CDC e Normas Correlatas - 2a Ed

Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Atualizada até setembro de 2017
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas

SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2017 – 2018
Senador Eunício Oliveira

PRESIDENTE
Senador Cássio Cunha Lima

PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE
Senador João Alberto Souza

SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador José Pimentel

PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Gladson Cameli

SEGUNDO-SECRETÁRIO
Senador Antonio Carlos Valadares

TERCEIRO-SECRETÁRIO
Senador Zeze Perrella

QUARTO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Eduardo Amorim
Senador Sérgio Petecão
Senador Davi Alcolumbre
Senador Cidinho Santos
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Brasília – 2017
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações

Diretor: Fabrício Ferrão Araújo
Produzida na Coordenação de Edições Técnicas

Coordenador: Aloysio de Brito Vieira
Organização: Nerione Nunes Cardoso Júnior

Atualização: Kilpatrick Campelo
Revisão técnica: Fábio Harlan e Marcelo Larroyed
Revisão de provas: Vilma de Sousa
Editoração eletrônica: Rejane Campos
Capa e ilustrações: Serviço de Publicações Técnico-Legislativas
Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos
Atualizada até setembro de 2017.
Código de defesa do consumidor e normas correlatas. – 2. ed. – Brasília :

Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.
132 p.
ISBN: 978-85-7018-872-4
Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Normas principais –

Lei no 8.078/1990 – Decreto no 7.962/2013 – Decreto no 6.523/2008 – Decreto
no 5.903/2006 – Decreto no 2.181/1997 – Normas correlatas.
1. Direito do consumidor, legislação, Brasil. 2. Proteção e defesa do

consumidor, Brasil. 3. Relação de consumo, Brasil. 4. Brasil. [Código de
proteção e defesa do consumidor (1990)].
CDD 342.5
Coordenação de Edições Técnicas

Senado Federal, Bloco 08, Mezanino, Setor 011
CEP: 70165-900 – Brasília, DF
E-mail: livros@senado.leg.br
Alô Senado: 0800 61 2211

Sumário
7 Apresentação
Dispositivos constitucionais pertinentes

10 Constituição da República Federativa do Brasil
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Título I – Dos Direitos do Consumidor
12 Capítulo I – Disposições Gerais
12 Capítulo II – Da Política Nacional de Relações de Consumo
13 Capítulo III – Dos Direitos Básicos do Consumidor
Capítulo IV – Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e
da Reparação dos Danos
13 Seção I – Da Proteção à Saúde e Segurança
14 Seção II – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
15 Seção III – Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
16 Seção IV – Da Decadência e da Prescrição
17 Seção V – Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Capítulo V – Das Práticas Comerciais
17 Seção I – Das Disposições Gerais
17 Seção II – Da Oferta
18 Seção III – Da Publicidade
18 Seção IV – Das Práticas Abusivas
19 Seção V – Da Cobrança de Dívidas
19 Seção VI – Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Capítulo VI – Da Proteção Contratual
20 Seção I – Disposições Gerais
20 Seção II – Das Cláusulas Abusivas
21 Seção III – Dos Contratos de Adesão
22 Capítulo VII – Das Sanções Administrativas
23 Título II – Das Infrações Penais
Título III – Da Defesa do Consumidor em Juízo
25 Capítulo I – Disposições Gerais
26 Capítulo II – Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
27 Capítulo III – Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
27 Capítulo IV – Da Coisa Julgada
28 Título IV – Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
28 Título V – Da Convenção Coletiva de Consumo
29 Título VI – Disposições Finais
31 Decreto no 7.962/2013
33 Decreto no 6.523/2008
36 Decreto no 5.903/2006
39 Decreto no 2.181/1997
Normas correlatas
54 Lei no 13.455/2017
55 Lei no 12.965/2014
63 Lei no 12.741/2012
65 Lei no 12.529/2011
90 Lei no 12.414/2011
94 Lei no 12.291/2010
95 Lei no 10.962/2004
97 Lei no 9.870/1999
99 Lei no 9.656/1998
114 Lei no 8.987/1995
115 Lei no 8.137/1990
119 Decreto-Lei no 2.848/1940
120 Decreto no 8.771/2016
124 Decreto no 7.963/2013
128 Decreto no 4.680/2003
130 Decreto no 1.306/1994
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão

à legislação em vigor relativa a temas específicos de interesse público.
Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais

sobre o tema, além de normas correlatas e acordos internacionais relevantes,
a depender do assunto. Por meio de compilação atualizada e fidedigna,
apresenta-se ao leitor um painel consistente para estudo e consulta.
O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,

tornando fácil e rápida a consulta a dispositivos de interesse mais pontual.
Na Livraria Virtual do Senado (www.senado.leg.br/livraria), além das obras

impressas disponíveis para compra direta, o leitor encontra e-books para
download imediato e gratuito.
Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente

contribuirão para o aprimoramento de nossos livros e periódicos.
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
�� SEÇÃO II – Das Limitações do Poder de

Tributar
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias
Fundamentais Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
Individuais e Coletivos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios:
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- ��
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos § 5o A lei determinará medidas para que
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País os consumidores sejam esclarecidos acerca
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, dos impostos que incidam sobre mercadorias
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos e serviços.
termos seguintes: ��
��
XXXII – o Estado promoverá, na forma da TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e
lei, a defesa do consumidor; Financeira
�� CAPÍTULO I – Dos Princípios Gerais da
Atividade Econômica
TÍTULO III – Da Organização do Estado
�� Art. 170. A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre ini-
CAPÍTULO II – Da União ciativa, tem por fim assegurar a todos existência
�� digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao ��
Distrito Federal legislar concorrentemente V – defesa do consumidor;
sobre: ��
��
VIII – responsabilidade por dano ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de ATO DAS DISPOSIÇÕES
valor artístico, estético, histórico, turístico e CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
Código de Defesa do Consumidor
paisagístico; ��
��
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cen-
TÍTULO VI – Da Tributação e do to e vinte dias da promulgação da Constituição,
Orçamento elaborará código de defesa do consumidor.
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
Nacional
��
10
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CAPÍTULO II – Da Política Nacional de

Relações de Consumo
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 4o A Política Nacional das Relações de
Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à
TÍTULO I – Dos Direitos do Consumidor sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
CAPÍTULO I – Disposições Gerais seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e
Art. 1o O presente Código estabelece normas harmonia das relações de consumo, atendidos
de proteção e defesa do consumidor, de or- os seguintes princípios:
dem pública e interesse social, nos termos dos I – reconhecimento da vulnerabilidade do
arts. 5o, inciso XXXII, 170, inciso V, da Cons- consumidor no mercado de consumo;
tituição Federal e art. 48 de suas Disposições II – ação governamental no sentido de pro-
Transitórias. teger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
Art. 2o Consumidor é toda pessoa física ou b) por incentivos à criação e desenvolvi-
jurídica que adquire ou utiliza produto ou mento de associações representativas;
serviço como destinatário final. c) pela presença do Estado no mercado de
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor consumo;
a coletividade de pessoas, ainda que indeter- d) pela garantia dos produtos e serviços com
mináveis, que haja intervindo nas relações de padrões adequados de qualidade, segurança,
consumo. durabilidade e desempenho;
III – harmonização dos interesses dos par-
Art. 3o Fornecedor é toda pessoa física ou ticipantes das relações de consumo e compa-
jurídica, pública ou privada, nacional ou es- tibilização da proteção do consumidor com a
trangeira, bem como os entes despersonaliza- necessidade de desenvolvimento econômico e
dos, que desenvolvem atividade de produção, tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
montagem, criação, construção, transforma- nos quais se funda a ordem econômica (art.
ção, importação, exportação, distribuição ou 170, da Constituição Federal), sempre com
comercialização de produtos ou prestação de base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre
serviços. consumidores e fornecedores;
§ 1o Produto é qualquer bem, móvel ou IV – educação e informação de fornecedo-

imóvel, material ou imaterial. res e consumidores, quanto aos seus direitos e
§ 2o Serviço é qualquer atividade fornecida deveres, com vistas à melhoria do mercado de
no mercado de consumo, mediante remunera- consumo;
ção, inclusive as de natureza bancária, financei- V – incentivo à criação pelos fornecedores
ra, de crédito e securitária, salvo as decorrentes de meios eficientes de controle de qualidade e
das relações de caráter trabalhista. segurança de produtos e serviços, assim como
de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;
VI – coibição e repressão eficientes de todos
12 os abusos praticados no mercado de consumo,
inclusive a concorrência desleal e utilização desleais, bem como contra práticas e cláusulas
indevida de inventos e criações industriais das abusivas ou impostas no fornecimento de pro-
marcas e nomes comerciais e signos distintivos, dutos e serviços;
que possam causar prejuízos aos consumidores; V – a modificação das cláusulas contratuais
VII – racionalização e melhoria dos serviços que estabeleçam prestações desproporcionais
públicos; ou sua revisão em razão de fatos supervenientes
VIII – estudo constante das modificações do que as tornem excessivamente onerosas;
mercado de consumo. VI – a efetiva prevenção e reparação de
danos patrimoniais e morais, individuais, co-
Art. 5o Para a execução da Política Nacional letivos e difusos;
das Relações de Consumo, contará o poder VII – o acesso aos órgãos judiciários e admi-
público com os seguintes instrumentos, entre nistrativos com vistas à prevenção ou reparação
outros: de danos patrimoniais e morais, individuais,
I – manutenção de assistência jurídica, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurí-
integral e gratuita para o consumidor carente; dica, administrativa e técnica aos necessitados;
II – instituição de Promotorias de Justiça de VIII – a facilitação da defesa de seus direitos,
Defesa do Consumidor, no âmbito do Minis- inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
tério Público; favor, no processo civil, quando, a critério do
III – criação de delegacias de polícia espe- juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
cializadas no atendimento de consumidores hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
vítimas de infrações penais de consumo; de experiências;
IV – criação de Juizados Especiais de Pe- IX – (Vetado);
quenas Causas e Varas Especializadas para a X – a adequada e eficaz prestação dos servi-
solução de litígios de consumo; ços públicos em geral.
V – concessão de estímulos à criação e de- Parágrafo único. A informação de que
senvolvimento das Associações de Defesa do trata o inciso III do caput deste artigo deve ser
Consumidor. acessível à pessoa com deficiência, observado
§ 1o (Vetado) o disposto em regulamento.
§ 2o (Vetado)
Art. 7o Os direitos previstos neste Código
não excluem outros decorrentes de tratados
CAPÍTULO III – Dos Direitos Básicos do ou convenções internacionais de que o Brasil
Consumidor seja signatário, da legislação interna ordinária,
de regulamentos expedidos pelas autoridades
Art. 6o São direitos básicos do consumidor: administrativas competentes, bem como dos
I – a proteção da vida, saúde e segurança que derivem dos princípios gerais do direito,
contra os riscos provocados por práticas no analogia, costumes e equidade.
fornecimento de produtos e serviços conside- Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
rados perigosos ou nocivos; ofensa, todos responderão solidariamente pela
II – a educação e divulgação sobre o consu- reparação dos danos previstos nas normas de
mo adequado dos produtos e serviços, assegu- consumo.
radas a liberdade de escolha e a igualdade nas
contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os CAPÍTULO IV – Da Qualidade de Produtos
Normas principais
diferentes produtos e serviços, com especifica- e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos

ção correta de quantidade, características, com- Danos
posição, qualidade, tributos incidentes e preço, SEÇÃO I – Da Proteção à Saúde e Segurança
bem como sobre os riscos que apresentem;
IV – a proteção contra a publicidade engano- Art. 8o Os produtos e serviços colocados no
sa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou mercado de consumo não acarretarão riscos à 13
saúde ou segurança dos consumidores, exceto de culpa, pela reparação dos danos causados
os considerados normais e previsíveis em de- aos consumidores por defeitos decorrentes de
corrência de sua natureza e fruição, obrigan- projeto, fabricação, construção, montagem,
do-se os fornecedores, em qualquer hipótese, fórmulas, manipulação, apresentação ou acon-
a dar as informações necessárias e adequadas dicionamento de seus produtos, bem como por
a seu respeito. informações insuficientes ou inadequadas sobre
Parágrafo único. Em se tratando de produto sua utilização e riscos.
industrial, ao fabricante cabe prestar as infor- § 1o O produto é defeituoso quando não
mações a que se refere este artigo, através de oferece a segurança que dele legitimamente se
impressos apropriados que devam acompanhar espera, levando-se em consideração as circuns-
o produto. tâncias relevantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
Art. 9o O fornecedor de produtos e serviços II – o uso e os riscos que razoavelmente dele
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde se esperam;
ou segurança deverá informar, de maneira os- III – a época em que foi colocado em cir-
tensiva e adequada, a respeito da sua nocividade culação.
ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de § 2o O produto não é considerado defeituo-
outras medidas cabíveis em cada caso concreto. so pelo fato de outro de melhor qualidade ter
sido colocado no mercado.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar § 3o O fabricante, o construtor, o produtor
no mercado de consumo produto ou serviço ou importador só não será responsabilizado
que sabe ou deveria saber apresentar alto grau quando provar:
de nocividade ou periculosidade à saúde ou I – que não colocou o produto no mercado;
segurança. II – que, embora haja colocado o produto
§ 1o O fornecedor de produtos e serviços no mercado, o defeito inexiste;
que, posteriormente à sua introdução no III – a culpa exclusiva do consumidor ou
mercado de consumo, tiver conhecimento da de terceiro.
periculosidade que apresentem, deverá co-
municar o fato imediatamente às autoridades Art. 13. O comerciante é igualmente respon-
competentes e aos consumidores, mediante sável, nos termos do artigo anterior, quando:
anúncios publicitários. I – o fabricante, o construtor, o produtor ou
§ 2o Os anúncios publicitários a que se o importador não puderem ser identificados;
refere o parágrafo anterior serão veiculados II – o produto for fornecido sem identifica-
na imprensa, rádio e televisão, às expensas do ção clara do seu fabricante, produtor, construtor
fornecedor do produto ou serviço. ou importador;
§ 3o Sempre que tiverem conhecimento de III – não conservar adequadamente os pro-
periculosidade de produtos ou serviços à saúde dutos perecíveis.
ou segurança dos consumidores, a União, os Parágrafo único. Aquele que efetivar o
Estados, o Distrito Federal e os Municípios pagamento ao prejudicado poderá exercer o
deverão informá-los a respeito. direito de regresso contra os demais responsá-

veis, segundo sua participação na causação do
Art. 11. (Vetado) evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,

SEÇÃO II – Da Responsabilidade pelo Fato independentemente da existência de culpa, pela
do Produto e do Serviço reparação dos danos causados aos consumido-
res por defeitos relativos à prestação dos servi-
Art. 12. O fabricante, o produtor, o constru- ços, bem como por informações insuficientes
tor, nacional ou estrangeiro, e o importador ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
14 respondem, independentemente da existência
§ 1o O serviço é defeituoso quando não II – a restituição imediata da quantia paga,
fornece a segurança que o consumidor dele monetariamente atualizada, sem prejuízo de
pode esperar, levando-se em consideração as eventuais perdas e danos;
circunstâncias relevantes, entre as quais: III – o abatimento proporcional do preço.
I – o modo de seu fornecimento; § 2 o Poderão as partes convencionar a
II – o resultado e os riscos que razoavelmente redução ou ampliação do prazo previsto no
dele se esperam; parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
III – a época em que foi fornecido. sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos
§ 2o O serviço não é considerado defeituoso contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá
pela adoção de novas técnicas. ser convencionada em separado, por meio de
§ 3o O fornecedor de serviços só não será manifestação expressa do consumidor.
responsabilizado quando provar: § 3 o O consumidor poderá fazer uso
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito imediato das alternativas do § 1o deste artigo
inexiste; sempre que, em razão da extensão do vício, a
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de substituição das partes viciadas puder com-
terceiro. prometer a qualidade ou características do
§ 4o A responsabilidade pessoal dos pro- produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
fissionais liberais será apurada mediante a produto essencial.
verificação de culpa. § 4o Tendo o consumidor optado pela al-
ternativa do inciso I do § 1o deste artigo, e não
Art. 15. (Vetado) sendo possível a substituição do bem, poderá
haver substituição por outro de espécie, marca
Art. 16. (Vetado) ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço,
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equipa- sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do
ram-se aos consumidores todas as vítimas do § 1o deste artigo.
evento. § 5o No caso de fornecimento de produtos
in natura, será responsável perante o consu-
midor o fornecedor imediato, exceto quando
SEÇÃO III – Da Responsabilidade por Vício identificado claramente seu produtor.
do Produto e do Serviço § 6o São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade
Art. 18. Os fornecedores de produtos de estejam vencidos;
consumo duráveis ou não duráveis respon- II – os produtos deteriorados, alterados,
dem solidariamente pelos vícios de qualidade adulterados, avariados, falsificados, corrom-
ou quantidade que os tornem impróprios ou pidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde,
inadequados ao consumo a que se destinam ou perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles com as normas regulamentares de fabricação,
decorrentes da disparidade, com as indicações distribuição ou apresentação;
constantes do recipiente, da embalagem, rotu- III – os produtos que, por qualquer mo-
lagem ou mensagem publicitária, respeitadas as tivo, se revelem inadequados ao fim a que se
variações decorrentes de sua natureza, podendo destinam.
o consumidor exigir a substituição das partes
viciadas. Art. 19. Os fornecedores respondem soli-
Normas principais
§ 1o Não sendo o vício sanado no prazo má- dariamente pelos vícios de quantidade do
ximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, produto sempre que, respeitadas as variações
alternativamente e à sua escolha: decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
I – a substituição do produto por outro da líquido for inferior às indicações constantes
mesma espécie, em perfeitas condições de uso; do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
15
mensagem publicitária, podendo o consumidor sob qualquer outra forma de empreendimento,
exigir, alternativamente e à sua escolha: são obrigados a fornecer serviços adequados,
I – o abatimento proporcional do preço; eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
II – complementação do peso ou medida; contínuos.
III – a substituição do produto por outro Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
da mesma espécie, marca ou modelo, sem os mento, total ou parcial, das obrigações referidas
aludidos vícios; neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
IV – a restituição imediata da quantia paga, das a cumpri-las e a reparar os danos causados,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de na forma prevista neste Código.
eventuais perdas e danos.
§ 1o Aplica-se a este artigo o disposto no Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 4o do artigo anterior. vícios de qualidade por inadequação dos produ-
§ 2o O fornecedor imediato será responsável tos e serviços não o exime de responsabilidade.
quando fizer a pesagem ou a medição e o ins-
trumento utilizado não estiver aferido segundo Art. 24. A garantia legal de adequação do pro-
os padrões oficiais. duto ou serviço independe de termo expresso,
vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde
pelos vícios de qualidade que os tornem im- Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
próprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
assim como por aqueles decorrentes da dispari- a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
dade com as indicações constantes da oferta ou Seções anteriores.
mensagem publicitária, podendo o consumidor § 1o Havendo mais de um responsável pela
exigir, alternativamente e à sua escolha: causação do dano, todos responderão solida-
I – a reexecução dos serviços, sem custo riamente pela reparação prevista nesta e nas
adicional e quando cabível; Seções anteriores.
II – a restituição imediata da quantia paga, § 2o Sendo o dano causado por componente
monetariamente atualizada, sem prejuízo de ou peça incorporada ao produto ou serviço,
eventuais perdas e danos; são responsáveis solidários seu fabricante,
III – o abatimento proporcional do preço. construtor ou importador e o que realizou a
§ 1o A reexecução dos serviços poderá ser incorporação.
confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
§ 2 o São impróprios os serviços que se SEÇÃO IV – Da Decadência e da Prescrição
mostrem inadequados para os fins que razoa-
velmente deles se esperam, bem como aqueles Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
que não atendam as normas regulamentares de aparentes ou de fácil constatação caduca em:
prestabilidade. I – trinta dias, tratando-se de fornecimento
de serviço e de produto não duráveis;
Art. 21. No fornecimento de serviços que II – noventa dias, tratando-se de forneci-

tenham por objetivo a reparação de qualquer mento de serviço e de produto duráveis.
produto considerar-se-á implícita a obrigação § 1o Inicia-se a contagem do prazo decaden-
do fornecedor de empregar componentes de cial a partir da entrega efetiva do produto ou do
reposição originais adequados e novos, ou que término da execução dos serviços.
mantenham as especificações técnicas do fabri- § 2o Obstam a decadência:
cante, salvo, quanto a estes últimos, autorização I – a reclamação comprovadamente formu-
em contrário do consumidor. lada pelo consumidor perante o fornecedor
de produtos e serviços até a resposta negativa
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas correspondente, que deve ser transmitida de
16 empresas, concessionárias, permissionárias ou forma inequívoca;
II – (Vetado); as pessoas determináveis ou não, expostas às
III – a instauração de inquérito civil, até seu práticas nele previstas.
encerramento.
§ 3o Tratando-se de vício oculto, o prazo
decadencial inicia-se no momento em que ficar SEÇÃO II – Da Oferta
evidenciado o defeito.
Art. 30. Toda informação ou publicidade,
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão suficientemente precisa, veiculada por qualquer
à reparação pelos danos causados por fato do forma ou meio de comunicação com relação a
produto ou do serviço prevista na Seção II produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
prazo a partir do conhecimento do dano e de se utilizar e integra o contrato que vier a ser
sua autoria. celebrado.
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos
ou serviços devem assegurar informações cor-
SEÇÃO V – Da Desconsideração da retas, claras, precisas, ostensivas e em língua
Personalidade Jurídica portuguesa sobre suas características, qualida-
des, quantidade, composição, preço, garantia,
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a per- prazos de validade e origem, entre outros dados,
sonalidade jurídica da sociedade quando, em bem como sobre os riscos que apresentam à
detrimento do consumidor, houver abuso de saúde e segurança dos consumidores.
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou Parágrafo único. As informações de que
ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato trata este artigo, nos produtos refrigerados
social. A desconsideração também será efeti- oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
vada quando houver falência, estado de insol- forma indelével.
vência, encerramento ou inatividade da pessoa
jurídica provocados por má administração. Art. 32. Os fabricantes e importadores deve-
§ 1o (Vetado) rão assegurar a oferta de componentes e peças
§ 2o As sociedades integrantes dos grupos de reposição enquanto não cessar a fabricação
societários e as sociedades controladas, são ou importação do produto.
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações Parágrafo único. Cessadas a produção ou
decorrentes deste Código. importação, a oferta deverá ser mantida por
§ 3o As sociedades consorciadas são so- período razoável de tempo, na forma da lei.
lidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste Código. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por
§ 4o As sociedades coligadas só responderão telefone ou reembolso postal, deve constar o
por culpa. nome do fabricante e endereço na embalagem,
§ 5o Também poderá ser desconsiderada a publicidade e em todos os impressos utilizados
pessoa jurídica sempre que sua personalidade na transação comercial.
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarci- Parágrafo único. É proibida a publicidade de
mento de prejuízos causados aos consumidores. bens e serviços por telefone, quando a chamada
for onerosa ao consumidor que a origina.
Normas principais
CAPÍTULO V – Das Práticas Comerciais Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço

SEÇÃO I – Das Disposições Gerais é solidariamente responsável pelos atos de seus
prepostos ou representantes autônomos.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do se-
guinte, equiparam-se aos consumidores todas Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou servi-
ços recusar cumprimento à oferta, apresentação 17
ou publicidade, o consumidor poderá, alterna- SEÇÃO IV – Das Práticas Abusivas
tivamente e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obri- Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos
gação, nos termos da oferta, apresentação ou ou serviços, dentre outras práticas abusivas:1
publicidade; I – condicionar o fornecimento de produto
II – aceitar outro produto ou prestação de ou de serviço ao fornecimento de outro produto
serviço equivalente; ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
III – rescindir o contrato, com direito à res- quantitativos;
tituição de quantia eventualmente antecipada, II – recusar atendimento às demandas dos
monetariamente atualizada, e a perdas e danos. consumidores, na exata medida de suas dispo-
nibilidades de estoque, e, ainda, de conformi-
dade com os usos e costumes;
SEÇÃO III – Da Publicidade III – enviar ou entregar ao consumidor,
sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de fornecer qualquer serviço;
tal forma que o consumidor, fácil e imediata- IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorân-
mente, a identifique como tal. cia do consumidor, tendo em vista sua idade,
Parágrafo único. O fornecedor, na publici- saúde, conhecimento ou condição social, para
dade de seus produtos ou serviços, manterá, em impingir-lhe seus produtos ou serviços;
seu poder, para informação dos legítimos inte- V – exigir do consumidor vantagem mani-
ressados, os dados fáticos, técnicos e científicos festamente excessiva;
que dão sustentação à mensagem. VI – executar serviços sem a prévia elabo-
ração de orçamento e autorização expressa
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
ou abusiva. práticas anteriores entre as partes;
§ 1o É enganosa qualquer modalidade de VII – repassar informação depreciativa,
informação ou comunicação de caráter publi- referente a ato praticado pelo consumidor no
citário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por exercício de seus direitos;
qualquer outro modo, mesmo por omissão, ca- VIII – colocar, no mercado de consumo,
paz de induzir em erro o consumidor a respeito qualquer produto ou serviço em desacordo
da natureza, características, qualidade, quanti- com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
dade, propriedades, origem, preço e quaisquer competentes ou, se normas específicas não
outros dados sobre produtos e serviços. existirem, pela Associação Brasileira de Normas
§ 2o É abusiva, dentre outras, a publicidade Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
discriminatória de qualquer natureza, a que Conselho Nacional de Metrologia, Normaliza-
incite à violência, explore o medo ou a supers- ção e Qualidade Industrial (Conmetro);
tição, se aproveite da deficiência de julgamento IX – recusar a venda de bens ou a prestação
e experiência da criança, desrespeita valores de serviços, diretamente a quem se disponha a
ambientais, ou que seja capaz de induzir o con- adquiri-los mediante pronto pagamento, res-
sumidor a se comportar de forma prejudicial salvados os casos de intermediação regulados

ou perigosa à sua saúde ou segurança. em leis especiais;
§ 3o Para os efeitos deste Código, a publi- X – elevar sem justa causa o preço de pro-
cidade é enganosa por omissão quando deixar dutos ou serviços;
de informar sobre dado essencial do produto
ou serviço.
§ 4o (Vetado)
1
Nota do Editor (NE): o inciso XI foi incluído pela
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e Medida Provisória no 1.890-67/1999 e transfor-
correção da informação ou comunicação pu- mado em inciso XIII, quando da conversão na Lei
18 blicitária cabe a quem as patrocina. no 9.870/1999.
XII – deixar de estipular prazo para o cum- nem será submetido a qualquer tipo de cons-
primento de sua obrigação ou deixar a fixação trangimento ou ameaça.
de seu termo inicial a seu exclusivo critério; Parágrafo único. O consumidor cobrado
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste em quantia indevida tem direito à repetição
diverso do legal ou contratualmente estabe- do indébito, por valor igual ao dobro do que
lecido; pagou em excesso, acrescido de correção mo-
XIV – permitir o ingresso em estabele- netária e juros legais, salvo hipótese de engano
cimentos comerciais ou de serviços de um justificável.
número maior de consumidores que o fixado
pela autoridade administrativa como máximo. Art. 42-A. Em todos os documentos de co-
Parágrafo único. Os serviços prestados e brança de débitos apresentados ao consumidor,
os produtos remetidos ou entregues ao con- deverão constar o nome, o endereço e o número
sumidor, na hipótese prevista no inciso III, de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
equiparam-se às amostras grátis, inexistindo – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa
obrigação de pagamento. Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou
serviço correspondente.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado
a entregar ao consumidor orçamento prévio
discriminando o valor da mão de obra, dos SEÇÃO VI – Dos Bancos de Dados e
materiais e equipamentos a serem empregados, Cadastros de Consumidores
as condições de pagamento, bem como as datas
de início e término dos serviços. Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do
§ 1o Salvo estipulação em contrário, o valor disposto no art. 86, terá acesso às informações
orçado terá validade pelo prazo de dez dias, existentes em cadastros, fichas, registros e da-
contado de seu recebimento pelo consumidor. dos pessoais e de consumo arquivados sobre
§ 2o Uma vez aprovado pelo consumidor, ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
o orçamento obriga os contraentes e somente § 1o Os cadastros e dados de consumidores
pode ser alterado mediante livre negociação devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em
das partes. linguagem de fácil compreensão, não podendo
§ 3o O consumidor não responde por quais- conter informações negativas referentes a pe-
quer ônus ou acréscimos decorrentes da con- ríodo superior a cinco anos.
tratação de serviços de terceiros não previstos § 2o A abertura de cadastro, ficha, registro
no orçamento prévio. e dados pessoais e de consumo deverá ser co-
municada por escrito ao consumidor, quando
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos não solicitada por ele.
ou de serviços sujeitos ao regime de controle § 3o O consumidor, sempre que encontrar
ou de tabelamento de preços, os fornecedores inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
deverão respeitar os limites oficiais sob pena de, exigir sua imediata correção, devendo o arqui-
não o fazendo, responderem pela restituição da vista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar
quantia recebida em excesso, monetariamente a alteração aos eventuais destinatários das
atualizada, podendo o consumidor exigir, à informações incorretas.
sua escolha, o desfazimento do negócio, sem § 4o Os bancos de dados e cadastros relati-
prejuízo de outras sanções cabíveis. vos a consumidores, os serviços de proteção ao
crédito e congêneres são considerados entida-
Normas principais
des de caráter público.

SEÇÃO V – Da Cobrança de Dívidas § 5o Consumada a prescrição relativa à
cobrança de débitos do consumidor, não serão
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumi- fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Pro-
dor inadimplente não será exposto a ridículo, teção ao Crédito, quaisquer informações que
19
possam impedir ou dificultar novo acesso ao cimento de produtos e serviços ocorrer fora do
crédito junto aos fornecedores. estabelecimento comercial, especialmente por
§ 6o Todas as informações de que trata o telefone ou a domicílio.
caput deste artigo devem ser disponibilizadas Parágrafo único. Se o consumidor exer-
em formatos acessíveis, inclusive para a pes- citar o direito de arrependimento previsto
soa com deficiência, mediante solicitação do neste artigo, os valores eventualmente pagos,
consumidor. a qualquer título, durante o prazo de reflexão,
serão devolvidos, de imediato, monetariamente
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do atualizados.
consumidor manterão cadastros atualizados
de reclamações fundamentadas contra for- Art. 50. A garantia contratual é complementar
necedores de produtos e serviços, devendo à legal e será conferida mediante termo escrito.
divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação Parágrafo único. O termo de garantia ou
indicará se a reclamação foi atendida ou não equivalente deve ser padronizado e esclarecer,
pelo fornecedor. de maneira adequada, em que consiste a mesma
§ 1o É facultado o acesso às informações garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar
lá constantes para orientação e consulta por em que pode ser exercitada e os ônus a cargo
qualquer interessado. do consumidor, devendo ser-lhe entregue, de-
§ 2o Aplicam-se a este artigo, no que couber, vidamente preenchido pelo fornecedor, no ato
as mesmas regras enunciadas no artigo anterior do fornecimento, acompanhado de manual de
e as do parágrafo único do art. 22 deste Código. instrução, de instalação e uso do produto em
linguagem didática, com ilustrações.
Art. 45. (Vetado)
SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas

CAPÍTULO VI – Da Proteção Contratual
SEÇÃO I – Disposições Gerais Art. 51. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao
Art. 46. Os contratos que regulam as relações fornecimento de produtos e serviços que:
de consumo não obrigarão os consumidores, I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a
se não lhes for dada a oportunidade de tomar responsabilidade do fornecedor por vícios de
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se qualquer natureza dos produtos e serviços ou
os respectivos instrumentos forem redigidos impliquem renúncia ou disposição de direitos.
de modo a dificultar a compreensão de seu Nas relações de consumo entre o fornecedor e
sentido e alcance. o consumidor pessoa jurídica, a indenização
poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão in- II – subtraiam ao consumidor a opção de
terpretadas de maneira mais favorável ao reembolso da quantia já paga, nos casos pre-
consumidor. vistos neste Código;
III – transfiram responsabilidades a ter-

Art. 48. As declarações de vontade constantes ceiros;
de escritos particulares, recibos e pré-contratos IV – estabeleçam obrigações consideradas
relativos às relações de consumo vinculam iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
o fornecedor, ensejando inclusive execução em desvantagem exagerada, ou sejam incom-
específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. patíveis com a boa-fé ou a equidade;
V – (Vetado);
Art. 49. O consumidor pode desistir do VI – estabeleçam inversão do ônus da prova
contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua em prejuízo do consumidor;
assinatura ou do ato de recebimento do produto VII – determinem a utilização compulsória
20 ou serviço, sempre que a contratação de forne- de arbitragem;
VIII – imponham representante para con- Art. 52. No fornecimento de produtos ou
cluir ou realizar outro negócio jurídico pelo serviços que envolva outorga de crédito ou
consumidor; concessão de financiamento ao consumidor,
IX – deixem ao fornecedor a opção de con- o fornecedor deverá, entre outros requisitos,
cluir ou não o contrato, embora obrigando o informá-lo prévia e adequadamente sobre:
consumidor; I – preço do produto ou serviço em moeda
X – permitam ao fornecedor, direta ou corrente nacional;
indiretamente, variação do preço de maneira II – montante dos juros de mora e da taxa
unilateral; efetiva anual de juros;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o III – acréscimos legalmente previstos;
contrato unilateralmente, sem que igual direito IV – número e periodicidade das prestações;
seja conferido ao consumidor; V – soma total a pagar, com e sem finan-
XII – obriguem o consumidor a ressarcir ciamento.
os custos de cobrança de sua obrigação, sem § 1o As multas de mora decorrentes do
que igual direito lhe seja conferido contra o inadimplemento de obrigações no seu termo
fornecedor; não poderão ser superiores a dois por cento do
XIII – autorizem o fornecedor a modificar valor da prestação.
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do § 2o É assegurado ao consumidor a liquida-
contrato, após sua celebração; ção antecipada do débito, total ou parcialmente,
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação mediante redução proporcional dos juros e
de normas ambientais; demais acréscimos.
XV – estejam em desacordo com o sistema § 3o (Vetado)
de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de Art. 53. Nos contratos de compra e venda de
indenização por benfeitorias necessárias. móveis ou imóveis mediante pagamento em
§ 1o Presume-se exagerada, entre outros prestações, bem como nas alienações fidu-
casos, a vantagem que: ciárias em garantia, consideram-se nulas de
I – ofende os princípios fundamentais do pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
sistema jurídico a que pertence; perda total das prestações pagas em benefício
II – restringe direitos ou obrigações fundado credor que, em razão do inadimplemento,
mentais inerentes à natureza do contrato, de pleitear a resolução do contrato e a retomada
tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio do produto alienado.
contratual; § 1o (Vetado)
III – se mostra excessivamente onerosa para § 2o Nos contratos do sistema de consórcio
o consumidor, considerando-se a natureza e de produtos duráveis, a compensação ou a res-
conteúdo do contrato, o interesse das partes e tituição das parcelas quitadas, na forma deste
outras circunstâncias peculiares ao caso. artigo, terá descontada, além da vantagem eco-
§ 2o A nulidade de uma cláusula contra- nômica auferida com a fruição, os prejuízos que
tual abusiva não invalida o contrato, exceto o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
quando de sua ausência, apesar dos esforços de § 3o Os contratos de que trata o caput deste
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer artigo serão expressos em moeda corrente
das partes. nacional.
§ 3o (Vetado)
§ 4o É facultado a qualquer consumidor ou
Normas principais
entidade que o represente requerer ao Ministé- SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão
rio Público que ajuíze a competente ação para
ser declarada a nulidade de cláusula contratual Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
que contrarie o disposto neste Código ou de cláusulas tenham sido aprovadas pela autorida-
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio de competente ou estabelecidas unilateralmente
entre direitos e obrigações das partes. pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem 21
que o consumidor possa discutir ou modificar Art. 56. As infrações das normas de defesa do
substancialmente seu conteúdo. consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
§ 1o A inserção de cláusula no formulário seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
não desfigura a natureza de adesão do contrato. das de natureza civil, penal e das definidas em
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se normas específicas:
cláusula resolutória, desde que alternativa, ca- I – multa;
bendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se II – apreensão do produto;
o disposto no § 2o do artigo anterior. III – inutilização do produto;
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão IV – cassação do registro do produto junto
redigidos em termos claros e com caracteres ao órgão competente;
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não V – proibição de fabricação do produto;
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar VI – suspensão de fornecimento de produtos
sua compreensão pelo consumidor. ou serviço;
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação VII – suspensão temporária de atividade;
de direito do consumidor deverão ser redigidas VIII – revogação de concessão ou permissão
com destaque, permitindo sua imediata e fácil de uso;
compreensão. IX – cassação de licença do estabelecimento
§ 5o (Vetado) ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabele-
cimento, de obra ou de atividade;
CAPÍTULO VII – Das Sanções XI – intervenção administrativa;
Administrativas XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Fe- artigo serão aplicadas pela autoridade adminis-
deral, em caráter concorrente e nas suas respec- trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
tivas áreas de atuação administrativa, baixarão ser aplicadas cumulativamente, inclusive por
normas relativas à produção, industrialização, medida cautelar antecedente ou incidente de
distribuição e consumo de produtos e serviços. procedimento administrativo.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios fiscalizarão e controlarão a Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
produção, industrialização, distribuição, a pu- com a gravidade da infração, a vantagem au-
blicidade de produtos e serviços e o mercado ferida e a condição econômica do fornecedor,
de consumo, no interesse da preservação da será aplicada mediante procedimento adminis-
vida, da saúde, da segurança, da informação trativo, revertendo para o Fundo de que trata a
e do bem-estar do consumidor, baixando as Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
normas que se fizerem necessárias. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
§ 2o (Vetado) ou municipais de proteção ao consumidor nos
§ 3o Os órgãos federais, estaduais, do Dis- demais casos.
trito Federal e municipais com atribuições para Parágrafo único. A multa será em montante
fiscalizar e controlar o mercado de consumo não inferior a duzentas e não superior a três
manterão comissões permanentes para elabora- milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de
ção, revisão e atualização das normas referidas Referência (Ufir), ou índice equivalente que
no § 1o, sendo obrigatória a participação dos venha a substituí-lo.
consumidores e fornecedores.
§ 4o Os órgãos oficiais poderão expedir Art. 58. As penas de apreensão, de inutiliza-
notificações aos fornecedores para que, sob ção de produtos, de proibição de fabricação de
pena de desobediência, prestem informações produtos, de suspensão do fornecimento de
sobre questões de interesse do consumidor, produto ou serviço, de cassação do registro do
resguardado o segredo industrial. produto e revogação da concessão ou permissão
22 de uso serão aplicadas pela administração, me-
diante procedimento administrativo, assegu- Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos
rada ampla defesa, quando forem constatados sobre a nocividade ou periculosidade de produ-
vícios de quantidade ou de qualidade por inade- tos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes
quação ou insegurança do produto ou serviço. ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos
Art. 59. As penas de cassação de alvará de e multa.
licença, de interdição e de suspensão tempo- § 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
rária da atividade, bem como a de intervenção deixar de alertar, mediante recomendações
administrativa serão aplicadas mediante proce- escritas ostensivas, sobre a periculosidade do
dimento administrativo, assegurada ampla de- serviço a ser prestado.
fesa, quando o fornecedor reincidir na prática § 2o Se o crime é culposo:
das infrações de maior gravidade previstas neste Pena – Detenção de um a seis meses ou
Código e na legislação de consumo. multa.
§ 1o A pena de cassação da concessão será
aplicada à concessionária de serviço público, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
quando violar obrigação legal ou contratual. competente e aos consumidores a nocividade
§ 2o A pena de intervenção administrativa ou periculosidade de produtos cujo conhe-
será aplicada sempre que as circunstâncias de cimento seja posterior à sua colocação no
fato desaconselharem a cassação de licença, a mercado:
interdição ou suspensão da atividade. Pena – Detenção de seis meses a dois anos
§ 3o Pendendo ação judicial na qual se e multa.
discuta a imposição de penalidade administra- Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas pe-
tiva, não haverá reincidência até o trânsito em nas quem deixar de retirar do mercado, imedia-
julgado da sentença. tamente quando determinado pela autoridade
competente, os produtos nocivos ou perigosos,
Art. 60. A imposição de contrapropaganda na forma deste artigo.
será cominada quando o fornecedor incorrer
na prática de publicidade enganosa ou abusiva, Art. 65. Executar serviço de alto grau de pe-
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre riculosidade, contrariando determinação de
às expensas do infrator. autoridade competente:
§ 1o A contrapropaganda será divulgada Pena – Detenção de seis meses a dois anos
pelo responsável da mesma forma, frequência e multa.
e dimensão e, preferencialmente no mesmo § 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem
veículo, local, espaço e horário, de forma capaz prejuízo das correspondentes à lesão corporal
de desfazer o malefício da publicidade enganosa e à morte.
ou abusiva. § 2o A prática do disposto no inciso XIV do
§ 2o (Vetado) art. 39 desta Lei também caracteriza o crime
§ 3o (Vetado) previsto no caput deste artigo.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa,

TÍTULO II – Das Infrações Penais ou omitir informação relevante sobre a na-
tureza, característica, qualidade, quantidade,
Art. 61. Constituem crimes contra as relações segurança, desempenho, durabilidade, preço
de consumo previstas neste Código, sem prejuí- ou garantia de produtos ou serviços:
Normas principais
zo do disposto no Código Penal e leis especiais, Pena – Detenção de três meses a um ano
as condutas tipificadas nos artigos seguintes. e multa.
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
Art. 62. (Vetado) patrocinar a oferta.
§ 2o Se o crime é culposo:
23
Pena – Detenção de um a seis meses ou Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o
multa. termo de garantia adequadamente preenchido
e com especificação clara de seu conteúdo:
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que Pena – Detenção de um a seis meses ou
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: multa.
Pena – Detenção de três meses a um ano
e multa. Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer
Parágrafo único. (Vetado) para os crimes referidos neste Código, incide
nas penas a esses cominadas na medida de sua
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que culpabilidade, bem como o diretor, adminis-
sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o trador ou gerente da pessoa jurídica que pro-
consumidor a se comportar de forma preju- mover, permitir ou por qualquer modo aprovar
dicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
Pena – Detenção de seis meses a dois anos manutenção em depósito de produtos ou a
e multa. oferta e prestação de serviços nas condições
Parágrafo único. (Vetado) por ele proibidas.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, téc- Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
nicos e científicos que dão base à publicidade: crimes tipificados neste Código:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – serem cometidos em época de grave crise
multa. econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou
Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, coletivo;
peça ou componentes de reposição usados, sem III – dissimular-se a natureza ilícita do
autorização do consumidor: procedimento;
Pena – Detenção de três meses a um ano IV – quando cometidos:
e multa. a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamen-
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de te superior à da vítima;
ameaça, coação, constrangimento físico ou b) em detrimento de operário ou rurícola;
moral, afirmações falsas, incorretas ou enga- de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
nosas ou de qualquer outro procedimento que ou de pessoas portadoras de deficiência mental,
exponha o consumidor, injustificadamente, a interditadas ou não;
ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso V – serem praticados em operações que en-
ou lazer: volvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
Pena – Detenção de três meses a um ano outros produtos ou serviços essenciais.
e multa.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Se-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con- ção será fixada em dias-multa, correspondente
sumidor às informações que sobre ele constem ao mínimo e ao máximo de dias de duração da
em cadastros, banco de dados, fichas e registros: pena privativa da liberdade cominada ao crime.
Pena – Detenção de seis meses a um ano Na individualização desta multa, o juiz observa-
ou multa. rá o disposto no art. 60, § 1o do Código Penal.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente Art. 78. Além das penas privativas de liberda-
informação sobre consumidor constante de de e de multa, podem ser impostas, cumulativa
cadastro, banco de dados, fichas ou registros ou alternadamente, observado o disposto nos
que sabe ou deveria saber ser inexata: arts. 44 a 47, do Código Penal:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – a interdição temporária de direitos;
24 multa.
II – a publicação em órgãos de comunicação III – interesses ou direitos individuais ho-
de grande circulação ou audiência, às expensas mogêneos, assim entendidos os decorrentes de
do condenado, de notícia sobre os fatos e a origem comum.
condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade. Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo úni-
co, são legitimados concorrentemente:
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de I – o Ministério Público;
que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou II – a União, os Estados, os Municípios e o
pela autoridade que presidir o inquérito, entre Distrito Federal;
cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do III – as entidades e órgãos da Administração
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
que venha a substituí-lo. sonalidade jurídica, especificamente destinados
Parágrafo único. Se assim recomendar a à defesa dos interesses e direitos protegidos por
situação econômica do indiciado ou réu, a este Código;
fiança poderá ser: IV – as associações legalmente constituídas
a) reduzida até a metade do seu valor há pelo menos um ano e que incluam entre
mínimo; seus fins institucionais a defesa dos interesses e
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. direitos protegidos por este Código, dispensada
a autorização assemblear.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes § 1o O requisito da pré-constituição pode
previstos neste Código, bem como a outros ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
crimes e contravenções que envolvam relações nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
de consumo, poderão intervir, como assistentes interesse social evidenciado pela dimensão ou
do Ministério Público, os legitimados indicados característica do dano, ou pela relevância do
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é bem jurídico a ser protegido.
facultado propor ação penal subsidiária, se a § 2o (Vetado)
denúncia não for oferecida no prazo legal. § 3o (Vetado)
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses

TÍTULO III – Da Defesa do Consumidor em protegidos por este Código são admissíveis
Juízo todas as espécies de ações capazes de propiciar
CAPÍTULO I – Disposições Gerais sua adequada e efetiva tutela.
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
consumidores e das vítimas poderá ser exercida Art. 84. Na ação que tenha por objeto o
em juízo individualmente, ou a título coletivo. cumprimento da obrigação de fazer ou não
Parágrafo único. A defesa coletiva será fazer, o juiz concederá a tutela específica da
exercida quando se tratar de: obrigação ou determinará providências que
I – interesses ou direitos difusos, assim en- assegurem o resultado prático equivalente ao
tendidos, para efeitos deste Código, os transin- do adimplemento.
dividuais, de natureza indivisível, de que sejam § 1o A conversão da obrigação em perdas e
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por danos somente será admissível se por elas optar
circunstâncias de fato; o autor ou se impossível a tutela específica ou a
II – interesses ou direitos coletivos, assim obtenção do resultado prático correspondente.
Normas principais
entendidos, para efeitos deste Código, os tran- § 2o A indenização por perdas e danos se
sindividuais de natureza indivisível de que seja fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código
titular grupo, categoria ou classe de pessoas de Processo Civil).
ligadas entre si ou com a parte contrária por § 3 o Sendo relevante o fundamento da
uma relação jurídica base; demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz 25
conceder a tutela liminarmente ou após justi- CAPÍTULO II – Das Ações Coletivas para a
ficação prévia, citado o réu. Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do § 3o
ou na sentença, impor multa diária ao réu, Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82
independentemente de pedido do autor, se poderão propor, em nome próprio e no inte-
for suficiente ou compatível com a obrigação, resse das vítimas ou seus sucessores, ação civil
fixando prazo razoável para o cumprimento coletiva de responsabilidade pelos danos indi-
do preceito. vidualmente sofridos, de acordo com o disposto
§ 5o Para a tutela específica ou para a obten- nos artigos seguintes.
ção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz determinar as medidas necessárias, tais Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a
como busca e apreensão, remoção de coisas e ação, atuará sempre como fiscal da lei.
pessoas, desfazimento de obra, impedimento Parágrafo único. (Vetado)
de atividade nociva, além de requisição de
força policial. Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça
Federal, é competente para a causa a justiça
Art. 85. (Vetado) local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva
Art. 86. (Vetado) ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este do Distrito Federal, para os danos de âmbito
Código não haverá adiantamento de custas, nacional ou regional, aplicando-se as regras do
emolumentos, honorários periciais e quais- Código de Processo Civil aos casos de compe-
quer outras despesas, nem condenação da tência concorrente.
associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital
processuais. no órgão oficial, a fim de que os interessados
Parágrafo único. Em caso de litigância possam intervir no processo como litisconsor-
de má-fé, a associação autora e os diretores tes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos
responsáveis pela propositura da ação serão meios de comunicação social por parte dos
solidariamente condenados em honorários órgãos de defesa do consumidor.
advocatícios e ao décuplo das custas, sem pre-
juízo da responsabilidade por perdas e danos. Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
condenação será genérica, fixando a responsa-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo bilidade do réu pelos danos causados.
único deste Código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, facultada Art. 96. (Vetado)
a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos
autos, vedada a denunciação da lide. Art. 97. A liquidação e a execução de senten-
ça poderão ser promovidas pela vítima e seus

Art. 89. (Vetado) sucessores, assim como pelos legitimados de
que trata o art. 82.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste Parágrafo único. (Vetado)
Título as normas do Código de Processo Civil e
da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
no que respeita ao inquérito civil, naquilo que promovida pelos legitimados de que trata o
não contrariar suas disposições. art. 82, abrangendo as vítimas cujas indeni-
zações já tiverem sido fixadas em sentença de
liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de
26 outras execuções.
§ 1o A execução coletiva far-se-á com base hipótese, a sentença que julgar procedente o
em certidão das sentenças de liquidação, da pedido condenará o réu nos termos do art. 80
qual deverá constar a ocorrência ou não do do Código de Processo Civil. Se o réu houver
trânsito em julgado. sido declarado falido, o síndico será intimado
§ 2o É competente para a execução o juízo: a informar a existência de seguro de responsa-
I – da liquidação da sentença ou da ação bilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
condenatória, no caso de execução individual; ajuizamento de ação de indenização diretamen-
II – da ação condenatória, quando coletiva te contra o segurador, vedada a denunciação da
a execução. lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dis-
pensado o litisconsórcio obrigatório com este.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos
decorrentes de condenação prevista na Lei Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste
no 7.347, de 24 de julho de 1985, e de indeniza- Código poderão propor ação visando compelir
ções pelos prejuízos individuais resultantes do o Poder Público competente a proibir, em todo
mesmo evento danoso, estas terão preferência o território nacional, a produção, divulgação,
no pagamento. distribuição ou venda, ou a determinar a alte-
Parágrafo único. Para efeito do disposto ração na composição, estrutura, fórmula ou
neste artigo, a destinação da importância re- acondicionamento de produto, cujo uso ou
colhida ao fundo criado pela Lei no 7.347, de consumo regular se revele nocivo ou perigoso
24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto à saúde pública e à incolumidade pessoal.
pendentes de decisão de segundo grau as ações § 1o (Vetado)
de indenização pelos danos individuais, salvo § 2o (Vetado)
na hipótese de o patrimônio do devedor ser
manifestamente suficiente para responder pela
integralidade das dívidas. CAPÍTULO IV – Da Coisa Julgada
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este
habilitação de interessados em número com- Código, a sentença fará coisa julgada:
patível com a gravidade do dano, poderão os I – erga omnes, exceto se o pedido for julga-
legitimados do art. 82 promover a liquidação do improcedente por insuficiência de provas,
e execução da indenização devida. hipótese em que qualquer legitimado poderá
Parágrafo único. O produto da indenização intentar outra ação, com idêntico fundamento,
devida reverterá para o fundo criado pela Lei valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
no 7.347, de 24 de julho de 1985. I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao gru-
po, categoria ou classe, salvo improcedência por
CAPÍTULO III – Das Ações de insuficiência de provas, nos termos do inciso
Responsabilidade do Fornecedor de Produtos anterior, quando se tratar da hipótese prevista
e Serviços no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de pro-
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do cedência do pedido, para beneficiar todas as
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso
do disposto nos Capítulos I e II deste Título, III do parágrafo único do art. 81.
serão observadas as seguintes normas: § 1o Os efeitos da coisa julgada previstos nos
Normas principais
I – a ação pode ser proposta no domicílio incisos I e II não prejudicarão interesses e direi-
do autor; tos individuais dos integrantes da coletividade,
II – o réu que houver contratado seguro de do grupo, categoria ou classe.
responsabilidade poderá chamar ao processo o § 2o Na hipótese prevista no inciso III, em
segurador, vedada a integração do contraditório caso de improcedência do pedido, os interes-
pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta sados que não tiverem intervindo no processo 27
como litisconsortes poderão propor ação de IV – informar, conscientizar e motivar o
indenização a título individual. consumidor através dos diferentes meios de
§ 3 o Os efeitos da coisa julgada de que comunicação;
cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da V – solicitar à polícia judiciária a instaura-
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, não pre- ção de inquérito policial para a apreciação de
judicarão as ações de indenização por danos delito contra os consumidores, nos termos da
pessoalmente sofridos, propostas individual- legislação vigente;
mente ou na forma prevista neste Código, mas, VI – representar ao Ministério Público
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas competente para fins de adoção de medidas
e seus sucessores, que poderão proceder à liqui- processuais no âmbito de suas atribuições;
dação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. VII – levar ao conhecimento dos órgãos
§ 4o Aplica-se o disposto no parágrafo an- competentes as infrações de ordem admi-
terior à sentença penal condenatória. nistrativa que violarem os interesses difusos,
coletivos, ou individuais dos consumidores;
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos VIII – solicitar o concurso de órgãos e enti-
incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, dades da União, Estados, do Distrito Federal e
não induzem litispendência para as ações in- Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de
dividuais, mas os efeitos da coisa julgada erga preços, abastecimento, quantidade e segurança
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos de bens e serviços;
II e III do artigo anterior não beneficiarão os IX – incentivar, inclusive com recursos
autores das ações individuais, se não for re- financeiros e outros programas especiais, a
querida sua suspensão no prazo de trinta dias, formação de entidades de defesa do consu-
a contar da ciência nos autos do ajuizamento midor pela população e pelos órgãos públicos
da ação coletiva. estaduais e municipais;
X – (Vetado);
XI – (Vetado);
TÍTULO IV – Do Sistema Nacional de XII – (Vetado);
Defesa do Consumidor XIII – desenvolver outras atividades compa-
tíveis com suas finalidades.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de De- Parágrafo único. Para a consecução de seus
fesa do Consumidor (SNDC) os órgãos federais, objetivos, o Departamento Nacional de Defesa
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as do Consumidor poderá solicitar o concurso de
entidades privadas de defesa do consumidor. órgãos e entidades de notória especialização
técnico-científica.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defe-
sa do Consumidor, da Secretaria Nacional de
Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que TÍTULO V – Da Convenção Coletiva de
venha substituí-lo, é organismo de coordenação Consumo
da política do Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor, cabendo-lhe: Art. 107. As entidades civis de consumidores

I – planejar, elaborar, propor, coordenar e as associações de fornecedores ou sindicatos
e executar a política nacional de proteção ao de categoria econômica podem regular, por
consumidor; convenção escrita, relações de consumo que te-
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar nham por objeto estabelecer condições relativas
consultas, denúncias ou sugestões apresentadas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia
por entidades representativas ou pessoas jurí- e características de produtos e serviços, bem
dicas de direito público ou privado; como à reclamação e composição do conflito
III – prestar aos consumidores orientação de consumo.
permanente sobre seus direitos e garantias;
28
§ 1o A convenção tornar-se-á obrigatória a § 6o Os órgãos públicos legitimados pode-
partir do registro do instrumento no cartório rão tomar dos interessados compromisso de
de títulos e documentos. ajustamento de sua conduta às exigências
§ 2o A convenção somente obrigará os filia- legais, mediante combinações, que terá
dos às entidades signatárias. eficácia de título executivo extrajudicial.”
§ 3o Não se exime de cumprir a convenção o
fornecedor que se desligar da entidade em data Art. 114. O art. 15 da Lei no 7.347, de 24 de
posterior ao registro do instrumento. julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trân-
Art. 108. (Vetado) sito em julgado da sentença condenatória,
sem que a associação autora lhe promova
a execução, deverá fazê-lo o Ministério
TÍTULO VI – Disposições Finais Público, facultada igual iniciativa aos demais
legitimados.”
Art. 109. (Vetado)
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, passando
ao art. 1o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985: o parágrafo único a constituir o caput, com a
“IV – a qualquer outro interesse difuso ou seguinte redação:
coletivo.” “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
associação autora e os diretores responsáveis
Art. 111. O inciso II do art. 5o da Lei no 7.347, pela propositura da ação serão solidariamen-
de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte te condenados em honorários advocatícios
redação: e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
“II – inclua, entre suas finalidades institu- responsabilidade por perdas e danos.”
cionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, ao patrimônio artístico, esté- Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18
tico, histórico, turístico e paisagístico, ou a da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985:
qualquer outro interesse difuso ou coletivo.” “Art. 18. Nas ações de que trata esta Lei,
não haverá adiantamento de custas, emo-
Art. 112. O § 3o do art. 5o da Lei no 7.347, de 24 lumentos, honorários periciais e quaisquer
de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação: outras despesas, nem condenação da asso-
“§ 3o Em caso de desistência infundada ou ciação autora, salvo comprovada má-fé, em
abandono da ação por associação legitimada, honorários de advogado, custas e despesas
o Ministério Público ou outro legitimado processuais.”
assumirá a titularidade ativa.”
Art. 117. Acrescente-se à Lei no 7.347, de 24
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4 , 5o o
de julho de 1985, o seguinte dispositivo, renu-
e 6o ao art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho merando-se os seguintes:
de 1985: “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos
“§ 4o O requisito da pré-constituição po- e interesses difusos, coletivos e individuais,
derá ser dispensado pelo juiz, quando haja no que for cabível, os dispositivos do Título
manifesto interesse social evidenciado pela III da lei que instituiu o Código de Defesa
dimensão ou característica do dano, ou pela do Consumidor.”
Normas principais
relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 5o Admitir-se-á o litisconsórcio facultati- Art. 118. Este Código entrará em vigor
vo entre os Ministérios Públicos da União, dentro de cento e oitenta dias a contar de sua
do Distrito Federal e dos Estados na defesa publicação.
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
29
Art. 119. Revogam-se as disposições em FERNANDO COLLOR – Bernardo Cabral –
contrário. Zélia M. Cardoso de Mello – Ozires Silva
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169o da Inde- Promulgada em 11/9/1990, publicada no DOU de

pendência e 102o da República. 12/9/1990 – Edição extra – e retificada no DOU de
10/1/2007.
30
Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o Os sítios eletrônicos ou demais meios

atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso eletrônicos utilizados para ofertas de compras
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto coletivas ou modalidades análogas de contra-
na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, tação deverão conter, além das informações
previstas no art. 2o, as seguintes:
DECRETA: I – quantidade mínima de consumidores
para a efetivação do contrato;
Art. 1 o Este Decreto regulamenta a Lei II – prazo para utilização da oferta pelo
no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor consumidor; e
sobre a contratação no comércio eletrônico, III – identificação do fornecedor responsável
abrangendo os seguintes aspectos: pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produto
I – informações claras a respeito do produto, ou serviço ofertado, nos termos dos incisos I
serviço e do fornecedor; e II do art. 2o.
II – atendimento facilitado ao consumidor; e
III – respeito ao direito de arrependimento. Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado
ao consumidor no comércio eletrônico, o for-
Art. 2o Os sítios eletrônicos ou demais meios necedor deverá:
eletrônicos utilizados para oferta ou conclusão I – apresentar sumário do contrato antes
de contrato de consumo devem disponibilizar, da contratação, com as informações necessá-
em local de destaque e de fácil visualização, as rias ao pleno exercício do direito de escolha
seguintes informações: do consumidor, enfatizadas as cláusulas que
I – nome empresarial e número de inscrição limitem direitos;
do fornecedor, quando houver, no Cadastro II – fornecer ferramentas eficazes ao consu-
Nacional de Pessoas Físicas ou no Cadastro midor para identificação e correção imediata
Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério de erros ocorridos nas etapas anteriores à
da Fazenda; finalização da contratação;
II – endereço físico e eletrônico, e demais III – confirmar imediatamente o recebimen-
informações necessárias para sua localização to da aceitação da oferta;
e contato; IV – disponibilizar o contrato ao consumi-
III – características essenciais do produto dor em meio que permita sua conservação e
ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à reprodução, imediatamente após a contratação;
segurança dos consumidores; V – manter serviço adequado e eficaz de
IV – discriminação, no preço, de quaisquer atendimento em meio eletrônico, que possibi-
despesas adicionais ou acessórias, tais como as lite ao consumidor a resolução de demandas
de entrega ou seguros; referentes a informação, dúvida, reclamação,
V – condições integrais da oferta, incluídas suspensão ou cancelamento do contrato;
Normas principais
modalidades de pagamento, disponibilidade, VI – confirmar imediatamente o recebi-

forma e prazo da execução do serviço ou da mento das demandas do consumidor referidas
entrega ou disponibilização do produto; e no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo
VI – informações claras e ostensivas a respei- consumidor; e
to de quaisquer restrições à fruição da oferta.
31
VII – utilizar mecanismos de segurança II – seja efetivado o estorno do valor, caso o
eficazes para pagamento e para tratamento de lançamento na fatura já tenha sido realizado.
dados do consumidor. § 4o O fornecedor deve enviar ao consumi-
Parágrafo único. A manifestação do forne- dor confirmação imediata do recebimento da
cedor às demandas previstas no inciso V do manifestação de arrependimento.
caput será encaminhada em até cinco dias ao
consumidor. Art. 6o As contratações no comércio eletrô-
nico deverão observar o cumprimento das
Art. 5o O fornecedor deve informar, de forma condições da oferta, com a entrega dos produ-
clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes tos e serviços contratados, observados prazos,
para o exercício do direito de arrependimento quantidade, qualidade e adequação.
pelo consumidor.
§ 1o O consumidor poderá exercer seu direi- Art. 7o A inobservância das condutas descritas
to de arrependimento pela mesma ferramenta neste Decreto ensejará aplicação das sanções
utilizada para a contratação, sem prejuízo de previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990.
outros meios disponibilizados. ��
§ 2o O exercício do direito de arrependi-
mento implica a rescisão dos contratos aces- Art. 9o Este Decreto entra em vigor sessenta
sórios, sem qualquer ônus para o consumidor. dias após a data de sua publicação.
§ 3o O exercício do direito de arrependi-
mento será comunicado imediatamente pelo Brasília, 15 de março de 2013; 192o da Indepen-
fornecedor à instituição financeira ou à ad- dência e 125o da República.
ministradora do cartão de crédito ou similar,
para que: DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo
I – a transação não seja lançada na fatura do
consumidor; ou Decretado em 15/3/2013 e publicado no DOU de
15/3/2013 – Edição extra.
32
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 4o O SAC garantirá ao consumidor, no

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, primeiro menu eletrônico, as opções de contato
da Constituição, e tendo em vista o disposto na com o atendente, de reclamação e de cancela-
Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, mento de contratos e serviços.
§ 1o A opção de contatar o atendimento
DECRETA: pessoal constará de todas as subdivisões do
menu eletrônico.
Art. 1 o Este Decreto regulamenta a Lei § 2o O consumidor não terá a sua ligação
no 8.078, de 11 de setembro de 1990, e fixa finalizada pelo fornecedor antes da conclusão
normas gerais sobre o Serviço de Atendimento do atendimento.
ao Consumidor – SAC por telefone, no âmbito § 3o O acesso inicial ao atendente não será
dos fornecedores de serviços regulados pelo condicionado ao prévio fornecimento de dados
Poder Público Federal, com vistas à observância pelo consumidor.
dos direitos básicos do consumidor de obter § 4o Regulamentação específica tratará do
informação adequada e clara sobre os serviços tempo máximo necessário para o contato di-
que contratar e de manter-se protegido contra reto com o atendente, quando essa opção for
práticas abusivas ou ilegais impostas no forne- selecionada.
cimento desses serviços.
Art. 5o O SAC estará disponível, ininterrup-
tamente, durante vinte e quatro horas por dia
CAPÍTULO I – Do Âmbito da Aplicação e sete dias por semana, ressalvado o disposto
em normas específicas.
Art. 2o Para os fins deste Decreto, compreen-
de-se por SAC o serviço de atendimento telefô- Art. 6o O acesso das pessoas com deficiência
nico das prestadoras de serviços regulados que auditiva ou de fala será garantido pelo SAC, em
tenham como finalidade resolver as demandas caráter preferencial, facultado à empresa atri-
dos consumidores sobre informação, dúvida, buir número telefônico específico para este fim.
reclamação, suspensão ou cancelamento de
contratos e de serviços. Art. 7o O número do SAC constará de forma
Parágrafo único. Excluem-se do âmbito de clara e objetiva em todos os documentos e ma-
aplicação deste Decreto a oferta e a contratação teriais impressos entregues ao consumidor no
de produtos e serviços realizadas por telefone. momento da contratação do serviço e durante
o seu fornecimento, bem como na página ele-
trônica da empresa na INTERNET.
CAPÍTULO II – Da Acessibilidade do Parágrafo único. No caso de empresa ou
Serviço grupo empresarial que oferte serviços con-
Normas principais
juntamente, será garantido ao consumidor o

Art. 3o As ligações para o SAC serão gratuitas acesso, ainda que por meio de diversos núme-
e o atendimento das solicitações e demandas ros de telefone, a canal único que possibilite o
previsto neste Decreto não deverá resultar em atendimento de demanda relativa a qualquer
qualquer ônus para o consumidor. um dos serviços oferecidos.
33
CAPÍTULO III – Da Qualidade do CAPÍTULO IV – Do Acompanhamento de
Atendimento Demandas
Art. 8o O SAC obedecerá aos princípios da Art. 15. Será permitido o acompanhamento

dignidade, boa-fé, transparência, eficiência, pelo consumidor de todas as suas demandas
eficácia, celeridade e cordialidade. por meio de registro numérico, que lhe será
informado no início do atendimento.
Art. 9o O atendente, para exercer suas funções § 1o Para fins do disposto no caput, será
no SAC, deve ser capacitado com as habilidades utilizada sequência numérica única para iden-
técnicas e procedimentais necessárias para rea- tificar todos os atendimentos.
lizar o adequado atendimento ao consumidor, § 2o O registro numérico, com data, hora
em linguagem clara. e objeto da demanda, será informado ao con-
sumidor e, se por este solicitado, enviado por
Art. 10. Ressalvados os casos de reclamação e correspondência ou por meio eletrônico, a
de cancelamento de serviços, o SAC garantirá critério do consumidor.
a transferência imediata ao setor competente § 3o É obrigatória a manutenção da grava-
para atendimento definitivo da demanda, ção das chamadas efetuadas para o SAC, pelo
caso o primeiro atendente não tenha essa prazo mínimo de noventa dias, durante o qual
atribuição. o consumidor poderá requerer acesso ao seu
§ 1o A transferência dessa ligação será efe- conteúdo.
tivada em até sessenta segundos. § 4o O registro eletrônico do atendimento
§ 2 o Nos casos de reclamação e cance- será mantido à disposição do consumidor e
lamento de serviço, não será admitida a do órgão ou entidade fiscalizadora por um
transferência da ligação, devendo todos os período mínimo de dois anos após a solução
atendentes possuir atribuições para executar da demanda.
essas funções.
§ 3o O sistema informatizado garantirá ao Art. 16. O consumidor terá direito de acesso
atendente o acesso ao histórico de demandas ao conteúdo do histórico de suas demandas,
do consumidor. que lhe será enviado, quando solicitado, no
prazo máximo de setenta e duas horas, por
Art. 11. Os dados pessoais do consumidor se- correspondência ou por meio eletrônico, a seu
rão preservados, mantidos em sigilo e utilizados critério.
exclusivamente para os fins do atendimento.
Art. 12. É vedado solicitar a repetição da de- CAPÍTULO V – Do Procedimento para a

manda do consumidor após seu registro pelo Resolução de Demandas
primeiro atendente.
Art. 17. As informações solicitadas pelo con-
Art. 13. O sistema informatizado deve ser sumidor serão prestadas imediatamente e suas
programado tecnicamente de modo a garantir reclamações, resolvidas no prazo máximo de

a agilidade, a segurança das informações e o cinco dias úteis a contar do registro.
respeito ao consumidor. § 1o O consumidor será informado sobre a
resolução de sua demanda e, sempre que solici-
Art. 14. É vedada a veiculação de mensagens tar, ser-lhe-á enviada a comprovação pertinente
publicitárias durante o tempo de espera para o por correspondência ou por meio eletrônico, a
atendimento, salvo se houver prévio consenti- seu critério.
mento do consumidor. § 2o A resposta do fornecedor será clara e
objetiva e deverá abordar todos os pontos da
demanda do consumidor.
34
§ 3o Quando a demanda versar sobre ser- CAPÍTULO VII – Das Disposições Finais
viço não solicitado ou cobrança indevida, a
cobrança será suspensa imediatamente, salvo Art. 19. A inobservância das condutas descri-
se o fornecedor indicar o instrumento por meio tas neste Decreto ensejará aplicação das sanções
do qual o serviço foi contratado e comprovar previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990,
que o valor é efetivamente devido. sem prejuízo das constantes dos regulamentos
específicos dos órgãos e entidades reguladoras.
CAPÍTULO VI – Do Pedido de Art. 20. Os órgãos competentes, quando ne-

Cancelamento do Serviço cessário, expedirão normas complementares
e específicas para execução do disposto neste
Art. 18. O SAC receberá e processará imedia- Decreto.
tamente o pedido de cancelamento de serviço
feito pelo consumidor. Art. 21. Os direitos previstos neste Decreto
§ 1o O pedido de cancelamento será per- não excluem outros, decorrentes de regula-
mitido e assegurado ao consumidor por todos mentações expedidas pelos órgãos e entidades
os meios disponíveis para a contratação do reguladores, desde que mais benéficos para o
serviço. consumidor.
§ 2o Os efeitos do cancelamento serão ime-
diatos à solicitação do consumidor, ainda que o Art. 22. Este Decreto entra em vigor em 1o de
seu processamento técnico necessite de prazo, dezembro de 2008.
e independe de seu adimplemento contratual.
§ 3o O comprovante do pedido de cancela- Brasília, 31 de julho de 2008; 187o da Indepen-
mento será expedido por correspondência ou dência e 120o da República.
por meio eletrônico, a critério do consumidor.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
Decretado em 31/7/2008 e publicado no DOU de

1o/8/2008.
Normas principais
35
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Parágrafo único. No caso de outorga de

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, crédito, como nas hipóteses de financiamento
da Constituição, e tendo em vista o disposto na ou parcelamento, deverão ser também discri-
Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na Lei minados:
no 10.962, de 11 de outubro de 2004, I – o valor total a ser pago com financia-
mento;
DECRETA: II – o número, periodicidade e valor das
prestações;
Art. 1 o Este Decreto regulamenta a Lei III – os juros; e
no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e dispõe IV – os eventuais acréscimos e encargos que
sobre as práticas infracionais que atentam incidirem sobre o valor do financiamento ou
contra o direito básico do consumidor de obter parcelamento.
informação adequada e clara sobre produtos
e serviços, previstas na Lei no 8.078, de 11 de Art. 4o Os preços dos produtos e serviços
setembro de 1990. expostos à venda devem ficar sempre visíveis
aos consumidores enquanto o estabelecimento
Art. 2 o Os preços de produtos e serviços estiver aberto ao público.
deverão ser informados adequadamente, de Parágrafo único. A montagem, rearranjo
modo a garantir ao consumidor a correção, ou limpeza, se em horário de funcionamento,
clareza, precisão, ostensividade e legibilidade deve ser feito sem prejuízo das informações
das informações prestadas. relativas aos preços de produtos ou serviços
§ 1o Para efeito do disposto no caput deste expostos à venda.
artigo, considera-se:
I – correção, a informação verdadeira que Art. 5o Na hipótese de afixação de preços de
não seja capaz de induzir o consumidor em bens e serviços para o consumidor, em vitrines
erro; e no comércio em geral, de que trata o inciso I
II – clareza, a informação que pode ser do art. 2o da Lei no 10.962, de 2004, a etiqueta ou
entendida de imediato e com facilidade pelo similar afixada diretamente no produto exposto
consumidor, sem abreviaturas que dificultem à venda deverá ter sua face principal voltada
a sua compreensão, e sem a necessidade de ao consumidor, a fim de garantir a pronta
qualquer interpretação ou cálculo; visualização do preço, independentemente de
III – precisão, a informação que seja exata, solicitação do consumidor ou intervenção do
definida e que esteja física ou visualmente li- comerciante.

gada ao produto a que se refere, sem nenhum Parágrafo único. Entende-se como similar
embaraço físico ou visual interposto; qualquer meio físico que esteja unido ao pro-
IV – ostensividade, a informação que seja de duto e gere efeitos visuais equivalentes aos da
fácil percepção, dispensando qualquer esforço etiqueta.
na sua assimilação; e
V – legibilidade, a informação que seja vi- Art. 6o Os preços de bens e serviços para
sível e indelével. o consumidor nos estabelecimentos comer-
ciais de que trata o inciso II do art. 2o da Lei
Art. 3o O preço de produto ou serviço deverá no 10.962, de 2004, admitem as seguintes mo-
36 ser informado discriminando-se o total à vista. dalidades de afixação:
I – direta ou impressa na própria embala- nibilização de croqui da área de vendas, com
gem; a identificação clara e precisa da localização
II – de código referencial; ou dos leitores óticos e a distância que os separa,
III – de código de barras. demonstrando graficamente o cumprimento da
§ 1o Na afixação direta ou impressão na distância máxima fixada neste artigo.
própria embalagem do produto, será observado
o disposto no art. 5o deste Decreto. Art. 8o A modalidade de relação de preços de
§ 2o A utilização da modalidade de afixação produtos expostos e de serviços oferecidos aos
de código referencial deverá atender às seguin- consumidores somente poderá ser empregada
tes exigências: quando for impossível o uso das modalidades
I – a relação dos códigos e seus respecti- descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto.
vos preços devem estar visualmente unidos § 1o A relação de preços de produtos ou
e próximos dos produtos a que se referem, e serviços expostos à venda deve ter sua face
imediatamente perceptível ao consumidor, sem principal voltada ao consumidor, de forma a
a necessidade de qualquer esforço ou desloca- garantir a pronta visualização do preço, inde-
mento de sua parte; e pendentemente de solicitação do consumidor
II – o código referencial deve estar fisi- ou intervenção do comerciante.
camente ligado ao produto, em contraste de § 2o A relação de preços deverá ser também
cores e em tamanho suficientes que permitam afixada, externamente, nas entradas de restau-
a pronta identificação pelo consumidor. rantes, bares, casas noturnas e similares.
§ 3o Na modalidade de afixação de código
de barras, deverão ser observados os seguintes Art. 9o Configuram infrações ao direito bá-
requisitos: sico do consumidor à informação adequada e
I – as informações relativas ao preço à vista, clara sobre os diferentes produtos e serviços,
características e código do produto deverão sujeitando o infrator às penalidades previstas
estar a ele visualmente unidas, garantindo a na Lei no 8.078, de 1990, as seguintes condutas:
pronta identificação pelo consumidor; I – utilizar letras cujo tamanho não seja uni-
II – a informação sobre as características do forme ou dificulte a percepção da informação,
item deve compreender o nome, quantidade e considerada a distância normal de visualização
demais elementos que o particularizem; e do consumidor;
III – as informações deverão ser disponibi- II – expor preços com as cores das letras e
lizadas em etiquetas com caracteres ostensivos do fundo idêntico ou semelhante;
e em cores de destaque em relação ao fundo. III – utilizar caracteres apagados, rasurados
ou borrados;
Art. 7o Na hipótese de utilização do código IV – informar preços apenas em parcelas,
de barras para apreçamento, os fornecedores obrigando o consumidor ao cálculo do total;
deverão disponibilizar, na área de vendas, para V – informar preços em moeda estrangeira,
consulta de preços pelo consumidor, equipa- desacompanhados de sua conversão em moeda
mentos de leitura ótica em perfeito estado de corrente nacional, em caracteres de igual ou
funcionamento. superior destaque;
§ 1o Os leitores óticos deverão ser indicados VI – utilizar referência que deixa dúvida
por cartazes suspensos que informem a sua quanto à identificação do item ao qual se refere;
localização. VII – atribuir preços distintos para o mesmo
§ 2o Os leitores óticos deverão ser dispostos item; e
Normas principais
na área de vendas, observada a distância máxi- VIII – expor informação redigida na vertical
ma de quinze metros entre qualquer produto e ou outro ângulo que dificulte a percepção.
a leitora ótica mais próxima.
§ 3 o Para efeito de fiscalização, os for- Art. 10. A aplicação do disposto neste Decreto
necedores deverão prestar as informações dar-se-á sem prejuízo de outras normas de
necessárias aos agentes fiscais mediante dispo- 37
controle incluídas na competência de demais Brasília, 20 de setembro de 2006; 185o da Inde-
órgãos e entidades federais. pendência e 118o da República.
Parágrafo único. O disposto nos arts. 2o, 3o
e 9 deste Decreto aplica-se às contratações no
o
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio
comércio eletrônico. Thomaz Bastos
Art. 11. Este Decreto entra em vigor noventa Decretado em 20/9/2006 e publicado no DOU de
dias após sua publicação. 21/9/2006.
38
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, revoga o Decreto no 861, de 9 julho de 1993, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da IV – informar, conscientizar e motivar o

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, consumidor, por intermédio dos diferentes
da Constituição, e tendo em vista o disposto na meios de comunicação;
Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, V – solicitar à polícia judiciária a instauração
de inquérito para apuração de delito contra o
DECRETA: consumidor, nos termos da legislação vigente;
VI – representar ao Ministério Público
Art. 1o Fica organizado o Sistema Nacional de competente, para fins de adoção de medidas
Defesa do Consumidor – SNDC e estabeleci- processuais, penais e civis, no âmbito de suas
das as normas gerais de aplicação das sanções atribuições;
administrativas, nos termos da Lei no 8.078, de VII – levar ao conhecimento dos órgãos
11 de setembro de 1990. competentes as infrações de ordem administra-
tiva que violarem os interesses difusos, coletivos
ou individuais dos consumidores;
CAPÍTULO I – Do Sistema Nacional de VIII – solicitar o concurso de órgãos e
Defesa do Consumidor entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como auxiliar
Art. 2o Integram o SNDC a Secretaria Nacio- na fiscalização de preços, abastecimento, quan-
nal do Consumidor do Ministério da Justiça e tidade e segurança de produtos e serviços;
os demais órgãos federais, estaduais, do Distrito IX – incentivar, inclusive com recursos
Federal, municipais e as entidades civis de de- financeiros e outros programas especiais, a
fesa do consumidor. criação de órgãos públicos estaduais e muni-
cipais de defesa do consumidor e a formação,
pelos cidadãos, de entidades com esse mesmo
CAPÍTULO II – Da Competência dos objetivo;
Órgãos Integrantes do SNDC X – fiscalizar e aplicar as sanções admi-
nistrativas previstas na Lei no 8.078, de 1990,
Art. 3o Compete à Secretaria Nacional do e em outras normas pertinentes à defesa do
Consumidor do Ministério da Justiça, a coor- consumidor;
denação da política do Sistema Nacional de XI – solicitar o concurso de órgãos e entida-
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: des de notória especialização técnico-científica
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e para a consecução de seus objetivos;
executar a política nacional de proteção e defesa XII – celebrar convênios e termos de ajusta-
do consumidor; mento de conduta, na forma do § 6o do art. 5o
II – receber, analisar, avaliar e apurar con- da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985;
Normas principais
sultas e denúncias apresentadas por entidades XIII – elaborar e divulgar o cadastro na-
representativas ou pessoas jurídicas de direito cional de reclamações fundamentadas contra
público ou privado ou por consumidores in- fornecedores de produtos e serviços, a que se
dividuais; refere o art. 44 da Lei no 8.078, de 1990;
III – prestar aos consumidores orientação XIV – desenvolver outras atividades com-
permanente sobre seus direitos e garantias; patíveis com suas finalidades. 39
Art. 4o No âmbito de sua jurisdição e com- Art. 6o As entidades e órgãos da Administra-
petência, caberá ao órgão estadual, do Distrito ção Pública destinados à defesa dos interesses
Federal e municipal de proteção e defesa do e direitos protegidos pelo Código de Defesa do
consumidor, criado, na forma da lei, especifi- Consumidor poderão celebrar compromissos
camente para este fim, exercitar as atividades de ajustamento de conduta às exigências legais,
contidas nos incisos II a XII do art. 3o deste nos termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347,
Decreto e, ainda: de 1985, na órbita de suas respectivas compe-
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e tências.
executar a política estadual, do Distrito Federal § 1o A celebração de termo de ajustamento
e municipal de proteção e defesa do consumi- de conduta não impede que outro, desde que
dor, nas suas respectivas áreas de atuação; mais vantajoso para o consumidor, seja lavrado
II – dar atendimento aos consumidores, por quaisquer das pessoas jurídicas de direito
processando, regularmente, as reclamações público integrantes do SNDC.
fundamentadas; § 2o A qualquer tempo, o órgão subscritor
III – fiscalizar as relações de consumo; poderá, diante de novas informações ou se
IV – funcionar, no processo administrativo, assim as circunstâncias o exigirem, retificar ou
como instância de instrução e julgamento, no complementar o acordo firmado, determinando
âmbito de sua competência, dentro das regras outras providências que se fizerem necessárias,
fixadas pela Lei no 8.078, de 1990, pela legislação sob pena de invalidade imediata do ato, dando-
complementar e por este Decreto; se seguimento ao procedimento administrativo
V – elaborar e divulgar anualmente, no eventualmente arquivado.
âmbito de sua competência, o cadastro de re- § 3o O compromisso de ajustamento con-
clamações fundamentadas contra fornecedores terá, entre outras, cláusulas que estipulem
de produtos e serviços, de que trata o art. 44 da condições sobre:
Lei no 8.078, de 1990 e remeter cópia à Secre- I – obrigação do fornecedor de adequar sua
taria Nacional do Consumidor do Ministério conduta às exigências legais, no prazo ajustado;
da Justiça; II – pena pecuniária, diária, pelo descum-
VI – desenvolver outras atividades compa- primento do ajustado, levando-se em conta os
tíveis com suas finalidades. seguintes critérios:
a) o valor global da operação investigada;
Art. 5o Qualquer entidade ou órgão da Admi- b) o valor do produto ou serviço em ques-
nistração Pública, federal, estadual e municipal, tão;
destinado à defesa dos interesses e direitos do c) os antecedentes do infrator;
consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas d) a situação econômica do infrator;
competências, atribuição para apurar e punir III – ressarcimento das despesas de investi-
infrações a este Decreto e à legislação das rela- gação da infração e instrução do procedimento
ções de consumo. administrativo.
Parágrafo único. Se instaurado mais de um § 4 o A celebração do compromisso de
processo administrativo por pessoas jurídicas ajustamento suspenderá o curso do processo
de direito público distintas, para apuração de administrativo, se instaurado, que somente será
infração decorrente de um mesmo fato impu- arquivado após atendidas todas as condições
tado ao mesmo fornecedor, eventual conflito estabelecidas no respectivo termo.
de competência será dirimido pela Secretaria
Nacional do Consumidor, que poderá ouvir a Art. 7o Compete aos demais órgãos públi-
Comissão Nacional Permanente de Defesa do cos federais, estaduais, do Distrito Federal e
Consumidor – CNPDC, levando sempre em municipais que passarem a integrar o SNDC
consideração a competência federativa para fiscalizar as relações de consumo, no âmbito de
legislar sobre a respectiva atividade econômica. sua competência, e autuar, na forma da legisla-
ção, os responsáveis por práticas que violem os
40 direitos do consumidor.
Art. 8o As entidades civis de proteção e de- I – condicionar o fornecimento de produto
fesa do consumidor, legalmente constituídas, ou serviço ao fornecimento de outro produto
poderão: ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
I – encaminhar denúncias aos órgãos públi- quantitativos;
cos de proteção e defesa do consumidor, para II – recusar atendimento às demandas dos
as providências legais cabíveis; consumidores na exata medida de sua disponi-
II – representar o consumidor em juízo, bilidade de estoque e, ainda, de conformidade
observado o disposto no inciso IV do art. 82 com os usos e costumes;
da Lei no 8.078, de 1990; III – recusar, sem motivo justificado, aten-
III – exercer outras atividades correlatas. dimento à demanda dos consumidores de
serviços;
IV – enviar ou entregar ao consumidor
CAPÍTULO III – Da Fiscalização, das qualquer produto ou fornecer qualquer serviço,
Práticas Infrativas e das Penalidades sem solicitação prévia;
Administrativas V – prevalecer-se da fraqueza ou ignorân-
SEÇÃO I – Da Fiscalização cia do consumidor, tendo em vista sua idade,
saúde, conhecimento ou condição social, para
Art. 9o A fiscalização das relações de consu- impingir-lhe seus produtos ou serviços;
mo de que tratam a Lei no 8.078, de 1990, este VI – exigir do consumidor vantagem mani-
Decreto e as demais normas de defesa do con- festamente excessiva;
sumidor será exercida em todo o território na- VII – executar serviços sem a prévia ela-
cional pela Secretaria Nacional do Consumidor boração de orçamento e autorização expressa
do Ministério da Justiça, pelos órgãos federais do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do práticas anteriores entre as partes;
Consumidor, pelos órgãos conveniados com a VIII – repassar informação depreciativa
Secretaria e pelos órgãos de proteção e defesa referente a ato praticado pelo consumidor no
do consumidor criados pelos Estados, Distrito exercício de seus direitos;
Federal e Municípios, em suas respectivas áreas IX – colocar, no mercado de consumo, qual-
de atuação e competência. quer produto ou serviço:
a) em desacordo com as normas expedidas
Art. 10. A fiscalização de que trata este Decre- pelos órgãos oficiais competentes, ou, se nor-
to será efetuada por agentes fiscais, oficialmente mas específicas não existirem, pela Associação
designados, vinculados aos respectivos órgãos Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou
de proteção e defesa do consumidor, no âmbito outra entidade credenciada pelo Conselho
federal, estadual, do Distrito Federal e munici- Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
pal, devidamente credenciados mediante Cédu- lidade Industrial – CONMETRO;
la de Identificação Fiscal, admitida a delegação b) que acarrete riscos à saúde ou à segurança
mediante convênio. dos consumidores e sem informações ostensi-
vas e adequadas;
Art. 11. Sem exclusão da responsabilidade dos c) em desacordo com as indicações constan-
órgãos que compõem o SNDC, os agentes de tes do recipiente, da embalagem, da rotulagem
que trata o artigo anterior responderão pelos ou mensagem publicitária, respeitadas as varia-
atos que praticarem quando investidos da ação ções decorrentes de sua natureza;
fiscalizadora. d) impróprio ou inadequado ao consumo
Normas principais
a que se destina ou que lhe diminua o valor;

