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Curso Técnico em

FARMÁCIA
Módulo I

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Elaborado por:
Prof. Antonio Endo

1
SUMÁRIO

Introdução ..........................................................................................................................................03

Sistema de sustentação ......................................................................................................................03

Sistema muscular ...............................................................................................................................07

Sistema nervoso .................................................................................................................................19

Sistema endócrino .............................................................................................................................25

Sistema sensitivo ...............................................................................................................................30

Sistema circulatório ...........................................................................................................................34

Sistema respiratório ...........................................................................................................................35

Sistema digestório .............................................................................................................................38

Sistema urinário .................................................................................................................................45

Sistema tegumentar ...........................................................................................................................49

Sistema reprodutor masculino ...........................................................................................................52

Sistema reprodutor feminino .............................................................................................................54

2
INTRODUÇÃO

Anatomia humana é um campo especial dentro da anatomia. Ele estuda grandes estruturas e
sistemas do corpo humano, deixando o estudo de tecidos para a histologia e das células para a
citologia. O corpo humano, como no corpo de todos os animais, consiste de sistemas, que são
formados de órgãos, que são constituídos de tecidos, que por sua vez são formados de células.
A fisiologia é a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). Muitos dos aspectos
da fisiologia humana estão intimamente relacionados com a fisiologia animal; parte da informação
hoje disponível tem sido conseguida graças à experimentação animal.
A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide
sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo,
sendo ambas áreas de vital importância para o conhecimento do organismo humano.

SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO

Além de dar sustentação ao


corpo, o esqueleto protege os órgãos
internos e fornece pontos de apoio
para a fixação dos músculos. Ele
constitui-se de peças ósseas (ao todo
208 ossos no indivíduo adulto) e
cartilaginosas articuladas, que
formam um sistema de alavancas
movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser
dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado
pela caixa craniana, coluna vertebral
caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular:
compreende a cintura escapular,
formada pelas escápulas e
clavículas; cintura pélvica, formada
pelos ossos ilíacos (da bacia) e o
esqueleto dos membros (superiores
ou anteriores e inferiores ou
posteriores).

1-Esqueleto axial

1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal,
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar
inferior).

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Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra
uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico
do crânio.
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança,
que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso.

1.2-Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem
constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que
são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna
cocciciana (coccix).

1.3-Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em
número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3
falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres,
não se fixando ao esterno).

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2- Esqueleto apendicular

2-1- Membros e cinturas articulares


Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero
– articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos
pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas
falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o
mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A
região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e
maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os
dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou
de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela
escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia
(constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos
ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira
sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.

Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são

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fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações,
os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.
Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes
constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas
que revestem os ossos.
Classificação dos ossos
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e
cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a
metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.

B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e
nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.

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C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre
elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio,
ossos da bacia, escápula.

Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo -


responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após
fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a
diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado
de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O
interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como
depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das
células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por
"tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno.
Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises.

SISTEMA MUSCULAR

Conceito de Músculos:
São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são
capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas
fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos
são capazes de transformar energia química em energia mecânica.
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande
quantidade de sangue nas fibras musculares.
Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.

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Funções dos Músculos:
a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as
articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar.
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos
(esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos
sangüíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos,
urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o
retorno do sangue para o coração.
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse
calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.

Classificação dos Músculos:


Quanto a Situação:
a) Superficiais ou Cutâneos: Estão logo abaixo da pele
e apresentam no mínimo uma de suas inserções na
camada profunda da derme. Estão localizados na
cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região
hipotenar).

Exemplo: Platisma.

b) Profundos ou Subaponeuróticos: São músculos que


não apresentam inserções na camada profunda da
derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos.
Estão localizados abaixo da fáscia superficial.

Exemplo: Pronador quadrado.

Quanto à Forma:

a) Longos: São encontrados especialmente nos


membros. Os mais superficiais são os mais longos,
podendo passar duas ou mais articulações.

Exemplo: Bíceps braquial.

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c) Curtos: Encontram-se nas articulações cujos
movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui
força nem especialização.

Exemplo: Músculos da mão.

b) Largos: Caracterizam-se por serem laminares. São


encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e
abdome).

Exemplo: Diafragma.

Quanto à Disposição da Fibra:


a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.
b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.

Quanto à Origem e Inserção:


a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps.
b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Flexor Longo dos Dedos.

Quanto à Função:
a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se
contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa,
agonistas são os flexores dos dedos.
b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o
antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os
antagonistas são os extensores dos dedos.
c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram
movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são
estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente.
Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.

Quanto à Nomenclatura:
O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Ação: Extensor dos dedos.
b) Ação Associada à Forma: Pronador redondo e pronador quadrado.
c) Ação Associada à Localização: Flexor superficial dos dedos.
d) Forma: Músculo Deltóide (letra grega delta).
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e) Localização: Tibial anterior.
f) Número de Origem: Bíceps femoral e tríceps braquial.

Tipos de Músculos:

a) Músculos Estriados Esqueléticos: Contraem-se por influência


da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular
esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras
e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

b) Músculos Lisos: Localizado nos vasos sangüíneos, vias aéreas e


maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação
involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo.

c) Músculo Estriado Cardíaco: Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém


involuntário.

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Principais músculos axiais do corpo humano

I – Cabeça

1. Da mastigação
1.1 – Músculos: temporal, pterigoídeos lateral e medial e masseter.

2. Da expressão facial

2.1 – Músculos
Galéia aponeurótica, occipital, frontal, parietal, auriculares superior, anterior e posterior, platisma,
orbicular da boca, zigomáticos maior e menor, elevador e depressor do ângulo da boca, elevador do
lábio superior, depressor do lábio inferior, mentoniano, rizório, depressor do septo nasal, corrugador
do supercílio, prócero, nasal, levantador do lábio superior, dilatador da asa do nariz e bucinador.

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II – pescoço

1. Ventrais
1.1 – Superficiais
1.1.1 – Músculos: esternocleidomastoídeo, supra-hioídeos (digástrico, milo-hióideo e
gêniohioídeo), infra-hioídeos (esterno-hioídeo, esternotireoídeo, tíreo-hioídeo e omo-hioídeo).

1.2 – Profundos
1.2.1 – Músculos: Músculos: longos da cabeça e do pescoço, escalenos anterior, médio e posterior.
2. Dorsais
2.1 – Profundos
2.1.1 – Músculos: retos anterior, posteriores maior e menor e oblíquos superior e inferior.

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III – Tórax

Músculos: peitorais maior e menor, subclávio, serrátil anterior, intercostais internos, externos e
íntimo, subcostais, transverso do tórax, supratorácicos (inconstantes) e diafragma.

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IV – Abdome

Músculos: oblíquos interno e externo do abdome, transverso do abdome, reto do abdome, piramidal
(inconstante), quadrado lombar, psoas maior e menor (inconstante) e ilíaco.

V – Pelve

Músculos: levantador do orifício retal, coccígeo, isquicoccígeo, p ubococcígeo, puborretal e


piriforme.

