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X CONGRESSO BRASILEIRO DE REFRIGERAÇÃO, AR CONDICIONADO,

VENTILAÇÃO, AQUECIMENTO E TRATAMENTO DE AR.

REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO – REVISÃO SOBRE


AS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS.

José de Araujo, João Pimenta e Ênio

Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia


Mecânica. LaAR, Laboratório de Ar Condicionado e Refrigeração (www.laar.unb.br)
70910-900, Brasília, DF, BRASIL.

Resumo: Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica sobre as tecnologias


atualmente disponíveis que utilizam o ciclo de absorção. Pesquisa à literatura evidencia
que sistemas de simples e duplo efeito continuam em destaque, com avanços
consistentes nas pesquisas para desenvolvimento de equipamentos de triplo efeito.
Refrigeradores domésticos utilizando amônia-água-hidrogênio também merecem
significativa citação. As soluções binárias amônia-água e água-brometo de lítio
continuam a ser bastante empregadas, embora muitas pesquisas estejam em
andamento na busca de outros fluidos de trabalho. Encontram-se muitos estudos
relacionados com o aumento do processo de absorção do vapor de refrigerante pela
solução absorvente. Neste esforço, destacam-se duas correntes principais de
pesquisa: a aplicação de aditivos e nanopartículas à solução; e modificações na
geometria e nas superfícies de componentes do absorvedor.

Palavras-chave: Ciclo de absorção, Tecnologias disponíveis, Fluidos de trabalho,


Absorvedor, Coeficiente de Performance.

1. INTRODUÇÃO

Os sistemas de refrigeração baseados no ciclo por absorção têm experimentado


altos e baixos desde sua primeira aplicação efetiva em 1859. Predominantes no inicio
da indústria de refrigeração e ar condicionado, tais sistemas perderam competitividade
quando do advento da distribuição de energia elétrica a baixos custos entre o final do
século XIX e o inicio do século XX.
Atualmente tem-se observado um interesse renovado nos ciclos de absorção, face
às crescentes preocupações com questões energéticas e ambientais. Configura-se
então um desafio para o engenheiro, voltado para aplicação ou pesquisa, ter acesso a
informações técnicas sobre sistemas de refrigeração operando sob o ciclo de absorção,
uma vez que a literatura sobre o assunto é escassa e dispersa. Raras iniciativas (Wu e
Eames, 2000; Kang et al, 2000; Srikhirin et al, 2001) agrupam informações sobre
tecnologias de absorção e inovações ligadas a elas.
Este artigo reúne em texto único tais informações, com enfoque sobre tecnologias
disponíveis e pesquisas voltadas para novos fluidos de trabalho e melhoria da eficiência
do processo de absorção.
1.1 Fundamentos
A exemplo de um ciclo de compressão de vapores, o ciclo básico de absorção
opera com dois níveis de pressão, estabelecidos pelas temperaturas de condensação e
evaporação, respectivamente. Num ciclo de absorção, o compressor é substituído por
uma solução binária (refrigerante + absorvente) e três componentes: o absorvedor onde
a solução absorve (“aspira”) o refrigerante, uma bomba de recirculação para elevar a
pressão da solução e um gerador onde ocorre a separação do refrigerante do
absorvente, por meio de adição de calor. No mais, o refrigerante sofre os mesmos
processos de condensação, expansão e evaporação existentes num ciclo de
compressão de vapores, numa forma contínua. Um ciclo básico de absorção e seus
principais componentes são mostrados na Fig. 1.

vapor de refrigerante

Gerador qg Condensador qc
Ts Tc
calor
Solução

Válvula
Alta pressão
redutora
de
Baixa pressão
pressão
vapor de refrigerante
Bomba
Absorvedor Evaporador
qa qe
Ta Tr

