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Comunicação Oral e Escrita

Sumário

1. Linguagem como expressão história e cultural .................................................. 03

2. Língua escrita e Língua Falada e as especificações da situação comunicativa .... 07

3. Texto como unidade de sentido ......................................................................... 09

4. Leitura como construção de sentidos .............................................................. 17

5. Escrita como prática social .......................................................................................... 19

6. Variação Linguística ..................................................................................................... 22

7. Norma padrão e gêneros textuais técnicos ................................................................. 25

8. Bibliografia ....................................................................................................... ......... 30

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Comunicação Oral e Escrita

1. Linguagem como expressão história e cultural


1.1 Linguagem e comunicação
Os seres humanos sempre dependem uns dos outros, não conseguem viver sozinhos em
um mundo isolado. T a n t o n o s m o m e n t o s d e lazer, no trabalho, nas reuniões sociais
e religiosas, sempre dependem outra pessoa, para tornar possível, a interação pessoal e,
por conseguinte, a relação social.

A comunicação é necessidade básica da pessoa humana, do homem social: é constituída


através do canal de padrões culturais que lhe são transmitidos e, acontecendo o
aprendizado ao ser membro de uma sociedade. A vida em sociedade supõe intercâmbio e
comunicação, que se realizam fundamentalmente pela língua, cujo papel é cada vez mais
importante nas relações humanas.

No processo de interação pessoal, é necessário que as pessoas se entendam, a fim de que


haja um relacionamento plausível, saudável e satisfatório. O que torna possível às pessoas
se relacionar e se entender é, através da comunicação. E comunicação é isso: participação,
transmissão, troca de ideias, conhecimentos e de experiências.

Comunicar é emitir, transmitir e receber mensagens, seja através da linguagem verbal


(oral ou escrita), linguagem gestual (mímica), expressão facial, sinal, símbolo ou por meio
de algum aparelhamento técnico especializado (sonoro ou visual).

Assim, podemos inferir que a comunicação é uma característica do ser humano. É ela que
torna possível o entendimento e, consequentemente, a busca de soluções para todos os
problemas, seja de relacionamento profissional, amoroso, ou de outra natureza qualquer.

Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui de


certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:

Canal de
Emissor ou Comunicação
Destinatário

Mensagem Receptor ou
Destinatário

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1.2 Os elementos da comunicação:

Emissor ou destinador
É o que emite a mensagem, podendo ser um indivíduo ou um grupo.

Receptor ou destinatário
É que recebe a mensagem, pode ser um indivíduo, um grupo.

Mensagem
É o objeto da comunicação, constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.

Canal de comunicação
É a via de circulação das mensagens. Pode ser definido, de maneira geral, pelos meios
técnicos aos quais o destinador tem acesso a fim de assegurar o encaminhamento de sua
mensagem para o destinatário:
• Meios sonoros: voz, ondas sonoras, os ouvidos.
• Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina, a visão.
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira
classificação das mensagens:
• Mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversos.
• Mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações.
• Mensagens olfativas: perfumes.
• Mensagens gustativas: tempero.
• Mensagens visuais: outdoors, imagens , fotos, filmes, sinais de trânsito.

1.3 Expressão Histórica e Cultural


Existe um modo mais correto do que o outro de se falar?
Não, pois todas as variantes linguísticas são eficazes na comunicação verbal e possuem
valor dentro das comunidades em que são faladas. Apesar disso, uma das variantes, a
norma padrão ou norma culta, tem grande prestígio na sociedade, por ser o tipo de
língua utilizado na maior parte dos jornais, dos livros e das revistas, dos documentos,
dos textos científicos e didáticos, etc. Também é a língua falada em alguns programas
de tevê e pelas classes sociais mais ricas.

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Onde se fala melhor o português no Brasil?
Você já deve ter ouvido esse tipo de pergunta. E também respostas como “no
Maranhão”, “no Rio de Janeiro”, “no Rio Grande do Sul”, essas repostas são justificadas
por motivos históricos, sociais e culturais. Porém, de acordo com a visão moderna de
língua, não existe um modelo linguístico que deva ser seguido, nem mesmo o português
lusitano.

Todas as variedades linguísticas regionais são perfeitamente adequadas à realidade em


que surgiram. Em certos contextos, aliás, o uso de outra variedade, mesmo que seja a
norma culta, é que pode soar estranhamente e até não cumprir sua função essencial que
é a de comunicar.

É preciso abandonar essa ânsia de tentar atribuir a um único local ou a uma única
comunidade de falantes o “melhor” ou o “pior” português e passar a respeitar igualmente
todas as variedades da língua, que constituem um tesouro precioso de nossa cultura.
Todas elas têm valor, são veículos de comunicação e de relação entre as pessoas que
as falam.

Variedades linguísticas
São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é utilizada.
a) Variedade Geográfica
A língua portuguesa se manifesta de maneira diferente nas várias regiões do país. São os
falares regionais ou dialetos. Um gaúcho utiliza vocabulário e expressões diferentes de um
nordestino ou amazonense.

b) Variedade Social
O que acontece entre os diferentes grupos de uma sociedade é a variedade social. A língua
falada ou escrita por pessoas que têm acesso à escola e à educação é diferente daquela
falada ou escrita por pessoas com pouca escolarização.
Por isso, há algumas formas que têm prestígio na sociedade e outras que enfrentam
preconceitos. Muitas vezes, o domínio da norma culta é motivo de ascensão profissional e

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social. Outras vezes, alguns grupos específicos (estudantes, juristas, quadrilhas, etc.)
desenvolvem um jeito próprio de falar, envolvendo gírias, linguagem técnica, própria daquela
comunidade. A este jeito próprio de falar, damos o nome de jargão.

