Vous êtes sur la page 1sur 12

INTRODUÇÃO

Para manutenção do ambiente ruminal, os microorganismos necessitam de pH em


faixa ideal para o seu desenvolvimento. Os protozoários, bactérias celulolíticas,
necessitam de pH de 6,2 ou mais alto, enquanto as bactérias aminolíticas são ativas em
condições mais ácidas com pH em torno de 5,8. Portanto, o pH do fluido ruminal afeta a
degradação dos alimentos e o seu valor ideal varia de 5,5 a 7,0. Uma das maneiras que
os ruminantes utilizam para manter o pH do rúmen em níveis adequados é pela saliva.
Para isso, os ruminantes produzem grandes quantidades de saliva (6 a 16L/d no ovino e
60 a 180L/d no bovino) sendo as principais glândulas as parótidas, que secretam 50% da
produção diária de saliva. Essa produção é estimulada pela mastigação da ingesta ou
bolo alimentar, característica do alimento, estado fisiológico, etc. Os ruminantes
secretam saliva isotônica comparada com o plasma sanguíneo, tendo concentração
elevada de bicarbonato, fosfato e potássio e menores concentrações de sódio e cloro. O
alto conteúdo salivar de HCO3 e HPO4 confere alta alcalinidade (pH=8,1) que é um
importante mecanismo para a neutralização dos ácidos graxos de cadeia curta nos pré-
estômagos.
GLÂNDULAS NASOLABIAIS
Glândulas Nasolabial são pequenas glândulas situadas na derme da pele do
focinho de espécies como bovinos e búfalos. A secreção das glândulas lacrimejantes
mantém o focinho úmido. Os búfalos e bovinos são conhecidos por fazer esforços
deliberados para misturar a secreção com a comida. Eles freqüentemente impulsionam
seus focinhos na alimentação e, durante a ruminação, passam as suas línguas na narina e
sobre o focinho, aumentando a secreção na boca. A taxa de secreção em uma vaca
adulta é de cerca de 80 mg/20 cm²/5 min, uma taxa que aumenta entre três vezes quando
um alimento de alta palatabilidade é dado (1). As propriedades químicas das secreções
nasolabial são semelhantes à saliva. Níveis relativamente elevados de amilase foram
observados que podem ser a fonte de amilase por vezes relatada para estar presente na
saliva dos ruminantes.
Glândulas salivares.
A maioria dos textos anatômicos indica que existem três pares de glândulas bem
definidas que produzem a maior parte da saliva. Estas incluem a parótida (que se
estende da base da orelha para a extremidade posterior da mandíbula), a submandibular
(encontrada na base da maxila e da mandíbula), e a subligual (debaixo da língua).
Nessas glândulas, existem células secretoras (células serosas e mucosas), as quais
produzem secreção salivar específica. A principal glândula salivar, a parótida, apresenta
alvéolos com células serosas com exclusividade, enquanto as outras glândulas possuem
nos alvéolos células serosas e células mucosas. A secreção das células serosas tem
grande quantidade de água e proteínas. Já a secreção das células mucosas é viscosa e
com elevado teor de mucina. Nos ruminantes, a saliva provém da secreção das
glândulas parótida, submaxilar e sublingual, bem como das glândulas parietais. Outras
incluem a glândula vestibular dorsal ou palatina (no palato duro e mole), o meio ou
vestibular medial (na bochecha) e o vestibular ventral ou molar inferior (na bochecha).
Outras incluem as glândulas salivares labial, nos cantos da boca e da glândula "faringe",
que é na verdade um grupo de glândulas na parte oral e laríngea da faringe e algumas
glândulas adicionais na lateral, margens e raiz da língua (2). A Saliva de várias
glândulas é drenada para cavidade oral através de dutos. Os dados sobre peso, tipo de
célula, fatores que afetam a taxa de fluxo, estimado volume das glândulas em ovinos e
tipo de saliva são mostrados na tabela 1. Note que a parótida e mandibular representam
a maioria do peso do tecido. Em bovinos adultos, as glândulas parótidas pesam cerca de
115g e a mandibular 140g. Observe na tabela 1 que as glândulas parótidas e ventral
produzem secreções bucais mistas.

