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Fundição
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Sumário
Introdução 1
O processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Vantagens e Desvatagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Solidificação de Metais e Ligas 3

Formação de Defeitos 7

Etapas 8

Classificação 11

Moldes Colapsáveis 11
Areias com ligantes inorgânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Fundição em areia verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Fundição em areia seca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Processo silicato de sódio/CO2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Processo areia cimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Areias com ligantes orgânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Resinas de cura a frio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Moldagem em casca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Areias sem ligantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Molde cheio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Moldagem a vácuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Moldes congelados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Outros refratários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Processo CLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Cera perdida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Moldes Permanentes (Coquillhas) 21


Fundição por gravidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Fundição sob pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Fundição a vácuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Fundição por compressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Fundição por centrifugação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2
.

Centrifugação total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Centrifugação parcial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Somente preenchimento por centrifugação . . . . . . . . . . . 26
Vantagens e Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Vantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3
. Fundição

Introdução Inicialmente, utilizou como matéria


prima o cobre, o estanho e o bronze
Os processos de conformação de um (uma liga de estanho), metais cuja fu-
material a partir de seu estado líquido são é mais fácil. Somente em 1200 a.C,
são usualmente denominados de pro- aproximadamente, começa-se a traba-
cessos metalúrgicos de fabricação. lhar com ferro.

Estes processos podem ainda ser classi- Após milhares de anos, os princípios

ficados com relação à sua temperatura do processo de fundição continuam os

de trabalho. A metalurgia do pó engloba mesmos, mas aprimoramentos técni-

todos os processos onde a temperatura cos proporcionaram um controle maior

aplicada é inferior a temperatura de fu- sobre o processo, assim como sua auto-

são do material. Em contrapartida, os mação.

processos que trabalham em tempera- Dessa forma, tal desenvolvimento, junto

turas superiores a temperatura de fusão à softwares que permitem a simulação de

são: soldagem, lingotamento e fundição. fenômenos de solidificação, possibilita-


ram a fabricação de produtos cada vez
O período da Idade dos Metais (período
mais sofisticados.
seguinte à Idade da Pedra), que se ini-
cia por volta de 4000 a.C., foi marcado O processo
pelo início da fabricação de ferramentas A fundição é definida como conforma-
e armas de metal. ção de metais e ligas a partir do material

Ainda que de maneira rudimentar, o ser líquido, vazado em moldes apropriados

humano começou a dominar a técnica onde, ao solidificar-se, toma-lhe a forma,

da fundição. resultando em produtos acabados (pe-

1
. Fundição

ças, componentes) ou semi-acabados


e matéria prima para processamento
mecânico (tarugos, lingotes, chapas). É
de grande importância para a indústria,
pois praticamente todo produto metá-
lico passa por um processo de fundição
em um momento de sua produção.

O Molde pode corresponder à forma fi- Aplicação


nal da peça desejada ou pode conferir
Essa técnica é amplamente utilizada
à peça determinada forma, que ainda
para a fabricação de:
sofrerá posteriores tratamentos de con-
• Partes de motores;
formação no estado sólido até chegar

às dimensões desejadas. A cavidade no • Turbinas hidráulicas e a gás;

molde é conhecido como “negativo” da


• Equipamentos e ferramentas para
peça.
a indústria mecânica;

Basicamente, no processo de fundição,


• Laminadores;
o metal líquido é vazado em um molde e
• Hélices e âncoras de navios;
ocupa a sua geometria. Após ser resfri-

ado, o material se solidifica e é então re- • Válvulas de alta e baixa pressão;

tirado de dentro do molde. Desse forma,


• Sapatas de freios;
este processo possibilita a confecção de
• Rodas de automóveis;
peças com grande variedade e complexi-
dade de formas. • Artefatos para uso doméstico.

2
. Fundição

Vantagens e Desvatagens defeitos devido à formação de inclusões,


trincas ou cavidades de contração e po-
Em processos de fundição, não há limite
rosidades. Ademais, pode ocorrer a se-
de peso e de dimensão para as peças
gregação de solutos.
confeccionadas, permitindo, ainda, que
sejam fabricadas formas de grande com- Solidificação de
plexidade. Além disso, apresenta baixo Metais e Ligas
custo de produção e grande versatili-
Conforme discutido anteriormente, o
dade, assim como também a possibili-
processo de fundição envolve a fusão do
dade de se trabalhar com uma ampla
metal ou liga, seu posterior vazamento
gama de metais e ligas. A partir dele,
em um molde, a solidificação da peça e,
pode-se obter peças com elevada pre-
na sequência, sua remoção do molde.
cisão dimensional e qualidade de aca-
O escoamento do metal líquido na ca-
bamento, garantindo também que ela
vidade do molde é influenciado por al-
esteja, ao menos, próxima de sua dimen-
guns parâmetros, que variam conforme
são final, reduzindo a necessidade de um
o processo de fundição utilizado:
processo de usinagem posterior e a con-

sequente perda de material. 1. Temperatura de vazamento: um

Entretanto, alguns materiais podem material metálico apresenta uma

apresentar reações com os moldes ou temperatura de fusão bem de-

dificuldades em se alcançar o estado finida, ou seja, inicia e finaliza o

de fusão. Há também a necessidade do processo de solidificação em uma

processo ser realizado em atmosferas temperatura bem determinada.

inertes. A peça final pode apresentar Em contrapartida, as ligas apre-

3
. Fundição

sentam uma temperatura no inicio interface sólido-líquido se movi-


do processo de solidificação e ou- menta. Normalmente, G se encon-
tra ao terminar. Dentro da faixa tra entre 102 e 103 K/m e R entre
de temperaturas em que ocorre a 10−4 e 10−3 m/s. Estruturas den-
solidificação para uma liga, existe dríticas (estrutura de solidificação
sempre uma mistura de sólido e normalmente encontrada em fun-
líquido. A temperatura de vaza- didos) apresentam valores da ra-

mento de uma liga deve sempre zão G/R entre 105 e 107 . Por sua
ser tal que garanta que o material vez, frentes planas de solidificação
esteja com 100% de líquido (supe- possuem estes valores entre 1010 e

raquecimento). O vazamento, no 1012 .

