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e-DOC EF6234A8-e

Proc 7428/2015

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL Proc: 7428/15


SEGUNDA DIVISÃO DE ACO MPANHAMENT O / NÚCLEO DE FISCALIZAÇÃO DE OBRAS

___________
Rubrica

Relatório Prévio de Inspeção nº 2.2034.17

Processo nº: 7.428/15-e


Jurisdicionada: Secretaria de Estado de Educação do DF – SE/DF
Assunto: Representação
Ementa: Representação nº 09/2015-CF. Possíveis irregularidades
ao construir e equipar CEI’s e CEPI’s. Admissibilidade.
Conhecimento. Aditamento da exordial. Cautelar
denegada. Esclarecimentos da SE/DF. Inspeção. Para
conhecimento e manifestação da SE/DF.

Senhor Diretor,

O presente processo foi autuado para cuidar da Representação


nº 09/2015-CF (e-doc C8ED6825-c), de autoria da Segunda Procuradoria do Ministério
Público junto a esta Corte – MPjTCDF, por meio da qual requer a apuração da
regularidade “das obras de construção de Centros de Educação de Primeira Infância –
CEPI’s no DF e compra de mobiliário, tendo em vista as informações de possíveis
irregularidades, seja no uso do material empregado; seja no valor das unidades construídas,
sem perder de vista a questão da legalidade orçamentária e financeira do DF e dos prazos
atinentes aos cronogramas de execução e desembolso”.

HISTÓRICO
2. Diante do exame da mencionada Representação, o Tribunal deliberou
nos termos da Decisão nº 1368/2015 (e-doc 987F9648-e):
“I. tomar conhecimento: a) da Representação n.º 09/2015-CF (peça 2; eDOC
C8ED6825-e) e seus anexos (peças eletrônicas 3 a 7), por preencher os
requisitos de admissibilidade dispostos no art. 195, § 1º, do RI/TCDF; b) da
Informação n.º 63/2015 – 2ª DIACOMP (peça 8; eDOCB677388D-e); II.
autorizar: a) a realização de inspeção no âmbito da Secretaria de Educação
do Distrito Federal e onde mais se fizer necessário, pela Secretaria de
Acompanhamento, com auxílio do Núcleo de Fiscalização de Obras e
Serviços de Engenharia – NFO, tendo por escopo subsidiar a análise das
questões suscitadas na Representação nº 09/2015-CF; b) a ciência à ilustre
representante do teor desta decisão; c) o retorno dos autos à Secretaria de
Acompanhamento para exame de mérito da exordial.”

3. Posteriormente, por meio do Ofício nº 132/2015-CF (e-doc 29F2634F-c), a


Representante encaminhou cópias dos Processos nos 080.008.842/2012 e
080.008.015/2012, relativos às Concorrências n os 30/2012 e 19/2012, bem como
breve exame do material fornecido.

Documento assinado digitalmente. Para verificar as assinaturas, acesse www.tc.df.gov.br/autenticidade e informe o edoc EF6234A8
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4. Na sequência, novo Ofício da Representante (Ofício nº 140/2015-CF),


e-doc 115E9D74-c, noticia o recebimento de cópia do Processo
nº 080.002238/2012, que resultou em outro exame prévio.
5. Na Decisão nº 2511/2015 (e-doc 83583AA7-e) ficou decidido:
“I – tomar conhecimento: a) do Ofício n.º 140/2015-CF (peça 34; eDOC
115E9D74-c) e seus anexos, como aditamento à Representação n.º 09/2015-
CF, por preencher os requisitos de admissibilidade dispostos no art. 195, § 1º,
do RI/TCDF; b) da Informação n.º 111/2015 (peça 35; e-DOC 8DF222F1-e); II
– denegar o pedido de cautelar requerido pela ilustre representante do órgão
ministerial no Ofício n.º 140/2015-CF, ante a ausência simultânea dos
requisitos necessários à prolação de medida liminar; III – nos termos do art.
195, § 6º, do RI/TCDF, determinar à Secretaria de Estado de Educação do
Distrito Federal –SE/DF que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente seus
esclarecimentos acerca das situações abordadas pelo Ministério Público junto
à Corte na peça elencada no item I “a” retro; IV – dar ciência do teor desta
decisão à signatária da exordial; V – autorizar: a) o envio de cópia do Ofício
n.º 140/2015-CF, do relatório/voto do Relator e desta decisão à SE/DF, para
subsidiar o cumprimento da diligência objeto do item III; b) a devolução dos
autos à Secretaria de Acompanhamento, para os fins escoimados no item II,
alíneas “a” e “c” da Decisão n.º 1.368/2015, com a urgência que o caso
requer.”

6. Diante do que fora deliberado no item III da Decisão supra e após


concedida prorrogação de prazo (Despacho Singular nº 273/2015), a Secretaria de
Estado de Educação do DF – SE/DF apresentou o Ofício nº 1100/2015-SE (e-doc
4042970B-c).
7. Assim, dando cumprimento ao disposto no item V, alínea “b”, desse
último julgado, o presente Relatório formaliza o que foi apurado na inspeção
autorizada pela Decisão nº 1368/2015, de modo a subsidiar o exame de mérito da
Representação nº 09/2015-CF.
8. A fim de facilitar a compreensão, este Relatório foi desmembrado nos
seguintes tópicos:
I – Programa Proinfância;

II – Representação nº 09/2015-CF;

III – Esclarecimentos da SE/DF;

IV – Inspeção;

V – Ofício nº 522/2014-DECAP;

VI – Conclusão; e

VII – Sugestões.

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I – Programa Proinfância
9. O Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos
para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil - Proinfância é um programa
federal que presta assistência técnica e transfere recursos financeiros para a
construção de creches e para adquirir equipamentos e mobiliário para a educação
infantil.
10. Para tanto, são fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE projetos padrão, em que pese seja permitida a apresentação de
projetos próprios, desde que atendidos critérios técnicos constantes do Manual de
Orientações Técnicas.
11. O acompanhamento da execução do Programa ocorre por meio do
Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle – Simec, do Ministério
da Educação, cuja inserção de dados é de responsabilidade, no caso, da SE/DF.
12. De acordo com as informações lançadas e com a evolução das etapas,
o repasse das parcelas financeiras são liberadas, tudo isso regulado por resoluções
originárias do próprio FNDE.
13. Para que seja repassado recursos para a aquisição de mobiliário e
equipamentos é requerida a comprovação da execução da obra.
14. Registre-se, ainda, que o FNDE elaborou projetos denominados
“metodologias inovadoras”, os quais abrangem novos produtos e sistemas
construtivos, sem o respaldo de normas técnicas prescritivas específicas, a exemplo
das NBR’s. Tais metodologias visam: tornar o custo da obra compatível ou menor
que o preço de referência do FNDE; reduzir o tempo de execução, em função do
método construtivo adotado e do uso de processo licitatório 1 mais eficiente; e
garantir a qualidade do ambiente construído, mediante a industrialização do serviço.
15. Como será visto adiante, essa metodologia não chegou a ser
implementada no DF.

II – Representação nº 09/2015-CF
16. Por meio da referida peça, a Representante noticiou a execução de
obras no DF, mediante a utilização de recursos oriundos do Proinfância.
17. Na oportunidade, destacou a participação do Tribunal de Contas da
União - TCU (Processo nº 012.594/2013-0, Acórdão nº 109/2014-TCU 1ª Câmara)
na fiscalização do referido Programa, com ênfase para a possibilidade de adesão à
ata de registro de preços destinada a construções que utilizariam metodologia
construtiva mais econômica (PE nº 9/2013).
18. Ademais, ressaltou que apesar da mencionada fiscalização ter
identificado a celebração de cerca de 40 (quarenta) concorrências, somente 1 (um)
processo havia sido autuado por esta Corte para examinar construções de creches
(Processo nº 13.553/20132 – Concorrência nº 17/2013).

1
Utilizando-se do sistema de registro de preços e do RDC.
2
Arquivado.
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19. Quanto à aquisição de equipamentos necessários à entrega das


creches, localizou a existência do Processo nº 9875/2014, que examinou o PE
nº 10/2014, também arquivado.
20. A seguir, trouxe aos autos os créditos orçamentários relacionados ao
período compreendido entre 2012 e 2015.
21. Para fundamentar seu pedido, transcrito no primeiro parágrafo deste
Relatório, colacionou trecho do relatório elaborado pelo TCU que indicava ter havido
diferença de cerca de 40%, entre os valores licitados pela SE/DF e o obtido pelo
FNDE.
22. Posteriormente, a Representante encaminhou o Ofício nº 132/2015-CF,
por meio do qual ofereceu exame das cópias dos Processos n os 080.008842/2012
(Concorrência nº 30/2012) e 080.008015/2012 (Concorrência nº 19/2012),
sintetizado a seguir:
 a área dos dois CEPI’s é a mesma (1.211,92 m2), constando diferenças entre
as fundações e itens específicos, que se referem à localização da obra;
 os custos correspondentes aos contratos decorrentes dessas concorrências
tiveram a seguinte participação:

Quadro 1: Participação do GDF e da União nos Contratos n os 59/2013 e


40/2013
Contrato GDF União Total
59/2013 R$ 1.185.656,31 R$ 1.426.028,67 R$ 2.611.684,98
40/2013 R$ 1.157.493,79 R$ 1.218.746,63 R$ 2.376.240,42

 identificou distinção entre a relação de unidades que teriam sido licitadas,


com as constantes do Termo de Compromisso PAC203191/12.
23. Na sequência, novo Ofício da Representante (Ofício nº 140/2015-CF),
conhecido pelo Tribunal3 como um aditamento à Representação nº 09/2015-CF,
noticiou o recebimento de cópia do Processo nº 080.002238/2012, que resultou em
outro exame prévio, conforme segue:
 em que pese não tenha verificado divergências essenciais entre o Projeto
Básico do referido processo (Contrato nº 54/2012), com relação aos Contratos
nos 59 e 40/2013, o preço do metro quadrado seria menos da metade dos
outros dois; e
 diante disso, requer cautelar para que a SE/DF não pague acima dos valores
ajustados no Contrato nº 54/2012.

III – Esclarecimentos da SE/DF


24. Por meio do Ofício nº 1100/2015-GAB/SE, o atual Secretário de
Educação, dando cumprimento ao item III da Decisão nº 2511/2015, encaminhou
despacho exarado pela Coordenação de Engenharia e Arquitetura a fim de elucidar

3
Item i, alínea “a”, da Decisão nº 2511/2015.
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a suposta divergência de preços, por metro quadrado, existente entre os Contratos


nos 54/2012, 40/2013 e 59/2013.
25. Antes de apresentar algumas conclusões do mencionado despacho,
eis por bem apresentar quadro com informações fornecidas pelo próprio documento,
que subsidiarão essas conclusões.
Quadro 2: Comparativo entre os Contratos nos 54/2012, 40/2013 e 59/2013
Informação Contrato nº Contrato nº Contrato nº
54/2012 40/2013 59/2013
Área construída (m2) 1.211,92 1.211,92 1.211,92
Estimativa SE/DF R$ 2.233.833,95 R$ 2.709.333,82 R$ 2.726.513,08
- Módulo 1 (padrão FNDE) R$ 1.781.868,91 R$ 1.986.958,69 R$ 1.986.958,69
- Módulo 2 (implantação SE/DF) R$ 451.965,04 R$ 739.554,39 R$ 722.375,13
Valor contratado R$ 1.887.436,09 R$ 2.614.502,20 R$ 2.639.326,70
Custo por metro quadrado contratado R$ 1.557,39 R$ 2.157,32 R$ 2.177,81

26. Na referida peça, o Coordenador da área informa:


 houve equívoco na informação fornecida pelo Ofício nº 140/2015-CF, na
medida em que o valor4 resultante do cálculo do preço/m2 do Contrato
nº 54/2012 tomou por base apenas a parcela que coube ao Governo do DF
(R$ 1.149.458,44), desconsiderando-se a originária da área federal
(R$ 738.004,65), conforme pode ser observado na cláusula quinta desse
ajuste (e-doc 4042970B, fls. 9/10);
 a base de preços utilizada na elaboração da planilha estimativa da SE/DF
para o Contrato no 54/2012 é de junho de 2011. Por outro lado, a referência
de preços dos Contratos nos 40/2013 e 59/2013 eram de abril de 2012,
considerando o reajuste de mão-de-obra de maio do mesmo ano; e
 diferença entre o projeto executivo de implantação e urbanização (módulo 2)
adotado no Contrato nº 54/2012 (maio de 2010), em relação aos projetos
adotados a partir de 2012, que acrescentou itens e alterou serviços, com
custos unitários mais elevados.

IV – Inspeção
27. Dando cumprimento ao disposto no item II, “a”, da Decisão
nº 1368/2015, esse Relatório é resultante de trabalho realizado pela Secretaria de
Acompanhamento, em conjunto com o Núcleo de Fiscalização de Obras e Serviços
de Engenharia – NFO, o qual foi responsável pela apuração e relato dos
apontamentos correspondentes às questões de auditoria (QA) indicadas a seguir
como QA2, QA3 e QA4.
28. Conforme informações constantes da Representação e colhidas na
fase de planejamento, as questões que se objetivou responder foram:
QA1) As impropriedades identificadas nos itens 1.8.1.1 e 1.8.1.2 do Acórdão
nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara passaram a ser cumpridas pela SE/DF,
após o conhecimento do referido julgado?
4
R$ 948,46 = R$ 1.149.458,44 / 1.211,92.
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QA2) Os serviços contratados são pertinentes, regulares e têm preços


compatíveis com os valores de mercado?
QA3) A qualidade dos serviços e materiais contratados é adequada, atende
às especificações e ao caderno de encargos?
QA4) Os serviços executados estão compatíveis com o cronograma físico-
financeiro aprovado, bem como com o prazo estabelecido?

29. A metodologia adotada para dar andamento ao trabalho compreendeu:


 entrevistas a servidores da SE/DF e do FNDE;
 requerimento de informações;
 seleção de amostra;
 consulta processual e ao sistema SIMEC; e
 visitas aos locais das obras.

30. Para facilitar a compreensão do assunto a ser discorrido, eis por bem
termos uma visão geral das unidades cadastradas no SIMEC, à época em que foi
realizada a primeira etapa da inspeção5:
 haviam sido realizados 7 termos de compromisso e um convênio;
 o convênio se referia a uma obra concluída e esses termos à construção dos
demais CEPI’s, com destaque para as seguintes etapas:
Quadro 3: Obras registradas no SIMEC
Situação Nº de Obras
Concluídas 42
Em execução 9
Em fase de licitação/contratação 2
Paralisadas 7
Fonte: SIMEC, em 16/09/2015.

 as obras paralisadas tinham por motivação a falta de pagamento às empresas


contratadas;
 a empresa vencedora do registro de preços nacional para executar as obras
por metodologia inovadora, no âmbito da região centro-oeste, não havia
honrado seus compromissos. As obras aprovadas para serem executadas
nessa metodologia estavam sendo reformuladas para o sistema construtivo
convencional;
 para as questões a serem respondidas, que demandavam um exame
amostral, foram selecionadas: a primeira obra realizada (mediante convênio),
cujo custo foi objeto de análise comparativa pela Representante (Contrato
nº 54/2012); outras 3 obras concluídas; 2 em execução; e 2 dos mais

5
Com respaldo nos e-docs: CEBA7106-e, 050B98A6-e e 470B0568-e.
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recentes procedimentos licitatórios. À época, as obras selecionadas para


serem fiscalizadas se encontravam na seguinte situação:
Quadro 4: Obras fiscalizadas

Concorrência Contrato Valor Inicial Situação da Obra Empresa Contratada


Processo 080.002238/12 (Sobradinho II)
PH Engenharia
01/2012 54/2012 R$ 1.887.436,09 Concluída Indústria e Comércio
Ltda.
Processo 080.007816/12 (Samambaia QS 312)

Lidera Construções e
02/2012 36/2013 R$ 2.445.675,16 Concluída
Incorporações Ltda.
Processo 080.004594/13 (Santa Maria QR 103)

Lidera Construções e
19/2013 154/2013 R$ 2.554.586,79 Concluída
Incorporações Ltda.
Processo 080.004594/13 (Águas Claras QS 07)
Construtora e
19/2013 153/2013 R$ 2.432.659,04 Concluída Incorporadora
Concretiza Ltda.
Processo 080.007627/13 (Samambaia QS 413 AE 02)

EBO Engenharia e
27/2013 50/2014 R$ 2.676.526,88 Concluída
Incorporação Ltda.
Processo 080.007685/13 (Samambaia QS 409 AE 03)

Sollar Engenharia
30/2013 52/2014 R$ 2.625.274,93 Em execução
Ltda.
Processo 080.003957/14 (Recanto das Emas Qd 300 Conj. 17A Lote 01)

Ímpar Construções
05/2014 28/2015 R$ 2.892.731,31 Em execução
Ltda.