Tabela 1 Resumo das características das glândulas salivares.


Bezerro Ovelha
% % Tipo de Fatores que regulam a Volume
Tipo de saliva
Peso do Peso do Célula taxa de fluxo estimado
Glândulas (g) total (g) total L/24hrs
Parótida 63,5 32,2 23,5 29,3 Serosa Fluxo contínuo quando 3a8 Fluido e isotônicos.
desnervado. Responder a Fortemente
estimulação da boca, esôfago e tamponado com
rúmen-retículo. HCO ³ e HPO4.

Mandibular 64 31,6 18,2 22,6 Mista Não há fluxo quando 0,4 a 0,8 Variavelmente muco
desnervado. Fortemente e hipotônica.
estimulado pela alimentação. Fracamente
Pouca ou nenhuma resposta à tamponados.
estimulação do esôfago ou
retículo-rúmen

Sublingual 11,3 5,6 1,3 1,6 Mista Fluxo contínuo, quando não 0,1 a ? Muito muco e
estimulado. Moderadamente hipotônica.
estimulada a partir de esôfago; Fracamente
outros reflexos não estudados. tamponados
Labial 8,9 4,4 10,9 13,5 Mista ? Muito muco e

Pouco ou nenhum fluxo, hipotônica.

quando não estimulado. Pouca Fracamente

ou nenhuma resposta à tamponados

estimulação do esôfago e
rúmen-retículo; outros reflexos
não estudados.

Ventral Bucal 13,5 6,7 5,9 7,3 Serosa Fluxo contínuo quando 0,7 a 2 Fluido e isotônicos.
desnervado. Responde à Fortemente
estimulação do esôfago e tamponado com
rúmen -reticulo. HPO4 HCO3.

Medial bucal 13,1 6,5 6 7,5


Bastante muco e
Dorsal bucal 16,2 8,5 8,8 10,9 Mucosa
Fluxo contínuo e muito lento, isotônicos.
Faríngea 9,1 4,5 5,9 7,3 quando não estimulado. 2a6 Fortemente
Responde à estimulação da tamponado com
boca, esôfago e retículo-rúmen HCO3 e HPO4.

Fonte: Kay (1960)