Leia atentamente o texto que se segue:

Dividi minha vida em sites Criei um chat para minha família, outros para os meus
amigos. E um, secreto para, os amores.
Quando alguém me incomoda.
- Deleto

c) Variedade Situacional
A linguagem varia de acordo com determinadas situações de comunicação. Não se fala com
um grupo de amigos da mesma maneira com que se fala com patrões, juízes ou com
pessoas mais velhas.

Há algumas variações situacionais importantes, vamos ver no próximo intem.

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2. Língua escrita e Língua Falada e as especificações da situação comunicativa
2.1 Língua oral e escrita
Quando se fala, o ouvinte está presente e podem-se completar as informações com
gestos, tons de voz, expressões de rosto, etc.

A conversa pelo telefone, apesar da distância entre os interlocutores, também pode ser
considerada como linguagem oral.

A língua escrita formaliza, congela, enfim, registra no tempo a fala e os pensamentos


dos seus usuários. Em algumas situações, há uma mistura de oralidade e de escrita.
Exemplo:
Sala de chat, e-mail, via internet, carta ou bilhete familiar. Escreve-se o texto, como se o
interlocutor estivesse presente. Há nessa prática a intenção de criar mais proximidade
com o leitor da mensagem que enviamos.

2.2 Língua formal e informal


A língua formal é cuidada, segue a “norma padrão”, é usada geralmente nos documentos
escritos, jornais, televisão. É valorizada socialmente e necessária em algumas situações:
entrevistas para conseguir empregos, leitura de enciclopédias e textos informativos para
se escrever textos literários ou para desenvolver os relatório profissional.

A língua informal caracteriza-se pelas construções simples, ortografia simplificada,


abreviações, construções soltas, repetições, frases curtas, ou seja, ocorre sem que
haja um planejamento prévio da fala ou da escrita.

É usada geralmente em situações em que os falantes se conhecem e têm certa


intimidade.

2.3 Especificidades da Situação Comunicativa


Problemas gerais da comunicação
Tipos de Comunicação

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A comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem
reciprocidade. Já a comunicação bilateral se estabelece, quando o emissor e o receptor
alternam papéis.

Cabe dizer, que a mensagem proveniente de um emissor pode ser recebida por diferentes
receptores e, para cada um deles, tomar um sentido ou valor diferente, de acordo com suas
respectivas situações.

Ruídos e Redundância
Ruído
É tudo que afeta, em graus diversos, a transmissão da mensagem.
Esse termo não se refere apenas a uma perturbação de ordem sonora, aplicando-se tanto
para a comunicação visual, quanto para os outros tipos de comunicação.

Exemplo:
Voz muito baixa ou encoberta pela música ou falta de atenção do receptor.

Redundância
Todo elemento da mensagem que não traz informação nova.

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3. Texto como unidade de sentido
3.1 Concretização das várias linguagens
Citamos como exemplo um fator que hoje aterroriza o mundo do telemarketing é o
Gerúndio, mais conhecido como Gerundismo.

O gerundismo é atribuído à influência do idioma inglês no Brasil. Acredita que teve


origem a partir de algumas traduções malfeitas, do inglês para o português.

Essa construção abusiva do gerúndio é muito utilizada nos serviços de atendimento ao


cliente, por telefone e telemarketing, e nesse caso pode se explicar por uma tradução
apressada dos manuais que vêm do exterior. Mas ela se repete em inúmeras outras
circunstâncias porque, de fato, foi assimilada e incorporada ao vocabulário do brasileiro.

O gerundismo se torna um vício de linguagem, quando empregado excessivamente, é bom


evitar utilizá-lo, mas sim construir uma linguagem com o emprego de verbos no presente,
assim mostrará para o Cliente que ele tem sua total atenção e disposição de resolver o
problema. Agindo assim, receberemos feedback do Cliente, sobre nossas atitudes. Fique
ligado, pois é nessa hora que ele nos mostra o quanto está satisfeito ou insatisfeito com
nosso trabalho, e no caso de ocorrer à segunda opção, se não estivermos prontos para
modificar a situação, correremos o risco de perder o cliente. E, outras opções para ele, é
o que não falta.

Palavras
A clareza de nossa comunicação depende da nossa capacidade de traduzir nossos
pensamentos, sentimentos, opiniões, necessidade com palavras claras, que não permitam a
dupla interpretação, ou seja, que o receptor consiga entender exatamente o que estamos
dizendo.

Tom de voz
Através do nosso tom de voz e da ênfase que colocamos em algumas palavras, é que o
receptor de nossa comunicação interpretará a mensagem que lhe estamos passando.
Além da ênfase, podemos transmitir mensagens divergentes da tonalidade de nossa voz
que pode expressar, ou seja, raiva; indiferença; sarcasmo; impaciência. Não se esqueça de
que a forma como se diz algo, é tão importante quanto o conteúdo da mensagem que
você quer transmitir.

Postura corporal
O nosso corpo fala o tempo todo passando mensagem que, por vezes, são opostas ao
que queremos transmitir.

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Está claro, então que até mesmo o nosso corpo tem uma linguagem, e somente
quando estamos atentos podemos percebê-la.

O Recurso do “CHA” - Conhecimentos, Habilidade e Atitudes


A Excelência nas comunicações verbais e não verbais pode ser facilitada com a utilização
do recurso do “CHA”. O “CHA” é composto por três princípios fundamentais:
C – Conhecimentos
H – Habilidades
A – Atitudes

O CHA funciona como um roteiro para a comunicação de qualidade. Desenvolver e ampliar


os aspectos do “CHA” é criar as condições necessárias para o sucesso de qualquer tipo de
apresentação.

Conhecimentos
É o que se precisa saber para apresentar-se bem – o domínio cognitivo;

Habilidades
É o que se precisa treinar e desenvolver para tornar-se um comunicador eficaz – o domínio
executivo;

Atitudes
É o que se deve fazer para buscar os conhecimentos e aprimorar as habilidades
comunicativas – o domínio da ação.

