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APERFEIÇOAMENTO DA FORMULA DO SABÃO DE COCO COM

REDUÇÃO DE CUSTO E CONSTATAÇÃO DA EFICIÊNCIA ATRAVÉS


DE ANÁLISE QUALITATIVA, QUANTITATIVA

Luís Fernando Bruxel ¹


Jeremias Becker Soares Junior ²

Resumo: Este artigo apresenta um estudo do aperfeiçoamento na formulação do sabão de coco, com a
constatação da eficiência através de análises qualitativas e quantitativas. Como introdução, um breve relato sobre
a história do sabão, identificando quem desvendou a estrutura das gorduras, mostrando que a formação do sabão
é uma reação química. A seguir, a descrição das principais matérias prima que compõem a fabricação dos sabões
e os principais componentes alcalinos para que ocorra a reação de saponificação. Também, a descrição dos tipos
de gorduras, saturadas e insaturadas, os principais ácidos graxos saturados e insaturados que compõem óleos e
gorduras com seus respectivos pontos de fusão. Por fim, discorre sobre o processo de saponificação, como
ocorre, qual a reação envolvida e o que forma, a associação entre os índices de iodo e saponificação e o ponto de
fusão da gordura e quais são suas importâncias, mais especificamente do sabão de coco. A metodologia analítica
e de trabalho utilizada para conseguir chegar ao resultado esperado está descrita no artigo, bem como fórmulas
e tabelas de resultados e análises. Analisando o processo de fabricação do sabão de coco, do recebimento da
matéria prima até o produto acabado, constatou-se que o óleo de coco interferia diretamente no rendimento e
dureza. Incrementando a formula com Sulfato de sódio poderia ser uma melhor performance, porém com
aumento do custo final. Analisando as melhores propostas obteve-se como resultado final um rendimento de
6,22% a mais na produção, reduzindo custos e melhorando a qualidade do produto final.

Palavras chaves: Sabão; matérias primas; tabela; saponificação; metodologia; ácidos graxos; sabão de coco.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo resgata parte da história, como foi descoberto o sabão, quem foi o químico
responsável por desvendar a estrutura das gorduras e por comprovar que a transformação de
gordura em sabão é uma reação química.

¹ Aluno do curso técnico em química, Centro Universitário –UNIVATES, Lajeado/RS.


bruxelmilitar@yahoo.com.br
2
Químico industrial, professor Centro Universitário – UNIVATES, Lajeado/RS. jeremiasbsjunior@bol.com.br
Esta pesquisa apresentará diferentes produtos que podem ser utilizados na fabricação
de sabões. O tipo de material utilizado para a saponificação influenciará diretamente na
consistência dos sabões. Neste estudo serão agrupadas as principais matérias primas e como
são utilizadas. Quais as moléculas de gordura presentes nestas matérias primas e quais são
compostas por triglicerídeos sendo elas saturadas ou insaturadas. Na fabricação de sabões é
importante compreender como ocorre a reação de saponificação. O trabalho também abordará
algumas peculiaridades a respeito dos ácidos láuricos, que são gorduras ricas em cadeias
saturadas e formam sabões duros, mesmo tendo um título baixo. Estes conceitos serão
descritos ao longo do artigo.

O mercado dos sabões está cada vez mais competitivo, mantendo-se somente as
marcas com o melhor custo beneficio. Desta forma a necessidade contínua pelo
aprimoramento das fórmulas dos sabões, para alcançar o melhor custo benefício, buscando
sempre manter ou melhorar o padrão esperado para o produto final, resultando em um custo
estável com resultado de margem operacional, sem ter grandes oscilações.

Esta pesquisa teve como objetivo analisar todo o processo de fabricação do sabão de
coco, para corrigir o problema de formação de espuma que interfere diretamente na qualidade,
mais especificamente rendimento e consistência do produto final. Padronização da fórmula e
os procedimentos, de acordo com a metodologia de trabalho desenvolvida para alcançar às
características de qualidade, físico-química, cor, dureza, rendimento e custos estáveis do
produto final.

Ao longo do estudo proposto, serão apresentados os métodos aplicados para o


aperfeiçoamento da fórmula do sabão de coco, quais tipos de testes que foram realizados e as
dificuldades encontradas até chegar ao objetivo.

