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Escatologia, (do grego antigo escato "último", mais o sufixo-logia, “estudo”) Etimologicamente a escatologia é o
estudo das ultimas coisas, é uma parte da teologia e filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou
do destino final do gênero humano, comumente denominado como fim do mundo.

Em nosso curso escatológico trataremos dos principais pontos da escatologia, veremos as profecias de Daniel com
ênfase nas “70ª Semanas,” profecias que se constitui o esqueleto de toda escatologia veterotestamentária. Iremos
aprender detalhadamente o Capitulo 24 de Mateus, denominado “sermão das ultimas coisas”, onde o Senhor tece
toda sua sequencia escatológica. Veremos ainda todas as principais correntes teológicas sobre o arrebatamento e
concluiremos analisando os “eventos finais” onde aprenderemos a sequencia final de eventos com ênfase no pós
“Armagedom”. Após analise escatológica completa nos deteremos na ultima aula para falar de “Nova Era”, que tem
como objetivo nos mostrar a preparação dos senhores do mundo para a chegada do falso-profeta e do anticristo.

A escatologia não é algo apenas do cristianismo, todas as grandes religiões tem as suas próprias visões de o “fim de
tudo”, como provenientes do judaísmo temos muito em comum com as esperanças escatológicas judaicas, e assim

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se constituiu obrigação alinharmos nossos pontos de vistas, uma vez que Jesus, os profetas e os apóstolos eram
judeus e tiveram como primeiros interlocutores o seu próprio povo. A literatura apocalíptica representada no Novo
Testamento, mais agudamente em Apocalipse é um fenômeno presente em toda a Bíblia, onde a esperança é o
próprio Deus reinar acabando assim com as injustiças e tristezas, esse é o grande ponto para entendermos a
escatologia, já que essa literatura especifica foi produzida por profetas e apóstolos em cativeiro ou perseguições.

1. A Estátua de Nabucodonosor.
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era
excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas
coxas de cobre;
As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.
Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de
ferro e de barro, e os esmiuçou.
Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como
pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que
feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra. Daniel 2:31-35

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Essa é a primeira profecia de impacto do livro de Daniel, a base dessa visão foi um sonho dado por Deus a
Nabucodonosor rei de Babilônia, cujo conteúdo e interpretação foram dados somente a Daniel. O livro conta que
Nabucodonosor estava dormindo pensando na sequencia da historia, quando em seu sonho foi lhe dado uma grande
estatua de aparecia formidável. Essa estatua tinha a cabeça de ouro, seu peito e os braços de prata, o ventre e as
coxas de cobre, suas pernas de ferro e seus pés parte ferro e parte barro, porem enquanto via essa estatua uma
pedra foi cotada se auxilio algum, e feriu a estatua nos pés esmiuçando totalmente todos os materiais, e após a
pedra se tornou um grande monte que encheu toda a Terra. Esse sonho de cunho escatológico revela o plano
escatológico de Deus na historia, através do levante e o abatimento de impérios, a seguir analisaremos ponto por
ponto desse maravilhoso sonho.

“Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória. E onde quer
que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que
reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.” Daniel 2:37,38

A cabeça de ouro foi identificada como o reino de Babilônia cujo rei era o próprio Nabucodonosor, o agente
sonhador. O reino de babilônia foi comparado ao ouro por ser considerado o reino mais excelente da historia,
realmente a cidade de Babilônia foi a mais magnifica de toda antiguidade.

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“E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de cobre, o qual dominará
sobre toda a terra.” Daniel 2:39

Seguindo a marcha inexorável da historia surge outro império, o persa, considerado inferior ao Babilônico por Daniel
e por isso chamado de reino de prata, é composto pelo peito e braços. Nos braços que reside a grande força do
corpo e assim é chamado o império medo-persa que talvez fosse o mais poderoso de toda antiguidade, assim como
o corpo tem dois braços esse império era composto por dois povos, os medos e os persas. O exercito medo-persa
responsável pela força e extensão gigantesca do império foi com certeza o maior de toda historia antiga.

“E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de cobre, o qual dominará
sobre toda a terra.” Daniel 2:39

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Após a queda do medo-persas o sonho de Nabucodonosor introduz um terceiro império o grego, que com um
pequeno contingente de soldados consegue a proeza de dominar todo o mundo antigo. Assim como nos membros
inferiores que esta nossa velocidades, a Grécia rapidamente dominou o mundo, e semelhante ao cobre que é muito
mais maleável que outros metais, assim foi o império grego flexível com seus súditos. O grande trunfo do império
estava em seu líder, Alexandre o grande que com sua coragem e pericia militar varreu todo o mundo antigo.

“E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que
quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.” Daniel 2:40

O quarto império seria o mais forte, comparado ao ferro que tudo esmiúça e inflexível como esse metal que tudo
quebra. Suas duas pernas simbolizam o império ocidental cuja capital era Roma e o império oriental cuja capital era
Constantinopla. A força do império romano estava em seu controle sobre os povos conquistados, garantidos por
suas legiões espalhadas por todo o império. Roma era o império vigente durante a vida de Jesus seus apóstolos, foi
Tito príncipe e general romano que destruiu Jerusalém e espalhou os judeus pelo mundo por quase 2000 mil anos.
As pernas de ferro representam o império romano que já deixou de existir, sua perna esquerda (império oriental)
caiu para os bárbaros em 476 da era cristã, já a perna direita (império ocidental) caiu para os otomanos (império de
religião islâmica) em 1454.

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“E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será
um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado
com barro de lodo. E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma
parte o reino será forte, e por outra será frágil.” Daniel 2:41,42

Chegamos ao ultimo império visto por Nabucodonosor, na verdade esse continua sendo o quarto império, enquanto
as pernas de ferro são a representação do império romano antigo que já caiu, os pés parte de ferro e parte de barro
é a revelação do império romano escatológico. Alguns veem na mistura ferro e barro as formas de governo atual, o
barro marcando a flexibilidade do capitalismo e o fero denotando a rigidez do comunismo. É importante assinalar
que durante o império dos pés de ferro e barro que a pedra que é Jesus acabara com os reinos humanos e
estabelecerá o reinado do Messias, o milênio. Quando diz que a pedra esmiuçará os reinos humanos, se refere ao
fim da era dos homens e o inicio do governo milenar do Senhor, onde todos os reinos da terra estarão submetidos
ao Jesus.

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2. Os animais estranhos de Daniel

Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu
agitavam o mar grande. E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro
era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado
da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e
eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três
costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. Depois disto, eu
continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas
costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. Depois disto eu continuei
olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha

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dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente
de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.

Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três
dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma
boca que falava grandes coisas. Daniel 7:2-8

Esse sonho profético de Daniel contido no capitulo 7 de seu livro é uma confirmação e ampliação do sonho de
Nabucodonosor no capitulo dois. Nesse sonho Daniel vê 4 animais poderosos, cada um representando um império
visto na estatua do sonho do rei da Babilônia, esses animais subiam do mar, termo bíblico para nações da terra (Is
40:15; Ap 17:15; mais especificadamente para as nações da bacia do mediterrâneo de onde surgiu todos esses
impérios), significando que essas nações são gentílicas, já que profeticamente terra ´Israel (Js 1:15; Sl 37:29; Dn 9:24;
Zc 2:12). Nesse sonho de Daniel os mesmos impérios são retratados com figuras animalescas, sendo o leão o império
babilônico, o urso o persa, o leopardo alado a Grécia e o animal espantoso o império romano em suas duas faces, a
histórica que já caiu e a escatológica para a tribulação.

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“O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e
foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.”

Daniel 7:4

Assim como o ouro, o leão é um símbolo da realeza e do poder, e esse mesmo leão era o símbolo usado por
Nabucodonosor em suas guerras, as asas cujo leão era dotado mostrava a velocidade das conquistas de
Nabucodonosor. As asas arrancadas fazem alusão primeiro a queda do império, conquistados em 539 a.C. pelos
persas e segundo a Nabucodonosor que após reconhecer o Senhor pode voltar ser homem (coração de homem, Dn
4). Assim sendo podemos ligar as duas visões em Daniel, onde a cabeça de ouro e o leão alado representam o reino
babilônico com sua expressão máxima em Nabucodonosor.

Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado,
tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
Daniel 7:5

O urso da visão de Daniel 7 representa o poderoso império persa, representado no sonho da estatua como o peito e
braços de cobre, o urso é um animal muito forte porem lento e assim foi a característica do império persa, um
período de conquistas lento e muito extenso. Já as 3 costelas na boca do urso demonstra os 3 impérios que os persas
necessitaram abater para conquistar o mundo antigo, e são esses a babilônia, o Egito e a Lídia (império localizado na
Ásia Menor). Foi durante o império persa que os judeus enfim puderam regressar do cativeiro babilônico, sendo
província desse império até sua queda frente aos gregos de Alexandre o magno.

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“Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de
ave nas suas costas; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” Daniel 7:6

O terceiro animal o leopardo alado corresponde ao ventre e coxas de cobre da estatua de Nabucodonosor, esse
animal era considerado o mais rápido de todos para o mundo antigo e demonstra a rapidez que os gregos
dominariam o mundo, suas 4 asas representam os 4 ventos (4 cantos do mundo) e mostram a extensão desse
império. Suas 4 cabeças representam os 4 generais de Alexandre o grande, que dividiram seu império após sua
morte repentina.

“Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os
outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em
pedaços e pisava aos pés o que sobrava; E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do
outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava
grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.” Daniel 7:19,20

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A quarta besta é uma espécie que não possuía uma classificação no reino animal, por isso é classificada por Daniel
como um animal terrível e espantoso, essa besta descreve o império romano, assim como as pernas de ferro e os
pés parte de ferro e parte de barro da estatua de Nabucodonosor. Assim como no relato de Daniel capitulo 2 o ferro
é descrito como esmiuçando tudo (conquistando todos os impérios) o animal espantoso é descrito com dentes de
ferro que com grande poder devorava e fazia em pedaços todos em seu caminho, o animal não pode ser identificado
por Daniel pois era uma espécie que não existia e não fazia parte da cultura judaica, porem em Apocalipse podemos
ver aos olhos da cultura greco-romana que o tal anima era um dragão (Ap 12:3). O mistério dos chifres também é
revelado por Daniel, que semelhantemente a estatua de Nabucodonosor com seus 10 dedos representando 10
reinos, assim também é o significado dos 10 chifres, a profecia dos 10 reinos possui dois cumprimentos, o histórico
no império romano no passado e escatológico no império romano na tribulação. Vejamos as duas visões das 10
nações da estatua de Nabucodonosor e do animal terrível sonhado por Daniel:

Esse mapa mostra a divisão dos reinos bárbaros dentro do império romano na idade média, onde 5 nações são
consideradas pacificas e a favor do império (francos, Visigodos, Suevos, Lombardos e Burgúndios), já as outras 5
nações barbaras eram consideradas belicosas e destrutivas ao império romano (Vândalos, Hérulos, Ostrogodos,
Germânicos e Anglos).

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Essa divisão acima, feita pelo clube de Roma divide o mundo em 10 grandes regiões (10 dedos e 10 chifres), 5 dessas
regiões são consideras capitalistas e por isso identificadas com a parte de barro, por ser flexível (América do Norte,
Europa Ocidental, Japão e região, Austrália, África do Sul e suas regiões e América Latina), já 5 dessas regiões são
consideradas socialistas e por isso identificadas com a parte de ferro, já que são países inflexível e chamados cortina
de ferro (Rússia e Europa Oriental, África Central, Mundo Árabe (Norte da África e Oriente Médio), Índia e sua região
e a China).

Clube de Roma é uma organização não governamental cujos membros são presidentes e ex-presidentes das nações,
embaixadores e outras pessoas de cargos de grande influência no cenário político mundial. Essa organização auto
define sua missão como atuação como catalista global que é livre de interesses políticos, ideológicos ou comerciais.
Segundo ainda a própria organização, o Clube de Roma contribui para a solução do que se chama problemática
mundial, que é o conjunto complexo dos problemas cruciais que desafiam a humanidade, como: problemas políticos,
sociais, econômicos, tecnológicos, meio ambiente, psicológicos e culturais.

3. A visão do carneiro, do bode e do chifre pequeno

E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha dois chifres; e os
dois chifres eram altos, mas um era mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. Vi que o
carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia
resistir; nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade, e se
engrandecia. E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas
sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre insigne entre os olhos. E dirigiu-se ao carneiro que
tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no ímpeto da sua
força. E vi-o chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres, pois
não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; não houve
quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na
sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também
insignes, para os quatro ventos do céu. E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu
muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa. Daniel 8:3-9

Essa terceira sequencia de profecias do livro de Daniel é muito complexa e abrangente, juntando em si elementos
das duas primeiras series fatos históricos e elementos escatológicos. O carneiro nessa profecia representa o império
medo-persa (semelhante ao peito e braços de cobre e o urso com costelas na boca). Seus dois chifres identificam a
os povos geradores do império os medos e os persas, sendo os persas maiores por ter submetido à média, quando
fala que o chifre maior é o ultimo a subir relata que sempre a média foi senhora da pérsia, porem no começo do
império a pérsia conseguiu sair do julgo da média e a conquistar. A sequencia dos eventos mostra que o carneiro da
marradas (conquista) para o ocidente (Ásia Menor e Lídios), para o norte (babilônia) e para o sul (Palestina e Egito).

O bode vindo do ocidente (referencia a Grécia ao ocidente do império persa), sem tocar o chão (talvez referência à
velocidade da conquista), o chifre destacado que o bode possuía é a descrição de Alexandre o magno, o grande líder
grego. O bode sai vitorioso da guerra e Alexandre o grande conquista todo o império persa, e se tornou soberano do
mundo antigo. Porem no auge de seu poder Alexandre morre misteriosamente e em seu lugar se levanta seus 4
generais que dividem entre si o império.

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Porem, após esses 4 chifres um deles cresceu de sobremaneira e se engrandeceu muito para o sul (palestina), para o
oriente (síria) e chegou seu domínio a terra santa, Jerusalém. Esse chifre pequeno é identificado na historia como
Antíoco IV Epifânio, o violador do Templo de Jerusalém e o causador da guerra dos Macabeus.

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4. Revelação do chifre pequeno

Nesse tópico iremos tratar do “chifre pequeno” de forma escatológica, já que no capitulo 3 fizemos uma síntese
histórica sobre o primeiro aspecto da profecia, cumprida em Antíoco Epifânio. Iremos analisar o cumprimento dessa
profecia na idade média (escatologia para Daniel) e sua cabal extensão, no reino tribulacional do anticristo. Na idade
média os 10 chifres eram identificados como as 10 nações barbaras existentes dentro do império romano, cujo chifre
pequeno é tido como Clóvis o rei dos francos. Já para o reino do anticristo os 10 chifres são identificados como as 10
regiões divididas pelo clube de Roma e o chifre pequeno escatológico tentaremos identificar.

“Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três
dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma
boca que falava grandes coisas.” Daniel 7:8

“E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.” Daniel 7:24

Na idade média, como falado o “chifre pequeno” é o rei franco Clóvis, e os 10 chifres a divisão do império romano
pelas 10 nações barbaras, portanto o reino franco e seu rei Clóvis são provenientes do império romano e assim
levantado da quarta besta (império romano).

Já no cenário escatológico é consenso entre a maioria dos teólogos que os 10 chifres ou dedos da estatua serão o
reino reconstruído do império romano, esse com abrangência mundial, mais com capital e comando na Europa
Ocidental. Acreditamos que o ”chifre pequeno” será proveniente da união Europeia, ou novo império romano.

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A união Europeia passou a existir a partir do tratado de Roma, iniciando assim a reconstrução do império romano,
como mostrado no mapa da pagina 12 (possível divisão do reino do anticristo) a união da Europa visa globalizar o
mundo todo e assim dar sustentabilidade para as duas bestas (do mar e da terra). Percebemos assim que a primeira
característica do “chifre pequeno” é ser oriundo dos 10 chifres e, portanto proveniente da Europa ou império
romano renovado.