Processo 080.003963/14 (Núcleo Rural Incra 06 DF 180 KM 06)


Contratada e iniciada
Vetorial Engenharia
04/2014 25/2015 R$ 2.855.896,48 em 17/08/15 (Em
Ltda.
execução)
Fonte: SIMEC 16/09/2015.

31. A seguir, as apurações decorrentes da busca por respostas a cada


uma das questões antes relacionadas.

QA1 - As impropriedades identificadas nos itens 1.8.1.1 e 1.8.1.2 do Acórdão


nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara passaram a ser cumpridas pela SE/DF, após o
conhecimento do referido julgado?

Resposta: Parcialmente atendidas.

Análise da QA1

1. Considerações iniciais

32. Referido Acórdão, trazido pela Representação, foi impulsionado, no


âmbito do Tribunal de Contas da União - TCU por Representação de empresa que
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teria participado de uma das concorrências abertas pela SE/DF para a construção
de creches.

33. Tendo em conta que esse Acórdão foi publicado em 05/02/2014, esse
tópico visa averiguar se as licitações lançadas pela Secretaria de Educação, após
essa data, teriam sanado as falhas constatadas pelo TCU.

34. Nesse sentido, foram identificadas duas Concorrências, as de n os 04 e


05/2014, tratadas nos processos nos 080.003963/2014 e 080.003957/2014,
respectivamente, cujos editais foram publicados em 02/10/2014.

2. Do item 1.8.1.1 do Acórdão nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara

35. O item 1.8.1.1 daquele julgado discorreu sobre a seguinte


irregularidade: “exigência de comprovação de capacidade técnico-operacional em item
sem valor significativo, a exemplo de instalação de gás canalizado, prevista no item
3.1.1.2.1 dos editais, em afronta ao art. 30 da Lei nº 8.666/93 e à Súmula TCU 263” .

36. Para fundamentar a deliberação, foi trazido o enunciado da Súmula


TCU nº 263, que permite, para fins de comprovação da capacidade técnica-
operacional das licitantes, exigência de quantitativos mínimos em obras ou serviços
com características semelhantes, desde que limitadas, simultaneamente, às
parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado.

37. Assim, por mais que a instalação de gás canalizado pudesse ser
relevante, do ponto de vista do risco que uma má execução poderia trazer, seu valor
não seria materialmente significativo, em relação ao objeto a ser contratado.

38. Comparando-se as exigências de capacidade técnica-operacional (item


3.1.1.12.1 dos editais), antes e depois do referido Acórdão nº 109/2014-TCU, em
termos dos itens requeridos e do percentual de quantitativo a ser demonstrado, em
relação à obra em análise, tem-se:

Quadro 5: Comparativo entre editais antes e depois do Acórdão nº 109/14 - TCU


Editais abertos antes do Acórdão nº 109/14-TCU Editais abertos depois do Acórdão nº 109/14-TCU
Característica da Obra Percentual Característica da Obra Percentual
ÁREA da obra 50% ÁREA da obra 50%
ESTACA com diâmetro mínimo de 30 50% ESTACA com diâmetro mínimo de 30 cm 50%
cm e/ou equivalente e/ou equivalente
ARMADURA de aço para estruturas 50% ARMADURA de aço para estruturas em 50%
em geral, CA-50 geral, CA-50
FORMA de chapa compensada 50% FORMA de chapa compensada 50%

CONCRETO estrutural dosado em 50% CONCRETO estrutural dosado em 50%


central, fck 20 Mpa ou superior central, fck 20 Mpa ou superior
COBERTURA em telha 50% COBERTURA em telha 50%

ESTRUTURA para cobertura 50% ESTRUTURA para cobertura 50%

INSTALAÇÕES: hidrossanitárias 50% INSTALAÇÕES: hidrossanitárias 50%

INSTALAÇÕES: gás canalizado 5%

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INSTALAÇÕES: elétricas, telefonia e 50% INSTALAÇÕES: elétricas, telefonia e 50%


rede estruturada rede estruturada
INSTALAÇÕES: SPI e SPDA 50% INSTALAÇÕES: SPI e SPDA 50%

39. Como se observa, o item “gás canalizado” foi retirado das exigências
de capacidade técnica-operacional.

40. Por outro lado, o item “INSTALAÇÕES: SPI e SPDA”, também de valor
irrisório em relação ao objeto a ser contratado (menos de 1,5%), permaneceu.

41. Registre-se, ainda, deliberações desta Corte de Contas alinhadas com


a mencionada Súmula do TCU, no que se refere à qualificação técnica de que trata
o art. 30 da Lei nº 8.666/93:
“a) no que diz respeito à capacitação técnica prevista no art. 30 da Lei n°
8.666/93, a exigência de:
(...)
a.3) comprovação da capacidade técnico-operacional da empresa é
possível e, em casos excepcionais, é admissível a exigência de
quantidades mínimas para comprovar essa capacidade técnico-
operacional, nos termos do art. 30, II, da Lei n° 8.666/93;” (Decisão
Normativa nº 02/2003)
“II – com fulcro no art. 113, § 2º, da Lei n.º 8.666/1993 c/c o art. 198 do
RI/TCDF, determinar à Novacap que suspenda a Concorrência n.º 09/2016-
ASCAL/PRES, até ulterior deliberação desta Corte de Contas, a fim de
efetuar as medidas corretivas apontadas a seguir, encaminhando cópia das
providências adotadas ao Tribunal, facultando à Companhia a apresentação
das justificativas que entender pertinentes:
(...)
b) ajuste também as exigências editalícias insertas no item 6 do instrumento
convocatório, ou apresente motivação técnica circunstanciada em relação aos
critérios de escolha dos serviços que irão limitar o universo de concorrentes,
tendo em vista que as exigências para comprovação da capacidade técnica
devem estar limitadas às parcelas de maior relevância técnica e valor
significativo do objeto a ser contratado, a teor das disposições do § 1º, do
inciso I, do art. 30 da Lei n.º 8.666/1993; (Decisão nº 5536/2016)

42. Percebe-se, assim, que a interpretação dada pela SE/DF ao julgado do


TCU restringiu-se ao item exemplificado, razão pela qual propõe-se que seja
alertado à SE/DF, para atendimento nas licitações futuras, que a exigência de
comprovação da capacidade técnico-operacional deve se restringir aos itens de
maior relevância e de valor significativo, simultaneamente, conforme dispõem o art.
30 da Lei nº 8.666/93, c/c a Decisão Normativa nº 02/2003-TCDF e a Súmula TCU
nº 263.

3. Do item 1.8.1.2 do Acórdão nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara

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43. Já o item 1.8.1.2 do Acórdão nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara


discriminou a seguinte falha: “impossibilidade de somatório de atestados com vistas à
comprovação de qualificação técnica para o item INSTALAÇÕES, abrangendo instalações
hidrossanitárias, elétricas, de gás canalizado, de telefonia, de rede estruturada, ventilação
mecânica, ar condicionado central, proteção contra incêndio e descargas atmosféricas,
conforme item 3.1.1.2.2.1 dos editais;”.

44. Em relação a esse ponto o Corpo Técnico do TCU argumentou que os


editais permitiam a apresentação de mais de um atestado, entretanto, apenas um
único atestado por tópico.

45. Como o tópico “INSTALAÇÕES” contemplava diversos tipos


(hidrossanitárias, elétricas, de gás canalizado, de telefonia, de rede estruturada,
ventilação mecânica, ar condicionado central, proteção contra incêndio e descargas
atmosféricas), todos deveriam ser atentidos no mesmo atestado, contrariando
jurisprudência do TCU (Acórdãos nos 2032/2009-P e 342/2012-P).

46. Do exame dos processos nos 080.003963/2014 e 080.003957/2014,


verificou-se que o item 3.1.2 dos editais se manteve como antes, com a seguinte
descrição:

“3.1.2 – Os quantitativos mínimos exigidos em cada situação deverão constar


de apenas 1 (um) único atestado, não sendo admitidos somatórios de áreas
para efeito de qualificação técnica. É possível, porém, que a concorrente
apresente atestados diversos para itens distintos. Por exemplo, um atestado
comprovando a execução do quantitativo mínimo de instalações
hidrossanitárias e um outro comprovando as instalações elétricas, telefonia e
rede estruturada.”

47. Para justificar os critérios adotados, redigiu o item 3.1.4 dos editais da
seguinte forma:

“3.1.4 – As exigências de qualificação técnica seguem as orientações do


Tribunal de Contas do Distrito Federal, estabelecida na Decisão nº 254/2010
e Decisão 351/2010, exarada por aquela Corte de Contas quando da análise
de procedimentos licitatórios da SEDF, bem como à comprovação da
experiência da empresa com a indicação de quantitativos, estes são
estabelecidos com o mínimo necessário para aferir a capacidade da empresa
em executar os serviços dentro da boa técnica construtiva.”

48. Acerca do tópico aqui analisado, podemos extrair das decisões


mencionadas pela SE/DF os seguintes excertos:

“c.4) definir critério para aferir a compatibilidade dos serviços atestados, com
as características da obra a ser licitada, e para aceitação de serviços
prestados em atestados diferenciados; c.5) adequar os critérios de seleção da
qualificação técnica, de modo a não restringir a competitividade do certame,
conforme discorrido na Informação nº 38/2010, seja quanto à apresentação

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dos atestados por pessoa jurídica de direito público/privado ou do Certificado


de Registro Cadastral - CRC da NOVACAP;” (Decisão nº 254/2010)

“d) alterar o Item 6.1.4 (exigência de comprovação da capacidade técnico-


operacional mediante a apresentação de no máximo 02 (dois) atestados,
vedado o somatório de atestados para a comprovação de um mesmo item de
exigência), possibilitando a apresentação de mais atestados e/ou admitindo o
somatório de atestados;” (Decisão nº 351/2010)

49. Como se nota, as decisões antes transcritas visam evitar restrição à


competitividade, seja por meio da aceitação de múltiplos atestados e/ou pela
permissão do somatório de atestados, com cuidado para que tal permissão não
traga comprometimento à qualidade dos serviços.
50. Nesse contexto, eis por bem transcrever outro trecho da já citada
Decisão Normativa nº 02/2003-TCDF:
“a) no que diz respeito à capacitação técnica prevista no art. 30 da Lei n°
8.666/93, a exigência de:
(...)
a.4) quantidade mínima de atestados para comprovar fato único, bem
como a exigência de comprovação de capacidades independentes em
um único documento não é admissível à luz dos princípios norteadores
da licitação pública, conforme estabelecido no art. 3°, caput, e § 1°, I, da
Lei n° 8.666/93;”

51. Registre-se que o comprometimento antes mencionado somente estará


consignado quando o aumento de quantitativos acarretarem, incontestavelmente, o
aumento da complexidade técnica (a exemplo do tamanho do vão de uma ponte) ou
da capacidade operativa da empresa, fato esse que deve ser justificado nos autos,
conforme dispõe o Acórdão nº 7105/2014-Segunda Câmara/TCU.
52. Relacionando o contexto ora trazido à situação fática, verifica-se que a
capacidade técnica pode ser demonstrada por diferentes atestados, um para cada
tópico destacado no Quadro constante do § 39 desta Informação. Por exemplo, as
instalações hidrossanitárias e elétricas poderiam ser demonstradas em atestados
distintos.
53. Por outro lado, em que pese não esteja sendo permitido o somatório de
áreas para efeito de comprovação de um dos serviços indicados no Quadro citado
anteriormente, entende-se que a competitividade não está sendo restringida, uma
vez que o quantitativo requerido para demonstração, por parte das empresas,
corresponde à metade do que seria realizado nas obras licitadas.
54. Nesse sentido, entendemos não haver proposições a serem feitas
acerca desse ponto.

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QA2 - Os serviços contratados são pertinentes, regulares e têm preços


compatíveis com os valores de mercado?

Resposta: Em geral os serviços contratados são pertinentes, regulares e


compatíveis com os valores de mercado.

Análise da QA2

1. Considerações iniciais

55. As obras realizadas no âmbito do Programa Proinfância possuíam


todas as mesmas características, uma vez que se enquadram como Escolas da
Educação Infantil - Tipo B, contemplando:

 Terreno retangular com área aproximada de 2.800m2, perfil ideal (40m x


70m);

 Bloco Administrativo, de Serviços e Multiuso; 2 Blocos Pedagógicos; Pátio


coberto; anfiteatro e playground, totalizando cerca de 1.200 m2 de área
construída;

 Planilha orçamentária subdividida em dois módulos: Módulo 1 (Edificação) e


Módulo 2 (Implantação), sendo que este último possui orçamento variável em
decorrência das condições do terreno;

 valor liberado pelo FNDE, por obra, de R$ 1.453.670,39, que corresponde a


aproximadamente R$ 1.200,00/m2. Os recursos adicionais para contemplar os
valores licitados são financiados pelo GDF;

56. A análise dos serviços contratados para a construção dos Centros de


Educação de Primeira Infância – CEPIs teve como objetivo principal esclarecer a
Representação n.º 09/2015 (e-doc C8ED6825-c) oferecida pelo MPjTCDF.
57. Na referida Representação, o Parquet cita o trabalho realizado pelo
Tribunal de Contas da União – TCU relacionado às concorrências empreendidas
pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SE/DF) para a
contratação de empresas com o objetivo de construir os Centros de Educação da
Primeira Infância – (CEPIs).
58. Em seu trabalho, o TCU chama a atenção para a diferença entre os
valores envolvidos nas licitações promovidas pelo GDF e os registrados pelo FNDE
na Ata de Registro de Preços decorrente do Pregão n.º 09/2013.
59. O exame realizado pelo corpo técnico do TCU (e-doc CF9A507F-c) se
concentrou nos serviços do módulo 1, relacionados à edificação principal da unidade
escolar, no qual os recursos federais foram empregados.
60. Ao GDF, conforme os Termos de Compromisso PAC 203191/2012 e
PAC 203714/2013, coube financiar os serviços relativos ao módulo 2, referentes à
implantação (artefatos adjacentes à obra), bem como realizar as licitações para as

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contratações necessárias para a execução das obras, atentando-se que os preços


dos serviços e dos materiais empregados não ultrapassassem aqueles postos no
SINAPI.
61. Com base na planilha disponibilizada pela Gerência de Licitações e
Contratos da SE/DF, na qual informa-se que os valores das concorrências variaram
entre R$ 2,44 e 2,78 milhões, o corpo técnico do TCU inferiu que os preços dos
serviços do módulo 1 estavam cerca de 40% maiores do que os obtidos pelo FNDE6.
Ressaltou-se ainda que o montante de recursos públicos envolvidos poderia ser
ainda maior, já que, segundo o GDF, havia 65 unidades aprovadas.
62. Nesse contexto, este Núcleo de Fiscalização de Obras – NFO
procedeu à avaliação dos serviços contratados nos 5 (cinco) CEPIs 7 (PT 01) pré-
selecionados na fase de planejamento da inspeção, realizado pela Secretaria de
Acompanhamento deste TCDF, em diferentes estágios de construção.
63. Para empreender a avaliação dos preços envolvidos, este Corpo
Técnico considerou as planilhas orçamentárias confeccionadas pela SE/DF, que
serviram de referência para a fase de licitação, e as planilhas contratadas, ou seja,
as planilhas que as empresas vencedoras apresentaram como proposta para a
execução de cada contrato, bem como de eventuais termos aditivos.
64. Procedeu-se então a seleção dos serviços a serem avaliados em cada
unidade por intermédio da curva ABC das planilhas orçamentárias contratadas do
módulo 1 e do módulo 2 (PT 02 e PT 03), objetivando avaliar apenas os serviços
mais relevantes materialmente.
65. Por se tratar de empreitadas por preço global, a avaliação sobre a
existência de superfaturamento em cada CEPI levou em conta o preço total
contratado obtido dos itens constantes da curva ABC elaborada, comparando-a com
o preço paradigma levantado pela Unidade Técnica. Assim, frisa-se, não se
considerou superfaturamento a existência de valores a maior encontrados
exclusivamente nos custos unitários de itens de serviços isolados.

