Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
PRÁTICA DE ENSINO VI
Educação Especial e Inclusão
Governo Federal
Ministro de Educação
José Henrique Paim
Pró-Reitor de Graduação
Augusto Carlos Pavão
© 2014 by NEaD/UFERSA - Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do NEaD/UFERSA.
ISBN: 978-85-63145-63-5
Bibliotecário-Documentalista
Mário Gaudêncio – CRB-15/476
http://nead.ufersa.edu.br/
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• compreender como deve ser o processo de inclusão dos alunos com deficiência
e com necessidades educacionais especiais na educação: questões de
interdisciplinaridade, currículo, progressão e gestão escolar.
Dessa forma, esperamos poder fazer com que você se sinta acolhido nesta
disciplina e envolvido com as temáticas que trabalharemos com afinco, pois elas são
extremamente importantes para sua atuação profissional e para ampliar seu potencial
transformador.
UNIDADE I
CONTEMPORÂNEA 18
• Paradigma da exclusão 18
• Paradigma da integração 19
• Paradigma da inclusão 20
UNIDADE II
ESPECIAL DO BRASIL 27
DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 34
A DEFICIÊNCIA EM NÚMEROS 37
UNIDADE III
ABRIGAR AS DIFERENÇAS 41
INTERDISCIPLINARIDADE E TECNOLOGIAS
NO CENÁRIO EDUCACIONAL 45
• E as tecnologias... 48
Concepções socioculturais
da era primitiva à Idade Média
UN 01
Nesse sentido, as épocas históricas se caracterizam por suas concepções e ideias em torno do próprio
ser humano e do bem estar da sociedade que se constitui de regras e de convenções sociais. Tendo em
vista esse comportamento, o conceito de deficiência e as formas socialmente aceitáveis de lidar com ela
também sofreram transformações históricas, influenciadas pelos diversos contextos e práticas sociais, por
razões econômicas, culturais ou religiosas.
Para compreendermos melhor como se deu a evolução histórica da deficiência, e seus conceitos ao
longo de diversos períodos, iremos mergulhar no contexto de espaço, tempo e cultura, demonstrando o
comportamento social frente à deficiência no mundo, bem como as transformações das concepções no
âmbito da família e da educação. Logo, poderemos observar como o conceito e a ideia de deficiência foi se
formando e se transformando em nossa sociedade e está arraigado em nós mesmos, nascendo como um
sentimento de medo, passando pelo sentimento de compaixão até chegar à tão discutida inclusão social,
defendida por muitos estudiosos e profissionais da área da educação especial na atualidade.
13
Banco de Imagens/NEaD
Ao nos reportarmos ao mundo primitivo, podemos observar que a comunidade se organizava de maneira
coletiva numa perspectiva de sobrevivência, extraindo seu sustento da natureza. Naquele contexto, todos
os membros dessa comunidade tinham que participar da subsistência do grupo e, dessa forma, ser
deficiente era não ter condições de assegurar seu próprio sustento, e, consequentemente, do grupo, sendo
visto pela comunidade primitiva como um ser incapaz. Na perspectiva daquela sociedade, este tinha que
ser eliminado.
tudosobreoegito1.blogspot.com
Na Antiguidade, período que se inicia com a invenção da escrita (cerca de 400 a 3500 a.C.) e vai até a queda
do Império Romano do Ocidente (476 d.C) iremos ter como base de estudo o mundo oriental, as sociedades
egípcia, hebraica, grega e romana. Com o início dessa nova era, a vida comunitária e de subsistência abre
espaço para uma sociedade constituída por divisões de papéis sociais, preocupando-se com questões
econômicas e políticas que trazem como consequência a opressão e a desigualdade. Portanto, as pessoas
14 que apresentassem alguma deficiência eram abandonadas pelos seus próprios familiares ou eliminados
e/ou sacrificados por membros da sociedade. Dessa maneira, o destino do deficiente variava de acordo
como as concepções da sociedade em que vivia, oscilando entre duas vertentes: o divino e o demoníaco.
Com a mitologia, concepções éticas e morais foram empregadas nas relações sociais, dando ao
deficiente a condição de um ser com espírito, eliminando o extermínio. Eles passam agora a ser
abandonados à própria sorte ou trancafiados. Essa segregação era praticada por seus próprios
familiares que, dependendo do seu poder aquisitivo, poderiam ainda, ignorá-los ou escondê-los da
sociedade.
Na civilização egípcia, pregava-se o ensinamento e a aprendizagem de que o deficiente não tinha como
ser útil aos interesses do Faraó. Já na civilização
hebraica, iniciou-se a propagação das doutrinas
que contribuíram para a organização da sociedade
com a diferenciação de papéis sociais e nesse
cenário o deficiente estava excluso da sociedade.
Na civilização grega, havia uma divisão entre o
culto ao corpo físico e a valorização intelectual,
sendo duas ideologias bastante defendidas, as
quais segregavam o deficiente em função da sua
incapacidade de corresponder a essas expectativas.
http://br.freepik.com/
Aos poucos, a Idade Média foi dando espaço para as novas concepções que vinham surgindo, devido
a achados científicos e à ascensão da burguesia. Ideias liberais foram moldando a sociedade da época
baseadas no acúmulo de capital, surgindo um regime capitalista e com ele, a Idade Moderna.
DICA DE FILME
O CORCUNDA DE NOTRE DAME
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Após assistir ao filme, faça um texto dissertativo acerca do tratamento dado às pessoas consideradas
“anormais” para os padrões da época. Procure fazer relação com o que aprendeu até agora nesta disciplina
15
e com demais leituras que tenha feito sobre a temática.
Essa nova sociedade, marcada pelo renascimento, traz uma representação social da construção da
verdade por meio do homem, contrapondo-se a todas às ideologias anteriores.
Nesse período, a medicina resolve estudar o deficiente mental a partir do conhecimento das ciências
naturais, o que não alivia a discriminação ou modifica a representação do deficiente na sociedade, pois
continuavam sendo segregados, só que agora em hospícios ou asilos sobre a tutela do estado, aliviando a
família e a sociedade da sua presença incômoda e ameaçadora.
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Segundo Castel (1997) existem três formas qualitativas de exclusão. Pesquise sobre elas, definindo-as
e, em seguida, relacione-as às épocas históricas estudadas.
Retrospectiva da
Educação Especial no Brasil
UN 01
Pretende-se aqui traçar um pouco da história da deficiência no Brasil, direcionando nosso olhar para
uma realidade complexa e dinâmica que perpassou por todos os paradigmas da história da deficiência,
porém com outra temporalidade e nem sempre com a mesma intensidade. Logo, diferentemente do
que aconteceu nos países europeus e norte-americanos, no Brasil a história da deficiência não tem sua
trajetória bem definida e associada aos movimentos internacionais da época por se dar um pouco mais
tardiamente, e pouco sistematizada em registros e literatura.
16 A atenção educacional ao deficiente inicia-se no Brasil com a criação do “Instituto dos Meninos Cegos”
(hoje “Instituto Benjamin Constant”) em 1854, e do “Instituto dos Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto
Nacional de Educação de Surdos – INES”) em 1857, ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do
governo Imperial; pois antes dessa época a educação no Brasil era voltada para os filhos de famílias de
classe econômica distintas e realizada por meio de tutores. Tal iniciativa foi importante para provocar
reflexões e conscientização sobre a educação no país, porém a demanda era muito superior à oferta de
vagas (MAZZOTTA, 1996).
Dessa maneira, a Educação Especial no Brasil se caracterizou por ações isoladas e de iniciativa privada
ou filantrópicas, merecendo destacar a Sociedade Pestalozzi criada em 1945. Por outro lado, havia uma
maior preocupação com reformas na educação de pessoas consideradas normais, como: a expansão do
ensino primário, secundário e a fundação da Universidade de São Paulo entre as décadas de 30 e 40.
jornaldosurdo.comunidades.net/index.php?pagina=1640986118_12
Na década de 50, enquanto o panorama mundial discutia a qualidade dos serviços educacionais, o Brasil
criava classes e escolas especiais nas escolas públicas e incentivava financeiramente escolas especiais
comunitárias e sem fins lucrativos, chegando em 1967 um quantitativo de 16 Pestalozzi e já em 1962
com também 16 Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAEs distribuídas por todo o país.
Em 1957, o governo federal inicia uma atenção ao deficiente sem se tratar ainda de uma política
instituída em âmbito nacional, criando campanhas voltadas às especificidades como por exemplo: a
Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro, a Campanha Nacional da Educação e Reabilitação do
Deficiente da Visão (1958) e a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais
(1960). Com isso, ocorreu uma maior expansão do número de classes especiais no serviço público por
todo o país.
