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SÁBADO, 8 DE MARÇO DE 2014 QUEM SOU EU


Ricardo Lopes
PREVENÇÃO DE FISSURAS EM ALVENARIAS DE VEDAÇÃO E ALVENARIAS ESTRUTURAIS Seguir 32

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Por Ricardo Lopes e Rafael Mantuano

ARQUIVO DO BLOG
A indústria da construção civil é, tradicionalmente, um dos setores mais lentos para aceitar inovações.
▼ 2014 (4)
No entanto recentemente tem se caracterizado por um acelerado desenvolvimento e crescente evolução das
▼ Março (4)
técnicas construtivas e do uso de novos materiais e produtos.
No caso da alvenaria houve uma profunda mudança na maneira de construir, pois antigamente as TERMOACUMULAÇÃO QUÍMICA.
Bateria com zeólitas arm...
alvenarias eram utilizadas como elemento resistente e de vedação e a sua estabilidade e resistência eram
PREVENÇÃO DE FISSURAS EM
definidos em função de sua geometria. Tradicionalmente pesadas, espessas e rígidas, as alvenarias evoluíram ALVENARIAS DE VEDAÇÃO E A...
para lâminas consideravelmente delgadas dos nossos dias (THOMAZ, 2001).
SISTEMAS TERMOQUÍMICOS DE
Hoje, os edifícios são mais altos e esbeltos, a concepção privilegia grandes vãos, há menos pilares e as ARMAZENAMENTO
lajes apresentam espessura reduzida. Essas características, sem dúvida, trouxeram implicações e tornaram
REBAIXAMENTO TEMPORÁRIO DE
as estruturas mais deformáveis, introduzindo nas alvenarias maiores tensões. LENÇOL FREÁTICO
Com o advento de blocos vazados, tanto de cerâmica como de concreto mais resistente e dimensões
maiores, a capacidade das alvenarias absorverem as deformações foi reduzida. De fato, isso colaborou para o
surgimento das patologias sem que estas mudanças fossem estudadas, aumentando sua exposição à
possibilidade de ocorrência de fissuras.
As fissuras em alvenaria das edificações são um alerta de que algo errado está acontecendo, podendo
comprometer a estanqueidade à água, o isolamento acústico e em alguns casos até a estrutura do edifício.
A fissuração é um fenômeno que tem origem em falhas técnicas, afetando muitas vezes o desempenho
das alvenarias. Nesse sentido, novos conceitos quanto à qualidade e desempenho das construções, direitos
dos consumidores, satisfação dos usuários, certificados de qualidade e conformidade, competição empresarial
e produtividade têm sido introduzidos, exigindo a busca constante de melhorias em todas as etapas do
processo construtivo.
Inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias da construção são tarefas que devem ser realizadas
sistematicamente e periodicamente, de modo que os resultados e as ações de manutenção devem cumprir
efetivamente a reabilitação da construção sempre que necessária.
Segundo IOSHIMOTO (1988) apud MAGALHÃES (2004), o estudo sistemático dos problemas
patológicos a partir de suas manifestações características permite um conhecimento mais aprofundado das
causas, subsidia os trabalhos de recuperação e manutenção e contribui para um maior entendimento de cada
uma das etapas dos processos de produção das edificações, possibilitando a adoção de medidas preventivas.
Nesse sentido, este trabalho tem como objeto estudar os detalhes construtivos que visem à prevenção
de fissuras em alvenarias de vedação e estruturais.

MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE FISSURAS EM ALVENARIAS


Os materiais e elementos construtivos apresentam movimentações causadas por esforços internos e
externos em uma construção. As inter-relações entre seus diversos elementos constituintes podem transmitir
movimentações e esforços de uns para os outros. Restrições a estas movimentações podem causar tensões
internas nos elementos construtivos que resultam em fissuras (Brick Industry Association, 1991, apud
MAGALHÃES, 2004). As fissuras são originadas quando as cargas atuantes ultrapassam a capacidade
resistente da estrutura solicitada (ELDRIDGE, 1982 apud MAGALHÃES, 2004).
Os componentes da alvenaria e as juntas de argamassa são os principais elementos constituintes das
alvenarias e, por sua condição de material pétreo, apresentam bom comportamento frente às solicitações de
compressão, o mesmo não ocorrendo em relação às solicitações de cisalhamento, tração e flexão. Por esse
motivo, a ruptura de elementos de alvenaria costuma produzir-se segundo superfícies normais à rede de
esforços de tração atuantes (MANÃ, 1978, apud MAGALHÃES, 2004), que podem ser originados por esforços
ortogonais de compressão, esforços de cisalhamento ou tração direta (DUARTE, 1998 apud MAGALHÃES,
2004).
As fissuras em alvenaria podem ser causadas por diversos fatores, dentre eles a ausência ou má
execução de detalhes construtivos. Segundo THOMAZ E HELENE (2000), os projetos de alvenarias
normalmente têm se restringido ao comportamento mecânico e à coordenação dimensional com outros
elementos.
Serão estudados a seguir alguns detalhes construtivos a serem considerados nas alvenarias, que têm
como intuito minimizar ou eliminar a ocorrência de fissuras.
DETALHES CONSTRUTIVOS
INTERFACE ENTRE ALVENARIA ESTRUTURAL E LAJE DE COBERTURA
As alvenarias do último pavimento normalmente são muito solicitadas pelas movimentações térmicas da
laje de cobertura, sujeita a variações de temperatura significativas. Dentre as situações em que se deve
especificar a junta de movimentação, o encontro entre alvenaria estrutural e laje de cobertura merece
particular importância.
Segundo Basso, et. al. (1997) apud VILATÓ e FRANCO (1998), o processo de fissuração que ocorre nas
alvenarias estruturais que sustentam a laje de cobertura está motivado por diferentes fatores, tais como:
diferença entre os módulos de elasticidade e coeficiente de dilatação térmica dos materiais que compõem a
laje e as paredes; diferentes solicitações pelas ações térmicas a que estão submetidas a laje e a parede; e a
vinculação que as paredes impõem à movimentação da laje. Esta situação é agravada pelo fato das paredes
abaixo da cobertura serem submetidas a menores tensões de compressão, enquanto a laje está sujeita à
maior solicitação térmica.
Segundo BASSO et al. (1997) citado por MAGALHÃES (2004), a configuração destas fissuras é
tipicamente horizontal, na interface entre a alvenaria e a laje de concreto armado, ou um pouco mais abaixo
conformando uma linha paralela à laje. A ação da variação de temperatura sobre a laje gera dois efeitos:
provoca variações dimensionais no plano da laje (comportamento de membrana) e curvaturas da superfície da
laje (comportamento de placa). Essas movimentações introduzem tensões de tração e cisalhamento nas
alvenarias, completando seu mecanismo de ruptura.

A Figura 1 apresenta um esquema de formação de fissuras na alvenaria em contato com a laje de cobertura,
devido à dilatação térmica da laje.

Segundo THOMAZ e HELENE (2000), alguns cuidados como sombreamento, ventilação dos áticos e isolação
térmica da laje de cobertura podem minimizar a ocorrência de patologias. No entanto, segundo os mesmos
autores, soluções mais eficazes exigem a execução de juntas de dilatação na laje ou mesmo a utilização de
apoios deslizantes (neoprene, teflon, manta asfáltica, entre outros) entre a última fiada de alvenaria e a laje
de cobertura.

A Figura 3 mostra exemplo de solução adotada para junta de dessolidarização entre alvenaria estrutural
(parede interna) e laje de cobertura, através da utilização de material redutor de atrito. A Figura 4 mostra o
mesmo detalhe, mas específico para alvenaria externa com laje sem beiral.
O material redutor de atrito utilizado foi a manta asfáltica com 3mm de espessura, sobreposta em 3
camadas na largura do bloco de concreto, com as faces cobertas com filme de polietileno deslizante. Este
material permite a movimentação da laje e da alvenaria sem que ocorra a transferência de tensões
significativas entre esses elementos.
No caso da Figura 4, para alvenarias externas, utilizou-se o EPS como material deformável, cujo objetivo é
evitar a transferência de tensão da laje para o bloco de concreto.

A Figura 5 mostra o posicionamento do material redutor de atrito sobre as alvenarias, antes da concretagem
da laje, permitindo a expansão da laje sem transmissão de esforços significativos para a alvenaria.