Quantidade de secreção
Produção salivar por ruminantes domésticos tem sido estudado em muitos
laboratórios diferentes, embora em muitos não há dados recentes disponíveis. Vários
métodos têm sido utilizados para medir a produção de saliva. Os estudos relativos à
secreção salivar foram desenvolvidos por meio de diferentes metodologias, sendo:
• Fístula esofágica – esponja colocada no esôfago para colher a secreção
salivar;
• Fístula permanente na glândula parótida – inserção de cateter no duto da
glândula para colher a secreção salivar. Metodologia estudada por poucos para
estudos dos reflexos condicionados;
• Fístula temporal – infusão no ducto da glândula e exteriorização para
coleta da secreção.
Em alguns casos saliva mista tem sido recolhido por aspiração de saliva da boca
de animais normais ou anestesiados. Carbacol ou outras drogas foram administradas
para estimular o fluxo de saliva. No entanto, a maioria das informações disponíveis foi
coletada sobre a produção de saliva pelas glândulas parótidas de animais que foram
canulados (fig.6-2). Em alguns casos a saliva das glândulas parótida tem sido coletada
via cânula, medido de alguma maneira e, em seguida, colocados no rúmen. Esta
abordagem é menos provável ter um efeito marcante sobre o funcionamento normal do
animal, assim os resultados deveriam ser mais realistas do que quando são utilizados
outros métodos (4,5).
A quantidade de saliva secretada depende de vários fatores, dentre eles o tipo de
alimento ingerido pelo animal. Alimentos ricos em água necessitam (ou induzem)
menor secreção salivar; já os alimentos ricos em fibras induzem a secreção de grandes
volumes de saliva. Em bovinos em estado de repouso, o volume secretado (litros/hora)
pela glândula parótida pode variar de 1 a 3 litros. Durante a alimentação, esse volume
pode ser multiplicado até por 5 vezes, ou seja, mais de 13 litros/hora. Alguns autores
estimam que a quantidade diária de saliva secretada por um bovino pode ser de 60 litros,
podendo chegar, em outras situações, a mais de 100 litros.
Partindo do pressuposto de que as quantidades da secreção da parótida vão 40% -
50% da secreção de saliva total, estudos relativamente recente (em que a saliva da
parótida foi devolvida ao animal) indicam que as ovelhas produzem mais de 15 l / d,
quando alimentadas com dietas volumosas ad libitum (6 7). Bovinos pesando cerca de
434 -450 kg, produzem cerca de 180 l / d, quando alimentados com forragem de alfafa
(6).
Deve-se salientar que existem diferenças marcantes nos tamanhos relativos das
glândulas salivares entre as espécies de ruminantes. Várias espécies classificadas como
seletores de concentrado têm as glândulas salivares que são 3-4 vezes maiores (em % do
peso corporal) do que os animais alimentados com volumoso.
CONTROLE REFLEXO DA SECREÇÃO DE SALIVA (controle da salivação)
A glândula parótida tem inervação parassimpática, e a estimulação direta ou
indireta da estrutura secretória produz profundo aumento da secreção salivar. O
mediador químico envolvido nesse processo é a acetilcolina (Ach), podendo esse efeito
secretor ser bloqueado pelo uso da atropina. Também existem evidências da
participação do peptídeo intestinal vasoativo (VIP) nesse processo secretório.
Estudos mostram que a secreção fluida da parótida é acetilcolina dependente, não
estando a secreção proteica da parótida na dependência de ação colinérgica. Assim a
parótida tem inervação simpática por intermédio de receptores α e β-adrenérgicos. A
estimulação dos receptores β-adrenérgicos induz a secreção fluida, mas aumenta
consideravelmente a secreção proteica.