Na década de 70, os países desenvolvidos traziam a discussão sobre o paradigma da integração dos
deficientes na sociedade, enquanto que no Brasil acontecia o movimento de institucionalização da
Educação Especial como política pública, dando origem ao Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP), em 1973.
A prática da integração social teve grande impulso nos anos 80, principalmente nos países desenvolvidos,
devido à luta pelos direitos dos deficientes, movimento similar no Brasil com as lutas sociais da
população marginalizada. Nesse sentido em 1988 a Constituição Federal, em seu artigo 208, estabelece
a integração escolar enquanto preceito constitucional, preconizando o atendimento aos indivíduos que
apresentam deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Nos anos 90, começaram as discussões em torno de um novo modelo de atendimento escolar
denominado de inclusão, que nada mais foi uma reação contrária ao processo de integração. No intuito
de reforçar a obrigação do país em promover a educação, em 1996, é publicada a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional - 9.394/96 que traz uma expansão de oferta da educação especial na faixa
etária de zero a seis anos, criando-se uma ideia de qualidade nos serviços educacionais para alunos.
Além disso reafirma a necessidade do professor estar preparado e com recursos adequados de forma a
compreender e atender à diversidade dos alunos. 17
Portanto, para que o processo de inclusão possa ser efetivado na sua prática, as diferenças devem ser
repeitadas, sendo necessário uma nova concepção de escola, de aluno, de ensino e de aprendizagem,
lidando com a heterogeneidade nas mais diversas interações humanas.
http://portal.mec.gov.br/
Os paradigmas da Educação
Especial na sociedade contemporânea
UN 01
Paradigma da exclusão
Passemos agora a tratar de caracterizar mais um momento histórico de exclusão, o que nos leva a
concluir que o contexto econômico, político, social e religioso interferem em nossas formas de conceber
os diversos processos, sejam eles de exclusão, de integração ou de inclusão.
A educação na era moderna foi influenciada pelas ideias do Positivismo e do Liberalismo, constituindo
um modelo de atendimento educacional para Educação Especial. Dessa forma, preocupava-se em
quantificar, dividir e classificar as capacidades e comportamentos dos sujeitos, além de reduzir a
complexidade das dificuldades de aprendizagem, rotulando o sujeito como deficiente, excluindo-os do
convívio social, considerando-os como um fenômeno a ser estudado por protocolos validados que se
baseavam nas teorias das ciências exatas e naturais.
18 Contudo, a deficiência assume o papel de doença, surgindo com isso, a Pedagogia Curativa que se baseava no
modelo médico com práticas educativas, técnicas e instruções para corrigir as desarmonias e inadaptações
próprias da deficiência. Para Aranha (2001), as instituições asilares e de custódia eram ambientes segregadores,
recebendo a denominação de Instituições Totais. Elas fizeram parte do primeiro paradigma formal adotado na
caracterização do deficiente pela sociedade: o paradigma da institucionalização. As instituições passaram a ser
responsáveis por abrigar os deficientes. Tal forma de intervenção foi muito questionada, ao contrário do que
ocorria nas décadas antes, quando este modelo era aceitável e até encorajado pela sociedade.
Os resquícios deste paradigma ainda se fazem presentes no contexto educacional, quando rotula os
sujeitos, trata-os de maneira homogênea, segregando-os do convívio social, e organizando estruturas
e limitações de espaço. A partir deste posicionamento, impede-se que ocorram práticas educacionais
emancipatórias, que valorizam estes indivíduos e os levam à conquista da autonomia.
http://sites.google.com
Paradigma da integração
Por volta do final da década de 70 e início dos anos 80, especificamente no Brasil, o paradigma da
exclusão perde terreno para a ideia de integração, devido à sociedade, nessa época, já apresentar
uma visão totalitária de mundo, visão essa, adquirida com o advento da globalização, passando a não
fragmentar mais as ciências, vendo o ser humano como um todo. Nesse sentido, esse novo paradigma
trouxe novas reflexões sobre a Educação Especial, caracterizando-se como um novo modelo educacional
e começa a discutir a integração do deficiente no sistema de educação regular, porém sem se firmar
como política pública, pois ainda havia necessidade de mudança de conceito e atitudes frente às pessoas
com necessidades especiais, seja por parte da família, da escola e/ou sociedade.
A realidade da escola nessa época era de: medo e falta de conhecimento em desenvolver um trabalho
pedagógico voltado para esse tipo de público; falta de materiais, recursos e espaço físico adequados;
falta de assessoria e apoio técnico; dificuldade de credibilidade na aprendizagem dos alunos com
necessidades educacionais especiais; ideia de integrar ao espaço e não ao currículo, e a prática da
pedagogia do afeto, carinho e compaixão.
A integração, considerando o ambiente educacional, defende a inserção de alunos com necessidades
especiais nas escolas regulares. Entretanto, esta inserção não se dá de forma qualitativa e benéfica ao
desenvolvimento dos educandos, uma vez que se fundamentava no processo de normalização.
19
Charge de Ricardo Ferraz
De acordo com Ferreira e Guimarães (2003, p. 112), o princípio da normalização, no contexto escolar,
pode ser caracterizado como um processo onde ocorre: “a colocação seletiva do indivíduo com
necessidades especiais na classe regular. Nesse caso, o professor não precisaria receber um suporte da
área de educação especial. Os alunos submetidos ao processo de normalização precisariam demonstrar
que são capazes de permanecer na classe normal”.
Desta forma, os educandos com deficiência ou com necessidades educacionais especiais teriam que se
adequar à instituição escolar, e esta é apresentada e percebida pelo aluno com deficiência como uma
instituição inflexível.
Segundo estudo de autores como Mantoan, Ferreira, Pessotti, Fonseca e Carvalho, esse paradigma não
se consolidou, ficando situado nas discussões que giravam em torno da Educação Especial, devido à
realidade que as escolas apresentavam. O que ocorreu, na verdade, foi que o deficiente teve as portas das
escolas regulares abertas, conforme a garantia dos direitos assegurados pela lei. Com isso, o deficiente
adentrou na sala de aula de ensino regular, tendo que se ajustar ao padrão curricular que considerava
a aprendizagem um processo de iguais, tendo que vencer dificuldades e barreiras constantemente,
impostas pela própria escola.
EXCLUSÃO
SEGREGAÇÃO
20
INTEGRAÇÃO
INCLUSÃO
Paradigma da inclusão
Pesquisadores de diversas áreas e educadores têm se debruçado a estudar este tema cuja relevância
é bastante discutida, pois tratam da inserção de alunos com deficiências e necessidades educacionais
especiais, sejam elas permanentes ou temporárias, nas instituições de ensino regular. Muitos destes
estudiosos trazem elementos de análise dos modelos de educação ofertados de estratégias adotadas
pelos docentes, das políticas públicas para fomentar a formação docente, dentre outros extremamente
importantes para refletirmos sobre uma educação qualitativa.
Como já estudamos nesta disciplina, num tempo não muito distante, os deficientes eram excluídos da
sociedade, não sendo atribuídas a eles quaisquer atividades, pois eram tidos como inaptos. Naquele
contexto, eram negados a eles direitos básicos como o direito a uma educação de qualidade e a
oportunidade de convívio social, tão importante para o desenvolvimento do ser humano. Com o decorrer
dos tempos, seu atendimento, tratamento e educação eram oferecidos em instituições residenciais e
escolas especiais, atendimento este que, mesmo recebendo atenção especializada, caracterizava-se como
segregado, pois se encontravam isolados dos demais educandos. Os educadores das escolas especiais
também se encontravam distantes e sem oportunidade de convívio com educandos não deficientes e
com os professores da escola regular.
www.healthcarerelocationservices.com
Na década de 70, constatamos o surgimento da concepção de integração, visando à mudança do paradigma
excludente a que eram submetidas as pessoas com deficiência. Assim, aquele movimento objetivava a
inserção destas pessoas deficientes em diversas instituições sociais, a saber: familiar, de trabalho, de lazer
e escolar, apresentando-se como uma alternativa mais humana que a institucionalização anteriormente
vivenciada, já que essa segregava, separava e classificava as pessoas devido a suas “imperfeições”,
“defeitos” e “anomalias”. De acordo com Ferreira e Guimarães (2003, p. 109), “era preciso modificar
(habilitar, reabilitar, educar) a pessoa com deficiência, a fim de torná-la apta a satisfazer os padrões
aceitos no meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental)”.
