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MINISTERIO DO INTERIOR BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. ESCRITORIO TECNICO DE ESTUDOS ECONOMICOS DO NORDESTE - ETENE COORDENADORIA DE ESTUDOS AGROPECUARIOS ~ COESA INDUSTRIA DE SUCO CONCENTRADO DE LARANJA DO NORDESTE DIAGNOSTICO E PERSPECTIVAS DO MERCADO Francisco Mavignier C. Franca Economista, MS Economia Rural FORTALEZA 1985 SUMARIO INTRODUGAO .... PRODUGAO E OFERTA DE MATERIA-PRIMA . INDUSTRIALIZACAO E MERCADO PARA O SUCO CONCENTRADO . a) Caracterizagao das Industrias ........... b) Comercializagao do Suco Concentrado de Laranja Produzido em Sergipe ....... COMPORTAMENTO DO MERCADO EXTERNO PARA 0 SUCO CONCENTRA- DO DE LARANJA PRODUZIDO NO BRASIL ...... SUCO CONCENTRADO DE LARANJA PRODUZIDO EM SERGIPE .. PERSPECTIVAS DO MERCADO EXTERNO PARA O SUCO DE LARANJA. BRASILEIRO .......-.455 CONCLUSOES .......... eee reer ee rer es RECOMENDAGOES . REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS a 14 15 17 1. INTRODUCAO As duas tinicas inddstrias nordestinas de suco concentrado de laranja em funcionamento estGo localizadas no Estado de Sergipe. Na Ba hia existe uma indistria de sucos que estd ampliando suas instalagdes para produzir também suco de laranja. A concentragao da indtistria de suco de laranja em Sergipe foi influenciada pelo desempenho do Estado na produg’o de laranja, pois, 34 na década de 60, Sergipe era o segundo maior produtor nordestino. Nes tes Giltimos anos foi o segundo maior produtor nacional, embora sua pro dugao venha representando tao somente 5% da produc&o paulista e 4% da brasileira, em 1985. Bm Sergipe, a cultura de citros ocupa lugar de destaque no setor primério. f praticada, em termos comerciais, em 18,4% dos munici pios do Estado e com forte tendéncia a expandir-se nao sé para outros munic{pios, mas, sobretudo, para areas com outras culturas dentre os manietoieetorer’cotses Pela Tabela 1 constata-se que 0 ICM gerado pelas vendas de laranja chegou, em 1984, a ser 35,8% do ICM da agricultura local e 3,5% da arrecadagao do Estado. Ainda quanto & gerag&o de renda para o Estado, é notével o crescimento das divisas provenientes das exportagdes de suco concentra do que passou de US$ 132,6 mil, em 1960, para US$ 26.572 mil em 1984. No perfodo de jan-nov de 1985 foi exportado o equivalente a US$ 21.775 mil (Ver Tabela 2). As transformagdes ocorridas no mercado citricola americano afetaram sobremaneira esta atividade no Brasil. Como no poderia deixar de ser, Sergipe também foi afetado por tais mudancas no que se refere as respostas aos incentivos de pregos, refletidas no aumento da érea cultivada e na crescente produgio de suco concentrado. Essas mudancas impuseram a necessidade de um estudo substan cioso objetivando conhecer melhor os aspectos técnicos e econémicos da atividade citricola. Para tanto, em 1984, a Associagao de Citricultores de Sergipe (ASCISE) e a Superintendéncia daAgricultura e Producdo (SUDAP-SE) re correram ao Banco do Nordeste do Brasil S/A para fazer, através do ETENE, um estudo para avaliar a situacdo presente e as pesrspectivas a médio e longo prazos da citricultura sergipana. 