“E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.” Daniel 7:24

Clóvis identificado como o “chifre pequeno” da idade média surgiu ao poder inesperadamente, quando ele apareceu
o império romano já havia sido apresentava a divisão de seus 10 reinos (10 chifres e 10 dedos). Clóvis ascendeu ao
poder após unificar varias tribos francas e assim unificar o reino Franco (a França tem esse nome derivado dos
francos).

O “chifre pequeno” identificado como o anticristo aparecerá somente depois dos 10 chifres, isso significa que surgirá
após a divisão do mundo em 10 regiões. No capitulo 13 de Apocalipse vemos que a besta do mar identificada como o
falsoprofeta é a primeira a surgir (Ap 13:1,2) e que essa reinará por 42 meses ou 3 anos e meio (Ap 13:5), e assim ela
que cuidará do firmamento do pacto (Dn 9:27) e de conduzir os 10 chifres (governantes), após esse período de 42
meses a besta do mar cederá seu lugar a besta da terra ou anticristo (Ap 13:11,12).

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“E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e
destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua
mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.” Daniel 7:24,25

Quando apareceu para o império romano Clóvis era apenas mais um líder tribal e, portanto sem importância politica
ou militar, mas com o passar dos anos e com seu feito em unificar as tribos francas, ele se transforma em um rei de
destaque e poder, cavando assim seu lugar na politica do império romano. Para ficar claro, Clóvis surgiu como
alguém sem importância e aos poucos foi se tornando um poderoso rei, até se tornar o rei mais poderoso de todo
império romano ocidental.

Assim como foi com Clóvis, imaginamos que será com o anticristo, o “chifre pequeno” escatológico, portanto no
começo da tribulação, que será dominada pelo falsoprofeta (besta do mar) ele terá pequeno destaque e crescerá no
decorrer do período de 42 meses que reinara a primeira besta.

“E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a
terra formosa. E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas,
lançou por terra, e os pisou. E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o
sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra. E um exército foi dado contra o
sacrifício contínuo, por causa da transgressão; e lançou a verdade por terra, e o fez, e prosperou.” Daniel
8:9-12

Essa profecia se cumpriu literalmente em Antíoco Epifânio como antes assinalado, porem não a ligação dessa
profecia especifica na vida de Clóvis, mas com certeza ela terá seu cumprimento cabal no “chifre pequeno”
vindouro, que será o anticristo. Como já aprendemos o anticristo (chifre pequeno ou besta da terra) surgirá após o
período do falso-profeta (besta do mar) e reinará nos últimos 3 anos e meio (um tempo, e tempos e metade de um
tempo, Dn 7:25). O texto de Daniel 8:9-12 nos dá a ocasião especifica do aparecimento do “chifre pequeno”, no dia
que cessará o sacrifício, esse episódio é conhecido em outras passagens com a “quebra do pacto” (Dn 9:27; Mt
24:15; 1 Ts 5:3; 2 Ts 2:3). O pacto será firmado no começo da tribulação (Dn 9:27)pelo falsoprofeta que reinará nos
primeiros 42 meses (3 anos e meio) e será quebrado pelo anticristo (chifre Pequeno) que aparecerá nessa ocasião e
dominará os últimos 3 anos e meio.

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“E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará
outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.” Daniel 7:24

Voltando ao capitulo 7 temos esses fatos ocorrendo em Clóvis, que para chegar a rei do império romano ocidental e
acudir o papa precisou derrubar 3 nações (3 chifres – Dn 7:24), essas nações consideradas do grupo hostil ao império
romano (mapa pág. 12 – Europa Dividida) são os hérulos, os vândalos e os ostrogodos, todos ameaçavam a cidade
de Roma e a fé católica.

Semelhante ao processo que levou Clóvis ao poder e defendeu o império romano, a Ascenção do anticristo também
causará a queda de 3 nações (chifres) talvez consideradas hostis (comunistas – vide mapa pág. 12 – possível divisão
do reino do anticristo). Com esses dados em mente podemos reconstruir que o falsoprofeta irá fazer o pacto com
Israel e unificar o mundo em 10 regiões (mapa pág. 12 – Europa Dividida), seu reinado durará 3 anos e meio, no
final desse primeiro período aparecerá o anticristo (chofre pequeno) quebrará o pacto e aniquilará e 3 nações
(chifres) hostis.

“Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três
dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma
boca que falava grandes coisas.” Daniel 7:8

“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os


tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.”
Daniel 7:25

A referencia a proferir palavras contra o altíssimo é uma pista que o texto nos dá para o caráter do “chifre pequeno”,
alguém que se levanta contra o verdadeiro Deus e faz de si mesmo senhor (2 Ts 2:4). Esse é outra profecia que
aparentemente não pode ser aplicada a Clóvis, e sim a Antíoco Epifânio, que com seu zelo pelo helenismo
conspurcou o Templo de Jerusalém e proferiu palavras contra a religião judaica e seu Deus.

O anticristo (chifre pequeno) será aquele que se levantará como falso messias e trabalhará para enganar os judeus
para abandonarem seu Deus e o seguir. Após a quebra do pacto ele se mostrará como aquele que lutará em tudo
contra o Senhor a ponto de proferir palavras e blasfêmias contra o altíssimo. Outra pista que temos é o fato dele
quebrar as leis (Torah) de Israel, nos dando uma idéia que é conhecedor dessas e, portanto um israelita, querendo
levar os judeus a deixarem a lei.

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Como antes dito a primeiro aparecer será o falsoprofeta que reinará nos primeiros 3 anos e meios, nesse tempo
unificara o mundo em 10 regiões (chifres) e firmara o pacto com Israel (Dn 9:27), no final desses 42 meses o
falsoprofeta entregará seu reinado ao anticristo (Ap 13:11,12) que surgirá depois e dentro dos 10 chifres (governo
mundial – Dn 7:24) a ocasião especifica que ele aparecerá será na quebra do pacto (Dn 9:27) na metade da
Tribulação (Dn 8:9-12) e após reinará nos últimos 3 anos e meio (Dn 7:24,25) e seu fim será no Armagedom (Dn 7:26;
9:27; Ap 19:19-21).

O chifre pequeno será chamado de anticristo ou o oposto de Cristo, sabemos a palavra grega “cristo” é a tradução da
palavra “hebraica” messias que no português significa “ungido”, essa palavra leva o conceito de alguém semelhante
ao rei Davi (rei, sacerdote e profeta - 2 Sm 7:12), portanto para que Israel aceite o anticristo esse deverá ser da
linhagem de Davi pertencente a tribo de Judá. Para alguém reclamar o posto de messias ele precisará ser judeu
proveniente da tribo de Judá, se não for assim Israel não aceitará.

Outra característica do “chifre pequeno” é ser a “besta que sobe da terra” (Ap 13:11), que como já vimos significa
ser israelita de nascimento, já que profeticamente “terra’ é a Canaã, a terra prometida por Deus aos israelitas. Vimos
também que ele irá mudar a lei (Torah - Dn 7:24,25), característica que somente um israelita doutrinado na Torah
poderia fazer. Concordando com o argumento do Messias judeu, vemos que com certeza o anticristo será Israelita,
lembrando que para ser israelita não necessita nascer em Israel e sim ter a mãe israelita.

Um ponto que aparentemente seria discrepante ao ser analisado superficialmente é do “pequeno chifre” ser
oriundo dos 10 chifres, que como vimos é o império romano restaurado, esse ponto pode ser propiciado pelo fato de

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um europeu com mãe israelita ser considerado um israelita puro. Abaixo veremos algumas informações que nos
ajudará a traçar o perfil do “chifre pequeno” e a até dar um palpite sobre sua identidade.

“Muitas pessoas ainda não pode compreender Kate Middleton ou por que razão ela, uma suposta
‘plebeia’ iria se casar com o príncipe William. Mas escondida bem debaixo dos nossos narizes, a grande
mídia controlada está escondendo a verdade. Kate Middleton é uma judia de uma linha materna de não
praticantes, assimilado e pobres judeus sefarditas (Judeus originários de Portugal e Espanha) alinhado
com a Igreja da Inglaterra. A mãe, cujo nome de solteira é Goldsmith, praticante ou não é judia e sob a
lei judaica, se a mãe é judia, então, as crianças são judaicas, portanto, os filhos de Príncipe William serão
legalmente judaicos … .especialmente como William, sob a lei judaica, é também um judeu!”

“Sob a lei judaica, se William e Kate tiverem filhos, seus filhos serão judeus!”

“PRINCESA DIANA era judia porque sua mãe era judia, PORTANTO, os príncipes William e Harry são
judeus:”.

Fonte: FONTES: http://www.wucnews.com / http://www.portrasdamidiamundial.com

Pesquisa sobre a linhagem do anticristo:

http://www.nunes3373.com/news/a-linhagem-sanguinea-do-anticristo-parte-1-a-prova-cabal/

Os pesquisadores do plano da Nova Ordem Mundial reconheceram que o plano global para produzir o
Anticristo passa por uma linhagem sanguínea da Europa [Alemanha e França] por um descendente
merovíngio, especificamente por meio de um rei do século V, chamado Merovee. Ele adorava o urso na
forma da deusa romana Diana, que também é conhecida como a Artêmis grega, a “deusa-mãe virgem”
da caça e da lua, normalmente associada ao unicórnio.

O Anticristo deve possuir a mais distinta herança sangüínea, ou linhagem. Ele deve ter a mais pura das
heranças sangüíneas, e deve ser capaz de provar aos judeus que possui uma linhagem que pode ser
rastreada até o rei Davi. De toda a nobreza do mundo, o príncipe Willian possui a mais pura de ambas as
linhagens.

Assim que a pessoa que for o Anticristo vincular sua linhagem à de Jesus Cristo, terá vínculos com o rei
Davi, cumprindo, assim, o pré-requisito judaico de que o Messias seja da Casa de Davi. Entretanto, a
rainha Elizabeth II afirma ser da “Casa de Davi — A Linhagem Real”. Portanto, o príncipe Willian também
está vinculado com o rei Davi fisicamente, e não apenas por meio da linhagem da lenda merovíngia.

Fonte: http://quebrandocodigomarte.blogspot.com.br/2011/10/genealogia-da-familia-real-
britanica.html

20
Aprendemos com os dados acima que parte da família real britânica possui origens judaicas e reclamam para si a
própria semente de Davi, portanto alguns de seus membros poderiam reclamar a posição de messias israelita, outro
dado é que a Inglaterra (anglo-saxões) é um dos chifres da quarta besta e, portanto o “chifre pequeno” poderá surgir
desse reino. Alguns príncipes ingleses juntam em si à inédita combinação perfeita para ser o anticristo, pertencer à
linhagem judaica, por Davi e pertencer a um dos chifres da quarta besta (império romano), outra informação
importante é que nem um deles tem destaque politico mundial, pelo menos a vista do grande público, o que
legitimaria a ascensão de um deles de acordo com as profecias. A posição discreta que ocupam na politica mundial
contrasta grandemente com a força e poder que a família real britânica goza nos bastidores, onde formam o
comando do Clube de Roma (vide pág. 13, resumo sobre o Clube de Roma).

http://1.bp.blogspot.com/-KxWntl3_veg/TknF532-0DI/AAAAAAAABBc/ZTCA9tVZ4vw/s1600/WillGoat.jpg

21
Para a maioria dos teólogos que sustentam essa tese, o príncipe William pela idade é o principal pretendente ao
cargo de anticristo, alguns informantes noticiam que ele já esta sendo preparado para ser rei do Mundo.

“O Príncipe William Dá Dois Passos Enormes Para se Tornar o Futuro Cristo da Nova Era”
Passo 1: Em consonância com nossa crença que o Anticristo virá da Casa de Windsor, o príncipe William
foi iniciado em junho passado na Ordem da Jarreteira, uma ordem de cavalaria formada em 1348 e que
exerce grande controle sobre os Illuminati globais.

Passo 2: O príncipe Charles e a rainha Elizabeth II anunciaram planos de fazer o príncipe William passar
por um estágio de dois anos de duração para aprender a ser rei — um treinamento inédito na história da
Inglaterra! Estará William sendo preparado para exercer o papel de Anticristo, o "homem do pecado"?

Fonte: http://www.espada.eti.br/n2308.asp

“Preparados para ver William e Kate como rei e rainha do Reino Unido? Parece que já está decidido: de
acordo com uma fonte de dentro do palácio de Buckingham, a rainha Elizabeth 2ª já teria anunciado
oficialmente a sua decisão de passar a coroa para o neto, diz a revista Life & Style.”

“Com esse anúncio, a monarca quebra a linha natural de sucessão, que teria o seu filho, Príncipe Charles,
como próximo rei. “A majestade percebeu que William e Kate são o futuro”. Ela passou 65 anos se
certificando de que a Casa de Windsor sobreviva e enxerga nos dois a energia e a star quality para fazer
o trabalho em um mundo moderno”, afirma a fonte.”.

Fonte: https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/william-e-kate-serao-rei-e-rainha-em-breve-diz-
revista-entenda-a-historia

http://2.bp.blogspot.com/-rVZLSAxnfK8/Tkm_cn3kesI/AAAAAAAABBM/vNlKfUJ2bMU/s1600/wiilian.jpg

22
5. As 70 Semanas de Daniel

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e
para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas;
as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas
será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e
o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as
assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que
está determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:24-27

Comparando a escatologia bíblica com um edifício, as “70 semanas de Daniel” seriam as colunas de sustentação,
onde todas as outras profecias de algum modo estão assentadas dentro dessa estrutura. Todas as profecias
escatológicas tanto do Antigo como do Novo Testamento interagem e podem ser inseridas dentro de seu conceito,
as “70 semanas de Daniel” é uma espécie de guia para entender todo o contexto escatológico bíblico.

O nome “70 semanas” é tirado dentro do próprio texto (Dn 9:24 a), e significa um período de tempo para
cumprimento cabal das profecias. A interpretação de que as semanas significam anos ao invés de dias deriva do
contexto onde a ultima semana é retratada como 2 períodos de 3 anos e meio (Dn 9:27; 12:7,11), outro ponto é que
no original semana significa apenas “período de sete” e pode ser aplicado a dias ou anos.

O foco dessa profecia esta anunciado no versículo 24, onde ela é endereçada para o povo de Daniel (israelitas) e sua
santa cidade (Jerusalém), assim temos um povo determinado os judeus e uma geografia determinada à cidade de
Jerusalém. Com esse marcos definidos podemos entender que o epicentro da profecia se cumprirá sobre Jerusalém
e a Judeia e sobre o povo judaico, deixando assim a igreja fora dessa previsão.

O tempo completo dessa profecia é de 70 semanas anulares ou 490 anos, desse tempo entendemos que se
cumpriram 483 anos ou 69 semanas, e a ultima se cumprira durante a tribulação. Todo o desenvolvimento dessa
profecia se cumpriu sobre os judeus em Jerusalém e na Judéia, assim o tempo parou de correr em 70 d. C. quando os
judeus foram exilados permanentemente de suas terras.

23
Essa linha do tempo compreende toda a profecia das “70 semanas de Daniel”, desde seu inicio, passando por sua
interrupção na 69ª semana e culminando na ultima semana chamada de tribulação. Toda a profecia é composta por
uma serie de 3 eventos, do marco inicial até a restauração de Jerusalém, da restauração até a retirada do Messias e
após um intervalo indeterminado a última semana, veremos agora de forma separada cada ponto da profecia.

1º Período (do decreto a 7 semanas)

24
“Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras dos
mandamentos do Senhor, e dos seus estatutos sobre Israel: Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras,
escriba da lei do Deus do céu, paz perfeita, em tal tempo. Por mim se decreta que no meu reino todo
aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.
Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para fazeres inquirição a respeito de
Judá e de Jerusalém, conforme à lei do teu Deus, que está na tua mão; E para levares a prata e o ouro
que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel, cuja habitação está em
Jerusalém; E toda a prata e o ouro que achares em toda a província de babilônia, com as ofertas
voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente oferecerem, para a casa de seu Deus, que
está em Jerusalém. Portanto diligentemente comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, cordeiros,
com as suas ofertas de alimentos, e as suas libações, e as oferecerás sobre o altar da casa de vosso Deus,
que está em Jerusalém.” Esdras 7:11-17

Esse decreto de Artaxerxes dado a Esdras em 457 a.C. é considerado o marco inicial das “70 semanas de Daniel”,
então com essa data fixada (457 a.c.) podemos começar toda a sequencia dessa maravilhosa profecia. A primeira
parte prevê que após o decreto de reconstrução teria um período de 7 semanas (49 anos), que termina com a
reconstrução completa de Jerusalém em 408 a.C. (lembrando que quando acrescentamos anos no período antes de
Cristo chegamos mais perto do ano “0”, o que é o inverso dos calculo para depois de Cristo). Sendo assim o marco
inicial para a profecia das “70 semanas é o decreto de Artaxerxes a Esdras em 457 a.C. e o primeiro período (7
semanas) termina com a reconstrução completa de Jerusalém em 408 a.C.