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VI – PERÍNEO

Músculos: bulbo esponjoso, isquiocavernoso, transverso profundo do períneo e transverso


superficial do períneo.

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VII – Dorso

1. Músculos superficiais: trapézio e grande dorsal.

2. Músculos médios: rombóides maior e menor, elevador da escápula e serrátil póstero-superior e


inferior.

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3. Músculos profundos (eretores da espinha): ileocostais, longos, espinhais, multífidos e rotadores
longos e curtos.

VIII – Membros Superiores

1. Ombro e axila
1.1 – Músculos
Deltóide, supra-espinhal, infra-espinhal, redondos maior e menor e subescapular.

2. Braço
2.1 – Músculos ventrais (flexores): bíceps braquial, braquial e coracobraquial.

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2.2 – Músculos dorsais (extensores): tríceps braquial.

3. Antebraço
3.1 – Ventrais (região flexora e pronadora)

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3.1.1 – Superficiais: músculos pronador redondo, flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo,
palmar longo (inconstante) e flexor superficial dos dedos.
3.1.2 – Profundos: músculos flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar e pronador
quadrado.

SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber


as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e
a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase).
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia
(ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos
estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas
adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas
propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade)
e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos,
sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que
torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo.
No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A
resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um
fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação -
chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço
de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade.
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema
nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem
nervosa é transmitida.
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o
citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser
subdivididos em dendritos e axônios.

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Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores
de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são
prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se
ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de
implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal).
O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras
células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso
de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas
ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos
ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema
nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados
próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes
chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada
apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios, esses tipos
celulares determinam a formação da bainha de mielina - invólucro principalmente lipídico (também
possui como constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e
facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de
descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição
(estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos
pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo
desta célula, constitui o chamado neurilema.

O impulso nervoso
A membrana plasmática do neurônio
transporta alguns íons ativamente, do
líquido extracelular para o interior da fibra,
e outros, do interior, de volta ao líquido
extracelular. Assim funciona a bomba de
sódio e potássio, que bombeia ativamente o
sódio para fora, enquanto o potássio é
bombeado ativamente para dentro.Porém
esse bombeamento não é eqüitativo: para
cada três íons sódio bombeados para o
líquido extracelular, apenas dois íons
potássio são bombeados para o líquido
intracelular.

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Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente
impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de concentração
(de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de
concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular.
Em repouso: canais
de sódio fechados.
Membrana é praticamente
impermeável ao sódio,
impedindo sua difusão a
favor do gradiente de
concentração. Sódio é
bombeado ativamente
para fora pela bomba de
sódio e potássio.
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção,
estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit de
cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas.
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e
potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana positivo e
o interior negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada.
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Meio interno
Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio (abertura
dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio
atravessa a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela
pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse
processo é denominado onda de despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são
causados pela despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico de despolarização que
deve ser alcançado para disparar o potencial de ação). Os potenciais de ação assemelham-se em
tamanho e duração e não diminuem à medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja,
são de tamanho e duração fixos. A aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não
tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação. Por esta razão, diz-
se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada".

Meio externo

Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa, o


interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um grande número de íons sódio se
difundiu para o interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior
da fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro
lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio interno.
Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se difundem, então, para o lado de
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fora. Isso cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no exterior –
processo chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A
repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização,
propagando-se ao longo da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os
íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da
membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade
excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo).
Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais.

Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o
potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação
iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando
pelo caminho já percorrido. Conseqüentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que
chamamos condução ortodrômica. Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda
sua extensão, o potencial de ação se propagará sem decaimento. A velocidade com a qual o
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potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe a despolarização é
projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende de certas características físicas
do axônio: a velocidade de condução do potencial de ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios
com menor diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial
de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a velocidade da condução do
impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente
de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é
isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do
impulso nervoso.

O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito corpo celular


axônio.

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SISTEMA ENDÓCRINO

Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade
característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente
sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua
função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados
órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as glândulas, que podem ser uni
ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas aglomerados de células que
desempenham as mesmas funções básicas e têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o
que caracteriza um tecido. São na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão
envolvidas por uma cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e
nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais.
Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos
reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o
meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta
informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na
coordenação e regulação das funções corporais.
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o
hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas.

Hipófise ou pituitária

Situa-se na base do
encéfalo, em uma cavidade do
osso esfenóide chamada tela
túrcica. Nos seres humanos
tem o tamanho aproximado de
um grão de ervilha e possui
duas partes: o lobo anterior (ou
adeno-hipófise) e o lobo
posterior (ou neuro-hipófise).

Além de exercerem efeitos sobre órgãos


não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos
pela hipófise são denominados trópicos (ou
tróficos) porque atuam sobre outras glândulas
endócrinas, comandando a secreção de outros
hormônios. São eles:

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 Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
 Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)
 Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
 Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a
síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de
gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de
glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).

Hipotálamo

Localizado no cérebro diretamente


acima da hipófise, é conhecido por
exercer controle sobre ela por meios de
conexões neurais e substâncias
semelhantes a hormônios chamados
fatores desencadeadores (ou de
liberação), o meio pelo qual o sistema
nervoso controla o comportamento
sexual via sistema endócrino.

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O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH),
que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea.
Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os
hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais
hormônio pituitário, por feed-back.
Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez,
ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o
hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas

. O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a adeno-hipófise,
estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios ocitocina e ADH
(antidiurético), armazenados e secretados pela neuro-hipófise.

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Tireóide
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus
dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de
oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de
calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao
crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide,
participa do controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e
a saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da
tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa
para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio
pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é
importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células

28
nervosas.

As glândulas endócrinas e o cálcio

Adrenais ou supra-renais

São duas glândulas


localizadas sobre os rins, divididas
em duas partes independentes –
medula e córtex - secretoras de
hormônios diferentes,
comportando-se como duas
glândulas. O córtex secreta três
tipos de hormônios: os
glicocorticóides, os
mineralocorticóides e os
androgênicos.

Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e
determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o
interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção
endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no
metabolismo da glicose.

29
SISTEMA SENSITIVO

Paladar

Os receptores de paladar estão localizados na língua, agrupados em pequenas saliências chamadas


papilas gustativas (cerca de 10.000), visíveis com lente de aumento.
Existem quatro tipos de receptores gustativos, capazes de reconhecer os quatro sabores básicos:
doce, azedo, salgado e amargo. Esses receptores estão localizados em diferentes regiões da língua.

30
No desenho abaixo, os receptores estão representados pela cor amarela.
O sabor dos alimentos não é produzido apenas pela estimulação das células gustativas, mas também
pelas células olfativas. É por isso que quando o sentido do olfato é prejudicado por um forte
resfriado, por exemplo, a percepção do paladar diminuir.