0 Relatério Final inti tulado “Produgéo e Comercializac&o de Citros em Sergipe" no qual se baseou o presente artigo, serd oportunamente editado pelo BNB. TABELA 1 ARRECADACAO DE I.C.M. NO ESTADO DE SERGIPE 1980-84 (Cr$ MIL de 1984)* ARRECADAGAO | I.C.M. DA | T.C.M. DO |_RELACAO % ANos DO T.C.M. DA) AGRICULTURA | ESTADO we LARANIA. (A) (a) (c) 1980 757.106 6.394.868 79.946 .084 11,8 i 1981 1.226.926 7.122.186 83.320.581 17,2 1,5 1982 646.986 7.346.674 88.709.512 8,8 0,7 1983 715.967 4.933.602 74.065.943 14,5 1984 2.925.505 8.167.062 82.868.210 35,8 3,5 FONTE: Secretaria da Fazenda de Sergipe - ASPLAN NOTA: (*) Pelo I.G.P. - D.I. médio - FGV 2. PRODUCAO E OFERTA DE MATERTA-PRIMA No Nordeste, somente os estados de Sergipe e Bahia produzem laranja para industrializagdo. A participagao da Bahia no fornecimento de matéria-prima para a indugtria sergipana de suco de laranja iniciou- se no ano de 1983 e nao ultrapassando a 10% do total industrializado nos anos de 1983 e 1984. (Ver Tabela 5). Quando a industria de suco de laranja da Bahia entrar em fun cionamento é provdvel que ela venha disputar com as indistrias sergipa nas a aquisigdo da matéria-prima, nao sé na Bahia, mas também em Ser gipe. Isto porque a citricultura baiana nao é capaz de suprir integral (1) Relatério elaborado pelos técnicos: José Walter de Andrade Kasprzykowski _(BNB/ ETENE), Francisco Mavignier Cavalcante Franca (BNB/ETENE), Isabella Oliveira e S. Otoch (BNB/ETENE) e Carlos Franga Melo de Morais (SUDAP-SE). TABELA 2 COMERCIO EXTERIOR DO BRASIL EXPORTAGAO DE SUCO DE LARANJA CONCENTRADO, POR ESTADO 1980-85 AE ESTADOS QERUEASNETEIEDEAUDEE: VALOR EM PRODUTORES TONELADA % uss 1.000 1980 SERGIPE 147 0,04 133 SKO PAULO 400.879 99,96 338.520 TOTAL PRODUTO 401.026 100,00 338.653 1981 SERGIPE 4.139 0,65 4.516 SKO PAULO 633.666 99,16 653.198 SANTA CATARINA 2 0,00 9 R. G. DO SUL 1.239 0,19 1.374 TOTAL PRODUTO 639.046 100,00 659.156 1982 SERGIPE 3.192 0,61 3.511 SKO PAULO 517.819 99,35 569.628 SANTA CATARINA 7 0,00 29 R. G. DO SUL 200 0,04 220 TOTAL PRODUTO 521.218 100,00 573.388 1983 SERGIPE 3.512 0,64 3.864 sKo PAULO 549.443 99,33 603.884 SANTA CATARINA 5 0,00 18 R. G. DO SUL 150 0,03 165 TOTAL PRODUTO 553.110 100,00 607.931 1984 SERGIPE 17.662 1,94 26.572 SAO PAULO 885.390 97,19 1.384.977 SANTA CATARINA n 0,01 112 R. G. DO SUL 1.632 0,18 2.748 OUTROS 6.248 0,68 11.014 TOTAL PRODUTO 911.003 100 ,00 1.425.423 1985* SERGIPE. 13.588 oer 21.774 FONTE: CACEX - ELABORACKO SECINE/MA E CEPA/ASPLAN - SAGRI/SE Nor. (*) REPERENTE AO PERfODO DE JAN-NOV. mente, no médio prazo, a demanda adicional da nova industria (50 mil toneladas) uma vez que jé ndo satisfaz plenamente as atuais necessida des do mercado, quais sejam: consumo "in natura" local e regional e de manda de laranja pelas indistrias sergipanas. A laranja origindria da Bahia é produzida, sobretudo, na re gido limitrofe (rio Real) & zona citricola sergipana, configurando as sim uma vinica regio com caracteristicas naturais e econémicas seme ihantes. A produgéo sergipana de laranja, a nivel comercial, teve ini cio @ partir de 1966, como resposta aos estimulos crediticios para fun dagéo das lavouras, da acdo da extensdo rural, além das respostas posi tivas do mercado e das préprias condicdes favordveis de clima e solo. De acordo com as informacdes disponiveis, o crescimento mais acelerado da citricultura sergipana deu-se a partir de 1975, quando a drea e a produgdo cresceram a taxas superiores a 20% a.a. 0 perfodo en tre 1980 e 1984 parece ter sido o de melhor desempenho do setor citri cola, conforme demonstra a Tabela 3. De 1977 a 1984 plantou-se em Sergipe o correspondente a 39, 3% de seu parque citricola, o que equivale a cerca de 2,4 mil hectares anuais. TABELA 3 CRESCIMENTO DA CI'TRICULTURA SERGIPANA 1970-80 & aa. PER{ODOS AREA PRODUCAO PRODUTIVIDADE 1970-75 1,69 9,61 7,80 1975-80 26,17 23,96 - 1,74 1980-85 29,06 37,70 6,68 FONTE DOS DADOS ORIGINAIS: F.IBGE, para 1985, Pesquisa BNB/SUDAP. 'TABELA 4 CULTURA DA LARANJA EM SERGIPE. 