Fig. 1: Ciclo básico de absorção e seus componentes principais

Variações a partir do ciclo básico de absorção, acrescentando ou suprimindo


componentes, operando com mais de dois níveis de pressão, utilizando diferentes
soluções binárias ou ternárias vêm ocorrendo desde então, constituindo o que
passamos a nomear de novas tecnologias de absorção.
O termo absorção descreve a transferência de vapor para uma mistura binária na
fase líquida. A absorção guarda uma similaridade com a condensação, uma vez que
ocorre uma mudança de fase de vapor para líquido. Contudo, o processo de absorção
implica na existência prévia de uma substância na fase líquida no absorvedor.
O Coeficiente de Performance (COP) caracteriza o desempenho de um ciclo de
refrigeração. Quanto maior, melhor. O COP de um ciclo de absorção representa
aproximadamente 1/3 do COP de um ciclo de compressão de vapores. Contudo deve-
se levar em consideração nessa análise que o custo da energia elétrica para o trabalho
de compressão, é bem maior do que o custo da energia térmica. Defini-se então o
COP de um ciclo básico de absorção pela seguinte relação:
Taxa de refrigeração
COP = (1)
Taxa de calor adicionado ao gerador

Costuma-se desconsiderar o trabalho de bombeamento no ciclo de absorção. As


taxas de refrigeração e de calor adicionado ao gerador podem ser expressas pelas
temperaturas em jogo no sistema, fazendo com que o COP possa ser definido pela
seguinte equação:

Tr (Ts − Ta )
COP = (2)
Ts (Ta − Tr )

Onde,
Tr – Temperatura do refrigerante no evaporador;
Ts – Temperatura da solução no gerador;
Ta – Temperatura da solução no absorvedor.

Considera-se que a temperatura da solução no absorvedor é aproximadamente


igual à temperatura do refrigerante no condensador (Tc).

2. TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS

2.1 Sistemas de simples efeito

2.1.1 Simples efeito com solução água-brometo de lítio


O brometo de lítio é um sal sólido, cristalino, altamente higroscópico. Quando
dissolvido, tem uma tremenda afinidade por vapor d’água. Em sistemas à base de
água-brometo de lítio, a água faz o papel do refrigerante enquanto a solução de
brometo de lítio é responsável por absorver o vapor de refrigerante oriundo do
evaporador. A utilização da solução de água-brometo de lítio em sistemas de absorção
se difundiu a partir de 1950, nos Estados Unidos, com emprego prioritariamente nas
centrais de ar condicionado de grandes prédios. A Fig. 2 mostra os componentes
básicos desse sistema.
Sistemas água–brometo de lítio operam com pressões bem abaixo da atmosférica,
resultando em infiltrações de ar. Unidades de purga acompanham os equipamentos
para eliminar não condensáveis, normalmente constituídos do ar infiltrado e hidrogênio
oriundo de reações de processos de corrosão.
qg qc
Gerador Condensador
calor Vai à torre de
arrefecimento
Trocador
de Calor

Válvula Válvula
redutora de
de pressão expansão
Bomba

Absorvedor qa Evaporador qe

Vem da torre de arrefecimento

Fig. 2 Sistema de simples efeito água-brometo de lítio.

Um trocador de calor é incorporado ao sistema, entre o gerador e o absorvedor.


Sob o ponto de vista dos fluidos de trabalho, o sistema pode ser dividido em dois
circuitos. O circuito da solução e o do refrigerante. A solução circula entre o gerador, o
trocador de calor e o absorvedor. É movida pela bomba de circulação da solução,
responsável pelo retorno da mesma ao gerador que está num nível de pressão maior
que o absorvedor. No trocador a solução que sai do gerador, a alta temperatura, cede
calor para a solução que retorna para o gerador. Isso faz com que haja uma diminuição
do calor a ser adicionado ao gerador, aumentando assim o COP do sistema em cerca
de 6%, quando comparado ao sistema sem o trocador de calor. O circuito de
refrigerante não difere daquele de um ciclo de compressão de vapores, com exceção
da temperatura de evaporação cujo valor mínimo em instalações comerciais é limitado
a 3°C, para evitar riscos operacionais (congelamento da água e cristalização da
solução).