Olfato

O sentido de olfato é produzido pela estimulação do epitélio olfativo, localizado no teto das
cavidades nasais. O olfato humano é pouco desenvolvido em relação ao de outros mamíferos.
O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com seis
pêlos sensoriais; um cachorro, tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada uma com pelo
menos 100 pêlos sensoriais.
O epitélio olfativo é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimulá-lo, produzindo
a sensação de odor.

Audição

As estruturas responsáveis pela audição são o ouvido externo, o ouvido médio e a cóclea. Os canais
semicirculares, o sáculo e o utrículo são responsáveis pelo equilíbrio.
O ouvido externo é um canal que se abre para um meio exterior na orelha, que é uma projeção da
pele de tecido cartilaginoso. O epitélio que reveste o canal auditivo externo é rico em células
secretadoras de cera, que retém partículas de poeira e microorganismos. O ouvido médio, separado
do ouvido externo pelo tímpano, é um canal estreito e cheio de ar. Em seu interior, existem três
pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo), alinhados do tímpano ao ouvido interno.
O ouvido médio possui uma comunicação com a garganta através de um canal flexível (a Trompa
de Eustáquio), que equilibra as pressões do ouvido e do meio externo. A cóclea é a parte do ouvido
interno responsável pela audição. É um longo tubo cônico, enrolado como a concha de um caracol.
No interior da cóclea há uma estrutura complexa (órgão de Corti), responsável pela captação dos
estímulos produzidos pelas ondas sonoras, localizada na parede externa da cóclea (membrana
basiliar).
Como ouvimos os sons:
A orelha capta os sons e os direciona para o canal auditivo, que faz vibrar e é transmitida ao
tímpano. A membrana timpânica vibra, movendo o osso martelo, que faz vibrar o osso bigorna que,
31
por sua vez, faz vibrar o osso estribo, onde sua base se conecta a uma região da membrana da
cóclea (a janela oval), que faz vibrar, comunicando a vibração ao líquido coclear.
O movimento desse líquido faz vibrar a membrana basiliar e as células sensoriais. Os pêlos dessas
células, ao encostar na membrana tectórica, geram impulsos nervosos que são transmitidos pelo
nervo auditivo ao centro de audição do córtex cerebral.

Visão

Os olhos são bolsas membranosas cheias de líquido, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as
órbitas oculares. À eles estão associadas estruturas acessórias: pálpebras, supercílios (sobrancelhas),
conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.
Cada olho gira suavemente dentro de sua órbita. Essa movimentação é controlada por três pares de
músculos, que mantém preso o globo ocular. O movimento do olho é limitado pelo nervo óptico,
um feixe de fibras nervosas que parte do interior do globo ocular em direção ao encéfalo, passando
por uma abertura óssea do fundo da órbita ocular.
O bom funcionamento do olho é garantido pela contínua secreção do líquido lacrimal pela glândula
lacrimal, juntamente com os canalículos lacrimais, o saco lacrimal e o ducto nasolacrimal, que
fazem parte do aparelho lacrimal.

As lágrimas produzidas pelas glândulas lacrimais espalham-se através dos ductos, sobre a superfície
conjuntiva da córnea. Através dos pontos lacrimais, a lágrima penetra nos canalículos lacrimais que
a transportam ao saco lacrimal e daí para o canal nasolacrimal.
Túnicas ou membranas do olho
O globo ocular compõe-se de três túnicas:
1) Uma túnica fibrosa externa, esclera (posteriormente), de cor branca, constituída por um tecido
conjuntivo resistente que mantém a forma do globo ocular e de córnea (anteriormente), camada que
permite a passagem de luz.
2) Uma túnica intermédia vascular pigmentada, compreendendo a coróide (onde localiza-se os
vasos sanguíneos que nutrem e oxigenam as células do olho), o corpo ciliar e a íris (disco colorido
do olho - no centro da íris há um orifício de tamanho regulável - a pupila - que ajusta seu tamanho
de modo a regular a quantidade de luz que entra no olho).
3) Uma túnica interna nervosa, a retina (responsável pela visão das cores), e bastonetes (responsável
pela visão do branco e preto). A retina do olho humano contém cerca de 6 milhões de cones e 125
milhões de bastonetes.

Meios transparentes do olho

32
Córnea
Porção transparente da túnica externa - é circular no seu contorno e de espessura uniforme em toda
a extensão.
Humor aquoso
Preenche as câmaras anterior e posterior do olho - compõe-se principalmente de água.
Cristalino
Lente biconvexa coberta por uma membrana transparente.
Corpo vítreo
Preenche a concavidade da porção óptica da retina - é semigelatinoso e escavado anteriormente para
alojar o cristalino.

Trajeto dos raios luminosos


Os raios luminosos atravessam as córneas e o humor aquoso; passam pela pupila, atravessam o
cristalino e o corpo vítreo; chegam à retina, onde estimulamos cones e bastonetes. Nesse ponto, a
energia luminosa é transformada em impulsos nervosos, por meio de um mecanismo químico. Esses
impulsos nervosos, por sua vez, penetram nos neurônios da retina, que os conduzem, através do
nervo óptico, aos centros de visão do cérebro.
Mecanismo de acomodação do cristalino
Devido à sua elasticidade, o cristalino pode modificar sua forma para fazer com que os raios
luminosos, provenientes de objetos próximos ou distantes, incidam na retina.
Defeitos da visão
O daltonismo, ou cegueira para cores, é atribuído a um defeito congênito da retina e de outras partes
nervosas do trato ótico.
O astigmatismo resulta da deformação da córnea ou da alteração da curvatura da lente ocular, o que
provoca uma visão distorcida.
A miopia e a hipermetropia são causadas por uma falta de simetria na forma de globo ocular.
A presbiopia deve-se à perda da elasticidade dos tecidos oculares com a idade
Tato
A pele é nosso maior órgão sensorial. Ela recebe, a todo instante, diversos tipos de estímulos que
são enviados ao encéfalo. Há uma grande área do córtex cerebral responsável pela coordenação das
funções sensoriais da pele, em particular das mãos e dos lábios. Muitos dos receptores sensoriais da
pele são terminações nervosas livres. Algumas delas detectam dor, outras detectam frio e outras,
calor.
Principais receptores sensoriais
Corpúsculo de Meissner - Tato (presentes nas regiões mais sensíveis da pele)
Corpúsculo de Pacini - Pressão forte
Corpúsculo de Krause - Frio
Corpúsculo de Ruffini - Calor
Terminações nervosas livres – Dor

33
SISTEMA CIRCULATÓRIO

Em anatomia e fisiologia, o sistema circulatório é percorrido pelo sangue através das artérias, dos
capilares e das veias. Este trajeto começa e termina no coração. O aparelho circulatório é
responsável pelo fornecimento de oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; além
disso, também exerce a função de transportar os produtos finais do metabolismo (excretas como
CO2 e uréia) até os órgãos responsáveis por sua eliminação.
A circulação inicia-se no princípio da vida fetal. Calcula-se que uma porção determinada de sangue
complete seu trajeto em um período aproximado de um minuto.
Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos pelo qual o sangue circula. Há três tipos principais: as artérias, que
levam sangue do coração ao corpo; as veias, que o reconduzem ao coração; e os capilares, que
ligam artérias e veias. Num circulo completo, o sangue passa pelo coração duas vezes: primeiro
rumo ao corpo; depois rumo aos pulmões.