1950-1984 ANOS AREA COLHIDA PRODUGAO PRODUTIVIDADE, ha 1.000 FRUTOS 1.000 FRUTOS/ha 1950 647 26.783 41,0 1960* 2.263 75.506 33,0 1970 4.639 208.826 45,0 1975 5.044 330.392 65,0 1980 16.126 966.896 60,0 1984 44.735 3.476.342 aed FONTE: F.IBGE - CENSO AGROPECUARIO - 1950 a 1980 1984 - Pesquisa Direta BNB/SUDAP (*): Referente & colheita de 1959. De acordo com os resultados da pesquisa BNB/SUDAP, realiza da em julho de 1985, o parque citricola sergipano, em 1984, era de aproximadamente 17 milhdes de drvores, com uma densidade média de 346 plantas por hectare. A produg&o sergipana de laranjas, em 1984 foi de 3,4 bilhdes de frutos, comercializados tanto para consumo "in natura" como para as indtstrias de suco concentrado (Ver Tabela 4). Considerando-se como érea colhida* (44.191 ha) apenas os la ranjais com mais de 3 anos, a produtividade encontrada foi 77,7 mil frutos por hectare ou 205 frutos por planta. Os laranjais de So Paulo, maior produtor nacional de laran jas, apresentam rendimentos de 308 frutos por planta ou 92,7 mil fru tos por hectare. Identificou-se, ainda, que a drea disponivel e apropriada pa ra citricultura nas atuais unidades produtivas é da ordem de 25 mil hee tares, sem se considerar uma possivel expansio da atual fronteira citri (2) Area citricola com menos de 3 anos é de 3.986 ha. cola sergipana. Estima-se que essas duas dreas, em conjunto, poderao abrigar um incremento da ordem de 18 milhdes de novas laranjeiras. Ao longo dos ultimos cinco anos, a industria tem absorvido perto de 50% da produgao sergipana de laranja. A demanda _—industrial por laranja. concentra-se no perfodo de maio a novembro. 3. INDUSTRIALIZAGAO E MERCADO PARA 0 SUCO CONCENTRADO a) Caracterizacao das _Industrias A primeira tentativa de implantar uma industria de suco con centrado de laranja para exportagdo, em Sergipe, ocorreu em 1966, nao obtendo o éxito desejado. A segunda iniciativa se deu em 1977, com a implantacgaéo da FRUTENE S/A. Em razao de problemas técnicos e administrativos, a FRUTENE sé entrou em operacdo no ano de 1980 sob novo controle aciond rio. A partir daquele ano, a produgdo sergipana de suco de laranja tem crescido bastante, sobretudo, depois que até entdo indiistria de proces samento de tomate, Frutos Tropicais S.A., iniciou 0 processamento de laranja em 1984. Em Sergipe, existem duas grandes indistrias voltadas para o beneficiamento de frutas, sendo a produg&o de suco concentrado e conge lado de laranja a atividade predominante. Situadas na cidade de Estén cia - localizada no centro produtor de laranja de Sergipe - possuem, juntas capacidade de esmagar, ao longo do ano, até 500.000 toneladas de laranja. Considerando que a produgao de laranja é sazonal, a capaci da instalada daquelas indtstrias sé é utilizada com intensidade no pe riodo de safra. Dé-se, portanto, periodicamente a ocorréncia de redu fio e/ou parada no funcionamento das esmagadoras, em razéo de flutua gdes na produgdo e nos precos da matéria-prima. Para reduzir estes pro blemas, as indistrias estado entrando, também, na producdo agricola eno processamento mais intensivo de outras frutas na época da en tressafra da laranja, para produgao de sucos alternativos para expor tagao. As indistrias Frutos Tropicais S/A e FRUTENE S/A estado bem 7 estruturadas e utilizam modernas tecnologias de processamento de laran ja, fato que é traduzido pela boa aceitacao do suco por elas produzido em varios paises do mundo. Pela Tabela 5, constata-se que a produgdo de suco concentra do de laranja, em Sergipe, foi 1.538 t em 1980, ano inicial da