De acordo com THOMAZ e HELENE (2000), para evitar grandes solicitações às alvenarias devido à
retração do concreto da laje de cobertura, no caso de não terem sido previstas juntas de dilatação, pode-se
adotar juntas de retração provisórias, conforme mostradas na Figura 6. Neste caso, deve-se deixar trechos da
laje sem concretar (juntas provisórias), sendo estes preenchidos com concreto sete a dez dias após. Essas
juntas permitem que ocorra a retração do concreto em panos de laje menores, minimizando seus efeitos sobre
as alvenarias, sendo posteriormente consolidadas.

Segundo LOTURCO (2005), algumas ações com o objetivo de diminuir a movimentação da laje e desvincular
a estrutura da alvenaria minimizam a ocorrência de patologias. Os projetos devem prever:

· Sombreamento;
· Camada de isolamento térmico;
· Cura controlada;
· Impermeabilização;
· Seccionamento da laje (juntas);
· Junta de movimentação entre viga e alvenaria;
· Entelamento - quando se deseja continuidade do revestimento;
· Fixar molduras de acabamento apenas na parede;
· Executar junta deslizante no apoio da laje na alvenaria estrutural.

ENCUNHAMENTO
Os primeiros registros do uso do encunhamento no Brasil constam da década de 30, logo após o surgimento
das primeiras edificações em concreto armado. A primeira técnica de encunhamento foi com blocos cerâmicos
de vedação inclinados a 45º, conforme a Figura 7. Em seguida veio o encunhamento feito com tijolos maciços
nesta mesma posição, uma técnica ainda muito utilizada principalmente fora dos principais centros e nas
construtoras de pequeno e médio porte.
Nos útimos anos diferentes materiais surgem como opções para a execução do encunhamamento. Devido à
existência de edificações cada vez mais esbeltas e estruturas cada vez mais flexíveis, SAYEGH (2007) sugere
a aplicação de materiais mais resilientes como:

· Argamassa resiliente (massa podre) com baixo módulo de elasticidade;


· Tijolos de barro cozido que possuam baixo módulo de elasticidade;
· Argamassas com elastômeros;
· Placas de Neoprene;
· Cortiça ou isopor;
· Poliuretano expandido.

De acordo com THOMAZ e HELENE (2000), para que não ocorra a transmissão de carregamentos entre
os pavimentos, é recomendável retardar ao máximo as atividades de elevação das alvenarias e o
encunhamento das paredes. Transcorrido determinado prazo após a execução das alvenarias, pode-se adotar
o encunhamento em pavimentos alternados, da seguinte forma: encunham-se dois pavimentos e pula-se o
próximo, de forma a abrir frentes para trabalhos internos (revestimentos, etc.).
Além disso, o encunhamento deve ser feito primeiro no pavimento superior e depois no inferior, evitando
que seja transferida carga para a alvenaria.
Apesar dos avanços em novos materiais e novas técnicas as edificações continuam sofrendo
manifestações patológicas, dentre elas está o aparecimento de fissuras horizontais na ligação entre a
alvenaria e a estrutura. As fissuras no encunhamento são transferidas para o revestimento de argamassa. Isso
permite a entrada de agentes patológicos, diminui a durabilidade e ainda provoca constrangimentos
psicológicos aos usuários, devido aos problemas estéticos ocasionados. Para solucionar este problema a
principal indicação é o uso de materiais mais resilientes, como a chamada massa podre (argamassa com
baixo módulo de deformação).
Com a indisponibilidade cada vez maior e o custo elevado de tijolos de barro somando-se às dificuldades
com a produção de traços de argamassa com resiliência suficiente, o mercado tem buscado soluções
alternativas, mais competitivas e com melhor desempenho.

Case: Residencial Sicília

A infiltração externa, proveniente de trincas na região de encunhamento entre alvenaria e estrutura nas
fachadas, apresentou-se como a patologia de maior grau de dificuldade nos reparos executados pelo setor de
manutenção. Durante o período de chuvas de grandes intensidades, a água infiltrava pelas fissuras das juntas
de trabalho do revestimento, umedecendo por completo a parede interna dos apartamentos localizados nesta
fachada. O fato de o reparo ter sido feito dentro do imóvel, através da raspagem e re-pintura, não se provou
eficaz.
A Figura 8 mostra umas das técnicas de encunhamento estudadas.