A secreção salivar nos ruminantes está muito na dependência da presença do
alimento na cavidade oral, não sendo evidente que haja ação reflexa da secreção salivar
nesses animais. Assim, a preensão e mastigação do alimento têm forte papel na indução
da secreção. Por outro lado, a ruminação também se constitui em um forte estímulo para
ativar a secreção das glândulas salivares.
Informações de diversas fontes mostram que o alongamento do esôfago
terminal, cárdia, orifício retículo-rúmen ou retículo-omasal provoca um grande aumento
na secreção da parótida. Porém, a estimulação táctil destas áreas e das paredes do
retículo tem pouco efeito. A distensão do rúmen de ovinos e bezerros anestesiados
aumenta o fluxo de saliva da parótida e residual até 10 vezes, mas inibe a secreção
progressivamente à medida que aumenta a pressão arterial. A inflação do esôfago só
estimula à secreção da parótida. Quando apenas o rúmen foi inflado, a secreção foi
inibida. Distensão do abomaso é ligeiramente inibidor da produção de saliva. O
enchimento do rúmen produz um aumento significativo da concentração muco-proteína
de saliva submandibular, sem alterar significativamente a concentração de outros
componentes. Respostas para infusões ruminal de ácidos graxos voláteis, HCL e água
tem sido variável, mas não parecem ter muito efeito global.
COMPOSIÇÃO DA SALIVA
A saliva tem composição de 99-99,5% de água, sendo a matéria seca da saliva
constituída de material inorgânico (cloretos, fosfatos, bicarbonato de potássio e
bicarbonato de sódio) e orgânico (proteína, mucina, e outras substâncias de baixo peso
molecular). Nos ruminantes, a secreção salivar tem pH alcalino (8,2 – 8,4) e, por meio
da saliva, há incorporação para o rúmen de 250 g de Na2HPO4 e de 1,2 kg de NaHCO3
durante 24 horas.
O controle da secreção de Na+, K+, HCO3 e PO4 pela saliva tem merecido
estudos detalhados pelos pesquisadores. Os resultados evidenciam que a concentração
de Na+ e K+ no fluido secretor é a mesma do soro. Contudo, a concentração de HCO=3 e
PO4= é de 4 a 15 vezes maior do que aquela encontrada no soro. Esse fato faz com que
haja a necessidade de controle da atividade secretora por intermédio de mecanismos
regulatórios que envolvam a atividade renal.
Os achados experimentais tem revelado que a concentração dos elementos
inorgânicos na saliva não é constante, mas está na dependência da quantidade de saliva
secretada (fluxo). Quando o fluxo aumenta ocorre elevação da secreção de Na+ e
HCO=3; em contrapartida, há redução de K+ e PO4=. Por outro lado, se houver alteração
do equilíbrio eletrolítico nos ruminantes, por exemplo a redução da quantidade de Na+,
haverá substituição da secreção glandular da parótida de Na+ por K+. Assim, existe um
processo adaptativo na secreção salivar, pelo qual há incorporação de HCO3- e PO4=
para o rúmen.
Dados de três espécies diferentes são mostrados na tabela 2. O teor de matéria
seca está em um intervalo de 1,0-1,4%, já o de cinzas é de 0,7-1,5%. Os principais
componentes inorgânicos na saliva da parótida são Na, P e CO², com menores
quantidades de Cl, K e pequenas quantidades de Ca, Mg e quantidades variáveis de N e
S.
Embora a concentração de eletrólitos da saliva da parótida seja geralmente
maior do que a do plasma, a pressão osmótica da saliva mista, é isotônica ao plasma.
Em consequência, as glândulas salivares, como um todo, não são obrigadas a trabalhar
contra um gradiente osmótico. Kay (1960) considera que esta é a principal razão que as
glândulas salivares são capazes de produzir tais quantidades de saliva.
Tabela 2 Composição da saliva de três espécies de ruminantes.