produgao. Em 1984, o Estado produziu 17.385 t e contando com os recursos atuais associados 4s boas condigdes meteoroldgicas e de mercado, est ima-se que a produgdo de suco poderd chegar, no médio prazo a 25.000 t/ano, sendo necessério, para tanto, 325.000 t de laranja "in natura". TABELA 5 QUANTIDADE DE LARANJA ESMAGADA E DE SUCO CON CENTRADO PRODUZIDO EM SERGIPE, 1980-84 (em tonelada) ORIGEM DA LARANJA _ESMAGADA ANOS SERGIER! BAHIA (1) SUCO PRODUZIDO (2) 1980 20.000 - 1.538 1981 43.000 - 3.308 1982 60.000 4.154 1983 60.000 5.000 5.000 1984(°) 200.000 26.000 17.385 FONTE: SINAC, CODRAB e GCEA/FIBGE NOTA: 1. regido nordeste da Bahia 2. para 1 tonelada de suco, esmaga-se 13t de laranja. 3. dados de fonte primaria. Ainda pela Tabela 5, observa-se que as indistrias sergipanas de suco concentrado de laranja importam laranja da regido nordeste do Estado da Bahia. Pela dimensdo e pelo ritmo de crescimento, esta impor tagGo demonstra ser aquela regido baiana promissora fonte de matéria- prima para as esmagadoras sergipanas. b) Comercializagao do Suco Concentrado de Laranja Produzido Em_Sergipe © suco de laranja concentrado produzido em Sergipe é desti nado, exclusivamente, ao mercado internacional. Em 1984, 74% do valor das exportagdes de Sergipe foi gerado pelo suco concentrado de laran ja. Tais exportagées, iniciaram-se em 1980 com ext raordindria taxa de crescimento. Pela Tabela 2 observa-se que as exportagées pas~ saram de 147 t/a, em 1980, para 17.662 em 1984. Contudo, 0 volume ex- portado a partir de 1984 nao pode mostrar alteragdes _—significativas a curto prazo, em razdo de limitagées da oferta de matéria-prima. 0 suco sergipano 6 embarcado em sua quase totalidade no por- to de Salvador-Ba, em razdo de limitagdes técnicas e naturais do por- to de Aracaju, fatos que impossibilitam o atracamento dos navios fri- gorificos, préprios para transporte de sucos de frutas. © mercado consumidor do suco produzido em Sergipe, no pe- rfodo de 1983-85, compreendeu mais de 10 paises, localizados em cinco continentes (ver Tabela 6). A Holanda (Paises Baixos) tem sido o maior importador, respondendo por 56% do valor da exportagdo sergipana de suco de laranja concentrado em 1984, seguido pelos Estados Unidos com 20,2% e Canada com 11%. Os demais paises sio responsaveis por 13,4% do total das divisas geradas. Ressalte-se, ainda, que alguns desses paises —_ importadores sao entrepostos de vendas (Paises Baixos e Israel) para outros paf- ses ou compram 0 suco sergipano para honrar compromissos assumidos con outras nagdes, em razao de quebras na produgao interna. 4. COMPORTAMENTO DO MERCADO EXTERNO PARA 0 SUCO CONCENTRADO DE LARANJA PRODUZIDO NO BRASIL © Brasil iniciou a produgdo e exportagao de suco concentrado de laranja em 1963. No final da década de setenta, esse produto al- cangou importancia significativa na pauta de exportagdes brasileiras. No ano de 1984, o Pais exportou 911 mil toneladas de su- co, gerando cerca de 1,4 bilhdes de ddlares, colocando-o como o 32 produto da pauta das exportagdes naquele ano. As geadas (1980/81/83) ocorridas na Florida, reduziram dras- ticamente a produgdo americana de suco. 0 Brasil, gue era um grande produtor, soube muito bem aproveitar a chance para incrementar sua produgao de suco, sendo hoje, o maior exportador de suco concentrado do mundo. TABELA 6 EXPORTACAO DE SUCO CONCENTRADO DE LARANJA PRODUZIDO EM SERGIPE, SEGUNDO PAISES IMPORTADORES, 1983-85 (uss 1.000) avESS 1983 4 1984 OC VALOR 8 VALOR VALOR | Paises Baixos 3.557 927 07a ano? 2ueu55,O7eIS2027) 69,01 Canada 144 3,72 2.859 10,76 