Através do uso de dispositivos (isopor, tarucel) no espaço entre alvenaria e fundo de viga, procura-se
interromper a percolação da água através da alvenaria, devido à pressão gerada pela água de chuva
impulsionada pelo vento.A existência do dispositivo “aliviador” de pressão (espuma de poliuretano – Tarucel),
atuaria como um dissipador de energia, fazendo com que a água que anteriormente “percolava” pela
argamassa, seja interrompida no interior da região do encunhamento, isolando assim a umidade externa do
interior do imóvel.
A Tabela 1 mostra um quadro comparativo de prós e contras de cada processo de encunhamento entre
alvenaria de vedação e estrutura de concreto armado.

Análise de custo

Para cada uma destas alternativas mostradas na Tabela 1, foi analisado o quesito custo final por metro
linear envolvendo o gasto de material e homem/hora. Os valores de cada material e custo de mão-de-obra
foram tomados na região da cidade do Rio de Janeiro, podendo estes sofrer variações dependendo da região.
Os valores de traços, homem/hora e consumo foram obtidos através do livro TCPO da PINI, sites da Internet e
arquivos de procedimentos e custos da empresa Carmo & Calçada. Foram criadas tabelas para cada
opção listada na Tabela 1, visando facilitar a comparação entre os sistemas. Na Tabela 2 foi analisada a opção
com tijolo maciço. Na Tabela 3 foi considerada argamassa industrializada. Na Tabela 4 utilizou-se argamassa
com aditivo expansor, e na Tabela 5 mostra o custo de encunhamento feito com argamassa industrializada e
tarucel.
\

Considerando que a obra em análise tem 3.467,52 metros lineares de encunhamento de alvenaria de
fachada, o custo total de cada alternativa seria dado pela Tabela 6.

A partir da análise dos valores mostrados nas Tabelas 2 a 6, a opção de encunhamento utilizando tijolo
maciço apresentou valor final muito acima dos valores encontrados para as demais opções.
Os demais sistemas apresentam custos muito próximos e devem ser avaliados caso a caso em função da
mão-de-obra, disponibilidade de materiais e prazos de execução.

