Notas de Aula
Fevereiro/2013
SUMÁRIO
4.10.2.
4.10.2. Dimensionamento estrutural
Disposições construtivas ........................................................... 12
................................................................ 11
4.11. Fundações Profundas ............................................................................ 12
4.11.1. Carga admissível do ponto de vista geotécnico ............................... 13
4.11.2. Métodos para avaliação da capacidade de carga do solo .................. 13
4.11.2.1. Métodos estáticos .................................................................... 13
4.11.2.2. Provas de carga ........................................................................ 13
ii
4.11.2.3. Métodos dinâmicos .................................................................. 15
4.11.3. Carga admissível a partir do recalque ............................................. 15
4.12. Atrito lateral ......................................................................................... 15
4.13. Tração e Esforços Horizontais ............................................................... 16
4.14. Efeito de Grupo .................................................................................... 16
5.1.2.
5.1.3. Sapatas de Fundação ........................................................................ 19
Radier .............................................................................................. 18
5.2. Fundações Profundas .............................................................................. 19
5.2.1. Estacas ............................................................................................. 19
5.2.3. Tubulões .......................................................................................... 20
7.2.3.3.4.
7.2.3.3.5. Sondagens
Sondagens de Simples Reconhecimento (SPT) e (SPT-T)......... 35
Rotativas............................................................. 29
7.2.3.3.6 Sondagens Mistas .................................................................. 36
7.2.4. Prospecção Geofísica ........................................................................ 36
7.2.4.1. Resistividade Elétrica .................................................................. 36
7.2.4.2. Sísmica de Refração .................................................................... 36
7.2.5. Métodos Semi-diretos ...................................................................... 37
iii
7.2.5.1. Vane Test ................................................................................... 37
7.2.5.2. Penetrômetros ............................................................................ 39
7.2.5.3. Ensaio Pressiométrico ................................................................. 41
7.3. Programação da Investigação do Subsolo ................................................ 42
7.3.1. Número mínimo de sondagens ......................................................... 42
7.3.2. Profundidade das sondagens ............................................................ 43
8.1.1. Fórmula
8.1.1.1. RupturaGeral de Terzaghi
Geral (1943 ) ....................................................
(areias compactas e argilas duras) ........................ 44 45
8.1.1.2. Ruptura Local (areias fofas e argilas moles) ................................. 47
8.1.1.3. Ruptura Intermediária (areias medianamente compactas e argilas
médias)....................................................................................................... 48
8.1.2. Fórmula de Skempton (1951) - Argilas.............................................. 48
8.1.3. Coeficientes de redução dos fatores de capacidade de carga para
esforços inclinados ........................................................................................ 49
8.1.4. Influência do Nível d’Água ................................................................ 50
8.2. Método da NBR 6122/96 ........................................................................ 51
8.2.1.– Correção para Solo Arenoso (Classe de 4 a 9) .................................. 51
8.2.2. Correção para solo argiloso (Classe de 10 a 15) ................................ 52
8.2.3. Para qualquer solo ............................................................................ 52
8.3. Prova de Carga em Fundação Direta ou Rasa ..................................... 53
iv
10.1.2.Recalques por adensamento ............................................................ 68
10.2. Nos resultados das fórmulas de cálculo de capacidade de carga ............ 68
10.2.1. Fórmula geral de Terzaghi .............................................................. 68
10.2.2. Fórmula de Skempton ..................................................................... 69
10.3. Nos Resultados das Provas de Carga ..................................................... 69
10.3.1. Solos argilosos ............................................................................... 70
10.3.2. Solos arenosos ............................................................................... 71
10.3.3. Observações ................................................................................... 72
v
12.2.2. Implantação ................................................................................. 102
12.2.2.1. Moldadas “in-loco” ................................................................. 102
12.2.2.1.1. Estacas brocas – trado manual (acima do NA) ................... 102
12.2.2.1.2. Estaca escavada mecanicamente (s/lama bentonítica) ....... 103
12.2.2.1.3. Estaca escavada (c/lama bentonítica) ................................ 103
12.2.2.1.4. Estaca raiz ........................................................................ 105
12.2.2.1.5. Estaca Strauss .................................................................. 107
12.2.2.1.6. Estaca Apiloada ................................................................ 109
12.2.2.1.7. Estaca Hélice Contínua (monitorada) ................................. 110
12.2.2.1.8. Estaca Hélice Segmentada (monitorada) ............................ 111
12.2.2.1.9. Estaca Ômega (monitorada) .............................................. 112
12.2.2.1.10. Estacas Franki (abaixo do NA) ......................................... 113
12.2.2.1.11. Estacas Simplex (abaixo do NA) ...................................... 115
12.2.2.2. Cravadas ................................................................................ 115
12.2.2.2.1. Madeira ............................................................................ 116
12.2.2.2.2. Metálicas: ......................................................................... 117
12.2.2.2.3. Concreto: ......................................................................... 119
12.2.2.2.4. Estacas Prensadas (Mega) ................................................. 123
12.2.2.2.5. Estacas Mistas .................................................................. 124
12.2.3. Capacidade de Carga de Estacas Isoladas ...................................... 124
vi
Fundações
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A Engenharia Civil é uma área que apresenta problemas cujas soluções devem ser
frutos da teoria, pesquisa, prática, experiência e julgamento pessoal ao mesmo
tempo. Além disso, o engenheiro é freqüentemente obrigado pelas circunstâncias a
extrapolar além de sua experiência, e a partir daí o julgamento pessoal e o bom
senso são primordiais.
Independente do fato de que os métodos científicos, de maneira geral, não se
desenvolveram o suficiente
existem dificuldades inerentespara
à suatratar (resolver)
própria aplicaçãoosaos
problemas
problemasdedeengenharia,
engenharia
civil.
As mais comuns são o grande número de variáveis envolvidas, que somadas à
grande escala em que os problemas de engenharia civil se desenvolvem, tornam o
controle das operações e experimentos de campo extremamente difíceis.
relativos ao comportamento dos solos não tenham sido todos resolvidos, já existem
explicações racionais para grande parte deles. De maneira geral, o engenheiro está
interessado em determinar a resistência, a compressibilidade (ou deformabilidade) e
a permeabilidade dos solos. Ele necessita de uma solução que seja praticamente
viável, e às vezes as sofisticadas soluções matemáticas não são aplicáveis a seus
problemas; e os solos, por sua vez, nem sempre se comportam estritamente de
acordo com elas (White – 1.936: “Nature has no contract to agree with
Mathematics”).
Toda obra de engenharia necessita de uma base sólida e estável para ser apoiada.
Entende-se por obra de engenharia: edifício de apartamentos, galpão, barracão,
ponte, viaduto, rodovia, ferrovia, barragem de terra ou concreto, porto, aeroporto,
estação de tratamento de água, etc.
Base sólida e estável: apoio que proporcione condições de segurança quanto à
ruptura e deformações.
É importante lembrar que os solos situados sob as fundações se deformam, e
que, consequentemente, toda fundação sofre recalques, devido ao acréscimo de
tensões introduzido por uma obra de engenharia no solo de fundação, e que a todo
acréscimo de tensões corresponde uma deformação. O importante é que não sejam
ultrapassadas as deformações limites (admissíveis), que cada edificação pode
suportar sem prejuízo de sua utilização pelo tempo previsto para tal.
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4.1.1. SAPATA
Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo
que as tensões de tração não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego
da armadura. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em
planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
4.1.2. BLOCO
Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem
necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e
apresentar normalmente em planta secção quadrada ou retangular.
4.1.3. RADIER
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou
carregamentos distribuídos (tanques, depósitos, silos etc).
