a prole. A sociedade conjugal, embora contida no
matrimônio, é um instituto jurídico menor do que o
casamento, regendo apenas o regime matrimonial de bens
dos cônjuges, os frutos civis do trabalho ou indústria de
ambos os consortes ou de cada um deles. Daí não se poder
confundir o vínculo matrimonial com sociedade.

Em grande parte por influencia da Igreja, até 1977 não existia a possibilidade do
divórcio.

Então, p.e., um casal que decidisse de se separar amigavelmente por volta dos anos
de 1950 tinha como única possibilidade legal o desquite, ou seja, o qual promovia
somente a extinção da sociedade conjugal, mas não do casamento, isto é, do
vinculo matrimonial.

Portanto, os agora desquitados continuavam juridicamente casados.


(Principio da monogamia)

Assim, os desquitados embora solteiros, não podiam casar-se novamente, pois ainda
estavam juridicamente casados com seus companheiros originários.
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Era o chamado concubinato. (União livre e estável de um homem e uma mulher que não são
casados um com o outro).

O concubinato foi o catalisador para o surgimento do Divórcio, pois tinha-se um


homem separado, mas que continuava casado juridicamente e uma mulher solteira
que era mal vista perante a sociedade da época porque se relacionava com um
homem ainda casado.

Ocorre que esta mulher solteira muitas vezes construía um patrimônio juntamente com
este homem "separado" e depois de alguns anos de união, as vezes com filhos, era
abandonada sem qualquer direito nos bens do casal (P.e., pensão alimentícia).

Até que numa dessas situações, uma dessas mulheres bateu às portas do Judiciário,
e o TJSP condenou que o homem pagasse indenização à mulher com o fundamente
de "serviços domésticos prestados", ou seja, a Justiça considerou aquela mulher
não como esposa, mas como uma empregada de seu próprio marido.

Chocante não?

A união estável como se conhece nos dias de hoje só surgiu com a Constituição
Federal de 1988. Antes qualquer relação amorosa que não se desse através do
casamento não era considerada família. Ou dito de outra forma: somente era possível
constituir família antes de 1988 através do casamento.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição de 1988, em seu artigo 226, estabelece que o casamento civil


pode ser dissolvido pelo divórcio, mas desde que cumprida a separação judicial por
mais de 1 (um) ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato
por mais de 2 (dois) anos". Merece destaque especial, no texto da Constituição e seu
regulamento no Código Civil (2002), o reconhecimento de outras formas
de constituição familiar, além da via do casamento, incluindo o reconhecimento de
uniões estáveis.

CODIGO CIVIL DE 2002

CC/2002 reproduz os valores da CF/88.

LEI DO DIVÓRCIO (2007)


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LEI Nº 11.441, DE 4 DE JANEIRO DE 2007.


Possibilita a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio
consensual por via administrativa. (Ideia de desafogar o P. Judiciário)

Dispensa a necessidade de ação judicial, bastando que as partes


compareçam assistidas por um advogado, a um cartório de notas e apresentar o
pedido. Tal facilidade só é possível quando o casal (1) não possua filhos menores de
idade ou incapazes e (2) desde que não haja litígio.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66 (2010)

Aprovada em segundo turno a PEC do Divórcio, restando sua promulgação


pelas respectivas casas legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal. A
pretensão normativa foi sugerida pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família
(IBDFAM), pretendendo modificar o § 6º do art. 226 da Constituição Federal. O
casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sendo suprimido o requisito de
prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de
fato por mais de 2 (dois) anos. Aprovado, finalmente, o divórcio direto no Brasil.

Art. 226. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."

Não revogou de forma expressa a Lei de 77, nem o CC/02 que regulamenta a
separação e o divórcio.
Obs.: Para o TJSP não existe mais a separação. Diferentemente do que ocorre no
TJRS e TJMG que ainda o reconhece. E na doutrina há divergência também.
A certeza é que os prazos não mais existem.

Assim, a EC/66 criou uma grande polemica: até hj não se sabe se no Brasil vigora
somente o divórcio ou se continua a existir o instituto da separação.

Um casal que decidisse se separar em 1980, p.e., (ou antes da EC/66) teria que
completar 1 ano de casado para mover a ação de separação judicial e, após
transitada em julgada a sentença, aguardar mais 1 ano para converter a separação
em divórcio. Ou seja, sendo amigável, aguardar transcorrer, no mínimo, 2 anos de
casamento para conseguir extinguir o vínculo matrimonial.

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