Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Resumo: Este artigo apresenta um estudo do aperfeiçoamento na formulação do sabão de coco, com a
constatação da eficiência através de análises qualitativas e quantitativas. Como introdução, um breve relato sobre
a história do sabão, identificando quem desvendou a estrutura das gorduras, mostrando que a formação do sabão
é uma reação química. A seguir, a descrição das principais matérias prima que compõem a fabricação dos sabões
e os principais componentes alcalinos para que ocorra a reação de saponificação. Também, a descrição dos tipos
de gorduras, saturadas e insaturadas, os principais ácidos graxos saturados e insaturados que compõem óleos e
gorduras com seus respectivos pontos de fusão. Por fim, discorre sobre o processo de saponificação, como
ocorre, qual a reação envolvida e o que forma, a associação entre os índices de iodo e saponificação e o ponto de
fusão da gordura e quais são suas importâncias, mais especificamente do sabão de coco. A metodologia analítica
e de trabalho utilizada para conseguir chegar ao resultado esperado está descrita no artigo, bem como fórmulas
e tabelas de resultados e análises. Analisando o processo de fabricação do sabão de coco, do recebimento da
matéria prima até o produto acabado, constatou-se que o óleo de coco interferia diretamente no rendimento e
dureza. Incrementando a formula com Sulfato de sódio poderia ser uma melhor performance, porém com
aumento do custo final. Analisando as melhores propostas obteve-se como resultado final um rendimento de
6,22% a mais na produção, reduzindo custos e melhorando a qualidade do produto final.
Palavras chaves: Sabão; matérias primas; tabela; saponificação; metodologia; ácidos graxos; sabão de coco.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo resgata parte da história, como foi descoberto o sabão, quem foi o químico
responsável por desvendar a estrutura das gorduras e por comprovar que a transformação de
gordura em sabão é uma reação química.
O mercado dos sabões está cada vez mais competitivo, mantendo-se somente as
marcas com o melhor custo beneficio. Desta forma a necessidade contínua pelo
aprimoramento das fórmulas dos sabões, para alcançar o melhor custo benefício, buscando
sempre manter ou melhorar o padrão esperado para o produto final, resultando em um custo
estável com resultado de margem operacional, sem ter grandes oscilações.
Esta pesquisa teve como objetivo analisar todo o processo de fabricação do sabão de
coco, para corrigir o problema de formação de espuma que interfere diretamente na qualidade,
mais especificamente rendimento e consistência do produto final. Padronização da fórmula e
os procedimentos, de acordo com a metodologia de trabalho desenvolvida para alcançar às
características de qualidade, físico-química, cor, dureza, rendimento e custos estáveis do
produto final.
2 HISTÓRIA DO SABÃO
Segundo (RITTNER 1995), matérias primas que podem compor a fabricação dos
sabões são agrupadas em diferentes tipos, como:
Materiais saponificáveis;
Materiais alcalinos para saponificação;
Aditivos com função ativa na detergência;
Há vários tipos de materiais alcalinos para saponificação, cada material que ocasionara
a saponificação vai dar uma característica em específico do produto final, dando a este
produto características de dureza ou mole. Conhecendo estas particularidades saberemos qual
produto esperamos obter.
Quando todos os átomos de carbono estão ligados a pelo menos dois átomos de
hidrogênio, o acido graxo se diz saturado, quando existir uma ou mais duplas ligações
gerando carbonos ligados a um só átomo de hidrogênio, eles são chamados de ácidos
insaturados. (BORSATO, 2004).
Tabela 01 – Principais ácidos graxos saturados que compõem óleos e gorduras com
seus respectivos pontos de fusão.
Símbolo Nome sistemático Nome trivial Ponto de fusão (0ºC)
C 4:0 Butanoico Butírico - 5,3
C 6:0 Hexanoico Caproico - 3,2
C 8:0 Octanoico Caprílico 16,5
C 10:0 Decanoico Cáprico 31,6
C 12:0 Dodecanoico Láurico 44,8
C 14:0 Tetradecanoico Mirístico 54,4
C 16:0 Hexadecanoico Palmítico 62,9
C 18:0 Octadecanoico Esteárico 70,1
C 20:0 Eicosanoico Arquídico 76,1
Fonte: (BAILEY, 1961).
Tabela 02 – Principais ácidos graxos insaturados que compõem óleos e gorduras com
seus respectivos pontos de fusão.