1.530 7,03 Alemanha Ocidental 52 1,36 1.196 4,50 524 2.41 Japao 55 1,43 - - - - Italia 55 1,42 ~ - a - Estados Unidos - - 5.368 20,20 3.835 17,61 Malasia a = 34 0,13 14 0,06 Israel - - 1.749 6,58 = - Indonésia - = 290 1,09 - ~ Grécia - e 170 0,64 - - Rep. Sul Africana - - 28 0,11 - - Cingapura - - 7 0,02 - - México - - - - 520 2,39 Alemanha Oriental - - - - 280 1,28 Austria - 2 - ~ 46 0,21 TOTAL Wieumumnanan 3.863 100,00 26.563 100,00 21.775 100,00 Banco do Brasil S.A. - CACEX NOTA: (*) Os dados referentes ao ano de 1985 sao de JAN-NOV. 10. Os maiores importadores do suco brasileiro no periodo de 1977-81, foram: Estados Unidos, Alemanha Ocidental, Canada, Reino Uni- do (Inglaterra), Arabia Saudita, Holanda, Franca, Bélgica/Luxembur- go e Suécia. Os mercados emergentes mais promissores para 0 suco bra~ sileiro séo: Alemanha Oriental, Australia, Israel, Japio, Nova Ze- landia e Cingapura. Os pregos do suco no mercado internacional evoluiram de US$ 844 a tonelada em 1980, para US$ 1.596/t em 1985. Jd no 19 tri- mestre de 1986, todavia a cotacdo ja esta pouco abaixo de US$ 800 por tonelada. Com reiag&éo & quantidade exportada, verifica-se um certo 0 equilibrio, uma vez gue nos anos de 1980-83 ¢ 1985 as exportagdes se mantiveram em torno de 500 mil toneladas. 0 ano de 1984 foi atipico e bastante vantajoso para as industrias, haja vista que neste ano foi exportado quase um milhao de toneladas de suco, ao elevado prego mé- dio de USS 1.565 por tonelada. 5. SUCO CONCENTRADO DE LARANJA PRODUZIDO EM SERGIPE © surgimento da indistria de suco de laranja em Sergipe foi motivado pelos mesmos fatores que determinaram o grande incremento da indiistria paulista. Aos fatores exégenos atribuem-se: i) queda na pro- dug&o norte-americana de suco de laranja provocada por varias gea- das; ii) expansdo da demanda internacional pelo referido suco;-—e iii) aumento nas cotagdes do suco brasileiro. Por outro lado, Sergipe, j4 com tradigéo na produgio de la- ranja, naquela época produzia volume apreciavel e possufa grande po- tencial para expandir sua fronteira citricola, bem como aumentar a produtividade. As Tabelas 2 ¢ 5 informam que Sergipe é 0 segundo maior pro- dutor e exportador de suco de laranja concentrado, embora tendo si- do responsavel por apenas 1,94% das exportagées brasileiras no ano de 1984. Observou-se junto as indistrias que a atual produgao de suco esté abaixo da capacidade instalada. Este fendmeno deve ser cau- sado por limitagées da oferta de laranja, reduzidas cotas de expor- we tacao fixadas pela CACEX e pela concorréncia, via pregos, do merca- do de laranja "in natura" do Nordeste. Decorre, também, do superdimencionamento estratégico dos equipamentos para efeito de obter vantagens competitivas na disputa da matéria-prima. Com 0 exposto, fica evidenciada a necessidade do aumento da oferta de matéria-prima, uma vez que o mercado externo é diversi- ficado (Tabela 5) e promissor. As flutuagdes da procura por suco con- centrado parece nao trazer grandes problemas para as indistrias (com- ponentes de grandes grupos econémicos), uma vez que elas tém podido estocar grandes volumes da produgao e aguardar novas aquisigées a pre- gos mais remuneradores. Com efeito no primeiro trimestre de 1985, Sergipe expor- tou 7.036 toneladas de suco, volume este origindrio, em sua maior parte, de estoques remanescentes. Ressalte-se que 0 prego médio re- cebido pelas indistrias naguele perfodo foi de 1.800 délares por to- nelada de suco, a mais alta cotacao obtida até hoje (maio/86). 