2.1.2 Simples efeito com solução amônia-água

2.1.2.1 Sistema clássico


Tal sistema tem sido usado desde meados dos anos 1800. Originalmente sua
aplicação era para refrigeração, mas a partir de 1960 passou a ser utilizado, também,
em sistemas de ar condicionado residencial e a partir de 1970 seu emprego tem sido
considerado em instalações comerciais de aquecimento, refrigeração e ar
condicionado.
Aqui a amônia é o refrigerante e a água o absorvente. Amônia é uma substância
naturalmente extraída na natureza, produzida em larga escala e utilizada em grandes
quantidades na indústria de fertilizantes, e como matéria prima na fabricação de fibras,
plásticos e explosivos, produtos de limpeza, processos de microfilmagem e outros
tantos. É barata e ecológica para a natureza, porém tóxica para o homem. Nas
condições normais de temperatura e pressão é um gás incolor, de baixa massa
específica, porém de cheiro característico que permite sua identificação mesmo em
baixas concentrações num ambiente.
Neste sistema são utilizados analisadores e retificadores para remoção do vapor
d’água contido na mistura de vapor que sai do gerador, antes que este atinja o
condensador. Caso contrário essa água se acumula no evaporador comprometendo a
eficiência de todo o sistema. Um analisador é uma coluna de destilação acoplada à
parte superior do gerador. Um retificador é na sua essência um condensador que
condensa e reflui para o gerador aquele vapor d’água que conseguiu passar pelo
analisador, acompanhado de uma pequena parcela de vapor de amônia. Sistemas de
refrigeração para conservação de alimentos ou de processos industriais operam com
temperaturas de evaporação de -34 a -45°C, já equipamentos de ar condicionado do
tipo residencial com capacidades na faixa de 10 a 17 kW (3 a 5 TR) operam com
temperaturas de evaporação de 0°C. A Fig. 3 mostra um sistema desse tipo.

qr
Retificador

Analisador

qg qc
Gerador Condensador
calor Vai à torre de
arrefecimento
Trocador
de Calor

Válvula Válvula
redutora de
de pressão expansão

Bomba

Absorvedor qa Evaporador qe

Vem da torre de arrefecimento


Fig. 3 Sistema de simples efeito amônia-água com analisador e retificador
2.1.2.2 Sistema de ressorção
No sistema dito clássico, as temperaturas de evaporação e condensação são
constantes uma vez que as mudanças de fase ali ocorridas são isobáricas. Já no
sistema de ressorção, as operações de condensação e evaporação não se produzem
mais a uma temperatura determinada, mas numa grande zona de temperaturas. Para
tanto, o condensador é substituído por um ressorçor (absorvedor) e o evaporador por
um desgaseificador. Além disso, ele é constituído por dois circuitos de solução
independentes. Tal sistema mostrado na Fig. 4 foi proposto em 1913.

qg qr
Gerador Ressorçor
calor

Trocador
de Calor

Válvula Válvula
redutora de
de pressão expansão
Bomba

Absorvedor
qa Desgaseificador qd

Fig. 4 Sistema de ressorção

Os vapores de amônia oriundos do gerador não mais se condensam, mas sim são
absorvidos no ressorçor pela solução relativamente “pobre” que vem do
desgaseificador. No desgaseificador, a solução existente é empobrecida pela
evaporação da amônia ao retirar calor do meio que se deseja esfriar. Essa solução
então é retornada ao ressorçor por meio da sua bomba. O vapor de amônia produzido
do desgaseificador passa para o absorvedor, onde a partir daí se processa como num
ciclo convencional de absorção.