2. Análise das planilhas do Módulo 1

66. Com o objetivo de identificar os possíveis grupos de serviços com


indícios de superfaturamento, efetuou-se uma análise abarcando todos os serviços
dos contratos selecionados frente àqueles contidos em um artigo publicado no sítio
“infraestrutura urbana”8 para alguns estados da federação, inclusive o DF.
67. Nessa publicação, constam os orçamentos das creches tipo B dos
Centros de Educação de Primeira Infância – CEPIs, realizados a partir do projeto
básico padrão elaborado pelo FNDE, utilizando como referencial a metodologia e
parâmetros da TCPO/PINI (PT 04).

6
O valor obtido pelo FNDE na Ata de Registro de Preço decorrente do Pregão Eletrônico n.º 09/2013 correspondente ao
módulo 1 é de R$ 1.375.000,00.
7
As obras dos CEPIs do Núcleo Rural de Brazlândia e da QS 409 de Samambaia estão paralisadas, por essa razão não
tiveram seus preços avaliados.
8
Acesso em 01/06/2017. Disponível em <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/5/escolas-do-proinfancia-
224653-1.aspx>

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68. Importa destacar que os valores contidos nos orçamentos publicados


no referido sítio têm data-base de 07/2011. Não obstante isso, esses valores foram
utilizados sem atualizações, ainda que com data-base diversa e anterior às das
licitações, objetivando uma análise em nível macro dos contratos aqui analisados.
69. A não atualização dos valores mostra-se conservadora, pois, em
verdade, existe uma tendência de aumento dos preços dos serviços e insumos no
decorrer do tempo em razão da inflação de preços do país.
70. Aos custos obtidos a partir da TCPO/PINI foram aplicados o BDI
adotado pela SE/DF na planilha da licitação referente a cada unidade licitada.
71. O quadro abaixo apresenta os valores encontrados pelo Corpo Técnico
com base nos custos apresentados no referido artigo em comparação com os
contratados pela SE/DF para a construção dos CEPIs.
Quadro 6: Comparativo de custo (referencial x ajustado)
MÓDULO 1 - EDIFICAÇÃO FNDE
BDI VALORES TOTAIS
Data-base
Contrato n.º
Creche da licitação Licitado Contratado Licitado Contratado TCPO/PINI
36/2013 312 samambaia abr/12 23,30% 23,30% R$ 1.986.958,69 R$ 1.769.094,31 R$ 2.009.398,65
50/2014 413 samambaia mai/13 25,98% 25,98% R$ 2.001.679,83 R$ 1.854.353,01 R$ 2.020.007,11
153/2013 aguas claras abr/12 23,30% 18,36% R$ 1.984.052,43 R$ 1.864.243,27 R$ 2.011.335,75
28/2015 recanto das emas jun/14 25,98% 25,98% R$ 2.129.559,19 R$ 1.971.947,88 R$ 2.194.327,83
154/2013 santa maria abr/12 23,30% 23,73% R$ 1.984.052,43 R$ 1.900.290,90 R$ 2.014.157,53

72. Em um segundo momento, para o módulo 1, optou-se por verificar


individualmente os preços dos serviços correspondentes a 60% do valor total das
cinco obras, contemplando cerca de 22 (vinte e dois) itens comuns na curva ABC de
cada planilha contratada com algumas variações, conforme apresentado no quadro
a seguir:

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Quadro 7: Serviços selecionados no módulo 1 para a curva ABC

ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO


1 74075/002U-SINAPI / 05.006.000016.SER Formas para Pilares
2 84215U-SINAPI Formas para Vigas
3 74254/002U-SINAPI Aço
4 74138/001U-SINAPI Concreto (15 Mpa)
5 74138/002U-SINAPI Concreto (20 Mpa)
6 74138/003U-SINAPI Concreto (25 Mpa)
7 73931/003U-SINAPI Estrutura em madeira para cobertura

8 73938/001U-SINAPI Telhas cerämicas

9 9691U-SINAPI Granitina
10 73919/004U-SINAPI Camada impermeabilizadora de concreto
11 73935/001U-SINAPI Levante de alvenaria de bloco cerâmico
Lajes Pré Fabricadas: fornecimento, montagem e
12 74202/001U-SINAPI escoramento
13 73912/001U-SINAPI Cerâmica 20x20cm
14 5982U-SINAPI Reboco

15 02465.6.1.2U-SEDF Escavação f=30cm


16 5990U-SINAPI Emboço
17 planilha-NOVACAP Caixa d'água pré-fabricada capacidade 15000 litros
18 74117/001U-SINAPI / 16.006.000108.SER #2,5mm2
19 73920/002U-SINAPI Regularização de piso

20 17110.8.2.2U-SEDF-1 Rodameio de madeira L=10cm


Escavação f=32cm (Estaca Tipo Strauss - Projeto
21 01.002.000009.SET SEDF)
22 72929U-SINAPI Cordoalha de cobre nu, têmpera dura, 35mm²

73. Para efetuar análise dos preços desses serviços referentes ao módulo
1, esta Unidade Técnica obteve os custos dos serviços correspondentes a partir da
base de dados do SINAPI/CEF, respeitando a respectiva data base de cada um dos
contratos, estabelecida na planilha da licitação.
74. Ante a dificuldade de identificar serviços semelhantes na tabela
SINAPI/CEF, para os serviços “caixa d’água pré-fabricada capacidade 15.000 litros
(código: planilha Novacap)”, “rodameio de madeira L=10cm (código: 17110.8.2.2u-
sedf-1)” e “escavação f=30cm (código: 02465.6.1.2U-SEDF)”, optou-se por adotar os
custos constantes nas proposta das empresas contratadas.
75. Para os outros serviços, percebeu-se que boa parte dos custos foram
obtidos do SINAPI/CEF, inclusive, nas planilhas orçamentárias estão indicados os
serviços que tiveram seus custos obtidos a partir desse referencial.
76. Procedeu-se, então, a conferência desses custos e códigos indicados
com aqueles constantes do SINAPI, sobre os quais aplicou-se os BDI’s utilizados
pela SE/DF nas planilhas das licitações referentes a cada unidade licitada, por
entender-se serem razoáveis.

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77. O quadro a seguir apresenta os valores totais contratados e avaliados


pela Unidade Técnica em comparação com aqueles obtidos do referencial
SINAPI/CEF.
Quadro 8: Comparativo dos preços do módulo 1 das obras de construção dos CEPIs
MÓDULO 1 - EDIFICAÇÃO FNDE
BDI VALORES CURVA ABC 60 % - COM BDI
Valor obtido
Data-base
pela Unidade
Contrato n.º Creche da Licitado Contratado Contratado Diferença
Técnica -
licitação
SINAPI

36/2013 312 samambaia abr/12 23,30% 23,30% 1.070.198,63 1.170.717,15 -100.518,52


50/2014 413 samambaia mai/13 25,98% 25,98% 1.111.230,44 1.120.946,49 -9.716,05
153/2013 águas claras abr/12 23,30% 18,36% 1.145.142,61 1.122.172,70 22.969,91
28/2015 recanto das emas jun/14 25,98% 25,98% 1.178.463,02 1.234.694,75 -56.231,73
154/2013 santa maria abr/12 23,30% 23,73% 1.156.539,74 1.149.914,27 6.625,47

78. Do quadro acima, observa-se a existência de uma diferença a maior na


execução do contrato n.º 153/2013 e do contrato nº 154/2013, atinente,
respectivamente, a execução da obra do CEPI de Águas Claras, no valor de R$
22.969,91, e a execução da obra do CEPI de Santa Maria, no valor de R$ 6.625,47.
3. Análise das planilhas do Módulo 2

79. Para o módulo 2 não existe preço de referência do FNDE. Portanto, a


análise contemplou apenas os serviços correspondentes a 70% dos itens da curva
ABC, da qual foram selecionados e analisados os custos unitários de 28 (vinte e
oito) itens, contidos nas planilhas contratadas para as cinco unidades avaliadas com
algumas variações, apresentados no quadro constante da página seguinte:

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Quadro 9: Serviços analisados do módulo 2

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80. O item 9 do quadro anterior, referente ao “consumo de água, esgoto e


energia” foi descartado da análise devido à inviabilidade de se efetuar qualquer
estudo comparativo deste item ante a falta de referência adequada.
81. O preço de referência do item 6 do quadro, relativo à mão de obra de
guardião de obra, foi obtido com base no piso salarial definido pela convenção
coletiva de trabalho disponível no site do Sindicato da Construção Civil do Distrito
Federal – SINDUSCON/DF, pois não consta o valor do custo horário desse
profissional no SINAPI. A esse valor do piso acrescentou-se os encargos sociais do
referido sistema de referência, conforme documentado no Papel de Trabalho (PT
05).
82. Os preços de referência da mão de obra do engenheiro e do mestre de
obras (itens 1 e 2 do quadro) foram obtidos a partir do custo horário do SINAPI, para
os períodos das datas-bases dos orçamentos. O cálculo do custo mensal foi
efetuado utilizando fórmula9 que converte o custo horário (com encargos sociais)
para o custo mensal (com encargos sociais) do profissional (PT 05).
83. Quanto aos serviços com código SINAPI, efetuou-se a comparação dos
preços contratados com as tabelas específicas de cada data base adotada, não
havendo nenhuma limitação.
84. Por outro lado, para alguns serviços, (itens 3, 5, 19, 26 do Quadro 9)
optou-se por elaborar composições de custos unitários paradigmas, com as devidas
adaptações, baseadas nas composições de custos elaboradas pela SEDF,
preservando, dessa forma, o mesmo processo de execução associado a cada
serviço (PT 06 a PT 08).
85. Há ainda os serviços que apresentam características específicas que
dificultam o uso dos sistemas de preços oficiais por conterem insumos nos quais os
preços devem ser obtidos a partir de cotação de preços no mercado. Nesses casos
manteve-se os preços contratados. Pode-se citar como exemplo os serviços de
instalação do portão eletrônico para veículos e do piso de borracha reciclado com
pinos de plástico descrito nos itens 17 e 24, respectivamente.
86. Similarmente ao realizado para os custos dos itens do módulo 1, foram
aplicados o BDI utilizado pela SE/DF na planilha da licitação referente a cada
unidade licitada.
87. O quadro a seguir apresenta a comparação entre os valores
contratados pela Secretaria de Educação para os 28 itens da curva ABC do módulo
2, com as considerações acima apresentadas, e os valores de referência obtidos
pela Unidade Técnica:

9
Conversão do custo horário em custo mensal: custo mensal = (custo horário/ (1+ %encargos sociais horista do SINAPI)) *
220 * (1+%encargos sociais mensalistas de cada contrato).

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Quadro 10: Comparativo entre os valores dos serviços praticados em cada contrato e
os elaborados pelo NFO (PT 03)
MÓDULO 2 - IMPLANTAÇÃO E URBANIZAÇÃO
BDI VALORES ANALISADOS (ABC 70%)
Contrato n.º CEPI DATA-BASE LICITAÇÃO Licitado Contratado Licitado Contratado NFO/SINAPI Diferença
36/2013 312 samambaia abr/12 23,30% 23,30% 541.127,90 481.332,76 542.603,13 -61.270,37
50/2014 413 samambaia mai/13 25,98% 25,98% 560.091,78 554.796,15 588.411,25 -33.615,10
153/2013 aguas claras abr/12 23,30% 18,36% 396.070,68 380.531,53 381.150,06 -618,53
28/2015 recanto das emas jun/14 25,98% 25,98% 571.324,28 622.256,59 640.749,48 -18.492,89
154/2013 santa maria abr/12 23,30% 23,30% 413.924,48 448.833,67 441.852,77 6.980,90

88. Do quadro acima, tem-se que a metodologia aplicada com o objetivo de


avaliar os preços dos serviços do módulo 2 dos CEPIs demonstrou a existência de
superfaturamento por sobrepreço apenas na execução do contrato nº 154/2013
referente à obra do CEPI de Santa Maria, no valor de R$ 6.980,90.

4. Conclusões sobre os preços contratados

89. A análise desta Unidade recaiu sobre a verificação da adequação dos


preços contratados em relação àqueles contidos preferencialmente no referencial
SINAPI de preços.
90. Com base em tal análise, concluiu-se pela possível existência de um
superfaturamento por sobrepreço no módulo 1 do Contrato n.º 153/2013, referente a
construção da CEPI de Águas Claras, no valor de R$ 22.969,91 (data-base
abril/2012) e do Contrato nº 154/2013, referente a construção do CEPI de Santa
Maria (data-base abril/2012), no valor de R$ 6.625,47.
91. Em relação à análise do módulo 2, demonstrou-se a possível existência
de um superfaturamento por sobrepreço do Contrato n° 154/2013, referente a
construção do CEPI de Santa Maria, no valor de R$ 6.980,90.
92. Somando-se os valores encontrados nos dois módulos obtêm-se um
eventual superfaturamento por sobrepreço de R$ 13.606,37 na execução da obra do
CEPI de Santa Maria e de R$ 22.351,38 na execução da obra do CEPI de Águas
Claras.
93. Conforme demonstrado no quadro abaixo, os valores de
superfaturamento por sobrepreço encontrados nos Contratos nº 153/2013 e no
Contrato nº 154/2013 representam menos de 1% dos valores totais dos respectivos
contratos.
Quadro 11: Sobrepreço apurado de baixa materialidade

Sobrepreço Apurado
Contrato nº CEPI Valor Incial Valor T. A. Valor Final Sobrepreço
153/2013 Águas Claras R$ 2.432.659,04 R$ 33.265,37 R$ 2.465.924,41 R$ 22.351,38 0,90
154/2013 Santa Maria R$ 2.554.586,79 R$ 27.522,47 R$ 2.582.109,26 R$ 13.606,37 0,50

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94. Dessa forma, diante da pouca materialidade dos valores do


superfaturamento de sobrepreço apurados na execução dos Contratos nº s 153 e
154, considera-se que esse prejuízo está dentro da margem de erro inerente à
metodologia adotada na presente auditoria, não sendo cabível nenhuma ação para o
ressarcimento desses valores.

5. Da possível adesão à ARP decorrente do Pregão do FNDE

95. Sobre o indício de possível superfaturamento alertado pelo TCU em


seu Acórdão nº 109/2014 – TCU- 1ª Câmara (Peça nº 04), tendo em vista a
possibilidade de adesão à Ata de Registro de Preços decorrente do Pregão
Eletrônico n.º 09/2013, promovido pelo FNDE, ante a significativa redução dos
preços obtida na referida licitação em relação aos preços obtidos nas Concorrências
do GDF, verificou-se que a planilha orçamentária do tipo B10, referente ao módulo 1,
utilizada pela SE/DF como parâmetro nas concorrências das obras dos CEPIs ora
inspecionados possui serviços e quantitativos diferentes planilhas do mencionado
Pregão, não cabendo, portanto, uma comparação direta entre elas para fins de
apuração de sobrepreço.
96. Na Nota Técnica n.º 02/201511 (PT 09), o próprio FNDE reconhece as
falhas ao informar que a planilha orçamentária do tipo B, cujo projeto era válido até
2012, fora revisada, sendo alguns quantitativos alterados e novos itens necessários
à execução da obra inseridos. Cita-se como exemplo de itens alterados aqueles
referentes a cobertura, impermeabilização, revestimento e pavimentação.
97. O quadro a seguir demonstra algumas diferenças de serviços e
quantitativos entre a planilha orçamentária do tipo B licitado pela SE/DF (Projeto
2012) e a planilha orçamentária do Pregão Eletrônico n.º 09/2013, que utiliza o
projeto da nova unidade tipo B, revisão em 2013.