6. PERSPECTIVAS DO MERCADO EXT NO PARA 0 SUCO DE LARANJA BRASILEIRO Pelo prisma da demanda, sao varios os fatores exdgenos que determinam 0 grande potencial do mercado externo para o suco de la- ranja produzido no Brasil. © prego do suco que, teoricamente, 6 o principal condicio- nante da demanda, na pratica ndo fugiu a regra. A literatura mais re- cente informa que a queda nos pregos, ocorrida no segundo _—trimestre de 1986, deverd determinar aumentos das exportagées e fatalmente de- sestimulara a concorréncia por parte dos paises da América Central e Marrocos, gue iniciaram grande expansdo de seus plantios. Outros fatores de importancia decisiva na determinagdo da demanda futura pelo suco brasileiro sdo os seguinte: a) reducao na produgao de laranja dos principais _ produto res (Estados Unidos, Espanha, Italia, México e Israel) nos ult imos anos; b) grande probabilidade da ocorréncia de geadas nos poma- res da Florida e do México; 12. ¢) crescimento populacional dos paises consumidores; d) ocorréncia de grande competigdo pelos recursos utili- zados para produzir laranja entre os citricultores empresdrios de outras atividades (especulacdo imobilidria, por exemplo); e) incidéncia do cancro citrico na maioria dos pomares de outras paises; £) aumento da renda "per capita" dos consumidore: g) melhor distribuigao varejista do suco nos mercados con- sumidores com a multiplicagao de marcas; h) aumentos de gastos com propaganda e promogao; i) reduzido consumo "per capita" em muitos paises, enquan- to nos Estados Unidos o consumo "per capita" ¢ de 2C 1/ano, na maio-— ria dos paises consumidores tradicionais sé chega a 10 1/ano; 3) flutuagées sazonais na produgdo mundial de laranja; 1) © suco de laranja é um bem ineldstico ao prego!) no mer- cado norte- mericano e europeu. Sendo que nos Estados Unidos o suco parece ser mais ineldstico ao prego do que na Europa (CACEX). 0s fatores acima j4 foram os responsdveis pela expanséo no consumo de suco A taxa de 4,6% a.a. nos Wltimos 10 anos (CACEX), sen- do provavel um crescimento deste indice em razdo da queda nos precos que vém ocorrendo neste inicio de 1986. & notavel o fato de que, no decénio em referncia, os pregos do suco estavam sempr: aumentando. Logo a partir de 1986, com a gueda brusca nas cotagées do suco, a rea- gao de demanda internacional poderd se ampliar, o que seria compensa- do pela redugdo na margem de lucro dos exportadores brasileiros. Do lado da oferta, o Brasil possui um potencial muito gran- de, tanto em termos agrfcolas como industriais. Os pregos recebidos pelos produtores citricolas sio com- pensadores, se comparados com os pregos de produtos agricolas de sub- sisténcia. No entanto, os pregos pagos pela indistria sao levemente inferiores aqueles pagos pelos agentes do mercado “in natura". Ocor- re que os produtores tém na industria a garantia para a venda de gran- de parte de sua produgao. (?) - Um bem é dito ineslastico ao prego quando para um aumento de 10% no prego provoca uma redugao menor do que 10% na quantidade pro- curada e vice-versa. 1c Os demais fatores ligados 4 producdo de laranja, gue pode~ rao determinar o comportamento futuro da oferta de suco de laranja brasileiro sao os seguintes: a) disponibilidade de area propria para a laranja; b) grande quantidade de pomares em fase de implantacdo (me~ nos de trés anos); ©) possibilidade de aumento significativo da produtividade; 4) custos de produgao inferiores aos custos de muitas ou- tras regiées; e) existéncia de demanda interna reprimida pela laranja "in natura" e possibilidade de exportagéo da fruta fresca; f£) utilizagao de novas tecnologias, de