2.2 Sistemas de duplo efeito

2.2.1 Sistema duplo efeito com solução água-brometo de lítio


Devido ao COP relativamente baixo, da ordem de 0,7, sistemas de simples efeito
não conseguem competir com ciclos por compressão de vapores. Exceto em
processos onde há rejeitos de calor a temperaturas e pressões passíveis de
aproveitamento por aqueles equipamentos.
A tecnologia de duplo efeito com solução de água brometo de lítio foi desenvolvida
com o intuito de suprimir a deficiência apontada para aqueles sistemas. Com COP na
faixa de 1,0 a 1,2, é muito mais competitiva, principalmente quando utiliza queima
direta. O sistema utiliza dois geradores (alta e baixa pressão) e recebe mais um
trocador de calor (alta pressão). O vapor d’água produzido no gerador de alta é
condensado no gerador de baixa. Na seqüência a água passa por um redutor de
pressão onde parte da mesma se vaporiza, para logo em seguida voltar a condensar ao
entrar no condensador. A solução concentrada que sai do gerador de alta, passa pelo
trocador de alta, tem sua pressão reduzida e entra no gerador de baixa. Ali, a solução
recebe calor do vapor d’água que está condensando. A partir daí o processo continua
seguindo como num sistema de simples efeito.
A Fig. 5 apresenta, esquematicamente, um sistema de duplo efeito.

qg
Gerador I
calor

Trocador de
Calor de Alta
pressão

Vai à torre de
Condensador arrefecimento
qc

Trocador de Gerador II
Calor de Baixa
pressão
Válvula Válvula
redutora de
de pressão expansão

Bomba

Absorvedor qa Evaporador qe

Vem da torre de
arrefecimento

Fig. 5 Sistema de duplo efeito água-brometo de lítio

Em centros com disponibilidade de gás natural é uma opção necessariamente a


ser estudada como alternativa ou associada a soluções que utilizam tecnologia por
compressão de vapores, quer com motores elétricos ou de combustão interna.
2.2.2 Sistema duplo efeito com solução amônia-água
A literatura diferencia estágio de efeito (Herold et al, 1996). O termo duplo efeito
refere-se à configuração na qual uma certa quantidade de calor é utilizada e produz
vapor refrigerante duas vezes. É um caso especial de um sistema de dois estágios. Em
geral, sistemas de dois estágios podem ser imaginados como sendo constituídos de
dois sistemas de simples estágio.
Existem 26 diferentes tipos de configuração para sistemas de dois estágios, porém
somente alguns deles foram avaliados quanto à performance (Alefeld e Radermacher,
1994 apud Herold et al, 1996). A Fig. 6 mostra um exemplo de um sistema de dois
estágios e duplo efeito para solução amônia-água.

Retificador 2 Retificador 1
qr2 qr1

qc
Gerador 2 Gerador 1 Condensador
qg
calor

Trocador qa2
de Calor

Válvula
redutora
de pressão

Bomba

Absorvedor 2 Absorvedor 1 qa1 Evaporador qe

Fig.6 Sistema de duplo efeito amônia-água

Este sistema possui dois níveis de pressão. A fonte de calor para o gerador 1
provém do calor de absorção no absorvedor 2. O retificador 2, do estágio de alta
temperatura, é subdivido em dois retificadores que operam com níveis de temperatura
diferentes e também contribui como parte da fonte de calor do gerador de baixa
temperatura.

2.3 Sistema GAX


A sigla GAX significa trocador de calor gerador-absorvedor, do inglês “generator-
absorber heat exchanger”. Sua idealização parte do princípio de um sistema amônia-
água de dois estágios, porém com a simplicidade de configuração de um sistema de
simples efeito.
O trocador de calor entre o gerador e o absorvedor é suprimido. Agora a troca de
calor entre as duas soluções que saem daqueles componentes é feita dentro deles, daí
o termo trocador de calor gerador-absorvedor. A Fig. 7 mostra um sistema GAX.
O processo de transferência de calor e massa no trocador de calor gerador-
absorvedor é bastante complexo, envolvendo fluxos de vapor e solução em
contracorrente, com temperaturas ascendentes da esquerda para a direita. Esta
tecnologia foi patenteada em 1914 por Altenkirch e Tenckhoff. Vários estudos sobre
este sistema (Kang e Kashiwagi, 2000; Velázquez e Best, 2002; Kang et al, 2004)
apontam para uma possível produção futura em escala comercial. Um sistema GAX
amônia-água de 250 kW (71 TR) utilizando gás natural foi instalado em 1994 num
prédio público da Holanda. Opera como bomba de calor, simultaneamente aquecendo
o prédio e resfriando ambiente com computadores.