Ovinos Bovinos Bufalo

Componentes Parotida Mista Parotida Mista Parotida

MS % 1,28 1,29 - - 1,2

Cinzas % 0,97 0,84 - - 0,85

N, mg/d l 20 20 - - -

Na, mEq/l 177 193 127 126 146

K, mEq/l 8 11 7 6 15

Ca, mEq/l 0,4 1,2 3,3 - 5

Mg, mEq/l 0,6 0,6 - - -


P, mEq/l 52 40 23 26 49

Cl, mEq/l 17 10 7 7 -

CO², mEq/l 104 69 127 126 -

pH 8,1 8,6 - - 8,5

O teor de N de saliva é variável como são os outros componentes, mas


geralmente é da ordem de 0,1-0,2% do que é de 60-80% de uréia N. As proteínas
salivares vem principalmente das glândulas produtoras de muco e é composta de
glicoproteínas. Ácido siálico (ácido N-acetilneuramínico) é encontrado em grandes
quantidades. Glactosamine N-acetil e hexosamina também são encontrados em
quantidades apreciáveis.
FUNÇÕES DA SALIVA
Há uma série de funções salivares em ruminantes que tenham sido confirmados
por dados experimentais e várias que foram propostas por diferentes escritores.
• Auxílio na Deglutição e Mastigação
A saliva, devido ao alto teor de umidade, facilita a mastigação e a deglutição.
Durante a mastigação, ocorre umidificação e entumecimento dos alimentos e
desprendimento de nutrientes essenciais e substâncias que estimulam a sensibilidade
gustativa e a secreção de saliva e suco gástrico.
Nos ruminantes, existe a lipase salivar que atua na hidrólise de triglicerídeos.
Apresenta uma ação lubrificante, principalmente devido a presença de mucina
(complexo altamente lubrificante composto de ácido neuroamínico e N acetil
galactosamina), facilitando o “deslizamento” do alimento, na deglutição e na
ruminação.
• Atividade enzimática da saliva
A saliva de muitos mamíferos contém amilase salivar, embora este não parece ser
o caso em ruminantes (tópico sobre as glândulas nasolabial). Ruminantes domésticos
são conhecidos por produzir uma enzima (na verdade, um grupo de enzimas), referida
como lipase salivar. Dados de um número de laboratórios diferentes indicam que esta
enzima (s) hidrolisa preferencialmente ácidos graxos de cadeia curta, tais como butírico
e capróico de triglicerídeos. A hidrólise de triglicerídeos de cadeia longa é muito mais
lenta e menos completa. Atividade é consideravelmente menor do que a lipase
pancreática e há pouca atividade remanescente em um pH de 2,5 ou no intestino
delgado. Assim, esta enzima se presume ser de primordial importância para os animais
lactentes.
• Atividade de tamponamento
A capacidade de tamponamento da saliva é provavelmente uma das suas funções
mais importantes, porque algum mecanismo deve estar disponível para manter o pH
ruminal dentro dos limites fisiológicos para os tecidos e os microrganismos a que estão
adaptados. Em bovinos, bicarbonato e fosfato são responsáveis por cerca de 90% do
teor de ânions e Na é pelo menos 18 vezes mais concentrado do que K. Como
observado na tabela 1, a saliva de algumas glândulas está fortemente protegida. Vários
estudos têm demonstrado que a saliva é uma mistura de tampões fraco com pH acima de
7,5 e abaixo de 5,5, portanto, a saliva é bem protegido contra o ácido, mas mal
protegido contra álcalis. Parcialmente neutralizado ácidos no rúmen também servem
como tampões no rúmen. Alguns autores sugerem os tampões salivares como a primeira
linha de defesa do rúmen contra ácidos (VFA normal), mas que a saliva, por si só, não é
suficiente para o bom funcionamento do rúmen contra todos os ácidos produzidos. A
ação da saliva não é muito eficaz contra um ácido mais forte, como o ácido lático que
está apto para estar presente quando o rúmen está com pH abaixo de 5,5.
• Outras propriedades
A saliva é, naturalmente, um fator importante no paladar, principalmente quando
um animal consome alimento seco. Além disso, a mucina, uréia, P, Mg e Cl são
nutrientes necessários ou utilizados (mucina) pelos microoganismos. Outros
experimentos indicam que as propriedades anti-espuma da saliva é um fator importante
na prevenção ou redução da severidade de timpanismo ruminal. O rúmen possui um
alto teor de água e estima-se que mais de 70% da água que entra no rúmen faz isso
através de saliva. Assim, a saliva, sem dúvida, ajuda a manter um ambiente físico-
químico desejável para a fermentação microbiana. Os vários íons, orgânicos e
inorgânicos ajudam a manter uma pressão osmótica relativamente estável no rúmen.
Nos casos em que pressão osmótica do rúmen ou sangue foi alterada com vários
produtos químicos, os estudos mostram que um aumento da pressão osmótica do sangue
ou do líquido ruminal resulta em uma redução do fluxo salivar (12).
VARIÁVEIS QUE AFETAM A QUALIDADE OU QUANTIDADE DA SALIVA
As variáveis na produção de saliva podem ser parcialmente explicadas pelo
fato de que a secreção de saliva é maior durante a alimentação, do que no repouso.
Além disso, a textura física e teor de umidade dos alimentos consumidos têm um efeito
marcante na produção salivar. Presumivelmente, a palatabilidade de uma ração é afetada
pela sua natureza física, gosto e cheiro que são fatores importantes. Um exemplo do
efeito de diferentes alimentos é mostrado na tabela 3.

Tabela 3. Produção de saliva por bovinos consumindo diferentes tipos de alimentação.


Produção de saliva Taxa de
passagem, g
Alimentos g/g alimento mL/ min alimento/min

Ração Peletizada 0,68 243 357


Pasto fresco 0,94 266 283
Silagem 1,13 280 248
Pasto seco 3,25 270 83
Feno 3,63 254 70
Adaptado de Bailey (1959)