Coração (o centro funcional)

O aparelho circulatório é formado por um sistema fechado de vasos sanguíneos, cujo centro
funcional é o coração. O coração bombeia sangue para todo o corpo através de uma rede de vasos.
O sangue transporta oxigênio e substâncias essenciais para todos os tecidos e remove produtos
residuais desses tecidos.
O coração é formado por quatro cavidades; as aurículas direita e esquerda e os ventrículos direito e
esquerdo. O lado direito do coração bombeia sangue carente de oxigênio, procedente dos tecidos,
para os pulmões, onde este é oxigenado. O lado esquerdo do coração recebe o sangue oxigenado
dos pulmões, impulsionando-os, através das artérias, para todos os tecidos do organismo.
Circulação pulmonar
O sangue procedente de todo o organismo chega à aurícula direita através de duas veias principais;
a veia cava superior e a veia cava inferior. Quando a aurícula direita se contrai, impulsiona o sangue
através de um orifício até o ventrículo direito. A contração deste ventrículo conduz o sangue para os
pulmões, onde é oxigenado. Depois, ele regressa ao coração na aurícula esquerda. Quando esta
cavidade se contrai, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e dali, para a aorta, graças à
contração ventricular.
Sistema Circulatório

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Ramificações

As artérias menores dividem-se em uma fina rede de vasos ainda menores, os chamados capilares.
Deste modo, o sangue entra em contato estreito com os líquidos e os tecidos do organismo. Nos
vasos capilares, o sangue desempenha três funções; libera o oxigênio para os tecidos, proporciona
os nutrientes às células do organismo, e capta os produtos residuais dos tecidos. Depois, os capilares
se unem para formar veias pequenas. Por sua vez, as veias se unem para formar veias maiores, até
que por último, o sangue se reúne na veia cava superior e inferior e conflui para o coração,
completando o circuito.
Circulação portal
A circulação portal é um sistema auxiliar do sistema nervoso. Um certo volume de sangue
procedente do intestino é transportado para o fígado, onde ocorrem mudanças importantes no
sangue, incorporando-o à circulação geral até a aurícula direita.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que
conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais,
a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos
localizados nos pulmões.

Laringe
É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do
pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de
uma das peças cartilaginosas da laringe.A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma
espécie de “lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos
alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento
ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons
durante a passagem de ar.

35
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5
cm de diâmetro por 10-12 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por
anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região
inferior, originando os brônquios, que penetram nos
pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar
adere partículas de poeira e bactérias presentes em
suspensão no ar inalado, que são posteriormente
varridas para fora (graças ao movimento dos cílios)
e engolidas ou expelidas.

36
Pulmões
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo
envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se
profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.

Cada bronquíolo termina


em pequenas bolsas formadas
por células epiteliais achatadas
(tecido epitelial pavimentoso)
recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas
alvéolos pulmonares.
Diafragma: A base de cada
pulmão apóia-se no diafragma,
órgão músculo-membranoso que
separa o tórax do abdomen,
presente apenas em mamíferos,
promovendo, juntamente com os
músculos intercostais, os
movimentos respiratórios.
Localizado logo acima do
estômago, o nervo frênico
controla os movimentos do
diafragma (ver controle da
respiração)

37
SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão
associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus.

A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.

Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a
língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os
alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das
enzimas.

Características dos dentes

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Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja
atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das
linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão
protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o
esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea
chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo,
ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento
peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição
química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através
de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido
conjuntivo.
Tipos de dentes
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite.
À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente.
As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares.
Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças
dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois
dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma
superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

A língua

A língua movimenta o alimento empurrando-o em


direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície
da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas
células sensoriais percebem os quatro sabores primários:
amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D).
De sua combinação resultam centenas de sabores
distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores
gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.

As glândulas salivares

A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas
salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras
substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio),
reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua
secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual:

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 Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
 Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
 Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a
levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo
alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago,
impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e
10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para
baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar
a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o
interior do estômago.

Faringe e Esôfago

A faringe, situada no final da cavidade bucal, é


um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige
ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago,
localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do
abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos
para percorre-lo.
]Estômago E Suco Gástrico
O estômago é uma bolsa de parede musculosa,
localizada no lado esquerdo abaixo do abdome,
logo abaixo das últimas costelas. É um órgão
muscular que liga o esôfago ao intestino delgado.
Sua função principal é a digestão de alimentos
protéicos. Um músculo circular, que existe na
parte inferior, permite ao estômago guardar quase
um litro e meio de comida, possibilitando que não
se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco
tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma
letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por
ângulos agudos.
40
Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este compreende, por sua
vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que
termina pela pequena tuberosidade.
Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo piloro,
que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda,
convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.
As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio),
muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco
gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. O estômago
tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que
contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do
estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos,
auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.
A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como
este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, o pepsinogênio,
ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de
proteínas.

A pepsina, ao catalizar a hidrólise de


proteínas, promove o rompimento das
ligações peptídicas que unem os aminoácidos.
Como nem todas as ligações peptídicas são
acessíveis à pepsina, muitas permanecem
intactas. Portanto, o resultado do trabalho
dessa enzima são oligopeptídeos e
aminoácidos livres.
A renina, enzima que age sobre a
caseína, uma das proteínas do leite, é
produzida pela mucosa gástrica durante os
primeiros meses de vida. Seu papel é o de
flocular a caseína, facilitando a ação de outras
enzimas proteolíticas.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco
gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as
células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por
isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja
totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a
proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de
feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar
ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma
massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no
intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

Intestino Delgado
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e

41
pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de
1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular
da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do
jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas
enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada
na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente,
emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de
microgotículas).
O suco pancreático, produzido pelo
pâncreas, contém água, enzimas e grandes
quantidades de bicarbonato de sódio. O pH
do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua
secreção digestiva é responsável pela
hidrólise da maioria das moléculas de
alimento, como carboidratos, proteínas,
gorduras e ácidos nucléicos.
A amilase pancreática fragmenta o
amido em moléculas de maltose; a lípase
pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo
de gordura – os triacilgliceróis, originando
glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os
ácidos nucléicos, separando seus
nucleotídeos.
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em
que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma
inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra
em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-
se me tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio
em quimiotripsina, enzima ativa.

A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A


pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias
de aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH
aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as
dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No
suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem
ação das peptidases, resultando em aminoácidos.

