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FOME

Meu gosto, agora se encerra


Em comer pedras e terra.
S� me alimento de ar,
de rochas, de carv�o, de ferro.

Pastai o prado de feno,


� fomes minhas.
Chamai o gaio veneno
Das campainhas.

Comei o cascalho que seja


Das velhas pedras de igreja;
Seixos de antigos dil�vios,
P�o semeado em vales turvos.

Uiva o lobo na folhagem,


Cuspindo a bela plumagem
Das aves de seu repasto :
� assim que me desgasto.

As hortalicas, as frutas
Esperam s� a colheita.
Mas o aranh�o da hera
N�o come sen�o violetas.

Que eu adormeca, que eu arda


Nas aras de Salom�o.
Na ferrugem escorre a calda
E se mistura ao Cedr�o.

Enfim, � ventura, � raz�o, afastei do c�u o azul,


que � negro, e vivi, centelha de ouro, dessa
luz natureza. De alegria, adotava a expres-
s�o mais rid�cula e desvairada poss�vel :

Achada, � verdade ?!
Quem ? A eternidade.
� o mar que o sol
Invade

Observa, minh�alma
Eterna, o teu voto
Seja noite s�,
Torre o dia em chama.

Que ent�o te avantajes


A humanos sufr�gios,
A impulsos comuns !
Tu voas como os...

- Esperanca ausente,
Nada de ori�tur
Ci�ncia paci�ncia,
S� o supl�cio � certo.

O amanh� n�o vem,


Brasas de cetim.
Deves o ardor
Ao dever doar.

Achada, � verdade ?!
- Quem ? - A Eternidade.
� o amor que o sol
Invade.

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