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4.2.1. ESTACA
Elemento de fundação profunda executada inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução descida de operário. Os
materiais podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado “in
loco” ou mistos.
4.2.2. TUBULÃO
Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que pelo menos na sua etapa final,
há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido
(pneumático) e ter ou não base alargada. Pode ser executado com ou sem
revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento de
aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
4.2.3. CAIXÃO
Elemento de fundação de forma prismática concretado na superfície e instalado
por escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não ar comprimido e sua
base pode ser ou não alargada.
4.3. TERMOS
golpe do pilão. Em geral é medida por uma série de 10 golpes. Ao ser fixada ou
fornecida, deve ser acompanhada do peso do pilão e da altura de queda ou da
energia de cravação (martelo automático).
– parcela elástica do deslocamento máximo de uma secção da estaca,
decorrente da aplicação de um golpe do pilão.
– tensão aplicada por uma
fundação superficial ao terreno, provocando apenas recalques que a construção
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pressão.
Por meio de prova de carga sobre placa ensaio realizado de acordo
com a NBR 6489.
Por métodos semi-empíricos são considerados métodos semi-
empíricos aqueles em que as propriedades dos materiais são estimadas
com base em correlações e são usadas em teoria de Mecânica dos Solos,
adaptadas para incluir a natureza semi-empírica do método. Quando os
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Solos expansivos são aqueles que, por sua composição mineralógica, aumentam
de volume quando há um aumento do teor de umidade. Nestes solos não se pode
deixar de levar em conta o fato de que, quando a pressão de expansão ultrapassa a
pressão atuante, podem ocorrer deslocamentos para cima. Por isto, em cada caso, é
indispensável determinar experimentalmente a pressão de expansão, considerando
que a expansão depende das condições de confinamento.
tan adm
1
ct
onde:
adm = tensão admissível do terreno (MPa)
ct = tensão de tração no concreto ( ct=0,4.ftk 0,8MPa)
ftk = resistência característica à tração do concreto, cujo valor pode ser obtido a
partir da resistência característica à compressão (fck) pelas equações.
f
ftk ck para f ck 18,0 MPa
10
ftk = 0,06. fck + 0,7 MPa para f ck > 18,0 MPa
Nota:
Com respeito à distribuição das pressões sob a base do bloco, aplica-se o já
disposto para as sapatas.
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A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a
não ser que se tomem cuidados especiais.
ficaUm
fora do terreno
fator e noacaso
importante de fundações
se observado próximas
é que a cargaa admissível
escavações.de uma estaca ou
tubulão isolado definem a carga admissível do ponto de vista geotécnico e o outro
aspecto está relacionado à carga admissível do ponto de vista estrutural.
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Nota
Quando a carga de ruptura a capacidade de carga deve ser avaliada conforme o
disposto adiante.
A partir do valor determinado experimentalmente para a capacidade de carga na
ruptura, a carga admissível é obtida mediante a aplicação de FS=2.
No caso específico de estacas escavadas, face aos elevados recalques necessários
para a mobilização da carga de ponta e por existirem dúvidas sobre a limpeza do
fundo, a resistência do atrito prevista não pode ser inferior a 80% da carga de
trabalho a ser adotada
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carga. Nos dois primeiros casos, deve-se extrapolar a curva carga x recalque para se
avaliar a carga de ruptura, o que deve ser feito por critérios consagrados na
Mecânica dos Solos sobre uma curva do primeiro carregamento. No terceiro caso, a
carga de ruptura pode ser convencionada como aquela que corresponde, na curva
carga x recalque, mostrada na Figura 4.3, ao recalque obtido pela equação a seguir,
ou por outros métodos consagrados:
P xL D
r r
AxE 30
onde:
r = recalque de ruptura convencional
Pr = carga de ruptura convencional
L = comprimento da estaca
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por método
obtidas em consagrado,
ensaios deteórico ou semi-empírico,
laboratório ou “in situ”sendo as propriedades
(eventualmente do solo
através de
correlações).
Onde:
Pp = parcela correspondente à resistência na ruptura de ponta.
P (+) = parcela correspondente à resistência na ruptura, por atrito lateral positivo
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das diversas
fundação, ao estacas ou tubulões
transmitirem ao solo que constituem
as cargas umasão
que lhes fundação ou Esta
aplicadas. parteinteração
de uma
acarreta uma superposição de tensões, de tal sorte que o recalque do grupo de
estaca ou tubulões para a mesma carga por estaca é, em geral, diferente do recalque
da estaca ou tubulão isolado. O recalque admissível da estrutura deve ser
comparado ao recalque do grupo e não ao do elemento isolado da fundação,
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CORTE P PLANTA
B
B
L
Figura 5.1 – Detalhe de fundação rasa.
H
hB
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H
hS L
B
Figura 5.5. – Sapata.
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5.1.3. RADIER
Quando todos pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de
uma única sapata. Este tipo de fundação envolve grande volume de concreto, é
relativamente onerosa e de difícil execução. Quando a área das sapatas ocuparem
cerca de 70 % da área coberta pela construção ou quando se deseja reduzir ao
máximo os recalques diferenciais.
P1 P2 P3 P4 P5
Mais
flexível Mais rígido
5.2.1. ESTACAS
Elementos bem mais esbeltos que os tubulões, caracterizados pelo grande
comprimento e pequena
equipamento situado secção São
à superfície. transversal.
em geral São implantados
utilizados em grupo,no solidarizadas
terreno por
por um bloco rígido de concreto armado (bloco de coroamento).
P RL + RP onde RL = Resistência Lateral e RP = Resistência de Ponta
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CORTE P Bloco de
Capeamento
PLANTA
5.2.3. TUBULÕES
São elementos de fundação profunda construídos concretando-se um poço
(revestido ou não) aberto no terreno, geralmente dotado de base alargada.
Diferenciam-se das estacas porque em sua etapa final é necessário a descida de um
operário para completar a geometria ou fazer a limpeza. De acordo com a NBR
6122/96 deve-se evitar alturas hb superiores a 2m. Deve-se evitar trabalho
simultâneo em bases alargadas de tubulões, cuja distância, seja inferior o diâmetro
da maior base. Quando é necessário executar abaixo do NA utiliza-se o recurso do
ar comprimido.
a) A céu aberto
- Revestido
- Não revestido
São em geral utilizados acima do nível d’água.
b) Pneumáticos ou Ar Comprimido
- Revestimento de concreto armado
- Revestimento de aço (Benoto).
São utilizados abaixo do nível d’água.
Observações
Em uma fundação por tubulões, é necessária a descida de um técnico para
inspecionar o solo de apoio da base, medidas de fuste e base, verticalidade, etc.
Em geral, apenas um tubulão já absorve a carga total de um pilar.
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P
CORTE
Bloco
(quando necessário)
Revestimento
(quando necessário) PLANTA
d
Fuste
H d
Base
hB
D
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P R Lat + R P
H R P = A Base . r P
r Lat r Lat
A Lat = área lateral
A Base = área da ponta ou base
r Lat = resistência lateral unitária
rP
r P = resistência de ponta unitária
B = menor dimensão da fundação
B
rP
B
. P ≤ RL + RP
. rL≈ 0
. rP > 0
. P ≤ RP
Neste caso,
incerteza a resistência
de sua mobilizaçãolateral é desprezada
à medida principalmente
que o tempo passa, compor
as causa da
possíveis
infiltrações de água, etc. A resistência de ponta é mais apropriadamente
denominada de resistência de base.
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Camadas
de baixa
resistência
Camada
rP resistente
. P ≤ RL + RP
. rL ≈ 0 (desprezada)
. rP > 0
. P ≤ RP
2o caso.