Quadro 12: Diferença de serviços e quantitativos entre a planilha orçamentária do tipo


B (ano 2012) e a planilha orçamentária do Pregão Eletrônico nº 09/2013 (ano 2013)
SERVIÇOS DA PLANILHA DO SERVIÇOS DA PLANILHA DO PROJETO
PROJETO CRECHE DO CRECHE DO PROGRAMA PROINFÂNCIA
PROGRAMA PROINFÂNCIA FNDE FNDE DE 2013 – PREGÃO ELETRÔNICO
DE 2012 – LICITADA PELA SE/DF FNDE N.º 09/2013
COBERTURA COBERTURA
Estrutura de Madeira Estrutura em madeira para
aparelhada com tesoura cobertura m² 1.271,78
m² 1.242,0
vão de 3,0 a 7,0 m para Telhas cerâmicas m² 1.264,78
0
telha cerâmica
Telhas de vidro m² 7,00
Cobertura em telha
cerâmica tipo capa e m² 1.511,0 Cumeeiras/Espigões m 154,99
canal 0 Calha metálica m 2,50

10
O que difere o Projeto Padrão Tipo B dos demais Projetos elaborados pelo FNDE, quais sejam, Tipos 1,2,3 e C, é a
capacidade de atendimento das crianças e as dimensões do terreno no qual será implantado o CEPI. O Projeto Tipo B tem
capacidade de atendimento de até 224 crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), e 112 crianças em período
integral. Além disso, a implantação das escolas é realizada em terreno retangular com medidas de 40m de largura por 70m
de profundidade e declividade máxima de 3%.
11
A Nota Técnica nº 02/2015 está disponível no sítio do www.fnde.gov.br e trata da revisão de projetos e planilhas do
Proinfância do Tipo B para dar cumprimento do Acórdão 2580/2014.

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Telha de vidro tipo Rufos de concreto m 107,00



colonial 16,00
Cumeeira com telha
cerâmica emboçada com m
141,86
argamassa traço 1:2:8
Estrutura Treliçada em
aço, sac 300, para telha

cerâmica (pátio coberto e 333,00
passarela)
Calha de concreto
simples em meia cana de m
230,01
300mm
Espigão em chapa de aço
m
galvanizado nr. 24, 16,64
Rufo em chapa de aço
galvanizado nr. 24, m
151,20
desenvolvimento 25 cm

IMPERMEABILIZAÇÃO
Impermeabilização com
tinta betuminosa em m²
755,00
fundações, baldrames
Impermeabilização de IMPERMEABILIZAÇÃO
calhas de concreto com Impermeabilização das vigas
m
mastique betuminoso a 115,50 baldrame m² 755,00
frio Impermeabilização de calhas
Impermeabilização de (piso) m² 77,00
calhas (telhado) com m² Impermeabilização do castelo
171,40
manta asfáltica d'água m² 105,00
Impermeabilização de calhas
(telhado) com manta asfáltica m² 221,45
REVESTIMENTOS
Chapisco de aderência
em paredes internas,
m² 1.469,6
externas, pórticos, vigas,
1
pérgolas
Chapisco de aderência REVESTIMENTO
em lajes prémoldadas, m² 1.091,2 Revestimento Interno
platibanda e calhas 4
Paredes
Emboço para paredes
internas e externas traço Emboço m² 959,21
m² 1.693,6
1:6 - preparo manual - Reboco m² 809,07
4
espessura 2,0 cm Cerâmica 20x20 m² 959,21
Reboco tipo paulista para Rejuntamento de cerâmica
paredes internas, 20x20 m² 959,21
externas, pórticos, vigas e m² 1.469,6
Tetos
pérgolas - espessura 2,0 1
cm Reboco m² 724,74
Reboco tipo paulista para
lajes, platibanda e calhas m² 1.091,2
- espessura 2,0 cm 4
Revestimento Externo
Revestimento cerâmico
de paredes PEI IV- Paredes e fachadas
cerâmica 30 x 40 cm - m² 1.198,7 Chapisco externo m² 1.036,82
incl. rejunte - conforme 9 Emboço m² 460,27
projeto
Revestimento cerâmico Reboco m² 576,55
de paredes PEI IV - Cerâmica 10x10 m² 460,27
cerâmica 10 x 10 cm - m² Rejuntamento de cerâmica
494,85
incl. rejunte - conforme 10x10 m² 460,27
projeto

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PAVIMENTAÇÃO
Camada
impermeabilizadora m²
598,62
e=5cm
Camada regularizadora

e=3cm 598,62
Piso de alta resistência
em massa granilítica,

inclusive polimento e 873,55 PAVIMENTAÇÃO
enceramento Camada impermeabilizadora
Piso cerâmico esmaltado de concreto m² 1.707,00
PEI IV - 40 x 40 cm - incl. m² Regularização de piso m² 1.304,10
390,72
rejunte - conforme projeto
Bloco de concreto intertravado m² 224,00
Lastro de areia para o
m³ Cerâmica m² 36,00
playground 48,40
Piso de cimento Rejuntamento de cerâmica m² 36,00
desempenado com juntas m² Cimento desempenado m² 470,00
86,90
de dilatação
Granitina m² 885,00
Piso podotátil interno em
borracha 30x30cm, Calha de concreto com grelhas m 77,00
assentamento com cola m²
150,60
vinil (fornecimento e
assentamento)
Pavimetação em blocos
intertravado de concreto,
esp. 6,5cm, FCK 35MPA, m²
86,43
asentados sobre colcão
de areia
Grelha de aço inox para
m
piso, l=5cm 5,87
Meio -fio (GUIA) de
concreto premoldado- m
99,30
(playgraund)
Canaleta com tampa cega
de concreto para piso,
10,00
60x40 cm m
Canaleta com grelha
furada de concreto para
103,20
piso, 60x40 cm m

98. Dessa forma, não há como se estabelecer uma comparação direta


entre os preços dos serviços da planilha orçamentária do tipo B e os da planilha
vinculada ao Pregão Eletrônico n.º 09/2013 para se concluir sobre a existência de
sobrepreço nas concorrências promovidas pela SE/DF, como entendeu adequado o
TCU em seu relatório.
99. Ademais, as novas metodologias de construção por módulos pré-
fabricados instituídas pelo FNDE, objeto do Pregão Eletrônico nº 9/2013, foram
questionadas em diversos lugares do país, conforme representação do MPjTCF.
Segundo essa, na Bahia, chegou-se à conclusão de que os projetos eram
descartáveis. Em Alagoas, haveria dificuldade em ligar a obra à rede de água e
esgoto padrão. Outras cidades preferiram não aderir ao pré-moldado, como em São
Bernardo do Campo, São Paulo. Além disso, na região do Distrito Federal, não se

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encontrou fornecedores desses materiais, que para alguns traria riscos, não
resistindo a chuvas.
100. Do exposto, entende-se não configurada a ocorrência de ato de gestão
antieconômico por parte da SE/DF ao não aderir à Ata de Registro de Preços
decorrente do Pregão Eletrônico nº 9/2013, já que há dúvidas em relação à
viabilidade de implantação das novas soluções tecnológicas.

QA3 - A qualidade dos serviços e materiais contratados é adequada, atende às


especificações e ao caderno de encargos?
Resposta: A qualidade dos serviços e dos materiais empregados na obra e
avaliados pela Unidade Técnica, no geral, são adequados, visto que foram
constadas apenas algumas incompatibilidades. No entanto, foram verificadas
diversas patologias decorrentes do processo de execução dos serviços das obras de
construção dos Centros de Educação de Primeira Infância – CEPIs.

Análise da QA3

101. Antes de iniciar o exame das obras visitadas, importante discorrer


acerca da não utilização da metodologia inovadora.

102. Além de relatos de problemas 12 relacionados com a execução das


obras que adotaram tecnologias denominadas inovadoras, cabe registrar que a
empresa vencedora do Pregão Eletrônico - PE nº 09/2013 (Casaalta Construções
Ltda.), para executar os serviços registrados na área de abrangência do Distrito
Federal, Goiás e Tocantins, não cumpriu o que tinha se comprometido a realizar,
estando com sua ata expirada desde julho de 2014.

103. Registre-se que o DF até chegou a celebrar contratos13 com referida


empresa, mas nenhum pagamento chegou a ser realizado, em virtude da
incapacidade da empresa de colocar em prática o que tinha previsto realizar.

104. A seguir, as análises realizadas.

Achado 1 – Ocorrência de patologias na edificação


Critérios
Princípios constitucionais da economicidade, eficiência e indisponibilidade do
interesse público; Lei n.º 8.666/93; Código Civil (Lei 10.406/2002); Orientação
Técnica IBRAOP OT-IBR 003/2011 (Garantia Quinquenal das obras públicas); Boas
práticas de engenharia; Acórdãos TCU n.º 2.931/2013-P e 2.975/2014-2ºC. Decisão
TCDF n.º 6242/2016.

12
Relacionados na Informação nº 017/2015, que acompanha o Ofício nº 132/2015-CF.
13
Contratos nos 163, 164 e 165/2013 e 17/2014, firmados no âmbito dos processos
os
n 080.009.097/2013, 080.009.098/2013, 080.009.099/2013 e 080.003.089/2014, respectivamente.
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Análise e Evidências

1. Considerações iniciais
105. A execução do contrato em desrespeito aos termos contratuais, mais
especificamente ao Projeto Executivo, eleva significativamente os custos de
manutenção e de conservação. Daí resulta a importância da avaliação de qualidade
das obras públicas.
106. Dessa forma, as inspeções de qualidade realizadas nos CEPIs tiveram
como objetivo demonstrar o estado físico de cada edificação, possibilitando uma
avaliação dos serviços e dos materiais empregados nas obras de construção,
levando-se em conta os aspectos de economicidade, qualidade, vida útil, segurança
e conforto dos usuários.
2. Metodologia
107. Em princípio, a metodologia desenvolvida deveria ser aplicada em sete
(07) CEPIs, pré-selecionadas na fase de planejamento e em diferentes estágios de
andamento da obra, para a realização de inspeções in loco e levantamento da
qualidade de execução de cada edificação.
108. O quadro abaixo apresenta os estágios em que se encontrava cada
CEPI inspecionada durante o período de visitas, compreendido entre novembro de
2016 e fevereiro de 2017.
Quadro 13: Estágio em que se encontrava cada CEPI durante o período das visitas

Localização CEPI
Quadra 300, conj. 17, lote 01 – RA XV –
Ainda não ocupada.
Recanto das Emas
EC INCRA 06, BR 180 KM 06 - RA IV -
Paralisada.
Brazlândia
QS 07, Lote 10 – RA XX - Água Claras Em funcionamento.
QR 103, Lote A, RA XII – Santa Maria Em funcionamento.
QS 312, AE – RA XII - Samambaia Em funcionamento.
QS 409, AE – RA XII - Samambaia Paralisada.
QS 413, AE – RA XII - Samambaia Ainda não ocupada.

109. Registra-se que as obras dos CEPIs de Brazlândia e da QS 409, Área


Especial, em Samambaia14, estavam paralisadas, impedindo a análise da qualidade
dessas unidades. Isso porque, conforme será tratado em item específico, o estágio
das obras impossibilitava o Corpo Técnico de aplicar a metodologia utilizada.
110. Assim, as verificações da qualidade, bem como os dados constantes
nesse achado, referem-se às outras cinco unidades restantes, para as quais as
obras se encontravam finalizadas, ainda que não ocupadas, em alguns casos.
14
Conforme pode ser observado nas figuras 48/53 dessa informação, no tópico da questão de auditoria nº 4, encontrou-se
na obra do CEPI de Brazlândia apenas o terreno cercado com tapumes e o barracão provisório abandonado. Já a obra do
CEPI da QS 409 da Samambaia o terreno estava cercado com cerca de tela com base de concreto concluída.

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111. As visitas empreendidas pelo Corpo Técnico nas unidades


educacionais seguiram um calendário elaborado pelo NFO, o qual foi repassado
para a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SE/DF), por
intermédio de correio eletrônico (PT 11).
112. Com isso, objetivou-se cientificar a jurisdicionada, concedendo-lhe a
oportunidade de acompanhar a vistoria/inspeção empreendida por este TCDF.
113. Tem-se que os CEPIs visitados foram construídos a partir do projeto
básico padrão elaborado pelo FNDE em parceria com a UnB, sendo compostos por
seis (7) ambientes distintos, definidos conforme a função a que se destinam e
interligados por circulação coberta. São eles:
 Bloco da administração, sendo esse a entrada principal;
 Bloco de serviços, com entrada independente e localizada junto
ao estacionamento;
 2 blocos pedagógicos;
 Multiuso;
 Pátio coberto;
 Anfiteatro;
 Playground.

Figura 1 - Planta padrão dos CEPIs inspecionados

114. Procurou-se inspecionar todos os ambientes de cada bloco, verificando


a condição de piso, parede, teto, prateleiras, bancadas, escaninhos, divisórias,
portas, portões, muros, esquadrias, vigas, pilares e castelo d’água, dando-se ênfase
à adequação dos materiais instalados às especificações e ao levantamento de
eventuais patologias relacionadas aos processos construtivos, ou seja, desgastes
em que as causas não eram decorrentes diretamente do uso normal dos ocupantes.

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115. Desse modo, pequenas trincas superficiais, tais como as encontradas


em pinturas nas paredes e nas portas foram desconsideradas.
116. Em todos os 5 (cinco) CEPIs da amostra foram realizadas mais de uma
visita para que todos os ambientes pudessem ser vistoriados. Ainda assim, alguns
ambientes não foram inspecionados, em virtude do mau tempo, no caso dos
ambientes externos, tais como, solários e pátio central descoberto, ou em virtude de
os ambientes estarem sendo utilizados pelas crianças e/ou professores em
atividades pedagógicas. Esses lugares foram indicados nos Papéis de Trabalho 14,
resultantes do presente procedimento, com o termo “não vistoriado”.
117. Também não foram avaliados os defeitos relativos aos sistemas
hidráulicos, de refrigeração, de incêndio, de comunicação de dados, de sonorização,
de monitoramento, dentre outros, pois o objetivo das inspeções foi avaliar a
integridade da obra civil.
118. Os procedimentos realizados foram divididos em três principais etapas,
que serão a seguir comentadas.
119. A primeira etapa consistiu-se na vistoria dos ambientes dos blocos de
cada CEPI, realizando-se o mapeamento e a classificação dos defeitos encontrados.
120. Para tanto, foi criada a codificação de patologias, presente no Papel de
Trabalho 12, que foram segregadas nas categorias de piso, parede, teto, prateleiras,
bancadas, escaninhos, divisórias, portas, portões, muros, esquadrias, vigas, pilares
e castelo d’água.
121. A segunda etapa consistiu no preenchimento do questionário (PT 14)
com os dados coletados na obra, agrupando os defeitos relativos aos processos
construtivos nas categorias mencionadas, no intuito de se formar uma convicção do
estado em que se apresentam os mesmos. O resultado dessa implementação está
presente no Papel de Trabalho (PT 13 e 14).
122. Assim, a presente avaliação se baseia na pontuação resultante do
preenchimento do questionário mencionado, em que são formulados
questionamentos a respeito da presença de patologias nas categorias avaliadas. As
respostas “SIM”, marcadas com um “x” na coluna correspondente, equivalem à
ocorrência de pelo menos uma das patologias integrantes desse conjunto. Múltiplas
ocorrências indicadas em uma mesma categoria não oneram a pontuação atribuída
a ela, uma vez que a presença de apenas uma patologia apontada na questão já
representa a existência de patologia.
123. As categorias possuem nota 1 quando não possuem nenhuma
patologia e vão tendo sua nota reduzida à medida que são atribuídas respostas
“SIM” aos questionamentos. Dessa forma, quanto maior o número de marcações na
coluna “SIM”, menor a pontuação atribuída à categoria avaliada, conforme a fórmula
a seguir:

124. Ao final são apresentadas as pontuações obtidas e as classificações


correspondentes aos intervalos presentes no quadro a seguir:

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Quadro 13: Pontuação e classificação das categorias


Pontuação Classificação
0 a <0,2 Fora da especificação
0,2 a <0,4 Péssimo
0,4 a <0,6 Ruim
0,6 a <0,8 Regular
0,8 a 1 Aceitável

125. Destaca-se, que quando a resposta é afirmativa para a primeira


pergunta, que trata da compatibilidade com a especificação de projeto, ao item é
atribuído nota zero independentemente do restante da avaliação, pois não há como
se considerar as patologias se a especificação não foi seguida.
126. Na terceira e última etapa, foram gerados relatórios fotográficos de
cada CEPI para exemplificar e caracterizar os defeitos identificados, destacando as
ocorrências mais relevantes por ambiente vistoriado. Esses relatórios estão
presentes no Papel de Trabalho 15 a 19.