Ao pesquisar a respeito desta temática, você irá perceber que os sistemas educacionais inclusivos
vêm se desenvolvendo com avanços, desafios e resistências em nossa sociedade. Os conceitos sociais
de classificação e de homogeneização resultam de uma história marcada por rejeição, isolamento
e segregação, principalmente em relação às pessoas com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento, altas habilidades e/ou superdotação. Para trabalhar estas questões, precisamos estar
atentos às barreiras com as quais se deparam estes alunos.
A partir deste novo paradigma, a instituição que se pauta pela inclusão compreende a aceitação da
diversidade, na vida em sociedade, o que representa garantia do acesso de todos a todas as oportunidades,
independentemente das peculiaridades de cada indivíduo e/ou grupo social.
http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br
Para que a igualdade de oportunidade seja real, faz-se necessário colocar em foco o princípio da equidade,
pois as pessoas são diferentes, apresentam necessidades diversas, porém têm direitos iguais.
Desta forma, a instituição inclusiva atua numa perspectiva de inclusão social e de atendimento das
necessidades específicas dos educandos com deficiência. Esta é a defesa dos direitos de todos à educação,
resultado de lutas sociais empreendidas pelas minorias e seus representantes em função do exercício
dos seus direitos enquanto cidadãos ativos e participativos da sociedade.
Para Sassaki (1997), a sociedade precisa ser modificada, visando atender às necessidades de seus
membros. Assim, cabe à instituição educacional trabalhar para eliminar as diversas barreiras que
privam estes sujeitos do convívio social, através da oferta de uma educação de qualidade de fato,
não apenas através de normas jurídicas. Ou seja, tratar com igualdade não se refere à instituição de
privilégios, e sim, à disponibilização das condições exigidas pelas peculiaridades individuais na garantia
das oportunidades.
Numa instituição escolar que respira inclusão, parte-se da premissa de que todos e todas são capazes de
aprender. Para tanto, é necessário que lhes sejam oferecidas as condições necessárias para tal intento
e um ambiente favorável e sem restrições, levando-se em conta suas características e potencialidades.
Assim, todos podem atingir o desenvolvimento pleno.
Além disto, para que a sociedade e suas instituições formais possam desenvolver ambientes acolhedores
e de fato inclusivos, é necessário que a proposta da educação inclusiva esteja baseada em princípios e
leis que reconhecem a necessidade de uma educação de qualidade para todos. Se antes, num passado não
22 muito distante, o aluno com deficiência e o aluno com necessidades educacionais especiais precisavam se
adequar à escola que se apresentava a eles, de forma que eles deveriam atingir os padrões de normalidade
de desenvolvimento dos demais alunos, hoje o quadro mudou. É necessário, em primeiro lugar, que haja
uma grande transformação da escola para receber o aluno com necessidades especiais, que vai além da
modificação espacial. E, em segundo plano, a formação inicial e continuada do professor deve ser o foco
principal das políticas públicas, pois este, o professor, é o principal agende de transformação de diversas
práticas que podem desconstruir a realidade dura de uma escola que segrega, que rotula e que exclui,
seja através das atitudes, seja através de práticas culturais ultrapassadas.
1x1
2x2
2+3
Banco de Imagens/NEaD
Pardal (2001, p. 84) corrobora o importante papel do professor no cenário em discussão, pois para ele:
“Toda mudança na educação escolar passa, entretanto, pelos professores e pelos seus papéis. São
eles que, em última instância, interpretam, na escola e na sala de aula, os modelos de gestão, a
organização da escola, as vias de formação, os currículos”.
Sobre este aspecto, Mantoan (2003, p.21) conclui: “conquanto tenham significados semelhantes, são
empregados para expressar situações de inserção diferentes e se fundamentam em posicionamentos
teórico-metodológicos divergentes”. O primeiro está focado no indivíduo e em suas deficiências ou
necessidades específicas, sendo que o segundo foca as deficiências e necessidades da instituição escolar,
as quais se constituem em barreiras e podem impedir que ocorra o desenvolvimento do estudante, seja
ele um indivíduo com ou sem deficiência, com ou sem necessidades educacionais especiais.
Ao longo desta disciplina, trabalharemos o conceito de barreiras, descobriremos juntos os diversos tipos
de barreiras existentes na escola e na sociedade, construindo um aprendizado significativo em torno de
práticas educativas inclusivas, pois somente após a identificação das barreiras é que podemos tomar
medidas institucionais, visando à sua eliminação ou minimização, quando for o caso. Nesta perspectiva,
Carvalho (2007, p. 172) ressalta que:
“Temos uma longa trajetória e boas razões para unir nossos esforços, discutir nossas ideias,
buscando alternativas que nos permitam entrar no novo século com perspectivas mais otimistas
em relação às respostas educativas de nossas escolas para todos”.
Como podemos observar, nesta unidade, abordamos a educação especial e inclusiva numa perspectiva
histórica, explorando características de determinadas sociedades ou comunidades, dentro de um
espaço e tempo determinados pela historiografia tradicional. Contudo, sabemos que os acontecimentos
e concepções não se deram de forma linear, temporal e espacialmente bem definidas. Logo, tentamos
fazer neste capítulo, foi dar uma visão global de como as pessoas com deficiência e com necessidades
educacionais especiais foram tratadas, consideradas ou desconsideradas ao longo de séculos, sendo que
ainda hoje podemos encontrar práticas de extermínio, de segregação, de integração e de inclusão em
diversos grupos humanos.
23
digosemmedo.blogspot.com
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Pesquise um ou mais artigos científicos nas bases de dados (lilacs. Medline, scielo), trazendo diferentes
perspectivas da inclusão e elabore uma apresentação para socializar com seus colegas em sala.
Burguesia – Caracteriza-se por representar a classe social dominante no sistema capitalista, por possuir ou
dispor de meios de produção. Compreende, portanto, um grupo de pessoas relativamente abastadas, sem
exercer atividade remunerada para sua subsistência.
Renascimento – Período da história da Europa marcado por muitas transformações em diversas áreas.
Caracterizou-se pelo final do feudalismo e nascimento do capitalismo, rompendo com as estruturas medievais.
O novo período foi representado pelas artes, pela Filosofia e pela ciência, retomando o ideal humanista e
naturalista, tendo seus referenciais na antiguidade clássica. Para alguns autores, o Renascimento ficaria
circunscrito à cultura italiana do período.
Positivismo – Engloba diversos significados. Para Augusto Comte, o Positivismo está intimamente ligado
a uma interpretação das ciências e a uma classificação do conhecimento, desenvolvida na segunda fase da
carreira de Comte. Surgiu das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade
industrial, processos que deflagraram a Revolução Francesa (1789-1799).
Liberalismo – Compreendeu o período entre a guerra civil inglesa e continuou após o fim da guerra fria,
abrangendo os últimos quatro séculos. Caracterizou-se como uma filosofia política que defende a liberdade
individual nos campos religioso, político, econômico e intelectual, defendendo o direito da não agressão, o
direito de propriedade privada e da supremacia do indivíduo contra as atitudes opressoras do poder estatal.
A promoção e expansão dos mercados livres, a liberdade de expressão, bem como os modelos de organização
política baseados em constituintes são heranças deste movimento.
Globalização – É um fenômeno capitalista, tido com um dos mais complexos, que se iniciou na era dos
descobrimentos e se desenvolveu a partir da Revolução Tecnológica. É marcado pela expansão do comércio,
das comunicações e da aproximação de pessoas em escala global. É responsável pelo incremento do mercado
financeiro e de serviços. As fronteiras entre os países desapareceram. Desta forma, há autores que veem esta
situação como danosa para a identidade das localidades em detrimento da valorização do global.
Interdisciplinaridade - Vocábulo dividido em: Inter – prefixo latino que significa posição ou ação
intermediária, reciprocidade, interação; Disciplina – significa episteme/ramo do conhecimento; Dade – sufixo
latino que significa qualidade, estudo, modo de ser. Assim, interdisciplinaridade expressa a recuperação da
totalidade da produção do conhecimento em função de um objeto comum. Neste sentido, ela expressa ainda
a conjunção do coletivo em direção à construção de um projeto único entre as áreas de conhecimento.
Banco de Imagens/NEaD
organização e estruturação de leis, papéis, políticas, trabalho, etc.
Numa visão de expansão, visando garantir o direito a educação à todos, a ONU em 1959, reitera a DUDH
com a proclamação da Declaração dos Direitos da Criança (DDC), que vem garantir às crianças, como
sujeitos de direitos, a educação gratuita e compulsória no grau primário, necessitando de cuidados
especiais e proteção em função da sua imaturidade física e mental.