caso de ligas, dentro de uma faixa


3. Fluidez: é a capacidade do metal
de temperaturas onde se tem uma
líquido preencher as cavidades do
mistura de sólido e líquido preju-
molde. Essa propriedade depende
dica o preenchimento completo do
de características do metal e de
molde.
parâmetros utilizados na fundição.
2. Taxa de resfriamento: possui Com relação ao metal, a fluidez
grande influência no desenvolvi- depende da viscosidade, tensão
mento da estrutura do fundido. superficial, inclusões e padrão de
O critério que descreve a ciné- solidificação da liga. No que se re-
tica da interface sólido-líquido é fere aos parâmetros de fundição, a
dado por G/R, onde G é o gradi- fluidez depende do projeto e do
ente térmico e R a taxa na qual a material do molde, além de seu

4
. Fundição

acabamento superficial, grau de 5. Contração de solidificação: a mai-


superaquecimento, taxa de vaza- oria dos metais comercialmente
mento e transferência de calor. utilizados apresenta contração
durante o processo de solidifica-
4. Existência de turbulência: O esco-
ção. Sendo assim, esse fato deve
amento de metais e ligas metálicas
ser considerado na fabricação do
em estado líquido superaquecidos
molde. De forma a compensar
são semelhantes entre si e ao es-
essa contração, existe no projeto
coamento da água. É necessário
do molde a adição de um recipi-
que o sistema de canais do molde
ente para o metal líquido deno-
seja projetado de forma a reduzir
minado massalote, que é o último
a turbulência. Essa característica
componente se solidificar e con-
pode ser quantificada pelo número
centra a contração de solidifica-
de Reynolds (Re), que depende da
ção. Ele é retirado da peça após
velocidade do escoamento, do diâ-
a solidificação e desmoldagem,
metro hidráulico do canal e da vis-
sendo posteriormente sucateado.
cosidade cinemática do líquido. Na
6. Transferência de calor no molde:
maioria dos casos, o fluxo se apro-
Fatores como fluidez e taxa de
xima do turbulento, provocando,
resfriamento dependem da tem-
assim, reações do metal líquido,
peratura e, portanto, também da
levando a formação indesejável
transferência de calor do molde.
de bolhas de gás que podem ficar
presas e produzirem defeitos nas 7. Tempo de solidificação: O tempo

peças fundidas. de solidificação da peça no molde

5
. Fundição

é função do volume do fundido e • Zona Coquilhada: Os grãos do


da sua área superficial. material possuem pequenas di-
mensões, orientações cristalográ-
Podem ocorrer diferentes tipos de ficas aleatórias, crescimento equi-
micro e macroestruturas, depen- axial. É a região formada na perife-
dendo de como ocorre o resfria- ria, junto às paredes do molde.
mento/solidificação do material que foi
• Zona Colunar: Apresenta grãos
fundido. Diferentes tipos de zonas es-
alongados, cujo crescimento
truturais vão surgir, devido ao uso de
ocorre na mesma direção, mas
moldes em temperaturas inferiores às
sentido oposto, do fluxo de calor.
do material fundido. De acordo com a
Se encontra numa região inter-
distância até as paredes do molde, três
mediária, entre a periferia (zona
regiões se formam no material.
coquilhada) e o centro da seção.

• Zona Equiaxial Central: Os grãos

são equiaxiais, de média dimen-

são e possuem orientações cris-


talográficas aleatórias. É a região

formada no centro da seção.

6
. Fundição

Formação de sadas por deformações plásti-

Defeitos cas não homogêneas) e trincas a


quente. A contração de solidifica-
Em processos de fundição, há vários de-
ção também ocorre junto as den-
feitos ou mesmo efeitos indesejáveis
dritas, causando a ocorrência de
possíveis de ocorrer. Dentre eles estão:
micro-rechupes.

1. Crescimento dendrítico: ocorre


3. Não preenchimento completo do
a formação de dendritas que se
molde: esse tipo de defeito pode
encontram em planos diagonais,
ser causado por temperaturas de
formando planos de maior fragili-
vazamento baixas.
dade, onde podem aparecer fissu-

ras ou trincas durante processos 4. Concentração de impurezas em

posteriores de conformação plás- algumas regiões: pode ser con-

tica. sequência da segregação durante

o processo de solidificação. Em li-


2. Ocorrência de contração de vo-
gas, os elementos com mais baixo
lume: provoca a formação de re-
ponto de fusão se concentram no
chupe (vazio ou chupagem). Essa
líquido. Sendo assim, a última re-
região deve ser retirada da peça.
gião a solidificar é a mais rica nes-
Em peças fundidas, essa é a região
ses elementos.
do massalote ou alimentador. A

contração durante a solidificação 5. Gases: quando formados durante

pode acarretar no aparecimento o processo de fundição, podem

de tensões residuais (que são cau- formar bolhas tanto na superfície

7
. Fundição

quanto no interior das peças. No o molde. Estes modelos são for-


interior das peças, a porosidade mados pela réplica da peça, canais,
formada pelos gases se diferencia respiro, alimentadores e resfria-
dos microrechupes por apresentar dores. Podem ser construídos da
formas mais aredondadas. seguinte forma:

6. Presença de inclusões: a presença • Montagem manual: mode-


de inclusões de elementos não me- los feitos de isopor, madeira,
tálicos, como SiO2 e M nO, causam entre outros materiais.
a redução de propriedades mecâ-
• Por fundição: modelos de
nicas das peças fundidas e podem
cera ou polímeros.
comprometer os lingotes em pro-
• Usinagem CNC: modelos
cessos posteriores de deformação
de madeira, polímeros ou
plástica.
mesmo materiais metálicos.
Etapas • Usinagem de precisão: mo-

O processo de fabricação de peças a delos metálicos obtidos por

partir da fundição pode ser dividido em processo de eletroerosão.