3. Resultados da avaliação de qualidade dos Centros de Educação de Primeira


Infância - CEPIs
127. As notas finais obtidas das avaliações de qualidade dos CEPIs são
resultado da média das notas de cada categoria analisada.
128. Importante ressaltar que mesmo nas categorias que obtiveram notas
com classificação “regular” e “aceitável” verificou-se a presença de patologias que
necessitam de reparos.
129. Neste relatório, serão apresentadas, como regra, apenas as categorias
das unidades que obtiveram notas com classificações fora de especificação,
péssimo e ruim.
130. Desse modo, as categorias que obtiveram notas com classificações
regular e aceitável constam nos Papéis de Trabalho 13 e 14, que demonstram os
questionários e as avaliações das categorias de cada CEPI em conjunto com o
relatório fotográfico (PT 15 a 19).
131. Os tópicos a seguir detalham as classificações das categorias de cada
um dos CEPIs.
3.1. CEPI da QS 312 de Samambaia
132. A nota final de avaliação obtida por essa unidade de Samambaia foi de
0,79, apresentando uma classificação regular. De fato, conforme pode-se constatar
no quadro a seguir, a maioria das categorias avaliadas obtiveram notas com
classificações regular e aceitável.

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Quadro 14: Avaliação final do CEPI da QS 312 de Samambaia

NOTA FINAL 0,79 Regular

CATEGORIA NOTA CLASSIFICAÇÃO


Piso de concreto desempenado 0,44 Ruim
Piso de blocos intertravados 1,00 Aceitável
Piso de granitina 0,99 Aceitável
Parede 0,94 Aceitável
Parede externa 0,98 Aceitável
Parede dos banheiros 0,87 Aceitável
teto 0,97 Aceitável
Portas/esquadrias 0,54 Ruim
Divisórias/bancadas/escaninhos/prateleiras 0,93 Aceitável
Portões 0,40 Péssimo
Muros/cobogós 0,67 Regular

133. Entretanto, tem-se que as categorias de piso de concreto


desempenado, portas/esquadrias e portões obtiveram notas com classificações
péssimo e ruim.
3.1.1. Piso de Concreto Desempenado
134. Nos pisos de concreto desempenado, encontraram-se diversas
patologias, como trincas, buracos e a presença de desagregação. Os ambientes
para os quais foi especificado piso de concreto desempenado estão listados no
quadro a seguir com a respectiva classificação:
Quadro 15: Notas dos pisos de concreto desempenado dos ambientes
PISOS DE CONCRETO DESEMPENADO 0,44 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Área interna Calçada de acesso à entrada principal do CEPI 0,50 Ruim
Calçadas internas à CEPI 0,50 Ruim
Área de Serviços Área de serviços 0,50 Ruim
Pedagógico I Solário da creche I 0,50 Péssimo
Solário da creche II 0,33 Péssimo
Pedagógico II Solário da creche III 0,33 Péssimo
Solário da pré-escola 0,33 Péssimo

Pátio Central Descoberto Palco 0,50 Ruim


Área do castelo d'água 0,50 Ruim

135. As fotos a seguir evidenciam, de modo exemplificativo, algumas


patologias encontradas nos pisos de concreto desempenado nessa unidade.

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Figura 2 - Placas de concreto Figura 3 - Piso de concreto com


destacando desagregação

Figura 4 - Fissuras nas calçadas Figura 5 - Formação de buracos no


internas piso da área de serviço

Figura 6 - Buracos no piso do Figura 7 - Piso de concreto do


solário. solário com fissura

Figura 8 - Piso de concreto Figura 9 - Vala do piso de concreto


descamando sem caimento.

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3.1.2. Portas e Esquadrias


136. Quanto à avaliação de portas e esquadrias, a nota obtida foi de 0,54,
indicando uma classificação ruim. Detectou-se a presença de corrosão, fissuras nas
molduras das esquadrias e portas deterioradas. No quadro abaixo, têm-se a
situação das esquadrias e portas em cada ambiente.
Quadro 16: Nota da categoria portas e esquadrias por ambiente
PORTAS/ESQUADRIAS 0,54 Ruim

Ambiente Nota Classificação


Administrativo Hall de entrada do CEPI 0,33 Péssimo
Hall de acesso ao pátio central 0,33 Péssimo
Secretaria 0,67 Regular
Diretoria 0,67 Regular
Sala dos professores não vistoriado
Almoxarifado 0,67 Regular

Banheiros 0,33 Péssimo


Área de Serviços Cozinha 0,33 Péssimo
Banheiros 1,00 Aceitável
Pedagógico I Creche I 0,33 Péssimo
Fraldário 1,00 Aceitável
Solário da creche I 0,33 Péssimo
Creche II 0,33 Péssimo
Banheiros 1,00 Aceitável
Solário da creche II 0,33 Péssimo
Pedagógico II Creche III 0,33 Péssimo
Solário da creche III 0,33 Péssimo
Pré-escola 0,33 Péssimo
Solário da Pré-escola 0,33 Péssimo
Banheiros 1,00 Aceitável
Multiuso Sala multiuso 0,67 Regular
Laboratório de informática 0,67 Regular

137. As fotos a seguir mostram esquadrias em diferentes locais do CEPI


com corrosão e fissuras nas molduras.

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Figura 10 - Moldura da esquadria Figura 11 - Esquadria com


com fissuras. corrosão

Figura 12 - Esquadria com Figura 13 - Esquadria com


corrosão. corrosão.

3.1.3. Portões
138. Os portões inspecionados encontravam-se com sinais de corrosão,
necessitando de uma nova aplicação de pintura anticorrosiva. Conforme o quadro
abaixo, essa categoria foi classificada como péssima, com nota de 0,40.
Quadro 17: Nota da categoria portões

PORTÕES 0,40 Péssimo

Bloco Categoria Nota Classificação


Serviços Área de serviços 0,67 Regular
Pedagógico I Solário da creche I 0,33 Péssimo
Solário da creche II 0,33 Péssimo
Pedagógico II Solário da creche II 0,33 Péssimo
Solário da pré-escola 0,33 Péssimo

139. As fotos a seguir confirmam a situação encontrada:

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Figura 14 – Suporte do portão do Figura 15 - Portão com corrosão.


solário com corrosão.

Figura 16 - Portão do solário com Figura 17 - Portão da área de


pintura desgastada. serviços com corrosão.

3.2. CEPI de Santa Maria


140. A nota final da avaliação de qualidade obtida pela unidade de Santa
Maria foi de 0,74, apresentando uma classificação regular, de acordo com o quadro
a seguir:
Quadro 18: Avaliação final do CEPI da Santa Maria
NOTA FINAL 0,74 Regular

CATEGORIA NOTA CLASSIFICAÇÃO


Piso de concreto desempenado 0,44 Ruim
Piso de blocos intertravados 0,80 Regular
Piso de granitina 0,80 Regular
Parede 0,75 Regular
Parede externa 0,59 Ruim
Parede dos banheiros 0,83 Aceitável
teto 0,87 Aceitável
Portas/esquadrias 0,76 Regular
Divisórias/bancadas/escaninhos/prateleiras 0,85 Aceitável
Portões 0,75 Regular
Muros/cobogós 0,67 Regular

141. Observa-se que apenas duas categorias obtiveram notas com


classificação ruim, quais sejam, piso de concreto desempenado e paredes externas.

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Não obstante, serão tecidos comentários acerca do piso de blocos intertravados,


bem como sobre a situação das vigas e pilares.
3.2.1. Piso de Concreto Desempenado
142. Todos os pisos de concreto desempenado desse CEPI vistoriados
obtiveram uma classificação ruim, conforme pode ser observado no quadro abaixo:
Quadro 19: Avaliação da categoria piso de concreto desempenado

PISOS DE CONCRETO DESEMPENADO 0,44 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Área interna Rampa de acesso à entrada principal do CEPI 0,50 Ruim
Calçadas internas à CEPI 0,50 Ruim
Área de Serviços Área de serviços 0,50 Ruim
Pedagógico I Solário da creche I 0,50 Ruim
Solário da creche II 0,50 Ruim
Pedagógico II Solário da creche III não vistoriado
Solário da pré-escola 0,50 Ruim
Fora da
Pátio Central Descoberto Palco 0,00 especificação
Área do castelo d'água 0,50 Ruim

143. No piso do palco do pátio central, em sua área descoberta, foram


instalados blocos intertravados, sendo atribuída a nota 0,0, uma vez que na
especificação constava a execução de piso de concreto desempenado.
144. A figura a seguir, extraída do projeto arquitetônico, apresenta a
paginação do piso do pátio central em sua área descoberta, na qual a especificação
indica o piso de cimento desempenado para a área destinada ao palco do anfiteatro.

Figura 18 – Especificação de projeto.

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145. A foto a seguir mostra o piso colocado no local:

Figura 19 - Piso do palco com blocos intertravados no lugar do concreto


desempenado.

146. Quanto às patologias encontradas, verificou-se a presença de fissuras,


trincas e buracos nos diversos pisos de concreto desempenado, evidenciadas nas
fotos a seguir:

Figura 20 - Fissuras na rampa de Figura 21 - Calçada externa com


acesso à CEPI fissuras

Figura 22 - Fissuras no solário do Figura 23 - Piso de concreto do


Bloco Pedagógico I solário da creche I descamando e
com acabamento ruim.

3.2.2. Paredes Externas


147. A nota da avaliação das paredes externas foi de 0,59, indicando uma
classificação ruim, visto que se constatou a presença de “barrigas”, fissuras e
trincas, conforme apresentado no quadro a seguir:

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Quadro 20: Avaliação da categoria paredes externas


PAREDES EXTERNAS 0,59 Ruim

Bloco Categoria Nota Classificação


Administrativo Hall de entrada do CEPI 0,33 Péssimo
Hall de acesso ao pátio central 0,33 Péssimo

Área de Serviços Parede externa (vista do pátio central) não vistoriado


Área do castelo d'água Parede externa (vista do bloco de serviços) 0,33 Péssimo
Parede externa (vista do bloco pedagógico I) 0,33 Péssimo
Pedagógico I Parede externa da creche I (vista do pátio central) 0,67 Regular
Parede externa (vista do solário da creche I) 0,67 Regular
Parede externa da creche II (vista do pátio central) 1,00 Aceitável
Parede externa (vista do solário da creche II) 1,00 Aceitável
Pedagógico II Parede externa da creche III (vista do pátio central) 0,33 Péssimo
Parede externa (vista do solário da creche III) não vistoriado
Parede externa da pré-escola (vista do pátio central) 0,67 Regular
Parede externa (vista do solário da pré-escola) 1,00 Aceitável
Multiuso Parede externa da sala multiuso (vista do pátio central) 0,67 Regular
Parede externa (vista do pátio central) 0,33 Péssimo

148. Nas fotos abaixo, estão demonstradas as patologias encontradas nas


paredes externas.

Figura 24 - Presença de "barriga" na Figura 25 - Fissura na parede externa


parede externa do Bloco Multiuso do Bloco da Administração
(vista do pátio central).

Figura 26 - Teto com desnivelamento. Figura 27 - Fissuras na parede se


propagando desde a esquadria.

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3.2.3. Pisos de blocos intertravados


149. Apesar de a nota desta categoria ter sido 0,75, obtendo, portanto, uma
classificação regular, de acordo com o quadro a seguir, considera-se importante
apresentar a situação do piso de blocos intertravados colocado no entorno do
anfiteatro. Isso porque observou-se que alguns blocos estavam cedendo e outros
estavam mal encaixados.
Quadro 21: Avaliação do piso de bloco intertravados

PISOS DE BLOCO INTERTRAVADO 0,75 Regular

Bloco Categoria Nota Classificação


Área interna Estacionamento 1,00 Aceitável
Pátio central Descoberto-entorno do anfiteatro 0,50 Ruim

150. As fotos a seguir ilustram a situação verificada pelo Corpo Técnico na


inspeção:

Figura 28 - Buracos no piso do Figura 29 - Blocos de concreto mal


entorno do anfiteatro encaixados
151. Importa destacar que os desníveis do piso podem provocar acidentes,
uma vez que o local é destinado às atividades com crianças.
3.2.4. Vigas/Pilares
152. Outro aspecto que merece destaque refere-se às vigas e aos pilares do
pátio central. Conforme as fotos abaixo, verificou-se a existência de pilares com
rachaduras e vigas de concreto com aspecto poroso, expondo a armação ao contato
com o meio ambiente.

Figura 30 - Vigas de concreto com Figura 31 - Rachaduras nos pilares de


aspecto poroso concreto

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3.3. CEPI de ÁGUAS CLARAS


153. A nota final de avaliação de qualidade obtida pelo CEPI de Águas
Claras foi de 0,80, apresentando, assim, uma classificação regular.
Quadro 22: Avaliação final do CEPI de Águas Claras

NOTA FINAL 0,80 Aceitável

Categoria NOTA Classificação


Piso de concreto desempenado 0,50 Ruim
Piso de blocos intertravados 1,00 Aceitável
Piso de granitina 0,98 Aceitável
Parede 0,73 Regular
Parede externa 0,76 Regular
Parede dos banheiros 0,60 Ruim
teto 0,90 Aceitável
Portas/esquadrias 0,92 Aceitável
Divisórias/bancadas/escaninhos/prateleiras 0,77 Regular
Portões 0,87 Aceitável
Muros/cobogós 0,75 Regular

154. Observa-se que para essa unidade as categorias de piso de concreto


desempenado e parede dos banheiros apresentaram notas com classificação ruim.
Essas categorias serão objeto de comentários nos tópicos a seguir.
3.3.1. Piso de Concreto Desempenado
155. Conforme o quadro apresentado abaixo, todos os ambientes com o
piso de concreto desempenado inspecionados obtiveram uma classificação ruim.
Quadro 23: Ambientes com piso de concreto obtiveram uma classificação ruim

PISOS DE CONCRETO DESEMPENADO 0,50 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Área interna Calçada de acesso ao CEPI 0,50 Ruim
Calçadas internas à CEPI 0,50 Ruim
Área de Serviços Área de serviços 0,50 Ruim
Pedagógico I Solário da creche I 0,50 Ruim
Solário da creche II 0,50 Ruim
Pedagógico II Solário da creche III 0,50 Ruim
Solário da pré-escola 0,50 Ruim

Pátio Central Descoberto Palco 0,50 Ruim


Área do castelo d'água 0,50 Ruim

156. Importa destacar que, na calçada de acesso à entrada do CEPI,


verificou-se a falta de homogeneidade de concreto e a presença de desagregação.
Da mesma forma, na calçada externa e no piso da área de serviços do bloco de
serviços, foram encontradas fissuras e um piso com acabamento inadequado. No
palco do anfiteatro, pode-se registrar a existência de fissuras no piso de concreto.
157. As fotos a seguir evidenciam as patologias encontradas e, por
consequência, a baixa qualidade do piso de concreto.

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Figura 32 - Calçada de acesso à entrada da CEPI Figura 33 – Piso de concreto do solário do BP II com
com desagregação. buraco.

Figura 34 - Piso do palco do anfiteatro com Figura 35 - Fissura no piso da área de serviços.
desagregação.

3.3.2. Paredes dos banheiros


158. A nota da avaliação das paredes dos banheiros foi de 0,60, indicando
uma classificação ruim, conforme apresentado no quadro a seguir:
Quadro 24: Avaliação da categoria paredes dos banheiros

PAREDES DOS BANHEIROS 0,60 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Administrativo Banheiros 0,67 Regular
Serviços Banheiros 1,00 Aceitável
Pedagógico I Fraldário 0,33 Péssimo
Banheiros 0,33 Péssimo
Multiuso Banheiros 0,67 Regular

159. Nas fotos a seguir, estão demonstradas as patologias encontradas nas


paredes dos banheiros, quais sejam, a presença de fissuras na parede dos
banheiros do bloco administrativo.

Figura 36 - Infiltrações no teto do hall de entrada Figura 37 - Infiltrações no teto (vista pátio central)

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3.4. CEPI de Recanto das Emas


160. A nota final de avaliação obtida pela unidade de Recanto das Emas foi
de 0,79, apresentando uma classificação regular. De fato, conforme pode-se
constatar no quadro abaixo, a maioria das categorias avaliadas obtiveram notas com
classificações entre regular e aceitável.
Quadro 25: Avaliação final do CEPI da unidade de Recanto das Emas

NOTA FINAL 0,79 Regular

CATEGORIA NOTA CLASSIFICAÇÃO


Piso de concreto desempenado 0,59 Ruim
Piso de blocos intertravados 0,75 Regular
Piso de granitina 0,83 Aceitável
Parede 0,83 Aceitável
Parede externa 0,79 Regular
Parede dos banheiros 0,67 Regular
teto 0,91 Aceitável
Portas/esquadrias 0,89 Aceitável
Divisórias/bancadas/escaninhos/prateleiras 0,73 Regular
Portões 0,87 Aceitável
Muros/cobogós 0,83 Aceitável

161. Percebe-se que apenas a categoria de piso de concreto desempenado


obteve nota com classificação ruim. Apesar disso, serão tecidos comentários acerca
de algumas patologias nas paredes e no teto de alguns ambientes.
3.4.1. Piso de Concreto Desempenado
162. A nota da avaliação do piso de concreto desempenado foi de 0,59,
indicando uma classificação ruim. Apenas nos solários das creches I e II essa
categoria obteve a classificação aceitável.