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Suco pH
Enzima Substrato Produtos
digestivo ótimo
Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose
Suco gástrico Pepsina ácido Proteínas oligopeptídeos
Quimiotripsina alcalino proteínas peptídeos
Tripsina alcalino proteínas peptídeos
Suco Amilopepsina alcalino polissacarídeos maltose
pancreático Rnase alcalino RNA ribonucleotídeos
Dnase alcalino DNA desoxirribonucleotídeos
Lipase alcalino Lipídeos glicerol e ácidos graxos
Carboxipeptidase alcalino oligopeptídeos aminoácidos
Aminopeptidase alcalino oligopeptídeos aminoácidos
Suco
Dipeptidase alcalino dipeptídeos aminoácidos
intestinal ou
Maltase alcalino maltose glicose
entérico
Sacarase alcalino sacarose glicose e frutose
Lactase alcalino lactose glicose e galactose

No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares,


movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras
secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do
jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros
dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um
traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do
epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades.
O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas.

Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem
distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol
e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros
nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis
(triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos
para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células
gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados.

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Intestino Grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa
bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções.
Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu
trânsito e eliminação pelo ânus.

Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon


transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por
um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em
dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o
organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo
com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes
macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só
absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o
conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.

Glândulas Anexas

Pâncreas
O pâncreas é uma glândula
mista, de mais ou menos 15 cm de
comprimento e de formato
triangular, localizada
transversalmente sobre a parede
posterior do abdome, na alça
formada pelo duodeno, sob o
estômago. O pâncreas é formado
por uma cabeça que se encaixa no
quadro duodenal, de um corpo e de
uma cauda afilada. A secreção
externa dele é dirigida para o
duodeno pelos canais de Wirsung e
de Santorini. O canal de Wirsung
desemboca ao lado do canal
colédoco na ampola de Vater. O
pâncreas comporta dois órgãos
estreitamente imbricados: pâncreas
exócrino e o endócrino.

44
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos.
Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até
um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema
endócrino.

Fígado

É o maior órgão interno, e é ainda


um dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca
de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher
adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor
arroxeada, superfície lisa e recoberta por
uma cápsula própria. Está situado no
quadrante superior direito da cavidade
abdominal.
O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos,
compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos
(canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para
formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum
da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os
materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é
um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a
partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza
também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é
usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.
Funções do fígado:
 Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando,
assim, a ação da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido
em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolizar lipídeos;
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e
de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

SISTEMA URINÁRIO

Nosso sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. Dos cerca
de 5 litros de sangue bombeados pelo coração a cada minuto, aproximadamente 1.200 ml, ou seja,
pouco mais de 20% deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos nossos rins.
Trata-se de um grande fluxo se considerarmos as dimensões anatômicas destes órgãos.
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O sangue entra em cada rim através da artéria renal. No interior de cada rim, cada artéria renal se
ramifica em diversas artérias interlobares. Estas se ramificam em artérias arqueadas que, por sua
vez, ramificam-se então em numerosas artérias interlobulares. Cada artéria interlobular, no córtex
renal, ramifica-se em numerosas arteríolas aferentes. Cada arteríola aferente ramifica-se num tufo
de pequenos capilares denominados, em conjunto, glomérulos.
Secção longitudinal em um rim.

Os glomérulos, milhares em cada rim, são formados, portanto, por pequenos enovelados de
capilares.
Na medida em que o sangue flui no interior de tais capilares, uma parte filtra-se através da parede
dos mesmos. O volume de filtrado a cada minuto corresponde a, aproximadamente, 125 ml. Este
filtrado acumula-se, então, no interior de uma cápsula que envolve os capilares glomerulares
(cápsula de Bowmann). A cápsula de Bowmann é formada por 2 membranas: uma interna, que
envolve intimamente os capilares glomerulares e uma externa, separada da interna. Entre as
membranas interna e externa existe uma cavidade, por onde se acumula o filtrado glomerular.
O filtrado glomerular tem o aspecto aproximado de um plasma: um líquido claro, sem células.
Porém, diferente do plasma, tal filtrado contém uma quantidade muito reduzida de proteínas
(aproximadamente 200 vezes menos proteínas), pois as mesmas dificilmente atravessam a parede
dos capilares glomerulares.
O filtrado passa a circular, então, através de um sistema tubular contendo diversos distintos
segmentos: Túbulo Contornado Proximal, Alça de Henle, Túbulo Contornado Distal e Ducto
Coletor.
Na medida em que o filtrado flui através destes túbulos, diversas substâncias são reabsorvidas
através da parede tubular, enquanto que, ao mesmo tempo, outras são excretadas para o interior dos
mesmos.

Túbulo Contornado Proximal


Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida (transporte ativo)
através da parede tubular e retornando, portanto, ao sangue que circula no interior dos capilares
peritubulares, externamente aos túbulos.
Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas que
porventura tenham passado através da parede dos capilares glomerulares.
Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente 70% das moléculas de Na+ e de
46
Cl- (estes últimos por atração iônica, acompanhando os cátions). A reabsorção de NaCl faz com que
um considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja também reabsorvido.
Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o túbulo contornado proximal e
atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle.

Alça De Henle
Esta se divide em dois ramos: um descendente e um ascendente. No ramo descendente a membrana
é bastante permeável à água e ao sal NaCl. Já o mesmo não ocorre com relação à membrana do
ramo ascendente, que é impermeável à água e, além disso, apresenta um sistema de transporte ativo
que promove um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior da alça,
carregando consigo íons cloreto (por atração iônica).
Devido às características descritas acima, enquanto o filtrado glomerular flui através do ramo
ascendente da alça de Henle, uma grande quantidade de íons sódio é bombeada ativamente do
interior para o exterior da alça, carregando consigo íons cloreto. Este fenômeno provoca um
acúmulo de sal (NaCl) no interstício medular renal que, então, se torna hiperconcentrado em sal,
com uma osmolaridade um tanto elevada, quando comparada aos outros compartimentos corporais.
Essa osmolaridade elevada faz com que uma considerável quantidade de água constantemente flua
do interior para o exterior do ramo descendente da alça de Henle (lembre-se que este segmento é
permeável à água e ao NaCl) enquanto que, ao mesmo tempo, NaCl flui em sentido contrário, no
mesmo ramo.
Portanto, o seguinte fluxo de íons e de água se verifica através da parede da alça de Henle:
No ramo descendente da alça de Henle flui, por difusão simples, NaCl do exterior para o interior da
alça, enquanto que a água, por osmose, flui em sentido contrário (do interior para o exterior da
alça).
No ramo ascendente da alça de Henle flui, por transporte ativo, NaCl do interior para o exterior da
alça.

Túbulo Contornado Distal


Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior do
túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba de sódio e potássio que, ao mesmo tempo em que
transporta ativamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o contrário com íons potássio.
Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente ao sódio do que ao potássio, de maneira que
bombeia muito mais sódio do interior para o exterior do túbulo do que o faz com relação ao
potássio em sentido contrário. O transporte de íons sódio do interior para o exterior do túbulo atrai
íons cloreto (por atração iônica). Sódio com cloreto formam sal que, por sua vez, atrai água.
Portanto, no túbulo contornado distal do nefron, observamos um fluxo de sal e água do lumen
tubular para o interstício circunvizinho.
A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende bastante do nível plasmático do
hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas supra-renais. Quanto maior for o nível de
aldosterona, maior será a reabsorção de NaCl + bO e maior também será a excreção de potássio.
O transporte de água, acompanhando o sal, depende também de um outro hormônio: ADH
(hormônio anti diurético), secretado pela neuro-hipófise. Na presença do ADH a membrana do
túbulo distal se torna bastante permeável à água, possibilitando sua reabsorção. Já na sua ausência,
uma quantidade muito pequena de água acompanha o sal, devido a uma acentuada redução na
permeabilidade à mesma neste segmento.