X – deixar de reexecutar os serviços, quando
SEÇÃO II – Das Práticas Infrativas cabível, sem custo adicional;
XI – deixar de estipular prazo para o cum-
Art. 12. São consideradas práticas infrativas: primento de sua obrigação ou deixar a fixação
41
ou variação de seu termo inicial a seu exclusivo embalagem, na publicidade e nos impressos
critério. utilizados na transação comercial;
VIII – deixar de cumprir, no caso de forne-
Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas cimento de produtos e serviços, o regime de
infrativas, na forma dos dispositivos da Lei preços tabelados, congelados, administrados,
no 8.078, de 1990: fixados ou controlados pelo Poder Público;
I – ofertar produtos ou serviços sem as in- IX – submeter o consumidor inadimplente a
formações corretas, claras, precisas e ostensivas, ridículo ou a qualquer tipo de constrangimento
em língua portuguesa, sobre suas característi- ou ameaça;
cas, qualidade, quantidade, composição, preço, X – impedir ou dificultar o acesso gratuito
condições de pagamento, juros, encargos, do consumidor às informações existentes em
garantia, prazos de validade e origem, entre cadastros, fichas, registros de dados pessoais e
outros dados relevantes; de consumo, arquivados sobre ele, bem como
II – deixar de comunicar à autoridade sobre as respectivas fontes;
competente a periculosidade do produto ou XI – elaborar cadastros de consumo com
serviço, quando do lançamento dos mesmos no dados irreais ou imprecisos;
mercado de consumo, ou quando da verificação XII – manter cadastros e dados de consumi-
posterior da existência do risco; dores com informações negativas, divergentes
III – deixar de comunicar aos consumi- da proteção legal;
dores, por meio de anúncios publicitários, a XIIII – deixar de comunicar, por escrito, ao
periculosidade do produto ou serviço, quando consumidor a abertura de cadastro, ficha, re-
do lançamento dos mesmos no mercado de gistro de dados pessoais e de consumo, quando
consumo, ou quando da verificação posterior não solicitada por ele;
da existência do risco; XIV – deixar de corrigir, imediata e gratui-
IV – deixar de reparar os danos causados tamente, a inexatidão de dados e cadastros,
aos consumidores por defeitos decorrentes de quando solicitado pelo consumidor;
projetos, fabricação, construção, montagem, XV – deixar de comunicar ao consumidor,
manipulação, apresentação ou acondiciona- no prazo de cinco dias úteis, as correções ca-
mento de seus produtos ou serviços, ou por dastrais por ele solicitadas;
informações insuficientes ou inadequadas sobre XVI – impedir, dificultar ou negar, sem justa
a sua utilização e risco; causa, o cumprimento das declarações cons-
V – deixar de empregar componentes de tantes de escritos particulares, recibos e pré-
reposição originais, adequados e novos, ou que contratos concernentes às relações de consumo;
mantenham as especificações técnicas do fabri- XVII – omitir em impressos, catálogos ou
cante, salvo se existir autorização em contrário comunicações, impedir, dificultar ou negar a
do consumidor; desistência contratual, no prazo de até sete dias
VI – deixar de cumprir a oferta, publicitária a contar da assinatura do contrato ou do ato de
ou não, suficientemente precisa, ressalvada a in- recebimento do produto ou serviço, sempre que
correção retificada em tempo hábil ou exclusi- a contratação ocorrer fora do estabelecimento
vamente atribuível ao veículo de comunicação, comercial, especialmente por telefone ou a

sem prejuízo, inclusive nessas duas hipóteses, domicílio;
do cumprimento forçado do anunciado ou do XVIII – impedir, dificultar ou negar a devo-
ressarcimento de perdas e danos sofridos pelo lução dos valores pagos, monetariamente atua-
consumidor, assegurado o direito de regresso lizados, durante o prazo de reflexão, em caso
do anunciante contra seu segurador ou res- de desistência do contrato pelo consumidor;
ponsável direto; XIX – deixar de entregar o termo de garantia,
VII – omitir, nas ofertas ou vendas eletrôni- devidamente preenchido com as informações
cas, por telefone ou reembolso postal, o nome previstas no parágrafo único do art. 50 da Lei
e endereço do fabricante ou do importador na no 8.078, de 1990;
42
XX – deixar, em contratos que envolvam se aproveite da deficiência de julgamento e da
vendas a prazo ou com cartão de crédito, de inexperiência da criança, desrespeite valores
informar por escrito ao consumidor, prévia e ambientais, seja capaz de induzir o consumi-
adequadamente, inclusive nas comunicações dor a se comportar de forma prejudicial ou
publicitárias, o preço do produto ou do serviço perigosa à sua saúde ou segurança, ou que viole
em moeda corrente nacional, o montante dos normas legais ou regulamentares de controle
juros de mora e da taxa efetiva anual de juros, da publicidade.
os acréscimos legal e contratualmente previstos, § 3o O ônus da prova da veracidade (não
o número e a periodicidade das prestações e, enganosidade) e da correção (não abusividade)
com igual destaque, a soma total a pagar, com da informação ou comunicação publicitária
ou sem financiamento; cabe a quem as patrocina.
XXI – deixar de assegurar a oferta de com-
ponentes e peças de reposição, enquanto não Art. 15. Estando a mesma empresa sendo
cessar a fabricação ou importação do produto, acionada em mais de um Estado federado
e, caso cessadas, de manter a oferta de com- pelo mesmo fato gerador de prática infrativa, a
ponentes e peças de reposição por período autoridade máxima do sistema estadual poderá
razoável de tempo, nunca inferior à vida útil remeter o processo ao órgão coordenador do
do produto ou serviço; SNDC, que apurará o fato e aplicará as sanções
XXII – propor ou aplicar índices ou formas respectivas.
de reajuste alternativos, bem como fazê-lo em
desacordo com aquele que seja legal ou contra- Art. 16. Nos casos de processos administra-
tualmente permitido; tivos em trâmite em mais de um Estado, que
XXIII – recusar a venda de produto ou a envolvam interesses difusos ou coletivos, a
prestação de serviços, publicamente ofertados, Secretaria Nacional do Consumidor poderá
diretamente a quem se dispõe a adquiri-los avocá-los, ouvida a Comissão Nacional Perma-
mediante pronto pagamento, ressalvados os nente de Defesa do Consumidor, e as autorida-
casos regulados em leis especiais; des máximas dos sistemas estaduais.
XXIV – deixar de trocar o produto impró-
prio, inadequado, ou de valor diminuído, por Art. 17. As práticas infrativas classificam-se
outro da mesma espécie, em perfeitas condi- em:
ções de uso, ou de restituir imediatamente a I – leves: aquelas em que forem verificadas
quantia paga, devidamente corrigida, ou fazer somente circunstâncias atenuantes;
abatimento proporcional do preço, a critério II – graves: aquelas em que forem verificadas
do consumidor. circunstâncias agravantes.
Art. 14. É enganosa qualquer modalidade de

informação ou comunicação de caráter publici- SEÇÃO III – Das Penalidades
tário inteira ou parcialmente falsa, ou, por qual- Administrativas
quer outro modo, mesmo por omissão, capaz
de induzir a erro o consumidor a respeito da Art. 18. A inobservância das normas contidas
natureza, características, qualidade, quantida- na Lei no 8.078, de 1990, e das demais normas
de, propriedade, origem, preço e de quaisquer de defesa do consumidor constituirá prática
outros dados sobre produtos ou serviços. infrativa e sujeitará o fornecedor às seguintes
§ 1o É enganosa, por omissão, a publicidade penalidades, que poderão ser aplicadas isolada
Normas principais
que deixar de informar sobre dado essencial do ou cumulativamente, inclusive de forma caute-
produto ou serviço a ser colocado à disposição lar, antecedente ou incidente no processo admi-
dos consumidores. nistrativo, sem prejuízo das de natureza cível,
§ 2o É abusiva, entre outras, a publicidade penal e das definidas em normas específicas:
discriminatória de qualquer natureza, que inci- I – multa;
te à violência, explore o medo ou a superstição, II – apreensão do produto; 43
III – inutilização do produto; fornecer serviços adequados, eficientes, seguros
IV – cassação do registro do produto junto e, quanto aos essenciais, contínuos.
ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto; Art. 21. A aplicação da sanção prevista no
VI – suspensão de fornecimento de produtos inciso II do art. 18 terá lugar quando os pro-
ou serviços; dutos forem comercializados em desacordo
VII – suspensão temporária de atividade; com as especificações técnicas estabelecidas
VIII – revogação de concessão ou permissão em legislação própria, na Lei no 8.078, de 1990,
de uso; e neste Decreto.
IX – cassação de licença do estabelecimento § 1o Os bens apreendidos, a critério da
ou de atividade; autoridade, poderão ficar sob a guarda do pro-
X – interdição, total ou parcial, de estabele- prietário, responsável, preposto ou empregado
cimento, de obra ou de atividade; que responda pelo gerenciamento do negócio,
XI – intervenção administrativa; nomeado fiel depositário, mediante termo pró-
XII – imposição de contrapropaganda. prio, proibida a venda, utilização, substituição,
§ 1o Responderá pela prática infrativa, su- subtração ou remoção, total ou parcial, dos
jeitando-se às sanções administrativas previstas referidos bens.
neste Decreto, quem por ação ou omissão lhe § 2o A retirada de produto por parte da
der causa, concorrer para sua prática ou dela autoridade fiscalizadora não poderá incidir
se beneficiar. sobre quantidade superior àquela necessária à
§ 2o As penalidades previstas neste artigo realização da análise pericial.
serão aplicadas pelos órgãos oficiais integran-
tes do SNDC, sem prejuízo das atribuições do Art. 22. Será aplicada multa ao fornecedor
órgão normativo ou regulador da atividade, na de produtos ou serviços que, direta ou indire-
forma da legislação vigente. tamente, inserir, fizer circular ou utilizar-se de
§ 3o As penalidades previstas nos incisos III cláusula abusiva, qualquer que seja a modali-
a XI deste artigo sujeitam-se a posterior con- dade do contrato de consumo, inclusive nas
firmação pelo órgão normativo ou regulador operações securitárias, bancárias, de crédito
da atividade, nos limites de sua competência. direto ao consumidor, depósito, poupança, mú-
tuo ou financiamento, e especialmente quando:
Art. 19. Toda pessoa física ou jurídica que I – impossibilitar, exonerar ou atenuar a
fizer ou promover publicidade enganosa ou responsabilidade do fornecedor por vícios de
abusiva ficará sujeita à pena de multa, cumu- qualquer natureza dos produtos e serviços ou
lada com aquelas previstas no artigo anterior, implicar renúncia ou disposição de direito do
sem prejuízo da competência de outros órgãos consumidor;
administrativos. II – deixar de reembolsar ao consumidor
Parágrafo único. Incide também nas penas a quantia já paga, nos casos previstos na Lei
deste artigo o fornecedor que: no 8.078, de 1990;
a) deixar de organizar ou negar aos legíti- III – transferir responsabilidades a terceiros;
mos interessados os dados fáticos, técnicos e IV – estabelecer obrigações consideradas

científicos que dão sustentação à mensagem iníquas ou abusivas, que coloquem o consumi-
publicitária; dor em desvantagem exagerada, incompatíveis
b) veicular publicidade de forma que o com a boa-fé ou a equidade;
consumidor não possa, fácil e imediatamente, V – estabelecer inversão do ônus da prova
identificá-la como tal. em prejuízo do consumidor;
VI – determinar a utilização compulsória
Art. 20. Sujeitam-se à pena de multa os órgãos de arbitragem;
públicos que, por si ou suas empresas conces- VII – impuser representante para concluir
sionárias, permissionárias ou sob qualquer ou realizar outro negócio jurídico pelo con-
44 outra forma de empreendimento, deixarem de sumidor;
VIII – deixar ao fornecedor a opção de ou parcialmente, mediante redução proporcio-
concluir ou não o contrato, embora obrigando nal dos juros, encargos e demais acréscimos,
o consumidor; inclusive seguro;
IX – permitir ao fornecedor, direta ou indi- XXI – fizer constar do contrato alguma das
retamente, variação unilateral do preço, juros, cláusulas abusivas a que se refere o art. 56 deste
encargos, forma de pagamento ou atualização Decreto;
monetária; XXII – elaborar contrato, inclusive o de
X – autorizar o fornecedor a cancelar o adesão, sem utilizar termos claros, caracteres
contrato unilateralmente, sem que igual direi- ostensivos e legíveis, que permitam sua ime-
to seja conferido ao consumidor, ou permitir, diata e fácil compreensão, destacando-se as
nos contratos de longa duração ou de trato cláusulas que impliquem obrigação ou limi-
sucessivo, o cancelamento sem justa causa e tação dos direitos contratuais do consumidor,
motivação, mesmo que dada ao consumidor a inclusive com a utilização de tipos de letra
mesma opção; e cores diferenciados, entre outros recursos
XI – obrigar o consumidor a ressarcir os cus- gráficos e visuais;
tos de cobrança de sua obrigação, sem que igual XXIII – que impeça a troca de produto
direito lhe seja conferido contra o fornecedor; impróprio, inadequado, ou de valor diminuí-
XII – autorizar o fornecedor a modificar do, por outro da mesma espécie, em perfeitas
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do condições de uso, ou a restituição imediata da
contrato após sua celebração; quantia paga, devidamente corrigida, ou fazer
XIII – infringir normas ambientais ou pos- abatimento proporcional do preço, a critério
sibilitar sua violação; do consumidor.
XIV – possibilitar a renúncia ao direito de Parágrafo único. Dependendo da gravidade
indenização por benfeitorias necessárias; da infração prevista nos incisos dos arts. 12,
XV – restringir direitos ou obrigações funda- 13 e deste artigo, a pena de multa poderá ser
mentais à natureza do contrato, de tal modo a cumulada com as demais previstas no art. 18,
ameaçar o seu objeto ou o equilíbrio contratual; sem prejuízo da competência de outros órgãos
XVI – onerar excessivamente o consumidor, administrativos.
considerando-se a natureza e o conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras cir- Art. 23. Os serviços prestados e os produtos
cunstâncias peculiares à espécie; remetidos ou entregues ao consumidor, na
XVII – determinar, nos contratos de compra hipótese prevista no inciso IV do art. 12 deste
e venda mediante pagamento em prestações, Decreto, equiparam-se às amostras grátis, ine-
ou nas alienações fiduciárias em garantia, a xistindo obrigação de pagamento.
perda total das prestações pagas, em beneficio
do credor que, em razão do inadimplemento, Art. 24. Para a imposição da pena e sua gra-
pleitear a resilição do contrato e a retomada do dação, serão considerados:
produto alienado, ressalvada a cobrança judicial I – as circunstâncias atenuantes e agravantes;
de perdas e danos comprovadamente sofridos; II – os antecedentes do infrator, nos termos
XVIII – anunciar, oferecer ou estipular do art. 28 deste Decreto.
pagamento em moeda estrangeira, salvo nos
casos previstos em lei; Art. 25. Consideram-se circunstâncias ate-
XIX – cobrar multas de mora superiores a nuantes:
dois por cento, decorrentes do inadimplemento I – a ação do infrator não ter sido fundamen-
Normas principais
de obrigação no seu termo, conforme o dispos- tal para a consecução do fato;

to no § 1o do art. 52 da Lei no 8.078, de 1990, II – ser o infrator primário;
com a redação dada pela Lei no 9.298, de 1o de III – ter o infrator adotado as providências
agosto de 1996; pertinentes para minimizar ou de imediato
XX – impedir, dificultar ou negar ao consu- reparar os efeitos do ato lesivo.
midor a liquidação antecipada do débito, total 45
Art. 26. Consideram-se circunstâncias agra- CAPÍTULO IV – Da Destinação da Multa e
vantes: da Administração dos Recursos
I – ser o infrator reincidente;
II – ter o infrator, comprovadamente, co- Art. 29. A multa de que trata o inciso I do
metido a prática infrativa para obter vantagens art. 56 e caput do art. 57 da Lei no 8.078, de
indevidas; 1990, reverterá para o Fundo pertinente à pes-
III – trazer a prática infrativa consequências soa jurídica de direito público que impuser a
danosas à saúde ou à segurança do consumi- sanção, gerido pelo respectivo Conselho Gestor.
dor; Parágrafo único. As multas arrecadadas pela
IV – deixar o infrator, tendo conhecimento União e órgãos federais reverterão para o Fundo
do ato lesivo, de tomar as providências para de Direitos Difusos de que tratam a Lei no 7.347,
evitar ou mitigar suas consequências; de 1985, e Lei no 9.008, de 21 de março de 1995,
V – ter o infrator agido com dolo; gerido pelo Conselho Federal Gestor do Fundo
VI – ocasionar a prática infrativa dano co- de Defesa dos Direitos Difusos – CFDD.
letivo ou ter caráter repetitivo;
VII – ter a prática infrativa ocorrido em Art. 30. As multas arrecadadas serão destina-
detrimento de menor de dezoito ou maior das ao financiamento de projetos relacionados
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de com os objetivos da Política Nacional de Re-
deficiência física, mental ou sensorial, interdi- lações de Consumo, com a defesa dos direitos
tadas ou não; básicos do consumidor e com a modernização
VIII – dissimular-se a natureza ilícita do ato administrativa dos órgãos públicos de defesa
ou atividade; do consumidor, após aprovação pelo respectivo
IX – ser a conduta infrativa praticada Conselho Gestor, em cada unidade federativa.
aproveitando-se o infrator de grave crise
econômica ou da condição cultural, social ou Art. 31. Na ausência de Fundos municipais,
econômica da vítima, ou, ainda, por ocasião os recursos serão depositados no Fundo do
de calamidade. respectivo Estado e, faltando este, no Fundo
federal.
Art. 27. Considera-se reincidência a repetição Parágrafo único. O Conselho Federal Gestor
de prática infrativa, de qualquer natureza, às do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos po-
normas de defesa do consumidor, punida por derá apreciar e autorizar recursos para projetos
decisão administrativa irrecorrível. especiais de órgãos e entidades federais, esta-
Parágrafo único. Para efeito de reincidência, duais e municipais de defesa do consumidor.
não prevalece a sanção anterior, se entre a data
da decisão administrativa definitiva e aquela da Art. 32. Na hipótese de multa aplicada pelo
prática posterior houver decorrido período de órgão coordenador do SNDC nos casos pre-
tempo superior a cinco anos. vistos pelo art. 15 deste Decreto, o Conselho
Federal Gestor do FDD restituirá aos fundos
Art. 28. Observado o disposto no art. 24 dos Estados envolvidos o percentual de até
deste Decreto pela autoridade competente, a oitenta por cento do valor arrecadado.
pena de multa será fixada considerando-se a
gravidade da prática infrativa, a extensão do
dano causado aos consumidores, a vantagem CAPÍTULO V – Do Processo Administrativo
auferida com o ato infrativo e a condição eco- SEÇÃO I – Das Disposições Gerais
nômica do infrator, respeitados os parâmetros
estabelecidos no parágrafo único do art. 57 da Art. 33. As práticas infrativas às normas de
Lei no 8.078, de 1990. proteção e defesa do consumidor serão apu-
radas em processo administrativo, que terá
início mediante:
46
I – ato, por escrito, da autoridade compe- f) a identificação do agente autuante, sua
tente; assinatura, a indicação do seu cargo ou função
I – lavratura de auto de infração; e o número de sua matrícula;
III – reclamação. g) a designação do órgão julgador e o res-
§ 1o Antecedendo à instauração do processo pectivo endereço;
administrativo, poderá a autoridade competen- h) a assinatura do autuado;
te abrir investigação preliminar, cabendo, para II – o Auto de Apreensão e o Termo de
tanto, requisitar dos fornecedores informações Depósito:
sobre as questões investigados, resguardado o a) o local, a data e a hora da lavratura;
segredo industrial, na forma do disposto no § 4o b) o nome, o endereço e a qualificação do
do art. 55 da Lei no 8.078, de 1990. depositário;
§ 2o A recusa à prestação das informações c) a descrição e a quantidade dos produtos
ou o desrespeito às determinações e convo- apreendidos;
cações dos órgãos do SNDC caracterizam d) as razões e os fundamentos da apreensão;
desobediência, na forma do art. 330 do Código e) o local onde o produto ficará armaze-
Penal, ficando a autoridade administrativa com nado;
poderes para determinar a imediata cessação f) a quantidade de amostra colhida para
da prática, além da imposição das sanções análise;
administrativas e civis cabíveis. g) a identificação do agente autuante, sua
assinatura, a indicação do seu cargo ou função
e o número de sua matrícula;
SEÇÃO II – Da Reclamação h) a assinatura do depositário;
i) as proibições contidas no § 1o do art. 21
Art. 34. O consumidor poderá apresentar sua deste Decreto.
reclamação pessoalmente, ou por telegrama,
carta, telex, fac-símile ou qualquer outro meio Art. 36. Os Autos de Infração, de Apreensão
de comunicação, a quaisquer dos órgãos oficiais e o Termo de Depósito serão lavrados pelo
de proteção e defesa do consumidor. agente autuante que houver verificado a prática
infrativa, preferencialmente no local onde foi
comprovada a irregularidade.
SEÇÃO III – Dos Autos de Infração, de
Apreensão e do Termo de Depósito Art. 37. Os Autos de Infração, de Apreensão e
o Termo de Depósito serão lavrados em impres-
Art. 35. Os Autos de infração, de Apreensão so próprio, composto de três vias, numeradas
e o Termo de Depósito deverão ser impressos, tipograficamente.
numerados em série e preenchidos de forma § 1o Quando necessário, para comprovação
clara e precisa, sem entrelinhas, rasuras ou de infração, os Autos serão acompanhados de
emendas, mencionando: laudo pericial.
I – o Auto de Infração: § 2o Quando a verificação do defeito ou
a) o local, a data e a hora da lavratura; vício relativo à qualidade, oferta e apresentação
b) o nome, o endereço e a qualificação do de produtos não depender de perícia, o agente
autuado; competente consignará o fato no respectivo
c) a descrição do fato ou do ato constitutivo Auto.
da infração;
Normas principais
d) o dispositivo legal infringido; Art. 38. A assinatura nos Autos de Infração, de

e) a determinação da exigência e a intima- Apreensão e no Termo de Depósito, por parte
ção para cumpri-la ou impugná-la no prazo do autuado, ao receber cópias dos mesmos,
de dez dias; constitui notificação, sem implicar confissão,
para os fins do art. 44 do presente Decreto.
47
Parágrafo único. Em caso de recusa do I – pessoalmente ao infrator, seu mandatário
autuado em assinar os Autos de Infração, de ou preposto;
Apreensão e o Termo de Depósito, o Agente II – por carta registrada ao infrator, seu
competente consignará o fato nos Autos e no mandatário ou preposto, com Aviso de Rece-
Termo, remetendo-os ao autuado por via pos- bimento (AR).
tal, com Aviso de Recebimento (AR) ou outro § 2o Quando o infrator, seu mandatário ou
procedimento equivalente, tendo os mesmos preposto não puder ser notificado, pessoalmen-
efeitos do caput deste artigo. te ou por via postal, será feita a notificação por
edital, a ser afixado nas dependências do órgão
respectivo, em lugar público, pelo prazo de dez
SEÇÃO IV – Da Instauração do Processo dias, ou divulgado, pelo menos uma vez, na im-
Administrativo por Ato de Autoridade prensa oficial ou em jornal de circulação local.
Competente
Art. 39. O processo administrativo de que tra- SEÇÃO VI – Da Impugnação e do

ta o art. 33 deste Decreto poderá ser instaurado Julgamento do Processo Administrativo
mediante reclamação do interessado ou por
iniciativa da própria autoridade competente. Art. 43. O processo administrativo decor-
Parágrafo único. Na hipótese de a inves- rente de Auto de Infração, de ato de ofício de
tigação preliminar não resultar em processo autoridade competente, ou de reclamação será
administrativo com base em reclamação instruído e julgado na esfera de atribuição do
apresentada por consumidor, deverá este ser órgão que o tiver instaurado.
informado sobre as razões do arquivamento
pela autoridade competente. Art. 44. O infrator poderá impugnar o pro-
cesso administrativo, no prazo de dez dias,
Art. 40. O processo administrativo, na for- contados processualmente de sua notificação,
ma deste Decreto, deverá, obrigatoriamente, indicando em sua defesa:
conter: I – a autoridade julgadora a quem é dirigida;
I – a identificação do infrator; II – a qualificação do impugnante;
II – a descrição do fato ou ato constitutivo III – as razões de fato e de direito que fun-
da infração; damentam a impugnação;
III – os dispositivos legais infringidos; IV – as provas que lhe dão suporte.
IV – a assinatura da autoridade competente.
Art. 45. Decorrido o prazo da impugnação,
Art. 41. A autoridade administrativa poderá o órgão julgador determinará as diligências
determinar, na forma de ato próprio, cons- cabíveis, podendo dispensar as meramente pro-
tatação preliminar da ocorrência de prática telatórias ou irrelevantes, sendo-lhe facultado
presumida. requisitar do infrator, de quaisquer pessoas fí-
sicas ou jurídicas, órgãos ou entidades públicas
as necessárias informações, esclarecimentos ou

SEÇÃO V – Da Notificação documentos, a serem apresentados no prazo
estabelecido.
Art. 42. A autoridade competente expedirá
notificação ao infrator, fixando o prazo de dez Art. 46. A decisão administrativa conterá re-
dias, a contar da data de seu recebimento, para latório dos fatos, o respectivo enquadramento
apresentar defesa, na forma do art. 44 deste legal e, se condenatória, a natureza e gradação
Decreto. da pena.
§ 1o A notificação, acompanhada de cópia § 1o A autoridade administrativa competen-
da inicial do processo administrativo a que se te, antes de julgar o feito, apreciará a defesa e
48 refere o art. 40, far-se-á: as provas produzidas pelas partes, não estando
vinculada ao relatório de sua consultoria jurí- bendo recurso ao titular da Secretaria Nacional
dica ou órgão similar, se houver. do Consumidor, no prazo de dez dias, contado
§ 2o Julgado o processo e fixada a multa, da data da intimação da decisão, como segunda
será o infrator notificado para efetuar seu re- e última instância recursal.
colhimento no prazo de dez dias ou apresentar
recurso. Art. 51. Não será conhecido o recurso inter-
§ 3o Em caso de provimento do recurso, posto fora dos prazos e condições estabelecidos
os valores recolhidos serão devolvidos ao re- neste Decreto.
corrente na forma estabelecida pelo Conselho
Gestor do Fundo. Art. 52. Sendo julgada insubsistente a in-
fração, a autoridade julgadora recorrerá à
Art. 47. Quando a cominação prevista for autoridade imediatamente superior, nos termos
a contrapropaganda, o processo poderá ser fixados nesta Seção, mediante declaração na
instruído com indicações técnico-publicitárias, própria decisão.
das quais se intimará o autuado, obedecidas, na
execução da respectiva decisão, as condições Art. 53. A decisão é definitiva quando não
constantes do § 1o do art. 60 da Lei no 8.078, mais couber recurso, seja de ordem formal ou
de 1990. material.
Art. 54. Todos os prazos referidos nesta Seção

SEÇÃO VII – Das Nulidades são preclusivos.
Art. 48. A inobservância de forma não acarre-

tará a nulidade do ato, se não houver prejuízo SEÇÃO IX – Da Inscrição na Dívida Ativa
para a defesa.
Parágrafo único. A nulidade prejudica Art. 55. Não sendo recolhido o valor da multa
somente os atos posteriores ao ato declarado em trinta dias, será o débito inscrito em dívida
nulo e dele diretamente dependentes ou de ativa do órgão que houver aplicado a sanção,
que sejam consequência, cabendo à autoridade para subsequente cobrança executiva.
que a declarar indicar tais atos e determinar o
adequado procedimento saneador, se for o caso.
CAPÍTULO VI – Do Elenco de Cláusulas
Abusivas e do Cadastro de Fornecedores
SEÇÃO VIII – Dos Recursos SEÇÃO I – Do Elenco de Cláusulas Abusivas
Administrativos
Art. 56. Na forma do art. 51 da Lei no 8.078,
Art. 49. Das decisões da autoridade compe- de 1990, e com o objetivo de orientar o Sis-
tente do órgão público que aplicou a sanção tema Nacional de Defesa do Consumidor, a
caberá recurso, sem efeito suspensivo, no prazo Secretaria Nacional do Consumidor divulgará,
de dez dias, contados da data da intimação da anualmente, elenco complementar de cláusulas
decisão, a seu superior hierárquico, que profe- contratuais consideradas abusivas, notadamen-
rirá decisão definitiva. te para o fim de aplicação do disposto no inciso
Parágrafo único. No caso de aplicação de IV do caput do art. 22.
multas, o recurso será recebido, com efeito § 1o Na elaboração do elenco referido no
Normas principais
suspensivo, pela autoridade superior. caput e posteriores inclusões, a consideração

sobre a abusividade de cláusulas contratuais se
Art. 50. Quando o processo tramitar no âm- dará de forma genérica e abstrata.
bito do Departamento de Proteção e Defesa § 2o O elenco de cláusulas consideradas
do Consumidor, o julgamento do feito será de abusivas tem natureza meramente exemplifi-
responsabilidade do Diretor daquele órgão, ca- cativa, não impedindo que outras, também, 49
possam vir a ser assim consideradas pelos ór- identificação do fornecedor e o atendimento
gãos da Administração Pública incumbidos da ou não da reclamação pelo fornecedor.
defesa dos interesses e direitos protegidos pelo § 3o Os cadastros deverão ser atualizados
Código de Defesa do Consumidor e legislação permanentemente, por meio das devidas
correlata. anotações, não podendo conter informações
§ 3o A apreciação sobre a abusividade de negativas sobre fornecedores, referentes a pe-
cláusulas contratuais, para fins de sua inclusão ríodo superior a cinco anos, contado da data
no elenco a que se refere o caput deste artigo, se da intimação da decisão definitiva.
dará de ofício ou por provocação dos legitima-
dos referidos no art. 82 da Lei no 8.078, de 1990. Art. 60. Os cadastros de reclamações funda-
mentadas contra fornecedores são conside-
rados arquivos públicos, sendo informações
SEÇÃO II – Do Cadastro de Fornecedores e fontes a todos acessíveis, gratuitamente,
vedada a utilização abusiva ou, por qualquer
Art. 57. Os cadastros de reclamações fun- outro modo, estranha à defesa e orientação
damentadas contra fornecedores constituem dos consumidores, ressalvada a hipótese de
instrumento essencial de defesa e orientação publicidade comparativa.
dos consumidores, devendo os órgãos públicos
competentes assegurar sua publicidade, confia- Art. 61. O consumidor ou fornecedor poderá
bilidade e continuidade, nos termos do art. 44 requerer, em cinco dias a contar da divulgação
da Lei no 8.078, de 1990. do cadastro e mediante petição fundamentada,
a retificação de informação inexata que nele
Art. 58. Para os fins deste Decreto, conside- conste, bem como a inclusão de informação
ra-se: omitida, devendo a autoridade competente, no
I – cadastro: o resultado dos registros feitos prazo de dez dias úteis, pronunciar-se, motiva-
pelos órgãos públicos de defesa do consumidor damente, pela procedência ou improcedência
de todas as reclamações fundamentadas contra do pedido.
fornecedores; Parágrafo único. No caso de acolhimento do
II – reclamação fundamentada: a notícia de pedido, a autoridade competente providenciará,
lesão ou ameaça a direito de consumidor ana- no prazo deste artigo, a retificação ou inclusão
lisada por órgão público de defesa do consumi- de informação e sua divulgação, nos termos do
dor, a requerimento ou de ofício, considerada § 1o do art. 59 deste Decreto.
procedente, por decisão definitiva.
Art. 62. Os cadastros específicos de cada
Art. 59. Os órgãos públicos de defesa do órgão público de defesa do consumidor serão
consumidor devem providenciar a divulgação consolidados em cadastros gerais, nos âmbitos
periódica dos cadastros atualizados de recla- federal e estadual, aos quais se aplica o disposto
mações fundamentadas contra fornecedores. nos artigos desta Seção.
§ 1o O cadastro referido no caput deste
artigo será publicado, obrigatoriamente, no

órgão de imprensa oficial local, devendo a en- CAPÍTULO VII – Das Disposições Gerais
tidade responsável dar-lhe a maior publicidade
possível por meio dos órgãos de comunicação, Art. 63. Com base na Lei no 8.078, de 1990, e
inclusive eletrônica. legislação complementar, a Secretaria Nacional
§ 2o O cadastro será divulgado anualmen- do Consumidor poderá expedir atos adminis-
te, podendo o órgão responsável fazê-lo em trativos, visando à fiel observância das normas
período menor, sempre que julgue necessá- de proteção e defesa do consumidor.
rio, e conterá informações objetivas, claras e
verdadeiras sobre o objeto da reclamação, a Art. 64. Poderão ser lavrados Autos de Com-
50 provação ou Constatação, a fim de estabelecer
a situação real de mercado, em determinado Art. 67. Fica revogado o Decreto no 861, de 9
lugar e momento, obedecido o procedimento de julho de 1993.
adequado.
Brasília, 20 de março de 1997; 176o da Indepen-
Art. 65. Em caso de impedimento à aplicação dência e 109o da República.
do presente Decreto, ficam as autoridades com-
petentes autorizadas a requisitar o emprego de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
força policial. Nelson A. Jobim
Art. 66. Este Decreto entra em vigor na data Decretado em 20/3/1997 e publicado no DOU de
de sua publicação. 21/3/1997.
Normas principais
51
Normas correlatas
Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ��
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
e eu sanciono a seguinte Lei: publicação.
Art. 1o Fica autorizada a diferenciação de Brasília, 26 de junho de 2017; 196o da Indepen-

preços de bens e serviços oferecidos ao públi- dência e 129o da República.
co em função do prazo ou do instrumento de
pagamento utilizado. MICHEL TEMER – Henrique Meirelles – Ilan
Parágrafo único. É nula a cláusula contra- Goldfajn
tual, estabelecida no âmbito de arranjos de pa-
gamento ou de outros acordos para prestação de Promulgada em 26/6/2017 e publicada no DOU de
serviço de pagamento, que proíba ou restrinja 27/6/2017.
a diferenciação de preços facultada no caput
deste artigo.
54
Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA VI – responsabilização dos agentes de acordo

com suas atividades, nos termos da lei;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta VII – preservação da natureza participativa
e eu sanciono a seguinte Lei: da rede;
VIII – liberdade dos modelos de negócios
promovidos na internet, desde que não con-
CAPÍTULO I – Disposições Preliminares flitem com os demais princípios estabelecidos
nesta Lei.
Art. 1o Esta Lei estabelece princípios, garan- Parágrafo único. Os princípios expressos
tias, direitos e deveres para o uso da internet no nesta Lei não excluem outros previstos no
Brasil e determina as diretrizes para atuação da ordenamento jurídico pátrio relacionados à
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos matéria ou nos tratados internacionais em que
Municípios em relação à matéria. a República Federativa do Brasil seja parte.
Art. 2o A disciplina do uso da internet no Bra- Art. 4o A disciplina do uso da internet no

sil tem como fundamento o respeito à liberdade Brasil tem por objetivo a promoção:
de expressão, bem como: I – do direito de acesso à internet a todos;
I – o reconhecimento da escala mundial II – do acesso à informação, ao conheci-
da rede; mento e à participação na vida cultural e na
II – os direitos humanos, o desenvolvimento condução dos assuntos públicos;
da personalidade e o exercício da cidadania em III – da inovação e do fomento à ampla
meios digitais; difusão de novas tecnologias e modelos de uso
III – a pluralidade e a diversidade; e acesso; e
IV – a abertura e a colaboração; IV – da adesão a padrões tecnológicos aber-
V – a livre iniciativa, a livre concorrência e tos que permitam a comunicação, a acessibili-
a defesa do consumidor; e dade e a interoperabilidade entre aplicações e
VI – a finalidade social da rede. bases de dados.
Art. 3o A disciplina do uso da internet no Art. 5o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Brasil tem os seguintes princípios: I – internet: o sistema constituído do con-
I – garantia da liberdade de expressão, co- junto de protocolos lógicos, estruturado em
municação e manifestação de pensamento, nos escala mundial para uso público e irrestrito,
termos da Constituição Federal; com a finalidade de possibilitar a comunicação
II – proteção da privacidade; de dados entre terminais por meio de diferentes
III – proteção dos dados pessoais, na forma redes;
da lei; II – terminal: o computador ou qualquer
IV – preservação e garantia da neutralidade dispositivo que se conecte à internet;
Normas correlatas
de rede; III – endereço de protocolo de internet (en-

V – preservação da estabilidade, segurança dereço IP): o código atribuído a um terminal
e funcionalidade da rede, por meio de medidas de uma rede para permitir sua identificação,
técnicas compatíveis com os padrões interna- definido segundo parâmetros internacionais;
cionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas; IV – administrador de sistema autônomo: a
pessoa física ou jurídica que administra blocos 55
de endereço IP específicos e o respectivo sis- V – manutenção da qualidade contratada da
tema autônomo de roteamento, devidamente conexão à internet;
cadastrada no ente nacional responsável pelo VI – informações claras e completas cons-
registro e distribuição de endereços IP geogra- tantes dos contratos de prestação de serviços,
ficamente referentes ao País; com detalhamento sobre o regime de proteção
V – conexão à internet: a habilitação de um aos registros de conexão e aos registros de
terminal para envio e recebimento de pacotes acesso a aplicações de internet, bem como sobre
de dados pela internet, mediante a atribuição práticas de gerenciamento da rede que possam
ou autenticação de um endereço IP; afetar sua qualidade;
VI – registro de conexão: o conjunto de VII – não fornecimento a terceiros de seus
informações referentes à data e hora de início dados pessoais, inclusive registros de conexão,
e término de uma conexão à internet, sua du- e de acesso a aplicações de internet, salvo me-
ração e o endereço IP utilizado pelo terminal diante consentimento livre, expresso e informa-
para o envio e recebimento de pacotes de dados; do ou nas hipóteses previstas em lei;
VII – aplicações de internet: o conjunto de VIII – informações claras e completas so-
funcionalidades que podem ser acessadas por bre coleta, uso, armazenamento, tratamento e
meio de um terminal conectado à internet; e proteção de seus dados pessoais, que somente
VIII – registros de acesso a aplicações de poderão ser utilizados para finalidades que:
internet: o conjunto de informações referentes a) justifiquem sua coleta;
à data e hora de uso de uma determinada apli- b) não sejam vedadas pela legislação; e
cação de internet a partir de um determinado c) estejam especificadas nos contratos de
endereço IP. prestação de serviços ou em termos de uso de
aplicações de internet;
Art. 6 o Na interpretação desta Lei serão IX – consentimento expresso sobre coleta,
levados em conta, além dos fundamentos, uso, armazenamento e tratamento de dados
princípios e objetivos previstos, a natureza da pessoais, que deverá ocorrer de forma desta-
internet, seus usos e costumes particulares e sua cada das demais cláusulas contratuais;
importância para a promoção do desenvolvi- X – exclusão definitiva dos dados pessoais
mento humano, econômico, social e cultural. que tiver fornecido a determinada aplicação
de internet, a seu requerimento, ao término da
relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses
CAPÍTULO II – Dos Direitos e Garantias de guarda obrigatória de registros previstas
dos Usuários nesta Lei;
XI – publicidade e clareza de eventuais
Art. 7o O acesso à internet é essencial ao exer- políticas de uso dos provedores de conexão à
cício da cidadania, e ao usuário são assegurados internet e de aplicações de internet;
os seguintes direitos: XII – acessibilidade, consideradas as caracte-
I – inviolabilidade da intimidade e da vida rísticas físico-motoras, perceptivas, sensoriais,
privada, sua proteção e indenização pelo dano intelectuais e mentais do usuário, nos termos
material ou moral decorrente de sua violação; da lei; e

II – inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas XIII – aplicação das normas de proteção e
comunicações pela internet, salvo por ordem defesa do consumidor nas relações de consumo
judicial, na forma da lei; realizadas na internet.
III – inviolabilidade e sigilo de suas co-
municações privadas armazenadas, salvo por Art. 8o A garantia do direito à privacidade e
ordem judicial; à liberdade de expressão nas comunicações é
IV – não suspensão da conexão à internet, condição para o pleno exercício do direito de
salvo por débito diretamente decorrente de sua acesso à internet.
utilização;
56
Parágrafo único. São nulas de pleno direito comutação ou roteamento, é vedado bloquear,
as cláusulas contratuais que violem o disposto monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos
no caput, tais como aquelas que: pacotes de dados, respeitado o disposto neste
I – impliquem ofensa à inviolabilidade e artigo.
ao sigilo das comunicações privadas, pela
internet; ou
II – em contrato de adesão, não ofereçam SEÇÃO II – Da Proteção aos Registros, aos
como alternativa ao contratante a adoção do Dados Pessoais e às Comunicações Privadas
foro brasileiro para solução de controvérsias
decorrentes de serviços prestados no Brasil. Art. 10. A guarda e a disponibilização dos
registros de conexão e de acesso a aplicações
de internet de que trata esta Lei, bem como de
CAPÍTULO III – Da Provisão de Conexão e dados pessoais e do conteúdo de comunicações
de Aplicações de Internet privadas, devem atender à preservação da inti-
SEÇÃO I – Da Neutralidade de Rede midade, da vida privada, da honra e da imagem
das partes direta ou indiretamente envolvidas.
Art. 9o O responsável pela transmissão, comu- § 1o O provedor responsável pela guarda
tação ou roteamento tem o dever de tratar de somente será obrigado a disponibilizar os
forma isonômica quaisquer pacotes de dados, registros mencionados no caput, de forma
sem distinção por conteúdo, origem e destino, autônoma ou associados a dados pessoais ou
serviço, terminal ou aplicação. a outras informações que possam contribuir
§ 1o A discriminação ou degradação do para a identificação do usuário ou do terminal,
tráfego será regulamentada nos termos das atri- mediante ordem judicial, na forma do disposto
buições privativas do Presidente da República na Seção IV deste Capítulo, respeitado o dis-
previstas no inciso IV do art. 84 da Constituição posto no art. 7o.
Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos § 2o O conteúdo das comunicações privadas
o Comitê Gestor da Internet e a Agência Na- somente poderá ser disponibilizado mediante
cional de Telecomunicações, e somente poderá ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
decorrer de: lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos
I – requisitos técnicos indispensáveis à II e III do art. 7o.
prestação adequada dos serviços e aplicações; e § 3o O disposto no caput não impede o
II – priorização de serviços de emergência. acesso aos dados cadastrais que informem
§ 2o Na hipótese de discriminação ou degra- qualificação pessoal, filiação e endereço, na
dação do tráfego prevista no § 1o, o responsável forma da lei, pelas autoridades administrativas
mencionado no caput deve: que detenham competência legal para a sua
I – abster-se de causar dano aos usuários, requisição.
na forma do art. 927 da Lei no 10.406, de 10 de § 4o As medidas e os procedimentos de
janeiro de 2002 – Código Civil; segurança e de sigilo devem ser informados
II – agir com proporcionalidade, transpa- pelo responsável pela provisão de serviços de
rência e isonomia; forma clara e atender a padrões definidos em
III – informar previamente de modo trans- regulamento, respeitado seu direito de confi-
parente, claro e suficientemente descritivo aos dencialidade quanto a segredos empresariais.
seus usuários sobre as práticas de gerenciamen-
to e mitigação de tráfego adotadas, inclusive as Art. 11. Em qualquer operação de coleta,
Normas correlatas
relacionadas à segurança da rede; e armazenamento, guarda e tratamento de re-

IV – oferecer serviços em condições comer- gistros, de dados pessoais ou de comunicações
ciais não discriminatórias e abster-se de praticar por provedores de conexão e de aplicações de
condutas anticoncorrenciais. internet em que pelo menos um desses atos
§ 3o Na provisão de conexão à internet, ocorra em território nacional, deverão ser obri-
onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, gatoriamente respeitados a legislação brasileira 57
e os direitos à privacidade, à proteção dos dados SUBSEÇÃO I – Da Guarda de Registros de
pessoais e ao sigilo das comunicações privadas Conexão
e dos registros.
§ 1o O disposto no caput aplica-se aos dados Art. 13. Na provisão de conexão à internet,
coletados em território nacional e ao conteúdo cabe ao administrador de sistema autônomo
das comunicações, desde que pelo menos um respectivo o dever de manter os registros de
dos terminais esteja localizado no Brasil. conexão, sob sigilo, em ambiente controlado
§ 2o O disposto no caput aplica-se mesmo e de segurança, pelo prazo de 1 (um) ano, nos
que as atividades sejam realizadas por pessoa termos do regulamento.
jurídica sediada no exterior, desde que oferte § 1o A responsabilidade pela manutenção
serviço ao público brasileiro ou pelo menos dos registros de conexão não poderá ser trans-
uma integrante do mesmo grupo econômico ferida a terceiros.
possua estabelecimento no Brasil. § 2o A autoridade policial ou administrativa
§ 3o Os provedores de conexão e de aplica- ou o Ministério Público poderá requerer cau-
ções de internet deverão prestar, na forma da telarmente que os registros de conexão sejam
regulamentação, informações que permitam a guardados por prazo superior ao previsto no
verificação quanto ao cumprimento da legis- caput.
lação brasileira referente à coleta, à guarda, ao § 3o Na hipótese do § 2o, a autoridade reque-
armazenamento ou ao tratamento de dados, rente terá o prazo de 60 (sessenta) dias, conta-
bem como quanto ao respeito à privacidade e dos a partir do requerimento, para ingressar
ao sigilo de comunicações. com o pedido de autorização judicial de acesso
§ 4o Decreto regulamentará o procedimento aos registros previstos no caput.
para apuração de infrações ao disposto neste § 4o O provedor responsável pela guarda
artigo. dos registros deverá manter sigilo em relação ao
requerimento previsto no § 2o, que perderá sua
Art. 12. Sem prejuízo das demais sanções eficácia caso o pedido de autorização judicial
cíveis, criminais ou administrativas, as infra- seja indeferido ou não tenha sido protocolado
ções às normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam no prazo previsto no § 3o.
sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções, § 5o Em qualquer hipótese, a disponibili-
aplicadas de forma isolada ou cumulativa: zação ao requerente dos registros de que trata
I – advertência, com indicação de prazo para este artigo deverá ser precedida de autorização
adoção de medidas corretivas; judicial, conforme disposto na Seção IV deste
II – multa de até 10% (dez por cento) do Capítulo.
faturamento do grupo econômico no Brasil § 6o Na aplicação de sanções pelo descum-
no seu último exercício, excluídos os tributos, primento ao disposto neste artigo, serão consi-
considerados a condição econômica do infra- derados a natureza e a gravidade da infração, os
tor e o princípio da proporcionalidade entre a danos dela resultantes, eventual vantagem aufe-
gravidade da falta e a intensidade da sanção; rida pelo infrator, as circunstâncias agravantes,
III – suspensão temporária das atividades os antecedentes do infrator e a reincidência.
que envolvam os atos previstos no art. 11; ou

