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EIXO: GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPAÇÃO

Gestão Democrática

A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos


da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários na organização,
na construção e na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos
da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. (...) A democratização da gestão é
defendida enquanto possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo
educacional das escolas, na construção de um currículo pautado na realidade local, na
maior integração entre os agentes envolvidos na escola – diretor, professores,
estudantes, coordenadores, técnico-administrativos, vigias, auxiliares de serviços – no
apoio efetivo da comunidade às escolas, como participante ativa e sujeito do processo
de desenvolvimento do trabalho escolar. A gestão democrática implica um processo de
participação coletiva. Sua efetivação na escola pressupõe instâncias colegiadas de
caráter deliberativo, bem como a implementação do processo de escolha de dirigentes
escolares, além da participação de todos os segmentos da comunidade escolar na
construção do Projeto Político-Pedagógico e na definição da aplicação dos recursos
recebidos pela escola. Para que haja a participação efetiva dos membros da
comunidade escolar, é necessário que o gestor, em parceria com o conselho escolar,
crie um ambiente propício que estimule trabalhos conjuntos, que considere
igualmente todos os setores, coordenando os esforços de funcionários, professores,
pessoal técnico-pedagógico, alunos e pais envolvidos no processo educacional.

Fonte:http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-
sala_politica_gestao_escolar/pdf/texto2_1.pdf
Gestão democrática uma construção histórica em nosso país:

Apesar de as lutas em prol da democratização da educação pública e de qualidade


fazerem parte das reivindicações de diversos segmentos da sociedade há algumas
décadas, essas se intensificaram a partir da década de 1980, resultando na aprovação
do princípio de gestão democrática na educação, na Constituição Federal, art. 206. A
Constituição Federal/88 estabeleceu princípios para a educação brasileira, dentre eles:
obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática, sendo esses
regulamentados através de leis complementares.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma
da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal.

Enquanto lei complementar da educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB nº 9.394/96) em seu artigo 14 estabelece e regulamenta as diretrizes
gerais para a educação e seus respectivos sistemas de ensino:

Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de


educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica
e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito
financeiro público.
Em cumprimento ao art. 214 da Constituição Federal, ela dispõe sobre a elaboração
do Plano Nacional de Educação – PNE (art. 9º), resguardando os princípios
constitucionais e, inclusive, de gestão democrática. A elaboração do PNE, conforme
exposto nos textos legais, visa a elucidar problemas referentes às diferenças
socioeconômicas, políticas e regionais, bem como às que se referem à qualidade do
ensino e à gestão democrática. O PNE trata dos diferentes níveis e modalidades da
educação escolar, bem como da gestão, do financiamento e dos profissionais da
educação. Esse plano, aprovado em 2001 pela (Lei nº. 10.172/2001), traz diagnósticos,
diretrizes e metas que devem ser discutidos, examinados e avaliados, tendo em vista a
democratização da educação em nosso país.

O Plano Nacional de Educação para o decênio 2014-2023 (Lei 13.005/2014) prevê, na


Meta 19:

assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação


da gestão democrática da educação, associada a critérios
técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à
comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto.

Publicado dia 16/05/2017

Participação social é condição para uma educação de qualidade


por Thais Paiva

Fonte: http://educacaointegral.org.br/reportagens/participacao-social-e-condicao-para-
uma-educacao-de-qualidade/

Constituir um espaço de interlocução entre os interesses e anseios da sociedade civil e


as decisões do Estado brasileiro nos temas tocantes às políticas de educação. Foi com
esse propósito que o Fórum Nacional de Educação (FNE) ganhou corpo por meio de
uma portaria do MEC, em 2010, como resultado da Conferência Nacional de Educação
(Conae) daquele ano. Quatro anos depois, era garantido por lei com a sanção do
Plano Nacional de Educação (PNE). Uma vitória para o exercício da participação e
pluralidade de ideias no País.