Ducto Coletor
Neste segmento ocorre também reabsorção de NaCl acompanhado de água, como ocorre no túbulo
contornado distal.
Da mesma forma como no segmento anterior, a reabsorção de sal depende muito do nível do
hormônio aldosterona e a reabsorção de água depende do nível do ADH.

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Filtração Glomerular
Na região cortical do rim existem milhares de glomérulos. Cada glomérulo é formado de um
conjunto de capilares. O sangue que flui no interior de tais capilares, chega aos mesmos proveniente
de uma arteríola denominada arteríola aferente. Este mesmo sangue, após fluir pelos capilares
glomerulares, se dirige para a arteríola eferente, que forma uma rede de capilares peritubulares, que
envolvem os túbulos renais.
No interior dos capilares glomerulares existe uma considerável pressão hidrostática (60 mmHg),
que força o sangue a fluir para frente, em direção à arteríola eferente, e também contra a parede dos
capilares. No interior da cápsula de Bowmann existe também uma pressão hidrostática, mas esta é
menor (18 mmHg). Outra pressão que não podemos deixar de mencionar é uma pressão
denominada oncótica ou coloidosmótica (32 mmHg) no interior dos capilares glomerulares, devido
à grande concentração de proteínas no interior dos tais vasos. Este tipo de pressão atrai água do
exterior para o interior dos capilares glomerulares.
Analisando-se as três pressões citadas acima, conclui-se que existe realmente uma pressão
resultante da ordem de 10 mmHg., que pode ser considerada como Pressão de Filtração, que
favorece a saída de líquidos do interior para o exterior dos capilares glomerulares e, com isso,
proporcionar uma boa filtração do sangue.
A cada minuto, aproximadamente, cerca de 125 ml de filtrado se formam no interior da cápsula de
Bowmann. Tal filtrado é denominado filtrado glomerular.
É fácil imaginar que, se houver uma queda significativa na pressão sangüínea haverá também, como
conseqüência, uma queda na pressão hidrostática no interior dos capilares glomerulares. Isso
provocará uma queda acentuada na pressão de filtração, o que reduzirá a filtração glomerular,
poupando líquido (volume) para o corpo, numa tentativa de se corrigir a queda da pressão.
O contrário se verificaria num caso de aumento da pressão sangüínea.
A angiotensina, potente vasoconstritor, produzida a partir da ação da renina sobre o
angiotensinogênio, exerce importante poder vasoconstritor especialmente sobre a arteríola eferente.
Portanto, um aumento na produção de angiotensina ocasiona uma vasoconstrição mais acentuada
nesta arteríola e, como conseqüência, um aumento da pressão de filtração e da filtração glomerular.
A nor-adrenalina, mediador químico liberado pelas terminações nervosas simpáticas, exerce
importante efeito vasoconstritor especialmente sobre a arteríola aferente. Portanto, um predomínio
da atividade simpática do sistema nervoso autônomo tem o poder de aumentar a vasoconstrição
nesta arteríola e, como conseqüência, provocar uma redução da pressão de filtração e da filtração
glomerular.

Aparelho Justaglomerular
Em numerosos nefrons, observamos algo muito interessante: Um pequeno segmento do túbulo
contornado distal aproxima-se intimamente a um segmento de uma ou ambas as arteríolas (aferente
e/ou eferente). Onde isso ocorre, observamos uma diferenciação tanto na parede do túbulo
contornado distal quanto na parede da arteríola. A parede do túbulo, que normalmente é constituída
por um epitélio cubóide, se torna neste segmento com um epitélio diferente, com grande número de
células cilíndricas, umas bem próximas às outras. Tal região recebe o nome de mácula densa. Já na
parede da arteríola, verificamos uma grande quantidade de células, neste segmento, com aspecto
bem diferente daquelas que formam o restante da parede do vaso. Tais células apresentam em seu
citoplasma uma grande quantidade de grânulos de secreção, demonstrando que são células
produtoras de alguma substância. A substância produzida nestas células, chamadas de
justaglomerulares, é exatamente a famosa renina.
O segmento descrito acima, formado por células justaglomerulares (na parede das arteríolas) mais a
mácula densa (na parede do túbulo contornado distal) é conhecido como aparelho justaglomerular.
Portanto, podemos dizer que a renina é produzida por este aparelho.

Renina – Angiotensina – Aldosterona


A renina, ao entrar em contato com o angiotensinogênio, transforma-o em angiotensina-1. Esta, sob
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ação de enzimas encontradas principalmente em capilares pulmonares, transforma-se em
angiotensina-2.
A angiotensina-2 é um potente vasoconstritor. Fazendo vasoconstrição, aumenta a resistência ao
fluxo sangüíneo e, portanto, eleva a pressão arterial.
Além do poder vasoconstritor, a angiotensina é um dos fatores que provocam, na glândula supra-
renal, um aumento na secreção do hormônio aldosterona. A aldosterona aumenta a reabsorção de sal
+ água no túbulo contornado distal. Consequentemente aumenta o volume do compartimento
vascular (volemia). Aumentando o volume sangüíneo, o coração aumenta seu débito (débito
cardíaco). O aumento do débito cardíaco faz com que também ocorra um aumento na pressão
arterial.
Portanto, é fácil concluir que um aumento na secreção de renina determina um aumento na pressão
arterial. Já uma redução em sua secreção, o efeito inverso se verifica.

Controle Da Micção
Aproximadamente 1 ml. de urina, a cada minuto, escoa através dos ureteres em direção à bexiga. A
partir de um volume de aproximadamente 400 ml. de urina na bexiga, com a distensão da mesma
devido a um aumento de pressão em seu interior, receptores de estiramento localizados em sua
parede se excitam cada vez mais.
Com a excitação dos receptores de estiramento impulsos nervosos são enviados em direção ao
segmento sacral da medula espinhal onde, a partir de um certo grau de excitação, provocarão o
surgimento de uma resposta motora através de nervos parassimpáticos (n. pélvicos) em direção ao
músculo detrussor da bexiga (forçando-o a contrair-se) e ao esfincter interno da uretra (relaxando-
o). Desta forma ocorre o reflexo da micção. Para que, de fato, a micção ocorra, ainda torna-se
necessário o relaxamento de um outro esfincter, o esfinter externo da uretra. Porém este esfincter
externo é constituído de fibras musculares esqueléticas e, portanto, são controladas por neurônios
motores localizados nos cornos anteriores da medula.
Estes neurônios recebem comando do córtex motor (no cérebro). Sendo assim, não sendo o
momento adequado à micção diante de um reflexo, nosso cortex motor, área consciente de nosso
cérebro, manterá o esfincter externo contraído e a micção, ao menos por enquanto, não se fará
acontecer.