IV – proibição de exercício das atividades
que envolvam os atos previstos no art. 11. SUBSEÇÃO II – Da Guarda de Registros de
Parágrafo único. Tratando-se de empresa Acesso a Aplicações de Internet na Provisão
estrangeira, responde solidariamente pelo de Conexão
pagamento da multa de que trata o caput sua
filial, sucursal, escritório ou estabelecimento Art. 14. Na provisão de conexão, onerosa ou
situado no País. gratuita, é vedado guardar os registros de acesso
a aplicações de internet.
58
SUBSEÇÃO III – Da Guarda de Registros de de acesso a aplicações de internet não implica
Acesso a Aplicações de Internet na Provisão responsabilidade sobre danos decorrentes do
de Aplicações uso desses serviços por terceiros.
Art. 15. O provedor de aplicações de internet

constituído na forma de pessoa jurídica e que SEÇÃO III – Da Responsabilidade por
exerça essa atividade de forma organizada, Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por
profissionalmente e com fins econômicos de- Terceiros
verá manter os respectivos registros de acesso a
aplicações de internet, sob sigilo, em ambiente Art. 18. O provedor de conexão à internet
controlado e de segurança, pelo prazo de 6 não será responsabilizado civilmente por danos
(seis) meses, nos termos do regulamento. decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.
§ 1o Ordem judicial poderá obrigar, por
tempo certo, os provedores de aplicações de Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberda-
internet que não estão sujeitos ao disposto de de expressão e impedir a censura, o provedor
no caput a guardarem registros de acesso a de aplicações de internet somente poderá ser
aplicações de internet, desde que se trate de responsabilizado civilmente por danos decor-
registros relativos a fatos específicos em período rentes de conteúdo gerado por terceiros se, após
determinado. ordem judicial específica, não tomar as provi-
§ 2o A autoridade policial ou administrativa dências para, no âmbito e nos limites técnicos
ou o Ministério Público poderão requerer cau- do seu serviço e dentro do prazo assinalado,
telarmente a qualquer provedor de aplicações tornar indisponível o conteúdo apontado como
de internet que os registros de acesso a aplica- infringente, ressalvadas as disposições legais
ções de internet sejam guardados, inclusive por em contrário.
prazo superior ao previsto no caput, observado § 1o A ordem judicial de que trata o caput
o disposto nos §§ 3o e 4o do art. 13. deverá conter, sob pena de nulidade, identifi-
§ 3o Em qualquer hipótese, a disponibili- cação clara e específica do conteúdo apontado
zação ao requerente dos registros de que trata como infringente, que permita a localização
este artigo deverá ser precedida de autorização inequívoca do material.
judicial, conforme disposto na Seção IV deste § 2o A aplicação do disposto neste artigo
Capítulo. para infrações a direitos de autor ou a direitos
§ 4o Na aplicação de sanções pelo descum- conexos depende de previsão legal específica,
primento ao disposto neste artigo, serão consi- que deverá respeitar a liberdade de expressão e
derados a natureza e a gravidade da infração, os demais garantias previstas no art. 5o da Cons-
danos dela resultantes, eventual vantagem aufe- tituição Federal.
rida pelo infrator, as circunstâncias agravantes, § 3o As causas que versem sobre ressarci-
os antecedentes do infrator e a reincidência. mento por danos decorrentes de conteúdos
disponibilizados na internet relacionados à
Art. 16. Na provisão de aplicações de internet, honra, à reputação ou a direitos de persona-
onerosa ou gratuita, é vedada a guarda: lidade, bem como sobre a indisponibilização
I – dos registros de acesso a outras aplicações desses conteúdos por provedores de aplicações
de internet sem que o titular dos dados tenha de internet, poderão ser apresentadas perante
consentido previamente, respeitado o disposto os juizados especiais.
no art. 7o; ou § 4 o O juiz, inclusive no procedimento
Normas correlatas
II – de dados pessoais que sejam excessivos previsto no § 3o, poderá antecipar, total ou
em relação à finalidade para a qual foi dado parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no
consentimento pelo seu titular. pedido inicial, existindo prova inequívoca do
fato e considerado o interesse da coletividade na
Art. 17. Ressalvadas as hipóteses previstas disponibilização do conteúdo na internet, desde
nesta Lei, a opção por não guardar os registros que presentes os requisitos de verossimilhança 59
da alegação do autor e de fundado receio de mento de registros de conexão ou de registros
dano irreparável ou de difícil reparação. de acesso a aplicações de internet.
Parágrafo único. Sem prejuízo dos demais
Art. 20. Sempre que tiver informações de requisitos legais, o requerimento deverá conter,
contato do usuário diretamente responsável sob pena de inadmissibilidade:
pelo conteúdo a que se refere o art. 19, caberá I – fundados indícios da ocorrência do
ao provedor de aplicações de internet comu- ilícito;
nicar-lhe os motivos e informações relativos à II – justificativa motivada da utilidade dos
indisponibilização de conteúdo, com informa- registros solicitados para fins de investigação
ções que permitam o contraditório e a ampla ou instrução probatória; e
defesa em juízo, salvo expressa previsão legal ou III – período ao qual se referem os registros.
expressa determinação judicial fundamentada
em contrário. Art. 23. Cabe ao juiz tomar as providências
Parágrafo único. Quando solicitado pelo necessárias à garantia do sigilo das informações
usuário que disponibilizou o conteúdo tornado recebidas e à preservação da intimidade, da vida
indisponível, o provedor de aplicações de inter- privada, da honra e da imagem do usuário, po-
net que exerce essa atividade de forma organi- dendo determinar segredo de justiça, inclusive
zada, profissionalmente e com fins econômicos quanto aos pedidos de guarda de registro.
substituirá o conteúdo tornado indisponível
pela motivação ou pela ordem judicial que deu
fundamento à indisponibilização. CAPÍTULO IV – Da Atuação do Poder
Público
Art. 21. O provedor de aplicações de internet
que disponibilize conteúdo gerado por terceiros Art. 24. Constituem diretrizes para a atuação
será responsabilizado subsidiariamente pela da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
violação da intimidade decorrente da divul- Municípios no desenvolvimento da internet
gação, sem autorização de seus participantes, no Brasil:
de imagens, de vídeos ou de outros materiais I – estabelecimento de mecanismos de
contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de governança multiparticipativa, transparente,
caráter privado quando, após o recebimento de colaborativa e democrática, com a participação
notificação pelo participante ou seu represen- do governo, do setor empresarial, da sociedade
tante legal, deixar de promover, de forma dili- civil e da comunidade acadêmica;
gente, no âmbito e nos limites técnicos do seu II – promoção da racionalização da gestão,
serviço, a indisponibilização desse conteúdo. expansão e uso da internet, com participação
Parágrafo único. A notificação prevista no do Comitê Gestor da internet no Brasil;
caput deverá conter, sob pena de nulidade, III – promoção da racionalização e da
elementos que permitam a identificação es- interoperabilidade tecnológica dos serviços
pecífica do material apontado como violador de governo eletrônico, entre os diferentes Po-
da intimidade do participante e a verificação deres e âmbitos da Federação, para permitir o
da legitimidade para apresentação do pedido. intercâmbio de informações e a celeridade de

procedimentos;
IV – promoção da interoperabilidade entre
SEÇÃO IV – Da Requisição Judicial de sistemas e terminais diversos, inclusive entre os
Registros diferentes âmbitos federativos e diversos setores
da sociedade;
Art. 22. A parte interessada poderá, com o V – adoção preferencial de tecnologias,
propósito de formar conjunto probatório em padrões e formatos abertos e livres;
processo judicial cível ou penal, em caráter VI – publicidade e disseminação de dados
incidental ou autônomo, requerer ao juiz que e informações públicos, de forma aberta e
60 ordene ao responsável pela guarda o forneci- estruturada;
VII – otimização da infraestrutura das redes acesso às tecnologias da informação e comuni-
e estímulo à implantação de centros de arma- cação e no seu uso; e
zenamento, gerenciamento e disseminação de III – fomentar a produção e circulação de
dados no País, promovendo a qualidade técnica, conteúdo nacional.
a inovação e a difusão das aplicações de inter-
net, sem prejuízo à abertura, à neutralidade e Art. 28. O Estado deve, periodicamente,
à natureza participativa; formular e fomentar estudos, bem como fixar
VIII – desenvolvimento de ações e progra- metas, estratégias, planos e cronogramas, re-
mas de capacitação para uso da internet; ferentes ao uso e desenvolvimento da internet
IX – promoção da cultura e da cidadania; e no País.
X – prestação de serviços públicos de atendi-
mento ao cidadão de forma integrada, eficiente,
simplificada e por múltiplos canais de acesso, CAPÍTULO V – Disposições Finais
inclusive remotos.
Art. 29. O usuário terá a opção de livre escolha
Art. 25. As aplicações de internet de entes do na utilização de programa de computador em
poder público devem buscar: seu terminal para exercício do controle parental
I – compatibilidade dos serviços de governo de conteúdo entendido por ele como impróprio
eletrônico com diversos terminais, sistemas a seus filhos menores, desde que respeitados
operacionais e aplicativos para seu acesso; os princípios desta Lei e da Lei no 8.069, de 13
II – acessibilidade a todos os interessados, de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
independentemente de suas capacidades físico- Adolescente.
motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais, Parágrafo único. Cabe ao poder público, em
mentais, culturais e sociais, resguardados os conjunto com os provedores de conexão e de
aspectos de sigilo e restrições administrativas aplicações de internet e a sociedade civil, pro-
e legais; mover a educação e fornecer informações sobre
III – compatibilidade tanto com a leitura hu- o uso dos programas de computador previstos
mana quanto com o tratamento automatizado no caput, bem como para a definição de boas
das informações; práticas para a inclusão digital de crianças e
IV – facilidade de uso dos serviços de go- adolescentes.
verno eletrônico; e
V – fortalecimento da participação social Art. 30. A defesa dos interesses e dos direitos
nas políticas públicas. estabelecidos nesta Lei poderá ser exercida em
juízo, individual ou coletivamente, na forma
Art. 26. O cumprimento do dever constitu- da lei.
cional do Estado na prestação da educação, em
todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, Art. 31. Até a entrada em vigor da lei específi-
integrada a outras práticas educacionais, para o ca prevista no § 2o do art. 19, a responsabilidade
uso seguro, consciente e responsável da internet do provedor de aplicações de internet por danos
como ferramenta para o exercício da cidadania, decorrentes de conteúdo gerado por terceiros,
a promoção da cultura e o desenvolvimento quando se tratar de infração a direitos de autor
tecnológico. ou a direitos conexos, continuará a ser discipli-
nada pela legislação autoral vigente aplicável na
Art. 27. As iniciativas públicas de fomento à data da entrada em vigor desta Lei.
Normas correlatas
cultura digital e de promoção da internet como

ferramenta social devem: Art. 32. Esta Lei entra em vigor após decorri-
I – promover a inclusão digital; dos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial.
II – buscar reduzir as desigualdades, so-
bretudo entre as diferentes regiões do País, no Brasília, 23 de abril de 2014; 193o da Indepen-
dência e 126o da República. 61
DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo – Promulgada em 23/4/2014 e publicada no DOU de
Miriam Belchior – Paulo Bernardo Silva – Clélio 24/4/2014.
Campolina Diniz
62
Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA II – Imposto sobre Serviços de Qualquer

Natureza (ISS);
Faço saber que o Congresso Nacional decreta III – Imposto sobre Produtos Industriali-
e eu sanciono a seguinte Lei: zados (IPI);
IV – Imposto sobre Operações de Crédito,
Art. 1o Emitidos por ocasião da venda ao Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou
consumidor de mercadorias e serviços, em Valores Mobiliários (IOF);
todo território nacional, deverá constar, dos V – (Vetado);
documentos fiscais ou equivalentes, a infor- VI – (Vetado);
mação do valor aproximado correspondente VII – Contribuição Social para o Programa
à totalidade dos tributos federais, estaduais e de Integração Social (PIS) e para o Programa de
municipais, cuja incidência influi na formação Formação do Patrimônio do Servidor Público
dos respectivos preços de venda. (Pasep) – (PIS/Pasep);
§ 1o A apuração do valor dos tributos inci- VIII – Contribuição para o Financiamento
dentes deverá ser feita em relação a cada mer- da Seguridade Social (Cofins);
cadoria ou serviço, separadamente, inclusive IX – Contribuição de Intervenção no Domí-
nas hipóteses de regimes jurídicos tributários nio Econômico, incidente sobre a importação e
diferenciados dos respectivos fabricantes, vare- a comercialização de petróleo e seus derivados,
jistas e prestadores de serviços, quando couber. gás natural e seus derivados, e álcool etílico
§ 2o A informação de que trata este artigo combustível (Cide).
poderá constar de painel afixado em local § 6o Serão informados ainda os valores re-
visível do estabelecimento, ou por qualquer ferentes ao imposto de importação, PIS/Pasep/
outro meio eletrônico ou impresso, de forma a Importação e Cofins/Importação, na hipótese
demonstrar o valor ou percentual, ambos apro- de produtos cujos insumos ou componentes
ximados, dos tributos incidentes sobre todas as sejam oriundos de operações de comércio ex-
mercadorias ou serviços postos à venda. terior e representem percentual superior a 20%
§ 3o Na hipótese do § 2o, as informações a (vinte por cento) do preço de venda.
serem prestadas serão elaboradas em termos de § 7o Na hipótese de incidência do imposto
percentuais sobre o preço a ser pago, quando se sobre a importação, nos termos do § 6o, bem
tratar de tributo com alíquota ad valorem, ou como da incidência do Imposto sobre Produtos
em valores monetários (no caso de alíquota es- Industrializados – IPI, todos os fornecedores
pecífica); no caso de se utilizar meio eletrônico, constantes das diversas cadeias produtivas
este deverá estar disponível ao consumidor no deverão fornecer aos adquirentes, em meio
âmbito do estabelecimento comercial. magnético, os valores dos 2 (dois) tributos
§ 4o (Vetado) individualizados por item comercializado.
Normas correlatas
§ 5o Os tributos que deverão ser computa- § 8o Em relação aos serviços de natureza
dos são os seguintes: financeira, quando não seja legalmente prevista
I – Imposto sobre Operações relativas a a emissão de documento fiscal, as informações
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de que trata este artigo deverão ser feitas em ta-
de Serviços de Transporte Interestadual e Inter- belas afixadas nos respectivos estabelecimentos.
municipal e de Comunicação (ICMS); § 9o (Vetado) 63
§ 10. A indicação relativa ao IOF (prevista ...............................................................................
no inciso IV do § 5o) restringe-se aos produtos
financeiros sobre os quais incida diretamente Art. 4o (Vetado)
aquele tributo.
§ 11. A indicação relativa ao PIS e à Cofins Art. 5o Decorrido o prazo de 12 (doze) me-
(incisos VII e VIII do § 5o), limitar-se-á à tri- ses, contado do início de vigência desta Lei, o
butação incidente sobre a operação de venda descumprimento de suas disposições sujeitará
ao consumidor. o infrator às sanções previstas no Capítulo VII
§ 12. Sempre que o pagamento de pessoal do Título I da Lei no 8.078, de 11 de setembro
constituir item de custo direto do serviço ou de 1990.
produto fornecido ao consumidor, deve ser
divulgada, ainda, a contribuição previdenciária Art. 6o Esta Lei entra em vigor 6 (seis) meses
dos empregados e dos empregadores incidente, após a data de sua publicação.
alocada ao serviço ou produto.
Brasília, 8 de dezembro de 2012; 191o da Inde-
Art. 2 Os valores aproximados de que trata
o
pendência e 124o da República.
o art. 1o serão apurados sobre cada operação, e
poderão, a critério das empresas vendedoras, DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
ser calculados e fornecidos, semestralmente, Guido Mantega
por instituição de âmbito nacional reconhe-
cidamente idônea, voltada primordialmente à Promulgada em 8/12/2012 e publicada no DOU de
apuração e análise de dados econômicos. 10/12/2012.
64
Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei no 9.781, de 19 de janeiro
de 1999; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA TÍTULO II – Do Sistema Brasileiro de

Defesa da Concorrência
Faço saber que o Congresso Nacional decreta CAPÍTULO I – Da Composição
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o O SBDC é formado pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica – CADE e
TÍTULO I – Disposições Gerais pela Secretaria de Acompanhamento Econômi-
CAPÍTULO I – Da Finalidade co do Ministério da Fazenda, com as atribuições
previstas nesta Lei.
Art. 1o Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência – SBDC e dispõe so-
bre a prevenção e a repressão às infrações contra CAPÍTULO II – Do Conselho
a ordem econômica, orientada pelos ditames Administrativo de Defesa Econômica –
constitucionais de liberdade de iniciativa, livre CADE
concorrência, função social da propriedade,
defesa dos consumidores e repressão ao abuso Art. 4o O Cade é entidade judicante com
do poder econômico. jurisdição em todo o território nacional, que
Parágrafo único. A coletividade é a titular se constitui em autarquia federal, vinculada ao
dos bens jurídicos protegidos por esta Lei. Ministério da Justiça, com sede e foro no Distri-
to Federal, e competências previstas nesta Lei.
CAPÍTULO II – Da Territorialidade
SEÇÃO I – Da Estrutura Organizacional do
Art. 2o Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de Cade
convenções e tratados de que seja signatário
o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em Art. 5o O Cade é constituído pelos seguintes
parte no território nacional ou que nele produ- órgãos:
zam ou possam produzir efeitos. I – Tribunal Administrativo de Defesa
§ 1o Reputa-se domiciliada no território Econômica;
nacional a empresa estrangeira que opere ou II – Superintendência-Geral; e
tenha no Brasil filial, agência, sucursal, escri- III – Departamento de Estudos Econômicos.
tório, estabelecimento, agente ou representante.
§ 2o A empresa estrangeira será notificada e
Normas correlatas
intimada de todos os atos processuais previstos SEÇÃO II – Do Tribunal Administrativo de

nesta Lei, independentemente de procuração Defesa Econômica
ou de disposição contratual ou estatutária, na
pessoa do agente ou representante ou pessoa Art. 6o O Tribunal Administrativo, órgão judi-
responsável por sua filial, agência, sucursal, es- cante, tem como membros um Presidente e seis
tabelecimento ou escritório instalado no Brasil. Conselheiros escolhidos dentre cidadãos com 65
mais de 30 (trinta) anos de idade, de notório sa- I – receber, a qualquer título, e sob qualquer
ber jurídico ou econômico e reputação ilibada, pretexto, honorários, percentagens ou custas;
nomeados pelo Presidente da República, depois II – exercer profissão liberal;
de aprovados pelo Senado Federal. III – participar, na forma de controlador,
§ 1o O mandato do Presidente e dos Conse- diretor, administrador, gerente, preposto ou
lheiros é de 4 (quatro) anos, não coincidentes, mandatário, de sociedade civil, comercial ou
vedada a recondução. empresas de qualquer espécie;
§ 2o Os cargos de Presidente e de Conselhei- IV – emitir parecer sobre matéria de sua
ro são de dedicação exclusiva, não se admitindo especialização, ainda que em tese, ou funcionar
qualquer acumulação, salvo as constitucional- como consultor de qualquer tipo de empresa;
mente permitidas. V – manifestar, por qualquer meio de co-
§ 3o No caso de renúncia, morte, impe- municação, opinião sobre processo pendente
dimento, falta ou perda de mandato do Pre- de julgamento, ou juízo depreciativo sobre des-
sidente do Tribunal, assumirá o Conselheiro pachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais,
mais antigo no cargo ou o mais idoso, nessa ressalvada a crítica nos autos, em obras técnicas
ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de ou no exercício do magistério; e
suas atribuições. VI – exercer atividade político-partidária.
§ 4o No caso de renúncia, morte ou perda § 1o É vedado ao Presidente e aos Conse-
de mandato de Conselheiro, proceder-se-á a lheiros, por um período de 120 (cento e vinte)
nova nomeação, para completar o mandato dias, contado da data em que deixar o cargo,
do substituído. representar qualquer pessoa, física ou jurídi-
§ 5o Se, nas hipóteses previstas no § 4o deste ca, ou interesse perante o SBDC, ressalvada a
artigo, ou no caso de encerramento de mandato defesa de direito próprio.
dos Conselheiros, a composição do Tribunal § 2o Durante o período mencionado no § 1o
ficar reduzida a número inferior ao estabelecido deste artigo, o Presidente e os Conselheiros
no § 1o do art. 9o desta Lei, considerar-se-ão receberão a mesma remuneração do cargo que
automaticamente suspensos os prazos previstos ocupavam.
nesta Lei, e suspensa a tramitação de processos, § 3o Incorre na prática de advocacia ad-
continuando-se a contagem imediatamente ministrativa, sujeitando-se à pena prevista no
após a recomposição do quórum. art. 321 do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 – Código Penal, o ex-presidente
Art. 7o A perda de mandato do Presidente ou ou ex-conselheiro que violar o impedimento
dos Conselheiros do Cade só poderá ocorrer previsto no § 1o deste artigo.
em virtude de decisão do Senado Federal, por § 4o É vedado, a qualquer tempo, ao Presi-
provocação do Presidente da República, ou em dente e aos Conselheiros utilizar informações
razão de condenação penal irrecorrível por privilegiadas obtidas em decorrência do cargo
crime doloso, ou de processo disciplinar de exercido.
conformidade com o que prevê a Lei no 8.112,
de 11 de dezembro de 1990 e a Lei no 8.429, de
2 de junho de 1992, e por infringência de quais- SUBSEÇÃO I – Da Competência do Plenário

quer das vedações previstas no art. 8o desta Lei. do Tribunal
Parágrafo único. Também perderá o man-
dato, automaticamente, o membro do Tribunal Art. 9o Compete ao Plenário do Tribunal,
que faltar a 3 (três) reuniões ordinárias conse- dentre outras atribuições previstas nesta Lei:
cutivas, ou 20 (vinte) intercaladas, ressalvados I – zelar pela observância desta Lei e seu
os afastamentos temporários autorizados pelo regulamento e do regimento interno;
Plenário. II – decidir sobre a existência de infração
à ordem econômica e aplicar as penalidades
Art. 8o Ao Presidente e aos Conselheiros é previstas em lei;
66 vedado:
III – decidir os processos administrativos XVI – propor a estrutura do quadro de pes-
para imposição de sanções administrativas por soal do Cade, observado o disposto no inciso
infrações à ordem econômica instaurados pela II do caput do art. 37 da Constituição Federal;
Superintendência-Geral; XVII – elaborar proposta orçamentária nos
IV – ordenar providências que conduzam termos desta Lei;
à cessação de infração à ordem econômica, XVIII – requisitar informações de quaisquer
dentro do prazo que determinar; pessoas, órgãos, autoridades e entidades pú-
V – aprovar os termos do compromisso de blicas ou privadas, respeitando e mantendo o
cessação de prática e do acordo em controle sigilo legal quando for o caso, bem como deter-
de concentrações, bem como determinar minar as diligências que se fizerem necessárias
à Superintendência-Geral que fiscalize seu ao exercício das suas funções; e
cumprimento; XIX – decidir pelo cumprimento das deci-
VI – apreciar, em grau de recurso, as medidas sões, compromissos e acordos.
preventivas adotadas pelo Conselheiro-Relator § 1o As decisões do Tribunal serão tomadas
ou pela Superintendência-Geral; por maioria, com a presença mínima de 4 (qua-
VII – intimar os interessados de suas de- tro) membros, sendo o quórum de deliberação
cisões; mínimo de 3 (três) membros.
VIII – requisitar dos órgãos e entidades da § 2o As decisões do Tribunal não compor-
administração pública federal e requerer às au- tam revisão no âmbito do Poder Executivo,
toridades dos Estados, Municípios, do Distrito promovendo-se, de imediato, sua execução e
Federal e dos Territórios as medidas necessárias comunicando-se, em seguida, ao Ministério
ao cumprimento desta Lei; Público, para as demais medidas legais cabíveis
IX – contratar a realização de exames, vis- no âmbito de suas atribuições.
torias e estudos, aprovando, em cada caso, os § 3o As autoridades federais, os diretores
respectivos honorários profissionais e demais de autarquia, fundação, empresa pública e
despesas de processo, que deverão ser pagas sociedade de economia mista federais e agên-
pela empresa, se vier a ser punida nos termos cias reguladoras são obrigados a prestar, sob
desta Lei; pena de responsabilidade, toda a assistência e
X – apreciar processos administrativos de colaboração que lhes for solicitada pelo Cade,
atos de concentração econômica, na forma des- inclusive elaborando pareceres técnicos sobre
ta Lei, fixando, quando entender conveniente as matérias de sua competência.
e oportuno, acordos em controle de atos de § 4o O Tribunal poderá responder consultas
concentração; sobre condutas em andamento, mediante paga-
XI – determinar à Superintendência-Geral mento de taxa e acompanhadas dos respectivos
que adote as medidas administrativas neces- documentos.
sárias à execução e fiel cumprimento de suas § 5o O Cade definirá, em resolução, normas
decisões; complementares sobre o procedimento de con-
XII – requisitar serviços e pessoal de quais- sultas previsto no § 4o deste artigo.
quer órgãos e entidades do Poder Público
Federal;
XIII – requerer à Procuradoria Federal junto SUBSEÇÃO II – Da Competência do
ao Cade a adoção de providências administra- Presidente do Tribunal
tivas e judiciais;
XIV – instruir o público sobre as formas de Art. 10. Compete ao Presidente do Tribunal:
Normas correlatas
infração da ordem econômica; I – representar legalmente o Cade no Brasil

XV – elaborar e aprovar regimento interno ou no exterior, em juízo ou fora dele;
do Cade, dispondo sobre seu funcionamento, II – presidir, com direito a voto, inclusive o
forma das deliberações, normas de procedi- de qualidade, as reuniões do Plenário;
mento e organização de seus serviços internos; III – distribuir, por sorteio, os processos aos
Conselheiros; 67
IV – convocar as sessões e determinar a autos do processo administrativo, na forma
organização da respectiva pauta; desta Lei;
V – solicitar, a seu critério, que a Superin- VI – requerer à Procuradoria Federal junto
tendência-Geral auxilie o Tribunal na tomada ao Cade emissão de parecer jurídico nos proces-
de providências extrajudiciais para o cumpri- sos em que forem relatores, quando entenderem
mento das decisões do Tribunal; necessário e em despacho fundamentado, na
VI – fiscalizar a Superintendência-Geral forma prevista no inciso VII do art. 15 desta Lei;
na tomada de providências para execução das VII – determinar ao Economista-Chefe,
decisões e julgados do Tribunal; quando necessário, a elaboração de pareceres
VII – assinar os compromissos e acordos nos processos em que forem relatores, sem
aprovados pelo Plenário; prejuízo da tramitação normal do processo e
VIII – submeter à aprovação do Plenário sem que tal determinação implique a suspensão
a proposta orçamentária e a lotação ideal do do prazo de análise ou prejuízo à tramitação
pessoal que prestará serviço ao Cade; normal do processo;
IX – orientar, coordenar e supervisionar as VIII – desincumbir-se das demais tarefas
atividades administrativas do Cade; que lhes forem cometidas pelo regimento;
X – ordenar as despesas atinentes ao Cade, IX – propor termo de compromisso de ces-
ressalvadas as despesas da unidade gestora da sação e acordos para aprovação do Tribunal;
Superintendência-Geral; X – prestar ao Poder Judiciário, sempre
XI – firmar contratos e convênios com que solicitado, todas as informações sobre
órgãos ou entidades nacionais e submeter, andamento dos processos, podendo, inclusive,
previamente, ao Ministro de Estado da Justiça fornecer cópias dos autos para instruir ações
os que devam ser celebrados com organismos judiciais.
estrangeiros ou internacionais; e
XII – determinar à Procuradoria Federal
junto ao Cade as providências judiciais deter- SEÇÃO III – Da Superintendência-Geral
minadas pelo Tribunal.
Art. 12. O Cade terá em sua estrutura uma
Superintendência-Geral, com 1 (um) Superin-
SUBSEÇÃO III – Da Competência dos tendente-Geral e 2 (dois) Superintendentes-
Conselheiros do Tribunal -Adjuntos, cujas atribuições específicas serão
definidas em Resolução.
Art. 11. Compete aos Conselheiros do Tri- § 1o O Superintendente-Geral será escolhi-
bunal: do dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos
I – emitir voto nos processos e questões de idade, notório saber jurídico ou econômico
submetidas ao Tribunal; e reputação ilibada, nomeado pelo Presidente
II – proferir despachos e lavrar as decisões da República, depois de aprovado pelo Senado
nos processos em que forem relatores; Federal.
III – requisitar informações e documentos § 2o O Superintendente-Geral terá mandato
de quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e de 2 (dois) anos, permitida a recondução para

entidades públicas ou privadas, a serem man- um único período subsequente.
tidos sob sigilo legal, quando for o caso, bem § 3o Aplicam-se ao Superintendente-Geral
como determinar as diligências que se fizerem as mesmas normas de impedimentos, perda de
necessárias; mandato, substituição e as vedações do art. 8o
IV – adotar medidas preventivas, fixando o desta Lei, incluindo o disposto no § 2o do art. 8o
valor da multa diária pelo seu descumprimento; desta Lei, aplicáveis ao Presidente e aos Conse-
V – solicitar, a seu critério, que a Superinten- lheiros do Tribunal.
dência-Geral realize as diligências e a produção § 4o Os cargos de Superintendente-Geral
das provas que entenderem pertinentes nos e de Superintendentes-Adjuntos são de dedi-
68 cação exclusiva, não se admitindo qualquer
acumulação, salvo as constitucionalmente apuração ou repressão de infrações à ordem
permitidas. econômica;
§ 5o Durante o período de vacância que VI – no interesse da instrução dos tipos
anteceder à nomeação de novo Superintenden- processuais referidos nesta Lei:
te-Geral, assumirá interinamente o cargo um a) requisitar informações e documentos de
dos superintendentes adjuntos, indicado pelo quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos,
Presidente do Tribunal, o qual permanecerá autoridades e entidades, públicas ou privadas,
no cargo até a posse do novo Superintendente- mantendo o sigilo legal, quando for o caso, bem
Geral, escolhido na forma do § 1o deste artigo. como determinar as diligências que se fizerem
§ 6o Se, no caso da vacância prevista no § 5o necessárias ao exercício de suas funções;
deste artigo, não houver nenhum Superinten- b) requisitar esclarecimentos orais de
dente Adjunto nomeado na Superintendência quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos,
do Cade, o Presidente do Tribunal indicará ser- autoridades e entidades, públicas ou privadas,
vidor em exercício no Cade, com conhecimento na forma desta Lei;
jurídico ou econômico na área de defesa da c) realizar inspeção na sede social, esta-
concorrência e reputação ilibada, para assumir belecimento, escritório, filial ou sucursal de
interinamente o cargo, permanecendo neste empresa investigada, de estoques, objetos,
até a posse do novo Superintendente-Geral, papéis de qualquer natureza, assim como livros
escolhido na forma do § 1o deste artigo. comerciais, computadores e arquivos eletrôni-
§ 7o Os Superintendentes-Adjuntos serão cos, podendo-se extrair ou requisitar cópias de
indicados pelo Superintendente-Geral. quaisquer documentos ou dados eletrônicos;
d) requerer ao Poder Judiciário, por meio da
Art. 13. Compete à Superintendência-Geral: Procuradoria Federal junto ao Cade, mandado
I – zelar pelo cumprimento desta Lei, de busca e apreensão de objetos, papéis de qual-
monitorando e acompanhando as práticas de quer natureza, assim como de livros comerciais,
mercado; computadores e arquivos magnéticos de empre-
II – acompanhar, permanentemente, as ati- sa ou pessoa física, no interesse de inquérito
vidades e práticas comerciais de pessoas físicas administrativo ou de processo administrativo
ou jurídicas que detiverem posição dominante para imposição de sanções administrativas por
em mercado relevante de bens ou serviços, infrações à ordem econômica, aplicando-se, no
para prevenir infrações da ordem econômica, que couber, o disposto no art. 839 e seguintes da
podendo, para tanto, requisitar as informações Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código
e documentos necessários, mantendo o sigilo de Processo Civil, sendo inexigível a proposi-
legal, quando for o caso; tura de ação principal;
III – promover, em face de indícios de in- e) requisitar vista e cópia de documentos
fração da ordem econômica, procedimento e objetos constantes de inquéritos e processos
preparatório de inquérito administrativo e administrativos instaurados por órgãos ou
inquérito administrativo para apuração de entidades da administração pública federal;
infrações à ordem econômica; f) requerer vista e cópia de inquéritos po-
IV – decidir pela insubsistência dos indícios, liciais, ações judiciais de quaisquer naturezas,
arquivando os autos do inquérito administrati- bem como de inquéritos e processos adminis-
vo ou de seu procedimento preparatório; trativos instaurados por outros entes da federa-
V – instaurar e instruir processo administra- ção, devendo o Conselho observar as mesmas
tivo para imposição de sanções administrativas restrições de sigilo eventualmente estabelecidas
Normas correlatas
por infrações à ordem econômica, procedi- nos procedimentos de origem;

mento para apuração de ato de concentração, VII – recorrer de ofício ao Tribunal quando
processo administrativo para análise de ato decidir pelo arquivamento de processo admi-
de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções admi-
nistrativo para imposição de sanções proces- nistrativas por infrações à ordem econômica;
suais incidentais instaurados para prevenção, 69
VIII – remeter ao Tribunal, para julgamento, exercício das competências da Superintendên-
os processos administrativos que instaurar, cia-Geral;
quando entender configurada infração da or- IV – determinar ao Economista-Chefe a
dem econômica; elaboração de estudos e pareceres;
IX – propor termo de compromisso de ces- V – ordenar despesas referentes à unidade
sação de prática por infração à ordem econô- gestora da Superintendência-Geral; e
mica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, VI – exercer outras atribuições previstas
e fiscalizar o seu cumprimento; em lei.
X – sugerir ao Tribunal condições para a
celebração de acordo em controle de concen-
trações e fiscalizar o seu cumprimento; SEÇÃO IV – Da Procuradoria Federal junto
XI – adotar medidas preventivas que condu- ao Cade
zam à cessação de prática que constitua infração
da ordem econômica, fixando prazo para seu Art. 15. Funcionará junto ao Cade Procura-
cumprimento e o valor da multa diária a ser doria Federal Especializada, competindo-lhe:
aplicada, no caso de descumprimento; I – prestar consultoria e assessoramento
XII – receber, instruir e aprovar ou impugnar jurídico ao Cade;
perante o Tribunal os processos administrativos II – representar o Cade judicial e extraju-
para análise de ato de concentração econômica; dicialmente;
XIII – orientar os órgãos e entidades da III – promover a execução judicial das deci-
administração pública quanto à adoção de sões e julgados do Cade;
medidas necessárias ao cumprimento desta Lei; IV – proceder à apuração da liquidez dos
XIV – desenvolver estudos e pesquisas ob- créditos do Cade, inscrevendo-os em dívida
jetivando orientar a política de prevenção de ativa para fins de cobrança administrativa ou
infrações da ordem econômica; judicial;
XV – instruir o público sobre as diversas V – tomar as medidas judiciais solicitadas
formas de infração da ordem econômica e os pelo Tribunal ou pela Superintendência-Geral,
modos de sua prevenção e repressão; necessárias à cessação de infrações da ordem
XVI – exercer outras atribuições previstas econômica ou à obtenção de documentos para
em lei; a instrução de processos administrativos de
XVII – prestar ao Poder Judiciário, sempre qualquer natureza;
que solicitado, todas as informações sobre an- VI – promover acordos judiciais nos pro-
damento das investigações, podendo, inclusive, cessos relativos a infrações contra a ordem
fornecer cópias dos autos para instruir ações econômica, mediante autorização do Tribunal;
judiciais; e VII – emitir, sempre que solicitado expressa-
XVIII – adotar as medidas administrativas mente por Conselheiro ou pelo Superintenden-
necessárias à execução e ao cumprimento das te-Geral, parecer nos processos de competência
decisões do Plenário. do Cade, sem que tal determinação implique
a suspensão do prazo de análise ou prejuízo à
Art. 14. São atribuições do Superintendente- tramitação normal do processo;

Geral: VIII – zelar pelo cumprimento desta Lei; e
I – participar, quando entender necessário, IX – desincumbir-se das demais tarefas que
sem direito a voto, das reuniões do Tribunal lhe sejam atribuídas pelo regimento interno.
e proferir sustentação oral, na forma do regi- Parágrafo único. Compete à Procuradoria
mento interno; Federal junto ao Cade, ao dar execução judi-
II – cumprir e fazer cumprir as decisões cial às decisões da Superintendência-Geral e
do Tribunal na forma determinada pelo seu do Tribunal, manter o Presidente do Tribunal,
Presidente; os Conselheiros e o Superintendente-Geral
III – requerer à Procuradoria Federal junto informados sobre o andamento das ações e
70 ao Cade as providências judiciais relativas ao medidas judiciais.
Art. 16. O Procurador-Chefe será nomeado CAPÍTULO III – Da Secretaria de
pelo Presidente da República, depois de apro- Acompanhamento Econômico
vado pelo Senado Federal, dentre cidadãos
brasileiros com mais de 30 (trinta) anos de Art. 19. Compete à Secretaria de Acompanha-
idade, de notório conhecimento jurídico e mento Econômico promover a concorrência
reputação ilibada. em órgãos de governo e perante a sociedade
§ 1o O Procurador-Chefe terá mandato de cabendo-lhe, especialmente, o seguinte:
2 (dois) anos, permitida sua recondução para I – opinar, nos aspectos referentes à pro-
um único período. moção da concorrência, sobre propostas de
§ 2o O Procurador-Chefe poderá participar, alterações de atos normativos de interesse geral
sem direito a voto, das reuniões do Tribunal, dos agentes econômicos, de consumidores ou
prestando assistência e esclarecimentos, quan- usuários dos serviços prestados submetidos a
do requisitado pelos Conselheiros, na forma do consulta pública pelas agências reguladoras e,
Regimento Interno do Tribunal. quando entender pertinente, sobre os pedidos
§ 3o Aplicam-se ao Procurador-Chefe as de revisão de tarifas e as minutas;
mesmas normas de impedimento aplicáveis II – opinar, quando considerar pertinente,
aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto sobre minutas de atos normativos elaborados
ao comparecimento às sessões. por qualquer entidade pública ou privada
§ 4o Nos casos de faltas, afastamento tem- submetidos à consulta pública, nos aspectos
porário ou impedimento do Procurador-Chefe, referentes à promoção da concorrência;
o Plenário indicará e o Presidente do Tribunal III – opinar, quando considerar pertinente,
designará o substituto eventual dentre os inte- sobre proposições legislativas em tramitação no
grantes da Procuradoria Federal Especializada. Congresso Nacional, nos aspectos referentes à
promoção da concorrência;
IV – elaborar estudos avaliando a situação
SEÇÃO V – Do Departamento de Estudos concorrencial de setores específicos da ativi-
Econômicos dade econômica nacional, de ofício ou quando
solicitada pelo Cade, pela Câmara de Comércio
Art. 17. O Cade terá um Departamento de Exterior ou pelo Departamento de Proteção e
Estudos Econômicos, dirigido por um Eco- Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça
nomista-Chefe, a quem incumbirá elaborar ou órgão que vier a sucedê-lo;
estudos e pareceres econômicos, de ofício ou V – elaborar estudos setoriais que sirvam de
por solicitação do Plenário, do Presidente, do insumo para a participação do Ministério da
Conselheiro-Relator ou do Superintendente- Fazenda na formulação de políticas públicas
Geral, zelando pelo rigor e atualização técnica setoriais nos fóruns em que este Ministério
e científica das decisões do órgão. tem assento;
VI – propor a revisão de leis, regulamentos
Art. 18. O Economista-Chefe será nomeado, e outros atos normativos da administração pú-
conjuntamente, pelo Superintendente-Geral e blica federal, estadual, municipal e do Distrito
pelo Presidente do Tribunal, dentre brasileiros Federal que afetem ou possam afetar a concor-
de ilibada reputação e notório conhecimento rência nos diversos setores econômicos do País;
econômico. VII – manifestar-se, de ofício ou quando
§ 1o O Economista-Chefe poderá participar solicitada, a respeito do impacto concorrencial
das reuniões do Tribunal, sem direito a voto. de medidas em discussão no âmbito de fóruns
Normas correlatas
§ 2o Aplicam-se ao Economista-Chefe as negociadores relativos às atividades de altera-

mesmas normas de impedimento aplicáveis ção tarifária, ao acesso a mercados e à defesa
aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto comercial, ressalvadas as competências dos
ao comparecimento às sessões. órgãos envolvidos;
VIII – encaminhar ao órgão competente
representação para que este, a seu critério, 71
adote as medidas legais cabíveis, sempre que Art. 22. Anualmente, o Presidente do Tri-
for identificado ato normativo que tenha caráter bunal, ouvido o Superintendente-Geral, en-
anticompetitivo. caminhará ao Poder Executivo a proposta de
§ 1o Para o cumprimento de suas atribui- orçamento do Cade e a lotação ideal do pessoal
ções, a Secretaria de Acompanhamento Eco- que prestará serviço àquela autarquia.
nômico poderá:
I – requisitar informações e documentos Art. 23. Instituem-se taxas processuais sobre
de quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e os processos de competência do Cade, no valor
entidades, públicas ou privadas, mantendo o de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), para
sigilo legal quando for o caso; os processos que têm como fato gerador a apre-
II – celebrar acordos e convênios com órgãos sentação dos atos previstos no art. 88 desta Lei,
ou entidades públicas ou privadas, federais, e no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
estaduais, municipais, do Distrito Federal e dos para os processos que têm como fato gerador
Territórios para avaliar e/ou sugerir medidas a apresentação das consultas referidas no § 4o
relacionadas à promoção da concorrência. do art. 9o desta Lei.
§ 2 o A Secretaria de Acompanhamento Parágrafo único. A taxa processual de que
Econômico divulgará anualmente relatório trata o caput deste artigo poderá ser atualizada
de suas ações voltadas para a promoção da por ato do Poder Executivo, após autorização
concorrência. do Congresso Nacional.
Art. 24. São contribuintes da taxa processual

TÍTULO III – Do Ministério Público Federal que tem como fato gerador a apresentação dos
perante o CADE atos previstos no art. 88 desta Lei qualquer das
requerentes.
Art. 20. O Procurador-Geral da República,
ouvido o Conselho Superior, designará membro Art. 25. O recolhimento da taxa processual
do Ministério Público Federal para, nesta quali- que tem como fato gerador a apresentação dos
dade, emitir parecer, nos processos administra- atos previstos no art. 88 desta Lei deverá ser
tivos para imposição de sanções administrativas comprovado no momento da protocolização
por infrações à ordem econômica, de ofício ou do ato.
a requerimento do Conselheiro-Relator. § 1o A taxa processual não recolhida no
momento fixado no caput deste artigo será
cobrada com os seguintes acréscimos:
TÍTULO IV – Do Patrimônio, das Receitas I – juros de mora, contados do mês seguinte
e da Gestão Administrativa, Orçamentária e ao do vencimento, à razão de 1% (um por cen-
Financeira to), calculados na forma da legislação aplicável
aos tributos federais;
Art. 21. Compete ao Presidente do Tribunal II – multa de mora de 20% (vinte por cento).
orientar, coordenar e supervisionar as ativi- § 2o Os juros de mora não incidem sobre o
dades administrativas do Cade, respeitadas as valor da multa de mora.

atribuições dos dirigentes dos demais órgãos
previstos no art. 5o desta Lei. Art. 26. (Vetado)
§ 1o A Superintendência-Geral constituirá
unidade gestora, para fins administrativos e Art. 27. As taxas de que tratam os arts. 23 e 26
financeiros, competindo ao seu Superinten- desta Lei serão recolhidas ao Tesouro Nacional
dente-Geral ordenar as despesas pertinentes na forma regulamentada pelo Poder Executivo.
às respectivas ações orçamentárias.
§ 2o Para fins administrativos e financeiros, Art. 28. Constituem receitas próprias do
o Departamento de Estudos Econômicos estará Cade:
72 ligado ao Tribunal.
I – o produto resultante da arrecadação das Art. 30. Somam-se ao atual patrimônio
taxas previstas nos arts. 23 e 26 desta Lei; do Cade os bens e direitos pertencentes ao
II – a retribuição por serviços de qualquer Ministério da Justiça atualmente afetados às
natureza prestados a terceiros; atividades do Departamento de Proteção e
III – as dotações consignadas no Orçamento Defesa Econômica da Secretaria de Direito
Geral da União, créditos especiais, créditos Econômico.
adicionais, transferências e repasses que lhe
forem conferidos;
IV – os recursos provenientes de convênios, TÍTULO V – Das Infrações da Ordem
acordos ou contratos celebrados com entidades Econômica
ou organismos nacionais e internacionais; CAPÍTULO I – Disposições Gerais
V – as doações, legados, subvenções e outros
recursos que lhe forem destinados; Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas
VI – os valores apurados na venda ou aluguel ou jurídicas de direito público ou privado, bem
de bens móveis e imóveis de sua propriedade; como a quaisquer associações de entidades ou
VII – o produto da venda de publicações, pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda
material técnico, dados e informações; que temporariamente, com ou sem personali-
VIII – os valores apurados em aplicações dade jurídica, mesmo que exerçam atividade
no mercado financeiro das receitas previstas sob regime de monopólio legal.
neste artigo, na forma definida pelo Poder
Executivo; e Art. 32. As diversas formas de infração da
IX – quaisquer outras receitas, afetas às suas ordem econômica implicam a responsabilidade
atividades, não especificadas nos incisos I a VIII da empresa e a responsabilidade individual de
do caput deste artigo. seus dirigentes ou administradores, solidaria-
§ 1o (Vetado) mente.
§ 2o (Vetado)
§ 3o O produto da arrecadação das multas Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as
aplicadas pelo Cade, inscritas ou não em dívida empresas ou entidades integrantes de grupo
ativa, será destinado ao Fundo de Defesa de econômico, de fato ou de direito, quando pelo
Direitos Difusos de que trata o art. 13 da Lei menos uma delas praticar infração à ordem
no 7.347, de 24 de julho de 1985, e a Lei no 9.008, econômica.
de 21 de março de 1995.
§ 4o As multas arrecadadas na forma desta Art. 34. A personalidade jurídica do res-
Lei serão recolhidas ao Tesouro Nacional na ponsável por infração da ordem econômica
forma regulamentada pelo Poder Executivo. poderá ser desconsiderada quando houver da
parte deste abuso de direito, excesso de poder,
Art. 29. O Cade submeterá anualmente ao infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
Ministério da Justiça a sua proposta de orça- dos estatutos ou contrato social.
mento, que será encaminhada ao Ministério Parágrafo único. A desconsideração tam-
do Planejamento, Orçamento e Gestão para bém será efetivada quando houver falência,
inclusão na lei orçamentária anual, a que se estado de insolvência, encerramento ou inati-
refere o § 5o do art. 165 da Constituição Federal. vidade da pessoa jurídica provocados por má
§ 1o O Cade fará acompanhar as propostas administração.
orçamentárias de quadro demonstrativo do pla-
Normas correlatas
nejamento plurianual das receitas e despesas, Art. 35. A repressão das infrações da ordem
visando ao seu equilíbrio orçamentário e fi- econômica não exclui a punição de outros
nanceiro nos 5 (cinco) exercícios subsequentes. ilícitos previstos em lei.
§ 2o A lei orçamentária anual consignará as
dotações para as despesas de custeio e capital do
Cade, relativas ao exercício a que ela se referir. 73
CAPÍTULO II – Das Infrações IV – criar dificuldades à constituição, ao fun-
cionamento ou ao desenvolvimento de empresa
Art. 36. Constituem infração da ordem eco- concorrente ou de fornecedor, adquirente ou
nômica, independentemente de culpa, os atos financiador de bens ou serviços;
sob qualquer forma manifestados, que tenham V – impedir o acesso de concorrente às
por objeto ou possam produzir os seguintes fontes de insumo, matérias-primas, equipa-
efeitos, ainda que não sejam alcançados: mentos ou tecnologia, bem como aos canais
I – limitar, falsear ou de qualquer forma pre- de distribuição;
judicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; VI – exigir ou conceder exclusividade para
II – dominar mercado relevante de bens ou divulgação de publicidade nos meios de comu-
serviços; nicação de massa;
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e VII – utilizar meios enganosos para provocar
IV – exercer de forma abusiva posição a oscilação de preços de terceiros;
dominante. VIII – regular mercados de bens ou serviços,
§ 1o A conquista de mercado resultante de estabelecendo acordos para limitar ou controlar
processo natural fundado na maior eficiência a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a
de agente econômico em relação a seus com- produção de bens ou prestação de serviços, ou
petidores não caracteriza o ilícito previsto no para dificultar investimentos destinados à pro-
inciso II do caput deste artigo. dução de bens ou serviços ou à sua distribuição;
§ 2o Presume-se posição dominante sempre IX – impor, no comércio de bens ou serviços,
que uma empresa ou grupo de empresas for a distribuidores, varejistas e representantes
capaz de alterar unilateral ou coordenadamente preços de revenda, descontos, condições de
as condições de mercado ou quando controlar pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
20% (vinte por cento) ou mais do mercado margem de lucro ou quaisquer outras condições
relevante, podendo este percentual ser alterado de comercialização relativos a negócios destes
pelo Cade para setores específicos da economia. com terceiros;
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, X – discriminar adquirentes ou fornecedores
na medida em que configurem hipótese prevista de bens ou serviços por meio da fixação diferen-
no caput deste artigo e seus incisos, caracteri- ciada de preços, ou de condições operacionais
zam infração da ordem econômica: de venda ou prestação de serviços;
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar XI – recusar a venda de bens ou a prestação
com concorrente, sob qualquer forma: de serviços, dentro das condições de pagamento
a) os preços de bens ou serviços ofertados normais aos usos e costumes comerciais;
individualmente; XII – dificultar ou romper a continuidade ou
b) a produção ou a comercialização de uma desenvolvimento de relações comerciais de pra-
quantidade restrita ou limitada de bens ou a zo indeterminado em razão de recusa da outra
prestação de um número, volume ou frequência parte em submeter-se a cláusulas e condições
restrita ou limitada de serviços; comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
c) a divisão de partes ou segmentos de um XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar
mercado atual ou potencial de bens ou servi- matérias-primas, produtos intermediários ou