P
Camadas
de média
rL rL resistência
P ≤ RL + RP
rL > 0
rP ≈ 0 (desprezado)
P ≤ RL
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3o caso
P
Camadas
de média
rL rL resistência
Camada
rP resistente
P ≤ RL + RP
rL > 0
rP > 0
7.1. INTRODUÇÃO
As obras civis
conhecimento só podem
adequado ser convenientemente
da natureza e da estruturaprojetadas,
do terrenodepois de um
que vão ser
implantadas. A não observação de certos princípios de investigação ou mesmo
negligência diante de obtenção de informações acerca do subsolo tem conduzido
ruínas totais ou parciais em obras.
O custo de um programa de um programa de prospecção bem conduzido situa-se
entre 0,5 a 1% do valor da obra. Projetos geotécnicos de qualquer natureza são
normalmente executados com base em ensaios de campo, cujas medidas permitem
uma definição satisfatória da estratigrafia do subsolo e uma estimativa realista das
propriedades geo-mecânicas dos materiais envolvidos.
A solução do problema de fundação de qualquer obra de engenharia (ponte,
viaduto, edifício, residência, rodovia, ferrovia, porto, aeroporto, barragem, galpão,
residência etc.), requer o conhecimento prévio das características do subsolo no
local a ser estudado.
Para tanto, é necessário que seja adequadamente programada a investigação do
subsolo no local da obra a ser construída.
Essa programação deve ser função da necessidade do conhecimento do subsolo
para o tipo de obra de engenharia a ser construído. Na prática, porém, outros
fatores influem num programa de investigação do subsolo: tipo, porte e valor da
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comparação
sondagens. com a resistência à penetração medida durante a execução de
Para a determinação da cota do plano superior e espessura da camada, devem ser
observados os solos que vão sendo coletados ou removidos à medida que a
perfuração avança.
Amostragem feita a cada metro já elimina erros grosseiros e é suficiente para a
maioria dos casos.
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A adoção
geotécnicos, de fatores
utilizados com deo segurança é parte
objetivo de determinante
compatibilizar de projetos
os métodos de
dimensionamento às incertezas decorrentes das hipóteses simplificadoras adotadas
nos cálculos, estimativas de cargas de projetos e previsões de propriedades
mecânicas do solo. Apresentam-se a seguir o fator condicionante da magnitude do
fator de segurança ao tipo de obra.
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Ensaio pressiométrico
7.2.3.3.1. POÇOS
Os poços são perfurados manualmente, com auxílio de pás e picaretas. Para
que haja facilidade de escavação, o diâmetro mínimo deve ser da ordem de 60cm. A
profundidade atingida é limitada pela presença do NA ou desmoronamento, quando
então se faz necessário revestir o poço. Os poços permitem um exame visual das
camadas do subsolo e de suas características de consistência e compacidade, por
meio do perfil exposto em suas paredes. Permitem também a coleta de amostras
indeformadas, em forma de blocos.
7.2.3.3.2. TRINCHEIRAS
As trincheiras são valas profundas, feitas mecanicamente com o auxílio de
escavadeiras. Permitem um exame visual contínuo do subsolo, segundo uma direção
e, tal como nos poços, pode-se colher amostras indeformadas.
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NSPT : número de golpes necessários à cravação dos 30cm finais de uma cravação
total de 45cm do amostrador padrão, desprezados os 1os 15 cm de penetração.
Hastes : tubos de aço “schedulle” com 1” de diâmetro interno e massa de
3,2kg/m .
É muito importante ter em mente que mesmo as obras de engenharia de pequeno
porte, mais simples, menores ou menos importantes, necessitam de uma
programação adequada para a investigação do subsolo em que deverão ser
apoiadas, para que o projeto das suas fundações possa ser técnica e
economicamente o mais apropriado.
A execução das sondagens à percussão é o mínimo aceitável como investigação
geotécnica para qualquer obra de engenharia.
Na figura seguinte é apresentado esquematicamente o equipamento para a
execução de sondagens à percussão.
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Roldana
Tripé
Peso
Guia
Corda
Haste
Bica
Revestimento
SUBSOLO
Perfuração
Amostrador
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O SPT-T foi proposto por Ranzini em 1988. Esse ensaio consiste na execução do
ensaio SPT, normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6484)
e, logo depois de terminada a cravação do amostrador, é aplicada uma rotação ao
conjunto haste-amostrador com o auxílio de um torquímetro, Figura 7.8. Durante a
rotação, toma-se à leitura do torque máximo necessário para romper a adesão entre
o solo e o amostrador, permitindo a obtenção do atrito lateral amostrador-solo
(Peixoto, 2001).
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T
fT em que: “ fT “ em kPa, “T“ em kN.m e “h“ em m
41,336h 0,032
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refração são os
principalmente de uso
em obras freqüente. São processos rápidos e econômicos,
extensas.
Propiciam resultados satisfatórios, quando se pretende determinar as
profundidades do substrato.
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ao cisalhamento
palheta e medir onão drenado
torque das argilas
necessário para “in situ”. oConsiste
cisalhar na cravação
solo. Fornece de uma
uma idéia da
sensibilidade da argila. Pode ser cravado diretamente no solo ou em furos de
sondagens.
O ensaio de palheta é utilizado para medir a resistência ao cisalhamento não
drenada “in situ” dos solos argilosos. O equipamento necessário à execução do
ensaio é constituído basicamente por algumas lâminas delgadas soldadas a uma
haste, em cuja extremidade superior é aplicado um torque (momento) conhecido M,
de valor suficiente para provocar a ruptura do solo no qual a palheta está inserida.
O equipamento mais comum é o de quatro lâminas, que pode ser visto
esquematicamente na figura em seguida.
A rotação do equipamento configura no solo uma superfície de ruptura em forma
de cilindro, com dimensões aproximadamente iguais às da palheta, isto é, altura H e
diâmetro D.
Na Figura 7.11 é mostrado o posicionamento do equipamento no subsolo a ser
ensaiado, assim como um detalhe ampliado do mesmo com a superfície de ruptura
formada pela sua rotação.
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M
M M
Topo
Haste
Lâminas Profundidade
de
Perfuração ensaio H
H Área
hR lateral
H
D Base D
(a) (b) (c)
Figura 1 – Ensaio de palheta
a – o equipamento; b – posicionamento no subsolo;
c – detalhes da superfície cilíndrica de ruptura
Figura 7.12 – Vane test.
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7.2.5.2. PENETRÔMETROS
Os penetrômetros podem ser dos tipos estáticos e dinâmicos.
O penetrômetro estático é o mais usado atualmente.
Os ensaios executados com o penetrômetro são conhecidos internacionalmente
com várias denominações diferentes. Entre elas, as mais comuns são:
Ensaio de penetração contínua ( E P C )
Deep sounding
Diep sondering
Fi
Execução do ensaio:
Fe Fe
Haste
ponta do terreno (rP) na
Interna profundidade de execução do
ensaio.
Haste
Externa Quando a força Fe é aplicada, a
haste externa penetra no terreno
até encostar na base do cone, e
Cone pode ser determinada a resistência
lateral do terreno (rL) na
profundidade de ensaio.
39
Fundações
2013
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rP
rP
rL
Prof.
(m) rL
40
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2000 a 2400 9
> 2400 A critério do projetista
42
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43
Fundações
2013
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compacidade e consistência).
Da dimensão e da forma da sapata (sapatas corridas, retangulares,
quadradas ou circulares).
Da profundidade da fundação (sapata rasa ou profunda).