ENCONTRO ENTRE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E PILAR

Segundo Medeiros; Franco (1999) a tendência de projetar estruturas cada vez mais esbeltas, avanços na
tecnologia do material, velocidades de execução cada vez maiores, crescente redução de custos nas obras e
atuação de sobrecargas importantes a idades cada vez menores têm sido responsáveis pela ocorrência de
problemas nas alvenarias e seus revestimentos. A fissuração de paredes é o problema patológico mais
comum nestas situações.
Helene (1988) Salienta que na distribuição relativa de incidência de manifestações patológicas a fissuração
representa 21% entre os sintomas mais comuns e de maior incidência.
Medeiros; Franco (1999) Desenvolveram estudos experimentais e propuseram parâmetros e detalhes
construtivos a serem considerados nos projeto de alvenaria e estruturas para evitar uma parte importante
destas fissuras. O uso das telas metálicas eletro-soldadas foi avaliado em ensaios de laboratório através de
dois diferentes procedimentos, onde foram determinadas as resistências à tração das ancoragens inseridas
dentro de juntas de argamassa de prismas de alvenaria. Este ensaio é similar àquele especificado pela ASTM
E754/94, tendo sido acrescentado um nível determinado de pré-compressão para simular o peso próprio e as
tensões normalmente surgidas devido a ação da flexão da viga ou laje que restringe superiormente a parede.
Foram conduzidos também ensaios de paredes em escala natural para determinar o desempenho das
ancoragens na ligação de paredes e pilares de concreto armado. Neste caso foram empregados balanços pré-
fabricados de concreto armado como elemento de apoio das paredes. Os resultados mostraram que as telas
metálicas eletro-soldadas de arame galvanizado podem ser empregadas para prevenir fissuras de interface
entre alvenaria e pilar, devendo-se respeitar para isso, limites de flechas máximas do elemento de suporte
(viga ou laje).
Embora o desempenho das telas seja muito dependente do número, dimensões e do tipo de fixação
empregados, elas demonstraram ser capazes também de reduzir sensivelmente a influência da mão-de-obra
quando comparadas a outros dispositivos empregados para esta finalidade (ferro cabelos e fitas metálicas).
Os ensaios também permitiram mostrar que os critérios de projeto de estrutura e alvenaria de vedação
devem ser revistos de modo a considerar os efeitos de deformações excessivas nas alvenarias e em seus
revestimentos de modo a prevenir parte das fissuras hoje observadas.
Sabbatini (2003) destaca os componentes metálicos para reforço e distribuição de tensões, como fios,
barras e telas de reforço que podem ser utilizados como amarração indireta, sendo imersos em juntas de
argamassas,
As paredes de alvenaria de vedação têm como principal função proteger os ambientes e o próprio edifício,
cumprindo os requisitos estabelecidos em projeto.
No mesmo sentido, Thomaz e Helene (2000 apud Richter, 2007) argumentam que as juntas de
assentamento em amarração facilitam a redistribuição de tensões provenientes de cargas verticais ou
introduzidas por deformações estruturais e movimentações hidrotérmicas.
Patologias Fissuras e outros problemas nas alvenarias de paredes costumam gerar altos custos de
recuperação, transtornos e problemas de ordem diversa, principalmente a insatisfação dos proprietários.
Entre as várias situações possíveis de emprego de reforços para evitar fissuras está à ligação de paredes
com pilares da estrutura. Estas fissuras ocorrem com freqüência importante, principalmente nas situações em
que os deslocamentos dos elementos de apoio das paredes são significativos.
Para ancorar as paredes e prevenir as fissuras de interface são empregados tradicionalmente os
chamados ferros cabelos - fios de aço para concreto armado de espessura ente 4 e 6 mm.Segundo Thomaz e
Helene (2000), como regra geral as ligações com os pilares poderão ser executadas com ferros de espera
introduzidos na armadura do pilar (ferros dobrados faceando a forma internamente), ou com “ferro cabelo”
posteriormente colados em furos executados por brocas de vídea Ø 8 mm (colagem com resina epoxy);
recomenda-se adotar dois ferros Ø 6 mm a cada 40 ou 50 cm, com transpassante em torno de 50 cm.
Canaletas assentadas na posição dos “ferros cabelo”, posteriormente preenchida por micro-concreto,
produzem ligações fortes e absorvem diferenças no posicionamento dos ferros em relação as fiadas. A ligação
ainda poderá ser reforçada com inserção de tela metálica na argamassa de revestimento.

Figura 12 mostra duas opções para execução de ferro cabelo: : Ligações entre alvenarias e pilares com
gancho de aço de dois ramos ou com auxílio de blocos tipo canaleta (THOMAZ, et al., 2009)

Atualmente tem se utilizado as telas metálicas eletro-soldadas de arame de pequeno diâmetro (até 2,1
mm).
A colocação das telas deve seguir orientação do projeto de alvenaria de vedação e obedecer alguns
cuidados para garantia da amarração. O objetivo é criar uma ligação que impeça o descolamento da alvenaria
em relação ao pilar e, ao mesmo tempo, reduza as tensões na argamassa de assentamento.

A Figura 14 mostra o correto posicionamento da tela na junta da argamassa. Importante observar esse
posicionamento, pois no momento em que a alvenaria se desloca em relação ao pilar, a ligação entre ambos é
solicitada. Neste momento a tela começa a trabalhar, evitando o aparecimento de fissuras. Caso a tela seja
fixada no pilar sem coincidir com a junta da alvenaria, a tela irá se deslocar antes de começar a trabalhar,
permitindo o surgimento da fissura.