Papéis Conhecimentos Habilidades Atitudes


(Saber) (Saber Fazer) (Querer Fazer)

Antes/ Comunicador Conhecimento da Aplicação do Querer;


Planejamento Planejador realidade; público-alvo; conhecimento; planejar
Líder conteúdo a ser exposto; autoanálise;
técnicas de apresentação; automotivação
recursos audiovisuais;
planejamento da
apresentação.

Durante/ Comunicador Comunicação Liderança; Querer se


Apresentação Apresentador verbal e não- verbal; relacionamento com comunicar.
tipos característicos de o grupo; empatia;
participantes; técnicas de sinergia.
controle da emoção.

Depois/ Comunicador Avaliação; Percepção das Querer


Avaliação Avaliador reação do grupo; reações do grupo. avaliar.
resultados.

Os três papéis primordiais para aplicação do “CHA”, na conquista da excelência nas


comunicações:
O desenvolvimento do eu comunicador/planejador que atuará na etapa do
planejamento/organização. É anterior à apresentação, quando você deve pensar, analisar,
planejar e organizar ideias;

O desenvolvimento do eu comunicador/apresentador que atuará na etapa de


execução/apresentação da palestra, aula, etc. É durante a apresentação, quando você
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transmite e executa ideias;

O desenvolvimento do eu comunicador/avaliador que atuará na etapa avaliação/feedback


de todo o processo de trabalho – será depois da apresentação, quando você vai avaliar
e revisar as ideias apresentadas e metas atingidas.

3.1.1 Estabelecendo uma comunicação positiva:


Uma forma fácil de conseguirmos manter uma boa relação, é tomando cuidado com a
maneira como nos expressamos, ou seja, estabelecer comunicações positivas.
• Dedique sempre um tempo para refletir sobre o que você fala e como fala, com
isso desenvolverá uma ótima comunicação com seus colegas, chefes e clientes.
• Chamar as pessoas pelo nome, é uma parte importante na construção de
relacionamentos positivos, não se esqueça de acrescentar os pronomes de
tratamento (senhor, senhora, doutor...) quando o cargo ou a idade da pessoa o
exigir. Isto demonstra respeito e sugere reconhecimento, receptividade e amizade.

Uma vez que você sabe o nome da pessoa, trate de não esquecê-lo e principalmente,
certifique-se que a pronúncia está correta. Não há nada pior do que alguém falando o nosso
nome errado.

Outra maneira de estabelecer qualidade em nossa comunicação e consequentemente no


serviço que estamos prestando, é ser rápido e breve ao pedir ou dar informações.
Significa que você reconhece que o tempo das outras pessoas é valioso, demonstrará,
com isso, consideração, além de mostrar que sabe aproveitar bem o seu tempo.
• Elogiar é outra maneira de valorizarmos as pessoas que mantém contato
conosco. Todos nós gostamos de receber elogios, mas não se esqueça, têm que
ser sinceros, caso contrário, você se mostrará falso e as pessoas deixarão de
confiar em você.

Nós também devemos nos lembrar de coisas básicas, como agradecer alguém quando
este faz algo que consideramos ter nos ajudado. Educação nunca é demais, e deve ser a
essência do nosso processo de comunicação, pois influi diretamente no estabelecimento
de relações positivas.

Devemos nos lembrar de que 38% da nossa comunicação vêm do tom de voz, não adianta
fazer elogios usando um tom de voz áspero, assim você não consegue convencer ninguém.
Mas, quando nos comunicamos, é principalmente a linguagem corporal a que mais afeta o
nosso processo de comunicação, pois ela representa 55% desse processo.

Por exemplo:
Ter uma postura "largada" (quando nos desmontamos numa cadeira, ou mesmo em pé,
passamos aos outros a impressão de estarmos "derretendo") isso é interpretado pelas
outras pessoas como sinal de indiferença, de desinteresse pelo que o outro está dizendo.

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Existem alguns tipos simples de linguagem corporal que podemos praticar em nossos
contatos diários. Um sorriso, por exemplo, é uma forma poderosa de linguagem corporal. O
mesmo pode-se dizer do contato visual. Olhe as pessoas diretamente nos olhos, enquanto
você estiver falando. Isso demonstra confiança.

Evite a falsidade de tentar forçar uma comunicação positiva, pois você acabará gerando
danos em seus relacionamentos e passará de uma comunicação positiva para uma
comunicação negativa.

Tipos de comunicação negativa:


• Comunicação artificial: dá a impressão de falsidade. Quando alguém diz, “Que coisa
terrível ter acontecido este problema, justo com você!", num tom de voz que
denúncia que ele não se importa nem um pouco com o problema, acaba gerando
sentimentos negativos no interlocutor.

• Comunicações não sinceras: têm um forte impacto sobre as pessoas, e não se


engane um impacto extremamente negativo e prejudicial ao relacionamento.
Comunicação torta: ela começa com o elogio, mas acaba com um insulto.

Por exemplo:
“Nossa, você está ótimo! Perdeu uns bons quilos, hein? Isto deve ser difícil na sua
idade."

• Comunicação torta: ela começa com o elogio, mas acaba com um insulto.
Por exemplo
"Nossa, você está ótimo! Perdeu uns bons quilos, hein? Isto deve ser difícil na sua
idade."

Muitas vezes, as pessoas que usam a comunicação torta estão tentando ser engraçadas,
para com isso estabelecer um clima descontraído e uma certa intimidade com as pessoas
com quem estão se comunicando. Nunca se esqueça, o humor é um dom maravilhoso,
mas é uma arte difícil de ser dominada. E se você não tem a certeza de possuir esse dom,
não se arrisque.

• Comunicação hostil: reflete raiva interna e nervosismo. Ninguém gosta de estar perto
de alguém que parece estar “brigado com o mundo" e com todos em sua volta.