No último mês, no entanto, a conquista história sofreu um grave revés. Em 27 de


abril, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, o ministro Mendonça
Filho (DEM) alterou a composição e regulamento do FNE sob a alegação de que este
vinha sendo usado para finalidades político-partidárias.

De forma arbitrária, excluiu importantes entidades representantes da sociedade civil


como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee),
substituindo-as por outras ligadas diretamente ao governo e ampliando a presença do
empresariado. Além disso, impôs a disputa de vaga para os membros do colegiado e
concedeu à sua figura a palavra final sobre os integrantes da entidade.

(...)

Outra alteração feita pelo MEC que encontrou reprovação foi a alteração, também via
portaria, do calendário da terceira edição da Conferência Nacional de Educação
(Conae 2018). Antes prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2018, a
conferência, que tem como função acompanhar a implementação do Plano Nacional
de Educação (PNE), além de avaliar e propor políticas, ficou passível de ser adiada.

Participação ameaçada

Para os especialistas ouvidos pelo Centro de Referências em Educação Integral, o


imbróglio é mais um exemplo da indisposição do MEC para o diálogo. “É lamentável
que o atual governo invista no desmonte dos espaços públicos de participação. Nestas
circunstâncias, não há como dar andamento ao Fórum. As decisões agora passam pelo
crivo do ministro, que já mostrou sua postura autoritária e de aversão ao debate, por
exemplo, com a MP da reforma do Ensino Médio”, observa Daniel Cara, coordenador
geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

(...)

Cara também comenta os prejuízos feitos à Conae 2018. “A etapa nacional sequer
está inserida no calendário, isso é muito grave. Creio que o receio do MEC é, mesmo
controlando o Fórum, perder a conferência”, diz.

Na visão de Claudia Bandeira, assessora de Educação da Ação Educativa e membro da


equipe da iniciativa De Olho nos Planos, a interferência do MEC no FNE constitui um
ataque ao próprio PNE e ao princípio constitucional de gestão democrática.

“Isso vai ter um forte impacto nos fóruns estaduais e municipais de educação e na
própria Conae, além de fragilizar o monitoramento da implementação das metas do
Plano. O Fórum é o responsável pelo seu monitoramento, é umas das instâncias”,
lembra.

A institucionalidade participativa, defende Claudia, é uma conquista e uma condição


não só para que as metas sejam concretizadas, mas, sobretudo, para que estes planos
sejam políticas de Estado e não de governo. “Independentemente do partido que
estiver no poder, é preciso garantir que esses planos sejam assumidos como uma
responsabilidade, que suas metas sejam cumpridas”.

Poder da mobilização

Apesar de lamentar a decisão, a socióloga Helena Singer não se diz surpreendida. “É


até coerente com esse governo, que busca desmobilizar a sociedade civil, os
movimentos organizados”. Para ela, não há dúvida de que a ação é uma estratégia
para barrar o debate e desmobilizar as organizações que estavam antes coordenadas
no Fórum.

“Espero que isso não aconteça, que as entidades busquem agenda, se articulem. O
movimento das ocupações das escolas, por exemplo, mostrou essa necessidade de
diálogo entre cidadãos e governos, mostrou que os estudantes querem participar das
decisões que os afetam”, aponta.

Claudia concorda. Para a especialista, a participação civil nestes temas é um direito e


uma forma de aprimorar as políticas, pois só por meio da participação é possível
identificar problemas, disseminar boas experiências e ampliar o entendimento da
população sobre essas questões.

“Quanto mais pessoas envolvidas na discussão educacional maior será a qualidade


dessa política. Quanto mais a população se envolver no debate, mais vai compreender
e exigir seus direitos”, conclui.

Vídeo curto de apoio: Escola Democrática


https://www.youtube.com/watch?v=AgfiBJyAMKs

Sugestão de perguntas para orientar o debate e elaboração de propostas para este


eixo:

1- É possível construir uma escola democrática no modelo atual de ensino?


2- Quem seria responsável por democratizar a escola?
3- Como nossas escolas poderiam ser mais democráticas para os alunos e
professores?
4- Como uma escola democrática formaria um cidadão melhor?

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