Ao prosseguir as lutas pelos direitos sociais e de educação pelos países membros da ONU, surgem os
movimentos pelos direitos dos deficientes que inclui a educação. E a ONU, mais uma vez, em 09 de dezembro
27
de 1975, aprova a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (DDPD), dispondo sobre o
Banco de Imagens/NEaD
fundamental (...), à reabilitação médica e
social, educação, treinamento vocacional e
reabilitação, assistência, aconselhamento,
serviços de colocação e outros serviços que lhes
possibilitem o máximo desenvolvimento de
sua capacidade e habilidades e que acelerem
o processo de sua integração social.
O Brasil apesar de ser signatário de ambas as declarações, passou a considerar a educação como um
direito social, porém não possuía obrigação formal de garanti-la a todos os brasileiros e crianças. Foi
somente em 1988, com a promulgação da Constituição Federal que a Educação Fundamental passa
a ser garantida como um direito de todos, sendo dever do Estado prestar esse direito social, garantido
constitucionalmente, o qual passa a ser passível de responsabilização quando ao não cumprimento.
O direito à educação para todos significa que todos estarão preferencialmente na escola regular, a
qual terá que disponibilizar um ensino baseado nos princípios de “igualdade de condições de acesso e
permanência na escola”, pois segundo o Artigo 208, inciso III, da nossa Constituição Federal aponta que o
atendimento educacional especializado deve acontecer preferencialmente no ensino regular, para atender
às especificidades dos alunos com deficiência: trabalhando para a eliminação de barreiras, fornecendo
apoios e recursos.
Assim, deu-se continuidade aos movimentos em prol da educação em todo o mundo, os quais resultaram
em declarações, leis, decretos e portarias, o que não quer dizer que tais melhorias se concretizassem na
prática. Dessa forma, nos anos 60, eclodem os movimentos dos pais de crianças que não tinham direito
às escolas regulares, surgindo assim, as escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das
escolas comuns. Logo, o sistema educacional passou a funcionar com dois subsistemas paralelamente e
sem ligação um com o outro: o sistema regular e o sistema especial. Ainda nesse período, surgiu o conceito
de integração, estudado na unidade anterior, apontando a inserção dos educandos com deficiência nas
escolas, como algo que deve ser corrigido ou tratado, a fim de que esses possam fazer parte da sociedade.
A política de integração permaneceu até meados da década de 80, quando os próprios deficientes
organizados foram à luta em busca da garantia dos seus direitos, da valorização e respeito as suas
diferenças, propondo a unificação no sistema de ensino.
Dessa forma, foi criada a Lei nº 7.853/89 que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência e a sua integração social, sob a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência (CORDE), e reforça a responsabilidade do poder público e de seus órgãos em
assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos. As
principais medidas apontadas por essa lei, no seu artigo 2º, parágrafo único, Item I, para a educação
foram:
• Inclusão da Educação Especial no sistema educacional como modalidade educativa que abranja
a educação precoce, a pré-escola, o ensino fundamental e o médio, a supletiva, a habilitação e
reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;
• Acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos,
inclusive material escolar, merenda escolar e bolsa de estudo;
No cenário mundial, a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization),
braço direito da ONU, realizou 1994, uma Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas
Especiais em Salamanca (Espanha) e proclamou a Declaração de Salamanca sobre Princípios,
Política e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Nessa Declaração, salienta-se
a relevância de acesso às escolas regulares para as crianças e jovens com necessidades educativas
especiais, destacando-se a Educação Inclusiva como forma de combater à discriminação e como
meio de construir uma sociedade mais solidária. Também reconhece a diversidade inerente a cada
indivíduo e propõe que a pedagogia deve ser centrada na criança, considerando suas características,
interesses, capacidades e necessidades.
Em 1996, no Brasil, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 – LDB, a
qual declara que é de responsabilidade dos municípios brasileiros a universalização da educação para os
cidadãos de zero a quatorze anos, e a Educação Especial se torna uma modalidade de ensino, deixando
claro que a educação dos alunos com deficiência deve, preferencialmente, ser oferecida na rede regular, e
quando necessário que se preste atendimento especializado para atender às peculiaridades da clientela
da Educação Especial.
Além disso, essa Lei indica que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
b) terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão
do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor
tempo o programa escolar para os superdotados;
d) educação especial para o trabalho, visando à sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
e) acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o
respectivo nível do ensino regular (Artigo 59, itens de I a V).
manifestações de comportamento de
Condutas típicas portadores de síndromes e quadro
psicológicos, neurológicos e psiquiátricos;
Com a expansão na busca de garantir os direitos das pessoas portadoras de deficiência, a Organização dos
Estados Americanos (OEA) adota, em 1999, a Convenção Interamericana para a Eliminação de todas
as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência, aprovada na Guatemala.
Essa convenção só foi promulgada no Brasil em 2001, tomando-a como “medidas de caráter legislativo,
social, educacional, trabalhista ou qualquer natureza, que sejam necessárias para eliminar à discriminação
contra as pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integração à sociedade”. Com isso,
o Brasil reafirma seu sistema de integração social, garantindo a equidade de direitos, priorizando ações
em todos os níveis de saúde, além de sensibilizar a população para uma futura sociedade mais inclusiva.
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o
atendimento dos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos”. (Resolução CNE/CEB nº 02/2001, artigo 2º).
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca ainda que “o grande avanço que a
década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento
à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta
de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à
acessibilidade física e ao atendimento educacional especializado.
Nesse sentido, seguindo a perspectiva da Educação Inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 1/2002, que
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define
que as instituições de ensino superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente
voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos
com necessidades educacionais especiais.
www.trabalheira.com
Nessa trajetória inclusiva de formação, a Lei 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
como outro recurso de comunicação para garantir a acessibilidade comunicativa e o acesso à escola dos
alunos surdos, incluindo a LIBRAS como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e
de fonoaudiologia, determinando a formação e a certificação de professores, instrutores e tradutores/
intérpretes de LIBRAS. Também em 2002, foi criada a Portaria nº 2.678/02 do MEC que aprovava as
diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades
de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para o
seu uso em todo o território nacional.
SAIBA MAIS
Nesse site você pode consultar a linguagem de
sinais. Se você tem uma palavra em mente, basta
buscar pela inicial e ver o significado, a demonstração
em vídeo, exemplos de uso dessa palavra, a classe
gramatical e o sinal feito com a mão. Link: http://
www.acessobrasil.org.br/libras/
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, com vistas
a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um
amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a garantia do
direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do atendimento educacional especializado e à garantia
da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publicou o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas
e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para
a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas
turmas comuns do ensino regular. Já em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação (NAAH/S) em todos os estados e no Distrito Federal, são organizados
centros de referência na área das altas habilidades/superdotação para o atendimento educacional
especializado, para a orientação às famílias e a formação continuada dos professores, constituindo a
organização da política de Educação Inclusiva de forma a garantir esse atendimento aos alunos da rede
pública de ensino.
31
A INCLUSÃO EM NÚMEROS
A EVOLUÇÃO DA POLÍTICA INCLUSIVA NAS CLASSES COMUNS DO
ENSINO REGULAR SE MOSTRA CONSISTENTE AO LONGO DOS ANOS
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Um marco importante na história da Educação Especial no mundo, assim como em todas as áreas, no
que se refere aos direitos das pessoas com deficiência foi a Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência que aconteceu em 2006 em New York nos EUA. Ela contempla mais de 30 artigos que
ratificam os direitos humanos e incorporam as necessidades das pessoas com deficiência como grupo
vulnerável, a fim de assegurar igualdade de oportunidades com uma participação mais efetiva na
sociedade. A convenção retrata, ainda, que os impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais
sofridos por essas pessoas são por consequência das barreiras sociais, atitudinais e ambientais existentes
na sociedade em que vivemos.
CONCEITOS SIGNIFICADOS
Abrange as línguas, a visualização de textos, o braille,
a comunicação tátil, os caracteres ampliados, os
dispositivos de multimídia acessíveis, assim como a
COMUNICAÇÃO linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e
os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos
aumentativos e alternativos de comunicação, inclusive a
tecnologia da informação e comunicação acessíveis
O Artigo 24 defende a educação inclusiva do ensino infantil ao ensino superior, treinamento profissional
e educação continuada. O Item 2 determina que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação
de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino primário
gratuito e compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade
e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas na
comunidade em que vivem;
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os Ministérios da Educação e da Justiça,
juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) lançam
o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as suas ações, contemplar,
no currículo da educação básica, temáticas relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações
afirmativas que possibilitem acesso e permanência na educação superior.