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Importante:
Se não nos importarmos com a situação o suficiente, para nos comunicarmos bem, tudo
que conseguiremos transmitir será o nosso desinteresse. Quando examinamos a forma
com que estabelecemos nossa comunicação, levando em consideração como os outros
reagem ao que dizemos, começamos a perceber o quanto a nossa falta de cuidado
prejudica nossos esforços para nos relacionarmos bem. Percebemos se estamos realmente
ouvindo o que os outros têm a nos dizer, e também se estamos conseguindo passar
nossa mensagem com clareza.

Importância na Comunicação
Saber ouvir e falar é fundamental no processo da comunicação que é a troca de
informações entre uma ou mais pessoas. A relação interpessoal está baseada nesta
troca de informações.

Se uma pessoa não se comunica bem terá uma série de limitações para alcançar o sucesso
em qualquer área profissional. Veremos a seguir como funciona o processo de
comunicação para que você aumente seus resultados

A importância da comunicação
Algumas pessoas têm dificuldades de se comunicar e essas dificuldades podem ser de
caráter físico ou psicológico.

Por exemplo:
As disfunções vocais, em sua maioria, são de caráter físico, já a timidez é um aspecto
psicológico e ambas dificultam a comunicação. Também devemos considerar que a troca
de informações entre as pessoas não acontece apenas por meio da linguagem falada, mas
da escrita e da gestual também.

Para o operador de Telemarketing, que trabalha efetivamente com comunicação, é


necessário que ele domine práticas de comunicação e possua a capacidade de ouvir. Por
isso, é importante o vendedor saber que ouvir e escutar não são mesma coisa.

Ouvir:
É a capacidade física de se captar sons.

Escutar:
É a interpretação e compreensão do que se ouve.

Quando crianças, nós somos incentivados dentro na nossa cultura a ler, escrever e falar.
É muito comum ver mães orgulhosas dos filhos que começam a falar prematuramente, em
nenhuma circunstância somos incentivados a ouvir, logo criamos vários vícios que nos
impedem a prática da escuta.

Abaixo, quatro hábitos comuns de pessoas que não sabem escutar:

Interrupções
Normalmente, a pessoa se perde em outras ações não relacionadas ao assunto em pauta e
permite ser constantemente interrompida por outras pessoas no trabalho.

Preocupação com a resposta


A pessoa fica excessivamente preocupada porque tem muito medo de não saber a
resposta, então, não se atenta para a pergunta.

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Antecipa as respostas:
Julga-se com mais conhecimento que a pessoa que está falando, tenta antecipar-se a
pergunta e coloca respostas prematuras.

Pseudo-ouvir
Apenas finge estar ouvindo, mas na realidade está pensando em outra coisa.

Dentro do processo de comunicação podemos identificar 05 elementos básicos.


O emissor é aquele que está emitindo a mensagem;

O receptor é aquele que recebe a mensagem emitida;

As mensagens são as frases, expressões e sinais criados que foram certificados pelo
emissor e serão decodificados pelo receptor;

O código corresponde às palavras ou sinais usados. Por exemplo: a linguagem de


sinais, a escrita em Braille, os sinais sonoros e o idioma;

O canal é o meio para se enviar a mensagem. Por exemplo: os jornais, as revistas, o rádio e
o telefone.

O objetivo da comunicação para o homem é o de ser compreendido, ser aceito e


compreender outras pessoas, mas a comunicação pode sofrer interferência de obstáculos
físicos ou emocionais, por exemplo:
Ruídos;
Falta de interesse;
Distorção de imagens;
Competição do meio externo ou interno;
Estado emocional das pessoas.

A comunicação interpessoal, de uma pessoa para outra, é interativa e um processo de


influência mútua, quando você tentar influenciar alguém essa pessoa tentará influenciar você
também.

As bases da comunicação são a linguagem verbal, falada ou escrita, e linguagem não


verbal que é a corporal.

A linguagem verbal é a forma de comunicação em que tudo é verbalizado, ou seja, falado


e/ou escrito enquanto a linguagem não verbal depende da decodificação do receptor e dos
movimentos e expressões corporais do emissor .

Na linguagem falada, que é a usada pelo operador, existem possibilidades maiores para

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que o receptor decodifique o que está sendo falado, porém é muito importante que o
operador tome cuidado com as palavras:

Evite intimidades: querido, bem, chuchu, minha flor;

Evite palavras com duplo sentido;

Prefira o uso de palavras mais conhecidas;

Aprimore uma boa dicção;

Se tiver sotaque busque diminuí-lo, pois o sotaque pode distrair a atenção do


cliente.

Evite o uso excessivo da mesma palavra: então..., é..., entendeu..., ok..., tá;

Evite expressões e verbos condicionais: seria, poderia, gostaria;

Não use diminutivo: ligadinha, precinho, olhadinha.

Com a linguagem não verbal, o operador também deverá fazer uso de técnicas e observar a
inflexão usada, o tom de voz, a entonação, o ritmo, ou seja, tudo o que gerar informações
para o receptor, além do que está sendo verbalizado.

Barreiras a serem enfrentadas na comunicação:

Emissor

Dificuldade para se expressar;


Medo de expressar suas opiniões;
Hora imprópria;
Suposições e preconceitos em relação ao diálogo.

Receptor
Desinteresse;
Experiências anteriores;
Preconceito;
Distração;
Defesa;
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Falta de incentivo ao emissor.

De ambos
Hostilidade;
Bloqueio emocional;
Diferença de percepção.

“Quem nunca errou, nunca tentou fazer algo de novo.” (Albert Einstein)

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4. Leitura como construção de sentidos
Durante o processo de leitura, o leitor desempenha papel ativo, sendo as inferências um
relevante processo cognitivo nesta atividade.

A capacidade central do ser humano de dar direção às coisas do mundo permite ao indivíduo
fazer sentido do que ouve ou lê, indo muito além do que está explícito ou prontamente
acessível, pois o sentido não reside apenas no texto, mas depende sempre de um
interpretador, a saber, o leitor.