qr
R
qc
Gerador Condensador
qg
calor

Trocador
de Calor

Válvula Válvula
redutora de
de pressão expansão
Bomba

Absorvedor Evaporador qe
qa

Fig. 7 Sistema GAX

2.4 Sistema por difusão


O sistema por difusão, lançado por Platen e Munters em 1920, utiliza amônia-água
como fluido de trabalho e a inteligente solução de adicionar hidrogênio ao ciclo para
equalizar a pressão em todo o sistema. O hidrogênio fica retido no evaporador e no
absorvedor por meio de sifões líquidos, sua adição permite eliminar todas as válvulas e
partes móveis dos equipamentos, o que os torna bastante silenciosos. O hidrogênio no
evaporador causa a redução da pressão parcial da amônia, permitindo assim sua
evaporação.
A movimentação da solução se dá pela grande quantidade de bolhas
desprendidas durante a ebulição da solução no gerador, que sobe por um tubo delgado
arrastando consigo parcelas da solução até o separador. No separador, o vapor de
amônia segue para o condensador e a solução arrastada pela “bomba de bolhas” é
vertida no absorvedor. A Fig. 8 mostra um esquema simplificado de tal sistema.
A inexistência de partes móveis e o silêncio fazem com que ainda persista um
nicho de mercado para esse tipo de equipamento, na área veicular e refrigeradores de
hotel. Tal sistema ainda é objeto de estudos termodinâmicos visando avaliar e
melhorar seu COP (Zohar et al, 2005)

Condensador

Amônia líquida

Vapor de
Evaporador Amônia

Vapor de
Amônia/Hidrogênio

Absorvedor

Água/Amônia

Gerador
qg

Fig. 8 Sistema de absorção por difusão

2.5 Sistemas de triplo efeito


Equipamentos de triplo efeito utilizando queima direta e solução de água-brometo
de lítio estão sob ativa pesquisa e desenvolvimento por vários fabricantes, com a
perspectiva de aumento de COP para a faixa de 1,4 a 1,5, apesar de um pequeno
aumento do custo inicial. Das várias configurações possíveis de sistemas de triplo
efeito, três configurações vêm merecendo uma atenção maior dos pesquisadores: fluxo
paralelo, fluxo em série e fluxo reverso. Resultados desses trabalhos demonstram que
a configuração de fluxo paralelo leva a maiores valores de COP (Kaita, 2002). Um dos
grandes desafios relacionados com projetos de equipamentos de triplo efeito é a
corrosão decorrente dos fluidos de trabalho, intensificada pelas altas temperaturas em
jogo.
2.6 Outras tecnologias
A integração das tecnologias de cogeração (Hwang, 2004; Maidment, 2002; Talbi
e Agnew, 2002) e energia solar com sistemas de absorção têm avançado e sido objeto
de vários estudos e projetos já desenvolvidos (Alizadeh, 2000; Medrano et al, 2001;
Izquierdo et al, 2002; Henkel et al, 2005; Fan et al, 2006).
As associações das tecnologias por compressão de vapores e absorção têm sido
bastante exploradas (Swinney et al, 2001; Infante Ferreira et al, 2006).
A tecnologia de sistemas de armazenamento de energia também é avaliada na
literatura (Xu et al, 2007), bem como uma nova tecnologia para bombas de calor
empregando solvente para extrair refrigerante do absorvedor (Cheng, 2000).
Novas tecnologias de absorção associadas ao uso de ejetores com potencial de
melhoria do COP também são pesquisados (Eames e Wu, 2000; Chunnanond e
Aphornratana, 2004 ).