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), reafirmado pela Agenda Social,
tendo como eixos a formação de professores para a Educação Especial, a implantação de salas de recursos
multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência das
pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo
Benefício de Prestação Continuada (BPC). No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação:
razões, princípios e programas é reafirmada a visão que busca superar a oposição entre educação regular
e educação especial. Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da Educação Especial
nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na perspectiva da
inclusão e do atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando o cumprimento do princípio
constitucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e a continuidade
nos níveis mais elevados de ensino (BRASIL, 2007, p. 09).
Portanto, como podemos observar, todas as declarações e convenções aqui apresentadas de cunho
internacional, de uma forma ou de outra, refletiram ou refletem ainda hoje na legislação brasileira, nos
documentos norteadores da educação nacional, além de servirem como fundamentação para a construção
de políticas públicas e de movimentos para transformação na nossa prática social.
SAIBA MAIS
LEGISLAÇÃO
Acesse: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view
=article&id=16761&Itemid=1123
Acesse:http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/confer_trab.pdf
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Pesquise sobre o que foi o Relatório Jacques Delors, qual sua importância para educação no mundo e
qual o seu produto para a educação do milênio?
Desse modo, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional, as ações da
Educação Especial possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização, formação para ingresso
no mundo do trabalho e efetiva participação social.
A interface da Educação Especial na Educação Indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os
recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos
construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.
Na Educação Superior, a Educação Especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a
permanência e a participação dos alunos. Essas ações envolvem o planejamento e a organização de
recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica nas comunicações, nos sistemas de
informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos
e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo o acesso,
a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover
respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo:
http://educacaoespecialma.blogspot.com.br/
suas necessidades específicas.
As atividades desenvolvidas no atendimento
educacional especializado diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo
substitutivas à escolarização. Esse atendimento
complementa e/ou suplementa a formação dos alunos
com vistas à autonomia e independência na escola e
fora dela. (BRASIL, 2008, p. 15).
Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a proposta
pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional especializado é acompanhado por meio de
instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede pública
e nos centros de atendimento educacional especializados públicos ou conveniados. Ele é ofertado tanto na
modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à diferença linguística, orienta-se que o aluno
surdo esteja com outros surdos em turmas comuns na escola regular.
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível
atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando
uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu
progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções
pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que
alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua
de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma prática cotidiana.
Logo, cabe aos sistemas de ensino organizar a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva,
disponibilizando as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como
de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação,
locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
Logo, a educação no Brasil vem sendo influenciada por essa ideologia de “Educação para Todos”, a
partir de leis que foram aprovadas, decretos estabelecidos e várias mudanças propostas. Entretanto,
ainda encontramos práticas discriminatórias (desinformação), falta de profissionais habilitados
(capacitação), dúvidas quanto ao papel da escola na superação da lógica da exclusão em algumas
instituições de ensino, configurando a necessidade de uma mudança estrutural (acessibilidade),
profissional (capacitação) e cultural (conscientização) da instituição para que todos os alunos tenham
suas especificidades atendidas, garantindo o acesso social, curricular e pedagógico.
ucacion
O AEE é uma nova interpretação da Educação Especial, e
al
imento
especial
Segundo a Política Nacional de Educação Especial, o AEE
tem como função identificar, elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras
Banco de Imagens/NEaD
iz
ensino regular e receber o atendimento especializado em
At ad
o todas as etapas, níveis e modalidades, de preferência no
contraturno da rede regular.
Dessa forma, o Ministério da Educação propõe que ensino regular e educação especial reorganizem seus
AEE oferecidos aos alunos com deficiência, devido estabelecer que a educação especial tenha caráter
complementar e não de substituição do ensino regular, pois toda criança precisa ter a oportunidade de
interagir, e, na cooperação, construir suas habilidades pessoais (BRASIL, 2008).
36 Todavia, podemos observar que a escola deve propiciar aos alunos um atendimento específico,
trabalhando suas limitações (visuais, auditivas, físicas, intelectual, transtornos do desenvolvimento e a
superdotação), em salas multifuncionais, equipadas com computadores, softwares especiais, materiais
didáticos para uso de pessoas com várias deficiências.
Essas diretrizes precisam constar no Plano Político Pedagógico da escola, onde tanto o gestor, quanto
os demais funcionários precisam estar informados da nova proposta inclusiva e receber capacitações.
Portanto, o AEE visa transpor barreiras, proporcionando o desenvolvimento daquilo que impõe
limitações, saindo do “não saber” para o “saber”, do “incapaz” para o “capaz”, tornando possível a
inclusão de fato e de direito de todos, mediante mudanças metodológicas e organizacionais no sistema
educacional.
Contudo, para atuar na Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, o professor deve ter na
sua formação, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.
Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter
interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos
centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de
educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e
recursos de Educação Especial.
A deficiência em números
UN 02
Há cerca de 650 milhões de deficientes no mundo segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
sendo que 80% desses deficientes estão concentrados em países em desenvolvimento, conforme explicita
o Banco Mundial.
No Brasil, segundo o censo do IBGE de 2010, há 45.623.910 pessoas com as mais variadas deficiências o
que corresponde a 23,9% da população total do país que é em cerca de 190.755.799. Desse percentual,
38,5 milhões viviam em áreas urbanas e 7,1 milhões em áreas rurais.
Quando analisados por sexo, 25,8 milhões de deficientes eram do sexo feminino e 19,8 milhões da
população era masculina. O maior percentual foi encontrado na região Nordeste (26,6%), enquanto que o
sul e o centro-oeste mostraram as menores proporções.
21,2%
Nordeste 5,8%
7,8%
37
1,6%
17,9%
Sudeste 4,8%
6,7%
1,3%
16,9%
Sul 5,3%
7,1%
1,4%
pt.wikipedia.org
18%
Centro-Oeste 4,5%
5,8%
1,2%
Em paralelo, os dados do censo escolar revelam que as matrículas de alunos com necessidades especiais
no ensino superior tiveram um aumento de 136% entre os anos de 2003 e 2005. Já no ano de 2012,
o site do Ministério da Educação (MEC) divulgou um aumento de 933,6% no número de matrículas de
pessoas com deficiência no ensino superior até o ano de 2010, ou seja, uma demanda que vem crescendo
consideravelmente, o que significa que a educação básica vem desenvolvendo seu papel na perspectiva
inclusiva, fazendo com que essas pessoas possam chegar à universidade, cabendo ao ensino superior
garantir o acesso e a permanência do deficiente. Isso vem acontecendo, graças a política e programas
desenvolvidos nos últimos tempos pelos governos, bem como pela luta dessa classe em função de valer
seus direitos, fazendo com que as práticas sociais se transformem em favor das oportunidades de todos.
Estudantes com deficiências passaram de 2.173 no começo de 2000 para 20.287 em 2010, 6.884 na rede
pública e 13.403 na particular. O número de instituições de educação superior que atende alunos com
deficiência mais do que duplicou no período ao passar de 1.180 no final do século para 2.378 em 2010.
Destas, 1.948 contam com estrutura de acessibilidade para esses estudantes.
A discussão das nomenclaturas entre os termos “deficiência” e “necessidades educacionais especiais”, tem
sido um entrave na efetivação das práticas educacionais, pois o primeiro trata da limitação física e/ou
sensorial e a necessidade especial que transcende o eixo da educação e o segundo parte do educacional e
das dificuldades geradas por esse contexto, que não necessariamente seja uma deficiência. Desse modo,
a oferta de sala de atendimento educacional especializado e os recursos pedagógicos necessários são
fomentados pela Educação Especial que aos olhos do MEC tal atendimento é de necessidade do deficiente,
excluindo nas suas diretrizes os educandos que apresentam dificuldades de aprendizagem por qualquer
outro transtorno específico.
pt.wikipedia.org
Diante de uma legislação que prevê garantia de acesso, permanência e atendimento educacional
especializado na perspectiva da Educação Inclusiva em todos os níveis de ensino, faz-se necessário buscar
conhecer as definições desse público para melhor entendimento e práticas:
DEFICIENTE
EXCEPCIONAL
INVÁLIDO
38
DEFEITUOSO
PESSOA COM
DEFICIÊNCIA INCAPAZ
ALEIJADO
SUPERDOTADO
PORTADOR DE
DIREITOS ESPECIAIS
- Deficiência – São aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (ONU, 2006, Art. 1º).
- Mobilidade reduzida - é aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha,
por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução
efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.