Neste exemplo, a produção de saliva foi medida através do recolhimento do


alimento ingerido via cânula e pesando-os, quando os animais foram alimentados com
uma quantidade conhecida de ração. Verifica-se que a produção salivar/min não foi
muito diferente entre os alimentos, mas como alguns dos alimentos foram consumidos
em um ritmo mais rápido, a quantidade de produção salivar (g/g de ração) variou de um
mínimo de 0,68 da ração peletizada para um maximo de 3,63 g quando o feno foi
consumido. Outros estudos desse tipo têm mostrado que pode haver uma variação de
mais de 10 vezes na produção de saliva, seja pela natureza física do alimento ou por
tipos de alimentos, ou seja, alimentos secos, alimentos fibrosos, em oposição ao pasto
fresco de baixo conteúdo de fibra. A taxa de passagem é correlacionada com a produção
salivar. Vários experimentos foram realizados em animais com cânulas nas glândulas
parótidas. Embora a secreção da parótida seja contínua, a taxa de secreção aumenta
durante a alimentação e ruminação. Em um estudo de taxas de secreção, encontrou-se
no final de cada período de descanso, depois de comer, uma taxa de 5 ml/min e no
período imediatamente antes de comer a secreção encontrava-se em cerca de 20 ml/min.
Este padrão de crescimento gradual ao longo do período entre as refeições também foi
observada quando a mastigação durante a ruminação ocorreu no lado operado da boca.
A taxa de fluxo de uma glândula parótida (bovinos), é em média 20, 25 e 10 ml/min
durante a alimentação, ruminação e descanso, respectivamente, para uma produção
diária de cerca de 20 litros (9).
A mastigação do lado operado da boca (cânula em apenas um lado) é o
estímulo mais eficaz para a secreção de saliva da parótida. Quando ocorre a mastigação
do lado oposto, a taxa de secreção é baixa ou nula durante períodos de descanso,
indicando que a mastigação adjacente à glândula parótida é necessária para a
estimulação da secreção (ruminantes pode mastigar em apenas um lado da boca em um
determinado momento). Com relação a glândula mandibular, um estudo indicou que a
secreção durante a alimentação (30 min) foi igual ao período de descanso e período
ruminação de 12/08 h (Bartley 1976).
A secreção da parótida diminui durante a inanição ou esgotamento da água.
Depois da administração de água através de fístula ruminal, o fluxo de saliva parótida
diminui.
VARIAÇÃO NO CONTEÚDO DE MINERAIS E NITROGÊNIO
Denton (1956) foi o primeiro a demonstrar que uma dieta deficiente de sódio, em
ovinos, tem um efeito marcante sobre o teor de Na e K da saliva parótida, o mesmo
autor, ainda demonstrou que uma fístula salivar poderia ser usada para produzir uma
deficiência de sódio rapidamente se a saliva segregada não for devolvida para os
animais oralmente ou intra-ruminalmente. Nestes estudos foi observado que a
concentração de Na-K foi de cerca de 180 e 10 mEq /l com uma dieta normal e que a
reposição adequada de sódio teve pouco efeito. Quando a reposição de Na não foi
permitida, o animal ficou gravemente deficiente, e o volume de saliva diminuiu de cerca
de 3-1 l / d, a concentração Na caiu de cerca de 180 para 60 mEq / l, e a concentração de
potássio aumentou para cerca de 120 mEq / l. Este tipo de resposta tem sido confirmado
várias vezes em outros laboratórios, e esta informação tem sido utilizada no campo para
avaliar o estado de Na animais.
Vários estudos têm mostrado que o teor de N da saliva pode ser variável, dentro
de um intervalo de 80-40 mg /dl. A concentração de uréia é inferior à do plasma
sanguíneo, Sasaki (1969) verificou que animais alimentados com dieta de baixa
concentração de N, a concentração de N na saliva variou entre 37% e 85% , em dietas
com elevada concentração de N a saliva parotídea variou de 4 a 18 mg / dl. Em Ambos
o total de uréia N pode ser aumentado pela maior ingestão de N dietético (Doyle 1982),
os autores calcularam que 4-8% do N da dieta sobre volumosos de boa qualidade e 4-
22% em dietas pobres pode ser reciclado para o rúmen através da saliva. As estimativas
de outros laboratórios estão disponíveis sobre este tema (ver ref.15).
O total de S na saliva da parótida variam entre 1,4-12,5 mg /L e pode ser reduzido
para 0,3-10 mg / l. Não está claro neste momento se a transferência do sangue para a
saliva está essencialmente relacionada com os níveis de sangue (Doyle 1982). Estudos