Por essa razão fala-se de um sentido para o texto, não do sentido, visto que, na atividade de
leitura, ativa-se: lugar social, vivências, relações com o outro, valores da comunidade e
conhecimentos textuais. Dessa forma, o significado não está embutido ou inscrito totalmente
no texto oral ou escrito. Embora o texto carregue um sentido pretendido pelo autor, ele é
polissêmico e, como tal, oferece possibilidades de ser reconstruído a partir do universo de
sentidos do receptor, que lhe atribui coerência através de uma negociação de significados.

Na leitura, entendida como um encontro à distância entre leitor e autor via texto, ambos
constituem-se e são constituídos através desse encontro e confronto de significados gerados
em interação de cada qual com seu mundo. Na interação que mantém com o autor, via texto,
o leitor, ao compreendê-lo, vai modificando, ajustando e ampliando as suas concepções, as
quais exercem um impacto sobre a sua percepção. O mundo transforma-se aos olhos do
sujeito quando este é transformado. Assim, ao atribuir sentido ao texto, o indivíduo o
constitui, transformando-o em algo novo e diferenciado e atribuindo vida ao texto, sendo o
seu significado modificado com as várias leituras por ele realizadas.

Sendo assim o leitor tem liberdade para construir sentidos, mas ele também é limitado pelos
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significados trazidos pelo texto e pelas suas condições de uso. O texto é gerado a partir dos
significados atribuídos pelo autor quando em interação com seu mundo de significação, e é
em uma nova contextualização pelo leitor, que busca atribuir-lhe significado a partir da
relação que mantém com o seu próprio mundo e com o autor, o qual delimita as
possibilidades de construção de novos significados.

Fatores de Compreensão da Leitura


A leitura envolve a integração de múltiplos fatores relacionados à experiência do indivíduo,
habilidades e funcionamento neurológico. O ato de ler compreende desde a decodificação
dos símbolos gráficos até a análise reflexiva de seu conteúdo. A compreensão de um texto
não se resume à capacidade de memória, mas também à capacidade de inferir fatos que
não são apresentados explicitamente no texto.

A compreensão em leitura implica a criação de uma representação mental coerente do texto.


Entretanto, a criação dessa estrutura mental pode ser prejudicada por inúmeros aspectos,
entre eles a falta de conhecimento prévio sobre o assunto do texto e a falta de familiaridade
com o código escrito, entretanto, mesmo que o leitor tenha familiaridade com o código
escrito, mesmo que conheça o gênero textual, que possua conhecimento prévio sobre o
assunto, ainda assim a compreensão não está garantida. É necessário que o leitor tenha
uma atitude ativa de cooperação para a construção da estrutura, a fim de que seja capaz de
fazer as devidas inferências, de identificar ironias e, principalmente, de aprender através da
leitura.

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5. Escrita como prática social
A produção de textos escritos é uma prática de linguagem, assim como a leitura e é um
prática social. Em várias circunstâncias da vida escrevemos textos para diferentes
interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais diversos gêneros, para
circularem em espaços sociais vários.

No ato de lermos um jornal, se o tratamento recebido por determinado assunto em uma


determinada matéria nos causar indignação — ou mesmo admiração — podemos escrever
uma carta para o jornal manifestando nossa forma de pensar a respeito.

Se quisermos divulgar um serviço que prestamos, podemos escrever um anúncio para uma
revista, para um determinado site, para um jornal; ou podemos escrever um folheto de
propaganda para ser distribuído na saída do metrô, ou, ainda, organizar um outdoor para
veicular informação a respeito do serviço nos lugares que se espera que circulem potenciais
interessados no serviço divulgado.

Se pretendermos divulgar dados organizados de determinada pesquisa que realizamos, por


exemplo, a respeito da evasão dos alunos, escrevemos um artigo acadêmico-científico, para
ser publicado em uma revista de educação — ou um livro — que circule no espaço no qual
essa discussão interesse.

Se quisermos ter notícias de um ente querido que se encontra distante de nós


geograficamente, podemos escrever uma carta, ou enviar uma mensagem por e-mail.

Se desejarmos informar um possível contratante sobre nossa formação e experiência


profissional para que ele possa avaliar se correspondemos às expectativas que a empresa
tem para um provável funcionário, elaboramos um currículo.

Como se pode ver, produzimos textos em diferentes circunstâncias. A cada circunstância


correspondem:

a) finalidades diferentes: manifestar nossa forma de pensar a respeito de determinada


matéria lida; divulgar determinados serviços buscando seduzir possíveis clientes; convencer
a respeito de determinadas interpretações de dados; obter notícias sobre um ente querido;
informar sobre sua qualificação profissional;

b) interlocutores diversos: leitores de um determinado veículo da mídia impressa (jornal,


revista); transeuntes de determinados locais (vias de circulação, rodoviária etc.); colegas de

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trabalho, leitores de determinada revista acadêmico-científica ou de determinado tipo de
livro; um parente próximo ou um amigo; um possível contratante;
c) lugares de circulação determinados: mídia impressa; academia; família ou círculo de
amizades; determinada empresa (esfera profissional); vias públicas de grande circulação de
veículos e pessoas;
d) gêneros discursivos específicos: carta de leitores; anúncio; folheto de propaganda;
outdoor; artigo acadêmico-científico; carta pessoal; currículo.

Quer dizer: escrever um texto é uma atividade que nunca é a mesma nas diferentes
circunstâncias em que ocorre, porque cada escrita se caracteriza por diferentes condições
que determinam a produção dos discursos. Essas condições referem-se aos elementos
apresentados acima. Mas não apenas a eles. Um aspecto a ser considerado ainda é o lugar
do qual se escreve.

