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Rangel Vasconcelos Costa Dourado

Rômulo Luiz Dias da Rocha Bento Oliveira

Resenha Crítica

Salvador
2017
RANGEL VASCONCELOS COSTA DOURADO
RÔMULLO LUIZ DIAS DA ROCHA BENTO OLIVEIRA

“Resenha Crítica sobre a RENCA”

Resenha Crítica sobre a RENCA,


como requisito parcial para avaliação
da disciplina Direito Ambiental e
Urbanístico, do Curso de Direito.
Prof.: Eduardo Martins Sodré

Salvador
2017
A Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (RENCA) é uma área de
preservação mineral, situada na Amazônia Legal, na fronteira entre o Pará e o
Amapá. Ela foi criada no fim da ditadura militar por um decreto do general João
Baptista Figueiredo, em 1984. Ela tinha como objetivo blindar a área com
proteção legal, para que os minerais das jazidas ali encontradas, não fossem
devastados e nem explorados por particulares à serviço do mercado
internacional.

A Reserva engloba uma área de 47 mil km², e possui nove áreas


protegidas, sendo sete de conservação e duas terras indígenas: o Parque
Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do
Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a
Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do
Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este.

Porém, esse ano, o governo Temer publicou decreto liberando ao setor


privado à atividade de pesquisa mineral em uma área da Amazônia. Houve
então uma reação da população, a partir da enorme repercussão, com
manifestações, protestos, mobilizações de parlamentares, assim como de
ambientalistas e figuras do meio artístico contra a medida de privatização do
governo. Vendo a polêmica gerada por sua ação, o presidente Michel Temer
suspendeu os efeitos das medidas por 120 dias, com o argumento de que
haveria a promoção da discussão do assunto antes de sua entrada em vigor.

Podemos notar então, que o recuo do governo se deu, pela pressão


popular, pois muito provavelmente, se não houvesse a recusa de uma parcela
da população quanto à medida, a mesma, passaria a entrar em vigor sem
nenhuma consulta prévia aos afetados da mudança ou mesmo avaliação de
riscos para a área.

O presidente declarou que esse decreto é uma forma do Brasil usufruir


de forma legal suas riquezas naturais, visto que de acordo com ele a RENCA já
está contaminada por garimpos ilegais. Chega a beirar o absurdo, ouvir do
cargo mais alto de nosso país, a admissão do sistema falho de proteção que o
governo adota para salvaguardar suas riquezas naturais. Pudemos apurar
através de pesquisa, que por exemplo, o Parque Nacional Montanhas do
Tumucumaque – maior parque florestal do planeta – conta com apenas 3
funcionários da ICMBio para sua fiscalização, sendo que a área de 1/3 desse
parque situada na Guiana Francesa conta com pelo menos 70 funcionários
capacitados.

Caso, depois da suspensão, o decreto volte a entrar em vigor, as perdas


podem vir a ser irreparáveis na biodiversidade, assim como surgimento de
conflitos com as comunidades indígenas do local, que já estão cansados, de na
prática, terem seus direitos negados pelo governo brasileiro. A WWF- Brasil
junto à uma empresa especializada publicou um relatório sobre como as
movimentações advindas da exploração dos minerais seriam potencialmente
devastadoras à natureza, assim como, às comunidades locais.

Todavia, o governo, continua a concentrar suas forças no argumento de


que, o decreto geraria trabalho e desenvolvimento. Só que o que o mesmo
deixou de levar em consideração, é que os recursos naturais não são tão
facilmente renovados, e que a experiência nacional é muito mais extrativista do
que sustentável. Não há possibilidade de implantar uma atividade de
mineração sem que no mínimo, desmatem uma grande área florestal.

O descompasso com as medidas que deveriam ser adotas, de cada vez


mais proteger e fiscalizar a natureza, só nos dá a certeza de que, caso se
confirme esse decreto, poderá servir de precedente para empresários que há
muito tempo pediam à extinção da reserva. Sendo assim, o fim da RENCA,
apesar de não significar o fim das outras áreas de proteção, irá ameaçar, assim
como, causar impactos futuros, podendo outras virem a deixar de existir por
decretos ou até mesmo por simples ato do executivo.

A preocupação maior é com o efeito-dominó que a medida poderá


causar. Isso porque o crescimento rápido da atividade econômica extrativa em
locais até então pouco explorados cria um ciclo de aumento populacional via
em busca de emprego, crescimento rápido da infraestrutura e maquinário
pesado, o que intensifica o desmatamento e os efeitos sobre aquela área.

Inegável é o fato que a exploração desta área geraria empregos e traria


riquezas para o pais, com alega o atual presidente Michel Temer. Contudo
temos que nos atentar ao quão benéfico seria esta exploração. Seus pontos
positivos iriam se sobrepor sob seus pontos negativos? A atividade mineradora
promove impactos diretos na natureza, levando a deterioração do ambiente,
produzindo profundos impactos nos ambientes fluviais, destruindo as margens
dos rios e modificando profundamente a paisagem. O prejuízo ambiental é
muito elevado, pois os rios são assoreados, a fauna é contaminada, a
cobertura vegetal é retirada e compromete a saúde do homem. Os danos
gerados nas áreas onde são desenvolvidas a mineração são muitas vezes
irreversíveis.

Diante desses fatos percebemos que a lucratividade oriunda da


extração mineral ficaria nas mãos de uma minoria e os prejuízos ambientais

para toda a população atual e também futura. Portanto, deve-se ter um maior
cuidado ao manusear questões tão delicadas como esta, exigindo-se um
estudo profundo do quão devastador seria se um decreto como este entrasse
em vigor.
Referências:

“Entenda o que é a Renca e os impactos da sua extinção por Temer.”


Disponível em: < http://www.pt.org.br/entenda-o-que-e-a-renca-e-os-impactos-
da-sua-extincao-por-temer/ >. Acesso em novembro de 2017.

“Extração mineral e os impactos ambientais.” Disponível em:


<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/extracao-mineral-os-impactos-
ambientais.htm>. Acesso em novembro de 2017.

“Renca: Temer revoga polêmico decreto que ameaça reservas da Amazônia.”


Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/25/politica/1506372008_097256.html>.
Acesso em novembro de 2017.

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