Quadro 26: Avaliação da categoria piso de concreto desempenado


PISOS DE CONCRETO DESEMPENADO 0,59 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Área interna Rampa de acesso à entrada principal do CEPI 0,50 Ruim
Calçadas internas à CEPI 0,50 Ruim
Área de Serviços Área de serviços 0,50 Ruim
Pedagógico I Solário da creche I 1,00 Aceitável
Solário da creche II 1,00 Aceitável
Pedagógico II Solário da creche III 0,50 Ruim
Solário da pré-escola 0,33 Péssimo

Pátio Central Descoberto Palco 0,50 Ruim


Área do castelo d'água 0,50 Ruim

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163. Quanto às patologias encontradas, evidenciadas nas fotos abaixo,


verificou-se a presença de fissuras, trincas e um piso de concreto com acabamento
inadequado:

Figura 38 - Piso de concreto com Figura 39 - Piso de concreto com


fissuras acabamento ruim

Figura 40 - Piso de concreto do hall Figura 41 - Piso de concreto


de entrada com acabamento ruim. desempenado com acabamento
ruim.

3.4.2. Outras patologias


164. No caso específico deste CEPI, verificou-se a presença de fissuras nas
paredes internas, nas paredes externas e nos tetos dos ambientes do Bloco
Pedagógico II e do Bloco Multiuso.
165. Desse modo, em que pese que, com base na aplicação da metodologia
anteriormente detalhada, essas categorias tenham recebido classificação aceitável e
regular (vide Quadro 25), tem-se por importante destacar as situações encontradas
por meio das fotos a seguir:

Figura 42 - Fissuras na parede Figura 43 - Fissura na parede do


Laboratório

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Figura 44 - Fissuras nas paredes Figura 45 - Fissuras na parede

Figura 46 - Fissuras no teto da sala multiuso Figura 47 - Fissuras na parede externa

Figura 48 - Fissura na parede externa do pré escola Figura 49 - Fissuras no teto do multiuso

Figura 50 - Fissuras no teto Figura 51 - Fissuras na parede externa

Figura 52 - Fissura no teto


Figura 53 - Fissura no teto

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Figura 54 - Fissura na parede externa Figura 55 - Fissura na parede externa

3.5. CEPI da QS 413 SAMAMBAIA


166. A nota final da avaliação da CEPI da QS 413 de Samambaia foi de
0,78, indicando uma classificação regular, conforme os dados apresentados na
tabela a seguir:
Quadro 27: Avaliação final do CEPI da QS 413 de Samambaia
NOTA FINAL 0,78 Regular

CATEGORIA NOTA CLASSIFICAÇÃO


Piso de concreto desempenado 0,50 Ruim
Piso de blocos intertravados 0,75 Regular
Piso de granitina 0,79 Aceitável
Parede 0,90 Aceitável
Parede externa 0,90 Aceitável
Parede dos banheiros 1,00 Aceitável
teto 0,94 Aceitável
Portas/esquadrias 0,77 Regular
Divisórias/bancadas/escaninhos/prateleiras 0,73 Regular
Portões 0,67 Regular
Muros/cobogós 0,67 Regular

167. Percebe-se que quase todas as categorias obtiveram notas com


classificações entre regular e aceitável, exceto a categoria piso de concreto
desempenado, classificada como ruim.
3.5.1. Piso de Concreto Desempenado
168. Todos os pisos de concreto desempenado deste CEPI vistoriados
obtiveram uma classificação ruim, conforme pode ser observado na tabela abaixo:

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Quadro 28: Avaliação da categoria piso de concreto desempenado

PISOS DE CONCRETO DESEMPENADO 0,50 Ruim

Bloco Ambiente Nota Classificação


Área interna Rampa de acesso à entrada principal do CEPI 0,50 Ruim
Calçadas internas à CEPI 0,50 Ruim
Área de Serviços Área de serviços 0,50 Ruim
Pedagógico I Solário da creche I Não vistoriado
Solário da creche II Não vistoriado
Pedagógico II Solário da creche III Não vistoriado
Solário da pré-escola 0,50 Ruim

Pátio Central Descoberto Palco 0,50 Ruim


Área do castelo d'água 0,50 Ruim

169. Foram encontradas diversas patologias, tais como, fissuras, trincas e


acabamento inadequado, evidenciadas nas fotos a seguir:

Figura 56 - Piso de concreto Figura 57 - Piso de concreto com


descamando. fissuras.

Figura 58 - Piso de concreto da área Figura 59 - Fissuras nas calçadas


de serviço com fissura. internas.

4. Conclusões acerca das avaliações dos CEPIs


170. A tabela apresenta as notas finais dos CEPIs inspecionados conforme
a ordem decrescente da nota obtida.

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Quadro 29: Avaliação Final dos CEPIs

Quadro de Avaliação dos CEPIs


1 QS 07, Lote 10 – RA XX - Água Claras 0,80 regular
Quadra 300, conj. 17, lote 01 – RA XV –
0,79
2 Recanto das Emas regular
3 QS 413, AE – RA XII - Samambaia 0,78 regular
4 QS 312, AE – RA XII - Samambaia 0,75 regular
5 QR 103, Lote A, RA XII – Santa Maria 0,73 regular

171. Das notas acima, observa-se que as creches estão em um patamar de


qualidade medianos, obtendo, com base na metodologia aplicada, uma classificação
regular.
172. Apesar disso, dos levantamentos das patologias observadas in loco,
verificou-se que a categoria de piso de cimento desempenado obteve uma avaliação
ruim em todos os 5 (cinco) CEPIs inspecionados, evidenciado que a execução desse
serviço não foi realizada conforme as boas práticas de engenharia.
173. Em relação a outras categorias, verificaram-se problemas de forma
pontual. É o caso das portas/esquadrias do CEPI de Samambaia e do piso
intertravado no entorno do anfiteatro do CEPI de Santa Maria.
174. Quanto às paredes (externas, internas e dos banheiros) de alguns
CEPIs, constataram-se diversas patologias nesse elemento estrutural, tais como,
desnivelamento e fissuras.
175. As fissuras existentes demandam a devida atenção e tratamento, pois
são prejudiciais à durabilidade da estrutura, e consequentemente, à sua vida útil,
porquanto facilitam a penetração de agentes agressivos às armaduras e à própria
estrutura de concreto.
176. Os defeitos apontados pelo Corpo Técnico nas visitas às unidades de
educação infantil podem estar associados a diversas causas, como a má qualidade
dos materiais utilizados, o despreparo da mão de obra, a ausência ou deficiência de
fiscalização e problemas relacionados ao processo construtivo.
177. Ocorre que os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se
agravar com o passar do tempo, acarretando diversos outros associados ao inicial,
sendo imprescindível a execução das correções de forma tempestiva, por serem
mais fáceis e menos onerosas.
178. Além disso, a qualidade de uma obra pública contratada pela
Administração está relacionada a boa técnica de execução, de responsabilidade da
empresa, a qual deve se utilizar dos meios compatíveis com o porte da obra.
179. Por essa razão, cabe ao empreiteiro responder pela solidez e
segurança da obra ou do serviço durante o prazo de garantia de cinco anos,
cabendo ao gestor público notificar os responsáveis por defeitos precoces
verificados dentro do prazo quinquenal de garantia.

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Rubrica

180. Frisa-que que o controle de desempenho das obras públicas pela


Administração Pública está assegurado no art. 618, do Código Civil, aplicado aos
contratos administrativos por força do art. 54, da Lei de Licitações, bem como no art.
73, parágrafo 2º, da mesma Lei.
181. Nesse contexto, o ordenamento jurídico vigente, preceitua que a
omissão ou a realização de despesas para eventuais correções por parte dos
agentes públicos sem o devido acionamento da empresa contratada, pode ensejar
ato de impropriedade administrativa, conforme prescreve o art. 10, da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992).
182. Assim, torna-se fundamental, portanto, que os responsáveis sejam
notificados para que possam sanar os defeitos identificados, com o objetivo de evitar
transtornos aos usuários, a diminuição da vida útil dos materiais e para que a
Administração não efetue gastos desnecessários posteriormente.
183. Outro ponto de destaque refere-se à constatação de que a SE/DF não
vem atuando tempestivamente na solução dos defeitos já perceptíveis, não tomando
as devidas providências para acionamento das empreiteiras responsáveis ainda
dentro do prazo de garantia de obra.
184. Isso porque a Administração Pública, segundo Orientação Técnica
IBRAOP OT-IBR 003/2011, atinente à garantia quinquenal das obras públicas, deve
implementar controle sobre o desempenho das obras contratadas e recebidas.
185. Segundo a mencionada OT, os gestores públicos devem realizar
avaliações periódicas da qualidade das obras, após seu recebimento, efetuando um
levantamento pelo menos a cada doze meses, devendo o controle permanecer até o
término do prazo de garantia quinquenal.
186. Outro condão da avaliação da qualidade periódica está no fato de se
despertar na Administração Pública o seu dever de zelo pelas obras públicas
existentes, e principalmente, acionando tempestivamente o construtor para sanar os
defeitos encontrados durante o prazo de garantia quinquenal.
187. Nesse contexto, importa destacar que as unidades construídas se
destinam ao aprimoramento da infraestrutura escolar referente ao ensino infantil,
merecendo, por essa razão, a devida atenção da Secretaria para o acionamento da
garantia.
188. Isso proporcionará menores transtornos à população, garantirá a vida
útil projetada para o empreendimento e evitará que o dinheiro público seja
despendido desnecessariamente.
189. Na omissão da contratada em solucionar os problemas, pode-se
recorrer às garantias contratuais e notificar judicialmente a empreiteira por citação
própria, sem prejuízo da instauração da tomada de contas especial, quando
exauridas as medidas administrativas para reparação do dano. Além disso, os
gestores e fiscais podem responder solidariamente com a contratada pelos prejuízos
decorrentes da má execução do objeto, no caso de omissão de acionamento da
contratada.

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Causas

190. Falha na fiscalização da Secretaria de Estado de Educação do Distrito


Federal ao não proceder a uma inspeção detalhada da construção no momento do
recebimento provisório das obras, bem como por não realizar as vistorias periódicas
para avaliação da qualidade e solidez do empreendimento.
Efeitos

191. Redução da vida útil dos CEPIs, com a consequente necessidade de


restauração antes do tempo esperado, potencializando um aumento nos gastos de
futura manutenção ou reparo.
Proposições

192. Determinar à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal –


SE/DF que: (i) realize um amplo e rigoroso levantamento dos defeitos encontrados
em todo as CEPIs, utilizando-se no mínimo dos procedimento de campo contido
Orientação Técnica IBRAOP OT-IBR 003/2011; (ii) exija das empresas construtoras
a elaboração, no prazo de 30 (trinta) dias, de Plano de Ação de correção das
patologias encontradas nas unidades objeto de cada contrato firmado, contendo as
soluções propostas e prazos para implementação das correções necessárias, em
atenção aos arts. 54 e 69 da Lei nº 8.666/93, ao art. 618 do Código Civil (Lei nº
10.406/2002) e a Orientação Técnica IBRAOP OT-IBR 003/2011, ressaltando ainda
que eventual recebimento provisório ou definitivo das obras não exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra, pela perfeita execução do
contrato, nos termos do disposto no inciso II, § 2º, do art. 73 da Lei de Licitações e
Contratos, encaminhando o referido plano de cada contrato para conhecimento
deste Tribunal; (iii) abstenha-se de receber definitivamente as obras até o
saneamento de todas as irregularidades, tendo em conta o previsto no art. 73, inc. II,
alínea a, da Lei nº 8666/93.
Benefícios Esperados

193. Como benefício espera-se a correção de todas as patologias e das


desconformidades com as normas técnicas aplicáveis, garantindo a vida útil da
presente obra pública e evitando o aumento dos dispêndios com o reparo e
manutenção dos CEPIS.

QA4 - Os serviços executados estão compatíveis com o cronograma físico-


financeiro aprovado, bem como com o prazo estabelecido?

Resposta: Não. Das sete CEPIs selecionadas para a realização desta inspeção,
apenas cinco foram entregues. Em duas unidades as obras estão paralisadas.

194. Acerca desse tópico, importante trazermos uma visão inicial dos
valores envolvidos nas obras selecionadas para serem fiscalizadas:

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Quadro 30: Valores envolvidos nas obras fiscalizados


Localização Valor Inicial (R$) Aditivos (R$) Total (R$) Situação da
Ocupação
Quadra 300, conj. 17, lote 01 – RA XV – 2.892.731,31 12/07/2017
Recanto das emas
EC INCRA 06 – RA IV – Brazlândia 2.855.896,48 Paralisada
QS 07, Lote 10 – RA XX – Águas Claras 2.432.659,04 Não ocupada
QR 103, Lote A, RA XII – Santa Maria 2.554.586,79 06/06/2016
QS 312, AE – RA XII - Samambaia 2.445.675,16 20/05/2014
QS 409, AE – RA XII - Samambaia 2.625.274,93 Paralisada
QS 413, AE – RA XII - Samambaia 2.676.526,88 23/05/2016

195. No quadro que segue, consta a execução orçamentária-financeira de


cada uma das obras selecionadas:
Quadro 31: Execução orçamentária-financeira dos contratos
NOTAS DE EMPENHO VALOR (R$) DATA DAS OB’S VALOR (R$)

Processo 080.003957/14 (Recanto das Emas Qd 300 Conj. 17A Lote 01)
2015ne04324 (06/07/15) 1.453.670,39 13/11/15 536.812,61
2016ne00969 (07/03/16) 226.171,11 29/12/15 397.246,87
2016ne00988 (08/03/16) 1.439.060,92 05/02/16 293.439,80
2016ne03099 (10/06/16) 62.416,28 17/03/16 226.161,80
18/03/16 637.470,60
25/04/16 352.724,40
16/05/16 162.891,47
01/07/16 190.393,49
03/08/16 95.579,76
08/09/16 61.792,12
12/09/16 624,16
Total 3.181.318,70 Total 2.955.137,08
Processo 080.003963/14 (Núcleo Rural Incra 06 DF 180 KM 06)
2015ne03910 (18/06/15) 1.453.670,39
2015ne08974 (30/12/15) 200.000,00 27/01/16 174.991,86
Total 1.653.670,39 Total 174.991,86

Processo 080.004594/13 (Águas Claras QS 07)


2013ne03754 (04/09/13) 290.734,08 31/03/14 199.051,36
2014ne03083 (07/04/14) 650.000,00 17/04/14 91.682,72
2014ne03551 (24/04/14) 1.162.936,31 13/05/14 245.322,49
2014ne04309 (16/06/14) 328.988,65 03/06/14 174.823,00
2014ne05086 (18/08/14) 33.265,37 24/07/14 51.040,58
2014ne07320 (18/12/14) - 524.530,49 04/08/14 225.850,29
2014ne07527 (31/12/14) 133.474,43 27/08/14 281.514,95
2015ne03870 (15/06/15) 524.530,49 22/12/14 269.324,53
24/12/14 32.932,72
27/04/15 72.139,69
14/05/15 60.000,00
18/06/15 80.000,00
13/10/15 491.265,12
Total 2.599.398,84 Total 2.274.947,45

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NOTAS DE EMPENHO VALOR (R$) DATA DAS OB’S VALOR (R$)

Processo 080.004594/13 (Santa Maria QR 103)


