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Marítimos
Informações
Técnicas
Combustíveis
Marítimos
1. Definição e composição 3
2. Principais aplicações 3
4.1.2. Viscosidade 4
4.1.3. Escoamento 4
5. Produção 7
8. Informações adicionais 8
9. Referências bibliográficas 8
Versão 1.5
Elaborada em: 14/07/2014
Este material é sujeito a atualizações sem aviso prévio. A última versão está disponível no
endereço: http://www.petrobras.com.br/minisite/assistenciatecnica/
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Combustíveis
Marítimos
1. DEFINIÇÃO E COMPOSIÇÃO
Os combustíveis utilizados em navios podem ser classifi- atmosféricos, majoritariamente) são chamados de diesel ma-
cados em duas categorias: os residuais ou óleos combustíveis rítimo, DMA ou marine gasoil (MGO). Os óleos bunker, apesar
marítimos, ou ainda bunker (MF), são produzidos a partir de de poderem ser preparados com o mesmo tipo de matéria-
formulações contendo principalmente frações pesadas da -prima residual que os óleos combustíveis industriais, diferem
destilação (resíduos) e outros óleos diluentes, e os produzidos destes quanto à sua formulação e possuem especificações
a partir das frações mais leves do processo de refino (gasóleos mais restritivas.
2. PRINCIPAIS APLICAÇÕES
Os óleos combustíveis marítimos (MFs e Diesel Marítimo) sos daqueles necessários aos óleos combustíveis industriais. O
são utilizados em motores principais, de grandes dimensões, diesel marítimo é utilizado prioritariamente nos sistemas auxi-
nos sistemas de propulsão de navios de grande porte. São liares de geração de energia ou de emergência destas embar-
motores de combustão interna que operam segundo o ciclo cações. Entretanto pode ser utilizado em motores principais,
Diesel e, por isso, apresentam requisitos de qualidade diver- de propulsão, em embarcações de médio e pequeno porte.
Os óleos combustíveis marítimos podem ser: res indicados pela IMO em função da área de circulação (glo-
• Óleos bunker ou MF que são comercializados em diver- bal de 3,5% ou 1,nas áreas de controle de emissões, 0% atual e
sos tipos, classificados de acordo com a viscosidade cinemáti- 0,1% a partir de 2015), ou aqueles definidos por especificações
ca a 50 °C, desde o MF 10 até o MF 700. As diversas faixas de nacionais mais restritivas, como na Califórnia, Estados Unidos;
viscosidade atendem às necessidades dos motores, com base • O Diesel Marítimo, também denominado MGO ou DMA,
nas temperaturas possíveis de se aquecer o óleo na instalação possui requisitos de especificação diferentes dos MFs. A visco-
que o utiliza. Além da diferença nos valores das viscosidades, sidade cinemática e a massa específica são inferiores às ob-
a massa específica, os teores de água, vanádio, sódio, alumínio servadas para o MF 10, deve atender propriedades como, por
+ silício, resíduo de carbono e teor de cinzas também distin- exemplo, o índice de cetano, estabilidade a oxidação e apa-
guem os óleos combustíveis marítimos. Com relação ao teor rência. Com relação ao teor de enxofre, a Resolução ANP n°52
de enxofre a ANP indica ,para os óleos residuais um valor de de 2010, especifica para os destilados 0,5% e enquanto que a
3,5% enquanto a ISO 8217:2010 recomenda a adoção dos valo- norma ISO 8217 indica que seja limitado em 1,5% para o DMA.
O MGO possui os mesmos requisitos de qualidade do • Ser facilmente nebulizado para favorecer a sua vapori-
óleo diesel, diferindo em dois aspectos: zação, permitindo sua queima com o mínimo de emissões
• Por ser utilizado em motores de maiores dimensões e de particulados;
mais lentos (menor rotação), sua exigência de qualidade de • Escoar adequadamente nas temperaturas de armaze-
combustão, avaliada pelo número de cetano é menor do namento e manuseio;
que no caso do óleo diesel automotivo; • Minimizar o desgaste de peças do motor;
• Por outro lado, por ser armazenado em ambiente mais • Minimizar emissão de poluentes;
confinado (navios) possui requisito de segurança no armazena- • Apresentar características de segurança em seu ma-
mento (ponto de fulgor) mais crítico do que o do óleo diesel. nuseio e estocagem sem risco de inflamabilidade.
Para o MF, os principais requisitos de qualidade são os
seguintes:
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4.1.2 Viscosidade
A viscosidade é uma característica de vital importância tema de aquecimento para atingir a viscosidade necessária
para a aquisição e uso dos óleos combustíveis marítimos, para injeção no motor. Quanto mais viscoso for o óleo, maior
visto que sua escolha depende das restrições no armaze- será a temperatura a que ele deve ser aquecido para aten-
namento, manuseio, assim como da disponibilidade do sis- der o valor requerido para injeção no motor.
4.1.3 Escoamento
Os óleos combustíveis devem escoar à temperatura de sua ponto de fluidez. Apenas óleos com pontos de fluidez meno-
utilização, sem que ocorra a cristalização e deposição de para- res do que a temperatura ambiente podem ser transportados
finas nas tubulações. Isto é controlado por meio do ensaio de por oleodutos e estocados em tanques sem aquecimento.