Existem várias fórmulas para o cálculo da capacidade de carga dos solos, todas
elas aproximadas, porém de grande utilidade para o engenheiro de fundações, e
conduzindo a resultados satisfatórios para o uso geral (Quadro 8.1). Para a
utilização dessas fórmulas, é necessário o conhecimento adequado da resistência ao
cisalhamento do solo em estudo, ou seja, S = c + tg
44
Fundações
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B Fundação de
base rugosa
σR
H
S P’ P S
45 – Φ/2 Φ Φ 45 – Φ/2
Reta ro r
tangente R R Reta
Q tangente
Espiral logarítmica : r = ro . eθ . tgΦ
Figura 8.1 – Hipótese de Terzaghi.
Onde:
q.Sq. (Nq-1)
0,5..B.S = função da profundidade
.N = função do peso próprio
q = tensão efetiva na cota de apoio ( .z)
Sc, Sq, S = fatores de forma (shape)
Nc, Nq, N = fatores de carga para ruptura geral (função do ângulo de atrito do
solo)
B = menor lado da fundação (para sapata circular igual ao )
45
Fundações
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0
1 5,7
6,0 1,00
1,10 0,00
0,01 26
27 27,09
29,24 14,21
15,90 9,84
11,60
2 6,3 1,22 0,04 28 31,61 17,81 13,70
3 6,62 1,35 0,06 29 34,24 19,98 16,18
4 6,97 1,49 0,10 30 37,16 22,46 19,13
5 7,34 1,64 0,14 31 40,41 25,28 22,65
6 7,73 1,81 0,20 32 44,04 28,52 26,87
7 8,15 2,00 0,27 33 48,09 32,23 31,94
8 8,60 2,21 0,35 34 52,64 36,50 38,04
9 9,09 2,44 0,44 35 57,75 41,44 45,41
10 9,61 2,69 0,56 36 63,53 47,16 54,36
11 10,16 2,98 0,69 37 70,01 53,80 65,27
12 10,76 3,29 0,85 38 77,50 61,55 78,61
13 11,41 3,63 1,04 39 85,97 70,61 95,03
14
15 12,11
12,86 4,02
4,45 1,26
1,52 40
41 95,66
106,81 81,27
93,85 115,31
140,51
16 13,68 4,92 1,82 42 119,67 108,75 171,99
17 14,60 5,45 2,18 43 134,58 126,50 211,56
18 15,12 6,04 2,59 44 151,95 147,74 261,60
19 16,56 6,70 3,07 45 172,28 173,28 325,34
20 17,69 7,44 3,64 46 196,22 204,19 407,11
21 18,92 8,26 4,31 47 224,55 241,80 512,84
22 20,27 9,19 5,09 48 258,28 287,85 650,67
23 21,75 10,23 6,00 49 298,71 344,63 831,99
24 23,36 11,40 7,08 50 347,50 415,14 1072,80
25 25,13 12,72 8,34
Os fatores de forma são apresentados no Quadro 8.3 .
46
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L B
Para sapatas retangulares
L 3B a 5B)
Pode-se admitir
S=c 1,1 S q = 1,0 S = 0,9
N’c, N’q, N’ = fatores de carga para ruptura local (função do ângulo de atrito do
solo)
2
c' c
3
6
7 6,97
7,22 1,49
1,59 0,10
0,128 32
33 21,16
22,39 9,82
10,69 5,51
6,32
8 7,47 1,70 0,16 34 23,72 11,67 7,22
9 7,74 1,82 0,20 35 25,18 12,75 8,35
10 8,02 1,94 0,24 36 26,77 13,97 9,41
11 8,32 2,08 0,30 37 28,51 15,32 10,90
12 8,63 2,22 0,35 38 30,43 16,85 12,75
13 8,96 2,38 0,42 39 32,53 18,56 14,71
14 9,31 2,55 0,48 40 34,87 20,50 17,22
15 9,67 2,73 0,57 41 37,45 22,70 19,75
16 10,06 2,92 0,67 42 40,33 25,21 22,50
17 10,47 3,13 0,76 43 43,54 28,06 26,25
18 10,90 3,36 0,88 44 47,13 31,34 30,40
19 11,36 3,61 1,03 45 51,17 35,11 36,00
47
Fundações
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c c' 5 N N'
c' ' c N' '
2 6 2
Os casos extremos, descritos por Terzaghi como de ruptura geral e ruptura local,
são indicados na Figura 7.7.
Tensões
Ruptura
Geral
Ruptura
Local
Recalques
48
Fundações
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H
B
Figura 8.3 – Correção para carga inclinada.
nat
NA
H
Hf sat
H nat
NA
sat
B
q = nat.H
50
Fundações
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A fórmula geral de Terzaghi pode ser escrita com o fator de correção do N.A.
como:
1
c.N .S q.(N 1).S 2 . c .B.N .S
R c c q q
H
nat
B
Hf
NA
sat
q = nat.H
8.2. MÉTODO DA NBR 6122/96
A NBR propõe correções das tensões básicas que variam em função do tipo de
solo, largura e profundidade da fundação. Valores válidos para largura de 2m.
- Quanto à profundidade
’’adm = ’adm H 1,0m
’’adm = ’adm [1 + 0,4 (H-1)] 1,0m H 3,5m
’’adm = 2 ’adm H 3,5m
51
Fundações
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* tem que ou
decomposição seralteração.
levado em conta a natureza da rocha matriz e o grau de
Obs.:Para a descrição dos diferentes tipos de solo, seguir as definições da NBR
6502.
52
Fundações
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Reação
H Macaco
Placa
Último estágio de carga pelo menos 12 horas, se não houver ruptura do terreno.
O descarregamento deverá ser feito em estágios sucessivos não superiores a 25% da
carga total, medindo-se as deformações de maneira idêntica a do carregamento. Os
resultados devem ser apresentados como mostra a Figura 8.5.
53
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Tensões (KPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0
58 : 31 Horas
10
11 : 47
Minutos
20
30 27 : 39
40 42 : 12
Recalques (mm)
Tensão admissível de um solo deve ser fixada pelo valor mais desfavorável entre
os critérios:
A tensão admissível de um solo é fixada pelo valor mais desfavorável entre os
critérios:
- adm = ruptura /n (critério de ruptura)
onde : n 2
9.1. INTRODUÇÃO
Esta garantia de segurança pode ser conseguida pela aplicação de dois critérios:
critério de ruptura e critério das deformações.
Neste capítulo, será estudado o critério das deformações ou recalques excessivos.
A equação geral para o cálculo dos recalques de uma fundação pode ser expressa
por
s = se + sa + scs
onde:
s = recalque total
se ou si = recalque elástico (se) ou recalque imediato (si)
sa = recalque por adensamento
scs = recalque por compressão secundária
55
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δ1-2 δ3-4
δ2-3
56
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57
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58
Fundações
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t= espessura da placa
R= raio da placa
B= menor lado da placa
59
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Recalques Recalques
Tensões de contato
Decorre então que, para uma placa flexível uniformemente carregada, apoiada
numa areia, os recalques serão maiores nas bordas e menores no centro, e as
tensões de contato serão uniformes em toda a área carregada.
Recalques Recalques
Tensões
60
Fundações
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Tensões Recalques
Logo, como as tensões nos pontos do solo mais próximos ao eixo vertical são
maiores do que aquelas nos pontos mais afastados decorrem maiores recalques no
centro da placa e menores nas bordas da mesma, conforme figura.
Recalques
Tensões
61
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e0
ea
Ramo virgem
Cc
y0
a pré-adensamento)
(Tensão de (logarítimica)
Figura 9.3 – Teoria de adensamento.
1
h .C .H.log vo , onde
1 eo c vo
eo = índice de vazios inicial
Cc = índice de compressão
H = espessura da camada de argila
vo= pressão inicial na camada
= pressão Aplicada
ΔH
Recalque
Figura 9.4 – Evolução dos recalques com o tempo.