Desempenhamos diferentes papéis na vida: o de mãe/pai, de filho/filha, de irmão/irmã, de


associado de determinado clube, de consumidor de determinado produto, de cidadão
brasileiro, o relativo à profissão que exercemos (professores, médicos, dentistas,
vereadores, escritores, revisores, feirantes, digitadores, diretores de escola etc), entre
outros. Cada um desses papéis estabelece entre nós e aqueles com quem nos relacionamos
determinados vínculos, que implicam responsabilidades assumidas, pontos de vista a partir
dos quais os acontecimentos são analisados, recomendações são feitas, atitudes são
tomadas...

Ainda que esses papéis se articulem todo o tempo, uma vez que são todos constitutivos do
sujeito e que, dessa forma, influenciam-se mutuamente, quando assumimos a palavra para
dizer alguma coisa a alguém, um desses papéis predomina, em função das demais
características do contexto de produção (sobretudo do lugar de circulação do discurso e do
interlocutor presumido).

Um cineasta, quando em uma conferência ou mesa-redonda, ao analisar determinado filme,


certamente produzirá um discurso permeado por análises técnicas e históricas. Isso ocorrerá
não só porque o discurso será uma conferência, que poderá ter como interlocutores
estudantes ou outros cineastas, ou porque circulará na esfera acadêmica, tendo, portanto,
que se adequar a essas condições, mas também porque o cineasta não poderá, nessas
condições enumeradas, produzir o discurso a partir do lugar de pai, por exemplo, ou de
amigo de determinado empresário do ramo, sob pena de não ser eficaz.

Se estiver conversando com amigos em um encontro casual, ao contrário, o contexto de


produção dado lhe permitirá assumir o lugar de espectador/apreciador da arte do cinema e
seu discurso, certamente, não terá a mesma organização, nem a mesma escolha lexical,
podendo ser mais descontraído, menos comprometido com argumentações coerentes com
determinadas posições teóricas. E isto por causa de todas as condições de produção
citadas, incluindo-se nestas o papel social de onde fala o produtor.

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Da mesma forma, se a uma pessoa for solicitado um discurso recomendando a redução do
consumo de energia elétrica, este não será o mesmo, caso seja produzido a partir do lugar
de deputado federal, de industrial do ramo da produção de lâmpadas, ou do lugar do pai que
fala a seus filhos. Os argumentos serão diferentes porque, embora não apenas por este
motivo, a relação entre os interlocutores instituiu compromissos diferenciados entre eles.

Ser um escritor proficiente, portanto, significa saber lidar com todas as características do
contexto de produção dos textos, de maneira a orientar a produção do seu discurso pelos
parâmetros por elas estabelecido.

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6. Variação Linguística
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem
sistemática e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um
deles é a língua. Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o
espaço, o nível cultural e a situação em que um indivíduo se manifesta verbalmente.

Conceito
Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns
escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de
palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações:
• dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente
definidas;

• idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao


sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma
linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto,
um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);

• socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas;

• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da


educação;

• idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa;

• registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas


atividades ou profissões;

• etnoletos, para um grupo étnico;

• ecoletos, um idioleto adotado por uma casa

Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos não apenas por seus
vocabulários, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por
exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em
muitos dialetos. Outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos
variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.

Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática
da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam
modos gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por
outros falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de termos
(veja jargão).

É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no
conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são
limitados como variações do léxico, e de, portanto, estilo.

Espécies de variação
Variação Histórica
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se
comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações
22
mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova
variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita.
As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

Variação Geográfica
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões.
Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em
torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os
padrões linguísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as
regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.

Variação Social
Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, determinado pelo meio social
onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não
compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional;
o uso de certas variantes pode indicar qual o nível socioeconômico de uma pessoa, e há a
possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior
prestígio.

Variação Estilística
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em
um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem
são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar
dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo
sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal,
em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e
cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal
com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de
comunicação.

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As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um
inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante
social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por
ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo
pertencente a uma classe menos favorecida ou com dificuldade de acesso aos meios de
comunicação.

24
7. Norma padrão e gêneros textuais técnicos

Dissertação
Como se apresenta um texto dissertativo, um resumo, um relatório e um parecer.
A dissertação é um dos tipos de texto mais utilizados nos meios acadêmico e empresarial,
pois exige do autor um posicionamento frente a alguma ideia ou tese.
Veja agora algumas dicas que lhe auxiliarão na elaboração de um texto dissertativo.
Segundo Campedelli e Souza (1999, p. 187), um texto dissertativo possui as seguintes
características:
É um texto temático – tudo nele evolui a partir de um raciocínio;
É um texto que analisa e interpreta;
Aposta para relações lógicas de ideias – faz comparações, mostra correspondências,
analisa consequências.
Uma dissertação se divide em três partes.

Introdução
Definir a questão, situando o problema descrevendo a tese que será defendida no desen-
volvimento.

Indicar o caminho a seguir.


Desenvolvimento
Apresentar os argumentos para defender e justificar a tese ou a ideia proposta na
introdução, apontando semelhanças de opiniões, divergências, comparações e ligações a
fim de comprovar a tese.

Conclusão
Deve ser breve e marcante.
Retomar a tese.
Recapitular as ideias apresentadas no desenvolvimento dando um fechamento ao texto.
Como você pôde perceber, o texto dissertativo apresenta argumentos, ou seja, defende uma
ideia. No nosso dia a dia precisamos defender seguidamente nosso ponto de vista e para
isso é fundamental saber argumentar.
Segundo Sarmento e Tufano (2004, p. 412), existem quatro tipos com base nos seguintes
argumentos:
1) Citação;
2) Senso comum;
3) Evidências;
4) Raciocínio lógico.