2 HISTÓRIA DO SABÃO

A fabricação de sabão é uma das mais antigas atividades industriais da nossa


civilização. Têm-se registros desde o ano 2800 a.C. da Antiga Babilônia. (BORSATO, 2004).
Depois no ano de 1500 a.C registros dos egípcios que utilizavam um material
semelhante ao sabão para tratamento de doenças de pele e também para o banho.

Nesses mais de 4500 anos de existência, a indústria saboeira evoluiu, acumulando


enorme experiência prática, além de estudos teóricos desenvolvidos por incansáveis
pesquisadores. (BORSATO, 2004).

Segundo (BORSATO, 2004), sabão, “descoberto”, surgiu gradualmente de misturas


brutas de materiais alcalinos e matérias graxas. Somente a partir do século XIII que o sabão
começou a ser produzido em quantidades condizentes com a classificação de indústria. Onde
até então se pensava que o sabão fosse uma mistura mecânica de gordura, nos princípios do
século XIX Chevreul, um químico Francês, graças os seus exaustivos trabalhos, desvendou a
estrutura das gorduras e mostrou que a formação de sabão era uma reação química. Nesta
mesma época, Domier completou tais pesquisas recuperando a glicerina das misturas de
saponificação.

Conforme (BORSATO, 2004), o químico Francês Nicolas Leblanc, após dezesseis


anos de pesquisa, sintetizou o carbonato de sódio através de aquecimento do cloreto de sódio
com ácido sulfúrico. Com esta descoberta, que foi patenteada em 1791, a fabricação do sabão
tornou-se uma grande indústria. Hoje em dia o Carbonato de sódio é obtido através do
processo Solvay, mais prático e econômico que o processo anterior.

3 MATÉRIAS PRIMAS DOS SABÕES

Segundo (RITTNER 1995), matérias primas que podem compor a fabricação dos
sabões são agrupadas em diferentes tipos, como:

 Materiais saponificáveis;
 Materiais alcalinos para saponificação;
 Aditivos com função ativa na detergência;

Os materiais saponificáveis que através da reação de saponificação com os alcalinos


vão dar origem aos sais de ácidos graxos orgânicos, apresentaram propriedades detergentes e
tensoativas, proporciona em sua molécula a parte aniônica constituída de matérias graxas,
sendo elas:

 Óleos e gorduras animais;


 Óleos e gorduras vegetais;
 Ácidos graxos;
 Borras de refinação alcalina de óleos vegetais;

Há vários tipos de materiais alcalinos para saponificação, cada material que ocasionara
a saponificação vai dar uma característica em específico do produto final, dando a este
produto características de dureza ou mole. Conhecendo estas particularidades saberemos qual
produto esperamos obter.

Conforme (RITTNER 1995), é determinante o meio que a matéria saponificável vai


saponificar para dar as características esperadas, os principais materiais alcalinos para
saponificação são: Hidróxido de sódio; Hidróxido de potássio; Amônia.

Descreve (BORSATO, 2004), a solubilidade dos sabões depende do tamanho da


cadeia carbônica e do grupo hidrofílico e tem influência sobre o seu poder detergente. Para
cadeias alifáticas, de formula geral CH3 3-(CH2)n - COO- X+ (X = Na ou K), as atividades
sobre a tensão superficial e as propriedades coloidais da solução dos seus sais aparecem
quando n é igual ou superior a oito. Acima de vinte os sais alcalinos são praticamente
insolúveis em água fria e não podem ser utilizados como sabão. A solubilidade também é
influenciada pela presença de duplas ligações na cadeia carbônica. Para uma molécula de
tensoativo, com igual número de átomos de carbono, quanto maior a instauração, maior a
solubilidade em água.

Todas as moléculas de gorduras, de diferentes origens, são compostas de moléculas de


triglicerídeos. Eles são classificados conforme a cadeia saturada e insaturada dos ácidos
graxos que a compõem.

Quando todos os átomos de carbono estão ligados a pelo menos dois átomos de
hidrogênio, o acido graxo se diz saturado, quando existir uma ou mais duplas ligações
gerando carbonos ligados a um só átomo de hidrogênio, eles são chamados de ácidos
insaturados. (BORSATO, 2004).

Observa-se na Tabela 01, um aumento crescente do ponto de fusão, onde a partir do


ácido cáprico os ácidos graxos encontram-se no estado sólido.