2ª Período (7 semanas = 62)


“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. 25Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e
para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas;
as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26E depois das sessenta e duas semanas
será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e
o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as
assolações”. Daniel 9:24-26

25
O segundo período da profecia começa no ano de 408 a.C. (reconstrução de Jerusalém) e termina no ano de 26 d.C.
com a morte do Messias, do inicio da profecia em 457 a.C. até a morte de Cristo em 26 d.C. passam 483 anos ou 69
semanas, o que cumpri literalmente as primeiras 69 semanas (lembrando que a ultima semana, denominada
tribulação é escatológica). O questionamento que surge é como que Jesus morreu no ano 26, se ele foi executado
com 33 anos? Muito simples, a um consenso dos arqueólogos que o decreto de Cirino (Lc 2:1-3) que marca a data do
nascimento de Jesus foi no ano 6 a.C. o que configura um erro de calculo atribuir o ano de zero para o nascimento de
Jesus. Se levarmos em conta que o Senhor nasceu no ano de 6 a.C. (fonte: a Bíblia e a Arqueologia de Dr. John A.
Thompson pág. 437) e somarmos 33 anos, o resultado será 26 d.C. (não esquecer de somar o “0”)o que bate
corretamente com a profecia das “70 semanas de Daniel” que projetaram 483 anos (69 semanas) do decreto de
reconstrução de Jerusalém (457 a.C.) a morte do Messias (26 d.C.). Com o final das 69 semanas entramos em um
período indeterminado que só acabará com a firmação do pacto (Dn 9:27).

O tempo indeterminado entre a 69ª semana e a 70ª semana é chamado de “tempo dos Gentios”, esse termo foi
tirado através de uma interpretação do discurso escatológico de Cristo (Lc 21:24), já que na profecia original de
Daniel não contem tal noção. Para que entendamos perfeitamente a extensão desse termo “tempo dos gentios” e
sua importância para a sequência escatológica precisamos encontrar o verdadeiro significado dessa expressão.
Alguns teóricos acreditam que “tempo dos gentios” se refere ao tempo da igreja na terra, já que a igreja é gentílica,

26
outro grupo acredita que essa expressão se refere ao tempo de domínio estrangeiro em Judá e, portanto nada tem
haver com a igreja. Vejamos agora profundamente o que significa “tempo dos gentios”.

“E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos
gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Lucas 21:24

A palavra grega traduzida como gentio é “ethnos” (um povo) que por sua vez é a tradução da palavra hebraica
“gowy” que literalmente significa um individuo de outro povo (não judeu), mas que na pratica era usada pelos
judeus para descrever alguém que não tinha a benção de Abraão, portanto era um termo pejorativo.

Para descrever o que a palavra “gentio” significa nesse texto precisamos aplicar uma simples regra de interpretação,
uma sintaxe gramatical. A palavra gentio aparece duas vezes no versículo a primeira para descrever que os gentios
iriam pisar em Jerusalém, fato cumprido em 70 d.C. pelos romanos (representando todo o império da bacia do
Mediterrâneo), a segunda vez a palavra gentio esta associada com um tempo. Seria discrepância interpretativa se
uma palavra usada duas vezes em um mesmo tempo tivesse valores diferentes, então é coerente atribuir o mesmo
significado para a palavra “gentios” nas duas ocorrências no versículo. A primeira vez que ela é empregada fica claro
que é para descrever o império romano que pisou Jerusalém e 70 d.C. portanto é coerente aplicar o mesmo valor na
segunda ocorrência, sendo assim “tempo dos gentios” se refere ao tempo os estrangeiros estarão no comando da
cidade santa. Outra observação importante é que durante esse sermão a igreja ainda não existia e os interlocutores
de Jesus eram ainda apenas judeus que queria respostas no âmbito da escatologia judaica.

Essa interpretação é coerente com o contexto de Daniel 9, já que essa citação é uma clara interpretação do Senhor
da passagem de Daniel 9:24-27. No texto de Daniel, diz que o príncipe do povo que há de vir destruiria Jerusalém (Dn
9:26) e realmente o general Tito, príncipe de Roma destruiu Jerusalém e o Templo do Senhor. Em Lucas 21:24 o
Senhor faz uma alusão a profecia de Daniel 9:26 onde um povo gentio (romanos) destroem Jerusalém, como vimos
anteriormente o império romano sempre continuou existindo nos bastidores e voltará a ação durante a tribulação,
sendo assim essa profecia ainda esta em vigor.

Para a maioria dos especialistas o tempo dos gentios não começou na destruição romana, mas sim na invasão de
Nabucodonosor em 587 a.C. quando o ultimo rei de Judá foi depostos (Zedequias), após a queda desse rei Israel
nunca mais terre um rei no trono de Davi, e o próximo e falso rei será o anticristo. “O tempo dos gentios” começou
com Nabucodonosor quando levou os israelitas em cativeiro (Jr 27:5-9). A glória do Senhor partiu de Jerusalém,
como foi vista por Ezequiel (Ez 10:18). O “Tempo dos Gentios” terminará com a vinda de Cristo no juízo para
estabelecer o seu reino em Jerusalém. As profecias de Daniel não falam do “Tempo dos Gentios”, e também não
falam da Igreja, a qual foi o mistério escondido durante o tempo do Velho Testamento (Ef 3:5-6). “O tempo dos
gentios” esta vinculado na profecia do Senhor às duas diásporas (Babilônia e Roma).

“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então,
os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que

27
nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas
que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto
na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e
Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Lucas 21:20-24

Quando analisamos o contexto inteiro da profecia de Cristo sobre o “Tempo dos gentios” podemos entender o
tempo que ela esta inserida, começando no versículo 20 vemos que o texto tem um cumprimento histórico, no cerco
e conquista de Jerusalém pelos romanos em 7º d.C. Porem, podemos olhar para a passagem com um visão
escatológica, onde o Senhor detalha a aflição de Jerusalém após a quebra do pacto na metade da tribulação (Dn
9:27), vale lembrar que o império reconstruído de Roma será aquele que destruirá Jerusalém na tribulação.

Em Lucas 21:22 o Senhor faz uma citação direta de Daniel 9, “... para que se cumpram todas as coisas que estão
escritas.”(...estão determinadas assolações – Dn 9:26), a mesma ideia é expressa no livro de Mateus (Mt 24:15-21), o
que nos leva a associar esse ensino não somente com o fato ocorrido em 70 d.C. (destruição de Jerusalém) mas
também com um cumprimento escatológico. Mateus 24:15 faz menção direta a duas profecias de Daniel (Dn 9:27 e
Dn 11:31), que deixa claro um cumprimento cabal escatológico, mais precisamente na tribulação, o texto de Lucas é
tirado do mesmo contexto, inclusive repetindo as advertências para os que enfrentarem aquele dia, isso é uma
prova contundente que Lucas 21:24 faz também alusão a quebra do pacto.

Ao analisarmos todas essas facetas que compõem o texto de Lucas 21:24 podemos entender realmente o significado
e extensão da expressão “tempo do Gentios”. Seu significado nos diz que os “gentios” são o povo que pisará
Jerusalém (o mesmo que pisou em 70 d.C.), os romanos (dez chifres), e o “tempo” significa primeiro até quando o
tempo desse império se completar (pleroo (gre) chegar ao fim) e segundo o tempo que Judá permanecer sem rei, a
mercê dos gentios.

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o
endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” Romanos
11:25

Para justificar que o “tempo dos gentios” é a era da igreja na Terra, alguns teólogos usam equivocadamente esse
texto (Rm 11:25), onde afirmam que o ensino de Paulo se liga diretamente ao de Cristo, fazendo uma analogia entre
“tempo dos gentios” e “plenitude dos gentios”, em seus raciocínios eles interpretam que após o arrebatamento
acabará o endurecimento do judeus e assim na tribulação encontraram a Jesus, como isso acontecerá na “plenitude
dos gentios” isso significa que o “tempo do gentios” de Lucas nos diz que a tribulação começará após o “tempo do
Gentios”. Iremos fazer uma exegese desse texto (Rm 11:25) para entendermos o que realmente quer dizer
“plenitude dos gentios” e após extrair esse conhecimento poderemos comparar com o texto de Lucas 21:24 e assim
entender se realmente a uma comparação entre as duas passagens.

Uma das palavras chaves para entendermos esse texto é a palavra grega ethnos, traduzida como gentios, em Lucas
analisamos que para os judeus tinha um conceito pejorativo de “não judeu”, porem para Paulo o apostolo dos
gentios (Rm 11:13), esse termo nunca é falado de modo pejorativo e sim como aqueles que Paulo foca seu
ministério, porque para esse apostolo não havia diferença alguma entre judeus e pessoas de outras nacionalidades
(Gl 3:28) todos são alvos da benção abraâmica (Gl 3:28,29).

A segunda palavra chave do texto é “plenitude” que é uma tradução da palavra grega pleroma que significa “aquilo
que é preenchido”, essa expressão era usada pelos gregos para uma tripulação de navio, onde o navio não zarparia
até que toda a tripulação estivesse a bordo. A última palavra chave é “entrado” uma tradução da palavra grega

28
eiserchomai, que significa “entrar em algo”, A palavra pleroma junto com eiserchomai, nos da uma ideia que o
“navio” não zarpará até que toda a tripulação esteja presente. Logicamente Paulo uso essa expressão para mostrar
que o “barco da salvação” não zarparia até que todos os “Gentios” que haveriam de ser salvos estivessem a bordo. A
questão da escolha dos gentios não foi algo que alcançamos por nossos méritos e sim parte do plano de Deus,
quando Paulo diz “para que não presumais de vós mesmos”, ele quer dizer “para que não sejais arrogantes”, pois o
endurecimento de Israel veio de Deus. Entendido o que o versículo realmente diz, veremos o contexto que ele esta
inserido para termos uma visão completa do texto.

“23)E quanto a eles, caso não permaneçam na incredulidade, serão reconduzidos, porquanto Deus é
poderoso para enxertá-los novamente. 24)Afinal de contas, se tu foste cortado de uma oliveira brava por
natureza e, de forma sobrenatural, foste enxertado na oliveira cultivada, quanto mais serão enxertados
os ramos naturais em sua própria oliveira? O amor de Deus salvará Israel 25)Irmãos, não quero que
ignoreis este mistério para que não sejais presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em
parte, até que chegue a plenitude dos gentios. 26)E assim todo o Israel será salvo, como está escrito:
“Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade. 27)E esta é a minha aliança com eles quando
Eu remover os seus pecados”. Romanos 11. 23-27 King James

Observando o contexto vemos que Paulo trata de salvação, de como a incredulidade de Israel estendeu a redenção a
todos os povos, porem jamais os ramos naturais da oliveira foi esquecido, e no momento certo Deus salvará seu
povo escolhido, Paulo afirma categoricamente que no final “todo o Israel será salvo”. Com essa análise entendemos
que o primeiro objetivo do texto não é tratar de assuntos escatológicos e sim soteriológico, diferente do texto de
Lucas 21 que é puramente escatológico.

Após compreendermos o conceito do texto e as palavras chaves, conseguimos extrair o verdadeiro significado da
expressão “plenitude dos gentios”. O significado de “Gentios” nesse texto é de povos alcançados pela graça após o
endurecimento de Israel. “Plenitude” tem o conceito de preenchimento de vagas e esta associados à palavra
“entrado” que passa a ideia de pessoas entrando em algum lugar. Juntando os conceitos dessas três palavras
analisadas podemos entender que “Plenitude dos Gentios” se refere aos não judeus que serão salvos pela graça e
após completar esse numero de salvos, o coração endurecido dos judeus mudaram. Esse texto tem cunho muito
mais soteriológico, com uma interpretação mais próxima do calvinismo (predestinação).

Após a exegese dos dois textos podemos chegar à conclusão que tratam de assuntos totalmente discrepantes,
enquanto o texto de Lucas 21 é escatológico o de Romanos 11 é soteriológico. A aplicação de “Gentios” também é
diversa nos dois textos, em Lucas 21 “gentios” significam não judeus e especificadamente romanos, no texto de
Romanos 11 já significa todos os povos não judeus que alcançaram a salvação. A função dos “gentios” também é
bastante conflitante, em Lucas são aqueles que destruíram Jerusalém e já em Romanos são aqueles que se tornaram
alvo da salvação. A uma grande diferença entre “tempo” e “plenitude”, o primeiro diz respeito a “um espaço de
tempo” e se liga com a palavra “completem” que mostra um período de tempo que esse império estará em vigor.
Agora “plenitude” significa “completar um lugar”, sem referencia a um espaço de tempo, “plenitude” no texto de
Romanos 11 se liga a palavra “entrado” que significa “entrar em um lugar”, a junção de “plenitude” e “entrado”
literalmente nos diz completar as vagas daqueles que serão salvos, ou usando a expressão de Paulo no original “até
que se complete o navio da salvação”.

29
Podemos então entender que os versículos de Lucas 21:24 e Romanos 11:25 não possuem conexão nenhuma, e não
devem ser entendidos como “elo das escrituras” ou complemento mútuo entre eles. Após desvincular os dois textos
poderemos entender facilmente que “tempo dos gentios” significa apenas o tempo de vigor do império romano e o
tempo que em que não se tem um rei no trono de Davi, qualquer associação de Lucas 21:24 com a igreja se torna
antibíblico e erro grave de interpretação. Assim corrigiremos a expressão não bíblica de “Tempo da Igreja”, por
simplesmente o que o versículo trás “tempo dos gentios”.

“O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo
Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo
corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho;” Efésios 3:5,6

Para finalizar o tema “tempo dos gentios” trazemos um ensino de Paulo, onde esse afirma que a salvação dos
gentios e consequentemente a igreja não foi um conhecimento apresentado no Antigo Testamento e sim entregue
pelo Espirito aos apóstolos (talvez referência aos 12) e aos santos (somente os que são santificados pelo Espirito,
evento após a delegação por parte de Cristo) profetas (no Novo Testamento aqueles que fazem uso das Escrituras,
os auxiliares dos apóstolos na Palavra). Levando em consideração que a igreja não foi anunciada antes do livro de
Atos, podemos afirmar que as Profecias de Daniel e mesmo o sermão profético do Senhor não revelaram esse
conhecimento, assim sendo os textos de Lucas 21, Mateus 24 ou qualquer outro precedente a formação da igreja
não trata em suas profecias da igreja, ficando restrito a profecias ensinadas pelos apóstolos e demais escritores de
epistolas.

Concluímos que as profecias que estudamos de Daniel, e o sermão escatológico do Mestre (presente nos sinóticos)
não enquadram a igreja em nenhuma parte, devendo ser entendidos como revelações escatológicas judaicas ou
gerais para todo o mundo.

3º e Ultimo período (A ultima Semana)


“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a
oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:27

O começo da ultima semana da profecia não é registrado em forma de tempo determinado como foram as primeiras
69 semanas, mas através de um marco seguro, a realização da aliança. Como vimos a pouco a igreja não participa
dessa profecia, ficando essa restrita a sua própria intepretação, assim sendo a noção que o arrebatamento marcará
o inicio dessa ultima semana é falso, o único marco seguro para seu inicio é o que o texto trás “E ele firmará aliança
com muitos por uma semana”. Com auxílios de outros textos de Daniel entendemos que o pacto é a volta da
realização de sacrifícios em Jerusalém (Dn 11:31,32) consequentemente a construção do terceiro templo, já que sem
templo não há sacrifícios. Assim sendo podemos precisar como marco inicial e seguro para o começo da tribulação
(70ª semana) a inauguração do Templo de Jerusalém, a após esse evento teremos os 7 anos da ultima semana
anular vistas por Daniel. Lembrando que os 3 primeiros anos e meio é competência do falsoprofeta e portanto o
firmamento do pacto e a união das dez regiões mundiais (10 chifres) serão feitos por ele.