As telas soldadas têm encontrado espaço para utilização na construção devido principalmente às suas
vantagens relativas à produtividade na execução. Elas têm se mostrado bastante competitivas quando
comparadas às armaduras montadas no local, pois permitem maior precisão no espaçamento dos fios das
malhas para armadura devido ao seu processo automatizado de produção, reduzindo substancialmente as
perdas em obras, como destaca BAUMANN (1993).
As telas soldadas empregadas conjuntamente nas amarrações entre paredes e nas ligações de paredes
com pilares podem representar um ganho de produtividade na execução das alvenarias entre 20 e 40 %
quando comparadas às soluções convencionais com ferro cabelo e amarrações com blocos.
As telas também facilitam a amarração entre paredes construídas com blocos de diferentes dimensões ou
ainda em amarrações de paredes com ângulos diferentes de 90º. O mesmo acontece nas situações onde as
amarrações entre paredes e encontros com pilares são de difícil execução como espaletas (bonecas), peitoris,
paredes de meia altura e paredes de escada.
Devido a sua facilidade de corte e manuseio, ancoragem adequada à argamassa de assentamento e
desempenho compatível com esforços de tração, as telas se prestam também as situações onde o projetista
pretende tornar a paredes mais resistentes à fissuração, podendo armar as juntas horizontais para combater
estes esforços. Assim, podem-se utilizar as telas como armadura de paredes de vedação sujeitas à flexão no
sentido paralelo ao seu plano principal, evitar fissuração precoce de paredes apoiadas sobre vigas e lajes em
balanço ou em vigas e lajes de grandes vãos que apresentem deformabilidade significativa.
PFEFFERMAN, HASELTINE (1992) desenvolveram alguns estudos através dos quais demonstraram o
potencial de uso de armaduras com fios transversais para melhorar o desempenho mecânico das alvenarias.
Seus resultados demonstraram ser possível aumentar entre 50 e 100 % o comprimento de paredes usando
reforços de juntas para combater fissuração. O desempenho das paredes submetidas à flexão devido ao
deslocamento do suporte, no caso vigas e lajes de concreto armado.
Estes autores recomendam o uso de reforços nas juntas para situações como:

· Reforços das primeiras 3 a 5 juntas horizontais para impedir a formação de fissuras devido a
pequenos recalques de fundação;
· Nas juntas acima e abaixo de aberturas de janelas e acima de portas para evitar fissuras devido a
concentração de esforços;
· Como substituição de vergas e contravergas nas alvenarias aparentes;
· Como opção para a armação de paredes para combater flexão devido à ação do vento, observando
as recomendações normativas de projeto.
·
Embora as telas possam funcionar também para combater esforços de cisalhamento como aqueles que
ocorrem nas regiões dos cantos de aberturas de acordo o NCMA (1972), há limitações quanto ao uso para
estas finalidades.
BEALL (1987) observa que as ancoragens construídas com tela resistem bem melhor à tração do que ao
cisalhamento devendo ser consideradas conectores flexíveis. Assim deve-se considerar, portanto, seu efeito
limitado para situações onde esforços de cisalhamento são concentrados e de grande magnitude, como são
os casos de paredes duplas de fachadas de edifícios em que a lâmina exterior constitui-se em uma cortina
ancorada no nível de cada laje por meio de conectores metálicos, de forma a garantir estabilidade. Neste caso
barras e chapas com desenhos apropriados são recomendados devido à maior resistência a esforços
cortantes. Abaixo são apresentadas resumidamente, as vantagens relativas das telas quanto ao
desempenho e quanto ao uso como reforço e ligação entre paredes de alvenaria e pilares de concreto
armado, quando comparadas com a solução tradicional através de ferro cabelo.

Fixação das alvenarias de vedação em estruturas de concreto

Quando a alvenaria é executada depois da estrutura são observadas fissuras na interfase


alvenaria/estrutura devido à diferença de módulo de elasticidade dos materiais constituintes.
Alguns cuidados são recomendados como observar quais os vínculos previstos entre a parede de alvenaria
e estrutura a fim de se definir os materiais e técnicas:

· A alvenaria funciona como travamento da estrutura;


· A alvenaria não funciona como travamento e a estrutura que a envolve é deformável (pré-fabricados
e grandes pórticos, lajes tipo cogumelo);
· A alvenaria não funciona como travamento e está envolta por estrutura pouco deformável.