Resumindo
U%
2
U f T T , U% 60%
4 100
T 1,781 - 0,933 log 100 - U% , U% 60%
9.5.2. RECALQUE ELÁSTICO
Os recalques elásticos ou imediatos são devidos a deformações elásticas do solo
de apoio de uma fundação, e ocorrem logo após a aplicação das cargas. É de se
notar que a velocidade de evolução das deformações é um fator muito importante
para as estruturas, sendo que as deformações que se processam mais rapidamente
63
Fundações
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são as mais críticas. Portanto, daí, o particular interesse no estudo dos recalques
elásticos, preponderantes nos solos arenosos ou nos solos não saturados. Os
recalques elásticos podem ser estimados a partir da seguinte expressão,
fundamentada na teoria da elasticidade.
1 2
Si .B I
ES w
Si = recalque elástico
= intensidade da pressão de contato
64
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65
Fundações
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z .I
E z
s
q 0,5
A) Embutimento na sapata correção C1: C1 1 0,5 - * =-q
*
t
B) Efeito Tempo correção C2. C 2 1 0,2 log 0,1 t em anos
n
I
i C1 C 2 * z z
i 1 E s i
RECALQUE
66
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3
2 Peso específico (kN/m ) Ang. Atrito Coesão efetiva
Solo NSPT E (kN/m ) o 2
efetivo ( ) (kN/m )
Natural saturado
0-4 20000-50000 17 18 25
5-8 40000-80000 18 19 30
Areia pouco siltosa /
9-18 50000-100000 19 20 32
pouco argilosa
19-41 80000-150000 20 21 35
41 160000-200000 20 21 38
0-4 20000 17 18 25 0
Areia média e fina 5-8 40000 18 19 28 5
muito argilosa 9-18 50000 19 20 30 7,5
19-41 100000 20 21 32 10
0-2 2000-5000 15 17 20 7,5
Argila porosa 3-5 5000-10000 16 17 23 15
vermelha e amarela 6-10 10000-20000 17 18 25 30
10 20000-30000 18 19 25 30 a 70
0-2 1000 17 18 20 7,5
3-5 1000-2500 18 19 23 15
Argila siltosa pouco 6-10 2500-10000 19 19 24 20
arenosa (terciário) 11-19 5000-1000 19 19 24 30
20-30 30000-100000 20 20 25 40
30 100000-150000 20 20 25 50
0-2 5000 15 17 15 10
3-5 5000-15000 17 18 15 20
Argila arenosa pouco
6-10 15000-20000 18 19 18 35
siltosa
11-19 20000-35000 19 19 20 50
20 35000-50000 20 20 25 60’
Neste capítulo, será discutida a influência das dimensões das fundações nos
seguintes assuntos já estudados:
nos resultados das fórmulas de cálculo de recalques
nos resultados das fórmulas de cálculo de capacidade de carga
.nos resultados das provas de carga sobre placa.
10.1.1.RECALQUES ELÁSTICOS
67
Fundações
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Pode ser visto que o recalque elástico depende diretamente da menor dimensão
da fundação. Além disso, o coeficiente IW depende da relação L/B.
Então σ R 5,7 . c . s C γ . H . s q
Portanto, a capacidade de carga das argilas não depende das dimensões das
fundações, porém depende da sua forma geométrica.
Aumenta com a profundidade de apoio da fundação, e este aumento equivale à
variação das tensões devidas à sobrecarga ( .H ).
b. Solos arenosos:
68
Fundações
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Então: σR γ . H . Nq .sq 12 . γ . B . N γ . s γ
σ R c. NC γ .H
σ σ
H
D
N.D
Placa - BPLACA
70
Fundações
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σ Z médio PLACA
SPLACA ε Z médio PLACA . D .D
M
ou :
SPLACA K . σ . D
M
- Recalque na fundação: S FUND
σ Z médio FUND
S FUND ε Z médio FUND . ND . ND
M
Da equivalência dos bulbos de tensões da placa e das fundações :
K.σ
z Z médio FUND = z médio PLACA =
M
Então :
s FUND K . σ . ND
M
- Relação entre o recalque da fundação e o recalque da placa
Esta relação entre recalques é válida somente para solos argilosos, para os quais
2
s FUND 2 . B FUND
s PLACA B FUND 0,30
Esta relação é válida somente para solos arenosos, no caso de provas de carga
executadas com placas de 0,30m X 0,30m. No Brasil, a Norma Brasileira recomenda
placas com área mínima de 0,5m2, e geralmente é utilizada uma placa circular com
diâmetro de 0,80cm.
Nesta equação :
S FUND - recalque da fundação de largura B FUND
S PLACA - recalque da placa utilizada na prova de carga, de dimensões 0,30 m x
0,30 m
10.3.3. OBSERVAÇÕES
Para o caso das sapatas apoiadas em argilas, é normalmente utilizada a relação:
s FUND B FUND
N B PLACA
s PLACA
ou seja, que o recalque elástico aumenta linearmente com a largura das
fundações (ou com sua menor dimensão).
Para o caso das sapatas apoiadas em areias será adotada a expressão proposta
por Sowers (1962), que está mais de acordo com as placas de 0,8m de diâmetro,
normalmente utilizadas no Brasil.
2
S FUND B FUND . (B PLACA 0,30)
B
S PLACA PLACA . (B FUND 0,30)
72
Fundações
2013
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S FUND 2 . B FUND 2
A expressão S B vale somente para placas de 0,30 m X
PLACA PLACA 0,30
0,30 m e conduz a resultados mais conservadores.
Sondagem
SPT B
13
N.A
AREIA FINA E 16
B
MÉDIA CINZA ,5
1
~
11
13 16 11 ~
Nmédio 13
14 3
8
a= 0,02.N= 0,02.13= 0,26MPa
ARGILA SILTOSA
VARIEGADA
5
AREIA DE GRANUL. 20
VARIADA AMARELA
40
73
Fundações
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11.1.SAPATAS ISOLADAS
P d d
d
b B
d
trab adm
74
Fundações
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P
L
2,5 Mesa
2,5 d 5
,
2
B b
d
My
My
F
B
mín máx L
M = momento atuante
75
Fundações
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Wy = momento resistente =
máx1,3adm mín>0
Recalques Diferenciais as dimensões das sapatas vizinhas devem ser tais que
eliminem, ou minimizem, o recalque diferencial entre elas. Sabe-se que os recalques
das sapatas dependem das dimensões das mesmas.
d) Sapatas apoiadas em Cotas Diferentes No caso de sapatas vizinhas, apoiadas
em cotas diferentes, elas devem estar dispostas segundo um ângulo não inferior a
com a vertical, para que não haja superposição dos bulbos de pressão. A sapata
situada na cota inferior deve ser construída em primeiro lugar. Podem ser adotados,
= 60º para solos e = 30º para rochas.
4,40
2,00
0
7
, 0,20
2 0
,5
CG
1
0,20
Superposição de Sapatas
Em certas situações, pode ocorrer que duas ou mais sapatas venham ocupar uma
mesma posição no terreno, conforme esquematizado em seguida.
Superposição P1 P2
P1 P2
Superposição
Este problema pode ser resolvido de duas maneiras diferentes: alteração na
geometria das sapatas ou associação dos pilares com uma viga associativa.
L L
As áreas das sapatas devem ser conservadas, para que as tensões de trabalho não
se modifiquem, isto é :
Área de S’1 = Área de S 1 e Área de S’2 = Área de S 2
vizinhas, procura-se associá-las por uma única sapata, sendo os pilares ligados por
uma viga.