A metade da ultima semana (3 anos e meios) também é registrada através de um marco seguro, a quebra do pacto e
esse será o primeiro ato do anticristo (chifre pequeno), que como já vimos surgirá somente na metade da tribulação.
O final da semana será marcado pela volta triunfal de Jesus com sua igreja (Zc 14:5; Mt 24:29,30; Jd 14;Ap 19:11-21),
o final do Armagedom (Mt 24:29-34; Ap 16:16) e a morte do anticristo (Dn 9:27; Ap 19:19-21). A ultima semana
possui seus marcos seguros para inicio, meio e fim, sendo a firmação do pacto o marco inicial, a quebra dele marcará

30
o meio e a volta gloriosa de Jesus sufocando a rebelião mundial o final. Qualquer tentativa de marcar esses eventos
através de outros marcos se constitui erro de interpretação e acréscimo as Escrituras, o texto de Daniel 9:27 trás em
si todos os pontos importantes da ultima semana, além de serrem comprovados em outros textos do autor e de
outros escritores, sempre respeitando a delimitação do texto (Dn 9:27) e jamais os alterando ou acrescentando
outros marcos.

31
1. Introdução
O sermão profético de Jesus contido respectivamente nos capítulos de Mateus 24 (Mateus 24:1-31), Marcos 13
(Marcos 13:1-27) e Lucas 21 (Lucas 21:5-36), é chamado de pequeno apocalipse de Cristo e constitui uma fonte
interpretativa fidedigna sobre as profecias de Daniel com uma atenção especial sobre o entendimento do Senhor
sobre as “70 semanas de Daniel”. Assim como a visão de Daniel que não deixava entrever a igreja (Ef 3:5,6) a
interpretação de Cristo sobre as profecias de Daniel também não enquadram a igreja, se limitando a exprimir uma
escatologia com olhar judaico. Para analise desse sermão contido nos sinóticos, iremos usar como base o capítulo
24 de Mateus, que apresenta de forma mais completa os ensinos do Senhor, durante a análise iremos fazer uso de

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forma complementar de outros livros que se ligam ao ensino de Mateus 24. O contexto do sermão de Jesus é uma
resposta às perguntas efetuadas pelos seus primeiros interlocutores, seus próprios apóstolos, que no momento
ainda eram meros israelitas com questionamentos próprios de conhecedores do Antigo Testamento, o que Jesus fez
foi somente propiciar as os questionamentos que seus discípulos tinham acerca das ultimas coisa relacionadas a
Israel, lembrando que ainda não conheciam o projeto igreja, por isso não abordaram tal tema. A seguir veremos um
índice com a divisão de assuntos feitos por Cristo em seu sermão, após demonstraremos o porquê dessa divisão
dentro do texto e explicaremos separadamente cada secção.

1.1. Motivação do Sermão


“E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a
estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará
aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras,
chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que
sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Mateus 24:1-3

Após sair do Templo de Jerusalém os apóstolos mostram sua magnifica estrutura ao Mestre, talvez pensando que ele
fizesse um comentário de elogio do maior orgulho de Israel, porem o que o Senhor respondeu chocou grandemente
seus discípulos. Ainda com Cristo os apóstolos participavam da vida religiosa de Israel e frequentava suas festas
prescritas na lei, e assim como todos os judeus o orgulho e esperança de seus corações era o Templo, lugar da
morada de Deus, portanto um ataque do Mestre direto a sua estrutura deve ter causado grande comoção entre seus
seguidores. Ao chegar ao monte das Oliveiras lugar de oração e ensinos particulares, os apóstolos chegam ao Senhor
para que ele revele quando acontecerão as coisas atrozes que ele profetizou. As perguntas que foram feitas para o

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Mestre, foram à motivação para o seu discurso, e, portanto seu ensino foi resposta às indagações feitas por seus
discípulos. Para entendermos realmente o “Sermão das Ultimas coisas”, precisamos entender a extensão e
verdadeiro significado das perguntas dos discípulos e como o mestre as respondeu. As questões que iriam orientar a
didática do mestre são; Quando aconteceram as coisas que o Senhor previu, com ênfase na destruição do Templo,
quais sinais evidenciaram sua volta e o fim dos tempos, o verdadeiro significado de cada uma dessas questões será
apresentado no decorrer do livro.

1.2. Entendendo as perguntas dos Discípulos


“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular,
dizendo: Dize-nos, (1) quando serão essas coisas, e (2) que sinal haverá da tua vinda e do (3) fim do
mundo?” Mateus 24:3

A primeira coisa que os apóstolos perguntam é quando acontecerá destruição que Cristo previu, suas preocupações
eram a destruição do Templo e da cidade em si, a primeira questão é muito fácil de entender e tem haver com a
destruição promovida pelo general Tito em 70 d.C., mais a frente veremos a visão mais completa de Lucas sobre
evento.

A segunda pergunta esta vinculada a esperança messiânica presente no coração de todo judeus, após a queda de
Ezequias ultimo rei de Judá, todos aguardavam a restauração do eterno trono de Davi profetizado por vários
profetas (2 Sm 7:12-29; Is 55:3,4; Jr 23:5,6; 33:14-18), assim sendo o que os apóstolos esperavam era a volta de
Jesus como rei, lembrando que ainda não conheciam nenhum conceito de arrebatamento cristão. A palavra grega
parousia, traduzida para o português como ”vinda” significa literalmente uma vinda presente, e é usado para
descrever a vinda de um rei, e na verdade como vimos atrás era isso mesmo que os judeus esperavam. O ultimo
versículo do capitulo 23 de Mateus, Jesus diz “Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que
digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.” Essa expressão é tirada do Salmo de numero 118 (Sl 118:25,26)
onde os judeus pedem para o Senhor os salvar e se alegram quando a salvação do Senhor vem, a uma clara conexão

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do texto de Mateus 23:39, Salmo 118:25,26, e Zacarias 14:1-5, todos mostram que o rei voltará quando Jerusalém
estiver em grande aperto. Vejamos agora a etimologia grega da palavra “vinda”.

“Parousia” significa a volta de Jesus como rei, esse evento se dará somente no final do Armagedom, a “vinda” do
Messias (rei segundo Davi) é uma esperança judaica, é se concretizará quando Jesus se assentar no trono de Davi
durante o milênio. A Bíblia descreve a “vinda” de Jesus como um evento terrestre, público e visível (Zc 14:5; Mt
24:27,30; Ap 19:11-16), diferente da promessa do Senhor para o arrebatamento que é nos ares, em segredo, só
para os salvos e instantâneo (1 Co 15:52; 1 Ts 4:16,17; 1 Ts 5:2-4). A palavra grega usada para “arrebatamento” é
“harpazo” e significa levar a força e rapidamente, essa expressão mostra o jeito que será o arrebatamento um rapto
escondido da igreja. Podemos ver que ao perguntar sobre a “vinda” (parousia) de Cristo (Messias) os apóstolos
estavam somente expressando uma esperança judaica, que se concretizará na volta visível do Senhor para reinar, o
conceito de arrebatamento (harpazo) ainda não fazia parte do conhecimento dos apóstolos e estava destinado a ser
conhecido somente na era da igreja (Ef 3:5,6). Abaixo colocarei a etimologia da palavra “arrebatamento” para que
não reste duvida da diferença com a “vinda”.

A terceira pergunta endereçada ao Mestre também é de cunho judaico e é um complemento da segunda pergunta,
pois quando o Messias regressar o governo mundial será dele e assim terminará o governo humano. A expressão
“fim” (do grego, sunteleia) do “mundo” (do grego, aion) pode ser traduzida com termino da era, e é entendido como
fim da era ou do humano. A palavra grega “sunteleia” traduzida erradamente para o português como “fim”, na
verdade significa “consumação” e quer dizer quando algo se completa, já a palavra “aion” também traduzida
erradamente como “mundo” significa “período de tempo”, e passa a ideia de um tempo ou uma era, a junção dessas
duas palavras gregas “sunteleia aion” é traduzido literalmente como consumação dos tempos e trás o conceito de
que a era humana se completou ou chegou ao fim. Abaixo as etimologias de “consumação” e “séculos”.

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A expressão “consumação dos séculos” (grego: sunteleia aion) é uma tentativa de traduzir uma expressão hebraica
“Kalah Olam hazeh” que pode ser traduzido para o português como “Consumação desse Mundo” que quer dizer
começo do “reino de Deus” ou do Messias e consequentemente o fim do governo do homem.

“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular,
dizendo: Dize-nos, (1) quando serão essas coisas, e (2) que sinal haverá da tua vinda e do (3) fim do
mundo?” Mateus 24:3

Como falado às perguntas dos discípulos foi à motivação que Jesus levou para expressar seu sermão, tudo que segue
é consequência dessas perguntas e repostas diretas ao questionamento. Percebemos durante a exegese desse
versículo que todas as questões são de particular interpretação para os judeus e falam da queda de Jerusalém e a
destruição do Templo, da “vinda” do Messias para Israel e consequentemente seu reinado aniquilando a era do
governo humano. Com o conhecimento do verdadeiro significado das perguntas dos discípulos podemos entender o
ensino de Jesus no “sermão profético”, que é reação a essas questões e uma reinterpretação dos ensinos
veterotestamentários em especial do profeta Daniel (esse é o motivo de estudarmos Daniel na primeira aula).

2. O cumprimento histórico da profecia


“Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre
pedra que não seja derrubada.” Mateus 24:2

“E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo (Roma)
do príncipe (Tito príncipe de Roma), que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com
uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações”. Daniel 9:26

Dentre as perguntas feitas pelos apóstolos a primeiras já se cumpriu, como Jesus tinha previsto Jerusalém foi
destruída e seu templo derrubado, esse cumprimento se deu literalmente em 70 d.C. com a destruição de Jerusalém
e com dispersão do povo judeu por todo mundo. Como podemos ver, na verdade o ensino de Jesus foi uma reedição
da profecia de Daniel anunciada cerca de 550 anos antes, portanto não podemos perder de foco a inspiração usada
pelo nosso Senhor para trazer sua mensagem.

“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então,
os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que
nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas
que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto
na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e
Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Lucas 21:20-24

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O ensino do Mestre sobre a destruição de Jerusalém é mais evidente no texto de Lucas, onde o autor registra seu
comentário sobre os sinais que antecederiam a conquista romana. Jesus foi claro ao dizer que o cerco a cidade santa
seria a marca registrada da catástrofe eminente, portanto assim que esse fato se apresentasse ele aconselhou a fugir
da cidade para os monte porque a cidade já estava condenada. A questão das gravidas é algo muito mais simples do
que é normalmente ensinado, isso fala somente da dificuldade que uma gestante ou uma lactante teria em fugir do
exercito inimigo. O texto continua falando do grande aperto que os judeus iriam passar e que os gentios (romanos)
iriam matar a muitos e espalhando o resto por todo o mundo, e essa situação irá durar até que o tempo desses
gentios (romanos) chegasse ao fim. A palavra grega “pleroo” usada para o “tempo dos gentios” significa
literalmente “tornar cheio” ou “completar”, e nos fala que as calamidades judaicas durarão até que o tempo dos
romanos chegasse ao fim, previsão que será cumprida após o Armagedom.

“Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre
pedra que não seja derrubada.” Mateus 24:2

Quando Jesus disse que não ficaria pedra sobre pedra do Templo que não fosse derribada, pela logica romana
surgiria uma problemática, já que os supersticiosos romanos não tinham o costume de derrubar instalações
religiosas, para assim evitar maus favores das divindades legais. Normalmente quando as legiões conquistavam uma
cidade, eles incorporavam os deuses locais a seu próprio panteão, fazendo assim uma ligação das divindades dos
povos conquistados com seus deuses (exemplo: o principal deus ligava a Zeus e assim consideravam a mesma
divindade chamada de modo diferente em outras culturas). Assim dificilmente as legiões iriam destruir o Templo de
Jerusalém, porem um boato antigo que os judeus escondiam ouro nos alicerces do Templo foi o fator decisivo para
que os romanos destruíssem totalmente o Templo em busca desse ouro. Mesmo contra a vontade do general Tito
que por muitos meses depois da conquista impediu a destruição do recinto sagrado, no fim os soldados movidos
pela cobiça, venceu a vontade do seu líder e sua superstição e destruíram e escavaram todo o monte Templo. E
assim a profecia de Jesus que ampliou a de Daniel se cumpriu literalmente, Jerusalém foi cercada e destruída, seu
povo morto ou banido de sua terra e seu Templo totalmente destruído.

“Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a
tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai
das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no
inverno nem no sábado;” Mateus 24:16-20

A consenso da maioria dos especialistas que esse texto tem uma abordagem mais escatológica do que de
cumprimento histórico, porem o que ocorreu em 70 d.C. tem uma similaridade muito grande com a destruição
futura, enquadrando assim esse texto com duas possibilidades de cumprimento (Histórica e Escatológica).
Semelhante ao relato de Lucas, Mateus também registra o cuidado do Mestre em instruir seus discípulos a fugir de
Jerusalém ao menor indício dos sinais anunciados. A advertência para as gravidas tem a mesma fonte do registro de
Lucas, e também fala da condição dificultada que elas teriam na fuga, a sugestão para os que estivessem em cima do
telhado não descer, mais antes fugir pelo próprio telhado, demonstra a arquitetura das casas de Israel na época de
Cristo, onde os s eram plainos e uma casa encostada na outra, assim ficaria muito mais fácil fugir de telhado em
telhado até chegar a uma das portas da cidade, do que perder tempo descendo do telhado e fugindo pelas ruas
entulhadas de pessoas desesperadas. A última advertência de Cristo é para que orassem para a fuga não ser no
inverno ou no sábado, essa advertência baseada na lei mosaica é mais uma demonstração que o sermão de Cristo foi
dirigido simplesmente a judeus atuantes e não a igreja ainda não revelada. Quando o Senhor manda orar para a fuga
não ser no inverno ele leva em conta o clima local, que pelas baixas temperaturas e nevascas praticamente
inutilizariam a fuga, a questão do sábado estava condicionado ao tanto que pela tradição judaica se pode caminha
em um sábado (eram 2000 côvados correspondente a cerca de 1000 metros, distância que podia ser percorrida sem

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quebrar a lei, isso segundo a tradição rabínica, sem citações bíblicas para apoiar), que com essa distancia ninguém
poderia fugir dos inimigos sem quebrar a tradição e supostamente a “lei”.

3. O principio das Dores


“Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Mateus 24:8

O período denominado “princípio das dores” é retirado desse versículo e, portanto tem base bíblica para se usar
esse titulo, assim sendo usamos para nomear esse período uma expressão que o próprio Cristo cunhou. Iremos
analisar pelos textos bíblicos o que realmente significa “principio das dores”, sua etimologia, qual sua extensão e
aplicação, e como é aplicado na sequencia de eventos escatológicos tecidos por nosso Mestre. Além de definir
precisamente esse período, iremos fazer uma exegese versículo por versículo, e após o encaixaremos na coerência
da totalidade do sermão averiguado.

3.1. O que são dores de Parto


Algumas vezes que a Bíblia descreve a “Grande Tribulação” ela usa a figura das “dores de parto” (1 Ts 5:3; Ap 12:2), e
mostra que com grande sofrimento o Messias nascerá para Israel (Ap 12:2). Em grego a palavra “odin” significa
“dores de parto” e é aplicado na Bíblia para descrever extremo sofrimento (Is 23:4; Je 48:42; 1 Ts 5:3; Ap 12:2), a
palavra “odin” é usada exclusivamente para dores de parto, qualquer outra dor se usa a palavra grega “odune”.
Quando aparece a expressão “principio das dores” as palavras gregas usadas são “arché odin” e só pode ser
traduzidas como “dores que precedem um nascimento”, assim sendo “principio das dores” são eventos que
precedem as dores, assim como as contrações precedem um parto. Lembrando que os discípulos perguntaram ao
Senhor qual seriam os sinais de sua “parousia” (volta do rei), entenderemos que os “princípios das dores” não são
sinais do arrebatamento e sim indicações da sua volta triunfante. Esse entendimento faz todo o sentido já que a
volta do Messias é descrito como “dores de partos” para o nascimento do Senhor para Israel, não poderia ter outro
sinal além das dores de contração ou “principio das dores”.

