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ambientalmente saudáveis
Autores:
JOÃO HENRIQUE MEDEIROS DE ALBUQUERQUE
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)
UMBELINA CRAVO TEIXEIRA LAGIOIA
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)
CAROLINA VELOSO MACIEL
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)
ROBERTA LIRA CANECA
(PMIPGCC-UNB,UFPE,UFPB,UFRN)
CACILDA SOARES DE ANDRADE
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo precípuo investigar e analisar as informações das
demonstrações contábeis que possam ser utilizadas como potenciais que venham a subsidiar
os gestores no processo decisório, para que essas decisões tenham uma inclinação
ambientalmente saudável. Para consecução dessa pesquisa, utilizou-se como proceder
metodológico o dedutivo, respaldado em material bibliográfico consubstanciado ao objetivo
anteriormente proposto. A pesquisa torna-se relevante, pois, atualmente, existe a preocupação
global com a dicotomia desenvolvimento econômico – consciência ambiental, sobretudo no
Brasil, que é um país com vasta disponibilidade de recursos naturais e uma pretensão de
desenvolvimento econômico; portanto, a Contabilidade emerge como uma ferramenta que tem
relevância para os gestores, na tomada de decisões que tenham a pretensão de ser
ambientalmente saudáveis. Pode-se concluir que contabilidade, como uma ciência social
aplicada, não pode ficar restrita as escriturações e as mensurações quantitativas do patrimônio
empresarial. Ela deve atender a demanda existente por maiores informações das atividades
empresariais que se refletem no meio ambiente, pois é indubitável que a contabilidade pode
contribuir mediante o seu objetivo precípuo, que é fornecer informações relevantes para os
seus usuários.
1. INTRODUÇÃO
A política ambiental a ser adotada pela organização deve ser definida pela alta
administração visando definir e tornar público o comprometimento da empresa com o
processo de gestão ambiental.
Segundo Harrington e Knight (2001, p.84), a política ambiental deve assegurar que,
entre outros: 1. seja apropriada à natureza, âmbito de impactos ambientais de suas atividades,
produtos e serviços; 2. inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a
prevenção da poluição; 3. inclua o comprometimento com a obediência à legislação e normas
ambientais aplicáveis, e demais requisitos apoiados pela organização; e 4. seja documentada,
implementada, mantida e comunicada a todos os funcionários.
A política ambiental deve estabelecer um senso geral de orientação para as
organizações e concomitantemente fixar os princípios das ações pertinentes aos assuntos e à
postura empresarial relacionados ao meio-ambiente. Tendo como base a avaliação ambiental
inicial ou mesmo uma revisão que se permita analisar onde e em que estado a organização se
encontra em relação às questões ambientais, chegou a hora da empresa definir que metas
deseja alcançar. Nesse sentido, a organização debate, define e fixa o seu comprometimento e a
respectiva política ambiental.
Portanto, ao serem definidas, as políticas ambientais devem ser documentadas e
divulgadas entre o corpo funcional da empresa, de maneira que todos os funcionários estejam
cientes da responsabilidade que terão de assumir para que a empresa possa alcançar os
objetivos e metas definidas.
4.2.1. A relevância das demonstrações e dos relatórios contábeis ambientais para o meio
social
Por não existir um modelo definido por lei sobre a estrutura do Plano de Contas, do
Balanço e da Demonstração de Resultados Ambiental, a cada empresa compete decidir o
formato a ser adotado.
Apresenta-se a seguir, de forma sucinta, o modelo de Balanço Patrimonial (ambiental),
proposto por Carvalho, Matos e Moraes apud Frey e Pires Júnior (2001, p.127):
X1 X2
ATIVO
CIRCULANTE
Estoques
Custos aquisição/produção
(-) Custos ambientais
PERMANENTE
Equipamentos
Poluidores
Não poluidores
Antipoluição
Total do Ativo
PASSIVO X1 X2
CIRCULANTE
Provisões p/ passivos ambientais
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Provisões p/ passivos ambientais
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Reservas de contingências p/ passivos ambientais
Total do Passivo
Fonte: Carvalho, Matos e Moraes apud Frey e Pires Júnior (2001, p.127). Com adaptação.
5. CONCLUSÃO
Apesar de haver poucas normas direcionadas a evidenciação e a mensuração
ambiental, algumas empresas se esforçam ao publicar entre suas demonstrações, o Balanço
Ambiental, que atualmente, não faz parte das demonstrações contábeis que são requeridas de
forma obrigatória pela legislação societária, portanto, não é alvo de fiscalização.
Pode-se evidenciar com isso, que há um interesse crescente por parte das companhias
em comunicar aos seus stakeholders, as conseqüências ambientais causadas pelas suas
operações, pois diante da atual demanda da sociedade em requerer das companhias atitudes
ambientalmente saudáveis, a publicação dessas demonstrações, transforma-se em vantagem
competitiva para as companhias que as publiquem.
Diante do exposto pelo presente trabalho, pode-se concluir que Contabilidade, como
uma ciência social aplicada, não pode ficar restrita as escriturações e as mensurações
quantitativas do patrimônio empresarial. Ela deve atender a demanda existente por maiores
informações das atividades empresariais que se refletem no meio ambiente, pois é indubitável
que a Contabilidade pode contribuir mediante seu objetivo precípuo, que é fornecer
informações relevantes para os seus usuários.
6. REFERÊNCIAS
FREY, M.R.; PIRES JÚNIOR, R.B. Evidenciação das Informações Ambientais nas
Demonstrações Contábeis, In: Anais II Seminário de Trabalhos Científicos em
Contabilidade da UNISC - 17 e 18/09/2001. Porto Alegre: Conselho Regional de
Contabilidade, 2001. p. 115 - 129.
HARRINGTON, H. J.; KNIGHT, A. A Implementação da ISO 14.000. Tradução: Fernanda
Góes Barroso e Jerusa Gonçalves de Araújo. São Paulo: Atlas, 2001.
HAWKEN, P.; LOVINS, A.; LOVINS, L.H. Capitalismo natural: criando a próxima
revolução industrial. São Paulo: Cultrix, 1999.
SEIFFERT, M.E.B. ISO 14001: sistemas de gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2005.
VALLE, C.E.do Como se preparar para as normas da ISO 14000. 2a. ed. São Paulo:
Pioneira, 1996.