10 etapas, sendo elas apresentadas a • Prototipagem rápida: mode-


seguir. los poliméricos.

1. Modelação: Os canais são os elementos que


Esta etapa consiste na confecção permitem um preenchimento ho-
do modelo: uma réplica da peça mogêneo do metal líquido dentro
que é utilizada para confeccionar do molde. Sua construção requer

8
. Fundição

cuidados com relação a geometria, que são necessárias nas peças fun-
de modo a evitar escoamentos tur- didas (principalmente orifícios).
bulentos e a formação de bolsas Sua função no molde é formar uma
de ar. seção cheia onde o metal não pe-
netrará, de modo que a peça final
O respiro é o elemento que per-
apresente um vazio naquela re-
mitirá a saída do ar do interior das
gião.
cavidades.

Alimentadores são utilizados para


que haja mais metal fundido em

regiões adequadas, de modo a se

evitar rechupes.

Por fim, resfriadores são respon-

sáveis por direcionar o fluxo do lí-

quido, evitando, assim, a formação

de rechupes.

3. Fusão:
2. Moldagem e Macharia:
Nessa etapa ocorre o aqueci-
Etapa onde são confeccionados
mento da matéria prima que será
o molde e os machos. O molde
vazada na cavidade do molde até
é constituído por todas as cavi-
temperaturas superiores ao seu
dades a serem preenchidas pelo
ponto de fusão.
metal líquido. Por sua vez, os ma-
chos correspondem às cavidades 4. Vazamento:

9
. Fundição

O vazamento corresponde a um das as sobras e as rebarbas utili-


conjunto de métodos utilizados zando esmeris ou lixadeiras.
para despejar o metal líquido den-
tro do molde. 8. Recuperação:
Passam por esta etapa as peças
5. Desmoldagem:
que apresentarem algum defeito
Na etapa de desmoldagem, após
não comprometedor que é detec-
a solidificação do material, a peça
tado durante a análise.
fundida é retirada do interior do

molde.
9. Conformação final:
6. Inspeção: Se necessário, a peça é submetida
A peça formada é analisada para há processos de usinagem ou con-
detecção de possíveis defeitos. formação plástica para obter a di-

mensão e acabamento superficial


7. Pós-operações:
desejados.
Os canais são cortados e a peça

passa por um processo de lim-


10. Tratamentos térmicos e outros:
peza. Após a retirada do molde
Por fim, podem ser aplicados à
de fundição, a peça possui diver-
peça tratamentos térmicos ou
sas rebarbas causadas pelo vaza-
termoquímicos para adequar as
mento através dos canais de res-
suas propriedades aos requisitos
piro. Desse modo, é necessária a
de projeto.
"limpeza"da peça através do des-
rebarbeamento, onde são retira-

10
. Fundição

Classificação Esse tipo de molde permite que sejam


fabricadas várias peças em um único va-
Com relação ao material adotado na fa-
zamento, ou seja, o molde pode conter
bricação do molde, os processos de fun-
várias cavidades a serem preenchidas
dição podem ser classificados em:
com metal líquido.
Os processos com moldes colapsáveis
• Moldes Colapsáveis
são aqueles que utilizam:
• Moldes Permanentes (Coquilhas)
• Areias + ligantes inorgânicos:
• Moldes Semi-permanentes areia seca, areia verde, areia ci-
mento e silicato de sódio/CO2 .
A seguir, são apresentadas mais infor-

mações a respeito de cada grupo. • Areias + ligantes orgânicos: mol-

dagem em casca (shell molding) e


Moldes resinas de curo a frio.
Colapsáveis
• Areias sem ligantes: molde cheio,
Os processos que são classificados
moldagem a vácuo e moldes con-
dessa forma são aqueles que utilizam
gelados.
moldes de material refratário e que são

quebrados para a retirada do fundido. • Outros refratários: Cera perdida e


Dessa forma, cada molde se presta a so- CLA.
mente um vazamento. Entretanto, após

a desmoldagem da peça, alguns materi-


ais podem ser recuperados para a cons-
trução de outro molde.

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. Fundição

Areias com ligantes imediatamente e pode ser facilmente


inorgânicos mecanizável.

O modelo é fabricado em partes para


Fundição em areia verde
permitir a sua retirada do molde, en-

O processo de fundição em areia verde quanto os machos são construídos em

é o mais popular (aproximadamente areia com resinas, separadamente, nas

90% - em volume do metal líquido - da chamadas caixas de macho.

produção de fundidos). Possui baixo A desmoldagem se dá através da quebra

custo de produção e pode ser utilizado do molde.

em pequenas e elevadas produções, de-


Fundição em areia seca
vido, principalmente, a sua elevada ver-
A fundição em areia seca é semelhante
satilidade quanto ao peso (de peças com
ao processo em areia verde, mas há ne-
poucas gramas até dezenas de tonela-
cessidade de secagem antes do molde
das). Entretanto, como se faz necessário
receber o metal líquido.
o uso de um modelo, a complexidade de
A composição do material de moldagem
geometrias é limitada. É utilizado para
é de areia e ligantes (óleos vegetais ou
ligas ferrosas e não ferrosas.
derivados de petróleo), que fornecem
O material de moldagem é constituído
resistência mecânica após secagem. A
por areia (75%), argila (de 3 a 15%), água
confecção do molde é semelhante ao
e outros aditivos para fins específicos, e
processo de fundição em areia verde,
pode ser reutilizado.
exceto pela presença de uma etapa final
Este processo permite que o molde, de secagem em uma estufa em tempe-
após estar pronto, receba o vazamento raturas entre 200 e 300 C. A secagem