SISTEMA TEGUMENTAR

Estrutura do tegumento (pele)


O tegumento humano, mais conhecido como pele, é formado por duas camadas distintas,
firmemente unidas entre si: a epiderme e a derme.

Epiderme

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A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas (estratos) de células
achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas. A camada de células mais interna, denominada
epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; dessa maneira, as
novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em direção à superfície do corpo. À
medida que envelhecem, as células epidérmicas tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a
acumular dentro de si uma proteína resistente e impermeável, a queratina. As células mais
superficiais, ao se tornarem repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento
resistente ao atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea.
Toda a superfície cutânea está provida de terminações nervosas capazes de captar estímulos
térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são
especializados na recepção de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos
de natureza distinta. Porém na epiderme não existem vasos sangüíneos. Os nutrientes e oxigênio
chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sangüíneos da derme.
Nas regiões da pele providas de pêlo, existem terminações nervosas específicas nos folículos
capilares e outras chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As primeiras, formadas por axônios
que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais
de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores térmicos de calor.
Na pele desprovida de pêlo e também na que está coberta por ele, encontram-se ainda três
tipos de receptores comuns:
1) Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis.São formados
por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que
correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de
pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes.
2) Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar
ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão englobados
em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um
prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme
desencadeam o estímulo.
3) Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente
aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por
sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal.
Na pele sem pêlo encontram-se, ainda, outros receptores específicos:
4) Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pêlos (como nas partes
mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramificações
terminais se entrelaçam com células acessórias.
5) Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra
nervosa cuja terminação possui forma de clava.Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as
membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais).

RECEPTORES DE SUPERFÍCIE SENSAÇÃO PERCEBIDA


Receptores de Krause Frio
Receptores de Ruffini Calor
Discos de Merkel Tato e pressão
Receptores de Vater-Pacini Pressão
Receptores de Meissner Tato
Terminações nervosas livres Principalmente dor

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Nas camadas inferiores da epiderme estão os melanócitos, células que produzem melanina,
pigmento que determina a coloração da pele.
As glândulas anexas – sudoríparas e sebáceas – encontram-se mergulhadas na derme, embora
tenham origem epidérmica. O suor (composto de água, sais e um pouco de uréia) é drenado pelo
duto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a
epiderme e os pêlos) sai pelos poros de onde emergem os pêlos.
A transpiração ou sudorese tem por função refrescar o corpo quando há elevação da
temperatura ambiental ou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido, por exemplo, ao
aumento da atividade física.

Derme

A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras
protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais
células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância
gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados.
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas
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sudoríparas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade),
fibras colágenas (resistência), vasos sangúíneos e nervos.
Tecido subcutâneo
Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico em fibras e
em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada subcutânea,
denominada hipoderme, atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e
isolante térmico.
Unhas e pêlos
Unhas e pêlos são constituídos por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas.
Na base da unha ou do pêlo há células que se multiplicam constantemente, empurrando as células
mais velhas para cima. Estas, ao acumular queratina, morrem e se compactam, originando a unha ou
o pêlo. Cada pêlo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite sua movimentação, e a
uma ou mais glândulas sebáceas, que se encarregam de sua lubrificação.

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é formado por:


 Testículos ou gônadas
 Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
 Pênis
 Escroto
 Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

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Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um emaranhado de
tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e
pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozóides. Em meio aos ductos
seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig (nomenclatura antiga) produzem os hormônios
sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos
genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:
 Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
 Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
 Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares.
 Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
 Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a
osteoporose.
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozóides
são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e
unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto
ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição
do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozóides e é
constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos,
colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e
prostaglandinas (hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas
atuam na contração da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo;
outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias
– dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a
sua síntese interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que
neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra
para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na lubrificação do
pênis durante o ato sexual.
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois
tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a
uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a
abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de
estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se
rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a
fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor,
que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do
prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se
que a pessoa tem fimose.
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga
se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na
bexiga. Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum
tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser
produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo
(36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que
tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a
uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de
Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A
pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.

Vagina: é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos
genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas
denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o
orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas.
Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além de possibilitar
a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas
intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os
grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa
envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina.
Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do
homem.

Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais


femininos que serão vistos mais adiante.
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão
transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-
se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da
adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os
folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo
geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito
secundário (gaemta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa
celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios
progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou
corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das
tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário ao útero.
Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos
e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.
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Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de
parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente por
um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio.

Fisiologia Da Reprodução

A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum
hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época, começa a secretar
dois hormônios gonadotrópicos. No inicio, secreta principalmente o hormônio foliculo-estimulante
(FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o harmônio
luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual.

Hormônio Folículo-Estimulante: causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula


a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer.
Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a
ovulação.

Hormônios Sexuais Femininos


Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios
adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteróides, formados,
principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente, vários hormônios
diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas
muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio.

Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo, a proliferar,


isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero, aumenta tanto que o órgão,
após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho. O estrogênio também
provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir
de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada
como no homem; provoca o desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos
glandulares, e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os
quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características
que distinguem a mulher do homem são devido ao estrogênio e a razão básica para o
desenvolvimento dessas características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em
certas regiões do corpo.
O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas
promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se "extingam"
dentro de poucos anos, de forma que o crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce mais
rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um
crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior
que a da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos.
O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o
endométrio, no ciclo menstrual.

Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres
sexuais femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do
embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau
da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede
uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente
invadido por vasos sangüíneos; determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras
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de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e impede a expulsão do
embrião que se está implantando ou do feto em desenvolvimento.

Ciclo Menstrual
O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios folículo-estimulante
e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e dos estrogênios e progesterona,
pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa alternância tem a seguinte explicação:
1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a pituitária anterior secreta
maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com pequenas quantidades de
hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o crescimento de diversos folículos nos
ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio (estrógeno).
2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção da pituitária
anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante, fazendo
com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo dia do ciclo. Depois,
subitamente a pituitária anterior começaria a secretar quantidades muito elevadas de ambos os
hormônios mas principalmente do hormônio luteinizante. É essa fase de aumento súbito da secreção
que provoca o rápido desenvolvimento final de um dos folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de
cerca de dois dias.
3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo normal de 28
dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta quantidades
elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a pituitária anterior,
diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante. Sem esses
hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo involui, de modo que a secreção de estrogênio e
progesterona cai para níveis muito baixos. É nesse momento que a menstruação se inicia, provocada
por esse súbito declínio na secreção de ambos os hormônios.
5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela progesterona,
começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo-estimulante, iniciando um
novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida reprodutiva da mulher.