2013ne03755 (04/09/13) 290.730,08 14/04/14 125.695,56
2013ne05234 (09/12/13) - 253.662,62 15/05/14 186.830,51
2014ne01563 (24/02/14) 700.000,00 05/06/14 55.278,18
2014ne03540 (24/04/14) 1.416.602,93 07/08/14 2.755,42
2014ne04310 (16/06/14) 400.916,40 11/08/14 266.356,25
2014ne05085 (18/08/14) 27.522,47 18/08/14 6.430,50
2014ne07539 (31/12/14) 154.861,03 01/09/14 935.038,92
2014ne07540 (31/12/14) 400.916,40 04/09/14 9.444,84
2015ne05284 (26/08/15) 228.026,62 17/11/14 196.577,00
24/04/15 128.534,76
14/05/15 150.000,00
10/06/15 271.812,98
16/11/15 224.839,60
Total 3.365.913,31 Total 2.559.594,52
Processo 080.007816/12 (Samambaia QS 312)
2013ne00721 (22/03/13) 700.000,00 18/07/13 355.249,51
2013ne01627 (20/05/13) 290.734,08 02/08/13 174.510,35
2013ne03491 (22/08/13) 292.004,77 29/08/13 95.195,34
2013ne03539 (23/03/13) 436.101,11 04/10/13 255.552,81
2014ne01561 (24/02/14) 350.000,00 12/11/13 191.272,34
2014ne02672 (27/03/14) 376.835,20 06/12/13 189.402,03
2014ne03965 (28/05/14) - 153.909,89 23/12/13 400.074,04
2014ne03966 (28/05/14) - 376.835,20 28/02/14 48.689,52
2014ne07297 (18/12/14) - 6.249,99 13/06/14 187.941,72
18/06/14 1.898,40
Total 1.908.680,08 Total 1.899.786,06
Processo 080.007685/13 (Samambaia QS 409 AE 03)
2014ne03457 (17/04/14) 1.453.670,39 08/12/14 88.085,17
2014ne06960 (26/11/14) - 88.085,17
2014ne06963 (26/11/14) 88.085,17
2014ne07305 (18/12/14) - 1.005.000,00 19/02/15 222.625,89
2015ne03179 (29/04/15) 1.005.000,00 18/06/15 27.681,51
Total 1.453.670,39 Total 338.392,57
Processo 080.007627/13 (Samambaia QS 413 AE 02)
2014ne03465 (17/04/14) 1.453.670,39 09/09/14 350.536,13
2014ne07312 (18/12/14) - 237.667,81 10/09/14 26,73
2015ne03191 (29/04/15) 237.667,81 22/09/14 3.541,04
2015ne03927 (18/06/15) 703.379,70 06/11/14 211.203,98
2015ne07184 (11/11/15) 300.000,00 07/11/14 125.725,77
2016ne02519 (11/05/16) 42.488,62 27/11/14 358.482,60
22/12/14 166.486,33
25/05/15 237.667,81
29/06/15 149.799,86
03/08/15 189.740,11
03/09/15 119.763,36
02/10/15 136.380,01
01/12/15 107.693,33
10/12/15 140.113,94
28/01/16 101.834,79
07/03/16 58.051,27
06/06/16 42.488,62
Total 2.499.538,71 Total 2.499.535,68

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NOTAS DE EMPENHO VALOR (R$) DATA DAS OB’S VALOR (R$)

Processo 080.002238/12 (Sobradinho II)


2012ne01498 (02/10/12) 700.000,00 26/12/12 6.520,76
2012ne01500 (02/10/12) 7.071,00 11/01/13 47.953,96
2012ne01501 (02/10/12) 442.387,44 06/03/13 128.891,72
2013ne01965 (07/06/13) 100.655,00 04/04/13 127.006,80
2013ne01966 (07/06/13) 26,79 10/04/13 1.301,93
2013ne03857 (12/09/13) 8.306,73 26/04/13 177.831,24
2013ne03858 (12/09/13) 729.670,92 20/05/13 213.799,02
22/05/13 104.513,38
24/06/13 136.494,68
30/07/13 216.044,50
14/08/13 3.215,27
04/10/13 525.187,22
30/01/14 291.185,83
05/03/14 2.941,26
Total 1.998.117,88 Total 1.982.887,57

196. Como se percebe, para as obras já concluídas, o que resta observar é


que os pagamentos ocorreram quase sempre com uma defasagem em relação às
notas fiscais apresentadas. Ademais, em várias situações não se identificou a
correlação entre o valor total ajustado, com a execução correspondente, o que
requer esclarecimentos da Jurisdicionada.

197. Situação mais inusitada se refere às obras paralisadas, cuja análise


será apresentada a seguir.

198. Importante destacar que o cronograma físico-financeiro é a


representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem executados ao
longo do tempo de duração da obra demonstrando, em cada período, o percentual
físico a ser executado e o respectivo valor financeiro a ser despendido.

199. Nesse sentido, é uma ferramenta que auxilia diretamente na gestão da


obra, evidenciando a realidade da execução em relação ao que foi planejado e
permitindo identificar eventuais atrasos e a previsibilidade dos custos.

200. Além disso, a análise do cronograma físico-financeiro permite avaliar a


ocorrência do “jogo de cronograma”, que consiste em superavaliar os preços dos
serviços iniciais do contrato e subavaliar os dos serviços finais, evitando que o
contratado utilize seu capital de giro para executar a obra.

201. Isto, além de caracterizar antecipação de pagamento, que é um risco


para a Administração, pois se o contrato for rescindido por algum motivo antes de
seu término, o poder público se verá obrigado a contratar o remanesceste da obra
por valor superior ao saldo contratual.

202. Posto isto, o quadro a seguir demonstra a situação do andamento das


obras de cada umas das unidades de ensino selecionadas para a inspeção:

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Quadro 32: Andamento das obras fiscalizadas

Quantidade de
Prazo de Data do
Data de Início Data do Termo dias entre a OS e
Localização Execução Recebimento
das Obras de Ocupação o Recebimento
Contratual Provisório
Provisório
Quadra 300, conj. 17, lote 01 – RA XV –
28/08/2015 270 29/06/2016 12/07/2017 306
Recanto das Emas
EC INCRA 06 - RA IV - Brazlândia 17/08/2015 - Paralisada -
QS 07, Lote 10 – RA XX - Água Claras 27/12/2013 270 30/06/2015 Não ocupada 550
QR 103, Lote A, RA XII – Santa Maria 23/12/2013 270 16/12/2014 06/01/2016 358
QS 312, AE – RA XII - Samambaia 17/04/2013 270 10/02/2014 20/05/2014 299
QS 409, AE – RA XII - Samambaia 18/08/2014 - Paralisada -
QS 413, AE – RA XII - Samambaia 11/06/2014 270 29/12/2015 23/05/2016 566

203. Observa-se que das sete CEPI´s selecionadas, conforme já comentado


na questão da qualidade, cinco tiveram suas obras concluídas, das quais quatro
encontram-se em utilização.

204. Por outro lado, verifica-se que as obras de dois CEPI´S ainda não
foram concluídas devidas aos problemas ocorridos durante a execução contratual, e,
por essa razão, encontram-se com as obras paralisadas.

205. Dessa forma, e também considerando o objetivo maior do Programa


Proinfância de prover a sociedade com estruturas adequadas de creches
privilegiando a educação infantil e a efetividade da atuação deste TCDF, nessa
questão de auditoria as análises voltaram-se para os dois CEPI’s cujas obras foram
paralisadas.

206. Vale ressaltar que, conforme demonstrado nas análises dos preços
unitários realizada na segunda questão de auditoria, a metodologia aplicada pelo
NFO para a análise dos preços contratos não apontou a existência superfaturamento
por sobrepreço nas obras dos cinco CEPI’s entregues, fato que minimiza os riscos
de irregularidades na execução contratual dessas creches.

207. Por isso, passar-se-á a tratar apenas das unidades que ainda não
foram entregues, as quais serão tratadas nos tópicos a seguir.

Achado 2 – Não conclusão das obras dos CEPI’s de Brazlândia e da QS 409 de


Samambaia

Critérios
Edital da Concorrência; Contratos.

Análise e Evidências

1. CEPI da Zona Rural de Brazlândia

208. O Contrato n.º 25/2015 assinado pela Secretaria de Educação com a


empresa Vetorial Engenharia LTDA para a execução das obras do CEPI em
Brazlândia data de 03/08/2015.
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209. Nesse contrato, consta como prazo para a execução das obras o
interstício de 270 (duzentos e setenta) dias a contar da expedição da Ordem de
Serviço, conforme a cláusula oitava.
210. Em 17/08/2015, a Secretaria emitiu a Ordem de Serviço n.º 123,
prevendo como data de término da obra o dia 13/05/2016. Consta, também que, em
29/02/2016, a Secretaria procedeu à prorrogação do prazo de execução da obra
para 20/08/2016, cuja publicação do DODF não foi localizada pelo Corpo Técnico.
211. Ao proceder a visita de inspeção no local destinado à construção do
CEPI de Brazlândia, verificou-se que a obra foi iniciada, mas não chegou a ser
concluída, conforme evidenciado pelas fotos abaixo:

Figura 60 - Barracão provisório Figura 61 - Placa da obra caída e


abandonado. quebrada encostada em um
alambrado no meio do terreno.

Figura 62 – Várias descontinuidades Figura 63 – Terreno abandonado


da cerca ao redor do terreno

212. No quadro a seguir, estão os serviços referentes à primeira e segunda


medições, conforme cronograma físico-financeiro da obra enviado pela SE/DF.

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Quadro 33: Medições da CEPI da Zona Rural de Brazlândia


Módulo 1
Item 1 Descrição do Item % 1º Medição % 2º Medição
1 Serviços Preliminares
1.2 Placa de obra em chapa zincada, conforme modelo do Governo 100% 823,56 0% 0,00
1.3 Locação da Obra 0% 100% 8.253,17
subtotal do Item 823,56 8.253,17
BDI (25,98%) 213,96 2.144,17
Total Geral 1.037,52 10.397,34
Módulo 2
Item 2 Serviços Preliminares % 1º Medição % 2º Medição
2.1.000 Canteiro de Obras
2.1.101 barracão (abrigos provisórios) 100% 34.635,84 0% 0,00
2.1.200 Ligações provisórias
2.1.206 consumo de áua, esgoto e energia 10% 2.098,09 10% 2.098,09
2.1.400 Proteção e Sinalização
2.1.401 tapume em chapa de madeira compensada 100% 22.795,50 0% 0,00
2.1.404.1 placa de identificação da obra em chapa zincada 0% 0% 0,00
2.1.404.2 placa de identificação da obra em chapa zincada institucional 4,00 x 100% 3.294,24 0% 0,00
2.2.140 deslocamento de árvore diâmetro maior 30 cm 100% 543,33 0% 0,00
2.2.300 Remoções
2.2.330 remoção de entulhos da obra (em containeres) 100% 1143,09 0% 0,00
2.3.000 Locação de obras
2.3.100 De Edificações
2.3.100 locação de alvenaria (muros e muretas com cerca) 0% 0,00 100% 953,34
2.4.000 Terraplanagem
2.4.100 Limpeza e preparo do terreno
2.4.101 limpeza do terreno - raspagem mecanizada de camada superficial 100% 2.569,21 0% 0,00
2.4.200 Cortes
2.4.201 Escavação mecanizada m campo aberto em solo de 1° categoria, 100% 4.031,05 0% 0,00
2.4.300 Aterro compactado
2.4.300.01 Aterro compensado com empréstimo de material (inclusive 100% 21.439,17 0% 0,00
2.4.300.02 Aterro compensado (aterro mecanizado com reaproveitamento do 100% 2.033,05 0% 0,00
subtotal do Item 94.582,57 3.051,43
4.4.000 Paisagismo
4.5.000 Pavimentação
4.5.102.02 preparo e regularização de terreno para estacionamenrto em blocos 100% 2.906,62 0% 0,00
subtotal do Item 2.906,62 0,00
10.0.000 Serviços Auxiliares e Administrativos
10.1.000 Pessoal
10.1.200 Administração
10.1.201 engenheiro 10% 6.561,20 10% 6.561,20
10.1.202 mestre de obras 10% 6.191,58 10% 6.191,58
10.1.205 guardião de obra 10% 2.592,32 10% 2.592,32
subtotal do Item 15.345,10 15.345,10
Total 112.834,29 18.396,53
BDI (25,98%) 142.148,64 23.175,95
Total Geral 143.186,16 33.573,29
Valor total até a 2º medição 176.759,45

213. Esse Núcleo considerou, por meio da análise do cronograma físico-


financeiro, os serviços programados até a segunda medição15, cujo valor totaliza R$
176.759,45. Esse valor ultrapassa em R$ 1.071,79 o valor correspondente à ordem
bancária emitida em favor da Contratada no dia 30/12/2015, conforme pode ser
observado no Quadro 31.

15
Esse NFO solicitou à SE/DF as medições e suas respectivas memórias de cálculo referente à obra
do CEPI de Brazlândia por meio da Nota de Inspeção nº 03/2016. Porém, somente o cronograma
físico-financeiro dessa obra foi enviado.
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214. Ressalta-se que os serviços considerados até a segunda medição são


típicos de início de obra, assim considerados de apoio à execução do serviço
principal, ou seja, são serviços preliminares.
215. Ao comparar os serviços programados até a 2º medição com aqueles
observados durante a visita técnica, verificou-se de maneira macro que os serviços
executados estão condizentes com os da planilha acima. Constatou-se que o
barracão estava erguido, o terreno estava demarcado com tapumes, e que houve a
instalação da placa da obra, entre outros.
216. Frisa-se que a vistoria in loco da equipe de auditoria baseou-se em uma
simples inspeção visual e que somente se deu 413 dias após a conclusão da
segunda etapa de medição, dia 15/10/201516.
217. Segundo informações da SE/DF, a paralisação da obra de construção do
CEPI de Brazlândia ocorreu porque a empresa Vetorial Engenharia Ltda. abandonou
a obra, o que culminou na rescisão unilateral do Contrato nº 25/2015, com base no
art. 78, inciso III, no art. 87, inciso II e no art. 109, inciso I, da Lei n° 8.666/9317, com
vigência desde a data de sua assinatura, conforme extrato publicado no DODF e
reproduzido a seguir:

2. CEPI da QS 409 de Samambaia

218. O Contrato n.º 52/2014 assinado pela Secretaria de Educação com a


empresa Manchester Construtora e Incorporadora LTDA para a execução das obras
do CEPI na QS 409 de Samambaia data de 02/06/2014.

16
A visita de inspeção ocorreu no dia 02/12/2016 enquanto o período da segunda medição é do dia
16/09/2015 a 15/10/2016, conforme cronograma físico-financeiro.
17
Art. 78 - Constituem motivo para rescisão do contrato:
Inciso III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade
da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
Art. 87 - Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia
defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
Inciso II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
Art. 109 - Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
Inciso I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da
ata, nos casos de: a) habilitação ou inabilitação do licitante; b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
cadastral, sua alteração ou cancelamento; e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
79 desta Lei; f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

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219. De forma similar ao previsto para o contrato anterior, consta como


prazo para a execução das obras o interstício de 270 (duzentos e setenta dias) a
contar da expedição da Ordem de Serviço, conforme a cláusula oitava.
220. Em 18/08/2014, a Secretaria emitiu a Ordem de Serviço n.º 141,
prevendo como data de término da obra o dia 09/03/2015. Consta, também que, em
26/06/2015, a Secretaria procedeu a prorrogação do prazo de vigência do contrato
em 250 (duzentos e cinquenta dias).
221. Ao proceder a visita de inspeção no local destinado à construção do
CEPI, o Corpo Técnico verificou que a obra mal foi iniciada, conforme evidenciado
pelas fotos abaixo:

Figura 64 - Obra da CEPI com Figura 65 – Terreno da obra com


cercas sobre muros de concreto. lixo e abandonado.