Tabela 01 – Principais ácidos graxos saturados que compõem óleos e gorduras com
seus respectivos pontos de fusão.
Símbolo Nome sistemático Nome trivial Ponto de fusão (0ºC)
C 4:0 Butanoico Butírico - 5,3
C 6:0 Hexanoico Caproico - 3,2
C 8:0 Octanoico Caprílico 16,5
C 10:0 Decanoico Cáprico 31,6
C 12:0 Dodecanoico Láurico 44,8
C 14:0 Tetradecanoico Mirístico 54,4
C 16:0 Hexadecanoico Palmítico 62,9
C 18:0 Octadecanoico Esteárico 70,1
C 20:0 Eicosanoico Arquídico 76,1
Fonte: (BAILEY, 1961).

Na Tabela 02, as insaturações presentes associam-se às gorduras líquidas de mais


baixo ponto de fusão, maior solubilidade e maior reatividade química, nota-se que apenas o
ácido vacênico se encontra sólido a temperatura ambiente.

Tabela 02 – Principais ácidos graxos insaturados que compõem óleos e gorduras com
seus respectivos pontos de fusão.
Ponto de fusão
Símbolo Nome sistemático Nome trivial
(0ºC)
C 16:1 (∆9) 9-hexadecenoico Palmitoleico 0,0
C 18:1 (∆9) 9-octadecenoico Oleico 16,3
C 18: 11 (∆11) 11-octadecenoico Vacênico 39,5
C 18: 2 (∆9, 12) 9,12-octadecadienoico Linoleico -5,0
C 18:3 (∆9, 12, 15) 9,12,15-octadecatrienoico Linolênico -11,0
C 20:4 (∆5, 8, 11, 14) 5,8,11,14-eicosatetraenoico Arquidônico -49,5
Fonte: (BAILEY, 1961).
3.1 Saponificação

Segundo (WOOLLATT, 1985), o processo de saponificação é uma hidrólise, na qual


um éster converte-se em um álcool e um sal do ácido correspondente, esta reação é possível
por ter adicionado junto à gordura ou óleos, um meio de hidróxido alcalino. O tempo da
reação vai variar de acordo com a área de contato entre o álcali e a matéria a ser saponificada.

O sabão é obtido através da incorporação de matéria graxa com uma solução aquosa
de álcali numa proporção que dependerá da escolha do álcali a ser utilizada e agitação no
tacho de saponificação, as mais comuns são hidróxido de sódio e hidróxido de potássio. A
quantidade do meio a ser incorporada vai depender do índice de saponificação de cada
matéria graxa a ser saponificada. (WOOLLATT, 1985).

Conforme (RITTNER 1995), a composição, as propriedades físicas óleos e gorduras


esta relacionada diretamente na hora da saponificação e formação do produto final. Índice de
Saponificação elevado corresponde a gorduras de baixo peso molecular e, portanto, de baixo
título. Similarmente, gorduras de elevado Índice de Iodo, ricas em estruturas oleifínicas
possuem também baixo título. O baixo Título de uma matéria graxa está associado a dois
fatores que dificultam a formação de micelas rígidas e segregativas, ou seja: cadeias pequenas
e cadeias oleifínicas.

As associações de Sebo e Óleos de origem láurica, para fabricação de sabão,


proporcionam misturas de ácidos graxos desde o C₆ (Capróico) até os C₁₈ (Esteárico e
Oléico). Essa diversidade de ácidos graxos de cadeias de tamanhos diferentes formara um
equilíbrio no produto acabado, dependendo de que tipo de sabão se deseja obter. (RITTNER
1995).

RITTNER 1995, descreve que as gorduras de origem láurica apresentam algumas


características particularmente interessantes, quando comparadas com outros óleos ricos em
ácido graxos insaturados, oléico e linoléico, principalmente.

