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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Clínica Psicanalítica
Professor: Lucas Guerra
Aluna: Vilderly Veras Martins Lopes

Atividade: Perversões – Série Gypsy

Gypsy é uma série da Netflix que conta a história de Jean Halloway,


psicóloga clínica, casada, mãe de uma menina. Aparentemente leva uma vida normal,
com as responsabilidades e regras para o padrão de vida que tem e para a profissão em
que atua. À medida que os episódios se desdobram diante de nós, revela-se uma outra
Jean, com outro nome, outra personalidade. Apresenta-se Diane, uma jornalista, uma
mulher livre, independente, envolvente, manipuladora e que, talvez, a única regra seja
não dizer quem realmente é, ou quem a Jean Halloway é. Uma personalidade usada para
fugir da realidade e dar vazão aos sentimentos e desejos mais sombrios de Jean.
A série nos conta que Jean, a psicóloga, desenvolve uma relação com seus
pacientes, que ultrapassa os limites da ética de sua profissão. Podemos dizer que a
protagonista apresenta características ‘perversa’ como manipulação, quando esta
ultrapassa esses limites envolvendo-se com as pessoas relacionadas aos seus pacientes,
ferindo assim, o código de ética da sua profissão e os limites contratual para com seus
pacientes. Cria um jogo de sedução onde ela mesma dita as regras.
Para aproximar-se das contrapartes de seus pacientes apresenta-se como
Diane. Vai ao trabalho de uma (Sidney – ex-namorada de um paciente) e passa a
freqüentar o cabeleireiro de outra (Rebeca – filha de outra paciente). Envolve-se
emocionalmente com Sidney.
Ela vivencia conscientemente duas personalidades, ambas manipuladoras.
Apresenta certa maturidade em um dado momento, mas que diante de determinados
sentimentos de angústia, evoca uma personalidade imatura, caracterizando assim uma
personalidade egodistônica. Ou seja, um conflito relacionado com a sua autoimagem
ideal, com as necessidades e objetivos do ego.
Há cenas que seus pensamentos e sonhos a remetem à relação com sua mãe,
sugerindo um conflito não resolvido nessa relação. Esse conflito fica evidente no 3º
episódio quanto a evitação com a mãe, quando Jean não a convida para a festa de
aniversario da filha e, mesmo assim, a encontra conversando com a filha (Dolly) na
festa.
Jean apresenta pensamentos de fixação em Sidney, em detalhes que algumas
cenas trazem, sugerindo os pontos de fixação de desejo, fetiches visuais (boca, mãos,
cabelos), cheiros (perfume chanel). Faz parte da perversão ter as pessoas sob controle e
isso revela-se em várias cenas quando Jean tem relações sexuais com o marido(Michael)
onde esta se coloca em posição de comando; quando induz Sam Duff a desistir de
Sidney; quando oferece seu apartamento a paciente Alisson se refugiar, apartamento
este que ela mantém como Diane; quando forja relatos dos pacientes para ter o controle
das pessoas onde só ela tem a regra do jogo. Mas há um momento em que Alisson
morre e Jean percebe que perdeu o controle daquela situação, percebe que envolveu-se
emocionalmente demais.
A série parece querer revelar que a manipulação é uma arma de controle e
que estar consciente, racionalmente consciente é o único meio de se manter no controle.
Acho que o criador da série quis sinalizar algo assim desde o início:
“Antes eu acreditava que as pessoas decidiam suas próprias vidas, que estávamos no
controle, comandando nosso futuro, escolhendo nosso cônjuge a nossa profissão,
responsáveis pelas decisões que dão forma ao curso de nossa vida. Mas há uma força
mais poderosa do que o livre arbitro: nosso inconsciente. (Jean Halloway)”
.

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