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VIDAS DE MASSAPÊ

CAPÍTULO I

Naquela tarde ensolarada de verão, a enxada encontrava a terra vermelha como se fosse
aço, com o tinir brilhante de um encontro entre dois metais. O golpear da ferramenta era intenso
na luta contra a terra para retirar de seu ventre uma de duas dádivas, que também eram o
sustento daqueles guerreiros, esperado por todo o ano, sua roça de inhame.

No campo de luta, uma garrafa de água para matar a sede e uma jaca mole à espreita,
aguardando o momento de seu fim para que fossem alimentados os estômagos avaros.

- É, cumpade, esse verão tá é brabo. Nunca vi uma secura desse tanto. Tô morreno de
medo de o inhame tá queimado.

-Fale, não, cumpade. Tá de dar pena.

- Pros lado do Sertão tá tudo seco. Pelo menos aqui se arruma uma água de beber e pra
dar pros boi.

-Mas, cum fé in Nossa Sinhora, isso vai muda.

-Amém, cumpade.

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