Ao contrário das outras matérias graxas, os láuricos são altamente saturados, formando
sabões duros a despeito dos seus baixos títulos. Assim, formulações ricas em láuricos afetam
menos a performance das extrusoras que as formulações ricas em óleos de elevado índice de
iodo. Um exemplo prático de matéria graxa composta de ácidos láuricos e a gordura vegetal
utilizada neste trabalho, o óleo de coco, ele juntamente com sebo bovino apresentam um bom
balanço entre as gorduras, obtendo um ótimo resultado no produto final. Dependendo do meio
álcali escolhido vai influenciar diretamente na dureza do sabão acabado, onde sabões
formulados com hidróxido de potássio formam sabões moles já com hidróxido de sódio
formara sabões duros. Portanto é de suma importância o balanço de formula e a escolha do
álcali adequado para fabricação de sabões. (RITTNER 1995)

4 METODOLOGIA ANALÍTICA

Para realização das análises utilizou-se a metodologia analítica padrão conforme


consta no manual de BPF (boas praticas de fabricação) da empresa, cujo manual segue a
portaria nº 327, de 30 de julho de 1997.

Executaram-se oito análises diferentes em cada amostra:

 Alcalinidade Livre – Determinar o % de Hidróxido de sódio livre presente na


amostra;
 Umidade – Determinar o % de umidade na amostra;
 Cloretos – Determinação de cloreto se sódio presente na amostra;
 Título – Determinar o ponto de fusão da mistura de ácidos graxos de um
triglicerídeo. O resultado dependerá do peso molecular e do grau de instauração;
 AGT – Determinar a quantidade de Ácidos Graxos Totais presente na amostra;
 Índice de Iodo – Determinar a instauração da matéria graxa presente na amostra.
 Insolúveis em Água e Álcool – Quantificar as substâncias insolúveis presentes na
amostra;
 Índice de saponificação – É a quantidade de Hidróxido de potássio necessário para
saponificar 1g de gordura, isto é, neutralizar os ácidos graxos.

A análise de materiais solúveis em álcool é a totalidade do sabão anidro, quase todo o


NaCl e parte de alguns sais inorgânicos;
Materiais insolúveis em álcool – constituído pela maior parte dos sais alcalinos
(carbonatos, boratos, silicatos, fosfatos, bem como sulfatos e o amido). Esses sais não são
completamente insolúveis em álcool, o método não permite uma determinação exata, a qual
pode ser feita através de métodos específicos para cada um desses sais.

5 METODOLOGIA DE TRABALHO

Para comparar a melhoria, efetuou-se inicialmente algumas análises no sabão de coco


na fórmula usual e subsequente na espuma gerada.

Com base nos resultados das análises supracitadas acima, montou-se a Tabela 03 para
melhor visualizar os resultados.

Tabela 03 – Resultados analítico das amostras de sabão duro, mole e a espuma gerada no final
do processo de saponificação
Titulo Ins. Ins. I. Iodo
Amostras Umidade Alcalinidade Cloretos AGT
ºC Água Álcool g/I2

Duro 60,6% 0,40% 2,50% 34,3 24,2% 0,0% 4,60% 32,0


Mole 59,5% 0,42% 2,22% 34 23,7% 0,0% 6,40% 32,15
Espuma 51,5% 0,40% 2,33% 33 33,0% 0,0% 8,00% 32,25
Autor: Do autor

Com base nos resultados efetuou-se diversos testes, no total de 8, com a finalidade de
resolver o problema na formulação da formação de espuma no final do processo e
consequentemente obter sabões com melhores padrões de qualidade físico-químicas.

Para iniciar os testes, realizou-se uma pequena reunião com o formulador e o analista,
e um brainstorming (chuva de idéias), onde decidiu-se que seriam feitas algumas análises na
matéria prima utilizada no processo. Segundo (RITTNER, 1995) o índice de saponificação
está muito relacionado com a dureza, índice muito baixo faz com o sabão seja mais propenso
a ficar mole, portanto é de suma importância à análise das matérias graxas. Outras
características da gordura que influenciam diretamente na dureza do sabão é o Título e o
Índice de Iodo.
Foram analisadas quantitativamente as matérias primas utilizadas: óleo de coco e sebo
bovino. Obtendo-se os seguintes resultados conforme Tabela 04.

Tabela 4 – Resultados das análises do óleo de coco e sebo bovino


Ind. d/ Ind. d/
Amostra Título Acidez
Iodo saponi
g/I2 / mg
- Cº %
100g KOH/g

Óleo de coco 23,2 15,9 255 0,9

Sebo Bovino 42,6 44,3 199,4 1,38

Autor: Do autor

Embasado nestas informações deu-se início aos testes para aperfeiçoar a formulação
do sabão de coco com a finalidade de diminuir a espuma gerada no processo e ter um produto
final mais uniforme.