3. FLUIDOS DE TRABALHO
O custo inicial e operacional de um equipamento de absorção tem uma grande
dependência das propriedades do fluido de trabalho.
Centenas de outros fluidos foram analisadas para uso em sistemas de absorção,
água-hidróxido de sódio, água-ácido sulfúrico, amônia-tiocianato de sódio, por exemplo.
A procura por novos produtos não se limita ao fluido de trabalho, se estendendo
também aos aditivos que hoje são utilizados para aumentar a performance dos
equipamentos (Glebov e Setterwall, 2002; Vemuri et al 2006)
Muitos estudos são apresentados na literatura para substituição dos pares água-
amônia (Romero et al, 2005) e água-brometo de lítio. Os enfoques das pesquisas
variam desde o alargamento da faixa de operação sem ocorrência de cristalização
(Shiming et al, 2001), ou para redução da corrosão associada com o uso deste, ou
ainda para redução do tamanho dos absorvedores arrefecidos a ar (Dirksen et al, 2001;
Lee, J. -W. et al, 2001; De Lucas et al, 2004; Bourois et al, 2005; Donate et al, 2006).

4. AUMENTO DA EFICIÊNCIA
A boa performance de um sistema de absorção depende da eficiência do processo
de absorção no absorvedor, e também de uma eficiente separação do refrigerante no
gerador.
Num equipamento de absorção o absorvedor é o item de maior tamanho. Os
estudos de análise e melhoria da eficiência do processo de absorção também podem
ocasionar a redução do seu tamanho. Várias frentes de pesquisas trabalham para esse
fim. Uma delas investe com propostas de mudanças na sua geometria. A utilização de
tubos microrranhurados conjugados com a adição de aditivos, por exemplo (Park et al,
2003; Kim et al, 2003; Park et al, 2004); propostas de aplicação de filmes plásticos
entre os tubos horizontais para aumentar a área de interface entre a solução (Goel e
Goswani, 2005); utilização de tubos helicoidais (Yoon et al, 2005) ou verticais.
Sistemas de difusão têm merecido muita atenção dos pesquisadores. Alguns
relacionados com mudanças de geometria dos tubos verticais de movimentação da
solução – “bombas de bolhas” - em sistemas de difusão (Zhang et al, 2006). Outra
linha de pesquisa está ligada à adição de nano-partículas associadas a outras
substâncias para aumento de performance (Kim et al, 2006). Resultados desses
estudos comprovam um aumento na performance da absorção em até 5,3 vezes (Kim
et al, 2007).
Estudos analisam meios para intensificar o processo de ebulição, principalmente
quando lidando com fontes de calor de baixa temperatura, como é o caso das
tecnologias conjugadas de energia solar e absorção (Rivera et al, 2000). Também são
investigadas soluções para aumentar a eficiência do processo de separação do
refrigerante nos geradores (Balamuru et al, 2000). A aplicação de membranas no
gerador como alternativa ao destilador utilizado em sistemas amônia-água, também
demonstra potencial para reduzir o tamanho daquelas máquinas (Riffat et al, 2004).
A busca na precisão dos cálculos para avaliação do desempenho e melhoria dos
projetos desses equipamentos levou ao desenvolvimento de ferramentas
computacionais específicas para sistemas de absorção, o ABSIM, por exemplo
(Grossman e Zaltash, 2001).

5. CONCLUSÕES
Foi apresentada uma revisão bibliográfica sobre os sistemas de absorção disponíveis
comercialmente e das tecnologias associadas, ainda em fase de pesquisa. Sistemas à
base de água-brometo de lítio, de simples ou duplo efeito, sistemas à base de amônia-
água, e refrigeradores utilizando ciclo de difusão, são tecnologias comercialmente já
consagradas. Contudo, ainda carecem de avanços na eficiência dos processos de
absorção e ebulição para melhora do seu COP. Novos fluidos de trabalho vêm sendo
pesquisados, com esse objetivo e também com o de alargar a faixa de operação dos
equipamentos sem riscos de cristalização da solução. A literatura mostra uma atividade
intensa de pesquisas voltadas para o aumento da eficiência do processo de absorção,
com a tendência na modificação das geometrias dos absorvedores e a adição de
nanopartículas às soluções. Os resultados de todos esses estudos conjugados
sinalizam para uma possível redução no tamanho dos equipamentos e de custos,
consolidando tal tecnologia como uma real alternativa futura para sistemas de ar
condicionado e refrigeração, domésticos e veiculares.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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