Na argumentação com base em citação usamos uma frase de alguém conceituado no


assunto para amparar a nossa argumentação. Ou seja, usamos uma citação de outro autor
para fundamentar a nossa argumentação e dar credibilidade e prestígio ao nosso texto.
Na argumentação com base no senso comum apoiamos a nossa argumentação nos
conceitos reconhecidos pela sociedade como um todo.
Na argumentação com base em evidências usamos dados ou estatísticas que comprovem a
nossa tese, dando credibilidade ao nosso texto.
Na argumentação com base no raciocínio lógico estabelecemos uma sequência lógica na
apresentação dos fatos: primeiro as causas e depois os efeitos.
Conforme Serafini (1985), para elaborar um texto devemos seguir algumas regras. Veja a
seguir quais são.
25
Primeira regra: tenha um plano

▪ Distribua adequadamente o tempo estipulado à redação entre as etapas.

▪ Identifique as características da redação que são:


▪ destinatário;
▪ objetivo do texto;
▪ gênero do texto (conto, diálogo, poesia, narrativo, descritivo, de opinião, etc.);
▪ extensão do texto;
▪ critérios de avaliação.

Segunda regra: ordene as ideias

▪ Selecione as informações.
▪ Registre os seus pensamentos.
▪ Não se preocupe inicialmente se as ideias não têm ligação entre si.
▪ Faça a associação de ideias.
▪ Organize as ideias em mapas conceituais (veja modelo no Anexo 1).
▪ Faça um roteiro.
▪Defina a sua tese ou pontos de vista a serem apresentados no texto.

Terceira regra: organize o texto e redija

▪ O parágrafo é composto por vários períodos explorando uma única ideia do roteiro.
▪ Faça a conexão dos parágrafos.
▪ Observe a pontuação.
▪ Elabore a introdução e a conclusão.

Quarta regra: revisão

▪ Faça a revisão do conteúdo.


▪ Reveja a ortografia e a pontuação.
▪ Redija o texto sem erros e sem rasuras.

Resumo: Vamos fazer um resumo.


Muitas pessoas acreditam que resumir significa fazer um recorte das frases principais do
texto original, fazendo uma “colagem”. Porém resumir não é nada disso. Resumir é
apresentar os pontos principais do texto original com suas próprias palavras.
Portanto, resumir significa criar um texto mais curto mantendo a ideia original. Para isso é
necessário selecionar apenas o conteúdo mais interessante e fundamental a fim de manter a
ideia original do autor. Um resumo normalmente não tem introdução e deve seguir a ordem
do texto original. Ao resumir devemos tomar o cuidado para não inserirmos exemplos ou
citações que não constam na obra original, muito menos as opiniões pessoais ou conclusões
de quem está elaborando o resumo. Expressões como “O autor supõe... O autor afirma...”
não devem ser usadas, pois o resumo é um texto que é redigido como se o próprio autor o
tivesse escrito.

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Para conseguir fazer isso você deve seguir algumas etapas:
▪ conhecer as regras do resumo (quantidade de palavras e sua finalidade);
▪ ler o texto atentamente;
▪ destacar com marcadores luminosos as partes essenciais do texto;
▪ compreender o texto (ser capaz de responder perguntas como: Qual é o tema?
Qual é a intenção do autor? Qual é a tese defendida pelo autor? Quem? O quê?
Onde? Quando? Como? Por quê?);
▪ redigir o texto;
▪ revisar o texto fazendo as correções e adaptações que se fizerem necessárias.

Segundo Serafini (1985, p. 188), devemos utilizar quatro regras para elaborarmos bons
resumos:
▪ cancelamento – é possível cancelar as palavras que se referem a detalhes
desnecessários à compreensão do texto;
▪ generalização – é possível substituir alguns elementos por outros mais gerais que
os incluem;
▪ seleção – é possível eliminar elementos que exprimem detalhes óbvios e normais
no contexto;
▪ construção – é possível substituir um conjunto de orações por uma nova que inclua
todas as demais informações.

Relatório

Um relatório é a exposição dos resultados de uma atividade e permite a quem lê


acompanhar o desempenho e como ela ocorreu. O relatório deve ser objetivo e informativo
apresentando as situações e os problemas encontrados na execução da atividade relatada.

Sempre que possível, devemos evitar relatórios muito extensos e sua linguagem deve ser
objetiva, precisa, clara e concisa, sem omitir dados importantes. A redação deve ser simples,
com ortografia correta e com a pontuação adequada.

Antes de começar a escrever um relatório, é preciso estabelecer um plano ordenando as


ideias para que fiquem numa sequência lógica, procurando responder às perguntas:
O quê? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto? E daí?

Normalmente iniciamos o relato pela descrição dos elementos (situação encontrada, ou,
num experimento de laboratório, esses elementos podem ser os materiais, as máquinas, os
produtos químicos e o objetivo da atividade), em seguida descrevemos as causas, depois
seus efeitos, as providências tomadas e, por último, as conclusões ou resultados
alcançados.

Relatório de visita técnica

É o documento que tem por objetivo a apresentação de experiências e registros técnicos


adquiridos como resultados de uma visita técnica. Deve fornecer informações sobre o local
onde foi realizada a visita, o período de duração e as observações feitas pelo visitante.

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Relatório administrativo
É o documento elaborado por um ou vários membros de uma organização com o objetivo de
relatar a atuação administrativa de uma unidade ou de toda a organização. Este documento
deve ser submetido é apreciado de uma autoridade superior, geralmente ao término de um
exercício.
Fonte: Apostila – Redação Técnica/SENAI. ES. Vitória, 2013.

Estrutura básica:
I Introdução II Desenvolvimento III Conclusão
Para exemplificar esta estrutura básica, vejamos a seguir o relatório apresentado por um
aluno à professora, informando sobre sua participação numa palestra ocorrida no auditório
do SENAI.

RELATÓRIO

Senhora Professora:
(I) No dia 15 de março de 2013, no auditório do SENAI – CETEC “Arivaldo Fontes”, realizou-se
uma palestra sobre consciência ambiental e sustentabilidade, proferida por Giovana Barboza,
especialista em Direito Ambiental. O objetivo da palestra foi relacionar a importância da consciência
ambiental com a sustentabilidade dos recursos naturais, bem como ilustrar temas possíveis de serem
abordados na III Mostra SENAI.