ços, mediante, dentre outros, a distribuição de acabados, assim como destruir, inutilizar ou di-
clientes, fornecedores, regiões ou períodos; ficultar a operação de equipamentos destinados
d) preços, condições, vantagens ou absten- a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
ção em licitação pública; XIV – açambarcar ou impedir a exploração
II – promover, obter ou influenciar a adoção de direitos de propriedade industrial ou inte-
de conduta comercial uniforme ou concertada lectual ou de tecnologia;
entre concorrentes; XV – vender mercadoria ou prestar serviços
III – limitar ou impedir o acesso de novas injustificadamente abaixo do preço de custo;
empresas ao mercado;
74
XVI – reter bens de produção ou de consu- § 1o Em caso de reincidência, as multas
mo, exceto para garantir a cobertura dos custos cominadas serão aplicadas em dobro.
de produção; § 2o No cálculo do valor da multa de que
XVII – cessar parcial ou totalmente as trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade po-
atividades da empresa sem justa causa com- derá considerar o faturamento total da empresa
provada; ou grupo de empresas, quando não dispuser
XVIII – subordinar a venda de um bem do valor do faturamento no ramo de atividade
à aquisição de outro ou à utilização de um empresarial em que ocorreu a infração, definido
serviço, ou subordinar a prestação de um pelo Cade, ou quando este for apresentado de
serviço à utilização de outro ou à aquisição forma incompleta e/ou não demonstrado de
de um bem; e forma inequívoca e idônea.
XIX – exercer ou explorar abusivamente
direitos de propriedade industrial, intelectual, Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas
tecnologia ou marca. no art. 37 desta Lei, quando assim exigir a
gravidade dos fatos ou o interesse público ge-
ral, poderão ser impostas as seguintes penas,
CAPÍTULO III – Das Penas isolada ou cumulativamente:
I – a publicação, em meia página e a expensas
Art. 37. A prática de infração da ordem eco- do infrator, em jornal indicado na decisão, de
nômica sujeita os responsáveis às seguintes extrato da decisão condenatória, por 2 (dois)
penas: dias seguidos, de 1 (uma) a 3 (três) semanas
I – no caso de empresa, multa de 0,1% (um consecutivas;
décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do II – a proibição de contratar com instituições
valor do faturamento bruto da empresa, grupo financeiras oficiais e participar de licitação ten-
ou conglomerado obtido, no último exercício do por objeto aquisições, alienações, realização
anterior à instauração do processo administra- de obras e serviços, concessão de serviços públi-
tivo, no ramo de atividade empresarial em que cos, na administração pública federal, estadual,
ocorreu a infração, a qual nunca será inferior municipal e do Distrito Federal, bem como em
à vantagem auferida, quando for possível sua entidades da administração indireta, por prazo
estimação; não inferior a 5 (cinco) anos;
II – no caso das demais pessoas físicas ou III – a inscrição do infrator no Cadastro
jurídicas de direito público ou privado, bem Nacional de Defesa do Consumidor;
como quaisquer associações de entidades ou IV – a recomendação aos órgãos públicos
pessoas constituídas de fato ou de direito, competentes para que:
ainda que temporariamente, com ou sem a) seja concedida licença compulsória de
personalidade jurídica, que não exerçam direito de propriedade intelectual de titula-
atividade empresarial, não sendo possível ridade do infrator, quando a infração estiver
utilizar-se o critério do valor do faturamento relacionada ao uso desse direito;
bruto, a multa será entre R$ 50.000,00 (cin- b) não seja concedido ao infrator parce-
quenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois lamento de tributos federais por ele devidos
bilhões de reais); ou para que sejam cancelados, no todo ou em
III – no caso de administrador, direta ou parte, incentivos fiscais ou subsídios públicos;
indiretamente responsável pela infração come- V – a cisão de sociedade, transferência de
tida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, controle societário, venda de ativos ou cessação
Normas correlatas
multa de 1% (um por cento) a 20% (vinte por parcial de atividade;

cento) daquela aplicada à empresa, no caso VI – a proibição de exercer o comércio em
previsto no inciso I do caput deste artigo, ou nome próprio ou como representante de pessoa
às pessoas jurídicas ou entidades, nos casos jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; e
previstos no inciso II do caput deste artigo.
75
VII – qualquer outro ato ou providência ne- Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer
cessários para a eliminação dos efeitos nocivos outra forma dificultar a realização de inspe-
à ordem econômica. ção autorizada pelo Plenário do Tribunal,
pelo Conselheiro-Relator ou pela Superin-
Art. 39. Pela continuidade de atos ou situações tendência-Geral no curso de procedimen-
que configurem infração da ordem econômica, to preparatório, inquérito administrativo,
após decisão do Tribunal determinando sua processo administrativo ou qualquer outro
cessação, bem como pelo não cumprimento procedimento sujeitará o inspecionado ao
de obrigações de fazer ou não fazer impostas, pagamento de multa de R$ 20.000,00 (vinte mil
ou pelo descumprimento de medida preven- reais) a R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais),
tiva ou termo de compromisso de cessação conforme a situação econômica do infrator,
previstos nesta Lei, o responsável fica sujeito mediante a lavratura de auto de infração pelo
a multa diária fixada em valor de R$ 5.000,00 órgão competente.
(cinco mil reais), podendo ser aumentada em
até 50 (cinquenta) vezes, se assim recomendar Art. 43. A enganosidade ou a falsidade de
a situação econômica do infrator e a gravidade informações, de documentos ou de declarações
da infração. prestadas por qualquer pessoa ao Cade ou à
Secretaria de Acompanhamento Econômico
Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento será punível com multa pecuniária no valor de
injustificado de informação ou documentos R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00
solicitados pelo Cade ou pela Secretaria de (cinco milhões de reais), de acordo com a
Acompanhamento Econômico constitui infra- gravidade dos fatos e a situação econômica do
ção punível com multa diária de R$ 5.000,00 infrator, sem prejuízo das demais cominações
(cinco mil reais), podendo ser aumentada em legais cabíveis.
até 20 (vinte) vezes, se necessário para garantir
sua eficácia, em razão da situação econômica Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade
do infrator. ou a Seae, a qualquer título, e que der causa,
§ 1o O montante fixado para a multa diária mesmo que por mera culpa, à disseminação
de que trata o caput deste artigo constará do indevida de informação acerca de empresa, co-
documento que contiver a requisição da auto- berta por sigilo, será punível com multa pecu-
ridade competente. niária de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 20.000,00
§ 2o Compete à autoridade requisitante (vinte mil reais), sem prejuízo de abertura de
a aplicação da multa prevista no caput deste outros procedimentos cabíveis.
artigo. § 1o Se o autor da disseminação indevida
§ 3o Tratando-se de empresa estrangeira, estiver servindo o Cade em virtude de man-
responde solidariamente pelo pagamento da dato, ou na qualidade de Procurador Federal
multa de que trata o caput sua filial, sucursal, ou Economista-Chefe, a multa será em dobro.
escritório ou estabelecimento situado no País. § 2o O Regulamento definirá o procedimen-
to para que uma informação seja tida como
Art. 41. A falta injustificada do representado sigilosa, no âmbito do Cade e da Seae.

ou de terceiros, quando intimados para prestar
esclarecimentos, no curso de inquérito ou pro- Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas
cesso administrativo, sujeitará o faltante à multa nesta Lei, levar-se-á em consideração:
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 I – a gravidade da infração;
(quinze mil reais) para cada falta, aplicada II – a boa-fé do infrator;
conforme sua situação econômica. III – a vantagem auferida ou pretendida
Parágrafo único. A multa a que se refere o pelo infrator;
caput deste artigo será aplicada mediante auto IV – a consumação ou não da infração;
de infração pela autoridade competente.
76
V – o grau de lesão, ou perigo de lesão, à independentemente do inquérito ou processo
livre concorrência, à economia nacional, aos administrativo, que não será suspenso em vir-
consumidores, ou a terceiros; tude do ajuizamento de ação.
VI – os efeitos econômicos negativos pro-
duzidos no mercado;
VII – a situação econômica do infrator; e TÍTULO VI – Das Diversas Espécies de
VIII – a reincidência. Processo Administrativo
CAPÍTULO I – Disposições Gerais
CAPÍTULO IV – Da Prescrição Art. 48. Esta Lei regula os seguintes proce-

dimentos administrativos instaurados para
Art. 46. Prescrevem em 5 (cinco) anos as prevenção, apuração e repressão de infrações
ações punitivas da administração pública à ordem econômica:
federal, direta e indireta, objetivando apurar I – procedimento preparatório de inquérito
infrações da ordem econômica, contados da administrativo para apuração de infrações à
data da prática do ilícito ou, no caso de infração ordem econômica;
permanente ou continuada, do dia em que tiver II – inquérito administrativo para apuração
cessada a prática do ilícito. de infrações à ordem econômica;
§ 1 o Interrompe a prescrição qualquer III – processo administrativo para imposi-
ato administrativo ou judicial que tenha por ção de sanções administrativas por infrações à
objeto a apuração da infração contra a ordem ordem econômica;
econômica mencionada no caput deste artigo, IV – processo administrativo para análise de
bem como a notificação ou a intimação da ato de concentração econômica;
investigada. V – procedimento administrativo para
§ 2o Suspende-se a prescrição durante a apuração de ato de concentração econômica; e
vigência do compromisso de cessação ou do VI – processo administrativo para imposição
acordo em controle de concentrações. de sanções processuais incidentais.
§ 3o Incide a prescrição no procedimento
administrativo paralisado por mais de 3 (três) Art. 49. O Tribunal e a Superintendência-
anos, pendente de julgamento ou despacho, Geral assegurarão nos procedimentos previstos
cujos autos serão arquivados de ofício ou menos incisos II, III, IV e VI do caput do art. 48
diante requerimento da parte interessada, sem desta Lei o tratamento sigiloso de documentos,
prejuízo da apuração da responsabilidade fun- informações e atos processuais necessários à
cional decorrente da paralisação, se for o caso. elucidação dos fatos ou exigidos pelo interesse
§ 4o Quando o fato objeto da ação punitiva da sociedade.
da administração também constituir crime, a Parágrafo único. As partes poderão reque-
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na rer tratamento sigiloso de documentos ou
lei penal. informações, no tempo e modo definidos no
regimento interno.
CAPÍTULO V – Do Direito de Ação Art. 50. A Superintendência-Geral ou o Con-

selheiro-Relator poderá admitir a intervenção
Art. 47. Os prejudicados, por si ou pelos le- no processo administrativo de:
gitimados referidos no art. 82 da Lei no 8.078, I – terceiros titulares de direitos ou interes-
Normas correlatas
de 11 de setembro de 1990, poderão ingressar ses que possam ser afetados pela decisão a ser
em juízo para, em defesa de seus interesses adotada; ou
individuais ou individuais homogêneos, obter II – legitimados à propositura de ação civil
a cessação de práticas que constituam infração pública pelos incisos III e IV do art. 82 da Lei
da ordem econômica, bem como o recebimento no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
de indenização por perdas e danos sofridos, 77
Art. 51. Na tramitação dos processos no CAPÍTULO II – Do Processo
Cade, serão observadas as seguintes disposi- Administrativo no Controle de Atos de
ções, além daquelas previstas no regimento Concentração Econômica
interno: SEÇÃO I – Do Processo Administrativo na
I – os atos de concentração terão prioridade Superintendência-Geral
sobre o julgamento de outras matérias;
II – a sessão de julgamento do Tribunal é Art. 53. O pedido de aprovação dos atos de
pública, salvo nos casos em que for determi- concentração econômica a que se refere o
nado tratamento sigiloso ao processo, ocasião art. 88 desta Lei deverá ser endereçado ao Cade
em que as sessões serão reservadas; e instruído com as informações e documentos
III – nas sessões de julgamento do Tribunal, indispensáveis à instauração do processo ad-
poderão o Superintendente-Geral, o Econo- ministrativo, definidos em resolução do Cade,
mista-Chefe, o Procurador-Chefe e as partes além do comprovante de recolhimento da taxa
do processo requerer a palavra, que lhes será respectiva.
concedida, nessa ordem, nas condições e no § 1o Ao verificar que a petição não preenche
prazo definido pelo regimento interno, a fim os requisitos exigidos no caput deste artigo ou
de sustentarem oralmente suas razões perante apresenta defeitos e irregularidades capazes de
o Tribunal; dificultar o julgamento de mérito, a Superin-
IV – a pauta das sessões de julgamento será tendência-Geral determinará, uma única vez,
definida pelo Presidente, que determinará sua que os requerentes a emendem, sob pena de
publicação, com pelo menos 120 (cento e vinte) arquivamento.
horas de antecedência; e § 2 o Após o protocolo da apresentação
V – os atos e termos a serem praticados do ato de concentração, ou de sua emenda, a
nos autos dos procedimentos enumerados no Superintendência-Geral fará publicar edital, in-
art. 48 desta Lei poderão ser encaminhados dicando o nome dos requerentes, a natureza da
de forma eletrônica ou apresentados em meio operação e os setores econômicos envolvidos.
magnético ou equivalente, nos termos das
normas do Cade. Art. 54. Após cumpridas as providências in-
dicadas no art. 53, a Superintendência-Geral:
Art. 52. O cumprimento das decisões do I – conhecerá diretamente do pedido, profe-
Tribunal e de compromissos e acordos firma- rindo decisão terminativa, quando o processo
dos nos termos desta Lei poderá, a critério do dispensar novas diligências ou nos casos de
Tribunal, ser fiscalizado pela Superintendência- menor potencial ofensivo à concorrência, assim
Geral, com o respectivo encaminhamento dos definidos em resolução do Cade; ou
autos, após a decisão final do Tribunal. II – determinará a realização da instrução
§ 1o Na fase de fiscalização da execução das complementar, especificando as diligências a
decisões do Tribunal, bem como do cumpri- serem produzidas.
mento de compromissos e acordos firmados
nos termos desta Lei, poderá a Superinten- Art. 55. Concluída a instrução complementar
dência-Geral valer-se de todos os poderes determinada na forma do inciso II do caput

instrutórios que lhe são assegurados nesta Lei. do art. 54 desta Lei, a Superintendência-Geral
§ 2o Cumprida integralmente a decisão deverá manifestar-se sobre seu satisfatório
do Tribunal ou os acordos em controle de cumprimento, recebendo-a como adequada
concentrações e compromissos de cessação, a ao exame de mérito ou determinando que seja
Superintendência-Geral, de ofício ou por pro- refeita, por estar incompleta.
vocação do interessado, manifestar-se-á sobre
seu cumprimento. Art. 56. A Superintendência-Geral poderá,
por meio de decisão fundamentada, declarar
a operação como complexa e determinar a
78
realização de nova instrução complementar, II – determinará a realização de instrução
especificando as diligências a serem produzidas. complementar, se necessário, podendo, a seu
Parágrafo único. Declarada a operação critério, solicitar que a Superintendência-Geral
como complexa, poderá a Superintendência- a realize, declarando os pontos controversos e
Geral requerer ao Tribunal a prorrogação do especificando as diligências a serem produzidas.
prazo de que trata o § 2o do art. 88 desta Lei. § 1o O Conselheiro-Relator poderá autori-
zar, conforme o caso, precária e liminarmente,
Art. 57. Concluídas as instruções comple- a realização do ato de concentração econômica,
mentares de que tratam o inciso II do art. 54 e impondo as condições que visem à preservação
o art. 56 desta Lei, a Superintendência-Geral: da reversibilidade da operação, quando assim
I – proferirá decisão aprovando o ato sem recomendarem as condições do caso concreto.
restrições; § 2o O Conselheiro-Relator poderá acom-
II – oferecerá impugnação perante o Tribu- panhar a realização das diligências referidas
nal, caso entenda que o ato deva ser rejeitado, no inciso II do caput deste artigo.
aprovado com restrições ou que não existam
elementos conclusivos quanto aos seus efeitos Art. 60. Após a conclusão da instrução, o
no mercado. Conselheiro-Relator determinará a inclusão do
Parágrafo único. Na impugnação do ato processo em pauta para julgamento.
perante o Tribunal, deverão ser demonstrados,
de forma circunstanciada, o potencial lesivo do Art. 61. No julgamento do pedido de apro-
ato à concorrência e as razões pelas quais não vação do ato de concentração econômica,
deve ser aprovado integralmente ou rejeitado. o Tribunal poderá aprová-lo integralmente,
rejeitá-lo ou aprová-lo parcialmente, caso em
que determinará as restrições que deverão ser
SEÇÃO II – Do Processo Administrativo no observadas como condição para a validade e
Tribunal eficácia do ato.
§ 1o O Tribunal determinará as restrições
Art. 58. O requerente poderá oferecer, no cabíveis no sentido de mitigar os eventuais
prazo de 30 (trinta) dias da data de impugna- efeitos nocivos do ato de concentração sobre
ção da Superintendência-Geral, em petição os mercados relevantes afetados.
escrita, dirigida ao Presidente do Tribunal, § 2o As restrições mencionadas no § 1o deste
manifestação expondo as razões de fato e de artigo incluem:
direito com que se opõe à impugnação do ato I – a venda de ativos ou de um conjunto de
de concentração da Superintendência-Geral e ativos que constitua uma atividade empresarial;
juntando todas as provas, estudos e pareceres II – a cisão de sociedade;
que corroboram seu pedido. III – a alienação de controle societário;
Parágrafo único. Em até 48 (quarenta e oito) IV – a separação contábil ou jurídica de
horas da decisão de que trata a impugnação pela atividades;
Superintendência-Geral, disposta no inciso II V – o licenciamento compulsório de direitos
do caput do art. 57 desta Lei e na hipótese do de propriedade intelectual; e
inciso I do art. 65 desta Lei, o processo será dis- VI – qualquer outro ato ou providência ne-
tribuído, por sorteio, a um Conselheiro-Relator. cessários para a eliminação dos efeitos nocivos
à ordem econômica.
Art. 59. Após a manifestação do requerente, § 3o Julgado o processo no mérito, o ato não
Normas correlatas
o Conselheiro-Relator: poderá ser novamente apresentado nem revisto

I – proferirá decisão determinando a in- no âmbito do Poder Executivo.
clusão do processo em pauta para julgamento,
caso entenda que se encontre suficientemente Art. 62. Em caso de recusa, omissão, engano-
instruído; sidade, falsidade ou retardamento injustificado,
por parte dos requerentes, de informações ou 79
documentos cuja apresentação for determinada com a conclusão da instrução complementar
pelo Cade, sem prejuízo das demais sanções elaborada pela Superintendência-Geral, o que
cabíveis, poderá o pedido de aprovação do ato ocorrer por último.
de concentração ser rejeitado por falta de pro- § 3o O litigante de má-fé arcará com mul-
vas, caso em que o requerente somente poderá ta, em favor do Fundo de Defesa de Direitos
realizar o ato mediante apresentação de novo Difusos, a ser arbitrada pelo Tribunal entre
pedido, nos termos do art. 53 desta Lei. R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 5.000.000,00
(cinco milhões de reais), levando-se em consi-
Art. 63. Os prazos previstos neste Capítulo deração sua condição econômica, sua atuação
não se suspendem ou interrompem por qual- no processo e o retardamento injustificado
quer motivo, ressalvado o disposto no § 5o do causado à aprovação do ato.
art. 6o desta Lei, quando for o caso. § 4o A interposição do recurso a que se re-
fere o caput deste artigo ou a decisão de avocar
Art. 64. (Vetado) suspende a execução do ato de concentração
econômica até decisão final do Tribunal.
§ 5o O Conselheiro-Relator poderá acom-
SEÇÃO III – Do Recurso contra Decisão de panhar a realização das diligências referidas
Aprovação do Ato pela Superintendência- no inciso II do § 1o deste artigo.
Geral
Art. 65. No prazo de 15 (quinze) dias contado CAPÍTULO III – Do Inquérito

a partir da publicação da decisão da Superin- Administrativo para Apuração de Infrações
tendência-Geral que aprovar o ato de concen- à Ordem Econômica e do Procedimento
tração, na forma do inciso I do caput do art. 54 Preparatório
e do inciso I do caput do art. 57 desta Lei:
I – caberá recurso da decisão ao Tribunal, Art. 66. O inquérito administrativo, procedi-
que poderá ser interposto por terceiros interes- mento investigatório de natureza inquisitorial,
sados ou, em se tratando de mercado regulado, será instaurado pela Superintendência-Geral
pela respectiva agência reguladora; para apuração de infrações à ordem econômica.
II – o Tribunal poderá, mediante provocação § 1o O inquérito administrativo será ins-
de um de seus Conselheiros e em decisão fun- taurado de ofício ou em face de representação
damentada, avocar o processo para julgamento fundamentada de qualquer interessado, ou em
ficando prevento o Conselheiro que encami- decorrência de peças de informação, quando os
nhou a provocação. indícios de infração à ordem econômica não
§ 1o Em até 5 (cinco) dias úteis a partir do forem suficientes para a instauração de processo
recebimento do recurso, o Conselheiro-Relator: administrativo.
I – conhecerá do recurso e determinará a sua § 2o A Superintendência-Geral poderá ins-
inclusão em pauta para julgamento; taurar procedimento preparatório de inquérito
II – conhecerá do recurso e determinará a administrativo para apuração de infrações à
realização de instrução complementar, poden- ordem econômica para apurar se a conduta

do, a seu critério, solicitar que a Superinten- sob análise trata de matéria de competência do
dência-Geral a realize, declarando os pontos Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência,
controversos e especificando as diligências a nos termos desta Lei.
serem produzidas; ou § 3o As diligências tomadas no âmbito do
III – não conhecerá do recurso, determinan- procedimento preparatório de inquérito admi-
do o seu arquivamento. nistrativo para apuração de infrações à ordem
§ 2o As requerentes poderão manifestar-se econômica deverão ser realizadas no prazo
acerca do recurso interposto, em até 5 (cinco) máximo de 30 (trinta) dias.
dias úteis do conhecimento do recurso no Tri- § 4o Do despacho que ordenar o arquiva-
80 bunal ou da data do recebimento do relatório mento de procedimento preparatório, indeferir
o requerimento de abertura de inquérito admi- I – confirmar a decisão de arquivamento da
nistrativo, ou seu arquivamento, caberá recurso Superintendência-Geral, podendo, se entender
de qualquer interessado ao Superintendente- necessário, fundamentar sua decisão;
Geral, na forma determinada em regulamento, II – transformar o inquérito administrativo
que decidirá em última instância. em processo administrativo, determinando a
§ 5o (Vetado) realização de instrução complementar, poden-
§ 6o A representação de Comissão do Con- do, a seu critério, solicitar que a Superinten-
gresso Nacional, ou de qualquer de suas Casas, dência-Geral a realize, declarando os pontos
bem como da Secretaria de Acompanhamento controversos e especificando as diligências a
Econômico, das agências reguladoras e da serem produzidas.
Procuradoria Federal junto ao Cade, independe § 3o Ao inquérito administrativo poderá ser
de procedimento preparatório, instaurando-se dado tratamento sigiloso, no interesse das in-
desde logo o inquérito administrativo ou pro- vestigações, a critério do Plenário do Tribunal.
cesso administrativo.
§ 7o O representante e o indiciado poderão Art. 68. O descumprimento dos prazos
requerer qualquer diligência, que será realizada fixados neste Capítulo pela Superintendência-
ou não, a juízo da Superintendência-Geral. Geral, assim como por seus servidores, sem jus-
§ 8o A Superintendência-Geral poderá so- tificativa devidamente comprovada nos autos,
licitar o concurso da autoridade policial ou do poderá resultar na apuração da respectiva res-
Ministério Público nas investigações. ponsabilidade administrativa, civil e criminal.
§ 9o O inquérito administrativo deverá ser
encerrado no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, contado da data de sua instauração, CAPÍTULO IV – Do Processo
prorrogáveis por até 60 (sessenta) dias, por Administrativo para Imposição de Sanções
meio de despacho fundamentado e quando o Administrativas por Infrações à Ordem
fato for de difícil elucidação e o justificarem as Econômica
circunstâncias do caso concreto.
§ 10. Ao procedimento preparatório, assim Art. 69. O processo administrativo, procedi-
como ao inquérito administrativo, poderá ser mento em contraditório, visa a garantir ao acu-
dado tratamento sigiloso, no interesse das sado a ampla defesa a respeito das conclusões
investigações, a critério da Superintendência- do inquérito administrativo, cuja nota técnica
Geral. final, aprovada nos termos das normas do Cade,
constituirá peça inaugural.
Art. 67. Até 10 (dez) dias úteis a partir da data
de encerramento do inquérito administrativo, Art. 70. Na decisão que instaurar o processo
a Superintendência-Geral decidirá pela instau- administrativo, será determinada a notificação
ração do processo administrativo ou pelo seu do representado para, no prazo de 30 (trinta)
arquivamento. dias, apresentar defesa e especificar as provas
§ 1o O Tribunal poderá, mediante provo- que pretende sejam produzidas, declinando
cação de um Conselheiro e em decisão fun- a qualificação completa de até 3 (três) teste-
damentada, avocar o inquérito administrativo munhas.
ou procedimento preparatório de inquérito § 1o A notificação inicial conterá o inteiro
administrativo arquivado pela Superintendên- teor da decisão de instauração do processo
cia-Geral, ficando prevento o Conselheiro que administrativo e da representação, se for o caso.
Normas correlatas
encaminhou a provocação. § 2o A notificação inicial do representado

§ 2o Avocado o inquérito administrativo, o será feita pelo correio, com aviso de recebi-
Conselheiro-Relator terá o prazo de 30 (trinta) mento em nome próprio, ou outro meio que
dias úteis para: assegure a certeza da ciência do interessado
ou, não tendo êxito a notificação postal, por
edital publicado no Diário Oficial da União 81
e em jornal de grande circulação no Estado Art. 75. Recebido o processo, o Presidente
em que resida ou tenha sede, contando-se os do Tribunal o distribuirá, por sorteio, ao Con-
prazos da juntada do aviso de recebimento, ou selheiro-Relator, que poderá, caso entenda
da publicação, conforme o caso. necessário, solicitar à Procuradoria Federal
§ 3o A intimação dos demais atos proces- junto ao Cade que se manifeste no prazo de 20
suais será feita mediante publicação no Diário (vinte) dias.
Oficial da União, da qual deverá constar o nome
do representado e de seu procurador, se houver. Art. 76. O Conselheiro-Relator poderá deter-
§ 4o O representado poderá acompanhar o minar diligências, em despacho fundamentado,
processo administrativo por seu titular e seus podendo, a seu critério, solicitar que a Superin-
diretores ou gerentes, ou por seu procurador, tendência-Geral as realize, no prazo assinado.
assegurando-se-lhes amplo acesso aos autos Parágrafo único. Após a conclusão das dili-
no Tribunal. gências determinadas na forma deste artigo, o
§ 5o O prazo de 30 (trinta) dias mencionado Conselheiro-Relator notificará o representado
no caput deste artigo poderá ser dilatado por para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, apre-
até 10 (dez) dias, improrrogáveis, mediante sentar alegações finais.
requisição do representado.
Art. 77. No prazo de 15 (quinze) dias úteis
Art. 71. Considerar-se-á revel o representado contado da data de recebimento das alegações
que, notificado, não apresentar defesa no prazo finais, o Conselheiro-Relator solicitará a in-
legal, incorrendo em confissão quanto à matéria clusão do processo em pauta para julgamento.
de fato, contra ele correndo os demais prazos,
independentemente de notificação. Art. 78. A convite do Presidente, por indica-
Parágrafo único. Qualquer que seja a fase ção do Conselheiro-Relator, qualquer pessoa
do processo, nele poderá intervir o revel, sem poderá apresentar esclarecimentos ao Tribunal,
direito à repetição de qualquer ato já praticado. a propósito de assuntos que estejam em pauta.
Art. 72. Em até 30 (trinta) dias úteis após Art. 79. A decisão do Tribunal, que em qual-
o decurso do prazo previsto no art. 70 desta quer hipótese será fundamentada, quando for
Lei, a Superintendência-Geral, em despacho pela existência de infração da ordem econô-
fundamentado, determinará a produção de mica, conterá:
provas que julgar pertinentes, sendo-lhe facul- I – especificação dos fatos que constituam a
tado exercer os poderes de instrução previstos infração apurada e a indicação das providên-
nesta Lei, mantendo-se o sigilo legal, quando cias a serem tomadas pelos responsáveis para
for o caso. fazê-la cessar;
II – prazo dentro do qual devam ser iniciadas
Art. 73. Em até 5 (cinco) dias úteis da data de e concluídas as providências referidas no inciso
conclusão da instrução processual determinada I do caput deste artigo;
na forma do art. 72 desta Lei, a Superinten- III – multa estipulada;
dência-Geral notificará o representado para IV – multa diária em caso de continuidade

apresentar novas alegações, no prazo de 5 da infração; e
(cinco) dias úteis. V – multa em caso de descumprimento das
providências estipuladas.
Art. 74. Em até 15 (quinze) dias úteis contados Parágrafo único. A decisão do Tribunal será
do decurso do prazo previsto no art. 73 desta publicada dentro de 5 (cinco) dias úteis no
Lei, a Superintendência-Geral remeterá os au- Diário Oficial da União.
tos do processo ao Presidente do Tribunal, opi-
nando, em relatório circunstanciado, pelo seu Art. 80. Aplicam-se às decisões do Tribunal o
arquivamento ou pela configuração da infração. disposto na Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992.
82
Art. 81. Descumprida a decisão, no todo ou investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre
em parte, será o fato comunicado ao Presidente que, em juízo de conveniência e oportunidade,
do Tribunal, que determinará à Procuradoria devidamente fundamentado, entender que
Federal junto ao Cade que providencie sua atende aos interesses protegidos por lei.
execução judicial. § 1o Do termo de compromisso deverão
constar os seguintes elementos:
Art. 82. O descumprimento dos prazos fixa- I – a especificação das obrigações do repre-
dos neste Capítulo pelos membros do Cade, sentado no sentido de não praticar a conduta
assim como por seus servidores, sem justificati- investigada ou seus efeitos lesivos, bem como
va devidamente comprovada nos autos, poderá obrigações que julgar cabíveis;
resultar na apuração da respectiva responsabi- II – a fixação do valor da multa para o caso
lidade administrativa, civil e criminal. de descumprimento, total ou parcial, das obri-
gações compromissadas;
Art. 83. O Cade disporá de forma comple- III – a fixação do valor da contribuição pecu-
mentar sobre o inquérito e o processo admi- niária ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos
nistrativo. quando cabível.
§ 2o Tratando-se da investigação da práti-
ca de infração relacionada ou decorrente das
CAPÍTULO V – Da Medida Preventiva condutas previstas nos incisos I e II do § 3o do
art. 36 desta Lei, entre as obrigações a que se
Art. 84. Em qualquer fase do inquérito ad- refere o inciso I do § 1o deste artigo figurará,
ministrativo para apuração de infrações ou do necessariamente, a obrigação de recolher ao
processo administrativo para imposição de san- Fundo de Defesa de Direitos Difusos um valor
ções por infrações à ordem econômica, poderá pecuniário que não poderá ser inferior ao mí-
o Conselheiro-Relator ou o Superintendente- nimo previsto no art. 37 desta Lei.
Geral, por iniciativa própria ou mediante pro- § 3o (Vetado)
vocação do Procurador-Chefe do Cade, adotar § 4o A proposta de termo de compromisso
medida preventiva, quando houver indício ou de cessação de prática somente poderá ser
fundado receio de que o representado, direta ou apresentada uma única vez.
indiretamente, cause ou possa causar ao mer- § 5o A proposta de termo de compromisso
cado lesão irreparável ou de difícil reparação, de cessação de prática poderá ter caráter con-
ou torne ineficaz o resultado final do processo. fidencial.
§ 1o Na medida preventiva, determinar-se-á § 6o A apresentação de proposta de termo
a imediata cessação da prática e será ordenada, de compromisso de cessação de prática não
quando materialmente possível, a reversão suspende o andamento do processo adminis-
à situação anterior, fixando multa diária nos trativo.
termos do art. 39 desta Lei. § 7o O termo de compromisso de cessação
§ 2o Da decisão que adotar medida pre- de prática terá caráter público, devendo o acor-
ventiva caberá recurso voluntário ao Plenário do ser publicado no sítio do Cade em 5 (cinco)
do Tribunal, em 5 (cinco) dias, sem efeito dias após a sua celebração.
suspensivo. § 8o O termo de compromisso de cessação
de prática constitui título executivo extraju-
dicial.
CAPÍTULO VI – Do Compromisso de § 9 o O processo administrativo ficará
Normas correlatas
Cessação suspenso enquanto estiver sendo cumprido o

compromisso e será arquivado ao término do
Art. 85. Nos procedimentos administrativos prazo fixado, se atendidas todas as condições
mencionados nos incisos I, II e III do art. 48 estabelecidas no termo.
desta Lei, o Cade poderá tomar do represen- § 10. A suspensão do processo administra-
tado compromisso de cessação da prática sob tivo a que se refere o § 9o deste artigo dar-se-á 83
somente em relação ao representado que firmou II – a empresa cesse completamente seu
o compromisso, seguindo o processo seu curso envolvimento na infração noticiada ou sob
regular para os demais representados. investigação a partir da data de propositura
§ 11. Declarado o descumprimento do do acordo;
compromisso, o Cade aplicará as sanções nele III – a Superintendência-Geral não disponha
previstas e determinará o prosseguimento do de provas suficientes para assegurar a conde-
processo administrativo e as demais medidas nação da empresa ou pessoa física por ocasião
administrativas e judiciais cabíveis para sua da propositura do acordo; e
execução. IV – a empresa confesse sua participação no
§ 12. As condições do termo de compro- ilícito e coopere plena e permanentemente com
misso poderão ser alteradas pelo Cade se se as investigações e o processo administrativo,
comprovar sua excessiva onerosidade para o comparecendo, sob suas expensas, sempre que
representado, desde que a alteração não acarre- solicitada, a todos os atos processuais, até seu
te prejuízo para terceiros ou para a coletividade. encerramento.
§ 13. A proposta de celebração do compro- § 2o Com relação às pessoas físicas, elas
misso de cessação de prática será indeferida poderão celebrar acordos de leniência desde
quando a autoridade não chegar a um acordo que cumpridos os requisitos II, III e IV do § 1o
com os representados quanto aos seus termos. deste artigo.
§ 14. O Cade definirá, em resolução, nor- § 3o O acordo de leniência firmado com
mas complementares sobre o termo de com- o Cade, por intermédio da Superintendên-
promisso de cessação. cia-Geral, estipulará as condições necessárias
§ 15. Aplica-se o disposto no art. 50 desta para assegurar a efetividade da colaboração e
Lei ao Compromisso de Cessação da Prática. o resultado útil do processo.
§ 4o Compete ao Tribunal, por ocasião do
julgamento do processo administrativo, verifi-
CAPÍTULO VII – Do Programa de cado o cumprimento do acordo:
Leniência I – decretar a extinção da ação punitiva da
administração pública em favor do infrator, nas
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superin- hipóteses em que a proposta de acordo tiver
tendência-Geral, poderá celebrar acordo de sido apresentada à Superintendência-Geral
leniência, com a extinção da ação punitiva da sem que essa tivesse conhecimento prévio da
administração pública ou a redução de 1 (um) infração noticiada; ou
a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos II – nas demais hipóteses, reduzir de 1 (um) a
termos deste artigo, com pessoas físicas e jurí- 2/3 (dois terços) as penas aplicáveis, observado
dicas que forem autoras de infração à ordem o disposto no art. 45 desta Lei, devendo ainda
econômica, desde que colaborem efetivamente considerar na gradação da pena a efetividade
com as investigações e o processo administra- da colaboração prestada e a boa-fé do infrator
tivo e que dessa colaboração resulte: no cumprimento do acordo de leniência.
I – a identificação dos demais envolvidos § 5o Na hipótese do inciso II do § 4o deste
na infração; e artigo, a pena sobre a qual incidirá o fator

II – a obtenção de informações e documen- redutor não será superior à menor das penas
tos que comprovem a infração noticiada ou aplicadas aos demais coautores da infração,
sob investigação. relativamente aos percentuais fixados para a
§ 1o O acordo de que trata o caput deste ar- aplicação das multas de que trata o inciso I do
tigo somente poderá ser celebrado se preenchi- art. 37 desta Lei.
dos, cumulativamente, os seguintes requisitos: § 6 o Serão estendidos às empresas do
I – a empresa seja a primeira a se qualifi- mesmo grupo, de fato ou de direito, e aos seus
car com respeito à infração noticiada ou sob dirigentes, administradores e empregados
investigação; envolvidos na infração os efeitos do acordo de
84
leniência, desde que o firmem em conjunto, TÍTULO VII – Do Controle de
respeitadas as condições impostas. Concentrações
§ 7o A empresa ou pessoa física que não CAPÍTULO I – Dos Atos de Concentração
obtiver, no curso de inquérito ou processo ad-
ministrativo, habilitação para a celebração do Art. 88. Serão submetidos ao Cade pelas par-
acordo de que trata este artigo, poderá celebrar tes envolvidas na operação os atos de concen-
com a Superintendência-Geral, até a remessa do tração econômica em que, cumulativamente:
processo para julgamento, acordo de leniência I – pelo menos um dos grupos envolvidos na
relacionado a uma outra infração, da qual o operação tenha registrado, no último balanço,
Cade não tenha qualquer conhecimento prévio. faturamento bruto anual ou volume de negó-
§ 8o Na hipótese do § 7o deste artigo, o infra- cios total no País, no ano anterior à operação,
tor se beneficiará da redução de 1/3 (um terço) equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00
da pena que lhe for aplicável naquele processo, (quatrocentos milhões de reais); e
sem prejuízo da obtenção dos benefícios de que II – pelo menos um outro grupo envolvido
trata o inciso I do § 4o deste artigo em relação na operação tenha registrado, no último ba-
à nova infração denunciada. lanço, faturamento bruto anual ou volume de
§ 9 o Considera-se sigilosa a proposta negócios total no País, no ano anterior à opera-
de acordo de que trata este artigo, salvo no ção, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00
interesse das investigações e do processo ad- (trinta milhões de reais).
ministrativo. § 1o Os valores mencionados nos incisos I
§ 10. Não importará em confissão quanto e II do caput deste artigo poderão ser adequa-
à matéria de fato, nem reconhecimento de dos, simultânea ou independentemente, por
ilicitude da conduta analisada, a proposta de indicação do Plenário do Cade, por portaria
acordo de leniência rejeitada, da qual não se interministerial dos Ministros de Estado da
fará qualquer divulgação. Fazenda e da Justiça.
§ 11. A aplicação do disposto neste artigo § 2o O controle dos atos de concentração
observará as normas a serem editadas pelo de que trata o caput deste artigo será prévio
Tribunal. e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e
§ 12. Em caso de descumprimento do quarenta) dias, a contar do protocolo de petição
acordo de leniência, o beneficiário ficará im- ou de sua emenda.
pedido de celebrar novo acordo de leniência § 3o Os atos que se subsumirem ao disposto
pelo prazo de 3 (três) anos, contado da data de no caput deste artigo não podem ser consuma-
seu julgamento. dos antes de apreciados, nos termos deste artigo
e do procedimento previsto no Capítulo II do
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômi- Título VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo
ca, tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezem- ainda imposta multa pecuniária, de valor não
bro de 1990, e nos demais crimes diretamente inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem
relacionados à prática de cartel, tais como os superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões
tipificados na Lei no 8.666, de 21 de junho de de reais), a ser aplicada nos termos da regula-
1993, e os tipificados no art. 288 do Decreto-lei mentação, sem prejuízo da abertura de processo
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código administrativo, nos termos do art. 69 desta Lei.
Penal, a celebração de acordo de leniência, nos § 4o Até a decisão final sobre a operação,
termos desta Lei, determina a suspensão do deverão ser preservadas as condições de con-
curso do prazo prescricional e impede o ofe- corrência entre as empresas envolvidas, sob
Normas correlatas
recimento da denúncia com relação ao agente pena de aplicação das sanções previstas no § 3o
beneficiário da leniência. deste artigo.
Parágrafo único. Cumprido o acordo de § 5o Serão proibidos os atos de concentração
leniência pelo agente, extingue-se automatica- que impliquem eliminação da concorrência em
mente a punibilidade dos crimes a que se refere parte substancial de mercado relevante, que
o caput deste artigo. possam criar ou reforçar uma posição domi- 85
nante ou que possam resultar na dominação de específico de participação em leilões, licitações
mercado relevante de bens ou serviços, ressal- e operações de aquisição de ações por meio de
vado o disposto no § 6o deste artigo. oferta pública.
§ 6o Os atos a que se refere o § 5o deste ar-
tigo poderão ser autorizados, desde que sejam Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei,
observados os limites estritamente necessários realiza-se um ato de concentração quando:
para atingir os seguintes objetivos: I – 2 (duas) ou mais empresas anteriormente
I – cumulada ou alternativamente: independentes se fundem;
a) aumentar a produtividade ou a compe- II – 1 (uma) ou mais empresas adquirem, di-
titividade; reta ou indiretamente, por compra ou permuta
b) melhorar a qualidade de bens ou servi- de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários
ços; ou conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento intangíveis, por via contratual ou por qualquer
tecnológico ou econômico; e outro meio ou forma, o controle ou partes de
II – sejam repassados aos consumidores uma ou outras empresas;
parte relevante dos benefícios decorrentes. III – 1 (uma) ou mais empresas incorporam
§ 7o É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um) outra ou outras empresas; ou
ano a contar da respectiva data de consumação, IV – 2 (duas) ou mais empresas celebram
requerer a submissão dos atos de concentração contrato associativo, consórcio ou joint venture.
que não se enquadrem no disposto neste artigo. Parágrafo único. Não serão considerados
§ 8o As mudanças de controle acionário de atos de concentração, para os efeitos do dispos-
companhias abertas e os registros de fusão, sem to no art. 88 desta Lei, os descritos no inciso
prejuízo da obrigação das partes envolvidas, IV do caput, quando destinados às licitações
devem ser comunicados ao Cade pela Comissão promovidas pela administração pública direta
de Valores Mobiliários – CVM e pelo Departa- e indireta e aos contratos delas decorrentes.
mento Nacional do Registro do Comércio do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 des-
Comércio Exterior, respectivamente, no prazo ta Lei poderá ser revista pelo Tribunal, de ofício
de 5 (cinco) dias úteis para, se for o caso, ser ou mediante provocação da Superintendência-
examinados. Geral, se a decisão for baseada em informações
§ 9o O prazo mencionado no § 2o deste falsas ou enganosas prestadas pelo interessado,
artigo somente poderá ser dilatado: se ocorrer o descumprimento de quaisquer das
I – por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, obrigações assumidas ou não forem alcançados
mediante requisição das partes envolvidas na os benefícios visados.
operação; ou Parágrafo único. Na hipótese referida no
II – por até 90 (noventa) dias, mediante caput deste artigo, a falsidade ou enganosidade
decisão fundamentada do Tribunal, em que será punida com multa pecuniária, de valor
sejam especificados as razões para a extensão, não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
o prazo da prorrogação, que será não renovável, nem superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões
e as providências cuja realização seja necessária de reais), a ser aplicada na forma das normas
para o julgamento do processo. do Cade, sem prejuízo da abertura de processo
administrativo, nos termos do art. 67 desta Lei,
Art. 89. Para fins de análise do ato de con- e da adoção das demais medidas cabíveis.
centração apresentado, serão obedecidos os
procedimentos estabelecidos no Capítulo II do
Título VI desta Lei. CAPÍTULO II – Do Acordo em Controle de
Parágrafo único. O Cade regulamentará, Concentrações
por meio de Resolução, a análise prévia de atos
de concentração realizados com o propósito Art. 92. (Vetado)
86
TÍTULO VIII – Da Execução Judicial das § 3o O depósito em dinheiro não suspende-
Decisões do CADE rá a incidência de juros de mora e atualização
CAPÍTULO I – Do Processo monetária, podendo o Cade, na hipótese do
§ 2o deste artigo, promover a execução para
Art. 93. A decisão do Plenário do Tribunal, cobrança da diferença entre o valor revertido ao
cominando multa ou impondo obrigação de Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o valor
fazer ou não fazer, constitui título executivo da multa atualizado, com os acréscimos legais,
extrajudicial. como se sua exigibilidade do crédito jamais
tivesse sido suspensa.
Art. 94. A execução que tenha por objeto § 4o (Revogado)
exclusivamente a cobrança de multa pecuniá-
ria será feita de acordo com o disposto na Lei Art. 99. Em razão da gravidade da infração da
no 6.830, de 22 de setembro de 1980. ordem econômica, e havendo fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação,
Art. 95. Na execução que tenha por objeto, ainda que tenha havido o depósito das multas
além da cobrança de multa, o cumprimento de e prestação de caução, poderá o Juiz determinar
obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz conce- a adoção imediata, no todo ou em parte, das
derá a tutela específica da obrigação, ou deter- providências contidas no título executivo.
minará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento. Art. 100. No cálculo do valor da multa diária
§ 1o A conversão da obrigação de fazer ou pela continuidade da infração, tomar-se-á como
não fazer em perdas e danos somente será ad- termo inicial a data final fixada pelo Cade para
missível se impossível a tutela específica ou a a adoção voluntária das providências contidas
obtenção do resultado prático correspondente. em sua decisão, e como termo final o dia do seu
§ 2o A indenização por perdas e danos far- efetivo cumprimento.
se-á sem prejuízo das multas.
Art. 101. O processo de execução em juízo
Art. 96. A execução será feita por todos os das decisões do Cade terá preferência sobre as
meios, inclusive mediante intervenção na em- demais espécies de ação, exceto habeas corpus
presa, quando necessária. e mandado de segurança.
Art. 97. A execução das decisões do Cade

