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Apostila 3 – Disciplina de Conversão de Energia B

Campo Magnético Girante de Máquinas CA

1. Introdução
Nesta apostila são descritas de forma sucinta as equações e os princípios relativos ao campo
magnético criado por enrolamentos de máquinas de corrente alternada, sejam eles monofásicos
ou trifásicos. O conteúdo abordado se aplica tanto à máquinas assíncronas (máquinas de
indução) como à máquinas síncronas, uma vez que os os enrolamentos do estator de ambas são
construídos segundo os mesmos princípios.

Os campos magnéticos no entreferro são de suma importância para o funcionamento das


máquinas de CA, pois os processos de conversão de energia e indução de tensão estão
diretamente relacionados com estes campos. Os campos magnéticos nas demais partes da
máquina são em geral mais fracos que no entreferro e são por isso desprezados quando se
analisa o comportamento das máquinas elétricas. A descrição dos campos no entreferro é
tradicionalmente feita baseada no conceito de força magnetomotriz, a qual é abreviadamente
escrita como FMM e está diretamente relacionado com o a indução magnética (densidade de
fluxo) no entreferro. Os conceitos de força magnetomotriz, fluxo, indução e relutância são,
portanto, indispensáveis para o estudo de máquinas elétricas. Eles já foram abordados em
disciplinas anteriores, aconselha-se neste ponto uma revisão destes conceitos, a fim de facilitar
o entendimento do presente conteúdo.

Deve-se salientar que, a exemplo das demais apostilas, a presente não inclui todos os detalhes
pertinentes ao assunto. Para uma melhor assimilação do conteúdo, deve-se consultar a
bibliografia recomendada. Em particular, o conteúdo desta apostila está baseado no capítulo 4
do livro "Máquinas Elétricas" do autor A. E. Fitzgerald, disponível na biblioteca. Além deste,
praticamente todos os livros sobre máquinas elétricas contém o assunto aqui tratado.

2. Enrolamentos Monofásicos
Considerando um enrolamento monofásico do tipo distribuído mostrado na figura 1, alimentado
por uma corrente i a , obtém-se uma FMM distribuida espacialmente sob um pólo na forma de
escada, conforme mostra a figura 1, onde por conveniência apenas um pólo está representado. A
mesma curva se repete para os outros pólos, alternando-secontudo o sentido do campo
magnético, ou seja pólos negativos se alternam com positivos. Devido à forma construtiva das
máquinas de corrente alternada, os processos de conversão de energia e indução de tensão
estão relacionados praticamente apenas com a fundamental, o campo de maior interesse é
aquele produzido pela componente fundamental da curva em escada da figura 1. A força
magnetomotriz fundamental, denominada Fa1 e representada de forma pontilhada na figura 1, é
dada matematicamente pela expressão:

4 N
Fa1(θ) = ⋅ K w ⋅ ⋅ i a ⋅ cos (θ) (1)
π p
θ - ângulo elétrico medido a partir do eixo magnético do enrolamento
Apostila 3 - Conversão de Energia B - Campo Magnético Girante de Máquinas CA 2

τ (passo polar )

Fa1(θ)

Fmax

ia -ia
θ

figura 1 - FMM criada por um enrolamento monofásico sob um pólo

K w - fator de enrolamento
N - número de espiras em série no enrolamento de fase
i a - corrente que percorre o enrolamento
p - número de pólos da máquina
No caso de máquinas de corrente alternada, a corrente que percorre o é enrolamento é do tipo
alternada senoidal, expressa matematicamente por:

i a (t ) = Ia ⋅ cos (ω ⋅ t) (2)

Ia - valor máximo corrente que percorre o enrolamento


ω - velocidade angular (rad/s), determinada pela freqüência da corrente do estator

A FMM pode, então, ser escrita como:

Fa1(θ, t) = Fmax ⋅ cos (θ) ⋅ cos (ω ⋅ t) (3)

Fmax é o valor máximo da onda fundamental da FMM, expresso da seguinte forma:

4 N
Fmax = ⋅ K w ⋅ ⋅ Ia (4)
π p

De acordo com a equação (3), a FMM possui uma distribuição fixa no espaço e sua amplitude
varia senoidalmente ao longo do tempo com a freqüência ω . A distribuição espacial da FMM
para três instantes de tempo diferentes está representada na figura 2. A expressão (3) é idêntica
Apostila 3 - Conversão de Energia B - Campo Magnético Girante de Máquinas CA 3

Fa1(θ)
t=0

t=t1

t=t2

τ (passo polar )

figura 2 - FMM pulsante criada por um enrolamento monofásico em


três instantes de tempo diferente e sob um pólo

à de uma onda pulsante, por esse motivo o campo produzido por um enrolamento monofásico
também é chamado de campo magnético pulsante.