No caso “1” é necessário que exista uma ligação efetiva e rígida entre elas. As paredes estarão submetidas
a um estado de tensão que lhes serão transmitidas pela estrutura. Devem, portanto apresentar resistência
mecânica compatível com as solicitações e a forma de fixação deve garantir o grau de ligação. O chapisco
(argamassa de cimento e areia mais um adesivo de argamassa) é imprescindível, pois falta aderência neste
ponto. Na parte superior da alvenaria deve ser executado, além do chapisco, o encunhamento utilizando
cunhas pré-fabricadas de concreto, tijolos cerâmicos inclinados ou argamassa expansiva Para fixação lateral
devem ser previstas barras chamadas de “ferro cabelo” ou telas de aço previamente fixadas nos pilares e a
solidarização é feita durante a elevação da alvenaria.
No caso “2” cada tipo de estrutura deve ser estudado separadamente. De modo geral procura-se executar
as juntas com material bastante deformável (mastiques elásticos), que permita a movimentação da estrutura
sem introduzir esforços de grande amplitude na alvenaria. Nestes casos o “ferro cabelo” deve ser fixo na
estrutura de concreto e livre na alvenaria, possibilitando a movimentação do painel.
No caso “3” panos pouco extensos, pórticos rígidos, o importante da fixação, desde que a junta seja frágil,
é tempo correto de sua execução. Esta não deve se dar imediatamente após término da elevação da
alvenaria.
Quanto ao tipo de ligação, para as alvenarias de vedação, torna-se necessário que seu funcionamento seja
compatibilizado com o da estrutura devido principalmente às diferenças de comportamento dos materiais. O
encunhamento rígido pode submetê-la a um estado excessivo de tensão e provocar fissuras. Assim a fixação
da alvenaria à estrutura deverá ser inicialmente fraca. No encontro vertical (com os pilares) normalmente
ocorrem juntas “auto-deformáveis” que, provavelmente, se manifestarão também no revestimento. Nestes
casos pode-se especificar o acabamento frisado para as juntas ou a aplicação de telas na região da junta,
evitando que esta se manifeste no revestimento.

Juntas de controle e Juntas de dilatação

Juntas de controle:

As juntas de controle têm por finalidade limitar as dimensões dos painéis de alvenaria de forma a evitar
concentrações de tensões decorrentes da variação volumétrica, de origem higroscópica (absorção e liberação
de água) e também variações térmicas dos elementos que a compõem.
THOMAZ (Téchne, 1995) esclareceu, sobre os atributos considerados nos componentes de alvenarias.

· Movimentações térmicas: frente a oscilações da temperatura, os materiais constituintes dos blocos


apresentam diferentes variações dimensionais, podendo induzir destacamentos entre alvenaria e
estrutura (paredes de vedação) ou entre paredes ligadas com juntas a prumo; as pinturas externas
das paredes influenciarão decisivamente a escala das movimentações (quanto mais escura a cor,
maior absorção de calor, maiores as movimentações térmicas).

· Tamanho do bloco e flexibilidade da parede: como regra geral, a capacidade das alvenarias
absorverem deformações impostas (recalques, etc.) é regida pelas juntas (deformabilidade da
argamassa, tipo de junta) a prumo ou em amarração, espessura e quantidade de juntas; para
idênticas condições de assentamento, portanto, quanto maior a dimensão do bloco, menor o número
de juntas e, comparativamente, menor o poder de absorção de movimentações.
Sua aplicação também ocorre quando da necessidade da desvinculação de diferentes painéis de
alvenaria, os quais apresentem solicitações diferentes, de forma tal que as fissuras sejam evitadas,
conforme mostrado na Figura 15.

A correta disposição das juntas de controle é um dos aspectos de maior importância na prevenção de
problemas patológicos nas edificações. A partir da identificação de sua necessidade, a sua utilização é
recomendada nos casos onde ocorrem:

· Variações bruscas na altura dos painéis de alvenaria:


· Onde há variação na espessura da alvenaria:

· Próximo às intersecções de paredes em L, T ou U:

A determinação do espaçamento entre as juntas de controle depende de diversos fatores, dentre as quais
estão propriedades dos componentes, fatores climáticos, tipo de argamassa, condições de exposição da
alvenaria e suas restrições vinculares, carregamentos, etc. CAVALHEIRO (2004) apresenta as
recomendações gerais no quadro abaixo:

Normalmente utilizam-se juntas de controle com espessura e=10 mm, de forma que a junta de controle
tenha espessura semelhante à da argamassa.
Existem juntas de controle de expansão ou controle de retração. As juntas de controle de expansão
ocorrem geralmente em alvenarias de blocos cerâmicos, onde o volume de umidade tende aumentar quando
ocorre absorção de água.
Já as juntas de retração ocorrem geralmente em alvenarias de blocos de concreto, onde há tendência de
redução de volume quando ocorre evaporação de água.