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. Fundição

proporciona o aumento das resistências e CO2 . Para a confecção do molde,


mecânica e à erosão do metal líquido adiciona-se a substância N a2 SiO3 H2 O
e diminui o teor de água no molde, re- em estado líquido à areia e, em seguida,
duzindo a possibilidade de certos tipos coloca-se essa mistura sobre o modelo,
de defeitos na peça fundida, como a po- utilizando vibração para acomodação
rosidade. Após a secagem, os moldes da areia (compactação leve, manual ou
devem receber o metal líquido imediata- vibração). Por sua vez, o gás CO2 é pas-

mente para se evitar drenagem de água sado pelo interior da areia. Dessa re-
das camadas externas para a superfície ação surgem as substâncias SiO2 H2 O
interna do molde. (sílica gel) e N a2 OSiO2 (silicato vítreo).

De forma geral, fornece fundidos de me-


A sílica gel envolve os grãos de areia,
lhor qualidade que a fundição em areia
proporcionado coesão e plasticidade.
verde, mas apresenta um custo superior
Já o silicato vítreo fornece forte ligação
devido à existência de uma etapa a mais.
e alta resistência mecânica ao molde. A
Sua maior aplicação se dá para moldes
fração encontrada de sílica gel e de sili-
de grandes dimensões, na confecção de
cato vítreo varia conforme o tempo de
machos e na moldagem feita por partes
gaseificação, influenciando, portanto, na
de moldes grandes ou muito complexos.
resistência mecânica do molde.
Assim como a fundição em areia verde, a
De modo geral, trata-se de um processo
areia também pode ser reutilizada.
com alta versatilidade, permitindo a fa-
Processo silicato de sódio/CO2
bricação de moldes de pequenas, mé-
Para este caso, a areia do processo de dias e grandes dimensões. Pode ser utili-
fundição é composta por areia, N a2 SiO3 zada com materiais ferrosos e não ferro-

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. Fundição

sos. Além disso, fornece fundidos de boa ao tempo de secagem do cimento, onde
qualidade superficial e alta precisão di- vários dias podem ser requeridos. For-
mensional. Entretanto, apresenta maior necem moldes com elevada resistência
custo em relação ao processo em areia mecânica, mas com reduzida colapsibili-
verde e a areia não é recuperável. dade. A areia não é recuperável.

É popularmente usado na fabricação


Areias com ligantes orgânicos
de machos, moldes que requeiram bom
Resinas de cura a frio
acabamento e na moldagem de peças
Esse método tem sido desenvolvido
grandes por partes.
desde o início dos anos 50 do século XX
Processo areia cimento
e revolucionou a tecnologia de molda-

Sua utilização comercial teve início nos gem, pois dispensa elevadas temperatu-

anos 50, sendo seu uso popular para ras, já que elimina a presença de gases

confecção de moldes de grande porte provenientes da queima de componen-

e para ligas ferrosas. A areia cimento tes orgânicos e longos tempos de cura.

é composta por uma mistura de areia, É adotado para uma ampla gama de pro-
cimento (de 8 a 10%) e água (de 4 a 7%. cessos (produtos) disponíveis, com dife-
Não é necessário o uso de caixas de mol- rentes denominações comerciais.

dagem, somente molduras, pois a alta Na presença de um catalisador, as resi-


resistência mecânica do cimento sus- nas adicionadas à areia polimerizam em
tenta o molde. Também não necessita temperatura ambiente, levando tempos
de elevada compactação. da ordem de minutos ou segundos.

O modelo é retirado após cura parcial. Os processos de fundição de resinas de

Trata-se de um processo lento devido cura a frio utilizam modelos de madeira

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. Fundição

e fornecem moldes de elevada resistên- A mistura de moldagem é composta por


cia e de alta colapsabilidade, sem neces- areia e resinas de cura a quente, que,
sidade de elevado grau de compactação. normalmente, são fenol-formaldeído,
Proporcionam moldes manuseáveis que ureia-formaldeído ou alquídicas.
são úteis para a moldagem por partes.
Os modelos são construídos a partir de
Além disso, atendem à fundidos de gran-
materiais metálicos (ligas de alumínio,
des dimensões e/ou geometrias comple-
ligas de Fe-C, entre outros) estáveis à
xas.
temperatura de cura da resina e pos-
Os materiais fundidos provenientes suem bom acabamento superficial. Ele
desse processo possuem excelente pre- é aquecido entre 175 e 370 C e, em se-
cisão dimensional e acabamento super- guida, é colocado dentro de uma caixa
ficial. com a mistura de areia resinada. A caixa
É uma boa escolha para produção em é então movimentada, permitindo a
grande escala devido à sua rapidez. En- adesão da areia sobre a superfície do
tretanto, a resina utilizada pode apre- modelo, pois, com o aquecimento, a re-
sentar custo elevado. sina da areia polimeriza e forma uma

casca sobre ele. Essa “casca” (Shell) é


Moldagem em casca destacada do modelo e as partes são
fechadas para montagem do molde, es-
Também conhecido como processo Shell,
tando pronto para o vazamento do lí-
foi primeiramente utilizado na Alema-
quido.
nha durante a década de 40. Atual-
mente, é amplamente utilizado para os Duas técnicas são comumente utilizadas
mais variados produtos e ligas. para a moldagem:

