Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
♦ Definições importantes:
◘ Regurgitações: são movimentos de eliminação do conteúdo
gástrico para o esôfago e boca sem associação com esforço. É um
sintoma não associado ao estresse e muito frequente nos
lactentes, que parecem “famintos” logo após o episódio. Sua origem
deriva de um amadurecimento incompleto do esfíncter
esofágico inferior (EEI), cuja função é exatamente prevenir o
refluxo dos alimentos do estômago. Esse sintoma frequentemente se
resolve com o tempo e desenvolvimento/amadurecimento do TGI.
◘ Refluxo Gastroesofágico:
Distúrbio relacionado à passagem do conteúdo gastroduodenal para o
esôfago e/ou órgãos adjacentes,
resultando espectro de sintomas com ou sem lesão tecidual. É uma
alteração neuroendócrina que leva a um distúrbio da
motilidade do esôfago e/ou estômago.
Diferença RGE e DRGE:
RGE – processo fisiológico que ocorre várias vezes em lactentes,
crianças e adultos. Ocorrem com maior frequência após as refeições,
com duração menor que 3 min. Causam poucos ou nenhum
sintomas. Regurgitação é relatado em até 50% de todos os
lactentes. Regurgitação e vômitos são manifestações comuns em
RGE não patológico.
DRGE – Quando ocorrem sintomas com frequência elevada e
repetitiva pode se caracterizar como doença. Manifestações
esofágicas ou extraesofágicas.
• Fisiopatologia:
DETALHES IMPORTANTES:
• Tubo virtual. Na deglutição ocorre estímulo neuroendócrino com
relaxamento da musculatura. Quando contrai novamente,
empurra o alimento para frente.
• Ritmo controlado por marca-passos (todo o tubo digestório)
• Sob pressão intra gástrica, piloro abre sob pressão mais baixa
que o EEI.
• DRGE ocorre quando ocorre distorção relaxamento x contração,
defesa da mucosa vencida pelo ácido ou distúrbio
neuroendócrino.
• Por isso frequente em pré-termos, paralisia cerebral e
laringotraqueomalácia.
• Quadro clínico:
Esofágicas – vômito, baixo ganho ponderal, disfagia, dor abdominal,
retroesternal e esofagite.
Extraesofágicas – sintomas respiratórios (tosse e laringite),
sibilância em lactentes. Outras: erosões dentárias, faringite, sinusite
e otite média recorrente.
Lesão mucosa – esofagite de refluxo, estenose péptica e raramente,
Esôfago de Barret (muito comum em crianças).
• Assintomático ou monossintomático
• Manifestações digestivas
• Manifestações respiratórias
• Outras manifestações
– de gravidade (apnéia, cianose, PCR)
– de complicações (sangramento, disfagia, estenose)
– Disfonia, otite de repetição.
• Manifestações digestivas:
– Regurgitações, vômitos, irritabilidade (dor, pirose),
sangramento digestivo.
• Lactente: predomínio de regurgitações e vômitos. Irritabilidade
menos freqüente.
• Pré-escolar: Vômitos e dor abdominal.
• Escolar e adolescente: semelhante ao adulto. Dor retroesternal,
pirose, eructações ácidas. Associação ou não com a
alimentação.
• Manifestações respiratórias:
– Tosse, broncoespasmo (sibilância), bebê chiador,
dispnéia, estridor, pneumonias de repetição.
• Lactente: bebê chiador (dispnéia, sibilos, estridor, etc). No
lactente que foi prematuro (ou no RN) a apnéia é uma
ocorrência de importância.
• Pré-escolar: Dispnéia, pneumonias de repetição. Otite e sinusite
de repetição podem ocorrer.
• Escolar e adolescente: pneumonias de repetição. Disfonia.
• Diagnóstico:
• Anamnese e Exame físico
– Início do quadro.
– Tipo de manifestação e gravidade.
– Repercussão sobre o estado nutricional do paciente.
– Exames realizados anteriormente.
– Minucioso exame clínico geral e do abdomen.
• Avaliar:
– O RGE se impõe como diagnóstico principal?
– É necessário realizar algum método complementar?
– O manuseio propedêutico e terapêutico anteriormente
realizado foi adequado?
– O método a ser utilizado implicará em alguma mudança?
– O que realizar?
Métodos complementares:
• Seriografia:
– Determina a ocorrência de RGE no momento do exame
sendo útil para exclusão de alterações anatômicas.
– Avalia também a coordenação sucção-deglutição. A
altura tem pouca importância - exceção se ocorrer
broncoaspiração.
– Adequado para avaliar o RGE pós correção de atresia do
esôfago.
• Ultrassonografia:
– Exame mais recentemente usado; apenas detecta a
ocorrência do refluxo. Não é capaz de mostrar alterações
anatômicas nem avalia se o RGE é ácido.
• Manometria:
– Indicada em crianças com suspeita de distúrbio de
motilidade esofágica.
– Pode ser usada previamente ao tratamento cirúrgico
quando indicado e também durante o ato cirúrgico.
• Endoscopia Digestiva Alta (com biópsia):
– Único método capaz de diagnosticar a esofagite.
– Na criança com dor epigástrica é útil para excluir doença
péptica. No RGE de difícil controle, descartar esofagite
eosinofílica.
– Geralmente negativa na criança sem manifestação de
sangramento digestivo.
– Em encefalopatas crônicos têm maior chance de ser
anormal.
– O lactente com sangramento digestivo alto em
aleitamento materno em bom estado geral, verificar
sangue deglutido (apt-teste).
• PHmetria esofágica de 24h:
– Considerado padrão ouro na avaliação do RGE ácido.
– Alta sensibilidade e especificidade.
– Pode ser feito a nível ambulatorial.
– Avaliação do RGE noturno.
– Desvantagem: custo / avaliação por períodos
prolongados.
– Útil:
• Para detectar RGE oculto ou associação com
sintoma suspeito.
• Avaliar sintoma atípico (estridor) ou típico que não
respondeu ao tratamento clínico.
• Avaliação do RGE associado à pneumonia crônica ou
de repetição.
• Avaliação do tratamento clínico ou cirúrgico.
– Algum valor (casos individuais):
• Apnéia do prematuro.
• Choro ou irritabilidade intratável do lactente.
• Hiperreatividade das VAS.
• Previamente ao tratamento cirúrgico.
– Pouco valor:
• Regurgitação de lactentes (manifestação isolada).
• Esofagite de refluxo documentada (EDA).
• Sintomas sugestivos de RGE não-tratados (criança
maior).
• Disfagia (SEED, endoscopia, manometria).
– Parâmetros avaliados:
• Número de episódios.
• Episódios com duração > 5 min.
• Episódio mais longo.
• Tempo total com pH < 4,0.
• Tempo percentual com pH < 4,0.
• Número de episódios por hora.
• “Clearance”
Tratamento cirúrgico
INDICAÇÕES:
• RGE comprovado.
• Complicações documentadas.
• Falha do tratamento clínico (atentar para dieta de exclusão em
casos suspeitos de alergia alimentar).
MEDCURSO – 2010:
NOVA PÁGINA>>>
RESUMO: Bruna Souza – 2010.2