Sendo P1 e P2 as cargas dos dois pilares (já majoradas em 10%), a área da sapata
associada será:
(P1 P2 ) R
A R =(P1 + P2)
adm adm
CG
P2 P1 P2
P1
CG
xa xa
P1 P2
P1+ P2
VIGA
PILAR
VIGA
VistaFrontal VistaLateral
Quando o pilar está situado junto à divisa do terreno, e não é possível avançar
com a sapata no terreno vizinho, a sapata fica excêntrica em relação ao pilar. A
distribuição das tensões na superfície de contato não é mais uniforme.
78
Fundações
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PLANTA CORTE
Divisa
b0 bO
CG a0 a
e
e b
b Divisa
Para fazer com que a resultante R na base da sapata fique centrada, são
empregadas vigas de equilíbrio ou vigas alavancas, de maneira que fique
compensado o momento proveniente da excentricidade e.
Para fazer com que a resultante R na base da sapata fique centrada, são
empregadas vigas de equilíbrio ou vigas alavancas, de maneira que fique
compensado o momento proveniente da excentricidade e.
79
Fundações
2013
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P1
a P2
P1 P2
e R1 R2
b
L
DIVISA
a
x
Aparalelogramo= a.h
80
Fundações
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P1 P2
L
B
A C
e
R1 R2
Observações:
R
Como a área da sapata As é função de R1 (As σ 1 ), é necessário conhecer R1
adm
para o seu cálculo. Porém, pela equação (2), R 1 é função da excentricidade e, que
por sua vez depende do lado b, que é uma das dimensões procuradas.
Este é um problema típico de solução por tentativas. Um dos métodos é
apresentado a seguir.
Em (2), é possível verificar que R1 > P1. Para a solução do problema, toma-se um
valor estimado de R1 (>P1), para uma primeira tentativa, e escolhem-se duas
dimensões a’1 e b’ 1 para os lados da sapata. Geralmente, procura-se tomar a’1 / b’1
= 2,0 a 3,0 (relação econômica para sapata de divisa) e a 1 a tentativa para R’1 de
1,10.P1 a 1,20.P1.
Uma vez escolhido b’1, a excentricidade é dada por
b' b
e 21 20
- onde b0 é a dimensão do pilar na direção do lado b da sapata.
É possível então calcular a resultante real por:
R 1 P1 . e
81
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
R1 = P1 + P
Logo, em (1), resulta que
R2 = P2 – P
R P 2 1 . ΔP
A σ 2 2
adm σadm
Além disso, deve ser verificado o alívio do pilar central, através de:
P2 – P > 0
82
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
83
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
84
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
12.1 TUBULÕES
Geralmente, os tubulões têm a sua base alargada para assegurar uma adequada
distribuição de tensões no solo de apoio. A seguir, são apresentados
esquematicamente o corte vertical e a planta de um tubulão típico.
85
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
CORTE VERTICAL
PLANTA
d
d
Fuste
Revestimento
H (quando
necessário) D
Base
1,5
a
2,0m
anel
metálico
B) Método Gow
Quando o solo é muito coesivo e não permite si quer a escavação do fuste por
etapas sem revestimento, emprega-se o método Gow.
Crava-se por percussão, um tubo metálico de 2m de comprimento e ½” de
espessura, no terreno a ser escavado.
Escava-se no seu interior.
Crava-se outro tubo de diâmetro ligeiramente menor, no terreno ainda não
escavado, abaixo do primeiro tubo cravado.
Escava-se no interior deste 2º tubo.
Repetem-se estas operações sucessivamente, descendo-se telescopicamente os
tubos, até uma profundidade suficiente para o alargamento da base, no diâmetro
necessário ao fuste do tubulão.
87
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
m
2
Tubo
Metálico
Compressor
Cachimbo
PAR H O.h
2
88
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
Campânula
Ar
Porta
Comprimido
de
Entrada
Compres-
Compres- sor
sor Reserva
Saída de Entrada de
Terra Concreto
Revestimento TERRENO
N.A.
N.A.
h água
onde:
água – peso específico da água
h - altura, medida a partir do N.A., até o estágio em que se encontra a escavação.
89
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
σ r c . Nc P0 . Nq 1 . γ. B . N
2 γ
σ R c . Nc γ . H
σ trab Pa
A fórmula geral de Terzaghi também pode ser utilizada para solos argilosos,
fazendo =0. Os valores calculados serão mais conservadores que os determinados
pela fórmula de Skempton.
P adm P base
91
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
PP Qs L
Qp
Figura 12.4 – Transferência de carga.
Com base no valor médio do SPT (na profundidade da ordem de grandeza igual a
duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio da mesma).
92
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
d
H
Base
hB 20cm
d ≥ 0,70 m
d. Diâmetro da base D .
Como as tensões admissíveis no solo são bem menores que no concreto, quase
sempre há a necessidade de se promover o alargamento da base, resultando num
elemento tronco-cônico.
O diâmetro da base D é dimensionado em função da tensão admissível do solo na
cota de apoio do tubulão, por :
2
π. D
A base σ P
adm solo 4
ou
D 4P
π . σadm solo
Por problemas executivos, sempre que possível, o diâmetro da base não deve
ultrapassar os ≈4,5m (valor aproximado).
94
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
h B D d . tg α
2
Na prática, para evitar problemas executivos, a altura da base não deve
ultrapassar os ≈ 2m (valor aproximado).
f. Ângulo .
Para que não haja necessidade de armação na base, isto é, para que as tensões de
tração σ t sejam absorvidas pelo próprio concreto, a inclinação da parede deve ser
dada por :
tg α σ
adm 1
α σt
f
ck
onde σ pode ser tomado como: σ t , f ck ≤ 20MPa
t 10
Na prática, usa-se geralmente uma inclinação de 60º, que é suficiente para a
grande maioria dos casos.
SUPERPOSIÇÃO SOLUÇÃO
T2 T’2
T1 T’1
D2
P2
P2 P1
P1 L2
L1
D1 X2
Superposição X1
A forma dos tubulões T1 e T2 pode ser modificada, desde que as áreas continuem
as mesmas, pois a tensão de trabalho não deve sofrer modificação.
95
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
Assim :
Área da base de T1 = AT1 = Área da base de T’ 1 = AT’1, ou : AT1 = AT’1
Da mesma forma: AT2 = AT’ 2.
π.D 2 π.X 2
i i
Li. Xi
4 4
Etapas:
1 – Dimensionar o tubulão do pilar 1
2 - Adotar um valor para r2 r2 < S – r1 - 10cm
3 - Calcular o valor de x:
P2 A 2 r2 2
Ab2 e x
adm 2.r2
4 - Verificação: x<3.r2 (não há limite mínimo, pois não há excentricidade).
5 - Calcular: d e h B.
4. P
O diâmetro do fuste será dado por : d
π . σ concr
tan g60º
A altura da base será hb x 2r d
2
OBS: - Caso a desigualdade não seja satisfeita, empregam-se duas falsas elipses.
- Distância mínima entre as bases deve ser de 10cm.
96
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
tan g60º
A altura da base será hb x 2r d
2
Obs: Caso os pilares estiverem tão próximos que não seja possível a solução
anterior, deve-se afastar o CG dos tubulões e introduzir uma viga de interligação.
Se necessário, usar dois tubulões sob três pilares alinhados, com uma viga de
interligação.
97
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
e
V.A.
P1 P2 Solução
P1 + P 2 = R 1 + R 2
L
P .
A 1 1 Le
IS
V
I
D
P1 P2
R2 = P 2 - ½ . ΔP
V.A.