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. Fundição

• Tamboreamento: a areia é man- dez e tornam desnecessária a sua com-


tida no interior da caixa e o mo- pactação). Sendo assim, o processo per-
delo é preso sobre ela, que é então mite alta flexibilidade de formas. Tem
virada de modo a deixar cair areia grande aplicação comercial na indús-
sobre o modelo. tria automobilística, para a fabricação
de componentes em ligas de alumínio
• Sopramento: neste caso, a areia
e na produção de peças como engrena-
é soprada para a cavidade que se
gens, onde grande precisão e bom aca-
forma entre modelo e placa de fe-
bamento superficial são necessários.
chamento (que estão aquecidas),
Dependendo da construção do modelo,
produzindo uma casca de espes-
mais de uma peça pode ser feita em um
sura uniforme e controlada. Os
único vazamento. A areia não é recupe-
equipamentos dessa técnica pos-
rável.
suem elevados custos, tornando

seu uso justificável apenas para


Areias sem ligantes
fabricação de grandes quantida-

des de peças (dimensões peque- Molde cheio

nas/médias). É muito utilizado


Também conhecido como fundição em
para confecção de machos.
molde sem cavidade ou processo EPC

De forma geral, o shell molding fornece (Evaporative Pattern Casting), pois o mo-

fundidos com excelente acabamento delo é construído em material vapori-

e precisão dimensional (devido, em zável a uma temperatura menor que a

grande parte, ao uso de areias de granu- temperatura de fusão do metal (poliesti-

lometria fina que possibilitam alta flui- reno ou polimetil-metacrilato expandi-

16
. Fundição

dos), sendo, portanto, destruído durante lapso do molde) e que a areia tenha per-
o processo. meabilidade adequada.

Para os casos de fundidos de grandes di- O processo permite fundidos de geome-


mensões e baixa produção, a confecção trias complexas, com alta precisão di-

dos modelos é feita por meio da usina- mensional. Como o molde não é dividido

gem de blocos. Deve possuir canais e ali- em duas partes, tem-se ausência de de-
mentadores, além de ser recoberto com feitos de linhas de partição de moldes. É

uma pintura refratária, que constituirá um processo adequado para pequena e

a superfície interna do molde, preve- grande produção de ferrosos e não fer-

nindo, assim, a queda de grãos de areia, rosos. A areia do processo é recuperá-

e controlando a taxa de saída de gases e vel.

o acabamento da peça. Moldagem a vácuo

Por sua vez, a confecção dos moldes uti- Nesse tipo de molde, o modelo é feito
liza areia seca de alta fluidez (ou seja, em madeira, plástico ou metal, e mon-
com grãos bem pequenos), sem ligantes, tado em caixas de moldar ocas, conecta-
e é colocada sobre o modelo. Para ajuste das à bomba de vácuo. Uma película de

da areia ao modelo, aplica-se somente plástico reveste o modelo e o vácuo apli-


vibração, não ocorrendo compactação. cado na caixa de moldar promove a sua
Isso permite a saída dos gases produzi- aderência. A areia é depositada sobre
dos. o plástico/modelo, aplicando-se vibra-

O metal é vazado diretamente sobre o ção para sua acomodação, e é recoberta

modelo, sendo essenciais o controle do com película de plástico. É feito vácuo

tempo de vazamento (para evitar o co- na caixa contendo a areia, produzindo

17
. Fundição

a sua compactação. O ar é injetado no Moldes congelados


modelo, desprendendo a película, cons-
tituindo, assim, o molde. As partes do A mistura de moldagem é constituída

molde são montadas e é feito o vaza- por areia e água, podendo ou não conter

mento. argila.

O metal é vazado diretamente no molde Esse processo é similar às outras mol-


e a desmoldagem é imediata, bastando dagens que utilizam areias, exceto pela
injetar ar no molde. aplicação de N2 líquido, que promove

o aumento da coesão da areia devido


Vantagens do processo:
ao seu congelamento. Na sequência,
• Menor custo do material de mol-
devido a um aquecimento repentino,
dagem;
ocorre o colapso da areia após a forma-

• Maior vida de moldes; ção de espessura de sólido suficiente

para conter o metal. Assim, pode-se di-


• Não poluentes;
zer que a desmoldagem é espontânea.
• Não ocorrem defeitos nos fundi-
O molde possui ótimas propriedades
dos devido a ingredientes voláteis
mecânicas, comparáveis, inclusive,
na areia de moldagem;
aquelas obtidas por processo silicato
• Produz fundidos de boa preci- de Sódio/CO2 .
são dimensional, com bom aca-
Os fundidos apresentam boa qualidade
bamento e peças de pequeno à
superficial em ligas de baixo ponto de
grande porte;
fusão. Devido ao rápido resfriamento,
• Utiliza areia recuperável. não ocorrem zonas coquilhadas ou colu-

18
. Fundição

nares, formando uma estrutura isotró- trole da temperatura de vazamento e,


pica. principalmente, do tempo de vácuo.

A areia é 100% recuperável. Uma das maiores vantagens desse pro-


cesso está relacionada a eliminação de
Outros refratários operações de corte de canais e de refu-

Processo CLA gos de canais, resultando na redução de


custos operacionais, energéticos e de
O processo CLA (Counter Gravity Low
material. Além disso, devido às caracte-
Pressure Air Melt Alloys) é utilizado para
rísticas do processo, há uma redução da
a produção de fundidos de elevada qua-
turbulência no escoamento durante o
lidade (que necessitam de grande pre-
vazamento e na quantidade de gases re-
cisão) e de pequenas dimensões. Nor-
tidos. Como o metal é aspirado, este não
malmente, são utilizadas ligas sensíveis
necessita de elevada fluidez e, portanto,
à oxidação (ligas Alumínio-Lítio e ligas
a temperatura de vazamento pode ser
de Titânio).
reduzida.
Um molde tipo casca (que é construída
Cera perdida
por outros refratários, como o processo

da cera perdida) é colocada em uma câ- Processo conhecido na China e no Egito

mara submetida a vácuo. O preenchi- há mais de 4.000 anos, a cera perdida

mento se dá por aspiração do metal fun- é muito utilizada na manufatura de ob-

dido. Após certo tempo de solidificação, jetos decorativos (esculturas), jóias e

é permitido a entrada de ar e o excesso ornamentos, além de componentes de

de líquido volta por gravidade para o ca- precisão, principalmente na industria

dinho. Sendo assim, é necessário con- aeronáutica. Antigamente, utilizava-

19
. Fundição

se cera de abelha, que, após o reaque- em conjunto com elementos ligantes à


cimento, perde suas propriedades de base de etilsilicatos, Na-silicatos ou sí-
conformação. Entretanto, atualmente, lica gel hidratada, que adere à cera, for-
usam-se parafinas, que não apresentam mando uma casca superficial bastante
esse problema e podem ser reutilizadas. lisa. Em seguida, o conjunto é mergu-