(II) De maneira objetiva, a palestrante citou as raízes históricas significativas de cunho ambiental: a
Conferência de Estocolmo, a Eco-92 e o Tratado de kyoto. A partir desses eventos, a população mundial
passou a se preocupar efetivamente com o meio ambiente, buscando alternativas e soluções para os
problemas existentes. Contudo, os resultados significativos de preocupação com tal tema só surgiram a
partir de severas penalizações financeiras que a lei passou a aplicar aos infratores.

(II a) A situação de Mineradora em Anchieta acompanha a lógica mundial na atualidade: não é exemplo
de sustentabilidade. Apesar de atenuarmos o problema do lixo, os efluentes, as queimadas e as redes
hídricas ainda assustam, sendo um grave problema para a cidade.

(II b) O Brasil, em proporções imensamente maiores, também atravessa uma situação desagradável.
Segundo a especialista, cada brasileiro produz aproximadamente 1200 g de lixo diariamente. Em apenas
uma semana, geramos 650 mil toneladas. O destino dessa enorme quantidade de lixo é um grave
problema. Contudo, a reciclagem vem crescendo muito e algumas empresas já se adequaram às normas
legais, visando a ISO 14000, uma certificação que demonstra a preocupação da empresa com a questão
ambiental. O que levou as empresas a fazerem isso foi a conscientização de determinados setores da
sociedade, que passaram a exigir produtos ecologicamente corretos. Dessa forma, a ISSO 14000 se
tornou uma maneira da empresa demonstrar sua preocupação com tal causa e, segundo essa lógica,
expandir seus mercados.
(II c) Complementando nossos conhecimentos, Giovana ampliou o conceito de meio ambiente, não o
vinculando totalmente ao meio natural. O meio ambiente se divide em:
● Natural: flora, fauna, água, ar e solo, ou seja, os elementos naturais do meio;
● Artificial: meio urbano, espaço construído e modificado pelas mãos do homem;
● Cultural: dividido em material (patrimônio cultural, as cidades histórico-turísticas) e imaterial (tradições
e costumes, a cultura popular).

(III) Nesse contexto, a vinda de tal especialista, além de reforçar e aprimorar nossos conhecimentos
semeou ideias para a III Mostra, valorizou a formação de nossa consciência, visando a um tema que é
de interesse de todos.

Atenciosamente,

Bento Serafim.
Vitória, 25 de março de 2013.

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Escreva como um jornalista

Uma das qualidades de um bom texto é a objetividade nas colocações das informações, ou
seja, ir direto ao assunto sem ficar “dando voltas”. Para facilitar, procure, no primeiro
parágrafo, escrever como os jornalistas. Eles organizam as informações procurando
responder a perguntas básicas – quem, o quê, quando, onde, por que e como, e, dessa
forma apresentam os pontos principais logo no início, economizando seu próprio tempo e
o do leitor. A esse recurso dá-se o nome de “lead” jornalístico.

Acompanhe alguns exemplos de introduções:

INTRODUÇÃO I
Este relatório tem por objetivo descrever (o quê) as atividades curriculares desenvolvidas
(quando) durante o módulo I do (quem) Curso Técnico em Mecânica, no período de fevereiro
a julho de 2004, (onde) no Senai “Taft Alves Ferreira”, (por quê) para dar uma visão
geral das matérias e seus
respectivos instrutores e mostrar o grau de apreensão dos conteúdos estudados.
(como) O relato minucioso dessas atividades.

INTRODUÇÃO II
O objetivo deste relaório é (o quê) apresentar as informações e conhecimentos adquiridos
com a visita técnica (quem) da turma de GPI (Gestão de Processos Industriais) Módulo III/
Proep, (quando) realizada no dia 10 de junho de 2005, (onde) a Iveco Fiat do Brasil, situada
na Rodovia MG 238, km 94, zona rural de Sete Lagoas, pelo SENAI-CFP/ “Taft Alves
Ferreira”, (por quê) com o propósito de possibilitar aos alunos associarem a realidade da
indústria aos conhecimentos técnicos adquiridos nesta escola. (Como) Relato minucioso
das observações realizadas.

INTRODUÇÃO III
(Quando) Nos dias 19 e 20 de agosto de 2004, (quem) os alunos do módulo II Técnico em
Mecânico, juntamente com o instrutor Jorge, estiveram (onde) na oficina do SENAI, (por quê)
para pôr em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula (o quê) sobre
“manutenção no simulador de transmissão” e “caixa redutora”. Neste relatório encontra-
se descritas as demonstrações e conclus.es realizadas pelo grupo de trabalho.
(Como) Descrição das tarefas executadas nos dias acima citados.

Revisão

Faça uma releitura antes da redação final para:

• Checar as informações;

• Corrigir os erros gramaticais;

• Eliminar as repetições;

• Cortar o desnecessário.

→ Reveja a redação final do relatório antes da digitação, pois as primeiras versões nem
sempre são perfeitas, não significando, porém, despreparo do autor.

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8. Bibliografia
APOSTILA. Português I. Curso técnico FIEMG de formação Gerencial, Belo Horizonte, 1997.

BELTRÃO, Odacir & BELTR.O, Mari.sa. Correspondências: Linguagem e Comunicação. 19.


ed. São Paulo: Atlas, 1995. 383 p.

CAMACHO, R. (1988). A variação lingüística. In: Subsídios à proposta curricular de Língua


Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

CUNHA, Thereza Cristina Guerra. Como escrever um relatório Empresarial. Banas


Qualidade, n. 161. out, 2005.

MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental: de acordo


com as atuais normas da ABNT. 24. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2003. 560 p.

Site:http://www.educared.org/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=9&id_subtem
a=3, 03 de abril de 2013, as 16 h.

Site: www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/1802399, 03 de abril de 2013, as 12 h.

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