técnicas de defesa vegetal e de mecanizagao agricola; g) estabilidade climitica e controle de pragas e doengas; h) posigdo privilegiada da citricultura na competigio en- tre culturas; i) esforgo de organizacao dos produtores para barganharem melhores pregos e condigSes de pagamento, junto aos industriais. Por outro lado, o parque industrial do Pais, voltado para a produgao de suco, é moderno e dinémico sendo constituido, em sua qua- se totalidade, por grandes industrias localizadas no Estado de Sao Paulo. A indtstria de suco no Brasil sempre operou com capacida- de ociosa, o que é, sem diivida. uma garantia para a absorgéo dos ex- cedentes de produgdo de laranja. Por outro lado, tais indistrias pos- suem grande capacidade de armazenagem que possibilita a estocagem de grandes volumes de suco para aguardar melhores condigdes de _venda. Do lado institucional, o Governo tem procurado incentivar a exportagao de suco, uma vez que tal produto vem assumindo um rele- vante papel na geragao das divisas necessdrias para o equilibrio do balango de pagamento do Pafs. Como a industria de suco de laranja sergipana esta na de- pendéncia direta do comportamento da industria paulista, os fatores condicionantes da produgio de suco, em Sao Paulo, assemelham bastan- te com aqueles observados em Sergipe. 14. Para finalizar, um fator importantissimo, que se acredita ser mais psicoldgico do que econdmico, é a mudanga na conjuntura do pais com a implantagao do Plano de Estabilizagao Econémica. Para os produtores, o fim da corregao monetaria foi ben fico tendo em vista que agora é possivel planejar melhor © desenvol- vimento da atividade. Na fase de negociacao entre produtores e indus- triais ndo sera mais necessério divergir sobre estimativas acerca da futura taxa de cambio. Antes do "pacote", eram comuns polémicas so- bre este tépico, tendo em vista que 0 Governo nem sempre igualava a corregao cambial A inflagao. Daqui por diante, as discussdes deverao tomar como base os custos efetivos de produgéo e a conseqiiente compe- tividade do suco no mercado externo. Deste modo, espera-se que as reu- niées entre citricultores e industriais permitam melhores definigdes. Esse fato, por certo, determinard um melhor relacionamento entre pro- dutores e compradores, 7. CONCLUSOES 1. Sergipe é 0 tinico produtor de suco de laranja do Nordeste, sendo 0 2° maior estado exportador brasileiro de referido suco; 2. a laranja 6 0 2° maior produto gerador de ICM para 0 estado de Sergipe e pela tendéncia observada nos ultimos anos, ela ocupard 0 1° lugar; 3. a geracao de divisas com a exportagao de suco concentrado de la~ ranja passou de US$ 132,6 mil, em 1980, para US$ 26.572,4 mil em 1985; 4. em Sergipe existem 2 indistrias de produgao de suco de laranja, as quais trabalham com capacidade ociosa, muito embora absorvam perto de 50% da produgao sergipana; 5. a produg&o do suco sergipana é destinada ao exterior e é exportada através do Porto de Salvador; 6. sao varios e desenvolvidos os pafses compradores do suco sergipa- no; 7. as recentes quedas nas cotagdes do suco poderaéo determinar o au- mento das exportag sestimulardo a concorréncia por parte de outros paises, gue iniciaram grandes expansées de seus plantios; 8. o maior incentivo ao aumento da produgao estd na boa perspectiva das exportagées de suco concentrado. Isto porque o mercado esta fa- 15. voravel e exist: ociosidade nas indistrias e 90ssibilidade de au- mento na produgdo, em méaio prazo; 9. 