Uma das grandes desvantagens é a des- lhado em leito fluidizado e a casca fica

truição do modelo durante o processo, revestida com grãos mais grosseiros

o que torna necessário a construção de de materiais refratários à base de zir-

um modelo para cada peça produzida. conita e alumino-silicatos. Posterior-


mente, passa por uma etapa de secagem
O modelo construído em cera é con-
por aquecimento para que ocorra de-
feccionado por injeção em moldes me-
sidratação da sílica gel e a volatilização
tálicos de elevada precisão, dentro de
da cera-parafina (que, inclusive, pode
moldes poliméricos ou até mesmo de
ser recuperada), gerando a cavidade do
gesso. Como dezenas de modelos são
molde. Então, é levado ao forno para a
montados em um único ramo central,
cura da casca, que torna-se rígida e com
formando uma árvore, podem ser fabri-
espessura da ordem de 5 a 15 mm.
cadas várias unidades de uma peça em

uma única vez.

A árvore é mergulhada em uma pasta O preenchimento com metal líquido

refratária (Al2 O3 , SiO2 , gesso, silicato de é feito utilizando os efeitos da gravi-


Zr ou outros refratários de granulome- dade ou da centrifugação. Na sequência,

tria muito fina, pois é isso que irá deter- ocorre a desmoldagem através da que-

minar o acabamento superficial da peça) bra das cascas. Os fundidos resultantes

20
. Fundição

possuem excelente acabamento e preci- A utilização de moldes permanentes,


são. também conhecidos como coquilhas

Aços diversos e ligas especiais podem ou matrizes (ilustradas na figura acima),

ser utilizadas para os fundidos. O pro- dispensa a construção e o consequente

cesso permite a fabricação de peças uso de modelos. Eles são fabricados em

com geometrias complexas, seções re- processos de usinagem de precisão.

duzidas e/ou finas. Entretanto, o fun- A desmoldagem se dá, simplesmente,

dido apresenta limitações de peso. Além pela abertura do molde e um novo vaza-

disso, equipamento e mão de obra apre- mento nele mesmo pode ser feito imedi-

sentam custos significativos e o pro- atamente.

cesso é laborioso e lento. Como o custo de fabricação é elevado,

seu uso só é justificável para grandes vo-

lumes de produção. Entretanto, o molde


Moldes
Permanentes apresenta longa vida útil e centenas de
(Coquillhas) milhares de vazamentos podem ser feito

em uma única unidade.

Os fundidos obtidos a partir desse tipo


de molde possuem elevada qualidade

superficial e melhor microestrutura,

graças ao rápido resfriamento.

Para a construção do molde, devem ser


empregados materiais com tempera-
tura de fusão muito acima da liga fun-

21
. Fundição

dida. Normalmente, são adotados ferro • Fundição por gravidade


fundido, aços resistentes ao calor, ligas
• Fundição sob pressão
Cromo-Níquel (para metais com alta
temperatura de fusão) ou ligas Cobre- • Fundição a vácuo

Berílio (para outras ligas de cobre). São • Fundição por compressão


confeccionados em partes desmontá-
• Fundição por centrifugação
veis, que são facilmente encaixáveis. En-

tretanto, em seu projeto de fabricação, A seguir, serão expostos maiores deta-


devem ser consideradas a expansão e lhes a respeito de cada tipo.
contração térmica do material. Devem
Fundição por gravidade
ser providos de canais, marcações de
Neste tipo, o preenchimento do molde
macho, respiros para saída de ar e ali-
ocorre devido a ação da gravidade. Pos-
mentadores, além de mecanismos para
sui um ciclo de produção breve e que
fechamento do molde e ejeção do fun-
pode ser reduzido com o uso de refrige-
dido. Suas paredes não devem apresen-
ração a água ou ar.
tar espessuras muito distintas, de modo
É adequado para médios e grandes volu-
a minimizar gradientes térmicos na co-
mes de produção, princialmente de ligas
quilha e aumentar sua vida útil.
não ferrosas. Entretanto, a parede do

Os diferentes processos que utilizam molde não deve possuir espessura infe-
moldes permanentes se diferenciam rior a 7 mm, pois, do contrário, a elevada
pelo modo como é efetuado o preenchi- extração de calor reduziria a fluidez do
mento do molde. Desse modo, tem-se os metal rapidamente. Do mesmo modo,
seguintes grupos: não é possível a confecção de fundidos