Além de “dores de parto” a Palavra de Deus usa a expressão “grande tribulação” para nomear os eventos
cataclísmicos que antecedem a volta do Messias, a palavra grega “thlipsis” traduzida como tribulação significa
“prensar” e era usado para descrever o ato de espremer azeitonas para fazer azeite. O período da “grande
tribulação” é descrito na Bíblia como após o “principio das dores” e sempre é acompanhado um período de
sofrimento nunca antes experimentado (Dn 12:1; Mt 24:21; Mc 13:19). As dores de parto (odin) também são
descritas como um evento de sofrimento impar (1 Ts 5:3; Ap 12:2-11), e tratado de forma semelhante com a “grande
tribulação”, isso nos dá a entender que “dores de parto” e “grande tribulação” são duas expressões sinônimas para
nomear o mesmo evento. Assim sendo a “grande tribulação” é um evento que culminará na volta do Messias (Mt
24:29,30), ou no nascimento do Messias para Israel (Ap 12:2-11), e portanto o “principio das dores” são eventos que
precedem a “grande tribulação” ou seu outro nome “dores de parto”.

Lembrando que segundo Daniel (Dn 9:27) a ultima semana seria dividida em dois períodos, e a grande destruição
seria propagada somente na segunda metade da semana, entendemos que a ‘grande tribulação acontecerá
somente na ultima parte da derradeira semana. Se entendermos que o “principio das dores” e as “dores de parto”
fazem parte do mesmo contexto, que culminará com o nascimento do Messias para Israel, conseguiremos perceber
que a divisão da ultima semana de Daniel esta separada nesses dois períodos, o primeiro “principio das dores” nos
primeiros 3 anos e meio, que serão somente de sinais para o nascimento ou pequenas dores, e o segundo período
que será o parto propriamente dito, esse será o período real da “grande tribulação” e compreenderá os últimos 3
anos e meio, findando na volta (parousia) de Cristo.

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“E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos
serão abreviados aqueles dias.” Mateus 24:22

A palavra “abreviados” nesse versículo na verdade foi mal traduzido, a palavra grega “koloboo” significa literalmente
mutilar, e era usada quando se cortava alguma coisa ao meio. Quando diz que “se aqueles dias não fossem
abreviados" devemos entender, se aqueles dias não fossem cortados ao meio, isso significa que a “grande
tribulação” não será toda a ultima semana, e sim os últimos 3 anos e meio. Se a “grande tribulação” ou “dores de
parto” serão somente nos últimos 3 anos e meio, resta ao “principio das dores” os primeiros três anos e meio.

“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar
santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes” Mateus 24:15,16

Vemos a coerência desse raciocínio nesse versículo falado pelo Mestre, onde a destruição começará somente depois
da quebra do pacto, que como sabemos será somente na metade da ultima semana (Dn 9:27), todo o período que
antecede a quebra do pacto é denominado “principio das dores” (Mt 24:4-14). Alinhando o ensino de Jesus com o de
Daniel podemos ver que o período de extremo sofrimento ocorrerá somente após a quebra do pacto, que como
vimos na aula passada será no surgimento do anticristo. Podemos concluir que a ultima semana de Daniel começará
com o firmamento do pacto (feito pelo falso profeta), esse evento será denominado “principio das dores” e terá um
período de 3 anos e meio, após a quebra do pacto (pelo anticristo) começará a “grande tribulação” e esse sim é o
período descrito como de “dores de parto” ou de maior aflição já ocorrida, a “grande tribulação” acabará com a
volta do Messias ou seu nascimento para Israel. Vejamos um gráfico que condensa toda essas informações:

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3.2. O que não são os princípios das dores
“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular,
dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?”
Mateus 24:3

I-Como vimos os “princípios das dores” é um período que antecedem e predizem a volta (parousia) do Messias,
portanto não esta vinculada ao arrebatamento da igreja. Quando os apóstolos questionam o senhor sobre os sinais
de sua volta (parousia), eles fazem com o conhecimento judaico, antes de qualquer revelação sobre a igreja e
consequentemente sem qualquer noção de arrebatamento. Então “principio das dores” não são sinais que
precedem o arrebatamento (harpazo) e sim sinais que antecedem a volta do Cristo (parousia).

II-Vincular o “principio das dores” com o arrebatamento da igreja se constitui um desconhecimento histórico, já que
muitas vezes os “tais sinais” do rapto da igreja se cumpriram de forma muito mais evidentes do em nosso período.
Quando João escreveu o Apocalipse ele usou esse livro para trazer esperança ao corpo de Cristo na perseguição, e
desde esse momento esse tomo é usado para trazer esperança nas perseguições. As perseguições fazem parte dos
sinais dos “princípios das dores”, e constituem parte de quase toda historia da igreja, hoje em alguns países a igreja
sofre perseguições, porem em alguns períodos da antiguidade, toda a igreja sofreu com as perseguições, e como
dito, esse mal atinge somente uma parte de nossas igrejas, não toda ela como antigamente. Se perseguição da igreja
fosse um sinal do arrebatamento, estaríamos muito longe desse evento, pois a perseguição presente é muito branda
e pálida, se comparadas às passadas. Só no império romano ouve cerca de 10 ondas de perseguição contra toda a
igreja, abaixo anexarei o nome dos imperadores que perseguiram nossos irmãos.

III-Outro erro é creditar a crise global como marcas do arrebatamento, se olharmos para a historia veremos que
ouve períodos com crises sociais muito maiores que enfrentamos, como por exemplo, a queda de Roma em 476 e a
de Constantinopla em 1453. Quando Roma caiu frente à fúria dos bárbaros o império e consequentemente a
cristandade sofreu a maior crise de sua historia, além da desfragmentação social, ouve um período de estrema
pobreza e consequentemente muitas doenças, quem viveu naquele tempo com certeza acho que vivia o apocalipse.
Outro momento de crise que deixou impressão na historia foi a queda de Constantinopla, esse evento perpetrado
pelos turcos otomanos (islâmicos) semeou o terror em toda cristandade ocidental, além de grande destruição de
marcos cristãos, as muitas execuções de irmão da fé, produziu efeito negativo na fé já que o império cristão foi
derrubado por infiéis, os contemporâneos acreditavam que o califa otomano era o próprio anticristo.

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IV-Guerras seriam outros sinais que os leigos usam para dizer que precedem o arrebatamento, eles apontam para
guerras isoladas que acontecem em varias regiões do planeta, porem, no quesito guerras estamos vivendo tempos
de “paz”, pois vários outros períodos históricos foram marcados por mais guerras e batalhas mais sangrentas. A
idade média foi toda tingida de vermelho pelo grande numero de guerras que produziu, toda a formação politica
que temos no mundo atual foi delineada por guerras de conquistas. Entre as inúmeras guerras do passado podemos
salientar as duas guerras mundiais, que aconteceram e não foram sucedidas pelo arrebatamento, muito pelo
contrario a igreja ainda esta na terra.

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V-Porem em incidências de sinais que marcariam o “arrebatamento” nada se igualaria a idade média (1200-1300),
onde todos os supostos sinais foram vistos de forma que nunca mais se repetiram e serão superados somente na
“grande tribulação”. Esse período foi varrido por guerras, desastres naturais, crise econômica entre outros males,
nossos maiores registros da época foram deixados pelos europeus (cultura dominante), porem sabemos que esse
período foi de extremo caos em todo o mundo antigo. A morte era algo tão cotidiana que passou ser o tema
dominante da arte, calcula-se que mais de 1/3 da população mundial tenha perecido em função de algum mal. O
que todos os crentes dessas épocas têm em comum era interpretar esses sinais como amostra do fim do mundo, do
cumprimento literal do apocalipse, jamais nenhuma dessas gerações frente a caos alguma vez ligou esses sinais ao
arrebatamento, na verdade essa noção de sinais que antecedem o arrebatamento é relativamente nova e produzida
por quem consegue interpretar de forma correta o texto de Mateus 24.

Concluímos que os “principio das dores” não são sinais que precedem o arrebatamento (harpazo) e sim que
apontam para a volta do Messias (parousia), entendemos também que crises maiores que as presentes já
aconteceram e isso não culminaram no arrebatamento da igreja, assim sendo os “sinais modernos” não estão
apontando para o arrebatamento. Como vimos também “principio das dores” é a primeira parte da ultima semana
de Daniel e assim sendo os verdadeiros sinais serão mostrados nesse período que antecedem a “grande tribulação”
e a volta de Cristo (parousia).

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3.3. O começo do discurso de Jesus
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos (1) engane; Porque muitos virão em
meu nome, dizendo: Eu sou o (2) Cristo; e (1) enganarão a muitos.” Mateus 24:4,5

Jesus começa seu sermão (lembrando que esse é a resposta das perguntas dos discípulos) nos exortando contra o
engano, pois sabia que muitos enganariam o povo de Deus por maldade ou simplesmente por falta de conhecimento
como aqueles que ensinam que “principio das dores” são sinais do arrebatamento. Além de exortar para que não
fossemos enganados, Ele ainda alertou sobre a presença de falsos “cristos” e completou dizendo que infelizmente
eles enganaria a muitos. A palavra grega “planao” traduzida para o português como “enganar” significa fazer alguém
desviar da verdade, e é aplicado um falso ensinador, portanto, enganar no texto é desvia-lo do caminho reto ou
ensinar erradamente as Escrituras. Quando Jesus disse que viriam muitos em seu nome dizendo que são “Cristo”, na
verdade ele estava falando de pessoas que diriam que são o próprio Messias, já que a palavra grega Cristo significa
Messias em hebraico e ungido em português. Então devemos tomar cuidado com falsos ensinadores que se colocam
na posição de Jesus ou se fazem o próprio Deus. A preocupação das Escrituras é tão grande com o engano sobre
escatologia que só em Mateus 24 Jesus usa 3 vezes a palavra “planao” (enganar religiosamente), outros autores
também usaram essa palavra grega em seus ensinos escatológicos, a única forma de não sermos enganados é
conhecendo as verdades bíblicas. Abaixo listarei alguns dos versículos que os escritores nos recomendam a não
sermos enganados, assim observaremos a importância desse fato, além de perceber pela incidência que os autores
bíblicos já sabiam que muitos seriam enganados em escatologia.

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu
nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.” Mateus 24:4,5

“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.” Mateus 24:11

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível
fora, enganariam até os escolhidos.” Mateus 24:24

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo
engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Efésios 4:14

“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se
manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,” 2 Tessalonicenses 2:3

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;” 1 Timóteo 4:1

“Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens
abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; Antes crescei na graça e
conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no
dia da eternidade”. Amém. 2 Pedro 3:17,18

“Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em
carne. Este tal é o enganador e o anticristo.” 2 João 1:7

“E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta,
dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e
vivia.” Apocalipse 13:14

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3.4. Sofrimento no principio das dores
“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo
aconteça, mas ainda não é o fim (principio das dores).” Mateus 24:6

Como já ensinado os sofrimentos no “principio das dores” serão sinais somente presentes nesse período, divergindo
de qualquer crise que já aconteceu na historia, entre os sinais que acontecerão podemos destacar guerras e seus
rumores. Quando Jesus diz “não vos assusteis”, no original significa para “não chorar” ou “não aborrecer”, a palavra
grega “throeo” aplicada no texto pode significar tanto “chorar” como “aborrecer”. Jesus continua seu raciocínio
dizendo que é necessário que estas coisas aconteçam, essa expressão no original passa a imagem de algo que já está
marcado para acontecer, e, portanto nada pode impedir. O Mestre termina o versículo dizendo “mas ainda não é o
fim”, “telos” é a palavra que Ele usa para “fim” e significa termino de um período e não fim absoluto, assim sendo o
que Jesus quis realmente dizer, é que o período que ele esta falando ainda não chegará ao fim com esses sinais,
portanto, guerras e rumores de guerras ainda não marcaram o fim do período, e como sabemos o período falado é o
“principio das dores”.

“Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e
terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Mateus 24:7,8

No versículo 8 aparece a nomenclatura que dá nome ao período, o termo “principio das dores” foi colocado pelo
próprio Cristo para nomear os sinais que precedem a “grande tribulação” ou as “dores de parto”, que culminará
com sua volta (parousia)e consequentemente seu nascimento para Israel.

“Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as
nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros,
e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar
a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” Mateus 24:9-12

Quando Jesus fala que “vos hão de entregar para serdes atormentados” no original significa “naquele tempo serão
traídos e entregues para ser provados, a palavra usada no grego para traduzir “atormentados” é “thlipsis’ que
literalmente é aplicado para o ato de prensar azeitonas e no figurado pode significar “ser provados”. Ser odiado
entre as nações pelo nome de Cristo aparentemente significa que aqueles realmente que forem de Cristo serão
odiados pelos religiosos, essa noção é reforçada pela palavra “paradidomi” traduzida na primeira parte do versículo
como “entregar”, pois se os fieis forem entregues por traição, significa que serão denunciados pelos próprios
praticantes da fé. No versículo 10 Jesus fala que muitos seriam escandalizados, que no original, significa
“skandalizo”, que seria mais bem traduzido como “pedra de tropeço”, e significa mais que pessoas serão enganadas
pelos falsos religiosos, do que se escandalizar como traduzido em português, o versículo segue dizendo que os fieis
seria traídos e odiados por sua piedade. Fazendo um resumo dos versículos 9 e 10 entenderemos que o sinal que
Jesus estava dizendo era que os fieis seriam traídos pelos pseudos religiosos e assim entregues a prisões e
execuções. Olhando o cenário moderno podemos atinar para o que significará ser traídos e entregues as
autoridades, após o advento do falsoprofeta, chamado de enganador e profano (Dn 9:27; Mt 24:15; Ap 13:1-8), esse
tomará conta da religião mundial (ecumenismo) introduzindo assim as falsas doutrinas, os verdadeiros crentes
resistiram esse embuste e por isso serão acusados de causar problemas contra a paz e de não se unir a todas as
religiões e assim desabará uma grande perseguição contra a verdadeira igreja, onde os verdadeiros crentes serão
traídos e entregues a justiça como resistentes a fé e paz mundial, lembrando que esse sinal só se insinua
atualmente, mas será cumprido só no “principio das dores”.

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“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim,
esse será salvo.” Mateus 24:12,13

O versículo 12 é um dos piores entendidos de toda a Bíblia, esse sinal esta vinculado ao contexto de traição da
verdadeira igreja, e, portanto fala dos falsos religiosos, já que os ímpios não são tratados nesse texto. A palavra
“anomia” traduzida no português como “iniquidade” significa “transgredir a lei” e é aplicado àquele que apostata da
fé, “anomia” é uma clara referencia que o texto diz de religiosos. “ágape” não significa apenas “amor divino”, mas
também o verdadeiro culto, mais especificadamente a ceia (2 Pe 2:13; Jd 12; A historia ilustrada do cristianismo, vol.
1 pág. 151), sendo assim o “ágape” no texto pode ter dois sentidos, o amor entre irmãos e o verdadeiro culto (a
igreja católica nega o vinho aos membros). Já “psucho” traduzido para esfriar significa literalmente “soprar”, e é
usado quando se sopra uma refeição para esfriá-la, no sentido metafórico significa enfraquecer e é aplicado quando
se deixa o ardor do culto. Resumindo, quando diz que a iniquidade esfriará o amor, devemos entender de dois jeitos,
da apostasia esfriando o amor entre os irmãos da fé (2 Tm 3:1-9)e impedindo o verdadeiro culto a Deus (2 Pe 2:12-
16; Ap 2:14-14).