Ponto de fusão
Símbolo Nome sistemático Nome trivial
(0ºC)
C 16:1 (∆9) 9-hexadecenoico Palmitoleico 0,0
C 18:1 (∆9) 9-octadecenoico Oleico 16,3
C 18: 11 (∆11) 11-octadecenoico Vacênico 39,5
C 18: 2 (∆9, 12) 9,12-octadecadienoico Linoleico -5,0
C 18:3 (∆9, 12, 15) 9,12,15-octadecatrienoico Linolênico -11,0
C 20:4 (∆5, 8, 11, 14) 5,8,11,14-eicosatetraenoico Arquidônico -49,5
Fonte: (BAILEY, 1961).
3.1 Saponificação
O sabão é obtido através da incorporação de matéria graxa com uma solução aquosa
de álcali numa proporção que dependerá da escolha do álcali a ser utilizada e agitação no
tacho de saponificação, as mais comuns são hidróxido de sódio e hidróxido de potássio. A
quantidade do meio a ser incorporada vai depender do índice de saponificação de cada
matéria graxa a ser saponificada. (WOOLLATT, 1985).
Ao contrário das outras matérias graxas, os láuricos são altamente saturados, formando
sabões duros a despeito dos seus baixos títulos. Assim, formulações ricas em láuricos afetam
menos a performance das extrusoras que as formulações ricas em óleos de elevado índice de
iodo. Um exemplo prático de matéria graxa composta de ácidos láuricos e a gordura vegetal
utilizada neste trabalho, o óleo de coco, ele juntamente com sebo bovino apresentam um bom
balanço entre as gorduras, obtendo um ótimo resultado no produto final. Dependendo do meio
álcali escolhido vai influenciar diretamente na dureza do sabão acabado, onde sabões
formulados com hidróxido de potássio formam sabões moles já com hidróxido de sódio
formara sabões duros. Portanto é de suma importância o balanço de formula e a escolha do
álcali adequado para fabricação de sabões. (RITTNER 1995)
4 METODOLOGIA ANALÍTICA
5 METODOLOGIA DE TRABALHO
Com base nos resultados das análises supracitadas acima, montou-se a Tabela 03 para
melhor visualizar os resultados.
Tabela 03 – Resultados analítico das amostras de sabão duro, mole e a espuma gerada no final
do processo de saponificação
Titulo Ins. Ins. I. Iodo
Amostras Umidade Alcalinidade Cloretos AGT
ºC Água Álcool g/I2
Com base nos resultados efetuou-se diversos testes, no total de 8, com a finalidade de
resolver o problema na formulação da formação de espuma no final do processo e
consequentemente obter sabões com melhores padrões de qualidade físico-químicas.
Para iniciar os testes, realizou-se uma pequena reunião com o formulador e o analista,
e um brainstorming (chuva de idéias), onde decidiu-se que seriam feitas algumas análises na
matéria prima utilizada no processo. Segundo (RITTNER, 1995) o índice de saponificação
está muito relacionado com a dureza, índice muito baixo faz com o sabão seja mais propenso
a ficar mole, portanto é de suma importância à análise das matérias graxas. Outras
características da gordura que influenciam diretamente na dureza do sabão é o Título e o
Índice de Iodo.
Foram analisadas quantitativamente as matérias primas utilizadas: óleo de coco e sebo
bovino. Obtendo-se os seguintes resultados conforme Tabela 04.
Autor: Do autor
Embasado nestas informações deu-se início aos testes para aperfeiçoar a formulação
do sabão de coco com a finalidade de diminuir a espuma gerada no processo e ter um produto
final mais uniforme.
Teste 2 – Incorporação de matéria prima com finalidade de deixar o sabão mais duro
Formulou-se utilizando a mesma formulação do teste 01, com diferença a Água que
incorpora junto com o Hidróxido de sódio foi aumentado e consequente foi reduzido no
percentual de água no cloreto de sódio segundo Tabela 6. Com finalidade de manter a fórmula
balanceada. Adicionou-se 0,45% de Sulfato de sódio ao término da saponificação.
Efetuou-se novamente o teste no dia subsequente conforme Tabela 09, com as mesmas
condições, com a finalidade de descansar o tempo adequado.