Dessa forma, diferentes soluções de selagem de juntas são aplicadas, de acordo com a movimentação
esperada.

Juntas de dilatação:

Sua função é absorver movimentações estruturais decorrentes de variações de temperatura. A junta de


dilatação intercepta paredes, lajes, vigas, pilares, de forma diferente das juntas de controle que interceptam
apenas os painéis de alvenaria conforme indicado na figura abaixo.
A norma NBR 10837 (ABNT, 1989) determina que a distância máxima entre juntas de dilatação deve ser de 20
metros nos edifícios de alvenaria estrutural não armada e 30 metros em edifícios de alvenaria estrutural
armada.
Para Parsekian et al (2007) um fator que pode reduzir o potencial aparecimento de fissuras de retração é a
utilização de juntas de controle. De acordo com o autor, as juntas permitem que as deformações ocorram
livremente, sem o aparecimento de tensões.
De acordo com a NBR 10837 (ABNT 2000), a utilização de juntas de controle tem por finalidade básica
permitir deslocamentos devidos à retração e secundariamente às variações de temperatura. Tais juntas devem
ser empregadas da seguinte forma:

· Locais onde a altura ou carga da parede varia bruscamente;


· Locais de variação de espessura da parede (não sendo por conta de enrijecedores);
· Em paredes onde há brusca mudança de direção e que, em planta têm a forma de “L”, “T” ou “U”.

Nesses locais devem ser obedecidas as seguintes condições:

· A junta deverá ser contínua ao longo de toda a altura da alvenaria;


· O local de junta deverá permitir os movimentos para os quais foi projetada, para isso é necessário o
preenchimento com material indeformável.
· Interrupção em 50% da armadura horizontal na junta de controle;
· As barras da armadura e o graute podem ser contínuos no nível de pisos e coberturas.

A NBR 15961-1 (ABNT-2011) acrescenta que deve ser avaliada a necessidade de colocação de juntas
verticais de controle de fissuração em elementos de alvenaria com a finalidade de prevenir o aparecimento de
fissuras provocadas pelos mesmos motivos acima mencionados como variação da temperatura, expansão,
variação brusca de carregamento e variação da altura ou espessura da parede.
As juntas devem ser utilizadas para painéis de alvenaria contidos em um único plano e na ausência de uma
avaliação precisa das condições específicas do painel, devem ser dispostas juntas verticais de controle com
espessura máxima que não ultrapasse os limites da Tabela 9:

1. A espessura mínima da junta de controle pode


Notas ser determinada como 0,13% do espaçamento das
juntas
2. Os limites acima devem ser reduzidos em 15%
caso a parede tenha abertura
3. Os limites estabelecidos na tabela 10.1 podem
ser alterados mediante inclusão de armaduras
horizontais adequadamente dispostas em juntas de
assentamento horizontal desde que tecnicamente
justificado

Conclusão
As fissuras causadas por detalhes construtivos ocorrem por deficiências e incorreções na execução destes
detalhes, não sendo levadas em consideração as propriedades físicas dos materiais, impermeabilidade e
estanqueidade das alvenarias e das construções, formas corretas de execução das alvenarias, projetos de
detalhamentos, entre outros.
Os projetos das alvenarias de vedação e estruturais, incluindo os projetos para produção, devem
apresentar, entre outras informações, especificações que englobem os materiais de construção necessários
(blocos, traços de argamassas de assentamento e encunhamento, entre outros); prever sempre que
necessário ligações/juntas flexíveis e outros detalhes semelhantes; e por último apresentar detalhes
construtivos que permitam que os diversos elementos da edificação se comportem de forma harmônica, sem
que um interfira no desempenho do outro.
Além disso, é fundamental o envolvimento da obra no controle de execução e aceitação desses detalhes
construtivos, pois dessa forma pode-se evitar graves problemas futuros, muitas vezes com custos elevados.
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Postado por Ricardo Lopes às 14:21

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