Atualmente, podemos contabilizar muitos avanços no que se refere à educação para todos, de forma a
contemplar a Educação Inclusiva de acordo com as diretrizes nacionais e internacionais. Entretanto,
incontáveis são os desafios a serem enfrentados para efetivar as políticas públicas atuais, pois o
distanciamento entre o que a legislação garante e a realidade das instituições escolares é notório.
Objetivos:
• Estudar e pesquisar sobre o papel do docente na
educação básica na construção da escola inclusiva;
• Desvendar o cenário atual, para enfrentar os desafios
e compreender as perspectivas de atuação docente
dentro do novo cenário, procurando sempre uma
reflexão sobre o cotidiano escolar;
• Ampliar os conhecimentos teóricos e metodológicos
acerca das atividades interdisciplinares.
III - PREMISSAS DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
A organização da escola
para abrigar as diferenças
UN 03
http://dceducacional.blogspot.com.br/
Como já estudamos anteriormente,
estamos passando por um momento
de transição da escola que vivencia o
modelo da integração para a escola
que vive a proposta de uma educação
de fato inclusiva (MEC, 2008), a que
Mantoan (2010) chama de “a escola das
diferenças”, em contraponto à “escola dos
diferentes”. É, portanto, um momento que
exige disposição para a transformação
não apenas das ações, mas da transformação de conceitos historicamente arraigados em nossas mentes.
Conceitos ligados à hegemonia dos estudantes e à isonomia de tratamento, neste contexto atual, são
exemplos de conceitos que não se colocam a favor da nova proposta inclusiva. Ao contrário, depois de
estudar esta disciplina, você estará convicto de que os tratamentos hegemônicos e que se orientam pela
isonomia de tratamento impedem o desenvolvimento dos alunos com deficiência e com necessidades 41
educacionais especiais. A igualdade de tratamento diz respeito aos seus direitos. As formas de atendimento
educacional devem levar em conta as especificidades. O que foge a qualquer padrão, portanto, deve se
pautar em um ponto de vista pedagógico não homogeneizante e não isonômico. Correto?
Quem tem a oportunidade de estudar estas questões na sua graduação chegará ao seu campo de atuação
profissional com uma postura adequada e bom preparo, visando à atuação em um ambiente multicultural.
Porém, é necessário compreender que estamos no meio de um processo. Queremos ressaltar que para que
este novo modelo de escola aconteça e favoreça a todos, sua atuação é uma das mais importantes. Como
você chega com uma formação diferenciada, tendo estudado Educação Especial e Inclusão, cabe a você
ser um agente transformador onde quer que atue. Como já vimos, Educação Especial e Inclusão é uma
disciplina transversal, perpassando, portanto, todos os níveis de ensino.
Todos nós, que fazemos a escola, que nela atuamos, ou que dela nos beneficiamos como cidadãos, devemos
continuar acreditando na capacidade de sonhar com um ambiente que acolha a todos. Mas que tal
ultrapassarmos a esfera do sonho? Vamos transformar?
Paulo Freire, em sua obra “Educação: o sonho possível”, aponta um caminho para que a escola atue
considerando a diversidade. Vejamos o que ele afirma a respeito: o objetivo é comum: o de construir um
conhecimento capaz de transformar uma realidade, operando mudanças de forma efetiva, considerando
as diferenças e as individualidades (FREIRE, 1982, p. 101).
O que se quer, no atual momento histórico, é que a escola reconheça a diversidade como natural. Logo,
educadores que fazem a escola acontecer, têm grandes responsabilidades, pois está em suas mãos decidir
sobre a educação que querem e que pretendem empreender.
Uma das defensoras da Educação Inclusiva é Mantoan, cuja produção na área da Educação Especial é
bastante relevante. Para ela, precisamos pensar em um novo modelo de escola, diferente daquele em que
a diferença não encontra lugar, pois segundo a autora:
“É através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação,
colaboração e adaptação. Embora em outras instituições como família ou igreja tenham papel
muito importante, é da escola a maior parcela” (MANTOAN, 1997, p. 13).
Para Vygotsky, “o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial
ao seu desenvolvimento” (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 56). Percebemos então que a comunidade
42 Você deve perceber que em todo e qualquer processo educativo, a escuta seria um ato sábio, que se
constitui como ponto de partida para qualquer intervenção. A escuta seria traduzida na Educação Especial
por uma capacidade de perceber e sentir o contexto do estudante, por meio de todos os nossos sentidos,
captando toda e qualquer pista que nos leve a compreender quais são as barreiras que o impedem de
ultrapassar os obstáculos diários.
E, em se tratando de Educação Especial, percebemos que as premissas indicadas por estes renomados autores
servem perfeitamente para indicar nosso caminho de efetivação da educação inclusiva. Ouvimos muitos futuros
docentes reclamando: - “Professora, eu não vou saber o que fazer quando receber um aluno com deficiência
na minha sala de aula. Eu gostaria de aprender estratégias pedagógicas que me ajudassem na minha prática”.
É necessário que você, aluno, conheça as especificidades de cada deficiência. Assim, você terá uma noção
dos aspectos que podem se transformar em barreiras para a aprendizagem. Mas, acima de tudo, também
é preciso compreender as especificidades de cada aluno, com ou sem deficiência, que chega à sua sala de
aula. É neste momento que você pratica o que Paulo Freire chamou de escuta, que pode ser também uma
tentativa de percepção da realidade do outro.
Na escola regular, o trabalho da sala de aula deve ser acompanhado pelo professor do Atendimento
Educacional Especializado, a quem chamaremos de agora em diante de
professor de AEE. Não nos referimos aqui ao trabalho de um professor
auxiliar. Estamos nos referindo ao professor de AEE. O professor da
sala de aula regular e o professor do AEE trabalharão em conjunto para
compreender a realidade do aluno e realizar intervenções pedagógicas
que possibilitem o desenvolvimento do aluno.
Ao receber um aluno surdo, por exemplo, você deverá estudar temas como:
- a identidade e a cultura surda;
- a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa;
- a atuação do intérprete/tradutor de Libras na sala de aula e em
Banco de Imagens/NEaD
práticas avaliativas;
- a formação docente para lidar com os diversos tipos de alunos
surdos, tendo em vista que temos alunos oralizados e não oralizados,
os quais requerem formas diferenciadas de comunicação.
Banco de Imagens/NEaD
A partir destes estudos, o professor da sala de aula regular deverá realizar reuniões constantes com
o professor do AEE, a fim de se informar sobre como proceder em relação a cada aluno. A busca pelas
respostas é conjunta. Quanto mais pessoas estiverem envolvidas no processo, melhor será o resultado. O
ideal é que direção, professores, orientadores pedagógicos e pais contribuam com este processo.
É importante que ambos os docentes (do AEE e da classe regular), juntamente com a direção da escola,
estejam convencidos de que não há procedimentos pedagógicos padronizados que sirvam para todos.
Cada sujeito requer um tipo de intervenção. O ideal seria passarmos a considerar todas as individualidades
presentes na sala de aula.
Você deve estar se perguntando: - E a escola? Como a escola como um todo deve atuar para que eu, como
professor, possa desenvolver meu trabalho de maneira qualitativa?
Bom, para que você realize um bom trabalho, um trabalho de educação efetivamente inclusiva, você
necessita de que a escola dê suporte a estas práticas.
Não apenas no caso do atendimento ao aluno surdo, como citado anteriormente, mas no atendimento de
alunos com deficiência em geral, você deve contar com o apoio do profissional do AEE, como está indicado
43
na atual Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 2008). Vejamos o que ela indica a este respeito:
o atendimento do atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de
profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua
Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema braille, do soroban, da
orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do
desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular,
da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e
não ópticos, da tecnologia assistiva e outros (BRASIL, 2008, p. 11).
No caso do atendimento aos alunos surdos nas escolas comuns, o mesmo documento prevê:
44
Político Pedagógico da escola deve
conceber a Educação Inclusiva como
premissa básica para todas as ações
da escola, contrapondo-se a um modelo excludente que se orienta pelos padrões de normalidade, como
vimos na unidade 1. Assim, para que o Projeto Político Pedagógico da escola inclusiva seja efetivado, é
extremamente importante que seja elaborado e realizado com base na gestão democrática, ou seja, com a
participação de todos que compõem a comunidade escolar e seu entorno.
Refletindo sobre a escola inclusiva, Ropoli (2010) fala da importância da gestão democrática, ressaltando
a necessidade de construção de um Projeto Político Pedagógico articulado com esta nova perspectiva. Eles
explicitam que:
“a democracia se exercita e toma forma nas decisões conjuntas do coletivo da escola e se reflete
nas iniciativas da equipe escolar. Nessa perspectiva, o AEE integra a gestão democrática da escola.