Com base nas análises efetuadas, está determinado que o óleo de coco usado
anteriormente não era de boa qualidade, deixando o sabão mole e gerando espuma em sua
formulação, logo, com o óleo de coco adquirido de um novo fornecedor obtemos o resultado
esperado, sabão mais duro, sem espuma na formulação e com rendimento adequado.
Conforme na Tabela 11, comparativo dos dois óleos vegetais utilizados, verifica-se que o
Índice de iodo do óleo novo apresenta uma diferença de 27,7% a menos que o antigo.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com os resultados analíticos das amostras de sabão: Mole; duro e da espuma gerada
no processo, observaram-se alguns resultados analíticos pertinentes a cada um, chegando-se
aos seguintes resultados encontrados nos testes efetuados conforme Tabela 12.
Autor: Do autor
Avaliando os testes da Tabela 12, conscientizemos com RITTNER 1995, que o índice
de iodo está relacionado diretamente com a dureza e a formação de espuma no processo de
saponificação. Realizando os testes foi observado que à medida que se desenvolvia os
resultados do índice de iodo sempre se estearam próximos um do outro, o que ocasionava um
sabão de coco com dureza desuniforme e formação de espuma no processo de saponificação.
Entretanto no teste 5 foi constatada a importância de incorporar-se o hidróxido de sódio
somente quando as gorduras encontram-se a 90ºC, juntamente com adição de sulfato de sódio
apresentou um sabão de melhor dureza. Em consequência do teste 5 ter dado sucesso foi
aumentado o percentual de incorporação do sulfato de sódio no teste 6, obteve-se um
resultado apropriado, porém substituído um insumo de custo mais baixo por um mais alto nos
levou a efetuar um novo teste. No teste 7 utilizando um novo lote de gordura vegetal,
podemos confirmar o que diz RITTNER 1995, sobre o índice de iodo, diminuímos mais de
2,95% em relação ao teste 1, conseguindo constatar que o problema estava relacionado com a
matéria prima, pois conseguimos obter um produto com dureza uniforme, sem formação de
espuma no processo de saponificação e rendimento superior ao esperado e consequente
diminuição do custo.
No teste 02, obteve-se um resultado positivo, uma separação mais rápida no processo,
da espuma e do sabão, se teve uma agilidade no processo, entretanto continuou-se tendo uma
quantidade expressiva de espuma no processo final e um sabão em algumas partes ainda mole.
O Sulfato de sódio foi incorporado seco na formulação. Ocasionando um sabão com refino
aberto.
Devido à substituição desta matéria prima efetuou-se um novo teste com a finalidade
de diminuir o custo, utilizando a formulação da Tabela 5, substituindo a gordura vegetal no
teste 7 e alcançando o objetivo esperado. Posterior a este teste está sendo realizado até o
presente momento a formulação com este óleo e respeitando as temperaturas determinadas.
Conversou-se com o comprador para sempre solicitar uma amostra antes de comprar de outro
fornecedor para assim mantermos a qualidade do produto sempre com o mesmo padrão.
7 CONCLUSÃO
Com o presente estudo efetuado, foi possível detectar inadequações no processo que
ocasionavam um problema muito grande no produto final, constatou-se no capitulo que
falamos sobre as matérias primas, o quão é importante às análises das matérias primas para
fabricação do sabão, assim como em qualquer outro seguimento é importante o controle de
qualidade. Verificou-se o problema analisando a gordura vegetal de coco em uso, e a gordura
vegetal de coco recebida no decorrer do trabalho.
Conclui-se que e o estudo proposto foi executado com sucesso, conseguindo realizar
todos os objetivos, observando o quanto é complexo a fabricação de sabão, verificando que
apresenta muitos estudos a serem feitos com os diversos tipos de sabão. Podendo ser realizado
para se conseguir diminuir o custo e melhorar a per forma do sabão, realizar uma pesquisa que
possibilite à substituição da gordura vegetal ou animal, por algum substituto, observando as
características pertinentes a cada gordura, dando atenção à cadeia carbônica de cada uma,
procurando um substituto de acordo com as características de cada gordura.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
RITTNER, H. Sabão: tecnologia e utilização. 2ª. ed. São Paulo: Câmara Brasileira do livro.
1995.
WOOLLATT, Edgar; The Manufacture of Soaps, other detergents and glycerine. 1ª ed.
British Library Cataloguing in Publication Data, 1985.