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9.099/95.
DA FASE PRELIMINAR
O procedimento pode ser iniciado tanto pelo querelante como pela autoridade
policial, nos termos do art. 69, da lei 9.099/95. Em regra, não há inquérito.
Porém, quando o autor do fato é desconhecido, o procedimento investigatório
é utilizado.
Inicialmente, cabe destacar que a prisão em flagrante nos juizados especiais
criminais não segue os mesmos ditames dos procedimentos ordinário e
sumário. De acordo com a primeira parte do p.ú do art. 69, da lei 9.099/95, “ ao
autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão
em flagrante, nem se exigirá fiança. ”
O primeiro ato é a lavratura do termo circunstanciado e o seu envio ao juizado.
O termo nada mais é que a uma investigação simples, com declarações dos
envolvidos, objetivando evidenciar elementos que atestem a materialidade e a
autoria do delito. É nesse instrumento que o autor do fato faz o seu
compromisso de comparecer aos atos processuais.
Após ser recebido pelo juiz, a providência é a audiência preliminar, que pode ser
realizada imediatamente, se presentes o autor do fato e a vítima. Não sendo o
caso, é designada para outra data.
Na audiência, o juiz sugere a conciliação entre os litigantes, que pode vir de uma
possível retratação ou a partir de uma indenização pecuniária. A composição
homologada por sentença é irrecorrível e implica renúncia do direito de queixa,
extinguindo a punibilidade do autor do fato. Vale destacar que a composição é
possível apenas em Ação Penal Privada e Ação Penal Pública Condicionada.
o OBS.: Nos casos das infrações previstas no Estatuto do Idoso, que são
julgadas pelo JECRIM quando não superiores a 4 anos, a composição só
é possível quando a pena máxima não ultrapassar 2 anos. ADI 3096-5
Nos crimes de APPr ou APPc, a presença do ofendido é obrigatória em
audiência. Se a vítima não comparecer, nova intimação não pode ser realizada
e aguarda-se o prazo decadencial para a propositura da queixa-crime ou para o
oferecimento da representação.
Não realizada a composição, o juiz alerta a vítima sobre o oferecimento da
queixa-crime no prazo decadencial.
DA TRANSAÇÃO
o Quando a ação penal é pública, condicionada ou não, a não obtenção de
composição prévia dos danos ou de conciliação abre a possibilidade de
transação nos termos do art. 76, da lei 9.099/95.
Para que haja proposta regular de transação, é imprescindível a
existência de justa causa.
Necessário ainda que o autor do fato não tenha sido condenado
a pena privativa de liberdade por sentença transitada em julgado;
como também é necessário que o autor do fato possua bons
antecedentes, boa personalidade e justa conduta social. (art. 76,
§2º, lei 9.099/95)
O MP não está vinculado a fazer a transação.
O autor do fato não está obrigado a aceitar a transação.
A transação não implica reconhecimento de culpa, nem
influencia nos antecedentes ou na reincidência.
O beneficiário de uma transação não pode aceitar outra
transação por um prazo de 5 anos.
Não cumprida a transação, abre-se a possibilidade de
propositura de nova denúncia.
Se realizada e cumprida a transação, a punibilidade é extinta.
Da decisão homologatória, cabe Apelação.
DO PROCEDIMENTO
Inicialmente, destaca-se o instituto da suspensão condicional do processo,
previsto no art. 89 da lei em comento.
o Aplicável a crimes com pena mínima não superior a 1 ano.
o Desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, observados os requisitos do art. 77 do
Código Penal.
o Submissão a um período de prova de 2 a 4 anos, nas condições
estabelecidas pelo juiz, podendo fixar outras que não as legais.
o Expirado o período sem revogação, extingue-se a punibilidade.
o Não se restringe ao âmbito dos juizados.
Jurisprudência sobre: a recusa em propor a suspensão deve ser
fundamentada (vide súmula 696 STF) // Súmula 243 STJ
(concurso de crimes e a suspensão condicional do processo) //
Pode ser revogado mesmo após o período de prova // “É cabível
a suspensão condicional do processo na desclassificação do
crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.” Súmula
337 STJ.
Do procedimento:
o Havendo oferecimento da denúncia ou queixa, é designada a audiência
de instrução e julgamento, com as ciências devidas do art. 78 da lei em
questão.
o Durante a audiência de instrução e julgamento, o juiz pode tentar
novamente a conciliação.
o A citação pode ser feita por mandado ou pessoalmente. Para pessoas
jurídicas, pode ser realizada por carta. Não há possibilidade de citação
por edital nos juizados.
o O defensor oferece a defesa antes de recebida a inicial acusatória, onde
podem ser arguidas as matérias do art. 397 do CPP.
o O juiz pode rejeitar a inicial ou simplesmente absolver sumariamente o
acusado após o recebimento da inicial.
o Rejeitada a denúncia, cabe apelação no prazo de 10 dias, a ser julgada
pela turma recursal do juizado competente.
o Recebida a inicial, havendo proposta do MP, o acusado pode aceitar ou
não a suspensão condicional.
o Não havendo absolvição sumária, será ouvida a vítima, as testemunhas
da acusação e da defesa (3 no máx.) e o acusado.
o Os debates orais sucedem as ouvidas, por tempo fixado pelo juiz.
o O juiz pode proferir a sentença, que é dispensada de relatório, na
audiência ou em momento posterior.
o Da sentença, cabe apelação no prazo de 10 dias para a turma recursal.
Cabe também Embargos Declaratórios no prazo de 5 dias, que
INTERROMPEM o prazo recursal dos demais recursos.