com ovinos em que foram administradas infusões intravenosas de P indicam que as
glândulas salivares, provavelmente têm um papel importante na regulação do equilíbrio
P, pelo menos durante curtos períodos de tempo (Obara et al 1979). Vários minerais
foram encontrados em saliva, mas não se tem informações suficientes para saber os
níveis típicos.
DESENVOLVIMENTO DA SECREÇÃO SALIVAR EM RUMINANTES JOVENS
As glândulas parótidas desenvolvem mais lentamente em ovinos alimentados com
leite do que ovinos em pastagem. Glândulas de cordeiros em pastejo, consumindo leite e
feno, ou só leite, são susceptíveis de ser imaturo, antes de 4 semanas de idade. Em um
estudo de pastejo, cordeiros atingiram taxas de fluxo de adultos em 7-10 semanas de
idade. A taxa de fluxo foi correlacionada com o peso fresco do rúmen, mas não com o
peso corporal. Em adultos, a saliva residual (todos esperam que a parótida), constituído
por cerca de 41% da saliva total, mas em cordeiros é de apenas 26%. Composição
salivar variou mais com a taxa de secreção e menos com a idade. A concentração de Cl
caiu com a idade (Kay 1960). Em outro estudo os cordeiros foram alimentados com
forragem grosseira e leite, leite, leite e feno, ou uma dieta sintética contendo amido,
leite em pó integral fortificado e NaHCO³. Os dados mostraram que os cordeiros
recebendo o leite e feno ou a dieta sintética secretaram menos saliva do que aqueles que
receberam leite e forragem grosseira. Em um experimento, diferentes comparações
foram feitas entre cordeiros de 63 dias de idade que tinham pastejado com as mães e
cordeiros que pastejaram até 63 dias de idade, mas foram, então, limitados a uma dieta
de leite por mais 70 dias. A produção de saliva da parótida dos cordeiros em pastagem
foi significativamente maior do que a secreção de cordeiros que retornaram à dieta de
leite. Concluiu-se que as glândulas parótidas são desenvolvidas em resposta à
estimulação mecânica dos alimentos e que houve uma regressão do desenvolvimento da
glândula quando este estímulo foi removido.
Em outro estudo (Sasaki 1969), foi demonstrado que ocorreu um aumento
acentuado na produção saliva com a idade em bezerros. A secreção da parótida/g de
tecido aumentou 7 vezes entre 1 e 13 semanas, em bezerros alimentados com leite, feno
e grãos, mas aumentou muito pouco em animais alimentados com leite apenas. A saliva
mista também aumentou nos animais MHG. A saliva mista foi ligeiramente inferior,
mas nenhum efeito da idade foi demonstrada. O bicarbonato aumentou com a idade e Cl
caiu para níveis de adultos por seis semanas em bezerros MHG e nove semanas em
bezerros alimentados com leite.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A saliva é produzida em grandes quantidades por cinco conjuntos de glândulas
pareadas e três glândulas não pareadas, com as glândulas parótidas, aparentemente
representando 40-50% de Produção total. A evidência indica que os ovinos adultos
produzem 15 l ou mais/d, quando alimentados ad libitum e que o gado pode produzir
180 litros ou mais quando alimentado com pasto de alta qualidade. O montante
produzido por vacas leiteiras é, sem dúvida, consideravelmente maior. A saliva serve
como um auxílio na formação e deglutição do bolo alimentar e como um agente
tamponador importante no rúmen. A quantidade limitada de atividade da lipase é
presente; alguma atividade de amilase pode ser derivada a partir de secreções das
glândulas nasolabial encontrado na derme do focinho de algumas espécies. A saliva
também fornece alguns nutrientes para microorganismos do rúmen. A produção de
saliva - tanto em quantidade e qualidade varia com a alimentação, ruminação e repouso.
Os teores de umidade e da natureza física dos alimentos afetam a produção total, e
outros fatores dietéticos, tais como sódio ou uréia pode influenciar a composição da
saliva. No animal jovem, as glândulas salivares desenvolvem em estreita coordenação
com a função ruminal.

REFERÊNCIAS
BERCHIELLI, T. Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: São Paulo, 2011.
CHURCH, D.C. El rumiante. Fisiología digestiva y nutrición. Zaragoza: Acribia, 1988.
Cap.10, p.225–242.
DUKES, H. H. Fisiologia dos animais domésticos. 1993.
REECE, W. O. Fisiologia de animais domésticos – São Paulo: Roca. 1996.

Vous aimerez peut-être aussi