0 aumento das exportagées poderd compensar a reduc3o na margem de lucro diante da queda dos precos externos; 10. identificou-se, na pesquisa, que Sergive poderd aumentar sua ofer- ta de matéria-prima considerando que existe disponibilidade de drea apropriada, verspectivas de aumentos na produtividade, exis- téncia de mercado para o produto, estabilidade econémica do Pais e grandes possibilidades de alocacgao de recursos financeiros na citricultura; 11. a posig&o do Brasil é vantajosa diante das dificuldades dos de- mais paises produtores, no que se refere a ocorréncia de geadas, de cancro citrico, queda na produgdo, aumento populacional, — au- mento do consumo "per capita", traduzidos em efetivos aumentos da demanda. 8. RECOMENDACOES As industrias, jd em funcionamento, tém capacidade de ab- sorver um incremento de até 50% da oferta atual de matéria-prima sem ampliarem suas "plantas". 0 aumento deverd ser alcancado, _ preferen- cialmente, através da melhoria da produtividade dos atuais pomares. Estima-se que a produtividade aumentaria em até 30% se fossem adota- @as. de modo efetivo, as praticas culturais recomendadas para a cul- tura. Por outro lado, recomenda-se o aumento da_drea plantada com a utilizac&o de recursos tecnoldgicos modernos, destacando-se a uti- lizagao de cultivares com época de maturagdo tardia ou precoce, para estabilizar a oferta de matéria-prima ao longo do ano. Para fazer face & queda brusca das cotagdes do suco con- centrado, seria necessdria a adocdo das recomendacdes acima, para re duzir os custos com matéria-prima, fato que asseguraria a margem de lucro das industrias e viabilizaria o aumento da produgdéo de — suco. Do ponto de vista estritamente macroeconémico, a expansdo da industria de suco de laranja no Nordeste é obstacularizada pela oferta de matéria-prima. Isto em fungdo do atual nivel de ociosidade das industrias e das pressdes da demanda pela fruta “in natura". 16. Os vrojetos de implantagao e/ou ampliacio da indtistria de suco de laranja deverao ser acompanhados de investimentos na funda~ Gao de pomares necessdrios & viabilizagao econémica destas _indiis- trias no que se refere a demanda por matéria-prima. As indistrias de suco de laranja deverdo intensificar a di- versificacao de suas atividades para producao de outros sucos exporté- veis. Deste modo a industria reduziria a ociosidade das suas insta- lagées na entre-safra da laranja. 0 que contribuiria para reduzir o custo fixo médio, estabilizar as suas receitas e manter a mao-de. obra ocupada. Isto evitaria transtornos decorrentes das flutuagdes nos pregos externos e da oferta de matéria-prima. A indistria deverd manter a qualidade do suco exportado, as- sim como 0 regular fornecimento do produto a pregos competitivos. Es- tes fatos sustentariam a boa aceitagao do suco sergipano no comér- cio exterior. Devem-se criar mecanismos para introduzir o suco de la- ranja concentrado no mercado interno como sucedéneo da laranja "in natura", cujo prego na entressafra ndo se elevaria tanto. 10. tie (Bs 135 14, is 9. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ACOMPANHE este duelo até o ano 2.000. Citrus (76):6-12, set.1984, BAHIA. Centro de Projetos e Estudos. Andlise da__citricultura na Bahia: perspectivas de desenvolvimento. Salvador, 1986. 88 p. BRANDT, Sérgi Alberto. Comercializacao agricola. Piracicaba, Li- vroceres, 1980. 195p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Subsecretaria de Plane jamento © Orgamento. Aspectos sdcio-econémicos da cultura de laranja no Nordeste: primeiro relatério. Brasilia, 1972. 50£. CENTRO DE COMERCIO INTERNACIONAL, Genebra. 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