22
. Fundição

de geometrias complexas, pois com a 70 kg/mm2 e são mantidas até o final da


extração do calor e perda de fluidez, o solidificação.
material solidificaria antes de preencher
Os moldes são fabricados em ligas es-
os detalhes.
peciais, resistentes às altas temperatu-
Como há alta extração de calor na co-
ras e à abrasão. Tanto o molde quanto
quilha, a fundição de aços por essa téc-
a câmara de injeção são pré-aquecidos
nica geraria altos gradientes térmicos
no início da operação e revestidos com
devido às elevadas temperaturas de fu-
lubrificantes anti-fricção. Podem se pro-
são. Sendo assim, esses metais não po-
duzidas uma ou mais peças em cada ci-
dem ser utilizados nesta técnica.
clo.
O vazamento deve ser realizado pela
O fundido resultante dessa método
parte superior ou por canais que pro-
apresenta alta qualidade superficial
porcionam o acesso do líquido pela
e alta precisão dimensional. Normal-
parte inferior. Após a solidificação, a
mente, possui paredes finas e geome-
abertura para ejeção do produto deve
trias complexas. Sua estrutura é refi-
ser realizada o mais rápido possível para
nada e com boas propriedades mecâni-
que as contrações devido ao resfria-
cas. Entretanto, esse processo não per-
mento da peça não sejam restringidas
mite a fabricação de peças com cavida-
pela contração da coquilha.
des muito intrincadas e a forte turbulên-
Fundição sob pressão cia no preenchimento pode ocasionar
O vazamento sob pressão garante que porosidades e inclusões. Possui ampla
ocorra o perfeito preenchimento do aplicação comercial em médias e gran-
molde. Tais pressões são da ordem de des produções e com peça de pequenas

23
. Fundição

e médias dimensões, normalmente de nutenção do líquido são indepen-


ligas de alumínio, cobre ou zinco. dentes. As pressões utilizadas são
O processo possui alto custo de equipa- inferiores às da injeção em câmara
mento e ferramental e apresenta limi- quente. Indicada para elevadas ta-
tações quanto à temperatura de vaza- xas de fabricação.
mento. Mas o reduzido custo operacio-
• Fundição a baixa pressão: Possui
nal somado as elevadas taxas de produ-
menor custo de capital e operaci-
ção (graças a possibilidade de automa-
onal do que os processo de inje-
ção do processo) e a grande qualidade
ção, já que, por exemplo, elimina
do produto, podem compensar os pro-
operações de corte, uma vez que
blemas expostos.
os canais não se solidificam. En-
Este processo pode ainda ser subdivi-
tretanto, a reduzida pressão pode
dido em:
ocasionar defeitos de preenchi-
• Injeção em câmara quente: Pos-
mento em fundidos de paredes fi-
sui câmara de injeção imersa no lí-
nas e mal acabamento. Utilizado,
quido. Uso restrito aos metais com
principalmente, para ligas de alu-
baixa temperatura de fusão, como
mínio.
as ligas de zinco, chumbo e esta-

nho. Indicado para ligas reativas, Fundição a vácuo


como a de magnésio, pois previne
Técnica desenvolvida nos anos 80, a fun-
o seu contato com a atmosfera.
dição a vácuo apresenta a montagem do

• Injeção em câmara fria: Nesse molde semelhante a da fundição a baixa

tipo, as unidades de injeção e ma- pressão.

24
. Fundição

O molde é colocado sobre a panela que é tipicamente observado em peças for-


contém o metal em estado líquido. jadas.

A conexão, por sua vez, é feita por ca- O molde é fabricado em partes macho-

nais imersos no banho, onde mais de fêmea e é mantido fechado durante

um canal pode ser utilizado simultane- a solidificação, de modo a manter a

amente. pressão constante (da ordem de 150 a

O preenchimento ocorre por sucção do 300 kg/mm2 ), garantindo um íntimo con-

líquido pela aplicação de vácuo à cavi- tato metal/molde.

dade do molde. O líquido é vazado em um molde pré-

Essa técnica permite um fluxo de líquido aquecido e a taxa de resfriamento é li-

ascendente e sem turbulência. geiramente alta, o que proporciona o

Os fundidos apresentam elevada densi- refino da estrutura.

dade e são livre de óxidos e gases. A técnica apresenta elevado custo de

ferramental e equipamentos, mas os


Fundição por compressão
fundidos resultantes desse processo
A fundição por compressão, também
possuem grande precisão dimensional.
chamada de forjamento líquido, é uma
Não há necessidade de se utilizar canais
técnica conhecida pelos soviéticos
e alimentadores.
desde os anos 60 do século XX, mas seu

uso comercial vem se ampliando apenas


Fundição por centrifugação

nos últimos 20 anos. Esse processo é subdividido em três ca-

Essa técnica permite a fabricação de tegorias: centrifugação total, centrifu-

fundidos com geometrias complexas e gação parcial e somente preenchimento

com alta densidade, algo similar ao que por centrifugação.

25
. Fundição

Centrifugação total Esse processo é utilizado com ligas fer-


rosas e não ferrosas.
A técnica de fundição por centrifuga-
Centrifugação parcial
ção é conhecida desde o início do século
XIX. A centrifugação parcial é comumente
empregada para a confecção de fundi-
Nela, o metal líquido é vazado no eixo de
dos de grandes dimensões e que apre-
rotação de moldes que estão girando e,
sentam eixo de simetria (rodas, engre-
portanto, não se faz necessário o uso de
nagens, entre outros).
alimentadores, canais e machos.
O molde é posicionado verticalmente e
O metal se solidifica sob a ação de pres-
girado em torno desse eixo. Em seguida,
são resultante de reações centrífugas.
o metal líquido é vazado por um canal
Os moldes normalmente são feitos de central, preenchendo um alimentador.
materiais metálicos, mas também po- De lá, o líquido é forçado para a cavi-
dem ser confeccionados em areia ou dade do molde pelas ações da reação
mesmo em casca. centrífuga, que auxilia o preenchimento

Os fundidos resultantes desse processo do molde, e da alimentação.

são livres de inclusões, de porosidade Assim, a geometria do fundido será

(geradas pela retenção de gases) e de idêntica à da cavidade do molde.

impurezas mais leves que o metal. Além Somente preenchimento por


centrifugação
disso, apresentam bom acabamento su-
perficial, ausência de defeitos de preen- Processo semelhante a centrifugação

chimento e reduzidos vazios de contra- parcial, nele o molde é constituído por

ção. diversas cavidades (que não são ne-

26
. Fundição

cessariamente idênticas) montadas em • Eliminação de operações de des-


torno de um canal alimentador. moldagem e limpeza.
O canal central deve coincidir com o
eixo de rotação do conjunto. • Reduzido tempo total de solidifi-

O metal é vazado no molde em rotação cação.

e, com o efeito da reação centrífuga,


ocorre o preenchimento das cavidades a • Reduzido custo operacional.

partir do alimentador. A rotação é man-


tida até o final da solidificação de modo • É desnecessária a construção de

a garantir a perfeita alimentação. um modelo.