222. No quadro a seguir estão os serviços que foram medidos e pagos pela
fiscalização da obra.

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Quadro 34: Medições da QS 409 de Samambaia


Módulo 1
Item 1 Descrição do Item % 1º Medição % 2º Medição % 3º Medição % 4º Medição
1 Serviços Preliminares
1.1 Barracão para escritório da obra 100% 4.576,08 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
Placa de obra em chapa zincada, conforme modelo do Governo
1.2 Federal 100% 678,57 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
1.3 Locação da Obra 50% 3.375,20 50% 3.375,20 0% 0,00 0% 0,00
subtotal do Item 8.629,85 3.375,20 0,00 0,00
Item 2 Infra-estrutura: Fundações
2.1 Fundações - Estacas (projeto SEDF)
2.1.1 Concreto (15 Mpa) 0% 0,00 10% 2.893,74 40% 11.574,99 50% 14.468,74
2.1.2 Aço 0% 0,00 10% 811,74 40% 3.246,98 50% 4.058,72
2.1.3 Escavação f=32 cm (estaca do tipo strauss - Projeto SEDF) 0% 0,00 10% 2.369,25 40% 9.477,00 50% 11.846,25
2.1.4 Escavação f=42 cm (estaca do tipo strauss - Projeto SEDF) 0% 0,00 0% 0,00 10% 378,09 40% 1.512,32
subtotal do Item 0,00 6.074,73 24.677,06 31.886,03
total (sem BDI) 8.629,85 9.449,93 24.677,06 31.886,03
BDI (25,98%) 2.242,04 2.455,09 6.411,10 8.283,99
Total Geral 10.871,89 11.905,02 31.088,16 40.170,02
Módulo 2
Item 2 Serviços Preliminares % 1º Medição % 2º Medição % 3º Medição % 4º Medição
2.1.000 Canteiro de Obras
2.1.101 barracão (abrigos provisórios) 100% 7.383,69 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.1.200 Ligações provisórias
2.1.201 ligação provisória de água e sanitário 100% 1.385,61 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.1.202 ligação provisória de luz e força 100% 946,34 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.1.206 consumo de áua, esgoto e energia 12% 2.219,07 12% 2.219,07 12% 2.219,07 12% 2.219,07
2.1.400 Proteção e Sinalização
2.1.401 tapume em chapa de madeira compensada 100% 7.229,13 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.1.404.1 placa de identificação da obra em chapa zincada 100% 542,65 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
placa de identificação da obra em chapa zincada institucional 4,00 x
2.1.404.2 3,00 m, modelo GDF 100% 2.714,28 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.2.300 Remoções
2.2.330 remoção de entulhos da obra (em containeres) 12% 110,48 12% 110,48 12% 110,48 12% 110,48
2.4.102 deslocamento de árvore diâmetro maior 30 cm 50% 483,65 50% 483,65 0% 0,00 0% 0,00
2.3.000 Locação de obras
2.3.100 De Edificações
2.3.100 locação de alvenaria (muros e muretas com cerca) 0% 0,00 50% 516,71 50% 516,71 0% 0,00
2.4.000 Terraplanagem
2.4.100 Limpeza e preparo do terreno
2.4.101 limpeza do terreno - raspagem mecanizada de camada superficial 100% 3.860,92 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.4.200 Cortes
Escavação mecanizada m campo aberto em solo de 1° categoria,
2.4.201 profunidade: entre 2 e 4 m. 100% 11.705,59 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
2.4.300 Aterro compactado
Aterro compensado (aterro mecanizado com reaproveitamento do
2.4.300.02 solo escavado no local), inclusive espalhamento de material. 100% 6.209,01 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
subtotal do Item 44.790,81 3.329,91 2.846,26 2.329,55
3.0.000 Fundações e Estruturas
3.2.120 Vigas (mureta para cerca em tela soldada)
forma de madeira interna para galeria de concreto e muro de arrimo,
3.2.121 moldada no loocal, 3 reaproveitamentos. 0% 0,00 0% 0,00 25% 2.766,51 50% 5.533,02
armação de aço CA-50 DIAM 6,3 a 12,5 mm (1/4 a 1/2")
3.2.122.1 fornecimento/corte (perda 10%)/dobra/colocação 0% 0,00 0% 0,00 25% 548,61 50% 1.097,23
armação de aço CA-50 DIAM 3,4 a6,0 mm fornecimento/corte (perda
3.2.122.3 10%)/dobra/colocação 0% 0,00 0% 0,00 25% 340,76 50% 681,55
concreto usinado bombeado, fck=20Mpa, inclusive colocação
3.2.123.1 espalhamento e acabamento. 0% 0,00 0% 0,00 25% 1.404,75 50% 2.809,51
subtotal do Item 0,00 0,00 5.060,63 10.121,31
4.4.000 Paisagismo
4.4.100 Equipamentos e Acessórios
cerca confeccionada em tela soldada em aço galvanizado malha 150 x
150 mm, fio 2,5 soldada pelo processo de eletrossolda, montantes em
tuvbo industrial de 4", travessas em tubo industrial de 2", chapa 14,
4.4.103.7 cantoneira em chapa metálica de 1/2 " (perímetro do terreno) 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 25% 25.740,66
muro completo (incluindo fundações, estrutura de concreto armado;
alvenaria em blocos de concreto de 14x19x39 cm, chapiscada e
4.4.109.2 rebocada, exceto pintura acrílica: sem proteção tipo 1/2 "y") 0% 0,00 0% 0,00 40% 16.874,16 40% 16.874,16
subtotal do Item 0,00 0,00 16.874,16 42.614,82
10.0.000 Serviços Auxiliares e Administrativos
10.1.000 Pessoal
10.1.200 Administração
10.1.201 engenheiro 12% 7.070,44 12% 7.070,44 12% 7.070,44 12% 7.070,44
10.1.202 mestre de obras 12% 6.672,14 12% 6.672,14 12% 6.672,14 12% 6.672,14
10.1.205 guardião de obra 12% 2.756,92 12% 2.756,92 12% 2.756,92 12% 2.756,92
subtotal do Item 16.499,50 16.499,50 16.499,50 16.499,50
Subtotal 61.290,31 19.829,41 41.280,55 71.565,18
BDI (25,98%) 77.213,53 24.981,09 52.005,24 90.157,81
Total Geral 88.085,42 36.886,11 83.093,40 130.327,83
Valor total das 4 medições 338.392,76

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223. Após análise das medições enviadas pela SE/DF, verificou-se que o valor
dos serviços medidos até a quarta medição corresponde ao valor total das três
ordens bancárias emitidas em favor da Contratada, cujo valor é de o R$ 338.392.53,
conforme Quadro 31.
224. Observou-se que os serviços da planilha acima são característicos de
início de obra. A exceção a ser apontada é o item 4, referente ao paisagismo, em
que mediu-se cerca confeccionada em tela soldada e muro completo, mas que
durante a visita de inspeção comprovou-se estarem executados (ver figura nº 64).
225. Frisa-se que a vistoria in loco da equipe de auditoria baseou-se em uma
simples inspeção visual e que somente se deu 776 dias após a conclusão da quarta
etapa de medição, dia 08/10/201418.
226. A Secretaria informou que a empresa contratada paralisou a execução das
obras em decorrência do atraso nos pagamentos das etapas já executadas por mais
de 90 dias. Além disso, a Secretaria noticiou também que a empresa solicitou a
rescisão contratual (PT-15).
3. Conclusões
227. Tem-se por imprescindível que a Secretaria de Educação do DF adote
a providências necessárias à prestação de contas junto ao FNDE das unidades
cujas obras não foram concluídas, conforme previsto no art. 22 do referido
normativo19.
228. No caso da CEPI de Brazlândia, tem-se que a culpa da paralisação da
obra incide sobre a empresa contratada, tendo em vista a formalização da rescisão
unilateral. Por outro lado, no CEPI da QS 409 de Samambaia, a responsabilidade
pela paralisação das obras recai sobre os gestores da própria Secretaria, tendo em
vista a descontinuidade dos pagamentos à empresa contratada.
229. Em todo caso, é necessário que a Secretaria apure as
responsabilidades dos envolvidos e das empresas contratadas objetivando
resguardar o interesse público, por intermédio de processo administrativo com o
objetivo de aplicar-lhes as sanções adequadas.
230. Também é importante, que diante das limitações desta Unidade Técnica,
em avaliar de forma detalhada por um simples inspeção visual a compatibilidade
entre os serviços pagos e aqueles efetivamente executados, tem-se por
imprescindível que a Secretaria promova o fechamento do contrato, apresentando o
inventário dos serviços executados em confronto com os valores pagos.

18
A visita de inspeção ocorreu no dia 22/11/2016 enquanto o período da segunda medição é do dia
09/09/2014 a 08/10/2014, conforme cronograma físico-financeiro.
19
Art. 22 - Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis e da obrigação de reparar os danos
porventura existentes, em razão do não cumprimento das obrigações estabelecidas nesta
Resolução, os municípios, estados e o Distrito Federal deverão devolver ao FNDE o valor
transferido atualizado monetariamente, acrescido de juros legais, na forma estabelecida no § 1º do
art. 6º da Lei nº 11.578/2007 e nos termos do art. 25, os valores relativos à: a) não execução de
parte ou de todo o objeto do termo de compromisso assinado; b) não apresentação da prestação
de contas, no prazo exigido; c) utilização dos recursos em finalidade diversa da estabelecida no
termo de compromisso; d) na ocorrência de quaisquer irregularidades que caracterizem prejuízo
ao erário.
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SEGUNDA DIVISÃO DE ACO MPANHAMENT O / NÚCLEO DE FISCALIZAÇÃO DE OBRAS

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Rubrica

231. Além disso, torna-se imprescindível que a Secretaria de Educação


tome as providências necessárias para a continuidade das obras de construção dos
CEPIs não concluídos, considerando que essas unidades visam garantir o acesso
de crianças a creches e escolas de educação infantil da rede pública.

Causas

232. Falha dos gestores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito


Federal ao descumprirem os prazos estipulados no normativo do FNDE, bem como
pela descontinuidade no pagamento destinado às empresas contratadas, conforme
informou por e-mail a própria SE/DF (PT – 15).
Efeitos

233. Os efeitos decorrentes das obras paralisadas envolvem a deterioração


dos serviços executados, os investimentos em serviços sem retorno à sociedade e
os possíveis adiantamentos de pagamentos por serviços ainda não executados.
Além disso, a paralisação de uma obra frustra as expectativas dos usuários que dela
ser beneficiariam.
Proposições

234. Determinar à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal –


SE/DF que: (i) adote as providências necessárias à prestação de contas junto ao
FNDE das unidades com obras paralisadas, conforme, inclusive, previsto no art. 22
do referido normativo; (ii) apure as responsabilidades dos agentes envolvidos e das
empresas contratadas objetivando resguardar o interesse público, por intermédio de
processo administrativo com o objetivo de aplicar-lhe as sanções adequadas e
levando em consideração, no fechamento do contrato, o inventário dos serviços
executados em confronto com os valores pagos; (iii) tome as providências
necessárias para a conclusão da unidades paralisadas, providenciando a licitação
das obras remanescentes;

Benefícios Esperados

235. Como benefício espera-se a conclusão das obras de construção dos


CEPIs ampliando o acesso de crianças a creches e escolas de educação infantil da
rede pública.

V – Ofício nº 522/2014-DECAP (e-doc 49E8203F-c)


236. A presente inspeção estava em andamento, quando foi juntado a estes
autos o Ofício nº 522/2014-DECAP, originário da Delegacia de Repressão aos
Crimes contra a Administração Pública.
237. Referido expediente visou dar conhecimento a esta Corte de apuração
de denúncia elaborada pela Associação da Moralidade Pública (AMP), informando

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Rubrica

suposto esquema de corrupção e superfaturamento na construção de creches


licitadas pela Secretaria de Estado de Educação do DF – SE/DF.
238. De acordo com a denúncia, as irregularidades existentes eram: conluio
entre servidores da Secretaria, a Associação Brasiliense de Construtores
(ASBRACO) e o Sindicato da Construção Civil do Distrito Federal (SINDUSCON/DF)
visavam favorecer determinadas empresas, as quais distribuíam vantagens
indevidas a esses servidores; superfaturamento do preço global das obras; erros
propositais para gerar contratações aditivas.
239. Verificou-se que foi realizado levantamento sobre a possível
participação dos servidores nominados na denúncia, com empresas privadas, bem
como acerca do quanto teria sido auferido pelas empresas contratadas, tanto no
âmbito da SE/DF (para a realização de creches), quanto com o Governo do DF, de
uma maneira geral.
240. Ao final, conclui que para examinar a veracidade dos fatos apontados
seria necessária rigorosa análise nos processos de licitação, que exorbitaria as
atribuições desta delegacia.
241. Diante disso e de comunicação da Secretaria de Transparência, no
sentido de que a atividade de correição é do próprio Órgão (art. 7º do Decreto
nº 4.938/2012), propôs o encaminhamento do expediente para a Secretaria de
Educação, com cópia para este Tribunal.
242. Tendo em conta as questões regimentais que envolvem os trabalhos
desenvolvidos por esta Corte de Contas, observa-se que os exames possíveis eram
aqueles atinentes ao que se pretendia realizar, sobretudo as análises relativas à
compatibilidade dos preços com os valores de mercado e a possível restrição à
competitividade dos certames, na medida em que se verificou o cumprimento de
deliberações do TCU (Acórdão nº 109/2014).
243. Assim, entendeu-se não haver motivos para alterar a linha de trabalho
antes estabelecida.
244. De qualquer forma, propõe-se dar conhecimento do presente Relatório
à DECAP.

VI – Conclusão
245. A presente inspeção foi realizada em cumprimento à alínea “a” do item
II da Decisão nº 1368/2015 c/c a alínea “b” do item V da Decisão nº 2511/2015 e
visou responder as seguintes questões:
QA1) As impropriedades identificadas nos itens 1.8.1.1 e 1.8.1.2 do Acórdão
nº 109/2014 - TCU - 1ª Câmara passaram a ser cumpridas pela SE/DF, após
o conhecimento do referido julgado?
QA2) Os serviços contratados são pertinentes, regulares e têm preços compatíveis
com os valores de mercado?
QA3) A qualidade dos serviços e materiais contratados é adequada, atende às
especificações e ao caderno de encargos?

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Rubrica

QA4) Os serviços executados estão compatíveis com o cronograma físico-financeiro


aprovado, bem como com o prazo estabelecido?

246. Em linhas gerais, o trabalho realizado trouxe as seguintes respostas


para as questões antes relacionadas:
QA1) Parcialmente atendidas.
QA2) Em geral os serviços contratados são pertinentes, regulares e compatíveis
com os valores de mercado.
QA3) A qualidade dos serviços e dos materiais empregados na obra e avaliados
pela Unidade Técnica, no geral, são adequados, visto que foram constadas apenas
algumas incompatibilidades. No entanto, foram verificadas diversas patologias
decorrentes do processo de execução dos serviços das obras de construção dos
Centros de Educação de Primeira Infância – CEPIs.
QA4) Não. Das sete CEPIs selecionadas para a realização desta inspeção, apenas
cinco foram entregues. Em duas unidades as obras estão paralisadas.

247. Tendo em vista o direito ao contraditório, a manifestação quanto ao


mérito da Representação nº 09/2015-CF, de que a alínea “c” do item II da Decisão
nº 1368/2015, ficará para ser deliberada na etapa seguinte destes autos.

VII – Sugestões
248. Ante o exposto, sugere-se o encaminhamento dos autos, com vistas à
adoção das seguintes medidas pelo e. Plenário:
I. tomar conhecimento:
a. dos Ofícios nos 1100/2015-SE/DF, 99 e 1744/2016-SE/DF;
b. do Ofício nº 522/2014-PCDF;
c. do presente Relatório de Inspeção, em atendimento à alínea
“a” do item II da Decisão nº 1368/2015 e ao item III da
Decisão nº 2511/2015;

II. nos termos do art. 41, § 2º, da Lei Complementar nº 1/1994, bem
como em atenção aos princípios do contraditório e da ampla
defesa, entende-se que o Tribunal possa autorizar a remessa de
cópia do presente Relatório de Inspeção e do Relatório/Voto
condutor da decisão a ser proferida à SE/DF, a fim de que, no
prazo de 30 (trinta) dias, manifestem-se acerca das
impropriedades indicadas, apresentando circunstanciadas
justificativas ou esclarecimentos pertinentes;

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Rubrica

III. autorizar:

a. o envio do presente Relatório à Secretaria de Estado de


Educação do DF – SE/DF, para cumprimento do item III
supra, e à Delegacia de Repressão aos Crimes contra a
Administração Pública – DECAP, para conhecimento, haja
vista o item I.b anterior;

b. retorno dos autos à Secretaria de Acompanhamento;

Brasília, de novembro de 2017

Marcelo Rebelo Athayde Ronaldo Mourão Pereira


ACE 1607-8 ACE 667-0
NFO 2ª DIACOMP

Senhor Secretário de Acompanhamento,

De acordo com a Instrução e com as sugestões propostas.

Brasília, de de 2017

Alexandre Pedrosa Pinheiro Thiago Valente de O. Figueirêdo


Chefe do NFO Diretor Substituto da 2ª DIACOMP

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