No versículo 13 Jesus trata dos que passaram pelo “principio das dores”, o que sobreviveu a todos os sinais e mesmo
assim perseveraram fielmente até o fim. A palavra grega “hupomeno” traduzida no versículo como “perseverar”,
significa literalmente “chegar ao fim” e é aplicado a pessoas que passam dificuldades e se mantem fieis até o fim. Já
palavra “salvo” tem origem na palavra grega “sozo” que significa “salvar” e “resgatar”, é usado para designar
prisioneiros de guerra resgatados ou escravos libertos. Como já dito anteriormente a palavra “telos” significa “fim de
um período” e deve ser entendido no seu contexto, quando o Senhor diz que “quem perseverar até o fim”, Ele esta
dizendo até o fim do período narrado, o que no caso é o “principio das dores”, assim sendo quem permanecer fiel
até o fim apesar de todos os sinais do “principio das dores” será salvo. Se juntarmos os conceitos de “hupomeno” e
“sozo” teremos a seguinte definição, aquele que ficar até o fim será resgatado, o que significa que o que permanecer
fiel até o fim do “principio das dores” será resgatado, o que pode significar ser “arrebatado”.

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então
virá o fim.” Mateus 24:14

Este versículo é outro muito mal entendido, a explicação dada pelos leigos é que um sinal do arrebatamento da
igreja será a pregação do evangelho de Cristo em todo o mundo, e após vira o arrebatamento, lembrando que esses
sinais são da vinda (parousia do Messias) e que o texto culmina com o “fim”, nem citando o arrebatamento. Segundo
esses ensinadores a obra da igreja que ditará o arrebatamento, e assim propagar o evangelho, apresará esse dia,
vemos que essa noção é uma completa falácia, pois os tempos proféticos já estão ditados pelo Senhor (2 Ts 2:3-8).
No texto de 2 Tessalonicenses 2 no versículo 3b diz “para que a seu próprio tempo seja manifestado”, a expressa
“próprio tempo” em grego é “en kairos heautou” e significa “em um tempo certo”, que pode ser entendido em no
tempo (kairos) escolhido por Deus, os eventos escatológicos não dependem de nosso tempo (Kronos = tempo
humano)e sim totalmente do tempo (kairos) de Deus, qualquer outra explicação seria presunção demais de
criaturas. Outro erro de interpretação no texto é sobre a palavra “pregado” que em português identificamos como o
ato de evangelizar, porem a palavra usada no grego é “kerusso” que significa um anuncio oficial, e era aplicado
quando se avisava a vinda de uma autoridade, para dizer pregação e evangelização o Novo Testamento usa outras
palavras, euaggelizo (evangelizar), diakoneo “ministrar”, kerugma (pregar), portanto o versículo de forma alguma
fala da evangelização mundial e sim do anuncio oficial da volta (parousia) do rei. Porem os equívocos não para por
ai, temos também a identificação do evangelho (boas novas) que será pregado, o texto diz “evangelho do rei” que
significa literalmente boas novas do rei, e, portanto difere do “evangelho da graça” que é pregado em nossos. A
palavra “testemunho” em grego “marturion” nos mostrando que a evento da “parousia” será propagado em todo o
mundo, “testemunho para as nações” significa que todos os povos receberam um aviso oficial (kerusso) da volta do
rei, como se dará esse ultimo sinal do “principio das dores” ainda não esta claro, mas com certeza será glorioso

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(lembrando que os sinais remetem a volta (parousia) do Messias). Abaixo anexarei alguns textos que demonstram a
diferença entre esses dois evangelhos “reino e graça”.

Esses versículos postados acima deixam clara a diferença entre o evangelho do reino e o evangelho da graça,
enquanto o evangelho do reino é particular para Israel, e atende as esperanças messiânicas de um rei assentado no
trono de Davi e esse reinando com justiça sobre todo o mundo, o evangelho da graça é universal, onde a esperança
é a de salvação da alma, que culminará com o arrebatamento da igreja.

A ultima parte de Mateus 24:14 diz “então virá o fim”, mostrando que o ultimo sinal extraordinário do “principio das
dores” será o anuncio oficial (kerusso) do retorno do Messias a todos o povos e após virá o fim. Mas que fim é esse?
Como já vimos “telos” denota fim de um período, e no caso, esse período é o “principio das dores” esse versículo
marca o fim dos 3 anos e meio e após Jesus já começa a falar de um outro período a “grande tribulação” (Mt 24:15-
21), note que o texto sobre a “grande tribulação’ começa falando da quebra do pacto (Mt 24:14; Dn 9:27) deixando
bem claro que esse período será de somente 3 anos e meio. No versículo 14 Jesus acaba sua narrativa do “principio
das dores”, usando a palavra “fim” (telos), após isso acabam-se os primeiros 3 anos e meio e começa a ultima parte
da derradeira semana, denominada “grande tribulação” ou “dores de parto”.

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4. A grande tribulação
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar
santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;” Mateus 24:15,16

“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem
tampouco há de haver.” Mateus 24:21

Há exemplo de “principio das dores”, o termo “grande tribulação” também foi retirado do próprio discurso de Jesus,
e constitui os 3 últimos anos e meio da semana escatológica vista por Daniel, ela tem inicio no versículo 15 com a
quebra do pacto e assim uma ligação direta com o texto de Daniel 9:27. Iremos estudar todo esse período, desde seu
inicio, suas características e seu final marcado pelo retorno (parousia) de Jesus.

4.1. Quem lê, entenda


“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar
santo; quem lê, entenda;” Mateus 24:15

Nesse versículo Jesus faz uma mudança dramática em sua narrativa, após terminar seu ensino sobre o “principio das
dores (... então virá o fim), ele inicia a narrativa sobre a “grande tribulação”, chamando atenção para dois textos em
Daniel (... quem lê, entenda;)” , esses textos são Daniel 9:27 e 11:31.

“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a
oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:27

As expressões “sobre a asa das abominações virá o assolador” e “estabelecendo abominação desoladora”, falam de
um momento especifico e real, que ocorrerá após o “principio das dores”, mais precisamente na quebra do pacto (2
Ts 2:2,3) que será efetua da pelo anticristo (chifre pequeno). Essas expressões têm duas formas de se entender, pois
“abominação” e “desolação” ou “assolação” podem ter dois significados paralelos, sendo um ocasional (onde se
traduz abominação como um evento de enganação religiosa e desolação ou assolação como um evento destrutivo) e
outra de forma personificada (onde abominação seria um homem que levaria o povo a heresia e desolação ou
assolação seria um homem que traria em si essa destruição).

Em Daniel 9:27 vemos a expressão “sobre a asa das abominações virá o assolador”, onde “sobre as asas” no original
significa “através de” mostrando que através da abominação virá a assolação. A palavra “abominação” é a tradução
no português para a palavra hebraica “shiqquwts” que significa “abominação religiosa, quebra da lei”, ou uma
pessoa que é abominável e induz outros a apostasia espiritual. Já palavra “assolador” significa alguém que traz a
destruição, no hebraico “shamem” significa alguém que faz um lugar desolado, ou algum que traz a destruição,
lembrando que a profecia de Daniel 9 é para a Jerusalém e para os judeus (Dn 9:24, seu povo e sua santa cidade),
portanto o desolador ira trazer destruição para Jerusalém e o povo judeu. Com esses dados em mente podemos
entender que quando Daniel fala “sobre as asas das abominações virá o assolador” ele quer dizer que primeiro
(levando em conta “shiqquwts” como “abominação religiosa”) que através da apostasia virá o assolador (pequeno
chifre Dn 7:24,25; 8:9-12), e segundo (levando em conta “shiqquwts” como enganador ou falsoprofeta), que através
e após o falsoprofeta virá o assolador ou anticristo (Ap 13:11,12). Porem, nas duas interpretações fica claro que após
o engano religioso (quebra do pacto) virá o assolador (perseguição aos judeus, Mt 24:15). Quando Jesus diz “está no
lugar santo” (Mt 24:15), ele mostra claramente que a apostasia (abominação) acontecerá no santíssimo (hagios), isso
é quando se oferecer sacrifico no “santo dos santos”, essa visão combina com Dn 11:31 que diz que a profanação
será no santuário (parte interior do templo, santo dos santos, “miqdash” em hebraico), então podemos afirmar que

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a profanação ocorrera em um “dia da expiação” ou “Yon Kippur”, evento que ocorre somente uma vez ao ano (entre
setembro e outubro). Juntando o fato que já estudamos que através do abominador, virá o assolador, e que essa
abominação será a quebra da lei, ocorrida no santo dos santos, entenderemos que essa quebra do pacto será à
entrada do falsoprofeta e do anticristo (tribo de Judá não entra no Santíssimo) para fazer sacrifício de “Yon Kippur”,
como isso é apostasia, os judeus que estiverem em Jerusalém iram se revoltar, levando assim o anticristo a quebrar
o pacto e os perseguir. O raciocínio de Jesus em Mateus 24 (Mt 24:15-21) leva em conta isso, pois ele avisa que
quando observarem a quebra do pacto, fujam da cidade e da Judéia (1 Ts 5:3), pois se desencadeará a grande
perseguição. Outra coisa que Jesus ensina é se alguém disser que é o Cristo ou disserem que ele esta no interior da
casa, não acreditar. Quando fala Cristo, não esta falando de dizer que é Jesus e sim o que realmente o titulo diz
“Messias” o titulo que o anticristo usará para enganar Israel, Jesus já ensinava a reconhecer o desolador, pois
quando aparecer alguém da tribo da Judá dizendo que é o “Messias” não acredite. Outro conselho é se disser que
ele esta no interior da casa também não credite, na verdade interior da casa é em grego “tameion” que significa
“câmara secreta” e era usado para descrever o santíssimo lugar. Podemos entender que o começo da “grande
tribulação” será marcado pela quebra do pacto feita pelo anticristo no santo dos santos, e após com a não aceitação
dos judeus se iniciará a perseguição e Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora, nem tampouco há de haver.” (Mt 24:21).

“E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício
contínuo, estabelecendo abominação desoladora.” Daniel 11:31

Esse texto vai além de Daniel 9:27 para explicar o que será quebra do pacto, colocando a “abominação desoladora”
após esse funesto evento, além da quebra do pacto e da perseguição, o sacrifício continuo (realizado todo
dia)também será proibido, mostrando que os judeus perderão domínio, do santuário, de suas fortalezas e serão
expulsos de sua santa cidade (Lc 21:24). A expressão “abominação desoladora” ou expressões sinônimas aparecem
em vários textos Bíblicos (Dn 9:24; Dn 11:31; Mt 24:15; Mc 13:13; Lc 21:20; 1 Ts 5:3; 2 Ts 2:3; Ap 13:11,12), e
significa um dia específico, o dia em que a abominação (apostasia religiosa do falsoprofeta) trará a desolação
(destruição feita pelo anticristo), esse dia marcará o fim “do principio das dores” e o inicio da “grande tribulação”.

4.2. A perseguição da grande tribulação


“Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a
tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.
Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça
no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora, nem tampouco há de haver.” Mateus 24:16-21

Como vimos anteriormente o epicentro da “abominação desoladora” será em Jerusalém e sobre o povo judeu por
isso Jesus os recomenda a fugirem, da cidade e de toda Judéia (estado), uma noção mais clara sobre esse versículo
esta registrada na págs. 36 e 37. A partir da quebra do pacto começará a maior aflição já registrada, portanto essa
aflição será somente nos últimos 3 anos e meio da derradeira semana de Daniel.

“E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz
de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco;
e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer. “Apocalipse 6:1,2

A maioria dos teólogos concorda que o cavaleiro branco do primeiro selo é o anticristo que virá para reinar na
“grande tribulação”. Além de Jesus ser aquele que abre o selo, o que literaturamente o tira do contexto (como ser
aquele que abre o selo e um dos personagens do selo juntamente?), ainda esse é armado por um arco, já o Senhor é

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descrito como tendo uma espada (Ap15:19), arco pela cultura bíblica sempre esta relacionado com destruição
(assolador), outro porem é que o cavaleiro branco do primeiro selo é descrito acompanhado por desgraças, já o
Senhor sempre é descrito voltando (parousia) com os santos (Zc 14:5; Jd 14; Ap 19:14). Como acreditamos que o
anticristo é o cavaleiro branco do primeiro selo, conseguimos entender que o primeiro selo será aberto somente
após o “principio das dores”, ou seja, durante a quebra do pacto, e o “arco” dado para ele é a destruição após a
“abominação desoladora”. Se levarmos em conta que o primeiro selo é aberto no começo da “grande tribulação”,
veremos que toda a sequencia de Apocalipse iniciada com a abertura desse selo se cumprirá nos últimos 3 anos e
meio da semana escatológica de Daniel.

“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma
coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias
de dar à luz”. Apocalipse 12:1,2

“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no
céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo;
porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de
noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as
suas vidas até à morte. Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra
e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apocalipse
12:9-12

Com o aparecimento do anticristo (chifre) pequeno na quebra do pacto dá-se o inicio a sequência escatológica de
Apocalipse (abertura do primeiro selo) e a “grande tribulação”, porem, porque o anticristo (chifre pequeno)
aparecerá somente na quebra do Pacto? A resposta esta nesse texto de Apocalipse 12, pois a Palavra diz que o
anticristo terá toda a eficácia e poder de Satanás (2 Ts 2:9) e assim sendo precisará de Satanás na Terra para obter
esse poder, evento que é narrado em Apocalipse 12. Um simbolismo fácil de entender são as 12 estrelas na coroa da
mulher perseguida pelo dragão, que com certeza fala das 12 tribos de Israel, a questão de ela estar gravida diz do
nascimento do Messias depois da “grande tribulação”, também chamada de “dores de parto”. Com base nessa
complexa corrente de textos bíblicos podemos entender a ligação das profecias bíblicas, Que a “grande tribulação”
ou as “dores de parto” irão iniciar com o aparecimento do anticristo, que com o poder se Satanás que acaba de vir a
Terra derrubado por Miguel, tem a ousadia de aparecer (chifre pequeno) e quebrar o pacto, e assim com a
“abominação assoladora” inicia-se a “grande tribulação” e abre-se o primeiro selo, já que o anticristo é o cavaleiro
branco com o arco na mão.

Apocalipse 12 é um texto que grande parte dos interpretes bíblicos entendem de modo equivocado, pois o coloca
como algo passado para adaptá-lo a uma falsa doutrina chamada “teoria da lacuna” (tenho um tratado que aniquila
essa falácia). O contexto do texto o coloca em um livro escatológico cujo do capitulo 4 em diante trata somente de
questões até aqui futuras, seria esse o único texto a fugir da logica? Outro dado importante é as 12 estrelas
simbolismo claro as doze tribos israelitas, as dores de parto também falam do nascimento do Messias que ainda não
nasceu para os israelitas (Jo 1:11,12), vale lembrar que como já comentado Israel aguarda um Messias assentado no
trono de Davi. O texto também fala de pessoas venceram o Diabo por ser lavadas pelo sangue de Jesus (Ap 12:11),
colocando o texto pelo menos depois da morte do cordeiro. O contexto apocalíptico com desastre mostram um
tempo só registrado na “grande tribulação” (Mt 24:29), e coerentemente ambientado durante a “grande tribulação”,
o registro de um período de “1260 dias” (Ap 12:6) e a citação de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Ap
12:14), demonstram claramente que esse período será apenas de 3 anos e meio, assim como a “grande tribulação”
ou “dores de parto”. Vimos que esse evento da queda do dragão, esta registra em um livro com profecias

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escatológicas que ainda não se cumpriram, e que envolve Israel (12 estrelas), o nascimento do Messias depois da
“grande tribulação” (A mulher gravida), todo um contexto apocalíptico com coerência de texto com o cenário
pintado por Cristo em Mateus 24 e que cobrirá um período de 3 anos e meio que concorda com a duração da
“grande tribulação” ou “dores de parto”, assim sendo colocar esse texto como algo que já aconteceu é um
assassinato da interpretação bíblica e deve ser entendida como heresia e falso ensino. A coerência do texto aplica a
queda de Satanás no final do “principio das dores” e como evento determinante para a “quebra do pacto” e inicio da
“grande tribulação”, assim sendo esse evento explica porque o anticristo (chifre pequeno) só aparecerá na
“abominação assoladora”.