Verificação do
levantamento de P2 :
P2 – ΔP > 0
R2
R1
L
R 1 P1 . e R 2 = P 2 – ½ . P
Le
OBS: Verificação do levantamento de P 2 : P 2 – P > 0
Obs: Os CGs do fuste e da base do tubulão devem estar sobre o eixo da viga
alavanca.
99
Fundações
2013
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100
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
101
Fundações
2013
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12.2.2. IMPLANTAÇÃO
porém o problema ainda persiste e merece toda a atenção dos técnicos envolvidos.
12.2.2.1.1. ESTACAS BROCAS – TRADO MANUAL (ACIMA DO NA)
As brocas são estacas moldadas “in loco” construídas sem revestimento acima do
nível d’água. A perfuração é executada por meio de trado, em terrenos coesivos
(argilosos), sem nenhuma água. Após a perfuração, o concreto do tipo fluido deve
102
Fundações
2013
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ser lançado com auxílio de funil para que não haja contaminação. Terrenos coesivos.
=15 a 30cm (dependendo do trado). L=3 a 8m. F trabalho = 60 a 250kN.
Acima do N.A.
Perfuratrizes rotativas
Profundidades até 30m
Diâmetros de 0,20 a 1,70m (comum até 0,50m)
103
Fundações
2013
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Método executivo
Prote ão
Lama Concreto
bentonítica
Cilindro
para
perfuração
Processo executivo:
Escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonítica
previamente preparada;
Colocação da armadura dentro da escavação cheia de lama;
Lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubo de
concretagem (tremonha)
Fatores que afetam a escavação:
Condições
duras etc); do subsolo (matacões, solos muito permeáveis, camadas
Lençol freático (NA muito alto dificulta a escavação);
Lama bentonítica (qualidade);
Equipamentos e plataforma de trabalho (bom estado de conservação);
Armaduras (rígidas)
104
Fundações
2013
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a) b)
Figura 12.10 – a) Clam-shell b) cilindro rotativo de aço
106
Fundações
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Retirada do tubo.
108
Fundações
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109
Fundações
2013
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executadas
Escavação emecânica.
podem serAbaixo
utilizadas abaixo
do NA. do nível d’água.
=30 a 120cm L=32m. F trabalho= 450 a
5000kN.
Introduzida no Brasil em 1987 e mais amplamente difundida em 1993.
Caracterizada pela escavação do solo através de um trado contínuo, possuidor de
hélices em torno de um tubo central vazado. Após sua introdução no solo até a cota
especificada, o trado é extraído concomitantemente à injeção do concreto (slump
24cm, pedrisco e areia) através de tubo vazado.
Diâmetros de 0,275m a 1,20m;
Comprimentos de até 33m, em função da torre ;
110
Fundações
2013
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Similar a estaca tipo hélice contínua a estaca hélice segmentada é uma estaca
moldada “in-loco”, caracterizada pela escavação do solo através de segmentos de
trado acopláveis, dispostos na própria perfuratriz em um sistema mecânico,
denominado alimentador de hélices. Atingida a profundidade prevista as hélices são
1900kN.
Diâmetros de 0,31m a 0,66m;
Comprimento em função da torre (até 33m);
Executada abaixo do NA;
112
Fundações
2013
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113
Fundações
2013
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Tubo
de
aço
Bulbo
alargado
Bucha
de
concreto
Diâmetro Carga
40 cm 700kN
52 cm 1300kN
60 cm 1700kN
114
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
um elementoAlcançada
necessária. pré-moldado
essadeprofundidade,
concreto que enche-se
serve de ponteira,
o moldeatéatéa profundidade
o topo com
concreto bem plástico, e, por um movimento lento mais contínuo, recupera-se de
uma só vez o molde todo.
No caso de dúvida de uma boa execução da estaca, passa-se sem perda de tempo
à cravação de uma segunda estaca diretamente sobre a primeira, repetindo-se
integralmente o processo da execução da estaca.
Geralmente, o diâmetro das estacas Simplex é da ordem de 40cm a 50cm, seu
comprimento máximo da ordem de 25m e carga de trabalho de 500kN.
12.2.2.2. CRAVADAS
Caracterizam-se por serem cravadas por percussão, prensagem ou vibração e por
115
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
12.2.2.2.1. MADEIRA
Empregadas desde os primórdios da história. Atualmente diante da dificuldade de
obter madeiras de boa qualidade e do incremento das cargas nas estruturas sua
utilização é bem mais reduzida. São troncos de árvores cravados por percussão.
Entre nós geralmente são compostas por troncos de eucaliptos, com diâmetros
variando aproximadamente de 15cm a 40cm, e comprimento de até 12m. Cargas
admissíveis de 150 a 500kN.Podem ser emendadas quando o comprimento
necessário é maior.
Anel Ponteira
Topo Base
116
Fundações
2013
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12.2.2.2.2. METÁLICAS:
As estacas metálicas apresentam inúmeras vantagens e desvantagens em relação
às estacas de concreto e de madeira. Constituídas por peças de aço laminado ou
soldado como perfis de secção I e H, chapas dobradas de secção circular (tubos),
quadrada e retangular bem como trilhos (reaproveitados após remoção de linhas
férreas). Hoje em dia não se discute mais o problema de corrosão de estacas
metálicas quando permanecem inteira ou totalmente enterradas em solo natural,
isto porque a quantidade de oxigênio nos solos naturais é tão pequena que, a
reação química tão logo começa já se esgota completamente este componente
responsável pela corrosão.
Suas características mais importantes são:
São facilmente cravadas em quase todo o tipo de terreno, e podem atingir
elevadas capacidades de carga.
Apresentam facilidade na execução de corte ou emenda.
Podem ser submetidas a elevados empuxos laterais.
Podem ser utilizadas para serviços provisórios, pois permitem o
reaproveitamento diversas vezes.
Resistem bem ao transporte e manipulação em condições desfavoráveis.
Reduzem consideravelmente a vibração e amolgamento do solo, durante a
cravação, devido a sua secção transversal reduzida
Seu custo é elevado e o seu uso deve ser muito bem estudado.
Apresentam o problema da corrosão em meio agressivo, problema ainda não
totalmente elucidado ou controlado. Este fator pode ser solucionado através do
emprego de aço patináveis, mesmo em situações de águas agressivas (meio salinos),
porém atentando-se a concretagem
No Brasil, as estacas de aço são constituídas por perfis laminados da seção I ou
H, ou, freqüentemente, por dois ou três perfis soldados entre si, como mostrado
esquematicamente em seguida. Além destes tipos encontram-se no mercado perfis
tubulares cujos diâmetros podem variar de 2,7cm a 36cm; existem também estacas
tubulares soldadas a partir de helicóides, com dimensões variando de40,6cm a
142,2cm.
117
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Fundações
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12.2.2.2.3. CONCRETO:
O concreto presta-se muito bem à confecção de estacas, graças à sua grande
resistência à ação dos agentes agressivos em geral, e à ação da variação da umidade
ambiente (variação do N.A em particular). Aliado a isto, as estacas de concreto
apresentam a vantagem da viabilidade do controle de qualidade de um elemento
119
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120
Fundações
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– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
S1
x1
Ou aproximadamente
121
Fundações
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S2 S2
x2 x2
S3 S3 S3
x3 x3
L
- Cargas de trabalho
Geralmente, as estacas pré-moldadas de concreto são confeccionadas com secção
quadrangular ou circular, e, de acordo com suas dimensões, são indicadas as cargas
de trabalho.
A seguir, apenas para efeito de ordem de grandeza, são indicadas as cargas de
trabalho usuais de estacas comuns de concreto armado com secção quadrada.