Definiu-se que os testes a serem realizados constituiriam três formas diferentes de


aplicação:
1ª. Mudança de incorporação de matéria prima no processo;
2ª. Adição de matérias primas com características de deixar os sabões mais duros;
3ª. Troca de matéria prima.

Teste 1 – Mudança da incorporação da água no processo de saponificação

No primeiro teste, conforme formulação da Tabela 5, alterou-se a quantidade de água


que era incorporada junto com hidróxido de sódio, para a obtenção de um meio alcalino mais
concentrado na saponificação.

Tabela 5 – Formulação utilizada


Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,37
Babaçu Branqueado 8,84
Soda Cáustica 10,01 10,6
Cloreto de Sódio 10,6 2,24
Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Bar rilha 13,35 4,54
Silicato de Sódio
Alcalino 2,95 3,24
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,44
Branqueador 0,24 0,24
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,06
Total 100%
Autor: Do autor

Teste 2 – Incorporação de matéria prima com finalidade de deixar o sabão mais duro

Formulou-se utilizando a mesma formulação do teste 01, com diferença a Água que
incorpora junto com o Hidróxido de sódio foi aumentado e consequente foi reduzido no
percentual de água no cloreto de sódio segundo Tabela 6. Com finalidade de manter a fórmula
balanceada. Adicionou-se 0,45% de Sulfato de sódio ao término da saponificação.

Tabela 6 – Incorporação de 0,45% de sulfato


Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,31
Babaçu Branqueado 8,79
Soda Cáustica 13,5 10,55
Cloreto de Sódio 7,03 2,23
Barrilha 13,5 4,51
Silicato de Sódio Alcalino 2,93 3,22
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,35
Branqueador 0,23 0,23
Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,06
Sulfato de sódio 0,45
Total 100%
Autor: Do autor

Teste 3 – Incorporação de 1% de sulfato de sódio

Com a intenção de conseguir endurecer mais o sabão e diminuir a espuma gerada no


processo, efetuou-se uma mesma formulação, Tabela7, porém aumentou-se o percentual de
sulfato na fórmula, que passou de 0,45% a 1,0% do mesmo.

Tabela 7 – Incorporação de 1% de Sulfato


Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,25
Babaçu Branqueado 8,75
Soda Cáustica 13,4 10,5
Cloreto de Sódio 7,00 2,22
Barrilha 13,4 4,49
Silicato de Sódio Alcalino 2,92 3,21
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,24
Branqueador 0,23 0,23
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,05
Sulfato de sódio 1,00
Total 100%
Autor: Do autor
Teste 4 – Incorporação de 0,22% Sulfato de sódio com redução de 10 % cloreto de sódio

Para incorporação do sulfato na formulação e manter as características desejadas foi


feito um ajuste. Efetuou-se uma redução de 10% de cloreto de sódio da formula, devido à
existência de 10% de cloreto de sódio na matéria prima Sulfato de sódio. Segundo formulação
apresentada na Tabela 08. O Sulfato de sódio foi misturado com o cloreto de sódio e
incorporado na formulação.

Tabela 8 – Redução de cloreto de sódio na formulação


Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,4
Babaçu Branqueado 8,86
Soda Cáustica 13,58 10,63
Cloreto de Sódio 7,08 2,02
Barrilha 13,58 4,55
Silicato de Sódio Alcalino 2,95 3,25
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,48
Branqueador 0,24
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,06
Sulfato de sódio 0,22
Total 100%
Autor: Do autor

Teste 5 – Incorporação de 0,60% Sulfato de sódio com redução de 10 % cloreto de sódio

Realizou-se uma nova formulação com redução de 10% de cloreto de sódio,


incorporou-se 0,60% de sulfato de sódio com a finalidade de obtermos um sabão mais
homogêneo, com o aspecto de dureza mais homogêneo.
Teste 5.1 – Incorporação de 0,60% Sulfato de sódio com redução de 10 % cloreto de
sódio e modificação da incorporação do hidróxido de sódio

Efetuou-se novamente o teste no dia subsequente conforme Tabela 09, com as mesmas
condições, com a finalidade de descansar o tempo adequado.