4.3. O fim da grande tribulação


“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a
vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.” Mateus 24:27,28

A “grande tribulação” terminará com a volta (parousia) de Cristo, ou as “dores de parto” findaram com o
“nascimento” do Messias para Israel. Esse versículo para de um grande sinal visto no mundo todo (sai do oriente
para o ocidente), e como já aprendemos sinal visível não faz parte do “arrebatamento” e sim da vinda de Jesus
(parousia). A grande marca desse retorno (parousia) de Cristo é a grande quantidade de cadáveres, o que mostra o
resultado das mortes na grande “tribulação”. O tempo de Angustia para Jacó (Je 30:17, outro nome para “grande
tribulação”), findará com a volta de Cristo para salvamento dos judeus da mão do anticristo, esse evento é chamado
de “Armagedom” e marca o fim da “grande tribulação” e inicio do “reino milenar” de Cristo o Messias de Israel, o
próximo capitulo trataremos desse evento único.

5. O Armagedom
“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão
do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e
todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e grande glória.” Mateus 24:29,30

Na verdade Armagedom faz parte da “grande Tribulação”, e constitui o derradeiro acontecimento desse período,
onde Jesus voltará (parousia) como Messias almejado pelos israelitas, acabará com a “grande tribulação”, aniquilará
os exércitos do anticristo e enfim nascerá para Israel como o rei almejado. O nome “Armagedom” que nomeia esse
período final da “grande tribulação” é tirado de Apocalipse, e corresponde ao espaço geográfico em que
acontecerão esses eventos (Ap 16:16). A expressão “logo depois” no original grego denota algo imediatamente após,
associado com “aflição” podemos entender que os eventos que serão narrados por Cristo se cumprirão
imediatamente após “grande tribulação”. Os últimos sinais para a volta de Cristo (parousia) são a total desordem no
cosmos, com queda de estrela (meteoros), o sol e a lua escurecendo, e com esse cenário apocalíptico o Senhor
retorna. Quando fala “então aparecerá” no original aparece a palavra grega “phaino” que significa “trazer a luz”,
”aparecer visivelmente”, já vinda do Senhor é comparada a um sinal do grego “semeion” que significa algo visível
(lembrando que o arrebatamento também chamado de harpazo será secreto), e que todas as tribos (nações)
lamentaram sua volta evidenciando que o evento será publico e visível, a palavra. A última parte do versículo 30 diz
que Ele virá “com poder e grande glória”, o que significa que realmente virá como rei, a palavra grega “doxa”
significa literalmente em português “justiça”, e mostra que Ele virá para julgar a todos os que estiverem ainda vivos
na Terra.

5.1. O arrebatamento

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“E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os
quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” Mateus 24:31

Quando olhamos a parábola do “rico e o Lazaro” (Lc 16) vemos que os mortos eram encaminhados ao “seio de
Abraão” por anjos, se prestarmos atenção nesse texto evidenciaremos que o fato narrado por Cristo é enquadrado
no conceito veterotestamentários, isso é, antes da morte de Cristo. O pecado que condenou o rico ao hades é não
atender um necessitado a sua porta e, portanto ele foi condenado pela lei (Lv 19:9,10; Lv 23:22; Dt 15:11; Dt 24:19-
22; Is 58:7), assim sendo o texto fala de judeus que viviam e praticavam a lei. Outro ponto é ajuda dos anjos, como
vemos no Antigo Testamento os nossos irmãos não tinham o auxilio do Espirito Santo, que foi delegado por Cristo
depois de sua morte (Jo 7:39), assim sendo precisavam dos anjos para serem conduzidos ao “seio de Abraão”, porem
em nós habita o Espirito de Cristo como um selo para a redenção (Rm 8:9-11; Ef 1:13-15), e assim é o Espirito que
em nós habita que nos conduz para a redenção. Entendendo isso, vemos que o arrebatamento citado nesse
versículo não condiz ao da igreja (Que será efetuado pelo Espirito) e sim a os judeus (por isso auxilio dos anjos).
Outra evidencia que o referido arrebatamento não será o da igreja é o fato de Jesus voltar (parousia) com seus
santos, que são os que foram arrebatados e constituem os santificados pelo Espirito Santo (No Antigo Testamento
não haviam santificados) portanto a igreja e talvez os anjos são os santos que acompanharão o Senhor (Zc 14:5; Jd
14; Ap 19:11-14).

“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o
oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um
vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E
fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como
fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os
santos contigo.” Zacarias 14:4,5

Nesse texto Zacarias profetiza o Armagedom que é o fim da “grande tribulação”, em um momento derradeiro o
anticristo com todo seu exercito (Ap 16:16) cerca os remanentes judeus aos pés do monte das Oliveiras, esse se
fende ao meio abrindo caminho para os israelitas fugirem, e nesse momento de grande angustia o Messias esperado
volta para Israel e salva seu povo. Lembrando que segundo a tradição Jesus é assunto aos céus no monte das
Oliveiras (Igreja Ortodoxa Russa mantém o Convento nesse local), e o anjo disse que ele voltaria do mesmo modo (At
1:11,12), podemos concluir que a sua vinda (parousia) se dará no monte das Oliveiras, no momento que salva seu
povo da destruição.

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que
em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e
como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E
cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém
podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.”
Apocalipse 14:1-3

Essa cena constitui um momento após o texto de Zacarias 14, lembrando que nesses versículos os remanescentes
judeus estão dentro do monte das Oliveiras perseguidos pelo anticristo, e nesse momento o Senhor volta e os livra
da morte, agora vemos os salvos de Israel no monte Sião (lugar do palácio de Davi) cantando hinos a Deus e sendo
referidos como comprados da terra. A consenso de grande parte dos teólogos que a Jerusalém que Jesus reinará
estará sobre a cidade de Davi, assim sendo os 144 mil judeus salvos da “grande tribulação” estão juntamente com
Cristo no mesmo lugar que os arrebatados da igreja também estarão, evidenciando assim o arrebatamento judaico.

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5.2. O termino do Armagedom
“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o
Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Mateus 24:30

O “Armagedom” e consequentemente a “grande tribulação” acabará com a volta (parousia) de Cristo, sua vinda em
glória será um evento testemunhado por todos os que estiverem vivos. Com a sua volta poderosa, Ele trará justiça
sobre toda a terra, e assim implementará um reino de paz.

“E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo
meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus; Para que comais a carne dos reis, e a carne dos
tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos
os homens, livres e servos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos
reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta
foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam
o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde
com enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o
cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.” Apocalipse 19:17-21

A vinda do Messias colocará fim a “grande tribulação” e a afronta do “Armagedom”, com espada que sai da sua boca
o Senhor aniquilará os exercito inimigos, o anticristo e o falso profeta serão presos, deixando os remanentes da terra
em paz para uma era de justiça como nunca houve, e esse é o cumprimento de toda esperança messiânica, onde um
rei segundo a linhagem de Davi reinara com equidade em Jerusalém, e de lá regerá o mundo todo.

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu
o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e
ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem.
E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” Apocalipse 20:1-3

Esse período de paz terá um período de mil anos, que em grego é “chilioi”, que se traduzem como literalmente mil,
assim os mil anos são realmente literais, quando os mil não são literais no grego escreve-se “murias” que significa
um grande numero figurado. Com a prisão de Satanás após o Armagedom, com o agente da tentação preso, os
seres humanos estão livres para não pecarem. A sequencia escatológica do milênio será um assunto tratado em
outro capitulo (capitulo 4).

6. O fim da sequencia escatológica de Mateus 24


“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Mateus 24:35,36

A sequência escatológica do sermão profético termina com esse texto, a partir disso Jesus trata de parábolas que
elucidam pontos de seu discurso, porem, não tem exatidão cronológica com o sermão. Após o Senhor fechar sua
cronologia escatológica com o fim do “Armagedom”, Ele dá testemunho que suas palavras são verdadeiras e com
certeza irão se cumprir, mesmo que o céu é terra passem porem as Palavras do mestre não hão de passar e se
cumpriram a risca. Lembrando que todo o discurso de Mateus 24 fala da vinda do Messias (parousia) e seu fim frisa
sua volta gloriosa, seria incoerente creditar ao arrebatamento (harpazo) o tempo que ninguém conhece (Mas
daquele dia e hora ninguém sabe), por coerência textual é fácil entender que o dia realmente que ninguém sabe é a
o dia da vinda (parousia). Dizer que Jesus como Deus não sabe o dia de sua volta, apesar de sua onisciência é uma

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grande discrepância, por isso devemos ter cuidado ao analisar o texto e tirar do Senhor atributos divinos que lhe são
inerentes, a única explicação para essa afirmação é Jesus arroga para si a natureza humana e assim como homem
normal não compreenderia o tempo (Kairos) de Deus.

Com esse texto terminamos a sequencia do Sermão escatológico de Jesus, conseguindo entender a motivação e as
respostas que o Senhor deu a base das perguntas dos seus discípulos. Pudemos ver a parte histórica do sermão,
cumprida em 70 d.C. com a destruição de Jerusalém e do Templo, a primeira parte escatológica denominada
“principio das dores”, que se liga com os primeiros 3 anos e meio de Daniel, após a quebra do pacto (abominação
desoladora) entramos na “grande tribulação” que culmina no Armagedom” com a volta do Senhor junto com seus
santos, para implementar o reino milenar. Repostarei o gráfico com o resumos escatológico de Daniel e Jesus.

Para concluir os ensinos escatológicos de Jesus trataremos agora da interpretação correta de algumas parábolas que
o Senhor usou nesse sermão. Veremos a parábolas “da figueira”, “do servo bom e o servo mal” e “das dez virgens”,
após essa investigação hermenêutica, estaremos entendendo os tipos de literatura de parábolas que o Senhor usa a
coerência delas com o resto do sermão escatológico e o verdadeiro significado de cada aviso contido nessas
parábolas.

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7. As parábolas escatológicas de Jesus

7.1. A parábola da figueira


“Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas,
sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está
próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas
aconteçam.” Mateus 24:32-34

A parábola da figueira é uma das menos entendidas das parábolas do Senhor, para se adequar em algumas falácias
interpretes tiram esse ensino do seu contexto e entendem através de suas teorias. Como todo o discurso de Mateus
24, esse texto deve ser entendido a ótica do judaísmo, e se ajustar ao sermão de Cristo, de outro modo tiraremos
essa parábola de seu contexto e de sua coerência incorrendo em erro de hermenêutica. Para um entendimento fiel
daquilo que o Senhor realmente quis dizer precisamos aprender todas as expressões aos olhos da língua original e da
cultura da época, começaremos elucidar essa parábola provando que a figueira se refere realmente a Israel.

7.1.1. Israel como a figueira


“Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim também conhecerei aos de Judá,
levados em cativeiro; os quais enviei deste lugar para a terra dos caldeus, para o seu bem. Porei os meus
olhos sobre eles, para o seu bem, e os farei voltar a esta terra, e edificá-los-ei, e não os destruirei; e
plantá-los-ei, e não os arrancarei.” Jeremias 24:5,6

Nesse trecho Jeremias faz uma ligação direta dos frutos da figueira com Judá os remanescentes de Israel, falando do
cativeiro babilônico como o corte da arvore e sua volta como a plantando de novo. Na parábola do agricultor (Lc
13:6-9), Jesus considera Israel como uma figueira infrutífera que seria cortada se persistisse em não dar seus frutos,
e realmente essa palavra se cumpriu na destruição de Jerusalém em 70 de nossa era.

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Além dessa base bíblica podemos ver pela historia que o próprio povo israelita faz essa analogia entre a figueira e
sua nação, em 1976 o rabi messiânico Paul Lieberman chamou o avivamento messiânico de Israel como “a figueira
floresce”. A figueira (símbolo alimentação e fartura) junto à videira (símbolo da alegria) e oliveira (símbolo da
espiritualidade e comunhão com Deus) é as três arvores símbolos de Israel, essas árvores são usadas varias vezes nas
escrituras simbolizando a nação eleita (Sl 80:8-16; Is 5:1-7; 1 Rs 4:25; Mq 4:4; Zc 3:10; SI 52:8; Jr 11:16; Rm 11:17-27).
Com esses textos bíblicos provamos que a figueira é uma das arvores símbolos de Israel e que é usada para
representar esse povo em profecias, concluindo isso veremos realmente o que o texto fala.

7.2. Os ramos brotaram


“Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas,
sabeis que está próximo o verão.” Mateus 24:32

O renovo da figueira é uma evidencia que as profecias de Mateus 24 não são exclusivas para a primeira geração de
ouvintes, pois após a destruição de 70, Israel demorou cerca de dois milênios para voltar florescer. A expressão
“próximo o verão” nos fala de frutificação, pois com os rigorosos invernos em Israel, os frutos só aparecem entre a
primavera e o verão, Jesus então esta dizendo que após esses eventos funestos Israel voltará dar frutos (período
milenar), e esse frutos são condicionados a volta do Messias. Assumindo que o renovo da figueira se cumpriu com a
volta dos israelitas podemos evidenciar que realmente o verão ou a volta de Cristo (parousia) esta próxima.

“Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.” Mateus 24:33

A frutificação de Israel é condicionado ao nascimento do Messias para eles, que será em um período conhecido
como “grande tribulação” ou “dores de parto”, que culminara com a volta do Messias colocando Israel de novo em
evidência mundial e assim reflorescera a figueira.

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7.3. Este povo não passará
“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” Mateus
24:34

Alguns pseudos intérpretes interpretam esse texto como se “não passará esta geração” significasse que a geração de
pessoas que viram à restauração de Israel não fosse morrer antes de ver o arrebatamento. Essa interpretação erra
em todos seus pressupostos, desde fixar o arrebatamento no lugar da volta de Cristo (parousia), na questão de fixar
uma data para o inicio da profecia, na definição do que seria um tempo de geração de vida e ainda no significado
que aplica a palavra “geração”, iremos agora explicar realmente o que significa “não passará esta geração sem que
todas estas coisas aconteçam”.

Primeiro erro é a questão que o “sinal da figueira” fala do arrebatamento, vimos durante toda essa aula que Jesus
descreve sua parousia (volta em glória) e a questão do arrebatamento (harpazo) não é sequer sugerida. Sendo assim
o sinal da figueira prevê o retorno do Messias (parousia) e consequentemente o renovo da figueira (Israel), note que
o arrebatamento não contém conexão alguma com a restauração de Israel que será consumada somente na volta do
Messias, assim não posso separar o momento que os frutos começam a florescer com o nascimento deles no milênio
após a parousia, separar dois eventos de uma profecia se contem discrepância e selecionar o que quero usar.

O segundo problema esta em achar uma data para o inicio da suposta “geração da figueira”, já que há algumas datas
que poderiam reclamar esse evento. A primeira data é 1918, que tem como marco a “declaração de Balfour”, que foi
a ordem para criação de uma nação judaica na palestina, província inglesa na época. 1947 a ONU vaticinou a
existência do estado de Israel na palestina e fez divisão das terras com os árabes. Em 1948 Israel declara sua
independência e a ONU reconhece como estado soberano. Em 1967 Israel recupera sua histórica capital Jerusalém e
essa é a data mais importante aos olhos dos Judeus, lembrando que a profecia de Daniel limita-se a o povo judeu e
sua santa cidade (Dn 9:24), Jerusalém, profeticamente talvez essa seja a data mais exata para o “sinal da figueira”.
Já outros preferem a data de 1980 quando Israel unificou toda Jerusalém sob o seu governo, outros ainda acreditam
que a figueira nem começou a florescer, pois a maioria do povo judeu ainda vive exilado no mundo todo, segundo
esses a figueira se renovará quando todo o povo voltar a sua terra. Como vemos é muito difícil precisar quando se
iniciou o “sinal da figueira” e em que data se iniciaria essa “ultima geração”, a muitas datas que poderiam reclamar
esse inicio, mas todas com prós e contras.

O terceiro erro é creditar um numero definido de anos para a duração de uma geração, os falsos mestres ensinam
que a geração possuiria 70 anos baseados em um salmo, mostraremos agora porque não conseguimos definir a
extensão de uma geração.

“Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o
orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.” Salmos 90:10

Para começar esse texto não fixa uma idade definida, ele cita duas abstratamente 70 e 80 anos, e quando fala da
ultima data 80 anos não diz que é limite e sim que quem chega é cansaço e enfado, agora porque e ”estudiosos”
ignoram uma das datas (80) e se apegam a uma (70) é um mistério, outro sim, é que o texto não foca em um limite
de idade, compreender que 70 é um numero limite para uma geração já consiste em problema de alfabetização.