será promovida na Justiça Federal do Distrito CAPÍTULO II – Da Intervenção Judicial
Federal ou da sede ou domicílio do executado,
à escolha do Cade. Art. 102. O Juiz decretará a intervenção na
empresa quando necessária para permitir a
Art. 98. O oferecimento de embargos ou o execução específica, nomeando o interventor.
ajuizamento de qualquer outra ação que vise à Parágrafo único. A decisão que determinar
desconstituição do título executivo não suspen- a intervenção deverá ser fundamentada e in-
derá a execução, se não for garantido o juízo no dicará, clara e precisamente, as providências
valor das multas aplicadas, para que se garanta a serem tomadas pelo interventor nomeado.
o cumprimento da decisão final proferida nos
autos, inclusive no que tange a multas diárias. Art. 103. Se, dentro de 48 (quarenta e oito)
§ 1 o Para garantir o cumprimento das horas, o executado impugnar o interventor por
Normas correlatas
obrigações de fazer, deverá o juiz fixar caução motivo de inaptidão ou inidoneidade, feita a
idônea. prova da alegação em 3 (três) dias, o juiz deci-
§ 2o Revogada a liminar, o depósito do valor dirá em igual prazo.
da multa converter-se-á em renda do Fundo de
Defesa de Direitos Difusos.
87
Art. 104. Sendo a impugnação julgada pro- III – apresentar ao Juiz relatório mensal de
cedente, o juiz nomeará novo interventor no suas atividades.
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 109. As despesas resultantes da interven-
Art. 105. A intervenção poderá ser revogada ção correrão por conta do executado contra
antes do prazo estabelecido, desde que com- quem ela tiver sido decretada.
provado o cumprimento integral da obrigação
que a determinou. Art. 110. Decorrido o prazo da intervenção,
o interventor apresentará ao juiz relatório cir-
Art. 106. A intervenção judicial deverá res- cunstanciado de sua gestão, propondo a extin-
tringir-se aos atos necessários ao cumprimento ção e o arquivamento do processo ou pedindo
da decisão judicial que a determinar e terá a prorrogação do prazo na hipótese de não ter
duração máxima de 180 (cento e oitenta) dias, sido possível cumprir integralmente a decisão
ficando o interventor responsável por suas exequenda.
ações e omissões, especialmente em caso de
abuso de poder e desvio de finalidade. Art. 111. Todo aquele que se opuser ou obsta-
§ 1o Aplica-se ao interventor, no que couber, culizar a intervenção ou, cessada esta, praticar
o disposto nos arts. 153 a 159 da Lei no 6.404, quaisquer atos que direta ou indiretamente
de 15 de dezembro de 1976. anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou
§ 2o A remuneração do interventor será desobedecer a ordens legais do interventor
arbitrada pelo Juiz, que poderá substituí-lo a será, conforme o caso, responsabilizado cri-
qualquer tempo, sendo obrigatória a substi- minalmente por resistência, desobediência ou
tuição quando incorrer em insolvência civil, coação no curso do processo, na forma dos
quando for sujeito passivo ou ativo de qualquer arts. 329, 330 e 344 do Decreto-lei no 2.848, de
forma de corrupção ou prevaricação, ou infrin- 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
gir quaisquer de seus deveres.
Art. 107. O juiz poderá afastar de suas funções TÍTULO IX – Disposições Finais e

os responsáveis pela administração da empresa Transitórias
que, comprovadamente, obstarem o cumpri-
mento de atos de competência do interventor, Art. 112. (Vetado)
devendo eventual substituição dar-se na forma
estabelecida no contrato social da empresa. Art. 113. Visando a implementar a transição
§ 1o Se, apesar das providências previstas para o sistema de mandatos não coincidentes,
no caput deste artigo, um ou mais responsáveis as nomeações dos Conselheiros observarão os
pela administração da empresa persistirem em seguintes critérios de duração dos mandatos,
obstar a ação do interventor, o juiz procederá na nessa ordem:
forma do disposto no § 2o deste artigo. I – 2 (dois) anos para os primeiros 2 (dois)
§ 2o Se a maioria dos responsáveis pela ad- mandatos vagos; e
ministração da empresa recusar colaboração ao II – 3 (três) anos para o terceiro e o quarto

interventor, o juiz determinará que este assuma mandatos vagos.
a administração total da empresa. § 1o Os mandatos dos membros do Cade e
do Procurador-Chefe em vigor na data de pro-
Art. 108. Compete ao interventor: mulgação desta Lei serão mantidos e exercidos
I – praticar ou ordenar que sejam praticados até o seu término original, devendo as nomea-
os atos necessários à execução; ções subsequentes à extinção desses mandatos
II – denunciar ao Juiz quaisquer irregu- observar o disposto neste artigo.
laridades praticadas pelos responsáveis pela § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o Con-
empresa e das quais venha a ter conhecimento; e selheiro que estiver exercendo o seu primeiro
88 mandato no Cade, após o término de seu man-
dato original, poderá ser novamente nomeado Decretos nos 93.941 e 93.962, de 16 e 22 de
no mesmo cargo, observado o disposto nos janeiro de 1987, respectivamente.
incisos I e II do caput deste artigo.
§ 3o O Conselheiro que estiver exercendo o Art. 120. (Vetado)
seu segundo mandato no Cade, após o término ��
de seu mandato original, não poderá ser nova-
mente nomeado para o período subsequente. Art. 122. Os órgãos do SBDC poderão requisi-
§ 4o Não haverá recondução para o Procu- tar servidores da administração pública federal
rador-Chefe que estiver exercendo mandato no direta, autárquica ou fundacional para neles
Cade, após o término de seu mandato original, ter exercício, independentemente do exercício
podendo ele ser indicado para permanecer no de cargo em comissão ou função de confiança.
cargo na forma do art. 16 desta Lei. Parágrafo único. Ao servidor requisitado
na forma deste artigo são assegurados todos os
Art. 114. (Vetado) direitos e vantagens a que façam jus no órgão
ou entidade de origem, considerando-se o
Art. 115. Aplicam-se subsidiariamente aos período de requisição para todos os efeitos da
processos administrativo e judicial previstos vida funcional, como efetivo exercício no cargo
nesta Lei as disposições das Leis nos 5.869, de que ocupe no órgão ou entidade de origem.
11 de janeiro de 1973 – Código de Processo ��
Civil, 7.347, de 24 de julho de 1985, 8.078,
de 11 de setembro de 1990, e 9.784, de 29 de Art. 128. Esta Lei entra em vigor após decorri-
janeiro de 1999. dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
�� oficial.
Art. 118. Nos processos judiciais em que se Brasília, 30 de novembro de 2011; 190o da In-
discuta a aplicação desta Lei, o Cade deverá ser dependência e 123o da República.
intimado para, querendo, intervir no feito na
qualidade de assistente. Dilma Rousseff – José Eduardo Cardozo – Guido
Mantega – Eva Maria Cella Dal Chiavon – Luís
Art. 119. O disposto nesta Lei não se aplica Inácio Lucena Adams
aos casos de dumping e subsídios de que tra-
tam os Acordos Relativos à Implementação Promulgada em 30/11/2011, publicada no DOU de
do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas 1o/12/2011 e retificada no DOU de 2/12/2011.
Aduaneiras e Comércio, promulgados pelos
Normas correlatas
89
Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA VII – histórico de crédito: conjunto de dados

financeiros e de pagamentos relativos às ope-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta rações de crédito e obrigações de pagamento
e eu sanciono a seguinte Lei: adimplidas ou em andamento por pessoa na-
tural ou jurídica.
Art. 1 o Esta Lei disciplina a formação e
consulta a bancos de dados com informações Art. 3o Os bancos de dados poderão conter
de adimplemento, de pessoas naturais ou de informações de adimplemento do cadastrado,
pessoas jurídicas, para formação de histórico para a formação do histórico de crédito, nas
de crédito, sem prejuízo do disposto na Lei condições estabelecidas nesta Lei.
no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código § 1o Para a formação do banco de dados,
de Proteção e Defesa do Consumidor. somente poderão ser armazenadas informações
Parágrafo único. Os bancos de dados ins- objetivas, claras, verdadeiras e de fácil com-
tituídos ou mantidos por pessoas jurídicas preensão, que sejam necessárias para avaliar a
de direito público interno serão regidos por situação econômica do cadastrado.
legislação específica. § 2o Para os fins do disposto no § 1o, consi-
deram-se informações:
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I – objetivas: aquelas descritivas dos fatos e
I – banco de dados: conjunto de dados rela- que não envolvam juízo de valor;
tivo a pessoa natural ou jurídica armazenados II – claras: aquelas que possibilitem o ime-
com a finalidade de subsidiar a concessão de diato entendimento do cadastrado independen-
crédito, a realização de venda a prazo ou de temente de remissão a anexos, fórmulas, siglas,
outras transações comerciais e empresariais símbolos, termos técnicos ou nomenclatura
que impliquem risco financeiro; específica;
II – gestor: pessoa jurídica responsável pela III – verdadeiras: aquelas exatas, completas e
administração de banco de dados, bem como sujeitas à comprovação nos termos desta Lei; e
pela coleta, armazenamento, análise e acesso de IV – de fácil compreensão: aquelas em sen-
terceiros aos dados armazenados; tido comum que assegurem ao cadastrado o
III – cadastrado: pessoa natural ou jurídica pleno conhecimento do conteúdo, do sentido e
que tenha autorizado inclusão de suas informado alcance dos dados sobre ele anotados.
ções no banco de dados; § 3o Ficam proibidas as anotações de:
IV – fonte: pessoa natural ou jurídica que I – informações excessivas, assim conside-

conceda crédito ou realize venda a prazo ou radas aquelas que não estiverem vinculadas à
outras transações comerciais e empresariais análise de risco de crédito ao consumidor; e
que lhe impliquem risco financeiro; II – informações sensíveis, assim considera-
V – consulente: pessoa natural ou jurídica das aquelas pertinentes à origem social e étnica,
que acesse informações em bancos de dados à saúde, à informação genética, à orientação
para qualquer finalidade permitida por esta Lei; sexual e às convicções políticas, religiosas e
VI – anotação: ação ou efeito de anotar, as- filosóficas.
sinalar, averbar, incluir, inscrever ou registrar
informação relativa ao histórico de crédito em Art. 4o A abertura de cadastro requer autori-
90 banco de dados; e zação prévia do potencial cadastrado mediante
consentimento informado por meio de assina- II – indicação das fontes relativas às informa-
tura em instrumento específico ou em cláusula ções de que trata o inciso I, incluindo endereço
apartada. e telefone para contato;
§ 1o Após a abertura do cadastro, a anotação III – indicação dos gestores de bancos de
de informação em banco de dados independe dados com os quais as informações foram
de autorização e de comunicação ao cadastrado. compartilhadas;
§ 2o Atendido o disposto no caput, as fontes IV – indicação de todos os consulentes que
ficam autorizadas, nas condições estabelecidas tiveram acesso a qualquer informação sobre ele
nesta Lei, a fornecer aos bancos de dados as in- nos 6 (seis) meses anteriores à solicitação; e
formações necessárias à formação do histórico V – cópia de texto contendo sumário dos
das pessoas cadastradas. seus direitos, definidos em lei ou em normas
§ 3o (Vetado) infralegais pertinentes à sua relação com bancos
de dados, bem como a lista dos órgãos gover-
Art. 5o São direitos do cadastrado: namentais aos quais poderá ele recorrer, caso
I – obter o cancelamento do cadastro quando considere que esses direitos foram infringidos.
solicitado; § 1o É vedado aos gestores de bancos de
II – acessar gratuitamente as informações dados estabelecerem políticas ou realizarem
sobre ele existentes no banco de dados, inclu- operações que impeçam, limitem ou dificultem
sive o seu histórico, cabendo ao gestor manter o acesso do cadastrado previsto no inciso II
sistemas seguros, por telefone ou por meio do art. 5o.
eletrônico, de consulta para informar as infor- § 2o O prazo para atendimento das infor-
mações de adimplemento; mações estabelecidas nos incisos II, III, IV e V
III – solicitar impugnação de qualquer in- deste artigo será de 7 (sete) dias.
formação sobre ele erroneamente anotada em
banco de dados e ter, em até 7 (sete) dias, sua Art. 7o As informações disponibilizadas nos
correção ou cancelamento e comunicação aos bancos de dados somente poderão ser utili-
bancos de dados com os quais ele compartilhou zadas para:
a informação; I – realização de análise de risco de crédito
IV – conhecer os principais elementos e do cadastrado; ou
critérios considerados para a análise de risco, II – subsidiar a concessão ou extensão de
resguardado o segredo empresarial; crédito e a realização de venda a prazo ou
V – ser informado previamente sobre o ar- outras transações comerciais e empresariais
mazenamento, a identidade do gestor do banco que impliquem risco financeiro ao consulente.
de dados, o objetivo do tratamento dos dados Parágrafo único. Cabe ao gestor manter
pessoais e os destinatários dos dados em caso sistemas seguros, por telefone ou por meio
de compartilhamento; eletrônico, de consulta para informar aos con-
VI – solicitar ao consulente a revisão de sulentes as informações de adimplemento do
decisão realizada exclusivamente por meios cadastrado.
automatizados; e
VII – ter os seus dados pessoais utilizados Art. 8o São obrigações das fontes:
somente de acordo com a finalidade para a qual I – manter os registros adequados para
eles foram coletados. demonstrar que a pessoa natural ou jurídica
§ 1o (Vetado) autorizou o envio e a anotação de informações
§ 2o (Vetado) em bancos de dados;
Normas correlatas
II – comunicar os gestores de bancos de da-

Art. 6o Ficam os gestores de bancos de dados dos acerca de eventual exclusão ou revogação
obrigados, quando solicitados, a fornecer ao de autorização do cadastrado;
cadastrado: III – verificar e confirmar, ou corrigir, em
I – todas as informações sobre ele constantes prazo não superior a 2 (dois) dias úteis, infor-
de seus arquivos, no momento da solicitação; mação impugnada, sempre que solicitado por 91
gestor de banco de dados ou diretamente pelo que a efetuou e do equipamento ou terminal
cadastrado; a partir do qual foi processada tal ocorrência.
IV – atualizar e corrigir informações envia-
das aos gestores de bancos de dados, em prazo Art. 10. É proibido ao gestor exigir exclusivi-
não superior a 7 (sete) dias; dade das fontes de informações.
V – manter os registros adequados para
verificar informações enviadas aos gestores de Art. 11. Desde que autorizados pelo cadas-
bancos de dados; e trado, os prestadores de serviços continuados
VI – fornecer informações sobre o cadastra- de água, esgoto, eletricidade, gás e telecomu-
do, em bases não discriminatórias, a todos os nicações, dentre outros, poderão fornecer aos
gestores de bancos de dados que as solicitarem, bancos de dados indicados, na forma do regu-
no mesmo formato e contendo as mesmas in- lamento, informação sobre o adimplemento das
formações fornecidas a outros bancos de dados. obrigações financeiras do cadastrado.
Parágrafo único. É vedado às fontes estabe- Parágrafo único. É vedada a anotação de
lecerem políticas ou realizarem operações que informação sobre serviço de telefonia móvel
impeçam, limitem ou dificultem a transmissão na modalidade pós-paga.
a banco de dados de informações de cadastra-
dos que tenham autorizado a anotação de seus Art. 12. Quando solicitado pelo cliente, as
dados em bancos de dados. instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil fornecerão aos bancos de da-
Art. 9o O compartilhamento de informação dos indicados as informações relativas às suas
de adimplemento só é permitido se autorizado operações de crédito.
expressamente pelo cadastrado, por meio de § 1o As informações referidas no caput
assinatura em instrumento específico ou em devem compreender somente o histórico das
cláusula apartada. operações de empréstimo e de financiamento
§ 1o O gestor que receber informações por realizadas pelo cliente.
meio de compartilhamento equipara-se, para § 2o É proibido às instituições autorizadas
todos os efeitos desta Lei, ao gestor que anotou a funcionar pelo Banco Central do Brasil es-
originariamente a informação, inclusive quan- tabelecer políticas ou realizar operações que
to à responsabilidade solidária por eventuais impeçam, limitem ou dificultem a transmissão
prejuízos causados e ao dever de receber e das informações bancárias de seu cliente a
processar impugnação e realizar retificações. bancos de dados, quando por este autorizadas.
§ 2o O gestor originário é responsável por § 3o O Conselho Monetário Nacional adota-
manter atualizadas as informações cadastrais rá as medidas e normas complementares neces-
nos demais bancos de dados com os quais com- sárias para a aplicação do disposto neste artigo.
partilhou informações, bem como por informar
a solicitação de cancelamento do cadastro, sem Art. 13. O Poder Executivo regulamentará
quaisquer ônus para o cadastrado. o disposto nesta Lei, em especial quanto ao
§ 3o O cancelamento do cadastro pelo gestor uso, guarda, escopo e compartilhamento das
originário implica o cancelamento do cadastro informações recebidas por bancos de dados e

em todos os bancos de dados que compar- quanto ao disposto no art. 5o.
tilharam informações, que ficam obrigados
a proceder, individualmente, ao respectivo Art. 14. As informações de adimplemento
cancelamento nos termos desta Lei. não poderão constar de bancos de dados por
§ 4o O gestor deverá assegurar, sob pena de período superior a 15 (quinze) anos.
responsabilidade, a identificação da pessoa que
promover qualquer inscrição ou atualização de Art. 15. As informações sobre o cadastrado
dados relacionados com o cadastrado, regis- constantes dos bancos de dados somente po-
trando a data desta ocorrência, bem como a derão ser acessadas por consulentes que com
92 identificação exata da fonte, do nome do agente
ele mantiverem ou pretenderem manter relação § 2o Sem prejuízo do disposto no caput e
comercial ou creditícia. no § 1o, os órgãos de proteção e defesa do con-
sumidor poderão aplicar medidas corretivas,
Art. 16. O banco de dados, a fonte e o consu- estabelecendo aos bancos de dados que des-
lente são responsáveis objetiva e solidariamente cumprirem o previsto nesta Lei obrigações de
pelos danos materiais e morais que causarem fazer com que sejam excluídas do cadastro, no
ao cadastrado. prazo de 7 (sete) dias, informações incorretas,
bem como cancelados cadastros de pessoas que
Art. 17. Nas situações em que o cadastrado não autorizaram a abertura.
for consumidor, caracterizado conforme a Lei
no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de
Proteção e Defesa do Consumidor, aplicam-se sua publicação.
as sanções e penas nela previstas e o disposto
no § 2o. Brasília, 9 de junho de 2011; 190o da Indepen-
§ 1o Nos casos previstos no caput, a fiscali- dência e 123o da República.
zação e a aplicação das sanções serão exercidas
concorrentemente pelos órgãos de proteção e DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
defesa do consumidor da União, dos Estados, Guido Mantega
do Distrito Federal e dos Municípios, nas res-
pectivas áreas de atuação administrativa. Promulgada em 9/6/2011 e publicada no DOU de
10/6/2011.
Normas correlatas
93
Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA II – (Vetado); e

III – (Vetado).
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 1o São os estabelecimentos comerciais e
de prestação de serviços obrigados a manter, em Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Indepen-
local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um) dência e 122o da República.
exemplar do Código de Defesa do Consumidor.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Luiz Paulo
Art. 2o O não cumprimento do disposto nesta Teles Ferreira Barreto
Lei implicará as seguintes penalidades, a serem
aplicadas aos infratores pela autoridade admi- Promulgada em 20/7/2010 e publicada no DOU de
nistrativa no âmbito de sua atribuição: 21/7/2010.
I – multa no montante de até R$ 1.064,10
(mil e sessenta e quatro reais e dez centavos);
94
Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 3o Na impossibilidade de afixação de

preços conforme disposto no art. 2o, é permi-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta tido o uso de relações de preços dos produtos
e eu sanciono a seguinte Lei: expostos, bem como dos serviços oferecidos, de
forma escrita, clara e acessível ao consumidor.
Art. 1o Esta Lei regula as condições de oferta
e afixação de preços de bens e serviços para o Art. 4o Nos estabelecimentos que utilizem
consumidor. código de barras para apreçamento, deverão ser
oferecidos equipamentos de leitura ótica para
Art. 2o São admitidas as seguintes formas de consulta de preço pelo consumidor, localizados
afixação de preços em vendas a varejo para o na área de vendas e em outras de fácil acesso.
consumidor: § 1 o O regulamento desta Lei definirá,
I – no comércio em geral, por meio de eti- observados, dentre outros critérios ou fatores,
quetas ou similares afixados diretamente nos o tipo e o tamanho do estabelecimento e a
bens expostos à venda, e em vitrines, median- quantidade e a diversidade dos itens de bens e
te divulgação do preço à vista em caracteres serviços, a área máxima que deverá ser atendida
legíveis; por cada leitora ótica.
II – em autosserviços, supermercados, hi- § 2o Para os fins desta Lei, considera-se área
permercados, mercearias ou estabelecimentos de vendas aquela na qual os consumidores têm
comerciais onde o consumidor tenha acesso acesso às mercadorias e serviços oferecidos para
direto ao produto, sem intervenção do comer- consumo no varejo, dentro do estabelecimento.
ciante, mediante a impressão ou afixação do
preço do produto na embalagem, ou a afixação Art. 5o No caso de divergência de preços para
de código referencial, ou ainda, com a afixação o mesmo produto entre os sistemas de informa-
de código de barras. ção de preços utilizados pelo estabelecimento, o
Parágrafo único. Nos casos de utilização de consumidor pagará o menor dentre eles.
código referencial ou de barras, o comerciante
deverá expor, de forma clara e legível, junto aos Art. 5o-A O fornecedor deve informar, em lo-
itens expostos, informação relativa ao preço à cal e formato visíveis ao consumidor, eventuais
vista do produto, suas características e código. descontos oferecidos em função do prazo ou do
instrumento de pagamento utilizado.
Art. 2 o-A Na venda a varejo de produtos Parágrafo único. Aplicam-se às infrações a
fracionados em pequenas quantidades, o este artigo as sanções previstas na Lei no 8.078,
comerciante deverá informar, na etiqueta de 11 de setembro de 1990.
contendo o preço ou junto aos itens expostos,
além do preço do produto à vista, o preço Art. 6o (Vetado)
correspondente a uma das seguintes unidades
Normas correlatas
fundamentais de medida: capacidade, massa, Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua
volume, comprimento ou área, de acordo com publicação.
a forma habitual de comercialização de cada
tipo de produto. Brasília, 11 de outubro de 2004; 183o da Inde-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não pendência e 116o da República.
se aplica à comercialização de medicamentos. 95
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio Promulgada em 11/10/2004 e publicada no DOU
Thomaz Bastos de 13/10/2004.
96
Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA escolar de uso coletivo dos estudantes ou da

instituição, necessário à prestação dos serviços
Faço saber que o Congresso Nacional decreta educacionais contratados, devendo os custos
e eu sanciono a seguinte Lei: correspondentes ser sempre considerados nos
cálculos do valor das anuidades ou das semes-
Art. 1o O valor das anuidades ou das semestra- tralidades escolares.
lidades escolares do ensino pré-escolar, funda-
mental, médio e superior, será contratado, nos Art. 2o O estabelecimento de ensino deverá
termos desta Lei, no ato da matrícula ou da sua divulgar, em local de fácil acesso ao público, o
renovação, entre o estabelecimento de ensino e texto da proposta de contrato, o valor apurado
o aluno, o pai do aluno ou o responsável. na forma do art. 1o e o número de vagas por
§ 1o O valor anual ou semestral referido no sala-classe, no período mínimo de quarenta e
caput deste artigo deverá ter como base a última cinco dias antes da data final para matrícula,
parcela da anuidade ou da semestralidade legal- conforme calendário e cronograma da insti-
mente fixada no ano anterior, multiplicada pelo tuição de ensino.
número de parcelas do período letivo. Parágrafo único. (Vetado)
§ 2o (Vetado)
§ 3o Poderá ser acrescido ao valor total Art. 3o (Vetado)
anual de que trata o § 1o montante proporcio-
nal à variação de custos a título de pessoal e de Art. 4o A Secretaria de Direito Econômico
custeio, comprovado mediante apresentação de do Ministério da Justiça, quando necessário,
planilha de custo, mesmo quando esta variação poderá requerer, nos termos da Lei no 8.078,
resulte da introdução de aprimoramentos no de 11 de setembro de 1990, e no âmbito de
processo didático-pedagógico. suas atribuições, comprovação documental
§ 4o A planilha de que trata o § 3o será edi- referente a qualquer cláusula contratual, exceto
tada em ato do Poder Executivo. dos estabelecimentos de ensino que tenham
§ 5o O valor total, anual ou semestral, apu- firmado acordo com alunos, pais de alunos ou
rado na forma dos parágrafos precedentes terá associações de pais e alunos, devidamente le-
vigência por um ano e será dividido em doze ou galizadas, bem como quando o valor arbitrado
seis parcelas mensais iguais, facultada a apre- for decorrente da decisão do mediador.
sentação de planos de pagamento alternativos, Parágrafo único. Quando a documentação
desde que não excedam ao valor total anual apresentada pelo estabelecimento de ensino
ou semestral apurado na forma dos parágrafos não corresponder às condições desta Lei, o
anteriores. órgão de que trata este artigo poderá tomar, dos
§ 6o Será nula, não produzindo qualquer interessados, termo de compromisso, na forma
efeito, cláusula contratual de revisão ou rea- da legislação vigente.
justamento do valor das parcelas da anuidade
Normas correlatas
ou semestralidade escolar em prazo inferior a Art. 5o Os alunos já matriculados, salvo quan-

um ano a contar da data de sua fixação, salvo do inadimplentes, terão direito à renovação das
quando expressamente prevista em lei. matrículas, observado o calendário escolar da
§ 7 o Será nula cláusula contratual que instituição, o regimento da escola ou cláusula
obrigue o contratante ao pagamento adicio- contratual.
nal ou ao fornecimento de qualquer material 97
Art. 6o São proibidas a suspensão de provas estudos no mesmo período letivo e a respeitar
escolares, a retenção de documentos escolares o disposto no inciso V do art. 53 do Estatuto
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades da Criança e do Adolescente.
pedagógicas por motivo de inadimplemento,
sujeitando-se o contratante, no que couber, às Art. 7o São legitimados à propositura das
sanções legais e administrativas, compatíveis ações previstas na Lei no 8.078, de 1990, para a
com o Código de Defesa do Consumidor, e defesa dos direitos assegurados por esta Lei e
com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Bra- pela legislação vigente, as associações de alunos,
sileiro, caso a inadimplência perdure por mais de pais de alunos e responsáveis, sendo indis-
de noventa dias. pensável, em qualquer caso, o apoio de, pelo
§ 1o O desligamento do aluno por inadim- menos, vinte por cento dos pais de alunos do
plência somente poderá ocorrer ao final do estabelecimento de ensino ou dos alunos, no
ano letivo ou, no ensino superior, ao final do caso de ensino superior.
semestre letivo quando a instituição adotar o ...............................................................................
regime didático semestral.
§ 2o Os estabelecimentos de ensino funda- Art. 10. Continuam a produzir efeitos os atos
mental, médio e superior deverão expedir, a praticados com base na Medida Provisória
qualquer tempo, os documentos de transferên- no 1.890-66, de 24 de setembro de 1999, e nas
cia de seus alunos, independentemente de sua suas antecessoras.
adimplência ou da adoção de procedimentos
legais de cobranças judiciais. Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de
§ 3o São asseguradas em estabelecimentos sua publicação.
públicos de ensino fundamental e médio as ma-
trículas dos alunos, cujos contratos, celebrados Art. 12. Revogam-se a Lei no 8.170, de 17 de
por seus pais ou responsáveis para a prestação janeiro de 1991; o art. 14 da Lei no 8.178, de
de serviços educacionais, tenham sido suspen- 1o de março de 1991; e a Lei no 8.747, de 9 de
sos em virtude de inadimplemento, nos termos dezembro de 1993.
do caput deste artigo.
§ 4o Na hipótese de os alunos a que se refere Brasília, 23 de novembro de 1999; 178o da In-
o § 2o, ou seus pais ou responsáveis, não terem dependência e 111o da República.
providenciado a sua imediata matrícula em
outro estabelecimento de sua livre escolha, as FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – José
Secretarias de Educação estaduais e municipais Carlos Dias – Pedro Malan – Paulo Renato
deverão providenciá-la em estabelecimento de Souza
ensino da rede pública, em curso e série cor-
respondentes aos cursados na escola de origem, Promulgada em 23/11/1999 e publicada no DOU de
de forma a garantir a continuidade de seus 24/11/1999 – Edição extra.
98
Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA assistência médica, hospitalar e odontológica,

outras características que o diferencie de ati-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta vidade exclusivamente financeira, tais como:
e eu sanciono a seguinte Lei: a) custeio de despesas;
b) oferecimento de rede credenciada ou
Art. 1o Submetem-se às disposições desta referenciada;
Lei as pessoas jurídicas de direito privado que c) reembolso de despesas;
operam planos de assistência à saúde, sem pre- d) mecanismos de regulação;
juízo do cumprimento da legislação específica e) qualquer restrição contratual, técnica ou
que rege a sua atividade, adotando-se, para fins operacional para a cobertura de procedimen-
de aplicação das normas aqui estabelecidas, as tos solicitados por prestador escolhido pelo
seguintes definições: consumidor; e
I – Plano Privado de Assistência à Saúde: f) vinculação de cobertura financeira à
prestação continuada de serviços ou cobertura aplicação de conceitos ou critérios médico-as-
de custos assistenciais a preço pré ou pós-es- sistenciais.
tabelecido, por prazo indeterminado, com a § 2o Incluem-se na abrangência desta Lei
finalidade de garantir, sem limite financeiro, a as cooperativas que operem os produtos de
assistência à saúde, pela faculdade de acesso e que tratam o inciso I e o § 1o deste artigo, bem
atendimento por profissionais ou serviços de assim as entidades ou empresas que mantêm
saúde, livremente escolhidos, integrantes ou sistemas de assistência à saúde, pela modalidade
não de rede credenciada, contratada ou referen- de autogestão ou de administração.
ciada, visando a assistência médica, hospitalar § 3o As pessoas físicas ou jurídicas residen-
e odontológica, a ser paga integral ou parcial- tes ou domiciliadas no exterior podem consti-
mente às expensas da operadora contratada, tuir ou participar do capital, ou do aumento do
mediante reembolso ou pagamento direto ao capital, de pessoas jurídicas de direito privado
prestador, por conta e ordem do consumidor; constituídas sob as leis brasileiras para operar
II – Operadora de Plano de Assistência planos privados de assistência à saúde.
à Saúde: pessoa jurídica constituída sob a § 4o É vedada às pessoas físicas a operação
modalidade de sociedade civil ou comercial, dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o
cooperativa, ou entidade de autogestão, que deste artigo.
opere produto, serviço ou contrato de que trata
o inciso I deste artigo; Arts. 2o a 7o (Revogados)
III – Carteira: o conjunto de contratos de
cobertura de custos assistenciais ou de serviços Art. 8o Para obter a autorização de funciona-
de assistência à saúde em qualquer das moda- mento, as operadoras de planos privados de
lidades de que tratam o inciso I e o § 1o deste assistência à saúde devem satisfazer os seguintes
artigo, com todos os direitos e obrigações nele requisitos, independentemente de outros que
Normas correlatas
contidos. venham a ser determinados pela ANS:

§ 1 o Está subordinada às normas e à I – registro nos Conselhos Regionais de
fiscalização da Agência Nacional de Saúde Medicina e Odontologia, conforme o caso,
Suplementar – ANS qualquer modalidade de em cumprimento ao disposto no art. 1o da Lei
produto, serviço e contrato que apresente, além no 6.839, de 30 de outubro de 1980;
da garantia de cobertura financeira de riscos de 99
II – descrição pormenorizada dos serviços Art. 9o Após decorridos cento e vinte dias de
de saúde próprios oferecidos e daqueles a serem vigência desta Lei, para as operadoras, e duzen-
prestados por terceiros; tos e quarenta dias, para as administradoras de
III – descrição de suas instalações e equi- planos de assistência à saúde, e até que sejam
pamentos destinados a prestação de serviços; definidas pela ANS, as normas gerais de regis-
IV – especificação dos recursos humanos tro, as pessoas jurídicas que operam os produtos
qualificados e habilitados, com responsabili- de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta
dade técnica de acordo com as leis que regem Lei, e observado o que dispõe o art. 19, só po-
a matéria; derão comercializar estes produtos se:
V – demonstração da capacidade de atendi- I – as operadoras e administradoras estive-
mento em razão dos serviços a serem prestados; rem provisoriamente cadastradas na ANS; e
VI – demonstração da viabilidade econômi- II – os produtos a serem comercializados
co-financeira dos planos privados de assistência estiverem registrados na ANS.
à saúde oferecidos, respeitadas as peculiarida- § 1o O descumprimento das formalidades
des operacionais de cada uma das respectivas previstas neste artigo, além de configurar
operadoras; infração, constitui agravante na aplicação de
VII – especificação da área geográfica co- penalidades por infração das demais normas
berta pelo plano privado de assistência à saúde. previstas nesta Lei.
§ 1o São dispensadas do cumprimento das § 2o A ANS poderá solicitar informações,
condições estabelecidas nos incisos VI e VII determinar alterações e promover a suspensão
deste artigo as entidades ou empresas que do todo ou de parte das condições dos planos
mantêm sistemas de assistência privada à saúde apresentados.
na modalidade de autogestão, citadas no § 2o § 3o A autorização de comercialização será
do art. 1o. cancelada caso a operadora não comercialize os
§ 2o A autorização de funcionamento será planos ou os produtos de que tratam o inciso I
cancelada caso a operadora não comercialize e o § 1o do art. 1o desta Lei, no prazo máximo
os produtos de que tratam o inciso I e o § 1o de cento e oitenta dias a contar do seu registro
do art. 1o desta Lei, no prazo máximo de cento na ANS.
e oitenta dias a contar do seu registro na ANS. § 4o A ANS poderá determinar a suspensão
§ 3o As operadoras privadas de assistência temporária da comercialização de plano ou
à saúde poderão voluntariamente requerer produto caso identifique qualquer irregula-
autorização para encerramento de suas ati- ridade contratual, econômico-financeira ou
vidades, observando os seguintes requisitos, assistencial.
independentemente de outros que venham a
ser determinados pela ANS: Art. 10. É instituído o plano-referência de
a) comprovação da transferência da carteira assistência à saúde, com cobertura assistencial
sem prejuízo para o consumidor, ou a inexistên- médico-ambulatorial e hospitalar, compreen-
cia de beneficiários sob sua responsabilidade; dendo partos e tratamentos, realizados exclusi-
b) garantia da continuidade da prestação vamente no Brasil, com padrão de enfermaria,
de serviços dos beneficiários internados ou centro de terapia intensiva, ou similar, quando