Tabela 9 – Formulação dos testes 5 e 5.1


Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,4
Babaçu Branqueado 8,86
Soda Cáustica 13,58 10,63
Cloreto de Sódio 7,08 2,02
Barrilha 13,58 4,55
Silicato de Sódio Alcalino 2,95 3,25
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,48
Branqueador 0,24
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,06
Sulfato de sódio 0,22
Total 100%
Autor: Do autor

Teste 6 – Incorporação de 0,90% Sulfato de sódio com redução de 10 % cloreto de sódio

Iniciou-se um novo teste com a incorporação de 0,90% de sulfato de sódio, a fim de se


obter um sabão com menos espuma na formulação, e mais duro, conforme Tabela 10
diminuiu-se um produto relativamente comum o cloreto de sódio por sulfato de sódio cujo
preço é mais elevado. Entretanto com o aumento do rendimento do produto final, obtivemos
uma diminuição no custo.
Tabela 10 – Redução de cloreto de sódio na formulação
Percentual
Insumos químicos
Água Insumos
Sebo Branqueado 12,4
Babaçu Branqueado 8,86
Soda Cáustica 13,58 10,63
Cloreto de Sódio 7,08 2,02
Barrilha 13,58 4,55
Silicato de Sódio Alcalino 2,95 3,25
EDTA 0,02
EHDP 0,01
Retrabalho 19,48
Branqueador 0,24
Fragrância 0,08
Álcool 96°GL 1,06
Sulfato de sódio 0,9
Total 100%
Autor: Do autor

Teste 7 – Utilizando a mesma formulação do teste 1, controlando a temperatura de


incorporação do hidróxido de sódio e substituindo a gordura vegetal de coco por outro
lote com diferente índice de Iodo.

Nos testes anteriores aguardava-se a completa saponificação para incorporar os outros


insumos, o que originava um turbilhamento na massa já saponificada, ocasionado formação
de espuma.

Utilizou-se a formulação do teste 1, Tabela 3, substituindo a gordura vegetal de coco


da formulação, suas características são diferentes da que estava sendo utilizada. O que
contribuiu para um produto final de melhor qualidade, mais duro, formulação sem espuma,
rendimento apropriado e consequentemente com um custo estável.

Com base nas análises efetuadas, está determinado que o óleo de coco usado
anteriormente não era de boa qualidade, deixando o sabão mole e gerando espuma em sua
formulação, logo, com o óleo de coco adquirido de um novo fornecedor obtemos o resultado
esperado, sabão mais duro, sem espuma na formulação e com rendimento adequado.
Conforme na Tabela 11, comparativo dos dois óleos vegetais utilizados, verifica-se que o
Índice de iodo do óleo novo apresenta uma diferença de 27,7% a menos que o antigo.

Tabela 11 – Comparação das gorduras vegetais


Ind. d/ Ind. d/
Amostra Título Acidez
Iodo saponi
g/I2 / mg
- Cº %
100g KOH/g
Óleo de coco
23,2 15,9 255 0,9
antigo
Óleo de coco
22,5 11,5 253,6 0,21
novo
Autor: Do autor

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com os resultados analíticos das amostras de sabão: Mole; duro e da espuma gerada
no processo, observaram-se alguns resultados analíticos pertinentes a cada um, chegando-se
aos seguintes resultados encontrados nos testes efetuados conforme Tabela 12.

Tabela 12 – Resultados dos testes encontrados


Titulo Ins. Ins. I. Iodo
Amostras Umidade Alcalinidade Cloretos AGT
ºC Água Álcool g/I2

