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CURSO ISOLADO DE DIREITO CIVIL – AULA 12

Professor: Mario Godoy

Tema: Inadimplemento das obrigações

1. Responsabilidade contratual.

A responsabilidade contratual consiste no dever de reparar os prejuízos


decorrentes do inadimplemento de uma obrigação. Seu fundamento encontra-se previsto
no art. 389 do CC: Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos,
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
e honorários de advogado.

Para que se configure a responsabilidade contratual, necessário se faz que o


inadimplemento seja provocado pela culpa do devedor. Assim sendo, se o devedor
comprovar ausência de culpa, deixará de incorrer no dever de indenizar.

Dispõe, a propósito, o art. 393 do CC: O devedor não responde pelos prejuízos
resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado.

2. Mora.

Para melhor compreensão da matéria, cumpre primeiramente diferenciar entre


inadimplemento absoluto e mora. Enquanto o inadimplemento absoluto reflete a
conduta do devedor que, ao deixar de cumprir a prestação, faz com que esta perca toda e
qualquer serventia, a mora, por sua vez, mantém viável o cumprimento futuro da
obrigação, a qual ainda pode ser satisfeita com proveito para o credor.

Sob esse aspecto, considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e
o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção
estabelecer (CC, art. 394).

Como se observa, a mora tanto pode ser do devedor como do credor. No primeiro
caso, fala-se em mora solvendi; no segundo, em mora accipiendi.

A mora solvendi desencadeia na prática as seguintes conseqüências:

a) CC, art. 395, caput. O devedor responde pelos prejuízos a que sua mora der
causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado;

b) CC, art. 395, parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao
credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos (hipótese em que
restará configurado o inadimplemento absoluto);

c) CC, art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação,


embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes
ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria
ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada (a regra consagra a
chamada perpetuatio obligationis, por força da qual a lei impõe ao devedor moroso a
responsabilidade caso o objeto do negócio venha a se impossibilitar, ainda que a
impossibilidade decorra de caso fortuito ou força maior).

Por outro lado, são consequências da mora accipiendi:

a) CC, art. 400, 1ª parte. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à
responsabilidade pela conservação da coisa (logo, a configuração da mora accipiendi
faz com que o devedor não tenha qualquer responsabilidade caso o objeto do negócio
venha a perecer, a menos que tenha agido com dolo);

b) CC, art. 400, 2ª parte. A mora do credor obriga-o a ressarcir as despesas


empregadas em conservar a coisa;

c) CC, art. 400, 3ª parte. A mora do credor sujeita-o a receber a coisa pela
estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para
o pagamento e o da sua efetivação.

Saliente-se, afinal, que seja qual for a espécie de mora, a lei contempla a
possibilidade de que o devedor ou o credor faltoso possam promover sua purgação,
remediando, assim, os efeitos nocivos dela decorrentes. Nesse sentido, estabelece o CC,
em seu art. 401, que purga-se a mora:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos


prejuízos decorrentes do dia da oferta;

II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se


aos efeitos da mora até a mesma data.

3. Cláusula penal.

A cláusula penal consiste na penalidade inserida no negócio jurídico para o caso


de inadimplemento. Sua grande finalidade é servir de substitutivo às perdas e danos, já
que para exigir sua incidência não é necessário ao credor alegar prejuízo (CC, art. 416,
caput).

Subdivide-se a cláusula penal em duas espécies:

a) Cláusula penal compensatória. Pressupõe o inadimplemento absoluto. Sua


natureza é alternativa, podendo o credor optar entre o cumprimento da obrigação ou o
pagamento da pena convencionada (CC, art. 410);

b) Cláusula penal moratória. Prevista em atenção à mora. Possui caráter


cumulativo, tendo o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada,
juntamente com o desempenho da obrigação principal (CC, art. 411).

Via de regra, a previsão da cláusula penal retira do credor a possibilidade de pedir


indenização suplementar a título de perdas e danos. Entretanto, se do negócio constar
cláusula expressa admitindo tal prerrogativa, a pena valerá como mínimo da
indenização, cabendo ao credor provar o prejuízo excedente (CC, art. 416, parágrafo
único).

No que pertine ao limite da cláusula penal, o art. 412 do CC entende que o valor
da cominação imposta não pode exceder o da obrigação principal; caso haja excesso, o
juiz decretará sua redução.

Outrossim, deve a penalidade ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a


obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se seu montante for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio (art.
413 do CC).

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