em tratamento; necessária a internação hospitalar, das doenças
c) comprovação da quitação de suas obriga- listadas na Classificação Estatística Internacio-
ções com os prestadores de serviço no âmbito nal de Doenças e Problemas Relacionados com
da operação de planos privados de assistência a Saúde, da Organização Mundial de Saúde,
à saúde; respeitadas as exigências mínimas estabelecidas
d) informação prévia à ANS, aos beneficiá- no art. 12 desta Lei, exceto:
rios e aos prestadores de serviço contratados, I – tratamento clínico ou cirúrgico experi-
credenciados ou referenciados, na forma e nos mental;
prazos a serem definidos pela ANS.
100
II – procedimentos clínicos ou cirúrgicos mutilação decorrente de utilização de técnica
para fins estéticos, bem como órteses e próteses de tratamento de câncer.
para o mesmo fim;
III – inseminação artificial; Art. 10-B. Cabe às operadoras dos produtos
IV – tratamento de rejuvenescimento ou de de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, por
emagrecimento com finalidade estética; meio de rede própria, credenciada, contrata-
V – fornecimento de medicamentos impor- da ou referenciada, ou mediante reembolso,
tados não nacionalizados; fornecer bolsas de colostomia, ileostomia e
VI – fornecimento de medicamentos para urostomia, sonda vesical de demora e coletor
tratamento domiciliar, ressalvado o disposto de urina com conector, para uso hospitalar,
nas alíneas “c” do inciso I e “g” do inciso II do ambulatorial ou domiciliar, vedada a limitação
art. 12; de prazo, valor máximo e quantidade.
VII – fornecimento de próteses, órteses e
seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico; Art. 11. É vedada a exclusão de cobertura às
VIII – (Revogado); doenças e lesões preexistentes à data de con-
IX – tratamentos ilícitos ou antiéticos, as- tratação dos produtos de que tratam o inciso I
sim definidos sob o aspecto médico, ou não e o § 1o do art. 1o desta Lei após vinte e quatro
reconhecidos pelas autoridades competentes; meses de vigência do aludido instrumento con-
X – casos de cataclismos, guerras e comoções tratual, cabendo à respectiva operadora o ônus
internas, quando declarados pela autoridade da prova e da demonstração do conhecimento
competente. prévio do consumidor ou beneficiário.
§ 1o As exceções constantes dos incisos Parágrafo único. É vedada a suspensão da
deste artigo serão objeto de regulamentação assistência à saúde do consumidor ou benefi-
pela ANS. ciário, titular ou dependente, até a prova de que
§ 2o As pessoas jurídicas que comercializam trata o caput, na forma da regulamentação a ser
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do editada pela ANS.
art. 1o desta Lei oferecerão, obrigatoriamente,
a partir de 3 de dezembro de 1999, o plano-re- Art. 12. São facultadas a oferta, contratação e a
ferência de que trata este artigo a todos os seus vigência dos produtos de que tratam o inciso I e
atuais e futuros consumidores.1 o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações pre-
§ 3o Excluem-se da obrigatoriedade a que vistas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas
se refere o § 2o deste artigo as pessoas jurídicas as respectivas amplitudes de cobertura defini-
que mantêm sistemas de assistência à saúde das no plano-referência de que trata o art. 10,
pela modalidade de autogestão e as pessoas segundo as seguintes exigências mínimas:
jurídicas que operem exclusivamente planos I – quando incluir atendimento ambula-
odontológicos. torial:
§ 4o A amplitude das coberturas, inclusive a) cobertura de consultas médicas, em
de transplantes e de procedimentos de alta número ilimitado, em clínicas básicas e espe-
complexidade, será definida por normas edi- cializadas, reconhecidas pelo Conselho Federal
tadas pela ANS. de Medicina;
b) cobertura de serviços de apoio diagnós-
Art. 10-A. Cabe às operadoras definidas nos tico, tratamentos e demais procedimentos am-
incisos I e II do § 1o do art. 1o desta Lei, por bulatoriais, solicitados pelo médico assistente;
meio de sua rede de unidades conveniadas, c) cobertura de tratamentos antineoplásicos
Normas correlatas
prestar serviço de cirurgia plástica reconstru- domiciliares de uso oral, incluindo medica-
tiva de mama, utilizando-se de todos os meios mentos para o controle de efeitos adversos
e técnicas necessárias, para o tratamento de relacionados ao tratamento e adjuvantes;
II – quando incluir internação hospitalar:
a) cobertura de internações hospitalares,
1
Nota do Editor (NE): ver ADI no 1.931. vedada a limitação de prazo, valor máximo e 101
quantidade, em clínicas básicas e especializa- b) cobertura de procedimentos preventivos,
das, reconhecidas pelo Conselho Federal de de dentística e endodontia;
Medicina, admitindo-se a exclusão dos proce- c) cobertura de cirurgias orais menores,
dimentos obstétricos; assim consideradas as realizadas em ambiente
b) cobertura de internações hospitalares em ambulatorial e sem anestesia geral;
centro de terapia intensiva, ou similar, vedada a V – quando fixar períodos de carência:
limitação de prazo, valor máximo e quantidade, a) prazo máximo de trezentos dias para
a critério do médico assistente; partos a termo;
c) cobertura de despesas referentes a hono- b) prazo máximo de cento e oitenta dias
rários médicos, serviços gerais de enfermagem para os demais casos;
e alimentação; c) prazo máximo de vinte e quatro horas
d) cobertura de exames complementares para a cobertura dos casos de urgência e
indispensáveis para o controle da evolução da emergência;
doença e elucidação diagnóstica, fornecimento VI – reembolso, em todos os tipos de pro-
de medicamentos, anestésicos, gases medici- dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o
nais, transfusões e sessões de quimioterapia e desta Lei, nos limites das obrigações contra-
radioterapia, conforme prescrição do médico tuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário
assistente, realizados ou ministrados durante com assistência à saúde, em casos de urgência
o período de internação hospitalar; ou emergência, quando não for possível a
e) cobertura de toda e qualquer taxa, in- utilização dos serviços próprios, contratados,
cluindo materiais utilizados, assim como da credenciados ou referenciados pelas opera-
remoção do paciente, comprovadamente ne- doras, de acordo com a relação de preços de
cessária, para outro estabelecimento hospitalar, serviços médicos e hospitalares praticados pelo
dentro dos limites de abrangência geográfica respectivo produto, pagáveis no prazo máximo
previstos no contrato, em território brasileiro; de trinta dias após a entrega da documentação
f) cobertura de despesas de acompanhante, adequada;
no caso de pacientes menores de dezoito anos; VII – inscrição de filho adotivo, menor de
g) cobertura para tratamentos antineoplá- doze anos de idade, aproveitando os períodos
sicos ambulatoriais e domiciliares de uso oral, de carência já cumpridos pelo consumidor
procedimentos radioterápicos para tratamento adotante.
de câncer e hemoterapia, na qualidade de pro- § 1o Após cento e vinte dias da vigência des-
cedimentos cuja necessidade esteja relacionada ta Lei, fica proibido o oferecimento de produtos
à continuidade da assistência prestada em de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta
âmbito de internação hospitalar; Lei fora das segmentações de que trata este
III – quando incluir atendimento obstétrico: artigo, observadas suas respectivas condições
a) cobertura assistencial ao recém-nascido, de abrangência e contratação.
filho natural ou adotivo do consumidor, ou de § 2o A partir de 3 de dezembro de 1999, da
seu dependente, durante os primeiros trinta documentação relativa à contratação de produ-
dias após o parto; tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o
b) inscrição assegurada ao recém-nascido, desta Lei, nas segmentações de que trata este
filho natural ou adotivo do consumidor, como artigo, deverá constar declaração em separado
dependente, isento do cumprimento dos perío- do consumidor, de que tem conhecimento da
dos de carência, desde que a inscrição ocorra existência e disponibilidade do plano referên-
no prazo máximo de trinta dias do nascimento cia, e de que este lhe foi oferecido.
ou da adoção; § 3o (Revogado)
IV – quando incluir atendimento odonto- § 4o As coberturas a que se referem as alí-
lógico: neas “c” do inciso I e “g” do inciso II deste artigo
a) cobertura de consultas e exames au- serão objeto de protocolos clínicos e diretrizes
xiliares ou complementares, solicitados pelo terapêuticas, revisados periodicamente, ouvi-
102 odontólogo assistente;
das as sociedades médicas de especialistas da produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
área, publicados pela ANS. art. 1o, ou sucessores, há mais de dez anos.
§ 5o O fornecimento previsto nas alíneas “c”
do inciso I e “g” do inciso II deste artigo dar- Art. 16. Dos contratos, regulamentos ou
se-á, por meio de rede própria, credenciada, condições gerais dos produtos de que tratam
contratada ou referenciada, diretamente ao o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei devem
paciente ou ao seu representante legal, podendo constar dispositivos que indiquem com clareza:
ser realizado de maneira fracionada por ciclo, I – as condições de admissão;
observadas as normas estabelecidas pelos ór- II – o início da vigência;
gãos reguladores e de acordo com prescrição III – os períodos de carência para consultas,
médica. internações, procedimentos e exames;
IV – as faixas etárias e os percentuais a que
Art. 13. Os contratos de produtos de que tra- alude o caput do art. 15;
tam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei têm V – as condições de perda da qualidade de
renovação automática a partir do vencimento beneficiário;
do prazo inicial de vigência, não cabendo a VI – os eventos cobertos e excluídos;
cobrança de taxas ou qualquer outro valor no VII – o regime, ou tipo de contratação:
ato da renovação. a) individual ou familiar;
Parágrafo único. Os produtos de que trata b) coletivo empresarial; ou
o caput, contratados individualmente, terão c) coletivo por adesão;
vigência mínima de um ano, sendo vedadas: VIII – a franquia, os limites financeiros ou
I – a recontagem de carências; o percentual de coparticipação do consumidor
II – a suspensão ou a rescisão unilateral do ou beneficiário, contratualmente previstos nas
contrato, salvo por fraude ou não pagamento despesas com assistência médica, hospitalar e
da mensalidade por período superior a sessenta odontológica;
dias, consecutivos ou não, nos últimos doze IX – os bônus, os descontos ou os agrava-
meses de vigência do contrato, desde que o mentos da contraprestação pecuniária;
consumidor seja comprovadamente notificado X – a área geográfica de abrangência;
até o quinquagésimo dia de inadimplência; e XI – os critérios de reajuste e revisão das
III – a suspensão ou a rescisão unilateral contraprestações pecuniárias;
do contrato, em qualquer hipótese, durante a XII – número de registro na ANS.
ocorrência de internação do titular. Parágrafo único. A todo consumidor titular
de plano individual ou familiar será obrigato-
Art. 14. Em razão da idade do consumidor, ou riamente entregue, quando de sua inscrição,
da condição de pessoa portadora de deficiência, cópia do contrato, do regulamento ou das
ninguém pode ser impedido de participar de condições gerais dos produtos de que tratam
planos privados de assistência à saúde. o inciso I e o § 1o do art. 1o, além de material
explicativo que descreva, em linguagem simples
Art. 15. A variação das contraprestações e precisa, todas as suas características, direitos
pecuniárias estabelecidas nos contratos de e obrigações.
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei, em razão da idade do consu- Art. 17. A inclusão de qualquer prestador de
midor, somente poderá ocorrer caso estejam serviço de saúde como contratado, referenciado
previstas no contrato inicial as faixas etárias e ou credenciado dos produtos de que tratam o
Normas correlatas
os percentuais de reajustes incidentes em cada inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei implica com-
uma delas, conforme normas expedidas pela promisso com os consumidores quanto à sua
ANS, ressalvado o disposto no art. 35-E. manutenção ao longo da vigência dos contratos,
Parágrafo único. É vedada a variação a que permitindo-se sua substituição, desde que seja
alude o caput para consumidores com mais de por outro prestador equivalente e mediante
sessenta anos de idade, que participarem dos 103
comunicação aos consumidores com 30 (trinta) § 1o São alcançados pelas disposições do
dias de antecedência. caput os profissionais de saúde em prática
§ 1o É facultada a substituição de entidade liberal privada, na qualidade de pessoa física,
hospitalar, a que se refere o caput deste artigo, e os estabelecimentos de saúde, na qualidade
desde que por outro equivalente e mediante de pessoa jurídica, que prestem ou venham a
comunicação aos consumidores e à ANS com prestar os serviços de assistência à saúde a que
trinta dias de antecedência, ressalvados desse aludem os arts. 1o e 35-F desta Lei, no âmbito
prazo mínimo os casos decorrentes de rescisão de planos privados de assistência à saúde.
por fraude ou infração das normas sanitárias e § 2o O contrato de que trata o caput deve
fiscais em vigor. estabelecer com clareza as condições para a
§ 2o Na hipótese de a substituição do esta- sua execução, expressas em cláusulas que de-
belecimento hospitalar a que se refere o § 1o finam direitos, obrigações e responsabilidades
ocorrer por vontade da operadora durante das partes, incluídas, obrigatoriamente, as que
período de internação do consumidor, o esta- determinem:
belecimento obriga-se a manter a internação e I – o objeto e a natureza do contrato, com
a operadora, a pagar as despesas até a alta hos- descrição de todos os serviços contratados;
pitalar, a critério médico, na forma do contrato. II – a definição dos valores dos serviços
§ 3o Excetuam-se do previsto no § 2o os contratados, dos critérios, da forma e da
casos de substituição do estabelecimento hos- periodicidade do seu reajuste e dos prazos e
pitalar por infração às normas sanitárias em procedimentos para faturamento e pagamento
vigor, durante período de internação, quando dos serviços prestados;
a operadora arcará com a responsabilidade III – a identificação dos atos, eventos e
pela transferência imediata para outro estabe- procedimentos médico-assistenciais que
lecimento equivalente, garantindo a continua- necessitem de autorização administrativa da
ção da assistência, sem ônus adicional para o operadora;
consumidor. IV – a vigência do contrato e os critérios e
§ 4o Em caso de redimensionamento da procedimentos para prorrogação, renovação
rede hospitalar por redução, as empresas deve- e rescisão;
rão solicitar à ANS autorização expressa para V – as penalidades pelo não cumprimento
tanto, informando: das obrigações estabelecidas.
I – nome da entidade a ser excluída; § 3o A periodicidade do reajuste de que trata
II – capacidade operacional a ser reduzida o inciso II do § 2o deste artigo será anual e rea-
com a exclusão; lizada no prazo improrrogável de 90 (noventa)
III – impacto sobre a massa assistida, a partir dias, contado do início de cada ano-calendário.
de parâmetros definidos pela ANS, correlacio- § 4o Na hipótese de vencido o prazo previsto
nando a necessidade de leitos e a capacidade no § 3o deste artigo, a Agência Nacional de
operacional restante; e Saúde Suplementar – ANS, quando for o caso,
IV – justificativa para a decisão, observando definirá o índice de reajuste.
a obrigatoriedade de manter cobertura com § 5o A ANS poderá constituir, na forma da
padrões de qualidade equivalente e sem ônus legislação vigente, câmara técnica com repre-
adicional para o consumidor. sentação proporcional das partes envolvidas
para o adequado cumprimento desta Lei.
Art. 17-A. As condições de prestação de ser- § 6o A ANS publicará normas regulamen-
viços de atenção à saúde no âmbito dos planos tares sobre o disposto neste artigo.
privados de assistência à saúde por pessoas
físicas ou jurídicas, independentemente de sua Art. 18. A aceitação, por parte de qualquer
qualificação como contratadas, referenciadas prestador de serviço ou profissional de saúde,
ou credenciadas, serão reguladas por contrato da condição de contratado, referenciado, cre-
escrito, estipulado entre a operadora do plano denciado ou cooperado de uma operadora de
104 e o prestador de serviço. produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei implica as seguintes obrigações I – registro do instrumento de constituição
e direitos: da pessoa jurídica;
I – o consumidor de determinada operadora, II – nome fantasia;
em nenhuma hipótese e sob nenhum pretexto III – CNPJ;
ou alegação, pode ser discriminado ou atendi- IV – endereço;
do de forma distinta daquela dispensada aos V – telefone, fax e e-mail; e
clientes vinculados a outra operadora ou plano; VI – principais dirigentes da pessoa jurídica
II – a marcação de consultas, exames e e nome dos cargos que ocupam.
quaisquer outros procedimentos deve ser feita § 3o Para registro provisório dos produtos
de forma a atender às necessidades dos consu- a serem comercializados, deverão ser apresen-
midores, privilegiando os casos de emergência tados à ANS os seguintes dados:
ou urgência, assim como as pessoas com mais I – razão social da operadora ou da admi-
de sessenta e cinco anos de idade, as gestantes, nistradora;
lactantes, lactentes e crianças até cinco anos; II – CNPJ da operadora ou da administra-
III – a manutenção de relacionamento de dora;
contratação, credenciamento ou referencia- III – nome do produto;
mento com número ilimitado de operadoras, IV – segmentação da assistência (ambulato-
sendo expressamente vedado às operadoras, rial, hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem
independente de sua natureza jurídica consti- obstetrícia, odontológica e referência);
tutiva, impor contratos de exclusividade ou de V – tipo de contratação (individual/familiar,
restrição à atividade profissional. coletivo empresarial e coletivo por adesão);
Parágrafo único. A partir de 3 de dezem- VI – âmbito geográfico de cobertura;
bro de 1999, os prestadores de serviço ou VII – faixas etárias e respectivos preços;
profissionais de saúde não poderão manter VIII – rede hospitalar própria por Município
contrato, credenciamento ou referenciamento (para segmentações hospitalar e referência);
com operadoras que não tiverem registros para IX – rede hospitalar contratada ou refe-
funcionamento e comercialização conforme renciada por Município (para segmentações
previsto nesta Lei, sob pena de responsabilidade hospitalar e referência);
por atividade irregular. X – outros documentos e informações que
venham a ser solicitados pela ANS.
Art. 19. Para requerer a autorização definitiva § 4o Os procedimentos administrativos para
de funcionamento, as pessoas jurídicas que já registro provisório dos produtos serão tratados
atuavam como operadoras ou administradoras em norma específica da ANS.
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do § 5o Independentemente do cumprimento,
art. 1o desta Lei, terão prazo de cento e oitenta por parte da operadora, das formalidades do
dias, a partir da publicação da regulamentação registro provisório, ou da conformidade dos
específica pela ANS. textos das condições gerais ou dos instrumen-
§ 1o Até que sejam expedidas as normas de tos contratuais, ficam garantidos, a todos os
registro, serão mantidos registros provisórios usuários de produtos a que alude o caput, con-
das pessoas jurídicas e dos produtos na ANS, tratados a partir de 2 de janeiro de 1999, todos
com a finalidade de autorizar a comercialização os benefícios de acesso e cobertura previstos
ou operação dos produtos a que alude o caput, nesta Lei e em seus regulamentos, para cada
a partir de 2 de janeiro de 1999. segmentação definida no art. 12.
§ 2o Para o registro provisório, as opera- § 6o O não cumprimento do disposto neste
Normas correlatas
doras ou administradoras dos produtos a que artigo implica o pagamento de multa diária no
alude o caput deverão apresentar à ANS as valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) aplicada
informações requeridas e os seguintes docu- às operadoras dos produtos de que tratam o
mentos, independentemente de outros que inciso I e o § 1o do art. 1o.
venham a ser exigidos: § 7o As pessoas jurídicas que forem iniciar
operação de comercialização de planos pri- 105
vados de assistência à saúde, a partir de 8 de determinadas pela Lei no 6.404, de 15 de de-
dezembro de 1998, estão sujeitas aos registros zembro de 1976.
de que trata o § 1o deste artigo. § 1o A auditoria independente também po-
derá ser exigida quanto aos cálculos atuariais,
Art. 20. As operadoras de produtos de que elaborados segundo diretrizes gerais definidas
tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei pelo CONSU.
são obrigadas a fornecer, periodicamente, à § 2o As operadoras com número de benefi-
ANS todas as informações e estatísticas relati- ciários inferior a vinte mil usuários ficam dis-
vas às suas atividades, incluídas as de natureza pensadas da publicação do parecer do auditor
cadastral, especialmente aquelas que permitam e das demonstrações financeiras, devendo, a
a identificação dos consumidores e de seus ANS, dar-lhes publicidade.
dependentes, incluindo seus nomes, inscrições
no Cadastro de Pessoas Físicas dos titulares e Art. 23. As operadoras de planos privados
Municípios onde residem, para fins do disposto de assistência à saúde não podem requerer
no art. 32. concordata e não estão sujeitas a falência ou
§ 1o Os agentes, especialmente designados insolvência civil, mas tão somente ao regime
pela ANS, para o exercício das atividades de de liquidação extrajudicial.
fiscalização e nos limites por ela estabelecidos, § 1o As operadoras sujeitar-se-ão ao regime
têm livre acesso às operadoras, podendo requi- de falência ou insolvência civil quando, no cur-
sitar e apreender processos, contratos, manuais so da liquidação extrajudicial, forem verificadas
de rotina operacional e demais documentos, uma das seguintes hipóteses:
relativos aos produtos de que tratam o inciso I I – o ativo da massa liquidanda não for
e o § 1o do art. 1o desta Lei. suficiente para o pagamento de pelo menos a
§ 2o Caracteriza-se como embaraço à fis- metade dos créditos quirografários;
calização, sujeito às penas previstas na lei, a II – o ativo realizável da massa liquidanda
imposição de qualquer dificuldade à consecu- não for suficiente, sequer, para o pagamento
ção dos objetivos da fiscalização, de que trata das despesas administrativas e operacionais
o § 1o deste artigo. inerentes ao regular processamento da liqui-
dação extrajudicial; ou
Art. 21. É vedado às operadoras de planos pri- III – nas hipóteses de fundados indícios
vados de assistência à saúde realizar quaisquer de condutas previstas nos arts. 186 a 189 do
operações financeiras: Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945.
I – com seus diretores e membros dos con- § 2o Para efeito desta Lei, define-se ativo
selhos administrativos, consultivos, fiscais ou realizável como sendo todo ativo que possa ser
assemelhados, bem como com os respectivos convertido em moeda corrente em prazo com-
cônjuges e parentes até o segundo grau, in- patível para o pagamento das despesas admi-
clusive; nistrativas e operacionais da massa liquidanda.
II – com empresa de que participem as § 3o À vista do relatório do liquidante ex-
pessoas a que se refere o inciso I, desde que trajudicial, e em se verificando qualquer uma
estas sejam, em conjunto ou isoladamente, das hipóteses previstas nos incisos I, II ou III
consideradas como controladoras da empresa. do § 1o deste artigo, a ANS poderá autorizá-lo
a requerer a falência ou insolvência civil da
Art. 22. As operadoras de planos privados de operadora.
assistência à saúde submeterão suas contas a § 4o A distribuição do requerimento produ-
auditores independentes, registrados no res- zirá imediatamente os seguintes efeitos:
pectivo Conselho Regional de Contabilidade I – a manutenção da suspensão dos prazos
e na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, judiciais em relação à massa liquidanda;
publicando, anualmente, o parecer respectivo, II – a suspensão dos procedimentos admi-
juntamente com as demonstrações financeiras nistrativos de liquidação extrajudicial, salvo
106
os relativos à guarda e à proteção dos bens e § 3o No prazo que lhe for designado, o di-
imóveis da massa; retor-fiscal ou técnico procederá à análise da
III – a manutenção da indisponibilidade dos organização administrativa e da situação eco-
bens dos administradores, gerentes, conselhei- nômico-financeira da operadora, bem assim da
ros e assemelhados, até posterior determinação qualidade do atendimento aos consumidores, e
judicial; e proporá à ANS as medidas cabíveis.
IV – prevenção do juízo que emitir o primei- § 4 o O diretor-fiscal ou técnico poderá
ro despacho em relação ao pedido de conversão propor a transformação do regime de direção
do regime. em liquidação extrajudicial.
§ 5o A ANS, no caso previsto no inciso II § 5o A ANS promoverá, no prazo máximo
do § 1o deste artigo, poderá, no período com- de noventa dias, a alienação da carteira das
preendido entre a distribuição do requerimento operadoras de planos privados de assistência à
e a decretação da falência ou insolvência civil, saúde, no caso de não surtirem efeito as medi-
apoiar a proteção dos bens móveis e imóveis da das por ela determinadas para sanar as irregu-
massa liquidanda. laridades ou nas situações que impliquem risco
§ 6o O liquidante enviará ao juízo prevento para os consumidores participantes da carteira.
o rol das ações judiciais em curso cujo anda-
mento ficará suspenso até que o juiz competente Art. 24-A. Os administradores das operado-
nomeie o síndico da massa falida ou o liquidan- ras de planos privados de assistência à saúde
te da massa insolvente. em regime de direção fiscal ou liquidação
extrajudicial, independentemente da natureza
Art. 24. Sempre que detectadas nas operado- jurídica da operadora, ficarão com todos os
ras sujeitas à disciplina desta Lei insuficiência seus bens indisponíveis, não podendo, por
das garantias do equilíbrio financeiro, anor- qualquer forma, direta ou indireta, aliená-los
malidades econômico-financeiras ou admi- ou onerá-los, até apuração e liquidação final de
nistrativas graves que coloquem em risco a suas responsabilidades.
continuidade ou a qualidade do atendimento à § 1 o A indisponibilidade prevista neste
saúde, a ANS poderá determinar a alienação da artigo decorre do ato que decretar a direção
carteira, o regime de direção fiscal ou técnica, fiscal ou a liquidação extrajudicial e atinge a
por prazo não superior a trezentos e sessenta e todos aqueles que tenham estado no exercício
cinco dias, ou a liquidação extrajudicial, con- das funções nos doze meses anteriores ao
forme a gravidade do caso. mesmo ato.
§ 1o O descumprimento das determinações § 2o Na hipótese de regime de direção fiscal,
do diretor-fiscal ou técnico, e do liquidante, por a indisponibilidade de bens a que se refere o
dirigentes, administradores, conselheiros ou caput deste artigo poderá não alcançar os bens
empregados da operadora de planos privados dos administradores, por deliberação expressa
de assistência à saúde acarretará o imediato da Diretoria Colegiada da ANS.
afastamento do infrator, por decisão da ANS, § 3o A ANS, ex officio ou por recomendação
sem prejuízo das sanções penais cabíveis, as- do diretor fiscal ou do liquidante, poderá esten-
segurado o direito ao contraditório, sem que der a indisponibilidade prevista neste artigo:
isto implique efeito suspensivo da decisão I – aos bens de gerentes, conselheiros e aos
administrativa que determinou o afastamento. de todos aqueles que tenham concorrido, no
§ 2o A ANS, ex officio ou por recomendação período previsto no § 1o, para a decretação da
do diretor técnico ou fiscal ou do liquidante, direção fiscal ou da liquidação extrajudicial;
Normas correlatas
poderá, em ato administrativo devidamente II – aos bens adquiridos, a qualquer título,

motivado, determinar o afastamento dos di- por terceiros, no período previsto no § 1o, das
retores, administradores, gerentes e membros pessoas referidas no inciso I, desde que confi-
do conselho fiscal da operadora sob regime de gurada fraude na transferência.
direção ou em liquidação.
107
§ 4o Não se incluem nas disposições deste I – advertência;
artigo os bens considerados inalienáveis ou II – multa pecuniária;
impenhoráveis pela legislação em vigor. III – suspensão do exercício do cargo;
§ 5o A indisponibilidade também não al- IV – inabilitação temporária para exercício
cança os bens objeto de contrato de alienação, de cargos em operadoras de planos de assis-
de promessa de compra e venda, de cessão ou tência à saúde;
promessa de cessão de direitos, desde que os V – inabilitação permanente para exercício
respectivos instrumentos tenham sido levados de cargos de direção ou em conselhos das ope-
ao competente registro público, anteriormente radoras a que se refere esta Lei, bem como em
à data da decretação da direção fiscal ou da entidades de previdência privada, sociedades
liquidação extrajudicial. seguradoras, corretoras de seguros e institui-
§ 6o Os administradores das operadoras de ções financeiras;
planos privados de assistência à saúde respon- VI – cancelamento da autorização de funcio-
dem solidariamente pelas obrigações por eles namento e alienação da carteira da operadora.
assumidas durante sua gestão até o montante
dos prejuízos causados, independentemente do Art. 26. Os administradores e membros dos
nexo de causalidade. conselhos administrativos, deliberativos, con-
sultivos, fiscais e assemelhados das operadoras
Art. 24-B. A Diretoria Colegiada definirá as de que trata esta Lei respondem solidariamente
atribuições e competências do diretor técnico, pelos prejuízos causados a terceiros, inclusive
diretor fiscal e do responsável pela alienação aos acionistas, cotistas, cooperados e consu-
de carteira, podendo ampliá-las, se necessário. midores de planos privados de assistência à
saúde, conforme o caso, em consequência do
Art. 24-C. Os créditos decorrentes da presta- descumprimento de leis, normas e instruções
ção de serviços de assistência privada à saúde referentes às operações previstas na legislação
preferem a todos os demais, exceto os de natu- e, em especial, pela falta de constituição e co-
reza trabalhista e tributários. bertura das garantias obrigatórias.
Art. 24-D. Aplica-se à liquidação extrajudicial Art. 27. A multa de que trata o art. 25 será
das operadoras de planos privados de assis- fixada e aplicada pela ANS no âmbito de
tência à saúde e ao disposto nos arts. 24-A e suas atribuições, com valor não inferior a
35-I, no que couber com os preceitos desta R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e não superior a
Lei, o disposto na Lei no 6.024, de 13 de março R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) de acor-
de 1974, no Decreto-Lei no 7.661, de 21 de do com o porte econômico da operadora ou
junho de 1945, no Decreto-Lei no 41, de 18 prestadora de serviço e a gravidade da infração,
de novembro de 1966, e no Decreto-Lei no 73, ressalvado o disposto no § 6o do art. 19.
de 21 de novembro de 1966, conforme o que Parágrafo único. (Revogado)
dispuser a ANS.
Art. 28. (Revogado)
Art. 25. As infrações dos dispositivos desta

Lei e de seus regulamentos, bem como aos Art. 29. As infrações serão apuradas mediante
dispositivos dos contratos firmados, a qualquer processo administrativo que tenha por base o
tempo, entre operadoras e usuários de planos auto de infração, a representação ou a denúncia
privados de assistência à saúde, sujeitam a ope- positiva dos fatos irregulares, cabendo à ANS
radora dos produtos de que tratam o inciso I e dispor sobre normas para instauração, recursos
o § 1o do art. 1o desta Lei, seus administradores, e seus efeitos, instâncias e prazos.
membros de conselhos administrativos, delibe- § 1o O processo administrativo, antes de
rativos, consultivos, fiscais e assemelhados às aplicada a penalidade, poderá, a título excep-
seguintes penalidades, sem prejuízo de outras cional, ser suspenso, pela ANS, se a operadora
108 estabelecidas na legislação vigente: ou prestadora de serviço assinar termo de
compromisso de ajuste de conduta, perante a res, com vistas a assegurar a manutenção da
diretoria colegiada, que terá eficácia de título qualidade dos serviços de assistência à saúde.
executivo extrajudicial, obrigando-se a: § 1o O termo de compromisso referido no
I – cessar a prática de atividades ou atos caput não poderá implicar restrição de direitos
objetos da apuração; e do usuário.
II – corrigir as irregularidades, inclusive § 2o Na definição do termo de que trata
indenizando os prejuízos delas decorrentes. este artigo serão considerados os critérios de
§ 2o O termo de compromisso de ajuste de aferição e controle da qualidade dos serviços a
conduta conterá, necessariamente, as seguintes serem oferecidos pelas operadoras.
cláusulas: § 3o O descumprimento injustificado do
I – obrigações do compromissário de fazer termo de compromisso poderá importar na
cessar a prática objeto da apuração, no prazo aplicação da penalidade de multa a que se refere
estabelecido; o inciso II, § 2o, do art. 29 desta Lei.
II – valor da multa a ser imposta no
caso de descumprimento, não inferior a Art. 30. Ao consumidor que contribuir para
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e não superior a produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) de acordo art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo
com o porte econômico da operadora ou da empregatício, no caso de rescisão ou exonera-
prestadora de serviço. ção do contrato de trabalho sem justa causa, é
§ 3o A assinatura do termo de compromisso assegurado o direito de manter sua condição
de ajuste de conduta não importa confissão de beneficiário, nas mesmas condições de
do compromissário quanto à matéria de fato, cobertura assistencial de que gozava quando
nem reconhecimento de ilicitude da conduta da vigência do contrato de trabalho, desde que
em apuração. assuma o seu pagamento integral.
§ 4o O descumprimento do termo de com- § 1o O período de manutenção da condição
promisso de ajuste de conduta, sem prejuízo de beneficiário a que se refere o caput será de
da aplicação da multa a que se refere o inciso um terço do tempo de permanência nos produ-
II do § 2o, acarreta a revogação da suspensão tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou
do processo. sucessores, com um mínimo assegurado de seis
§ 5o Cumpridas as obrigações assumidas no meses e um máximo de vinte e quatro meses.
termo de compromisso de ajuste de conduta, § 2o A manutenção de que trata este artigo
será extinto o processo. é extensiva, obrigatoriamente, a todo o grupo
§ 6o Suspende-se a prescrição durante a familiar inscrito quando da vigência do con-
vigência do termo de compromisso de ajuste trato de trabalho.
de conduta. § 3o Em caso de morte do titular, o direito
§ 7o Não poderá ser firmado termo de com- de permanência é assegurado aos dependentes
promisso de ajuste de conduta quando tiver cobertos pelo plano ou seguro privado coletivo
havido descumprimento de outro termo de de assistência à saúde, nos termos do disposto
compromisso de ajuste de conduta nos termos neste artigo.
desta Lei, dentro do prazo de dois anos. § 4o O direito assegurado neste artigo não
§ 8o O termo de compromisso de ajuste de exclui vantagens obtidas pelos empregados de-
conduta deverá ser publicado no Diário Oficial correntes de negociações coletivas de trabalho.
da União. § 5o A condição prevista no caput deste ar-
§ 9o A ANS regulamentará a aplicação do tigo deixará de existir quando da admissão do
Normas correlatas
disposto nos §§ 1o a 7o deste artigo. consumidor titular em novo emprego.

§ 6o Nos planos coletivos custeados inte-
Art. 29-A. ANS poderá celebrar com as ope- gralmente pela empresa, não é considerada
radoras termo de compromisso, quando houver contribuição a coparticipação do consumidor,
interesse na implementação de práticas que única e exclusivamente, em procedimentos,
consistam em vantagens para os consumido- 109
como fator de moderação, na utilização dos II – multa de mora de dez por cento.
serviços de assistência médica ou hospitalar. § 5o Os valores não recolhidos no prazo
previsto no § 3o serão inscritos em dívida ativa
Art. 31. Ao aposentado que contribuir para da ANS, a qual compete a cobrança judicial dos
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do respectivos créditos.
art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo § 6o O produto da arrecadação dos juros e
empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, da multa de mora serão revertidos ao Fundo
é assegurado o direito de manutenção como be- Nacional de Saúde.
neficiário, nas mesmas condições de cobertura § 7 o A ANS disciplinará o processo de
assistencial de que gozava quando da vigência glosa ou impugnação dos procedimentos en-
do contrato de trabalho, desde que assuma o caminhados, conforme previsto no § 2o deste
seu pagamento integral. artigo, cabendo-lhe, inclusive, estabelecer
§ 1o Ao aposentado que contribuir para procedimentos para cobrança dos valores a
planos coletivos de assistência à saúde por serem ressarcidos.
período inferior ao estabelecido no caput é § 8o Os valores a serem ressarcidos não
assegurado o direito de manutenção como be- serão inferiores aos praticados pelo SUS e nem
neficiário, à razão de um ano para cada ano de superiores aos praticados pelas operadoras de
contribuição, desde que assuma o pagamento produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
integral do mesmo. art. 1o desta Lei.
§ 2o Para gozo do direito assegurado neste § 9o Os valores a que se referem os §§ 3o e
artigo, observar-se-ão as mesmas condições 6 deste artigo não serão computados para fins
o
estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do art. 30. de aplicação dos recursos mínimos nas ações
e serviços públicos de saúde nos termos da
Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras Constituição Federal.
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei, de acordo com normas a serem Art. 33. Havendo indisponibilidade de leito
definidas pela ANS, os serviços de atendimento hospitalar nos estabelecimentos próprios
à saúde previstos nos respectivos contratos, ou credenciados pelo plano, é garantido ao
prestados a seus consumidores e respectivos consumidor o acesso à acomodação, em nível
dependentes, em instituições públicas ou pri- superior, sem ônus adicional.
vadas, conveniadas ou contratadas, integrantes
do Sistema Único de Saúde – SUS. Art. 34. As pessoas jurídicas que executam
§ 1o O ressarcimento será efetuado pelas outras atividades além das abrangidas por esta
operadoras ao SUS com base em regra de valo- Lei deverão, na forma e no prazo definidos pela
ração aprovada e divulgada pela ANS, mediante ANS, constituir pessoas jurídicas independen-
crédito ao Fundo Nacional de Saúde – FNS. tes, com ou sem fins lucrativos, especificamente
§ 2o Para a efetivação do ressarcimento, a para operar planos privados de assistência à
ANS disponibilizará às operadoras a discrimi- saúde, na forma da legislação em vigor e em
nação dos procedimentos realizados para cada especial desta Lei e de seus regulamentos.
consumidor. § 1o O disposto no caput não se aplica às

§ 3o A operadora efetuará o ressarcimen- entidades de autogestão constituídas sob a
to até o 15o (décimo quinto) dia da data de forma de fundação, de sindicato ou de asso-
recebimento da notificação de cobrança feita ciação que, na data da publicação desta Lei, já
pela ANS. exerciam outras atividades em conjunto com as
§ 4o O ressarcimento não efetuado no prazo relacionadas à assistência à saúde, nos termos
previsto no § 3o será cobrado com os seguintes dos pertinentes estatutos sociais.
acréscimos: § 2o As entidades de que trata o § 1o po-
I – juros de mora contados do mês seguinte derão, desde que a hipótese de segregação da
ao do vencimento, à razão de um por cento ao finalidade estatutária esteja prevista ou seja
110 mês ou fração; assegurada pelo órgão interno competente,
constituir filial ou departamento com número para os consumidores que não optarem pela
do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica se- adaptação às novas regras, sendo considerados
quencial ao da pessoa jurídica principal. extintos para fim de comercialização.
§ 3o As entidades de que trata o § 1o que § 7o Às pessoas jurídicas contratantes de
optarem por proceder de acordo com o previsto planos coletivos, não optantes pela adaptação
no § 2o assegurarão condições para sua ade- prevista neste artigo, fica assegurada a manu-
quada segregação patrimonial, administrativa, tenção dos contratos originais, nas coberturas
financeira e contábil. assistenciais neles pactuadas.
§ 8o A ANS definirá em norma própria
Art. 35. Aplicam-se as disposições desta Lei os procedimentos formais que deverão ser
a todos os contratos celebrados a partir de sua adotados pelas empresas para a adaptação dos
vigência, assegurada aos consumidores com contratos de que trata este artigo.
contratos anteriores, bem como àqueles com
contratos celebrados entre 2 de setembro de Art. 35-A. Fica criado o Conselho de Saúde
1998 e 1o de janeiro de 1999, a possibilidade Suplementar – CONSU, órgão colegiado inte-
de optar pela adaptação ao sistema previsto grante da estrutura regimental do Ministério
nesta Lei. da Saúde, com competência para:
§ 1o Sem prejuízo do disposto no art. 35-E, I – estabelecer e supervisionar a execução
a adaptação dos contratos de que trata este ar- de políticas e diretrizes gerais do setor de saúde
tigo deverá ser formalizada em termo próprio, suplementar;
assinado pelos contratantes, de acordo com as II – aprovar o contrato de gestão da ANS;
normas a serem definidas pela ANS. III – supervisionar e acompanhar as ações e
§ 2o Quando a adaptação dos contratos in- o funcionamento da ANS;
cluir aumento de contraprestação pecuniária, a IV – fixar diretrizes gerais para implementa-
composição da base de cálculo deverá ficar res- ção no setor de saúde suplementar sobre:
trita aos itens correspondentes ao aumento de a) aspectos econômico-financeiros;
cobertura, e ficará disponível para verificação b) normas de contabilidade, atuariais e
pela ANS, que poderá determinar sua alteração estatísticas;
quando o novo valor não estiver devidamente c) parâmetros quanto ao capital e ao patri-
justificado. mônio líquido mínimos, bem assim quanto às
§ 3o A adaptação dos contratos não implica formas de sua subscrição e realização quando
nova contagem dos períodos de carência e dos se tratar de sociedade anônima;
prazos de aquisição dos benefícios previstos d) critérios de constituição de garantias de
nos arts. 30 e 31 desta Lei, observados, quanto manutenção do equilíbrio econômico-finan-
aos últimos, os limites de cobertura previstos ceiro, consistentes em bens, móveis ou imóveis,
no contrato original. ou fundos especiais ou seguros garantidores;
§ 4o Nenhum contrato poderá ser adaptado e) criação de fundo, contratação de seguro
por decisão unilateral da empresa operadora. garantidor ou outros instrumentos que julgar
§ 5o A manutenção dos contratos originais adequados, com o objetivo de proteger o consu-
pelos consumidores não optantes tem caráter midor de planos privados de assistência à saúde
personalíssimo, devendo ser garantida somente em caso de insolvência de empresas operadoras;
ao titular e a seus dependentes já inscritos, per- V – deliberar sobre a criação de câmaras
mitida inclusão apenas de novo cônjuge e filhos, técnicas, de caráter consultivo, de forma a
e vedada a transferência da sua titularidade, sob subsidiar suas decisões.
Normas correlatas
qualquer pretexto, a terceiros. Parágrafo único. A ANS fixará as normas

§ 6o Os produtos de que tratam o inciso I sobre as matérias previstas no inciso IV deste
e o § 1o do art. 1o desta Lei, contratados até 1o artigo, devendo adequá-las, se necessário,
de janeiro de 1999, deverão permanecer em quando houver diretrizes gerais estabelecidas
operação, por tempo indeterminado, apenas pelo CONSU.
111
Art. 35-B. O CONSU será integrado pelos quela Agência, até o limite de R$ 1.000.000,00
seguintes Ministros de Estado: (um milhão de reais) por infração, ressalvado
I – Chefe da Casa Civil da Presidência da o disposto no § 6o do art. 19 desta Lei.
República, na qualidade de Presidente;
II – da Saúde; Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998,
III – da Fazenda; fica estabelecido para os contratos celebrados
IV – da Justiça; e anteriormente à data de vigência desta Lei que:
V – do Planejamento, Orçamento e Gestão. I – qualquer variação na contraprestação
§ 1o O Conselho deliberará mediante re- pecuniária para consumidores com mais de
soluções, por maioria de votos, cabendo ao sessenta anos de idade estará sujeita à autori-
Presidente a prerrogativa de deliberar nos casos zação prévia da ANS;
de urgência e relevante interesse, ad referendum II – a alegação de doença ou lesão preexis-
dos demais membros. tente estará sujeita à prévia regulamentação da
§ 2o Quando deliberar ad referendum do matéria pela ANS;
Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao III – é vedada a suspensão ou a rescisão
Colegiado na primeira reunião que se seguir unilateral do contrato individual ou familiar
àquela deliberação. de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
§ 3o O Presidente do Conselho poderá con- art. 1o desta Lei por parte da operadora, salvo
vidar Ministros de Estado, bem assim outros o disposto no inciso II do parágrafo único do
representantes de órgãos públicos, para parti- art. 13 desta Lei;
cipar das reuniões, não lhes sendo permitido IV – é vedada a interrupção de internação
o direito de voto. hospitalar em leito clínico, cirúrgico ou em
§ 5 o O regimento interno do CONSU centro de terapia intensiva ou similar, salvo a
será aprovado por decreto do Presidente da critério do médico assistente.
República. § 1o Os contratos anteriores à vigência desta
§ 6o As atividades de apoio administrativo Lei, que estabeleçam reajuste por mudança de
ao CONSU serão prestadas pela ANS. faixa etária com idade inicial em sessenta anos
§ 7 o O Presidente da ANS participará, ou mais, deverão ser adaptados, até 31 de ou-
na qualidade de Secretário, das reuniões do tubro de 1999, para repactuação da cláusula de
CONSU. reajuste, observadas as seguintes disposições:
I – a repactuação será garantida aos con-
Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do aten- sumidores de que trata o parágrafo único do
dimento nos casos: art. 15, para as mudanças de faixa etária ocor-
I – de emergência, como tal definidos os que ridas após a vigência desta Lei, e limitar-se-á à
implicarem risco imediato de vida ou de lesões diluição da aplicação do reajuste anteriormente
irreparáveis para o paciente, caracterizado em previsto, em reajustes parciais anuais, com ado-
declaração do médico assistente; ção de percentual fixo que, aplicado a cada ano,
II – de urgência, assim entendidos os resul- permita atingir o reajuste integral no início do
tantes de acidentes pessoais ou de complicações último ano da faixa etária considerada;
no processo gestacional; II – para aplicação da fórmula de diluição,

III – de planejamento familiar. consideram-se de dez anos as faixas etárias que
Parágrafo único. A ANS fará publicar tenham sido estipuladas sem limite superior;
normas regulamentares para o disposto neste III – a nova cláusula, contendo a fórmula de
artigo, observados os termos de adaptação aplicação do reajuste, deverá ser encaminhada
previstos no art. 35. aos consumidores, juntamente com o boleto
ou título de cobrança, com a demonstração
Art. 35-D. As multas a serem aplicadas pela do valor originalmente contratado, do valor
ANS em decorrência da competência fiscali- repactuado e do percentual de reajuste anual
zadora e normativa estabelecida nesta Lei e em fixo, esclarecendo, ainda, que o seu pagamento
112 seus regulamentos serão recolhidas à conta da- formalizará esta repactuação;
IV – a cláusula original de reajuste deverá ter plano privado de assistência à saúde, indepen-
sido previamente submetida à ANS; dentemente da sua natureza jurídica.
V – na falta de aprovação prévia, a opera-
dora, para que possa aplicar reajuste por faixa Art. 35-J. O diretor técnico ou fiscal ou o li-
etária a consumidores com sessenta anos ou quidante são obrigados a manter sigilo relativo
mais de idade e dez anos ou mais de contrato, às informações da operadora às quais tiverem
deverá submeter à ANS as condições contra- acesso em razão do exercício do encargo, sob
tuais acompanhadas de nota técnica, para, uma pena de incorrer em improbidade administra-
vez aprovada a cláusula e o percentual de rea- tiva, sem prejuízo das responsabilidades civis
juste, adotar a diluição prevista neste parágrafo. e penais.
§ 2o Nos contratos individuais de produ-
tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o Art. 35-L. Os bens garantidores das provisões
desta Lei, independentemente da data de sua técnicas, fundos e provisões deverão ser regis-
celebração, a aplicação de cláusula de reajuste trados na ANS e não poderão ser alienados,
das contraprestações pecuniárias dependerá de prometidos a alienar ou, de qualquer forma,
prévia aprovação da ANS. gravados sem prévia e expressa autorização,
§ 3o O disposto no art. 35 desta Lei aplica-se sendo nulas, de pleno direito, as alienações
sem prejuízo do estabelecido neste artigo. realizadas ou os gravames constituídos com
violação deste artigo.
Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1o Parágrafo único. Quando a garantia recair
desta Lei compreende todas as ações necessárias em bem imóvel, será obrigatoriamente inscrita
à prevenção da doença e à recuperação, manu- no competente Cartório do Registro Geral de
tenção e reabilitação da saúde, observados os Imóveis, mediante requerimento firmado pela
termos desta Lei e do contrato firmado entre operadora de plano de assistência à saúde e
as partes. pela ANS.
Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos Art. 35-M. As operadoras de produtos de

contratos entre usuários e operadoras de pro- que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta
dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o Lei poderão celebrar contratos de resseguro
desta Lei as disposições da Lei no 8.078, de 1990. junto às empresas devidamente autorizadas a
operar em tal atividade, conforme estabelecido
Art. 35-H. Os expedientes que até esta data fo- na Lei no 9.932, de 20 de dezembro de 1999, e
ram protocolizados na SUSEP pelas operadoras regulamentações posteriores.
de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei e que forem encaminhados à Art. 36. Esta Lei entra em vigor noventa dias
ANS em consequência desta Lei, deverão estar após a data de sua publicação.
acompanhados de parecer conclusivo daquela
Autarquia. Brasília, 3 de junho de 1998; 177o da Indepen-
dência e 110o da República.
Art. 35-I. Responderão subsidiariamente
pelos direitos contratuais e legais dos consu- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
midores, prestadores de serviço e fornecedores, Renan Calheiros – Pedro Malan – Waldeck
além dos débitos fiscais e trabalhistas, os bens Ornélas – José Serra
pessoais dos diretores, administradores, geren-
Normas correlatas
tes e membros de conselhos da operadora de Promulgada em 3/6/1998 e publicada no DOU de

4/6/1998.
113
Lei no 8.987/1995
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA vencimento, o mínimo de seis datas opcionais

para escolherem os dias de vencimento de seus
Faço saber que o Congresso Nacional decreta débitos.
e eu sanciono a seguinte Lei: ��
��
Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174o da Inde-
CAPÍTULO III – Dos Direitos e Obrigações pendência e 107o da República.
dos Usuários
�� FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
Nelson Jobim
Art. 7o-A. As concessionárias de serviços pú-
blicos, de direito público e privado, nos Estados Promulgada em 13/2/1995, publicada no DOU de
e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer 14/2/1995 e republicada no DOU de 28/9/1995.
ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de
114
Lei no 8.137/1990
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 2o Constitui crime da mesma natureza:

I – fazer declaração falsa ou omitir declara-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta ção sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar
e eu sanciono a seguinte Lei: outra fraude, para eximir-se, total ou parcial-
mente, de pagamento de tributo;
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor
CAPÍTULO I – Dos Crimes contra a Ordem de tributo ou de contribuição social, desconta-
Tributária do ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo
SEÇÃO I – Dos Crimes Praticados por de obrigação e que deveria recolher aos cofres
Particulares públicos;
III – exigir, pagar ou receber, para si ou para
Art. 1o Constitui crime contra a ordem tri- o contribuinte beneficiário, qualquer percenta-
butária suprimir ou reduzir tributo, ou contri- gem sobre a parcela dedutível ou deduzida de
buição social e qualquer acessório, mediante as imposto ou de contribuição como incentivo
seguintes condutas: fiscal;
I – omitir informação, ou prestar declaração IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacor-
falsa às autoridades fazendárias; do com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas
II – fraudar a fiscalização tributária, inserin- de imposto liberadas por órgão ou entidade de
do elementos inexatos, ou omitindo operação desenvolvimento;
de qualquer natureza, em documento ou livro V – utilizar ou divulgar programa de pro-
exigido pela lei fiscal; cessamento de dados que permita ao sujeito
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, passivo da obrigação tributária possuir infor-
duplicata, nota de venda, ou qualquer outro mação contábil diversa daquela que é, por lei,
documento relativo à operação tributável; fornecida à Fazenda Pública.
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
utilizar documento que saiba ou deva saber anos, e multa.
falso ou inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando
obrigatório, nota fiscal ou documento equi- SEÇÃO II – Dos Crimes Praticados por
valente, relativa a venda de mercadoria ou Funcionários Públicos
prestação de serviço, efetivamente realizada,
ou fornecê-la em desacordo com a legislação; Art. 3o Constitui crime funcional contra a
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ordem tributária, além dos previstos no De-
e multa. creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
Parágrafo único. A falta de atendimento da – Código Penal (Título XI, Capítulo I):
exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou
Normas correlatas
dias, que poderá ser convertido em horas em qualquer documento, de que tenha a guarda
razão da maior ou menor complexidade da ma- em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo,
téria ou da dificuldade quanto ao atendimento total ou parcialmente, acarretando pagamento
da exigência, caracteriza a infração prevista indevido ou inexato de tributo ou contribuição
no inciso V. social;
115
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou Art. 6o (Revogado)
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de iniciar seu exercício, Art. 7o Constitui crime contra as relações de
mas em razão dela, vantagem indevida; ou consumo:
aceitar promessa de tal vantagem, para deixar I – favorecer ou preferir, sem justa causa,
de lançar ou cobrar tributo ou contribuição comprador ou freguês, ressalvados os sistemas
social, ou cobrá-los parcialmente; de entrega ao consumo por intermédio de dis-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, tribuidores ou revendedores;
e multa. II – vender ou expor à venda mercadoria
III – patrocinar, direta ou indiretamente, cuja embalagem, tipo, especificação, peso
interesse privado perante a administração ou composição esteja em desacordo com as
fazendária, valendo-se da qualidade de fun- prescrições legais, ou que não corresponda à
cionário público. respectiva classificação oficial;
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, III – misturar gêneros e mercadorias de
e multa. espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los
à venda como puros; misturar gêneros e merca-
dorias de qualidades desiguais para vendê-los
CAPÍTULO II – Dos Crimes contra a ou expô-los à venda por preço estabelecido para
Ordem Econômica e as Relações de Consumo os de mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
Art. 4o Constitui crime contra a ordem eco- a) alteração, sem modificação essencial ou
nômica: de qualidade, de elementos tais como deno-
I – abusar do poder econômico, dominando minação, sinal externo, marca, embalagem,
o mercado ou eliminando, total ou parcialmen- especificação técnica, descrição, volume, peso,
te, a concorrência mediante qualquer forma de pintura ou acabamento de bem ou serviço;
ajuste ou acordo de empresas; b) divisão em partes de bem ou serviço,
a) (Revogada); habitualmente oferecido à venda em conjunto;
b) (Revogada); c) junção de bens ou serviços, comumente
c) (Revogada); oferecidos à venda em separado;
d) (Revogada); d) aviso de inclusão de insumo não em-
e) (Revogada); pregado na produção do bem ou na prestação
f) (Revogada); dos serviços;
II – formar acordo, convênio, ajuste ou V – elevar o valor cobrado nas vendas a pra-
aliança entre ofertantes, visando: zo de bens ou serviços, mediante a exigência de
a) à fixação artificial de preços ou quanti- comissão ou de taxa de juros ilegais;
dades vendidas ou produzidas; VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se
b) ao controle regionalizado do mercado a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas
por empresa ou grupo de empresas; condições publicamente ofertadas, ou retê-los
c) ao controle, em detrimento da concorrên- para o fim de especulação;
cia, de rede de distribuição ou de fornecedores. VII – induzir o consumidor ou usuário a