Utilizando-se decomposições trigonométricas na equação (3), o campo magnético pulsante


descrito por ela pode ser decomposto da seguinte forma:

Fmax
Fa1(θ, t) = ⋅ [cos (θ − ω ⋅ t) + cos (θ + ω ⋅ t)] (5)
2

Fa1(θ, t) = Fa+1 + Fa−1 (6)

Na decomposição anterior foi utilizada a seguite relação trigonométrica:

1
cos(a) ⋅ cos(b) = ⋅ [cos (a − b) + cos (a + b)] (7)
2

A equação (5) mostra que o campo pulsante pode ser decomposto em dois campos que se
deslocam no espaço com a velocidade ω , mas em sentidos contrários. Cada um destes campos é
chamados de campo magnético girante, uma vez que os mesmos descrevem um movimento
circular. A amplitude de cada um dos campos é metade da amplitude do campo pulsante. O
campo que gira no sentido considerado positivo é chamado de campo direto ( Fa+1 ) e o que gira
no sentido contrário é chamado de campo inverso ( Fa−1 ). Cada um destes campos é expresso
matematicamente como:

Fmax
Fa+1 = ⋅ cos (θ − ω ⋅ t) (8)
2
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Fa1( θ)

(a)

−π π
0 θ

Fa1( θ)

(b)
Fa1− Fa1+
ωt ωt

−π π
0 θ

figura 3 - decomposição FMM criada por um enrolamento monofásico: (a)


campo pulsante, (b) campos girantes inverso e direto equivalentes

Fmax
Fa−1 = ⋅ cos (θ + ω ⋅ t) (9)
2

A decomposição destes campos de forma gráfica é mostrada na figura 3a e 3b. Na figura 3a é


mostrado o campo pulsante e na figura 3b são mostrados os dois campos girantes equivalentes.
Em máquinas monofásicas apenas o campo direto (que gira no mesmo sentido que o rotor)
produz um torque útil, o campo inverso produz um torque frenante. Por isso, em máquinas
monofásicas procura-se maximizar o campo direto e minizar o inverso. A teoria de campos
pulsantes e girantes desempenha, desta forma, um papel primordial também na teoria das
máquinas de corrente alternada monofásicas, especialmente no que toca ao sistema de partida.
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O entendimento da decomposição acima é fundamental para a teoria de máquinas de corrente


alternada, uma vez que no caso trifásico cada um dos enrolamentos produz uma campo
magnético pulsante, que pode ser decomposto em dois campos girantes. Devido ao defasamento
espacial dos campos de cada fase (dado pelo deslocamento espacial de 120 graus entre os
enrolamentos) e deslocamento temporal (dado pela defasagem entre de 120 graus elétricos
entre as correntes), a soma dos campos inversos dos enrolamentos é zero em todos os instantes
de tempo. Por outro lado, a soma dos campos diretos produz um campo magnético girante
resultante que percorre o estator. Desta forma, só existirá campo girante num sentido.

3. Enrolamentos Trifásicos
O estator tanto da máquina de síncrona como da assíncrona pode ser composto de um
enrolamento trifásico, o qual em geral é simétrico (ou seja, os três são idênticos no que se
refere à distribuição e o número de espiras). Os eixos magnéticos dos enrolamentos estão
defasados de 120 graus elétricos no espaço, conforme mostra a figura 4, onde por conveniência
enrolamentos concentrados e de passo inteiro numa máquina com 2 pólos são mostrados.
Salienta-se que análise permanece, no entanto, válida para número de pólos maiores que 2 e
para enrolamentos distribuídos, desde que os mesmos sejam simétricos. A fundamental da FMM
individual de cada enrolamento estará assim defasada de 120 graus elétricos no espaço. Além
disso, as fases são alimentadas por correntes defasadas 120 graus elétricos no tempo e com
amplitudes iguais, conforme as equações:

i a (t ) = Im ⋅ cos (ω ⋅ t) (10)

ib (t ) = Im ⋅ cos (ω ⋅ t − 120 o ) (11)

i c (t ) = Im ⋅ cos (ω ⋅ t + 120 o ) (12)

Im - amplitude das correntes nas fases a, b, e c.

De acordo com a equação (5), a FMM individual da fase a é dada pela expressão:

Fa1(θ, t) = Fa+1 + Fa−1 (13)

Fmax
Fa+1 = ⋅ cos (θ − ω ⋅ t) (14)
2

Fmax
Fa−1 = ⋅ cos (θ + ω ⋅ t) (15)
2

4 N
Fmax = ⋅ K w ⋅ ⋅ Ia (16)
π p

De forma análoga os campos das demais fases são dados por:

Fb1(θ, t) = Fb+1 + Fb−1 (17)


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eixo da fase b

θ
-c -b
1200

eixo da fase a
0
120
b
c

-a

eixo da fase c

figura 4 -representação esquemática do arranjo dos enrolamentos trifásicos de máquinas


de corrente alternada

Fmax
Fb+1 = ⋅ cos (θ − ω ⋅ t) (18)
2

Fmax
Fb−1 = ⋅ cos (θ + ω ⋅ t − 240) (19)
2

Fc1(θ, t) = Fc+1 + Fc−1 (20)