No projeto político pedagógico, devem ser previstos a organização e recursos para o AEE: sala de
recursos multifuncionais; matrícula do aluno no AEE; aquisição de equipamentos; indicação de
professor para o AEE; articulação entre professores do AEE e os do ensino comum e redes de apoio
internos e externos à escola” (ROPOLI, 2010, p. 20)
Pensando nisso, podemos concluir que precisamos empreender modelos de educação inovadores. Estas
inovações dizem respeito a uma nova forma de conceber a escola, a uma nova perspectiva sobre o aluno
com deficiência, a uma metodologia inclusiva por parte do professor, a uma nova forma de se relacionar
com a família, a novas posturas da direção da escola, enfim, todas com o objetivo de proporcionar uma
escola que compreende as diferenças e, além de aceitá-las, as respeite e as valorize.
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Pesquise sobre Projeto Político Pedagógico e elabore um texto dissertativo constando o conceito, a fina-
lidade e a estrutura deste, segundo Libâneo.
Interdisciplinaridade e tecnologias
no cenário educacional
UN 03
http://filosofarpreciso.blogspot.com.br
estudantes deficientes e com necessidades educacionais
especiais matriculados nas escolas de educação básica
e nas universidades. Pode-se dizer que a invisibilidade
desses sujeitos não é mais uma realidade. Que bom, não é?
Neste sentido, é necessária uma atuação cada vez mais abrangente da escola, buscando, dentre muitos
objetivos, o envolvimento da família e a ajuda de outros profissionais, com intuito de complementar
suas ações para que sua função seja realizada efetiva e qualitativamente.
Além disso, o professor e demais profissionais da educação precisam entender todos os aspectos que
abrangem a interdisciplinaridade para atuar adequadamente, visando colocar em prática um novo
modelo de educação, pautado pela flexibilidade e contextualização dos problemas a partir de várias
ciências em colaboração, de forma que a disciplinaridade não se torne mais uma barreira.
Do nosso ponto de vista, o trabalho interdisciplinar pode promover o desenvolvimento dos estudantes
na escola, propiciando à produção de conhecimento sob uma nova perspectiva, que exige novas
soluções, novas maneiras de atuação, de modo que todos se sintam parte do processo.
SAIBA MAIS
INTERDISCIPLINARIDADE
http://www.ufvjm.edu.br/
movimento, dinamismo curricular
e educacional, de tal modo que os
diferentes campos do conhecimento
possam se coadunar com o conjunto
de atividades educativas;
Tal conceito está implícito também na publicação de Mancopes, Cutolo, Tesch, Schultz,
Santos, Mafatti e Silva (2009, p. 175 e 176), em seu artigo intitulado “Interdisciplinaridade
na Fonoaudiologia: a concepção do professor”, como citamos a seguir:
Há, entretanto, grande dificuldade por parte dos professores em trabalhar na perspectiva da
interdisciplinaridade. Esta dificuldade pode estar relacionada à formação recebida durante a graduação,
quando o perfil do profissional começa a ser construído. Pensando nisso, o currículo já começa a ser
reelaborado, e muitas universidades já têm trabalhado esta perspectiva de atuação nos cursos de
licenciatura, o que é extremamente importante no processo de formação do futuro profissional.
Outra importante ação que se verifica neste sentido diz respeito à oferta de formação continuada para
qualificar os professores que se formaram há mais tempo, para que possam, a partir da apropriação de
novos conceitos, realizar transformações e adequações nas suas práticas pedagógicas, visando a promoção
da educação para todos.
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Leia o artigo de autoria de Garruti e Santos (2001) e escreva um resumo do texto,
elencando as características, pressupostos e objetivos da interdisciplinaridade.
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ric/article/viewFile/92/93.
E as tecnologias...
Banco de Imagens/NEaD
tão rapidamente que temos dificuldades de
lidar com essas situações no nosso cotidiano,
seja no âmbito familiar, profissional ou social.
Ao nos reportarmos às unidades anteriores deste caderno didático, podemos observar que todo o percurso
social e legal da Educação Inclusiva fez com que ela ganhasse força para garantir os direitos das pessoas com
necessidade especiais, trazendo para elas e seus familiares uma nova expectativa de vida como cidadãos
de fato e de direito. E para que isso acontecesse, a tecnologia em geral deu e continua dando contribuições
significativas, principalmente para as pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais, as quais
eram excluídas por falta de recursos adaptáveis às suas necessidades:
Pensando nisso, ao analisar nossa realidade educacional, verificamos que os professores enfrentam
dois grandes desafios: a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em sala de aula
regular sem que eles tenham recebido formação adequada para tal realidade e a necessidade de domínio
de novas tecnologias em suas práticas pedagógicas. Porém, superados tais desafios, podemos constatar
que professores bem formados e preparados para usar as tecnologias neste novo contexto tornam-se
fundamentais para o sucesso do processo de construção da tão sonhada escola inclusiva.
Portanto, ao falar em tecnologia, instantaneamente nos vem à mente um computador ou algo do gênero. Todavia,
devemos considerar que a tecnologia é um estudo das técnicas e instrumentos que podem ajudar o homem a
viver melhor. Ela consiste na aplicação de recursos materiais, uso de instrumentos e equipamentos eletrônicos,
bem como procedimentos pedagógicos em função dos objetos educacionais, provocando grandes mudanças na
vida das pessoas com necessidades educacionais especiais. Todos os recursos tecnológicos que contribuem
para que as pessoas com necessidades especiais tenham uma vida mais independente são denominados
tecnologias assistivas. Como por exemplo, para os deficientes visuais ou de baixa visão, há produção de
livros em braile, sistemas de leitura de áudio e equipamentos para ampliação de caracteres gráficos.
SAIBA MAIS
A palavra tecnologia possui etimologia grega e se refere à “ciência da técnica”. O termo
provém da junção entre téchne, que tem como significado arte e destreza, e logos, que se
refere a estudo e ciência. Logo, em um sentido mais amplo, podemos dizer que a tecnologia
envolve a aplicação dos conhecimentos científicos na solução de problemas.
O termo tecnologia tem associação direta com o mundo moderno e tudo o que ele apresenta:
globalização, informatização, grandes produções e redução de tempo e custos. É assim que
Marx (1975) defende a concepção de que capitalismo e tecnologia andam juntos. Vargas
(1994), por outro lado, considera a tecnologia um conjunto de recursos inerentes à vida
humana baseados na criação e aplicação de conhecimentos. Outro autor bastante estudado
nos dias de hoje é Marshall McLuhan (1974), que enxerga a tecnologia, principalmente os
meios de comunicação, como a extensão do corpo humano, fazendo essa relação entre corpo
e tecnologia por meio das sensações.
Na internet, há endereços que possuem versões para deficientes, como o www.amazon.com/access, uma adaptação
da livraria virtual para deficientes visuais. O www.dicionariolibras.com.br é outro exemplo. Neste endereço, os
deficientes auditivos, especialmente crianças, podem aprender a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Além das tecnologias mais conhecidas, como televisores, DVDs, gravadores, máquinas fotográficas e
aparelhos celulares, atualmente podemos encontrar aparelhos específicos que facilitam a vida das pessoas
com deficiência, auxiliando seu aprendizado. Assim, a comunicação e a aprendizagem dessas pessoas
podem ser facilitadas por meio do uso de simuladores de teclado para pessoas com problemas físicos ou
motores, vocalizadores para pessoas com problemas na fala, teclado lightwriter, recurso utilizável por
pessoas com problemas de fala ou audição, visual vision para deficientes visuais e Dosvox.
Como podemos ver, existem muitos softwares, hardwares e recursos materiais que podem auxiliar as
pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais em sua jornada diária, nos âmbitos da saúde,
educação, trabalho e lazer. Basta que estas pessoas tenham acesso para que sua permanência seja garantida
por meio da mediação de um professor ou outro profissional qualificado.
Veja nas figuras a seguir alguns instrumentos tecnológicos que ajudam a ultrapassar barreiras dos mais
diversos tipos (espaciais, de comunicação):
BENGALA
É um objeto muito útil para deficientes visuais. Ela serve para
ajudar a pessoa se locomover em ambientes desconhecidos.
SOROBÃ
Ábaco adaptado, que serve para montar as operações para cálculos.
Esse aparelho substitui o papel e a caneta na execução de cálculos.
REGLETE E PUNÇÃO
O reglete é uma régua para escrita em Braille por meio da
49
marcação de pontos em relevo com a utilização do punção.
TELELUPA
As telelupas podem ser usadas em atividades que requerem
magnificações em distâncias variáveis (longe, médio e perto).