122
Fundações
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Base Topo
123
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124
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RL RL
RP
125
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Solo arenoso
KS . γ . h . tg δ
s = c . tg Ф
h
γ.h
rP
KS . γ . h
Então:
1
Qp Ap . R . {η 3}
η
Para o cálculo da resistência de ponta das estacas, pode ser usada a equação
geral de Terzaghi, que fornece a capacidade de carga R :
1
σR c .Nc . s c q. (Nq 1). s q . . B . N . s
2 γ γ
Assim :
1
Q A . f . {η 3}
η
Da figura anterior :
f 1 2 . KS . γ . h . tg δ
onde
/
ESTACA SUPERFÍCIE AREIA
AREIA SECA
SATURADA
Lisa 0,54 0,64
Aço
Áspera 0,76 0,84
Madeira Paralelamente às fibras 0,76 0,85
Lisa (forma metálica) 0,76 0,80
Concreto Áspera (forma de madeira) 0,88 0,88
Rugosa (moldada “in loco”) 0,98 0,90
127
Fundações
2013
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rL rL Camada de
h solo argiloso
sc
γ
c rP
onde
Q - resistência por atritolateral
A - área lateral da estaca
c a- valor médio da aderência entre argila e estaca
128
Fundações
2013
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10, obtendo-se assim a penetração média por golpe, também chamada de ‘”NEGA”.
Estes métodos são restritos para as estacas cravadas. O FS já está embutido na
fórmula. Existem várias fórmulas dentre elas: Fórmula dos Holandeses, Fórmula de
Brix, Fórmula do Engineering News etc.
As fórmulas dinâmicas se baseiam no princípio da conservação de energia, ou
seja, igualam a energia potencial do martelo ao trabalho realizado na cravação da
estaca (produto de resistência vencida pela estaca pela penetração da mesma), a
menos de eventuais perdas de energia, ou seja:
Wh = Rs + X
Onde:
W = peso do martelo
H = altura de queda
R = resistência à cravação
S = penetração ou nega
X = perdas de energia
Deformação elástica
(estaca + solo)
Nega (s)
(fu)Para os autores,lateral
e a resistência existelocal
uma(fcorrelação entre o valor da tensão lateral de ruptura
c), medida no ensaio de penetração contínua.
fu = fc / F2
131
Fundações
2013
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(fc) pode ser estimada a partir da resistência de cone, utilizando a relação de atrito
(av), que é uma constante para cada tipo de solo.
fc = av . qc e fu =av . qc/F2
Ainda segundo os autores, é possível estabelecer a resistência de cone (q c),
utilizando correlações empíricas com o valor da resistência à penetração (N).
qc = Kav . N
e deste modo:
fu = av . Kav . N / F2
Portanto, n
p i aviK aviNli
Q
z i
i1 F2
132
Fundações
2013
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n
p 1
Qrup
F2
i1
K avi Nli .z i
avi K NA
F1 avi p p
133
Fundações
2013
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Qrup
QADM
2,0
N p 1 N N p 1
Np
3
135
Fundações
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- Carga Admissível
Q Q
QADM p
1,3 4,0
12.2.4. DIMENSIONAMENTO
Conhecidas às cargas Pi de projeto e o perfil geotécnico do terreno, e escolhidas
as estacas a serem utilizadas, o dimensionamento consiste em determinar o
comprimento das estacas, assim como o número delas necessário para transferir a
carga Pi para o subsolo. O dimensionamento de uma fundação por estacas
basicamente consiste em:
A carga de trabalho da estaca será definida pelo menor valor entre os dois
anteriores.
C - Comprimento da estaca
De posse de carga Pi do pilar e perfil geotécnico do subsolo, o cálculo do
comprimento necessário à estaca pode ser feito com a utilização dos métodos já
vistos.
D - Centros de gravidade
A carga Pi de um pilar é transferida para o grupo de estacas por um bloco rígido
de concreto, denominado bloco de capeamento, e a resultante das cargas Ptrab das
estacas deve ter a mesma linha de ação da carga Pi do pilar. Para tanto, os centros
de gravidade do pilar, do bloco de capeamento e do grupo de estacas devem ser
coincidentes, isto é :
C G Pilar = C G Bloco = C G Grupo de estacas
D s
137
Fundações
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138
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140
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30cm
Strauss NSPT30
=20 Limite: NA. Água Agressiva
Cuidado com aproximação de
(solos arenosos) N SPT=10 a 12
rocha
Limite: argila mole ou dura.
(solos argilosos) N SPT=25 a 30
Água Agressiva
Limite: haste da ferramenta.
Hélice Contínua NSPT=25 a 30
Água Agressiva
Escavadas c/ lama NSPT=50 a 60 Limite: haste da ferramenta
Tubulões NSPT=50 a 60 Limite: 1,5 atm
Perfis Metálicos NSPT=60 a 70 Desvios durante a cravação
Escavada mecânica NSPT=25 a 30 NA
Limite: haste da ferramenta.
ômega NSPT=20 a 30 Água Agressiva – torque da
máquina
143
Fundações
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144
Fundações
2013
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Bulbo de
tensões
da
resistênci
Bulbo de
Bulbo de tensões
tensões Superposição dos bulbos de
resultant tensões da resistência lateral
Fmédio / estacagrupo
eficiência
Frupturaestaca isolad
12.2.5.1. FÓRMULA DAS FILAS E COLUNAS
Será considerado um grupo de estacas de um mesmo bloco, constituído por N
filas e M colunas, como esquematizado na figura, onde ‘s’ é o espaçamento mínimo
entre 2 estacas vizinhas e ‘D’ é a dimensão representativa da secção transversal da
estaca
A eficiência será calculada considerando que as estacas formam um conjunto de
perímetro igual ao perímetro do grupo de estacas trabalhando conjuntamente.
Sendo assim, a eficiência pode ser representada por:
RL Grupo
e
Σ R
L estacaisolada
onde :
R L estaca isolada = M . N . R L estaca isolada
R L estaca isolada = A L estaca isolada . r L estaca isolada = p estaca isolada . h . r L estaca isolada
p estaca isolada = perímetro da estaca isolada
R L Grupo = A L Grupo . r L Grupo . 1/
A L Grupo = área lateral do grupo de estacas = perímetro do grupo . h = p G .h
145
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
p G = 2. ( L 1 + L 2 ) + 8. D/2
Mas :
2. M N 2 . s 4 . D
e
M . N . p estaca isolada
D L2
2
D
N L1
Filas s h
D
s
M
146
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
2. (alicerces)
Sendo viávele radiers (pequenas
a fundação direta,obras).
deve-se compará-la com os tipos viáveis de
fundação profunda (critério econômico);
3. Esgotadas as opções de fundação direta, deverão ser analisadas as
fundações profundas estacas e tubulões;
148
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
Sobrados= 40 kN/m
Casas térreas = 20
kN/m
Isso para construções habituais onde o piso do andar térreo não é laje armada,
descarregando diretamente sobre o terreno. Nesses casos existem tensões
admissíveis mínimas que o solo deve suportar, para que sejam exeqüíveis os
alicerces comuns, conforme Figura 14.1.
Parede
1 tijolo
Parede
2 tijolos
"cinta" de
concreto armado
Parede
3 tijolos
brita apiloada ou lastro
de concreto magro
Neste caso obtém-se no solo uma tensão aplicada de Para três tijolos:
P 40kN / m
s 70kN / m2
b 0,6m
149
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
150
Fundações
2013
– P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
FUNDAÇÕES ESPECIAIS – SEFE III, 3O, 1996, São Paulo. São Paulo, A.B.M.S.,
1996. v.2, p.141-151.
MELLO, V. F. B. . EESC-USP
152
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