Essa técnica pode ser utilizada para a


Desvantagens
fabricação de fundidos de pequenas di-

mensões e permite a produção de várias • Elevado custo de fabricação de


peças simultaneamente. moldes, pois requerem elevada

Vantagens e Desvantagens qualidade na confecção e equipa-

mentos mais sofisticados.


Com relação aos molde colapsáveis, os

moldes permanentes possuem vanta-


• Maior restrição quanto a geome-
gens e desvantagens.
tria, dependendo do tipo de coqui-
Vantagens
lha escolhida.
• Alta produtividade, devido a facili-
dade de desmoldagem, redução de • Limitados a materiais de reduzida
custos e automatização. contração.

27
. Fundição

Exemplo
Petrobras Biocombustível - 2011 - Engenheiro de Equipamentos Júnior
- Inspeção - 69
Com vistas ao processo de fundição em areia, associe a coluna à esquerda
às suas respectivas características, expostas na coluna à direita.

I - molde P - A peça solidificada é re-


tirada do molde.
II - macho Q - É feito em areia e tem
a finalidade de formar os
vazios, os furos e as reen-
trâncias da peça.
III - fusão R - O enchimento do molde
é feito com metal líquido.
IV - vazamento S - É o dispositivo no qual
o metal fundido é colo-
cado para que se obtenha a
peça.
T - Acontece em fornos es-
peciais em alta tempera-
tura.

A associação correta é

(A) I - P, II - S, III - Q, IV - T.
(B) I - Q, II - T, III - S, IV - P.
(C) I - R, II - Q, III - T, IV - P.

28
. Fundição

(D) I - S, II - T, III - P, IV - R.
(E) I - S, II - Q, III - T, IV - R.
Solução:
Como discutido ao longo do texto, o molde construído a partir do modelo
corresponde a todas as cavidades a serem preenchidas com metal líquido.
Logo, I está associado a S.
Já os machos são construídos e inserido para preservar às cavidades que

são necessárias nas peças fundidas (principalmente orifícios), evitando que


ali o metal penetrare. Assim, II se relaciona com Q.
A fusão de uma material nada mais é que a sua mudança de estado sólido

para líquido. Para que essa transformação ocorra, é necessário que o ma-

terial seja submetido a uma temperatura maior que a sua temperatura de

fusão (Tf ). No caso de metais e ligas metálicas, Tf é muito superior a tem-

peratura ambiente, necessitando, assim, do uso de fornos especiais. Portanto,

III se associa a T.

Por último, o vazamento consiste no preenchimento das cavidades do molde

com o metal líquido. Sendo assim, IV e R estão correlacionados.

O item P corresponde a etapa de desmoldagem, que não aparece na coluna


da esquerda.

Resposta: E

29
. Fundição

Caiu no concurso!
Petrobras Biocombustível - 2010 - Engenheiro de Equipamentos Júnior
- Inspeção - 33
Um inspetor da Petrobras, ao realizar um ensaio de ultrassom em um tubo
novo, fabricado por fundição centrífuga, percebe diversos vazios pontuais
nas paredes do tubo. Ao avaliar o resultado deste ensaio, conclui-se que o(s)

(A) Processo de fundição não foi realizado corretamente, sendo indicada a

utilização de um massalote para evitar a formação de vazios e segregação.

(B) Defeitos foram provocados pela contração do metal durante a solidifi-

cação, proporcionando vazios no interior do tubo onde o metal se solidifica

por último.

(C) Defeitos são oriundos da absorção dos gases, por meio da parede do molde

em areia verde que, além de poros, proporcionam a aparência rugosa do tubo.

(D) Defeitos são oriundos da diminuição da viscosidade do metal ao se so-

lidificar, dificultando a fuga dos gases diluídos no metal líquido e gerando

bolhas no interior do tubo.

(E) Defeitos foram provocados pela absorção do ar comprimido quanto in-


jeta o metal líquido sob pressão nas paredes do molde.
Resposta: D

30
. Fundição

Caiu no concurso!
Petrobras Biocombustível - 2012 - Engenheiro de Equipamentos Júnior
- Inspeção - 69
As propriedades mecânicas de componentes fundidos são influenciadas pelo
tamanho dos seus grãos cristalinos. No que se refere aos aços fundidos de
baixa resistência mecânica, considere as afirmativas abaixo.
I - O uso de inoculantes durante a solidificação do material favorece o cres-

cimento de grão do material.

II - A técnica de inoculação na solidificação caracteriza um tipo de nuclea-

ção conhecida como homogênea.

III - Menor tamanho de grão diminui a temperatura de transição dúctil-frágil

do material.

IV - Maior tamanho de grão aumenta o limite de resistência do material.

Está correto APENAS o que se afirma em

(A) I

(B) III

(C) I e II

(D) I e IV
(E) II e III
Resposta: B

31
. Fundição

Caiu no concurso!
SEDECT - 2008 - Engenharia Metalúrgica - 30
Considere uma fundição em que o modelo padrão é feito a partir de cera ou
plástico. Em seguida, despeja-se uma lama fluida ao redor do modelo padrão,
que se estabelece e se sedimenta para formar o molde que, em seguida, é
aquecido a uma temperatura tal que o modelo padrão se funde e é queimado,
deixando para trás uma cavidade de molde no formato desejado. Esse exem-

plo é um tipo de fundição

(A) com matriz.

(B) em molde de areia.

(C) contínua.

(D) de precisão.

Resposta: D

32

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