ÓCULOS ESPECIAIS
O aparelho permite, por exemplo, que os deficientes
visuais vissem seus cães-guias pela primeira vez.
LUPA HORIZONTAL
A Lupa Horizojntal funciona como uma régua ao seguir um
Imagens: Divulgação/Internet
ÓRTESES
Apoio ou dispositivo externo aplicado ao corpo para modificar os as-
pectos funcionais ou estruturais do sistema neuromusculo esquelético.
Para saber mais sobre o tema “deficiência e tecnologia”, visite os endereços abaixo:
www.entreamigos.com.br; www.cecae.usp.br/usplegal;
www.saci.org.br; www.lerparaver.com;
www.jfservice.com.br/
www.cedipod.org.br; informatica/arquivo/
tecnologias/deficiente;
50
www.acessibilidadelegal.com; www.acessobrasil.org.br;
EXERCÍCIO PROPOSTO
1. Realize uma pesquisa na internet e faça um relato escrito de suas descobertas. O foco de sua pesquisa
deverá ser as tecnologias disponíveis para uso pessoal e para uso coletivo, as quais facilitam o acesso a
informações e possibilitam, ainda, maior interação entre as pessoas.
Neste sentido, constataremos que nossas escolas ainda se encontram em um período de transição de paradigmas,
os quais variam de acordo com a cultura, região, condição de formação dos professores, bem como disponibilização
de recursos materiais. Uma inclusão educacional verdadeira não consiste apenas em inserir o aluno na sala de aula.
Não basta integrar os alunos deficientes, ou seja, não basta que sejam feitas adaptações para aceitar determinado
grupo de alunos. Isto é relativamente fácil de fazer e vem acontecendo, infelizmente, em muitos casos, até hoje.
Para que tenhamos uma escola inclusiva, é necessária uma reformulação geral do sistema educacional de modo
que sejam dadas oportunidades reais a todos, explorando as habilidades e potencialidades dos alunos, dentro
de suas particularidades e especificidades, respeitando seu tempo e valorizando suas conquistas a fim de que
tenham pleno acesso e permaneçam nesse espaço de forma participativa. Segundo Mantoan (2005, p. 72), 51
“devemos entender que a diferenciação é feita pelo próprio aluno, ao aprender, e não pelo professor ao ensinar”.
Esse momento em que vivemos o professor requer e precisa de uma sensibilidade, conhecimento e flexibilidade
para lhe dar com a diversidade, aperfeiçoando suas competências pedagógicas e tecnológicas. Todavia, as políticas
inclusivas e de acessibilidade tecnológicas esbarram com dificuldades de cunho material, educacional e atitudinal.
Porém, ouvimos muito falar na resistência do professor, mas como podemos observar essa resistência não é só do
professor mais sim, de todos que passem parte do sistema educacional. A ideia de classificação e homogeneidade
na educação foi traçada ao longo da história e pautada a cerca do melhor rendimento do aluno o qual era ideal
para o aparelho escolar, isso levou a segregação, exclusão, preconceito e rótulos de incapacidade para com
os indivíduos que apresentasse alguma dificuldade, gerando negligência com a aprendizagem.
Logo, podemos considerar que não estar preparados não é um problema, mas um desafio.
A escola de que precisamos, almejamos e queremos deve ter ambientes educacionais flexíveis, estratégias
educativas com base em pesquisas sérias, condições adequadas para a equipe técnica dedicada ao projeto de
inclusão, sistema de colaboração e cooperação nas relações sociais que envolva a escola e todas as instâncias
que possam favorecê-la, visando à eliminação de todas as barreiras que possam travar a efetividade do processo.
Ainda temos muitos desafios, tais como: eliminação de barreiras arquitetônicas, pedagógicas e conceituais;
elaboração de uma prática de respeito às particularidades, sem discriminação; reformulação dos currículos
dos cursos de graduação de licenciatura e pedagogia, de modo que os futuros professores aprendam a lidar
com a visão que a atual política de Educação Inclusiva preconiza, além da oferta de formação continuada
aos que já se encontram em sala de aula e não sabem como agir diante deste novo contexto.
SAIBA MAIS
Visite o endereço eletrônico do Ministério da Educação, onde você encontrará
muitas publicações sobre educação especial sob uma perspectiva inclusiva.
Investigue e faça suas descobertas:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1
7009&Itemid=913.
BOFF. L. A águia e a galinha, a metáfora da condição humana. 40 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
______. Lei nº 7.853, de 24 de outubro 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua
integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência -
Corde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 24 out.1989. Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7853.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Lei nº 8.069, de 13 de julho 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 13 de jul. 1990. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dez. de 1996.
______. Conselho Nacional De Educação. Resolução CNE/CEB 2/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de
setembro de 2001.
______. Conselho Nacional De Educação. Resolução CNE/CEB 1/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 3 de abril de 2002.
______. Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 08 de nov. 2000. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10048.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 19 de dez. 2000. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10098.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 09 de jan. 2001. Disponível em: < http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 09 de jan. 2001. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 10 nov. 2013
______. Ministério da Educação. Portaria Nº 2.678, de 24 de setembro de 2002. Disponível em: ftp://ftp.fnde.gov.br/
web/resoluçoes_2002/por2678_24092002.doc
______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Secretaria de Educação Especial, Brasília, 2008.
______. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado,
regulamenta o parágrafo único do art. 60 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo
ao Decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007. Brasília, 2008a. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm.> Acesso em: 10 nov. 2013
______. Ministério da Educação. Educação Superior: Em 10 anos, número de matrículas de alunos com
deficiência sobe 933,6%. Brasília, DF, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=18124. Acesso em: 08 mai. 2014.
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 5 ed. Porto Alegre: Mediação, 2007.
FERREIRA, M. E. C.; GUIMARÃES, M. Educação Inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2003.
_____. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes médicas, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 5
edição. São Paulo: Cortez, 2001.
MANCOPES, R. et al. Interdisciplinaridade na Fonoaudiologia: a concepção do professor. Revista CEFAC, São Paulo, v.11,
n. 2, p. 175-182, 2009. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v11s2/a07v11s2.pdf > Acesso em: 10 nov. 2013
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
________. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2 ed. São Paulo: Moderna, 2006.
_____. O direito de ser, sendo diferente, na escola: por uma escola das diferenças. Curso de Formação Continuada de
Professores para o AEE UFC / SEESP / UAB / MEC.2010. Disponível em: < http://nucleodireitoshumanoseinclusao.files.
wordpress.com/2011/08/aee_o_direito_de_ser-sendo-diferente.pdf > Acesso em : 10 nov. 2013
_________. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo:
Memnon. Editora SENAC, 1997.
______. Fala, Mestre! Entrevista com Maria Teresa Eglér Mantoan por Meire Cavalcante. Revista Escola, p. 24-26, mai. 2005.
MARX, K. Capítulo inédito d’O Capital: resultados do processo de produção imediato. Porto: Publicações Escorpião, 1975
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996.
McLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2005.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nova Iorque, 2006.
PARDAL, L. A. Que professores para a educação secundária? In: TAVARES, José; BRZEZINSKI, Iria (Orgs.).
Conhecimento profissional de professores: a práxis educacional como paradigma de construção. Fortaleza:
Edições Demócrito Rocha, 2001.
RAIÇA, D. Tecnologias para a Educação Inclusiva. São Paulo: Avercamp, 2008. 10p.
ROPOLI, E. A. et al. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: A Escola Comum Inclusiva.V. 1.
Brasília: MEC, 2010.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e Interdisciplinaridade: o currículo integrado. Tradução de Cláudia Schilling.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
VARGAS, M. Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo: Editora Alfa Ômega Ltda., 1994.
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2ª ed., 1989.
UNESCO. Declaração de Salamanca sobre Princípios, políticas e práticas na área das Necessidades
Educativas especiais,1994.
WERNECK, C. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
EDITORA
EDUFERSA - Editora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Campus Leste da UFERSA
Av. Francisco Mota, 572 - Bairro Costa e Silva
Mossoró-RN | CEP: 59.625-900
edufersa@ufersa.edu.br
IMPRESSÃO
Gráfica São Mateus Ltda - ME
Rua Da Areia | 530 | Centro
João Pessoa/PB | CEP: 58010-640
Telefone: (83) 3241-7000
COMPOSIÇÃO
Formato: 21cm x 29,7cm
Capa: Couchê, plastificada, alceado e grampeado
Papel: Couchê liso
Número de páginas: 56
Tiragem: 400
R U R A L D O S E M I - Á R I D O
Ministério
da Educação
C APES