Teste 1 60,0% 0,36% 2,54% 34 23,0% 0,0% 8,00% 32,15

Teste 2 60,4% 0,34% 2,58% 34 24,8% 0,0% 6,68% 32,15

Teste 3 59,8% 0,42% 2,80% 34,5 24,0% 0,0% 6,75% 32

Teste 4 58,0% 0,32% 2,74% 34,6 26,0% 0,0% 6,85% 32,1

Teste 5 59,5% 0,34% 2,66% 34,5 23,5% 0,0% 6,88% 32,2

Teste 6 58,5% 0,35% 2,70% 34,3 24,8% 0,0% 7,10% 32,2

Teste 7 59,0% 0,33% 2,60% 34,7 25,2% 0,0% 7,14% 31,2

Autor: Do autor
Avaliando os testes da Tabela 12, conscientizemos com RITTNER 1995, que o índice
de iodo está relacionado diretamente com a dureza e a formação de espuma no processo de
saponificação. Realizando os testes foi observado que à medida que se desenvolvia os
resultados do índice de iodo sempre se estearam próximos um do outro, o que ocasionava um
sabão de coco com dureza desuniforme e formação de espuma no processo de saponificação.
Entretanto no teste 5 foi constatada a importância de incorporar-se o hidróxido de sódio
somente quando as gorduras encontram-se a 90ºC, juntamente com adição de sulfato de sódio
apresentou um sabão de melhor dureza. Em consequência do teste 5 ter dado sucesso foi
aumentado o percentual de incorporação do sulfato de sódio no teste 6, obteve-se um
resultado apropriado, porém substituído um insumo de custo mais baixo por um mais alto nos
levou a efetuar um novo teste. No teste 7 utilizando um novo lote de gordura vegetal,
podemos confirmar o que diz RITTNER 1995, sobre o índice de iodo, diminuímos mais de
2,95% em relação ao teste 1, conseguindo constatar que o problema estava relacionado com a
matéria prima, pois conseguimos obter um produto com dureza uniforme, sem formação de
espuma no processo de saponificação e rendimento superior ao esperado e consequente
diminuição do custo.

Em cada teste foi realizado um rastreamento do início ao fim do lote, chegando a


diferentes rendimentos e custos. Segue os resultados conforme Tabela 13 de rendimento de
produto acabado por lote. Observa-se que o teste 7 apresentou melhor rendimento, de 132
caixas com relação aos demais testes, superando o rendimento esperado, de 130 caixas,
obtendo-se assim, um rendimento e um percentual de redução no custo médio.

Tabela 13 – Rendimento de produto acabado e redução do custo médio


Rendimento Média Percentual de
Amostras %
Esperado Encontrada redução
Teste 1 130 Cx 124 cx 95,16 %
Teste 2 130 Cx 126 cx 96,83 %
Teste 3 130 Cx 123 cx 94,31 %
Teste 4 130 Cx 125 cx 96,00 %
Teste 5 130 Cx 128 cx 98,44 %
Teste 6 130 Cx 129 cx 99,22 %
Teste 7 130 Cx 132 cx 101,52 %
Autor: Do autor
Realizando o teste 1 pudemos observar que durante a saponificação ocorreu o
esperado, porém o objetivo final não foi satisfatório, gerando muita espuma no produto.
Atribuímos esta formação da espuma a alta concentração de hidróxido de sódio adicionada no
processo inicial, onde o resultado da análise foi de 0,20% sendo que normalmente a
concentração encontrada é de 0,10% de alcalinidade livre na primeira análise efetuada. Um
fator apresentado na Tabela 03, quando há geração de espuma no final do processo deixamos
de ter maior concentração de gordura no Sabão acabado o que determina baixo grau de AGT
(ácidos graxos Totais), o que causa menor poder de limpeza e um sabão mole.

No teste 02, obteve-se um resultado positivo, uma separação mais rápida no processo,
da espuma e do sabão, se teve uma agilidade no processo, entretanto continuou-se tendo uma
quantidade expressiva de espuma no processo final e um sabão em algumas partes ainda mole.
O Sulfato de sódio foi incorporado seco na formulação. Ocasionando um sabão com refino
aberto.

Verificou-se no teste 3 um desequilíbrio em função do cloreto de sódio, pois o Sulfato


apresenta um percentual de Cloreto, o que dês balanceou a formulação ocorrendo uma
separação lenta e um atraso, o sabão ficou cortado. Iniciando o processo de separação do
glicerol. O que não é desejado neste sabão.

Com o teste 4 tivemos o cuidado de deixar a formula balanceada, onde obtemos um


resultado positivo na formulação, não gerando espuma, e ocorreu uma otimização no
processo, ganho de tempo, porém no produto final obtemos um sabão em determinadas partes
ainda mole. Ainda não atingindo o objetivo esperado.