Podemos dividir o ciclo menstrual em 4 fases:


1.Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias, geralmente.
2.Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que se
encontra em maturação.
3.Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase secretora é marcado pela
ovulação. Essa fase é caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo.
4.Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios ovarianos,
quando a camada superficial do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal e a mulher está
prestes a menstruar. Dura cerca de dois dias, podendo ser acompanhada por dor de cabeça, dor nas
mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-Menstrual).

Hormônios Da Gravidez

Gonadotrofina coriônica humana (HCG): é um hormônio glicoproteíco, secretado desde o início


da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação (implantação) do blastocisto (*).
A principal função fisiológica deste hormônio é a de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de
progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da
menstruação) e a ausência de nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta
já formada e madura produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na
concentração de HCG e involução do corpo lúteo.

Hormônio lactogênio placentário humano: é um hormônio protéico, de estrutura química


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semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária. É encontrado no plasma da gestante a
partir da 4ª semana de gestação. Tem efeito lipolítico, aumenta a resistência materna à ação da
insulina e estimula o pâncreas na secreção de insulina, ajudando no crescimento fetal, pois
proporciona maior quantidade de glicose e de nutrientes para o feto em desenvolvimento.

Hormônio melanotrófico: atua nos melanócitos para liberação de melanina, aumentando a


pigmentação da aréola, abdomên e face.

Aldosterona: mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula a eliminação do mesmo, e


a aldosterona promove sua reabsorção.

Progesterona: relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para não ter a expulsão
do feto. Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não estiver bem desenvolvido, poderá ocorrer
um aborto natural ou o blastocisto se implantar (nidação) além do endométrio. Este hormônio é
importante para o equilíbrio hidro-eletrolítico, além de estimular o centro respiratório no cérebro,
fazendo com que aumente a ventilação, e conseqüentemente, fazendo com que a mãe mande mais
oxigênio para o feto. Complementa os efeitos do estrogênio nas mamas, promovendo o crescimento
dos elementos glandulares, o desenvolvimento do epitélio secretor e a deposição de nutrientes nas
células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for solicitada a matéria-prima já
esteja presente.

Estrogênio: promove rápida proliferação da musculatura uterina; grande desenvolvimento do


sistema vascular do útero; aumento dos órgãos sexuais externos e da abertura vaginal,
proporcionando uma via mais ampla para o parto; rápido aumento das mamas; contribui ainda para
a manutenção hídrica e aumenta a circulação. Dividido em estradiol e estrona - que estão na
corrente materna; e estriol - que está na corrente fetal, é medido para avaliar a função feto-
placentária e o bem estar fetal.

Hormônios Do Parto

A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas tornando-as fortes e


coordenadas, até completar-se o parto.
Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina. Estes receptores vão
aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez. Quando a ocitocina se liga a eles, causa a
contração do músculo liso uterino e também, estimulação da produção de prostaglandinas, pelo
útero, que ativará o músculo liso uterino.

O parto depende tanto da secreção de ocitocina quanto da produção das prostaglandinas, porque
sem estas, não haverá a adequada dilatação do colo do útero e conseqüentemente, o parto não irá
progredir normalmente. Não são bem conhecidos os fatores desencadeantes do trabalho de parto,
mas sabe-se que, quando o hipotálamo do feto alcança certo grau de maturação, estimula a hipófise
fetal a liberar ACTH. Agindo sobre a adrenal do feto, esse hormônio aumenta a secreção de cortisol
e outros hormônios, que estimulam a placenta a secretar prostaglandinas. Estas promovem
contrações da musculatura lisa do útero. Ainda não se sabe o que impede o parto prematuro, uma
vez que nas fases finais da gravidez, há uma elevação do nível de ocitocina e de seus receptores, o
que poderia ocasionar o início do trabalho de parto, antes do fim total da gravidez. Existem
possíveis fatores inibitórios do trabalho de parto, como a proporção estrogênio/progesterona e o
nível de relaxina, hormônio produzido pelo corpo lúteo do ovário.
A progesterona mantém seus níveis elevados durante toda a gravidez, inibindo o músculo liso
uterino e bloqueando sua resposta a ocitocina e as prostaglandinas. O estrogênio aumenta o grau de
contratilidade uterina. Na última etapa da gestação, o estrogênio tende a aumentar mais que a
progesterona, o que faz com que o útero consiga ter uma contratilidade maior.
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A relaxina aumenta o número de receptores para a ocitocina, além de produzir um ligeiro
amolecimento das articulações pélvicas (articulações da bacia) e das suas cápsulas articulares,
dando-lhes a flexibilidade necessária para o parto (por provocar remodelamento do tecido
conjuntivo, afrouxa a união entre os ossos da bacia e alarga o canal de passagem do feto). Tem ação
importante no útero para que ele se distenda, a medida em que o bebê cresce. O nível de relaxina
aumenta ao máximo antes do parto e depois cai rapidamente.
Ainda não se conhecem os fatores que realmente interferem no trabalho de parto, mas uma vez que
ele tenha iniciado, há um aumento no nível de ocitocina, elevando muito sua secreção, o que
continua até a expulsão do feto.

Os Hormônios E Os Mecanismos Da Lactação

Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos e dos dutos para a lactação.
Isto ocorre devido à ação dos hormônios progesterona e estrogênio. O lactogênio placentário e a
prolactina também são muito importantes na preparação das mamas.
A prolactina começa a ser produzida ainda na puberdade, mas em pequena quantidade. O surto
deste hormônio acontece em decorrência da gravidez, e é aumentado, gradativamente, durante a
amamentação. Tal hormônio é responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos
mamários. O lactogênio placentário age como a prolactina, desenvolvendo os alvéolos.
Estes dois hormônios estão presentes durante toda a gravidez, porém suas quantidades não são
aumentadas, devido a inibição causada pelos altos níveis de progesterona e estrogênio. Ao final do
trabalho de parto, há uma queda nos níveis destes dois últimos hormônios, ocasionando um
aumento nas quantidades de prolactina e lactogênio placentário, o que possibilita o início da
produção de leite. Enquanto houver a sucção do mamilo pelo bebê, a prolactina continuará
produzindo leite. Isto acontece porque quando o bebê faz esta sucção nos mamilos, estimula o
hipotálamo a secretar o fator liberador da prolactina, mantendo seus níveis e, conseqüentemente, a
produção de leite. A produção de leite só irá diminuir ou cessar completamente se a mãe não
amamentar seu filho, pois neste caso, não haverá mais a estimulação decorrente da sucção do
mamilo. A sucção do mamilo também estimulará a hipófise anterior, que irá secretar ocitocina. Este
hormônio é o responsável pela ejeção do leite. Tal mecanismo ocorre porque a ocitocina contrai os
músculos ao redor dos alvéolos, fazendo com que o leite caminhe até o mamilo. O leite só começa a
ser produzido depois do primeiro dia do nascimento. Até este período, haverá a secreção e liberação
do colostro, que é um líquido aquoso, de cor amarelada, que contém anticorpos maternos.

BIBLIOGRAFIA

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GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier Ed.,
2006.
ATLAS INTERATIVO DE ANATOMIA HUMANA. Artmed Editora.
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Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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