Fmax
Fc+1 = ⋅ cos (θ − ω ⋅ t) (21)
2

Fmax
Fc−1 = ⋅ cos (θ + ω ⋅ t + 240) (22)
2

A FMM resultante no entreferro será dada por:

F(θ, t) = Fa1 + Fb1 + Fc1 (23)

Utilizando-se as expressões (13) a (22) pode-se constatar que os campos inversos somam zero,
conforme citado anteriormente. A FMM resultante é produzida, assim, apenas pela soma dos
campos diretos, resultando:

F(θ, t) = Fa+1 + Fb+1 + Fc+1 (24)


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Fmax
F(θ, t) = ⋅ [cos (θ − ω ⋅ t) + cos (θ − ω ⋅ t) + cos (θ − ω ⋅ t)] (25)
2

3
F(θ, t) = ⋅ Fmax ⋅ cos (θ − ω ⋅ t) (26)
2

O campo magnético girante descrito pela equação (26) possui uma distribuição espacial senoidal
com uma amplitude constante. O o ponto de máximo do campo se desloca no entreferro à
velocidade dada por:

ω= 2 ⋅ π ⋅ f (27)

Na última equação, f é a freqüência de alimentação.

A velocidade mecânica do rotor está relacionada com a velocidade do compo girante pela
seguinte relação:

2
ωm = ω ⋅ (rad/s) (28)
p

ou alternativamente

120 ⋅ f
n= (rpm) (29)
p
Deve-se salientar que embora produzidos de forma distinta, o campo magnético resultante
produzido pela FMM de 3 enrolamentos defasados no tempo e no espaço de 120 graus elétricos é
semelhante ao produzido pelo rotor de uma máquina síncrona.
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Exercício Proposto 1
Considere a máquina elementar de dois pólos mostrada na parte superior da figura que segue. O
modelo linearizado da máquina é mostrado na parte inferior da figura e serve de base para a
análise que segue. A máquina possui apenas uma bobina de passo diametral (não encurtado)
formada de 45 espiras e alimentada pela corrente i, conforme mostrado. O entreferro é
simbolizado por δ e mede 0.7 mm. O comprimento axial da máquina é de 200 mm e o raio
interno do estator simbolizado por R é de 80 mm. Considere a permeabilidade das partes
compostas de ferro (estator e rotor) como sendo muito maior que o ar. Baseado nestes dados
responda as questões que seguem.

1) Esboce a distribuição das linhas de fluxo na máquina.

2) Considerando que exista apenas a bobina mostrada na figura, é possível haver conversão de
energia elétrica em mecânica e vice-versa ? Justifique a resposta.

3) Determine um caminho magnético apropriado para calcular o campo magnético e indique-o


no modelo linearizado. Justifique a escolha feita.

4) Determine o campo magnético e a indução ao longo da superfície interna do estator e faça


um gráfico do campo magnético e da indução versus o ângulo θ.

5) Determine a força magnetomotriz ao longo do estator e faça um gráfico da força


magnetomotriz versus o ângulo θ.

6) Calcule o fluxo Φ sob um passo polar. O fluxo depende da posição do rotor ?

7) Calcule o fluxo concatenado Ψ que atravessa a bobina.

8) Determine componente fundamental da força magnetomotriz e da indução no entreferro.

9) Determine a indutância da bobina.

10) O que acontece com a indutância ao se dobrar o entreferro ? E o que acontece com a
indutância ao se dobrar o comprimento axial da máquina ?

11) Assumindo que o diâmetro do fio de cobre que forma a bobina é de 0.5 mm, determine a
resistência da bobina.

12) Considerando que o valor eficaz da tensão senoidal que alimenta a bobina é de 110 V que a
freqüência da rede de alimentação é de 60 Hz, determine a corrente que percorre a bobina;

13) Determine o ângulo de defasagem entre tensão e corrente na bobina.

14) Faça um diagrama fasorial da tensão e corrente.

15) Determine a energia magnética armazenada na bobina ?

16) Qual a potência aparente fornecida pela rede para a bobina ?

17) Qual a potência ativa fornecida pela rede ? Onde a potência está sendo consumida ?
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18) Considerando que a corrente que alimenta a bobina é do tipo senoidal, que tipo de campo
magnético é criado por ela no entreferro ? Calcule o campo direto e o campo inverso.

19) Considere que além da bobina mostrada na figura 5 existam mais duas bobinas defasadas 120
graus elétricos no espaço. Considere que as 3 bobinas estão sendo alimentadas por correntes
alternadas trifásicas. Determine o campo magnético que elas produzem no entreferro.

eixo magnético da bobina

δ R
(a) i
rotor -i plano da bobina

estator θ

eixo magnético da bobina


θ

Rotor

δ
i -i
estator τ

(b)

Figura 5 : (a) máquina elementar de dois pólos, (b) modelo linearizado


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Exercício Proposto 2
Repita o exercício proposto 1 considerando que a máquina possua 3 bobinas conectadas em série
e com os eixos magnéticos defasados de 15 graus elétricos.

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