O teste 5 apresentou bom resultado, pouca espuma na formulação, rendimento e


dureza uniforme, porém houve uma espera de três horas e 15 minutos para o envase das
formas de resfriamento do sabão de coco, o que possibilitou uma separação de 100% da
espuma e o sabão, contudo um tempo que não é adequado para o processo. O normal é uma
hora, o que possibilita a formulação de duas bateladas por dia aumentando a produtividade de
produtos acabados. Em vista disto efetuou-se um novo teste, o 5.1 que se obteve sucesso na
formulação, mas ainda não alcançando o esperado, que é um produto totalmente homogêneo
sem partes moles.
Contudo o teste 5.1 foi de suma importância para obtermos no final do processo de
saponificação um produto sem espuma na formulação, observou-se que o calor que se
encontra as gorduras a serem saponificadas no tacho antes da incorporação do hidróxido de
sódio é muito importante para um produto final de qualidade e sem espuma.

Determinando que seja necessário aquecer as gorduras a 90ºC para se incorporar o


hidróxido de sódio junto com a água no processo. Este procedimento permite que a reação de
saponificação ocorra totalmente durante o aquecimento, deixando de reagir posteriormente.

Realizando o teste 6, substituindo o cloreto de sódio por 0,90% de sulfato de sódio


obtemos um custo elevado devido ao preço da matéria prima ser elevado, entretanto o
rendimento ficou maior deixando o custo menor.

Devido à substituição desta matéria prima efetuou-se um novo teste com a finalidade
de diminuir o custo, utilizando a formulação da Tabela 5, substituindo a gordura vegetal no
teste 7 e alcançando o objetivo esperado. Posterior a este teste está sendo realizado até o
presente momento a formulação com este óleo e respeitando as temperaturas determinadas.
Conversou-se com o comprador para sempre solicitar uma amostra antes de comprar de outro
fornecedor para assim mantermos a qualidade do produto sempre com o mesmo padrão.

7 CONCLUSÃO

Com o presente estudo efetuado, foi possível detectar inadequações no processo que
ocasionavam um problema muito grande no produto final, constatou-se no capitulo que
falamos sobre as matérias primas, o quão é importante às análises das matérias primas para
fabricação do sabão, assim como em qualquer outro seguimento é importante o controle de
qualidade. Verificou-se o problema analisando a gordura vegetal de coco em uso, e a gordura
vegetal de coco recebida no decorrer do trabalho.

Constatou-se um dos grandes problemas na formação da espuma era a perda de ativo


no produto final e rendimento abaixo do esperado, pois a espuma carrega uma quantidade
grande de ativo. Ficando evidenciando no final do processo da saponificação, por meio
qualitativo a redução de espuma.
Observou-se que a variação do índice de iodo da atual gordura para nova, mostrado na
Tabela 11, uma diferença de 27,7% para menos, isso demonstrou que a gordura que estava em
uso tinha um grau de insaturação maior que a gordura nova, isto foi determinante para
redução da espuma, e influenciando diretamente na dureza do produto acabado, o deixando
mais duro.

Verificando o índice de saponificação, podemos observar os dois óleos vegetais


apresentam valores bem próximos um do outro. Uma constatação importante foi feita com a
execução dos testes, que deve-se sempre incorporar o hidróxido de sódio quando a
temperatura das gorduras encontrar-se a 90ºC, para não formar espuma no produto final,
ficando evidenciado o aumento do rendimento por lote de 6,22%.

Conclui-se que e o estudo proposto foi executado com sucesso, conseguindo realizar
todos os objetivos, observando o quanto é complexo a fabricação de sabão, verificando que
apresenta muitos estudos a serem feitos com os diversos tipos de sabão. Podendo ser realizado
para se conseguir diminuir o custo e melhorar a per forma do sabão, realizar uma pesquisa que
possibilite à substituição da gordura vegetal ou animal, por algum substituto, observando as
características pertinentes a cada gordura, dando atenção à cadeia carbônica de cada uma,
procurando um substituto de acordo com as características de cada gordura.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BORSATO, Dionísio; GALÃO, Olívio Fernandes; MOREIRA, Ivanira. Detergentes


Naturais e Sintéticos: Um guia Técnico. 2ª. ed. Londrina. Universidade Estadual de
Londrina. 2004. Edição Revisada.

RITTNER, H. Sabão: tecnologia e utilização. 2ª. ed. São Paulo: Câmara Brasileira do livro.
1995.

BAILEY, E. Alton; Aceites y Grasas Industriales. 2ª ed. Editorial Reverté, S. A. 1961.

WOOLLATT, Edgar; The Manufacture of Soaps, other detergents and glycerine. 1ª ed.
British Library Cataloguing in Publication Data, 1985.

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