Os óleos combustíveis marítimos não devem conter sedi- tíveis não queimam, formando óxidos que se concentram
mentos inorgânicos nem orgânicos, que podem se depositar nas cinzas. Entre estes elementos destacam-se o alumínio, o
nos bicos dos injetores, obstruindo a sua passagem e cau- silício, o sódio e o vanádio, os quais acarretam os seguintes
sando erosão. Isto é obtido através do controle do teor de inconvenientes:
cinzas, resíduo, água e sedimentos. • Esses óxidos se depositam sobre as paredes dos tubos
A água, quando presente, reduz o poder calorífico do provocando superaquecimento que pode levar à fragilização
óleo combustível, devendo ser eliminada na centrífuga, para das partes do motor Diesel;
não causar corrosão nas peças metálicas em ação conjun- • Os compostos de alumino-silicatos, quando em eleva-
ta com outros contaminantes. A água também aumenta a das quantidades têm ação abrasiva em bombas e motores,
possibilidade de formar emulsões, se presente em elevadas podendo causar erosão em válvulas injetoras e bicos injeto-
quantidades, que podem acarretar problemas na nebuliza- res. Por este motivo, o produto deve ser tratado em centrífu-
ção do produto e poderá causar problemas de corrosão, es- gas antes de ser utilizado.
pecialmente nos casos em que o teor de enxofre é elevado. A densidade tem importância no processo de centrifu-
Os sedimentos inorgânicos, mesmo em pequenas quan- gação e de decantação da água presentes no óleo bunker.
tidades, poderão se depositar sobre as linhas dos bicos in- Quanto maior a densidade, maior a aromaticidade e maior
jetores prejudicando o escoamento e a combustão, contri- o CCAI, o que se reflete em maior dificuldade para a ignição
buindo ainda para a erosão. do óleo bunker.
Os elementos metálicos existentes nos óleos combus-
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A especificação dos Combustíveis Marítimos é estabele- complementada pela Resolução ANP Nº 38 de 19 de novem-
cida pela Resolução ANP Nº 52 de 29 de Dezembro de 2010, bro de 2012.
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Maiores informações podem ser encontradas no endereço eletrônico da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: www.anp.gov.br.
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5. PRODUÇÃO
A matéria-prima básica para produção dos óleos bunker produzir esses óleos, deve ser fabricada de acordo com as
é o resíduo da destilação a vácuo, ao qual devem ser adicio- especificações, e diferente daquela usada para óleos com-
nados diluentes para acerto da viscosidade, em função do bustíveis industriais.
tipo de óleo desejado. Desta forma, a matéria-prima para
MEDIDOR
UNIDADE BARCAÇA MEDIDOR
MISTURADORA E/OU BARCAÇA
PIER
Um
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Combustíveis
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Todas as recomendações de armazenamento, manuseio INFLAMÁVEL, N.E. (Óleo combustível), com PFg superior a
e utilização segura do óleo bunker estão contidas na cor- 60,5ºC, a temperatura igual ou superior ao PFg), conforme
respondente Ficha de Informação de Segurança do Produto classificação da ONU, adotada pelo Ministério dos Transpor-
Químico (FISPQ). tes. Sendo considerado como carga perigosa, as pessoas
Para efeito de transporte, o óleo bunker está enquadra- envolvidas com seu transporte devem estar devidamente
do na classe de risco 3 (líquido inflamável) e tem o número treinadas e capacitadas para realizar tais operações.
de identificação 3256 (LÍQUIDO A TEMPERATURA ELEVADA,
8. INFORMAÇÕES ADICIONAIS
O uso adequado do óleo bunker propiciará aos seus • Realizar inspeção e limpeza periódicas dos tanques de
usuários evitar gastos excessivos com combustível e com a armazenamento de modo a garantir a manutenção da qua-
manutenção dos equipamentos e sistemas de combustão, lidade do combustível;
além de atender aos requisitos de segurança. Para que se • Verificar a necessidade de aquecimento das linhas de
possa tirar o máximo proveito desse combustível, recomen- transferência de óleo bunker em função da sua viscosidade
da-se a adoção dos seguintes cuidados: e da temperatura ambiente de modo a evitar obstrução da
• Realizar as manutenções periódicas especificadas pelo linha;
fabricante do motor; • No caso de armazenamento do óleo bunker a tem-
• Caso seja necessário usar o óleo bunker estocado por peraturas superiores a 100 °C, a presença de água pode
um longo período de tempo, realizar os ensaios de especi- acarretar o fenômeno conhecido como “boil over” devido
ficação do produto para atestar a qualidade do produto. O à vaporização rápida da água e provocar acidentes e danos
tanque de armazenamento deverá ser drenado para elimi- ambientais.
nar a água e sedimentos que possam ter decantado;
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Farah, M. A. Petróleo e seus derivados. LTC, 2012.
ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: http://www.anp.gov.br/
Acessado em: 16 de janeiro de 2013.
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Coordenado por:
Gerência de Soluções Comerciais - Marketing - Abastecimento
Elaborado por:
Comitê de Assistência Técnica Petrobras
Escola de Ciências e Tecnologias de Abastecimento - Universidade Petrobras -
Recursos Humanos
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