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou
e multa. enganosa sobre a natureza, qualidade do bem
III – (Revogado); ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, in-
IV – (Revogado); clusive a veiculação ou divulgação publicitária;
V – (Revogado); VIII – destruir, inutilizar ou danificar
VI – (Revogado); matéria-prima ou mercadoria, com o fim de
VII – (Revogado). provocar alta de preço, em proveito próprio
ou de terceiros;
Art. 5o (Revogado) IX – vender, ter em depósito para vender ou
116 expor à venda ou, de qualquer forma, entregar
matéria-prima ou mercadoria, em condições ao consumo ou por intermédio de outro em
impróprias ao consumo; que o preço ao consumidor é estabelecido ou
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato
ou multa. por este praticado não alcança o distribuidor
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos ou revendedor.
II, III e IX pune-se a modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um Art. 12. São circunstâncias que podem agravar
terço) ou a de multa à quinta parte. de 1/3 (um terço) até a metade as penas previs-
tas nos arts. 1o, 2o e 4o a 7o:
I – ocasionar grave dano à coletividade;
CAPÍTULO III – Das Multas II – ser o crime cometido por servidor pú-
blico no exercício de suas funções;
Art. 8o Nos crimes definidos nos arts. 1o a 3o III – ser o crime praticado em relação à
desta Lei, a pena de multa será fixada entre 10 prestação de serviços ou ao comércio de bens
(dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, essenciais à vida ou à saúde.
conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime. Art. 13. (Vetado)
Parágrafo único. O dia-multa será fixado
pelo juiz em valor não inferior a 14 (quatorze) Art. 14. (Revogado)
nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Te-
souro Nacional – BTN. Art. 15. Os crimes previstos nesta Lei são de
ação penal pública, aplicando-se-lhes o dispos-
Art. 9o A pena de detenção ou reclusão poderá to no art. 100 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
ser convertida em multa de valor equivalente a: dezembro de 1940 – Código Penal.
I – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000
(cinco milhões) de BTN, nos crimes definidos Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar
no art. 4o; a iniciativa do Ministério Público nos crimes
II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos descritos nesta Lei, fornecendo-lhe por escrito
mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5o e 6o; informações sobre o fato e a autoria, bem como
III – 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 indicando o tempo, o lugar e os elementos de
(um milhão de BTN), nos crimes definidos convicção.
no art. 7o. Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta
Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho coautor ou partícipe que através de confissão
ilícito e a situação econômica do réu, verifique espontânea revelar à autoridade policial ou
a insuficiência ou excessiva onerosidade das judicial toda a trama delituosa terá a sua pena
penas pecuniárias previstas nesta Lei, poderá reduzida de um a dois terços.
diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao
décuplo. Art. 17. Compete ao Departamento Nacio-
nal de Abastecimento e Preços, quando e se
necessário, providenciar a desapropriação de
CAPÍTULO IV – Das Disposições Gerais estoques, a fim de evitar crise no mercado ou
colapso no abastecimento.
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive
Normas correlatas
por meio de pessoa jurídica, concorre para os Art. 18. (Revogado)

crimes definidos nesta Lei, incide nas penas a ...............................................................................
estes cominadas, na medida de sua culpabili-
dade. Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de
Parágrafo único. Quando a venda ao con- sua publicação.
sumidor for efetuada por sistema de entrega 117
Art. 23. Revogam-se as disposições em con- FERNANDO COLLOR – Jarbas Passarinho –
trário e, em especial, o art. 279 do Decreto-Lei Zélia M. Cardoso de Mello
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código
Penal. Promulgada em 27/12/1990 e publicada no DOU
de 28/12/1990.
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169o da In-
dependência e 102o da República.
118
Decreto-Lei no 2.848/1940
Código Penal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando ��

da atribuição que lhe confere o art. 180 da
Constituição, Fraude no comércio
DECRETA a seguinte Lei: Art. 175. Enganar, no exercício de atividade

�� comercial, o adquirente ou consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita,
PARTE ESPECIAL mercadoria falsificada ou deteriorada;
�� II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
TÍTULO II – Dos Crimes contra o ou multa.
Patrimônio § 1o Alterar em obra que lhe é encomendada
�� a qualidade ou o peso de metal ou substituir,
no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou
CAPÍTULO VI – Do Estelionato e Outras por outra de menor valor; vender pedra falsa
Fraudes por verdadeira; vender, como precioso, metal
�� de outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Duplicata simulada § 2o É aplicável o disposto no art. 155, § 2o.
��
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota
de venda que não corresponda à mercadoria Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119o da
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao Independência e 52o da República.
serviço prestado.
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) GETÚLIO VARGAS – Francisco Campos
anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas in- Decretado em 7/12/1940, publicado no DOU de
correrá aquele que falsificar ou adulterar a 31/12/1940 e retificado no DOU de 3/1/1941.
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
Normas correlatas
119
Regulamenta a Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para tratar das hipóteses admitidas de
discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos
para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de
transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros
para fiscalização e apuração de infrações.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da b) sejam destinados a grupos específicos

atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso de usuários com controle estrito de admissão.
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto
na Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014,
CAPÍTULO II – Da Neutralidade de Rede
DECRETA:
Art. 3o A exigência de tratamento isonômico
de que trata o art. 9o da Lei no 12.965, de 2014,
CAPÍTULO I – Disposições Gerais deve garantir a preservação do caráter público
e irrestrito do acesso à internet e os fundamen-
Art. 1o Este Decreto trata das hipóteses ad- tos, princípios e objetivos do uso da internet
mitidas de discriminação de pacotes de dados no País, conforme previsto na Lei no 12.965,
na internet e de degradação de tráfego, indica de 2014.
procedimentos para guarda e proteção de dados
por provedores de conexão e de aplicações, Art. 4o A discriminação ou a degradação de
aponta medidas de transparência na requisição tráfego são medidas excepcionais, na medida
de dados cadastrais pela administração pública em que somente poderão decorrer de requisitos
e estabelece parâmetros para fiscalização e apu- técnicos indispensáveis à prestação adequada
ração de infrações contidas na Lei no 12.965, de de serviços e aplicações ou da priorização de
23 de abril de 2014. serviços de emergência, sendo necessário o
cumprimento de todos os requisitos dispostos
Art. 2o O disposto neste Decreto se destina no art. 9o, § 2o, da Lei no 12.965, de 2014.
aos responsáveis pela transmissão, pela comu-
tação ou pelo roteamento e aos provedores de Art. 5o Os requisitos técnicos indispensáveis
conexão e de aplicações de internet, definida à prestação adequada de serviços e aplicações
nos termos do inciso I do caput do art. 5o da devem ser observados pelo responsável de
Lei no 12.965, de 2014. atividades de transmissão, de comutação ou de
Parágrafo único. O disposto neste Decreto roteamento, no âmbito de sua respectiva rede,
não se aplica: e têm como objetivo manter sua estabilidade,

I – aos serviços de telecomunicações que segurança, integridade e funcionalidade.
não se destinem ao provimento de conexão de § 1o Os requisitos técnicos indispensáveis
internet; e apontados no caput são aqueles decorrentes de:
II – aos serviços especializados, entendidos I – tratamento de questões de segurança de
como serviços otimizados por sua qualidade redes, tais como restrição ao envio de mensa-
assegurada de serviço, de velocidade ou de se- gens em massa (spam) e controle de ataques de
gurança, ainda que utilizem protocolos lógicos negação de serviço; e
TCP/IP ou equivalentes, desde que: II – tratamento de situações excepcionais
a) não configurem substituto à internet em de congestionamento de redes, tais como rotas
120 seu caráter público e irrestrito; e
alternativas em casos de interrupções da rota II – comunicações necessárias para informar
principal e em situações de emergência. a população em situações de risco de desastre,
§ 2 o A Agência Nacional de Telecomu- de emergência ou de estado de calamidade
nicações – Anatel atuará na fiscalização e na pública.
apuração de infrações quanto aos requisitos Parágrafo único. A transmissão de dados
técnicos elencados neste artigo, consideradas nos casos elencados neste artigo será gratuita.
as diretrizes estabelecidas pelo Comitê Gestor
da Internet – CGIbr. Art. 9o Ficam vedadas condutas unilaterais ou
acordos entre o responsável pela transmissão,
Art. 6o Para a adequada prestação de serviços pela comutação ou pelo roteamento e os pro-
e aplicações na internet, é permitido o geren- vedores de aplicação que:
ciamento de redes com o objetivo de preservar I – comprometam o caráter público e irres-
sua estabilidade, segurança e funcionalidade, trito do acesso à internet e os fundamentos,
utilizando-se apenas de medidas técnicas os princípios e os objetivos do uso da internet
compatíveis com os padrões internacionais, no País;
desenvolvidos para o bom funcionamento da II – priorizem pacotes de dados em razão de
internet, e observados os parâmetros regula- arranjos comerciais; ou
tórios expedidos pela Anatel e consideradas as III – privilegiem aplicações ofertadas pelo
diretrizes estabelecidas pelo CGIbr. próprio responsável pela transmissão, pela co-
mutação ou pelo roteamento ou por empresas
Art. 7o O responsável pela transmissão, pela integrantes de seu grupo econômico.
comutação ou pelo roteamento deverá adotar
medidas de transparência para explicitar ao Art. 10. As ofertas comerciais e os modelos de
usuário os motivos do gerenciamento que cobrança de acesso à internet devem preservar
implique a discriminação ou a degradação de uma internet única, de natureza aberta, plural
que trata o art. 4o, tais como: e diversa, compreendida como um meio para
I – a indicação nos contratos de prestação a promoção do desenvolvimento humano,
de serviço firmado com usuários finais ou econômico, social e cultural, contribuindo para
provedores de aplicação; e a construção de uma sociedade inclusiva e não
II – a divulgação de informações referentes discriminatória.
às práticas de gerenciamento adotadas em seus
sítios eletrônicos, por meio de linguagem de
fácil compreensão. CAPÍTULO III – Da Proteção aos Registros,
Parágrafo único. As informações de que aos Dados Pessoais e às Comunicações
trata esse artigo deverão conter, no mínimo: Privadas
I – a descrição dessas práticas; SEÇÃO I – Da requisição de dados cadastrais
II – os efeitos de sua adoção para a qualidade
de experiência dos usuários; e Art. 11. As autoridades administrativas a que
III – os motivos e a necessidade da adoção se refere o art. 10, § 3o da Lei no 12.965, de 2014,
dessas práticas. indicarão o fundamento legal de competência
expressa para o acesso e a motivação para o
Art. 8o A degradação ou a discriminação pedido de acesso aos dados cadastrais.
decorrente da priorização de serviços de emer- § 1o O provedor que não coletar dados ca-
gência somente poderá decorrer de: dastrais deverá informar tal fato à autoridade
Normas correlatas
I – comunicações destinadas aos prestadores solicitante, ficando desobrigado de fornecer

dos serviços de emergência, ou comunicação tais dados.
entre eles, conforme previsto na regulamenta- § 2o São considerados dados cadastrais:
ção da Agência Nacional de Telecomunicações I – a filiação;
– Anatel; ou II – o endereço; e
121
III – a qualificação pessoal, entendida como acessado, inclusive para cumprimento do dis-
nome, prenome, estado civil e profissão do posto no art. 11, § 3o, da Lei no 12.965, de 2014; e
usuário. IV – o uso de soluções de gestão dos registros
§ 3o Os pedidos de que trata o caput devem por meio de técnicas que garantam a inviolabi-
especificar os indivíduos cujos dados estão lidade dos dados, como encriptação ou medidas
sendo requeridos e as informações desejadas, de proteção equivalentes.
sendo vedados pedidos coletivos que sejam § 1o Cabe ao CGIbr promover estudos e
genéricos ou inespecíficos. recomendar procedimentos, normas e padrões
técnicos e operacionais para o disposto nesse
Art. 12. A autoridade máxima de cada órgão artigo, de acordo com as especificidades e o
da administração pública federal publicará porte dos provedores de conexão e de aplicação.
anualmente em seu sítio na internet relatórios § 2o Tendo em vista o disposto nos incisos
estatísticos de requisição de dados cadastrais, VII a X do caput do art. 7o da Lei no 12.965, de
contendo: 2014, os provedores de conexão e aplicações
I – o número de pedidos realizados; devem reter a menor quantidade possível de
II – a listagem dos provedores de conexão dados pessoais, comunicações privadas e regis-
ou de acesso a aplicações aos quais os dados tros de conexão e acesso a aplicações, os quais
foram requeridos; deverão ser excluídos:
III – o número de pedidos deferidos e inde- I – tão logo atingida a finalidade de seu
feridos pelos provedores de conexão e de acesso uso; ou
a aplicações; e II – se encerrado o prazo determinado por
IV – o número de usuários afetados por tais obrigação legal.
solicitações.
Art. 14. Para os fins do disposto neste Decreto,
considera-se:
SEÇÃO II – Padrões de segurança e sigilo I – dado pessoal – dado relacionado à pessoa
dos registros, dados pessoais e comunicações natural identificada ou identificável, inclusive
privadas números identificativos, dados locacionais ou
identificadores eletrônicos, quando estes esti-
Art. 13. Os provedores de conexão e de apli- verem relacionados a uma pessoa; e
cações devem, na guarda, armazenamento e II – tratamento de dados pessoais – toda
tratamento de dados pessoais e comunicações operação realizada com dados pessoais, como
privadas, observar as seguintes diretrizes sobre as que se referem a coleta, produção, recepção,
padrões de segurança: classificação, utilização, acesso, reprodução,
I – o estabelecimento de controle estrito transmissão, distribuição, processamento,
sobre o acesso aos dados mediante a definição arquivamento, armazenamento, eliminação,
de responsabilidades das pessoas que terão pos- avaliação ou controle da informação, modi-
sibilidade de acesso e de privilégios de acesso ficação, comunicação, transferência, difusão
exclusivo para determinados usuários; ou extração.
II – a previsão de mecanismos de auten-

ticação de acesso aos registros, usando, por Art. 15. Os dados de que trata o art. 11 da
exemplo, sistemas de autenticação dupla para Lei no 12.965, de 2014, deverão ser mantidos
assegurar a individualização do responsável em formato interoperável e estruturado, para
pelo tratamento dos registros; facilitar o acesso decorrente de decisão judicial
III – a criação de inventário detalhado dos ou determinação legal, respeitadas as diretrizes
acessos aos registros de conexão e de acesso a elencadas no art. 13 deste Decreto.
aplicações, contendo o momento, a duração, a
identidade do funcionário ou do responsável Art. 16. As informações sobre os padrões
pelo acesso designado pela empresa e o arquivo de segurança adotados pelos provedores de
122 aplicação e provedores de conexão devem ser
divulgadas de forma clara e acessível a qual- consideradas as diretrizes do CGIbr, e deverão
quer interessado, preferencialmente por meio zelar pelo cumprimento da legislação brasileira,
de seus sítios na internet, respeitado o direito inclusive quanto à aplicação das sanções cabí-
de confidencialidade quanto aos segredos veis, mesmo que as atividades sejam realizadas
empresariais. por pessoa jurídica sediada no exterior, nos
termos do art. 11 da Lei no 12.965, de 2014.
CAPÍTULO IV – Da Fiscalização e da Art. 21. A apuração de infrações à Lei

Transparência no 12.965, de 2014, e a este Decreto atenderá
aos procedimentos internos de cada um dos
Art. 17. A Anatel atuará na regulação, na órgãos fiscalizatórios e poderá ser iniciada de
fiscalização e na apuração de infrações, nos ofício ou mediante requerimento de qualquer
termos da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997. interessado.
Art. 18. A Secretaria Nacional do Consumi- Art. 22. Este Decreto entra em vigor trinta
dor atuará na fiscalização e na apuração de dias após a data de sua publicação.
infrações, nos termos da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990. Brasília, 11 de maio de 2016; 195o da Indepen-
dência e 128o da República.
Art. 19. A apuração de infrações à ordem
econômica ficará a cargo do Sistema Brasileiro DILMA ROUSSEFF – Eugênio José Guilherme
de Defesa da Concorrência, nos termos da Lei de Aragão – André Peixoto Figueiredo Lima –
no 12.529, de 30 de novembro de 2011. João Luiz Silva Ferreira – Emília Maria Silva
Ribeiro Curi
Art. 20. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública federal com competências Decretado em 11/5/2016 e publicado no DOU de
específicas quanto aos assuntos relacionados 11/5/2016 – Edição extra.
a este Decreto atuarão de forma colaborativa,
Normas correlatas
123
Institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e cria a Câmara Nacional das Relações de
Consumo.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da serviços e instalações abertos ao público, de uso

atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso público ou privados de uso coletivo, tanto na
VI, alínea “a”, da Constituição, zona urbana como na rural, por pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida.
DECRETA:
Art. 3o São objetivos do Plano Nacional de
Art. 1 Fica instituído o Plano Nacional de
o
Consumo e Cidadania:
Consumo e Cidadania, com a finalidade de I – garantir o atendimento das necessidades
promover a proteção e defesa do consumidor dos consumidores;
em todo o território nacional, por meio da in- II – assegurar o respeito à dignidade, saúde
tegração e articulação de políticas, programas e segurança do consumidor;
e ações. III – estimular a melhoria da qualidade e o
Parágrafo único. O Plano Nacional de Con- desenho universal de produtos e serviços dis-
sumo e Cidadania será executado pela União ponibilizados no mercado de consumo;
em colaboração com Estados, Distrito Federal, IV – assegurar a prevenção e a repressão de
Municípios e com a sociedade. condutas que violem direitos do consumidor;
V – promover o acesso a padrões de produ-
Art. 2o São diretrizes do Plano Nacional de ção e consumo sustentáveis; e
Consumo e Cidadania: VI – promover a transparência e harmonia
I – educação para o consumo; das relações de consumo.
II – adequada e eficaz prestação dos serviços Parágrafo único. Para fins do disposto neste
públicos; Decreto, considera-se:
III – garantia do acesso do consumidor à I – desenho universal – concepção de pro-
justiça; dutos, ambientes, programas e serviços a serem
IV – garantia de produtos e serviços com usados por todas as pessoas, sem necessidade
padrões adequados de qualidade, segurança, de adaptação ou de projeto específico, incluídos
durabilidade, desempenho e acessibilidade; os recursos de tecnologia assistiva; e
V – fortalecimento da participação social na II – tecnologia assistiva – produtos, equipa-
defesa dos consumidores; mentos, dispositivos, recursos, metodologias,
VI – prevenção e repressão de condutas que estratégias, práticas e serviços que objetivem
violem direitos do consumidor; e promover a funcionalidade, relacionada à ativi-
VII – autodeterminação, privacidade, con- dade e à participação da pessoa com deficiência

fidencialidade e segurança das informações e ou com mobilidade reduzida, visando à sua
dados pessoais prestados ou coletados, inclusive autonomia, independência, qualidade de vida
por meio eletrônico. e inclusão social.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste
Decreto, considera-se acessibilidade a possibi- Art. 4o São eixos de atuação do Plano Nacional
lidade e a condição de alcance para utilização, de Consumo e Cidadania:
com segurança e autonomia, de espaços, mo- I – prevenção e redução de conflitos;
biliários, equipamentos urbanos, edificações, II – regulação e fiscalização; e
transportes, informação e comunicação, inclu- III – fortalecimento do Sistema Nacional de
124 sive seus sistemas e suas tecnologias, e de outros Defesa do Consumidor.
Art. 5o O eixo de prevenção e redução de e defesa do consumidor em todo o território
conflitos será composto, dentre outras, pelas nacional, subsidiarão a definição das Políticas
seguintes políticas e ações: e ações do Plano Nacional de Consumo e
I – aprimoramento dos procedimentos de Cidadania.
atendimento ao consumidor no pós-venda de Parágrafo único. Compete ao Ministério da
produtos e serviços; Justiça coordenar, gerenciar e ampliar o SIN-
II – criação de indicadores e índices de qua- DEC, garantindo o acesso às suas informações.
lidade das relações de consumo; e
III – promoção da educação para o consumo, Art. 9o Fica criada a Câmara Nacional das Re-
incluída a qualificação e capacitação profissio- lações de Consumo, no Conselho de Governo
nal em defesa do consumidor. de que trata o art. 7o da Lei no 10.683, de 28
de maio de 2003, com as seguintes instâncias
Art. 6o O eixo regulação e fiscalização será para a gestão do Plano Nacional de Consumo
composto, dentre outras, pelas seguintes po- e Cidadania:
líticas e ações: I – Conselho de Ministros; e
I – instituição de avaliação de impacto II – Observatório Nacional das Relações de
regulatório sob a perspectiva dos direitos do Consumo.
consumidor; Parágrafo único. O apoio administrativo
II – promoção da inclusão, nos contratos de necessário ao funcionamento das instâncias
concessão de serviços públicos, de mecanismos instituídas no caput será prestado pelo Minis-
de garantia dos direitos do consumidor; tério da Justiça.
III – ampliação e aperfeiçoamento dos pro-
cessos fiscalizatórios quanto à efetivação de Art. 10. Compete ao Conselho de Ministros
direitos do consumidor; da Câmara Nacional das Relações de Consumo
IV – garantia de autodeterminação, pri- do Plano Nacional de Consumo e Cidadania
vacidade, confidencialidade e segurança das orientar a formulação, a implementação, o
informações e dados pessoais prestados ou monitoramento e a avaliação do Plano.
coletados, inclusive por meio eletrônico; § 1o O Conselho de Ministros do Plano
V – garantia da efetividade da execução das Nacional de Consumo e Cidadania será inte-
multas; e grado por:
VI – implementação de outras medidas I – Ministro de Estado da Justiça, que o
sancionatórias relativas à regulação de serviços. presidirá;
II – Ministro Chefe da Casa Civil da Presi-
Art. 7o O eixo de fortalecimento do Sistema dência da República;
Nacional de Defesa do Consumidor será com- III – Ministro de Estado da Fazenda;
posto, dentre outras, pelas seguintes políticas IV – Ministro de Estado do Desenvolvimen-
e ações: to, Indústria e Comércio Exterior; e
I – estimulo à interiorização e ampliação V – Ministro de Estado do Planejamento,
do atendimento ao consumidor, por meio de Orçamento e Gestão.
parcerias com Estados e Municípios; § 2o Os membros do Conselho de Ministros
II – promoção da participação social junto do Plano Nacional de Consumo e Cidadania
ao Sistema Nacional de Defesa do Consumi- indicarão seus respectivos suplentes.
dor; e § 3o Poderão ser convidados para as reu-
III – fortalecimento da atuação dos Procons niões do Conselho de Ministros representantes
Normas correlatas
na proteção dos direitos dos consumidores. de órgãos da administração pública federal,

dos Estados, Distrito Federal e Municípios, e
Art. 8o Dados e informações de atendimento de entidades privadas.
ao consumidor registrados no Sistema Nacio- § 4o O Conselho de Ministros da Câmara
nal de Informações de Defesa do Consumidor Nacional das Relações de Consumo do Plano
– SINDEC, que integra os órgãos de proteção Nacional de Consumo e Cidadania poderá 125
criar comitês técnicos destinados ao estudo e h) Agência Nacional de Aviação Civil;
elaboração de propostas sobre temas específicos i) Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
relacionados ao Plano. ria; e
j) Agência Nacional de Transportes Ter-
Art. 11. Compete ao Observatório Nacional restres; e
das Relações de Consumo: IV – no Comitê Técnico de Consumo e
I – promover estudos e formular propostas Pós-Venda:
para consecução dos objetivos do Plano Nacio- a) Ministério da Justiça, que o presidirá;
nal de Consumo e Cidadania; e b) Ministério da Fazenda;
II – acompanhar a execução das políticas, c) Ministério da Educação,
programas e ações do Plano Nacional de Con- d) Ministério do Meio Ambiente;
sumo e Cidadania. e) Ministério do Desenvolvimento, Indús-
§ 1o O Observatório Nacional das Relações tria e Comércio Exterior; e
de Consumo terá a seguinte estrutura: f) Instituto Nacional de Metrologia, Nor-
I – Secretaria Executiva, malização e Tecnologia.
II – Comitê Técnico de Consumo e Regu- § 3o A designação do Secretário-Executivo e
lação; dos membros dos Comitês Técnicos do Obser-
III – Comitê Técnico de Consumo e Turis- vatório Nacional de Relações de Consumo será
mo; e feita pelo Ministro de Estado da Justiça, com
IV – Comitê Técnico de Consumo e Pós- respectivos suplentes, a partir da indicação dos
Venda órgãos representados.
§ 2o O Observatório Nacional das Relações § 4o Poderão ser convidados para participar
de Consumo será composto por representantes das reuniões dos Comitês Técnicos represen-
dos seguintes órgãos: tantes de órgãos da administração pública fede-
I – na Secretaria-Executiva: Secretaria Na- ral, dos Estados, Distrito Federal e Municípios,
cional do Consumidor do Ministério da Justiça; e de entidades privadas.
II – no Comitê Técnico de Consumo e § 5o Os Comitês Técnicos apresentarão à
Regulação: Secretaria-Executiva relatórios periódicos com
a) Ministério da Justiça, que o presidirá; propostas, resultados de estudos e registros
b) Ministério da Fazenda; do acompanhamento do Plano Nacional de
c) Ministério das Comunicações Consumo e Cidadania de sua esfera temática.
d) Ministério de Minas e Energia;
e) Ministério da Saúde; Art. 12. A participação nas instâncias colegia-
f) Secretaria de Aviação Civil; das instituídas neste Decreto será considerada
g) Agência Nacional de Telecomunicações; prestação de serviço público relevante, não
h) Agência Nacional de Energia Elétrica; remunerada.
i) Agência Nacional de Saúde Suplementar;
j) Agência Nacional de Aviação Civil; e Art. 13. Para a execução do Plano Nacional
k) Banco Central do Brasil; de Consumo e Cidadania poderão ser firmados
III – no Comitê Técnico de Consumo e convênios, acordos de cooperação, ajustes ou

Turismo: instrumentos congêneres, com órgãos e entida-
a) Ministério da Justiça, que o presidirá; des da administração pública federal, dos Esta-
b) Ministério do Turismo; dos, do Distrito Federal e dos Municípios, com
c) Secretaria de Aviação Civil; consórcios públicos, bem como com entidades
d) Ministério da Saúde; privadas, na forma da legislação pertinente.
e) Ministério dos Transportes;
f) Instituto Brasileiro de Turismo – EM- Art. 14. O Plano Nacional de Consumo e
BRATUR; Cidadania será custeado por:
g) Empresa Brasileira de Infraestrutura I – dotações orçamentárias da União consig-
126 Aeronáutica – INFRAERO; nadas anualmente nos orçamentos dos órgãos
e entidades envolvidos no Plano, observados § 2o O prazo do exercício temporário não
os limites de movimentação, de empenho e de poderá ser superior a um ano, admitindo-se
pagamento fixados anualmente; prorrogações sucessivas, de acordo com as
II – recursos oriundos dos órgãos parti- necessidades do projeto.
cipantes do Plano Nacional de Consumo e § 3o Os servidores de que trata o caput
Cidadania e que não estejam consignados nos deverão, preferencialmente, ser ocupantes de
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da cargos efetivos de Especialista em Regulação de
União; e Serviços Públicos de Telecomunicações, de Es-
III – outras fontes de recursos destinadas por pecialista em Regulação de Serviços Públicos de
Estados, Distrito Federal e Municípios, bem Energia, de Especialista em Regulação de Saúde
como por outras entidades públicas. Suplementar, e de Especialista em Regulação de
Aviação Civil, integrantes das carreiras de que
Art. 15. O Ministro de Estado do Plane- trata a Lei no 10.871, de 20 de maio de 2004, e
jamento, Orçamento e Gestão poderá, nos de Analista em Tecnologia da Informação e de
termos do § 7o do art. 93 da Lei no 8.112, de 11 economista, do Plano Geral de Cargos do Poder
de dezembro de 1990, determinar o exercício Executivo – PGPE.
temporário de servidores ou empregados dos
órgãos integrantes do Observatório Nacional Art. 16. O Conselho de Ministros da Câmara
das Relações de Consumo da administração Nacional das Relações de Consumo elabo-
pública federal direta e indireta para desem- rará, em prazo definido por seus membros e
penho de atividades no âmbito do Ministério formalizado em ato do Ministro de Estado da
da Justiça, com objetivo de auxiliar a gestão Justiça, proposta de regulamentação do § 3o do
do Plano Nacional de Consumo e Cidadania. art. 18 da Lei no 8.078, de 1990, para especificar
§ 1o A determinação de exercício tempo- produtos de consumo considerados essenciais e
rário referido no caput observará os seguintes dispor sobre procedimentos para uso imediato
procedimentos: das alternativas previstas no § 1o do art. 18 da
I – requisição do Ministro de Estado da referida Lei.
Justiça ao Ministro de Estado ou autoridade
competente de órgão integrante da Presidência Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data
da República a que pertencer o servidor; de sua publicação.
II – o órgão ou entidade cedente instruirá
o processo de requisição no prazo máximo de Brasília, 15 de março de 2013; 192o da Indepen-
dez dias, encaminhando-o ao Ministério do dência e 125o da República.
Planejamento, Orçamento e Gestão; e
III – examinada a adequação da requisição DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo
ao disposto neste Decreto, o Ministro de Estado
do Planejamento, Orçamento e Gestão editará, Decretado em 15/3/2013 e publicado no DOU de
no prazo de até dez dias, ato determinando o 15/3/2013 – Edição extra.
exercício temporário do servidor requisitado.
Normas correlatas
127
Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo
do cumprimento das demais normas aplicáveis.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da acompanhe o produto ou ingrediente em todas

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, as etapas da cadeia produtiva.
da Constituição, § 4o O percentual referido no caput poderá
ser reduzido por decisão da Comissão Técnica
DECRETA: Nacional de Biossegurança – CTNBio.
Art. 1o Este Decreto regulamenta o direito à Art. 3o Os alimentos e ingredientes produzi-

informação, assegurado pela Lei no 8.078, de dos a partir de animais alimentados com ração
11 de setembro de 1990, quanto aos alimen- contendo ingredientes transgênicos deverão
tos e ingredientes alimentares destinados ao trazer no painel principal, em tamanho e des-
consumo humano ou animal que contenham taque previstos no art. 2o, a seguinte expressão:
ou sejam produzidos a partir de organismos “(nome do animal) alimentado com ração
geneticamente modificados, sem prejuízo do contendo ingrediente transgênico” ou “(nome
cumprimento das demais normas aplicáveis. do ingrediente) produzido a partir de animal
alimentado com ração contendo ingrediente
Art. 2o Na comercialização de alimentos e transgênico”.
ingredientes alimentares destinados ao con-
sumo humano ou animal que contenham Art. 4o Aos alimentos e ingredientes alimenta-
ou sejam produzidos a partir de organismos res que não contenham nem sejam produzidos
geneticamente modificados, com presença a partir de organismos geneticamente modifi-
acima do limite de um por cento do produto, o cados será facultada a rotulagem “(nome do
consumidor deverá ser informado da natureza produto ou ingrediente) livre de transgênicos”,
transgênica desse produto. desde que tenham similares transgênicos no
§ 1o Tanto nos produtos embalados como mercado brasileiro.
nos vendidos a granel ou in natura, o rótulo
da embalagem ou do recipiente em que estão Art. 5o As disposições dos §§ 1o, 2o e 3o do
contidos deverá constar, em destaque, no painel art. 2o e do art. 3o deste Decreto não se aplicam
principal e em conjunto com o símbolo a ser à comercialização de alimentos destinados ao
definido mediante ato do Ministério da Justiça, consumo humano ou animal que contenham
uma das seguintes expressões, dependendo do ou tenham sido produzidos a partir de soja da
caso: “(nome do produto) transgênico”, “contém safra colhida em 2003.
(nome do ingrediente ou ingredientes) trans- § 1o As expressões “pode conter soja trans-
gênico(s)” ou “produto produzido a partir de gênica” e “pode conter ingrediente produzido
(nome do produto) transgênico”. a partir de soja transgênica” deverão, conforme
§ 2o O consumidor deverá ser informado o caso, constar do rótulo, bem como da docu-
sobre a espécie doadora do gene no local re- mentação fiscal, dos produtos a que se refere
servado para a identificação dos ingredientes. o caput, independentemente do percentual da
§ 3o A informação determinada no § 1o presença de soja transgênica, exceto se:
deste artigo também deverá constar do do- I – a soja ou o ingrediente a partir dela
128 cumento fiscal, de modo que essa informação produzido seja oriundo de região excluída
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e de Defesa do Consumidor e demais normas
Abastecimento do regime de que trata a Medida aplicáveis.
Provisória no 113, de 26 de março de 2003, de
conformidade com o disposto no § 5o do seu Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
art. 1o; ou de sua publicação.
II – a soja ou o ingrediente a partir dela
produzido seja oriundo de produtores que Art. 8o Revoga-se o Decreto no 3.871, de 18
obtenham o certificado de que trata o art. 4o da de julho de 2001.
Medida Provisória no 113, de 2003, devendo,
nesse caso, ser aplicadas as disposições do art. 4o Brasília, 24 de abril de 2003; 182o da Indepen-
deste Decreto. dência e 115o da República.
§ 2o A informação referida no § 1o pode
ser inserida por meio de adesivos ou qualquer LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio
forma de impressão. Thomaz Bastos – José Amauri Dimarzio –
§ 3o Os alimentos a que se refere o caput Humberto Sérgio Costa Lima – Luiz Fernando
poderão ser comercializados após 31 de janeiro Furlan – Roberto Átila Amaral Vieira – Marina
de 2004, desde que a soja a partir da qual foram Silva – Miguel Soldatelli Rossetto – José Dirceu de
produzidos tenha sido alienada pelo produtor Oliveira e Silva – José Graziano da Silva
até essa data.
Decretado em 24/4/2003, publicado no DOU de
Art. 6o À infração ao disposto neste Decreto 25/4/2003 e republicado no DOU de 28/4/2003.
aplica-se as penalidades previstas no Código
Normas correlatas
129
Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei no 7.347,
de 24 de julho de 1985, seu Conselho Gestor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Art. 3o O FDD será gerido pelo Conselho
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante
disposto nos arts. 13 e 20, da Lei no 7.347, de da estrutura organizacional do Ministério da
24 de julho de 1985, Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos
seguintes membros:
DECRETA: I – um representante da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, que
Art. 1o O Fundo de Defesa de Direitos Difusos o presidirá;
(FDD), criado pela Lei no 7.347, de 24 de julho II – um representante do Ministério do Meio
de 1985, tem por finalidade a reparação dos Ambiente e da Amazônia Legal;
danos causados ao meio ambiente, ao consumi- III – um representante do Ministério da
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, Cultura;
histórico, turístico, paisagístico, por infração à IV – um representante do Ministério da
ordem econômica e a outros interesses difusos Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
e coletivos. V – um representante do Ministério da
Fazenda;
Art. 2o Constituem recursos do FDD o pro- VI – um representante do Conselho Admi-
duto da arrecadação: nistrativo de Defesa Econômica – CADE;
I – das condenações judiciais de que tratam VII – um representante do Ministério Pú-
os arts. 11 e 13, da Lei no 7.347, de 24 de julho blico Federal;
de 1985; VIII – três representantes de entidades civis
II – das multas e indenizações decorrentes que atendam aos pressupostos dos incisos I e
da aplicação da Lei no 7.853, de 24 de outubro II, do art. 5o, da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1989, desde que não destinadas à reparação de 1985.
de danos a interesses individuais; § 1o Cada representante de que trata este
III – dos valores destinados à União em vir- artigo terá um suplente, que o substituirá nos
tude da aplicação da multa prevista no art. 57 seus afastamentos e impedimentos legais.
e seu parágrafo único e do produto de indeni- § 2o É vedada a remuneração, a qualquer
zação prevista no art. 100, parágrafo único, da título, pela participação no CFDD, sendo a ati-
Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; vidade considerada serviço público relevante.
IV – das condenações judiciais de que trata

o parágrafo 2o, do art. 2o, da Lei no 7.913, de 7 Art. 4o Os representantes e seus respectivos
de dezembro de 1989; suplentes serão designados pelo Ministro da
V – das multas referidas no art. 84, da Lei Justiça; os dos incisos I a V dentre os servidores
no 8.884, de 11 de junho de 1994; dos respectivos Ministérios, indicados pelo
VI – dos rendimentos auferidos com a apli- seu titular; o do inciso VI dentre os servidores
cação dos recursos do Fundo; ou Conselheiros, indicado pelo Presidente da
VII – de outras receitas que vierem a ser Autarquia; o do inciso VII indicado pelo Procu-
destinadas ao Fundo; rador-Geral da República, dentre os integrantes
VIII – de doações de pessoas físicas ou jurí- da carreira, e os do inciso VIII indicados pelas
130 dicas, nacionais ou estrangeiras.
respectivas entidades devidamente inscritas Parágrafo único. Os recursos serão priorita-
perante o CFDD. riamente aplicados na reparação específica do
Parágrafo único. Os representantes serão dano causado, sempre que tal fato for possível.
designados pelo prazo de dois anos, admitida
uma recondução, exceto quanto ao representan- Art. 8 o Em caso de concurso de créditos
te referido no inciso I, do art. 3o, que poderá ser decorrentes de condenação prevista na Lei
reconduzido por mais de uma vez. no 7.347, de 24 de julho de 1985, e depositados
no FDD, e de indenizações pelos prejuízos in-
Art. 5o Funcionará como Secretaria-Executiva dividuais resultantes do mesmo evento danoso,
do CFDD a Secretaria Nacional do Consumidor estas terão preferência no pagamento, de acordo
do Ministério da Justiça. com o art. 99 da Lei no 8.078, de 1990.
Parágrafo único. Neste caso, a importância
Art. 6o Compete ao CFDD: recolhida ao FDD terá sua destinação sustada
I – zelar pela aplicação dos recursos na enquanto pendentes de recurso as ações de
consecução dos objetivos previstos nas Leis indenização pelos danos individuais, salvo
nos 7.347, de 1985, 7.853, de 1989, 7.913, de na hipótese de o patrimônio do devedor ser
1989, 8.078, de 1990 e 8.884, de 1994, no âmbito manifestamente suficiente para responder pela
do disposto no art. 1o deste decreto; integralidade das dívidas.
II – aprovar convênios e contratos, a serem
firmados pela Secretaria Executiva do Conse- Art. 9o O CFDD estabelecerá sua forma de
lho, objetivando atender ao disposto no inciso funcionamento por meio de Regimento Inter-
I deste artigo; no, que será elaborado dentro de sessenta dias,
III – examinar e aprovar projetos de recons- a partir da sua instalação, aprovado por Portaria
tituição de bens lesados, inclusive os de caráter do Ministro da Justiça.
científico e de pesquisa;
IV – promover, por meio de órgãos da Art. 10. Os recursos destinados ao Fundo se-
administração pública e de entidades civis rão centralizados em conta especial mantida no
interessadas, eventos educativos ou científicos; Banco do Brasil S.A., em Brasília, DF, denomi-
V – fazer editar, inclusive em colaboração nada “Ministério da Justiça – CFDD – Fundo”.
com órgãos oficiais, material informativo so- Parágrafo único. Nos termos do Regimento
bre as matérias mencionadas no art. 1o deste Interno do CFDD, os recursos destinados ao
Decreto; Fundo provenientes de condenações judiciais
VI – promover atividades e eventos que e de aplicação de multas administrativas de-
contribuam para a difusão da cultura, da pro- verão ser identificados segundo a natureza
teção ao meio ambiente, do consumidor, da da infração ou do dano causado, de modo a
livre concorrência, do patrimônio histórico, permitir o cumprimento do disposto no art. 7o
artístico, estético, turístico, paisagístico e de deste Decreto.
outros interesses difusos e coletivos;
VII – examinar e aprovar os projetos de Art. 11. O CFDD, mediante entendimento a
modernização administrativa dos órgãos pú- ser mantido com o Poder Judiciário e os Mi-
blicos responsáveis pela execução das políticas nistérios Públicos Federal e Estaduais, será in-
relativas às áreas a que se refere o art. 1o deste formado sobre a propositura de toda ação civil
Decreto; pública, a existência de depósito judicial, de sua
VIII – elaborar o seu Regimento Interno. natureza, e do trânsito em julgado da decisão.
Normas correlatas
Art. 7o Os recursos arrecadados serão distri- Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data
buídos para a efetivação das medidas dispostas de sua publicação.
no artigo anterior e suas aplicações deverão
estar relacionadas com a natureza da infração Art. 13. Fica revogado o Decreto no 407, de 27
ou do dano causado. de dezembro de 1991. 131
Brasília, 9 de novembro de 1994; 173o da Inde- Decretado em 9/11/1994, publicado no DOU de
pendência e 106o da República. 10/11/1994 e retificado no DOU de 11/11/1994.
ITAMAR FRANCO – Alexandre de Paula

Dupeyrat Martins
132
Esta obra reproduz o texto integral da Lei no 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa
do Consumidor (CDC). A Constituição Federal de 1988 já apontara, em seus arts. 5o,
XXXII, 150 e 170, a necessidade de promoção de uma política de defesa do consumidor.
Promulgado em 11 de setembro de 1990 e reconhecido internacionalmente como um
avançado marco na área, o CDC passou a regular as relações de consumo no Brasil nas
esferas civil, administrativa e penal.
Além da norma principal e dos dispositivos da Constituição relativos ao tema, o volume

apresenta relevantes normas correlatas, como a Lei no 12.414/2011, que disciplina a
formação e a consulta a bancos de dados, e os decretos regulamentadores do CDC, que, entre
outros assuntos, tratam da contratação no comércio eletrônico e do serviço de atendimento
ao consumidor.

CDC e Normas Correlatas - 2a Ed

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Código de Defesa

Senador Eunício Oliveira

Senador Cássio Cunha Lima

Senador João Alberto Souza

Senador José Pimentel

Senador Gladson Cameli

Senador Antonio Carlos Valadares

Senador Zeze Perrella

Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações

Produzida na Coordenação de Edições Técnicas

Organização: Nerione Nunes Cardoso Júnior

Atualizada até setembro de 2017.

Código de defesa do consumidor e normas correlatas. – 2. ed. – Brasília :

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Normas principais –

1. Direito do consumidor, legislação, Brasil. 2. Proteção e defesa do

Coordenação de Edições Técnicas

Alô Senado: 0800 61 2211

Dispositivos constitucionais pertinentes

As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão

Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais

O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,

Na Livraria Virtual do Senado (www.senado.leg.br/livraria), além das obras

Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente

������������������������������������������������������������������������������� SEÇÃO II – Das Limitações do Poder de

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CAPÍTULO II – Da Política Nacional de

§ 1o Produto é qualquer bem, móvel ou IV – educação e informação de fornecedo-

diferentes produtos e serviços, com especifica- e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos

deverão informá-los a respeito. direito de regresso contra os demais responsá-

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,

Art. 21. No fornecimento de serviços que II – noventa dias, tratando-se de forneci-

CAPÍTULO V – Das Práticas Comerciais Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço

sumidor a se comportar de forma prejudicial salvados os casos de intermediação regulados

des de caráter público.

SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas

III – transfiram responsabilidades a ter-

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa,

Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses

ça poderão ser promovidas pela vítima e seus

Consumidor, cabendo-lhe: Art. 107. As entidades civis de consumidores

relevância do bem jurídico a ser protegido.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169o da Inde- Promulgada em 11/9/1990, publicada no DOU de

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o Os sítios eletrônicos ou demais meios

modalidades de pagamento, disponibilidade, VI – confirmar imediatamente o recebi-

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 4o O SAC garantirá ao consumidor, no

juntamente, será garantido ao consumidor o

Art. 8o O SAC obedecerá aos princípios da Art. 15. Será permitido o acompanhamento

Art. 12. É vedado solicitar a repetição da de- CAPÍTULO V – Do Procedimento para a

programado tecnicamente de modo a garantir reclamações, resolvidas no prazo máximo de

CAPÍTULO VI – Do Pedido de Art. 20. Os órgãos competentes, quando ne-

Decretado em 31/7/2008 e publicado no DOU de

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Parágrafo único. No caso de outorga de

definida e que esteja física ou visualmente li- comerciante.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da IV – informar, conscientizar e motivar o

a que se destina ou que lhe diminua o valor;

vamente atribuível ao veículo de comunicação, comercial, especialmente por telefone ou a

Art. 14. É enganosa qualquer modalidade de

mos interessados os dados fáticos, técnicos e IV – estabelecer obrigações consideradas

de obrigação no seu termo, conforme o dispos- tal para a consecução do fato;

d) o dispositivo legal infringido; Art. 38. A assinatura nos Autos de Infração, de

Art. 39. O processo administrativo de que tra- SEÇÃO VI – Da Impugnação e do

as necessárias informações, esclarecimentos ou

Art. 54. Todos os prazos referidos nesta Seção

Art. 48. A inobservância de forma não acarre-

suspensivo, pela autoridade superior. caput e posteriores inclusões, a consideração

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ��

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