Outra questão é o tipo de literatura do texto, que é poética, sendo identificados pelo paralelismo sinonímico,
àqueles que possuem uma pequena noção de literatura hebraica saberá que quando o texto é poético aplica-se a
conotação (sentido figurado), assim sendo o texto não requer para si exatidão doutrinaria e sim uma poesia sobre a
brevidade da vida. O texto analisado não tem valor literal, 70 e 80 anos são datas comparativas que expressão
unicamente a brevidade da vida humana, tendo como coerência o final do texto que diz “pois cedo se corta e vamos

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voando”. Entender esse poema como algo literal e desconhecer a hermenêutica e aplicar para um texto conotativo
valor literal apresentado em uma prosa (estilo de linguagem livre).

Do ponto de vista profético, alguns “estudiosos” afirmam que uma geração tem quarenta anos. Mas, devido aos
dados analisados acima, devemos ter a cautela e considerar o numeral quarenta como um número apenas simbólico
do ponto de vista profético. Há muita coisa envolvendo o número quarenta na Bíblia. Sobre este número, devemos
observar que ele está relacionado a vários períodos de julgamento ou de condenação conforme Gênesis 7:4 e
Ezequiel 29:11,12. Também foi o período em que "se acendeu a ira do SENHOR contra Israel, e fê-los andar errantes
pelo deserto quarenta anos, até que se consumiu toda a geração que procedera mal perante o SENHOR". Porem
essa data nunca foi vinculado com o tempo médio de vida de pessoas na Bíblia e por isso acreditar que uma geração
é contada por 40 anos se constitui uma falácia e uso indevido de textos proféticos.

O único parâmetro literal que temos de um limite de vida é de 120 anos (Gn 6:3) e mesmo assim muitos viveram
muito mais que isso após esse decreto. O limite de 120 anos se constitui um limitador para a vida humana, e jamais
arrogou para si estatos de uma geração, simplesmente é um limite imposto.

Se considerarmos que uma geração é contada por media de vida, adotaríamos mais de 72 anos que é a média global,
porem como a profecia é para o povo de Daniel (judeus) poderia adotar como uma geração 81.6 anos, que é a média
de vida de um judeu. Não a nada na Bíblia que explica se uma geração é um tempo médio de vida, se é o tempo de
nascimento de filhos ou qualquer outro parâmetro, tentar adivinhar o tempo de uma geração e quantos anos é se
constitui em uma ventura e tiro no escuro, e teologia não são para aventureiros e sim mestres instruídos na Palavra.

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” Mateus
24:34

Agora vamos aprender o que significa realmente a palavra “geração” no texto, primeiro começarei com a etimologia
tirada do DITAT e do STRONG.

A palavra grega “genea” significa literalmente uma linhagem familiar, um povo com genealogia comum, e não um
comprimento de vida humana como entendem esses leigos. Quando disse que essa “geração” não passaria, Jesus
falava do povo judeu, que mesmo com todos os sinais anteriores não seriam destruídos mais permaneceriam. Na
verdade Jesus fez eco a uma profecia anunciada por Jeremias (Je 31:35-37) que diz que Israel só pereceria quando
deixasse de existir o equilíbrio de céu e da terra, Jesus vai mais longe, mesmo com a desintegração do céu e da terra
(Mt 24:29) Israel seguiria existindo.

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A palavra grega “parerchomai” traduzida como “passará” significa metaforicamente “morrer, perecer” e deve ser
entendida como que a geração de Israel mesmo na “grande tribulação” não perecerá. Na verdade vemos que não
importa o que aconteça (nazismo, árabes) Israel sempre sobrevive.

Os rolos achados no mar Morto (Curã) confirmam o entendimento dos linguistas a cerca do que significa “geração”,
esses rolos aplicam o texto com relacionados com os judeus que sobrevirão a matança de 70 d.C. A um consenso que
o texto não deve ser entendido como literal, servindo só para os judeus que viveram naquela época e sim como uma
figura para toda historia de Israel e todos os sobreviventes de cada calamidade sofrida por esse povo, porem, deve-
se dar uma ênfase especial para o cumprimento escatológico e para os que sobreviverem a ultima angustia antes da
volta do Messias . Segue abaixo a postagem do Léxico grego sobre a palavra “genea”. (fonte: As Parábolas de Jesus
de Simon J. Kistemaker pág. 123).

Agora postarei como seria o texto no original grego traduzido pelo DITAT:

No texto traduzido do grego ao pé da letra podemos ver com mais propriedade seu real significado, em seu início o
texto não diz de frutos e sim de folhas tenras, mostrando que ainda estarão em flores, já que coerentemente
falando Israel só dará fruto após o nascimento do Messias (parousia), a garantia do verão é uma figura que diz que

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os frutos de Israel estão garantidos, assim como sempre existira verão e assim as arvores sempre frutificarão.
Quando Israel começar florir, a volta do Senhor (parousia) é eminente, pois isso é sinal do verão ou da frutificação de
Israel. Não esquecerei essa geração nos fala de Jesus cuidar de seu povo mesmo na “tribulação” e cuidará da figueira
enquanto ainda não houver ramos, talvez uma ligação com as parábolas do agricultor (Luc 13:6-9) e a parábola da
oliveira de Paulo (Rm 11:17-27), outro texto significativo para compararmos com esse é de Joel 2:22, que garante
que as arvores de Israel continuaram a dar seus frutos esmo em grande angustia, alguns vê a parábola da figueira
como analogia a essa profecia de Joel. O texto termina com a garantia do Senhor que tudo que Ele anunciou se
cumprirá.

Após estudar minunciosamente a parábola da figueira passamos a entender no seu verdadeiro contexto, onde a
figueira é uma figura de Israel, e sendo assim toda sua aplicação é para os judeus (Seu povo e sua santa cidade – Dn
9:24), que o sinal em evidencia precede a volta de Jesus (parousia) e nunca o arrebatamento, que não conseguimos
precisar o momento do inicio da profecia e que geração é uma designação do ramo familiar dos judeus e jamais um
cumprimento de anos ou de vida humana. O mais importante é entender que essa promessa de Cristo garante que
mesmo na “grande tribulação” o povo judeu jamais será destruído, a analogia com os 144000 israelitas marcados
para sobreviver a “dores de parto” é inevitável e natural.

7.2. A parábola do servo bom e do servo mau


“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento
a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. Em
verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens. Mas se aquele mau servo disser no seu coração:
O meu senhor tarde virá; E começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios,
Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, E separá-lo-á,
e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus 24:45-51

Essa parábola foi assimilada ao nosso estudo por ser similar a muitas outras, onde o principal objetivo desse tipo de
parábola é trazer uma sabedoria por meio da comparação entre o bem e o mal, esse tipo de literatura hebraica é
chamado de mashal (comparação). Vejamos a classificação dessa parábola:

Parábolas de crise é um agrupamento que juntam todas as parábolas com características em que existem
possibilidades de fim eminente e trágico, no caso dessa parábola um dos personagens (servo mau) corre o risco de
por seu mau comportamento ser surpreendido pela volta de seu Senhor e assim castigado. A antítese consiste na

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utilização de termos, palavras ou orações que se opõem quanto ao sentido, aplicado a essa parábola descreve as
obras discrepantes dos dois servos (o bom e mau) e consequentemente a recompensa diferente que os dois
receberam. A antítese dupla se caracteriza pela as duas comparações uma entre os servos e outra entre as
recompensas que ganharam. Já questão da síncrese é uma literatura semelhante à antítese onde se observa
atentamente o comportamento dos personagens e os recompensam a partir de suas ações. Essa parábola pode ser
descrita como um mashal onde de modo implícito fica-se subentendido o contraste entre os dois servos, esse tipo de
literatura (mashal) deve ser entendido sempre de maneira metafórica, jamais literal, pois o importante é a
discrepância entre o bem e o mal, e a recompensa proporcional a os atos. O objetivo dessa parábola e de outras de
estilo semelhante é mostrar claramente a discrepância entre dois comportamentos ou personagens (no caso o servo
bom e o servo mau) e dar uma resposta positiva ao comportamento almejado e uma resposta negativa ao
comportamento evitado, essa discrepância deve ser bem clara para que criando um mal estar para o mau
comportamento todos escolham o bom caminho com a boa recompensa no final. Na verdade esse texto não pode
ser considerado uma parábola na língua portuguesa (Uma narrativa metafórica através de exemplos reais com
objetivo de passar uma moral), pois não uma narrativa que espera instruir através de uma historia metafórica com
intuito de trazer a tona um a “moral para historia”, mas sim tem como objetivo passar uma simples comparação
entre o “bem e o mal”, e na maioria das vezes essa antítese é dupla, pois visa mostrar a diferença do bem e do mal e
as recompensas pelas escolhas. Na literatura judaica parábolas são chamadas “ninshal” e tem como características
instruir a sabedoria através de historias tiradas da vida real, já os “mashal” tem como finalidade fazer comparações
de discrepância para induzir através de simples constatações qual o melhor caminho para seguir, sendo assim
podemos classificar essa parábola como “mashal”.

“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento
a seu tempo?” Mateus 24:45

Já Podemos observar desde o começo do texto qual é o objetivo dessa parábola, quando Jesus diz, “Quem é, pois, o
servo fiel e prudente”, Ele nos induz a uma introspecção e nos direciona a procurar ser esse servo, o inicio da
parábola já deixa claro que será uma comparação (mashal) e que o desejado será ser “servo fiel e prudente”.

“Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, E separá-lo-á,
e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus 24:50,51

Após tecer no corpo literário do mashal o que é ser servo bom e o que é ser servo mal, Jesus fala das recompensas
que terão esses dois servos o primeiro será colocado sobre todos os bens de seu Senhor, que mostra a exaltação que
esse servo terá, já o servo mal será destinado a um lugar de tormentos, mostrando que seu Senhor o punirá.

É consenso dos verdadeiros teólogos que esse mashal é direcionado primariamente aos sacerdotes, levitas e
escribas, os que administravam a obra de Deus nos tempos de Jesus (lembrando que não havia igreja na época),
porem com certeza esse texto pode ser aplicado aos lideres religiosos da igreja, só adaptando para o arrebatamento
(harpazo), já que a ideia original trata da vinda do Senhor (parousia).

Quando diz que o Senhor voltará, na verdade esta se referindo a sua parousia, essa sim acontecerá em um momento
não aguardado, a palavra grega “dichotomeo” traduzida nesse texto por “separá-lo-á” significa literalmente cortar
ao meio, e era uma forma de execução na antiguidade, muitos vêm nessa palavra (dichotomeo) uma evidencia para
morte física daqueles lideres judeus que seguirão ao falso profeta e ao anticristo, aplicando para igreja seria a morte
para todos obreiros fraudulentos. Quando diz que o Senhor os “destinará” no original é “tithemi” que deve ser
traduzido como estabelecido permanentemente no lugar de tormentos, servindo primeiramente aos judeus, mas
também aplicado a religiosos cristãos. A ultima palavra de efeito da parábola é “hipócritas” do grego “hupokrites”
que significa literalmente “atores e falsos”, mas metaforicamente era usado para descrever “falsos mestres”
(lembrando que mashal é entendido metaforicamente), com as duas aplicações entendemos que fala tanto de

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lideres judeus que enganaram seu povo em toda historia, e mais especificadamente os que enganaram a ultima
geração, como vale também para lideres cristão que ensinam heresias a seu povo.

Se você for observador notará uma discrepância nessa ultima explicação, se todo o discurso de Mateus 24 é para
judeus, porque essa parábola também pode ser aplicada a cristãos? Muito simples, A maioria do texto de Mateus 24
foi escrito em forma de prosa, como narrativa literal e deve ser aplicada a interpretação a luz da literalidade do
texto, levando em conta as perguntas dos discípulos e o contexto judaico do sermão. Porem a literatura mashal é
entendido de forma figurada, nos dando a possibilidade de aplicar o texto a nossa realidade, assim como o escritor
sagrado que muito tempo após a morte de Jesus, já com a existência da igreja produziu esse texto, talvez até mesmo
ao registrar a parábola tenha sido influenciado pela existência da igreja e assim reinterpretado sutilmente o ensino,
já que a licença poética permitiria.

Resumindo, essa parábola escatológica considerada um mashal tem como objetivo uma síncrese dupla, onde
ressalta a diferença entre os servos e seus destinos, esse tipo de literatura era muito usada por Jesus e por isso
estudamos um de seus exemplares, todas as parábolas “mashal” devem ser entendidas com as mesmas regras da
conotação.

7.3. A Parábola das 10 virgens


“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao
encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.”
Mateus 25:1-4

Após estudarmos o que realmente essa parábola diz, creio que o leitor ira rir da interpretação que falsos mestres te
induziram a aceitar, esse texto com certeza é um dos mais mutilados da historia bíblica.

Assim como as duas parábolas que analisamos anteriormente a parábola “das dez virgens” também é considerada
uma parábola de crise, ou seja, com possível castigo para maus comportamentos no final, além disso, as três
parábolas são classificadas como “parábolas de parousia” ou que evidenciam a volta do Messias em glória, assim
sendo interpretar essa palavra como sendo acerca do arrebatamento (harpazo) é discrepância textual. Mesmo sendo
uma parábola mais elaborada que a “do servo bom e servo mau”, ela não deixa de ser um “mashal” ou uma
comparação entre o bem e o mau, e assim coma a outra parábola citada ela também é uma síncrese dupla, ou seja,

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faz duas comparações, a primeira entre as “virgens prudentes” e as “virgens loucas” e a segunda com os destinos
diferentes que cada uma terá, as “prudentes” entraram no casamento e as “loucas” ficaram de fora. Sendo um
“mashal”, toda a interpretação do texto deve ser conotativa, e o cenário e os elementos compositores da trama
devem ser apenas secundários, já que essa literatura prima pela comparação entre o bem e o mau. Para ficar clara a
diferença entre um “mashal” e um “nimshal” abaixo colocarei as definições, outra definição importante é a de
síncrese, que também será anexada abaixo.

“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao
encontro do esposo” Mateus 25:1

A um entendimento no meio leigo que as “virgens” representam a igreja, porem como já estudamos essa parábola é
aplicada a Israel, portanto as 10”virgens” não fazem parte da igreja e sim do povo Judaico. A palavra usada para
“virgens” em grego “parthenos” não é aplicada para noiva (numphe) e sim para damas de honra, donzelas ou amigas
acompanhantes da noiva, portanto que casa com o noivo não são as damas de honra e sim a noiva, que a proposito
nem aparece na parábola, lembrando que a noiva é a igreja e essa parábola é para Israel. Israel é relacionado com
virgens ou termos similares varias vezes nas Escrituras (Is 37:22; Is 62:5; Je 2:32; Je 31:4; Lm 2:13; Lm 5:11; Ap
12:1,2), já a igreja identificada como a noiva de Cristo (Jo 3:29; Ef 5:25; Ap 19:7; Ap 21:9), assim sendo quem casará
com o noivo (Jesus) não é Israel e sim a igreja, porem como o texto fala somente a Israel acontece essa omissão da
noiva. Para o desespero da maior parte dos intérpretes desta parábola, são muito escassas as informações
disponíveis sobre os costumes matrimoniais do mundo antigo e as práticas podem ter sido diferentes de lugar para
lugar. Tipicamente, o noivado ocorria na casa do pai da noiva e era uma ocasião festiva com bênçãos, velas e
celebração. Durante o período entre o noivado e o casamento, que poderia se estender por vários anos, a jovem
permanecia na casa dos pais. Quando chegava o dia do casamento, depois da noiva estar adornada e perfumada
para o grande momento, ele era, então, levado em uma procissão festiva até a casa do noivo (ou para a casa dos
seus pais, caso o casal fosse morar lá). Ao cair da noite a procissão iniciaria e a noiva seria escoltada até a casa do
noivo por uma multidão com tochas ou lanternas. O noivo saía para receber a noiva e a trazia para dentro de casa
onde as bênçãos e a celebração durariam até sete dias. Em alguns textos, tanto o noivo, quanto a noiva eram
acompanhados por uma multidão pelas ruas até o local onde as festividades ocorreriam. As pessoas que observavam
a celebração tinham a obrigação religiosa de tomar parte nela (fonte: As Parábolas de Jesus de Simon J. Kistemaker
pág.712). Concluímos que a parábola foi descrita conforme as tradições da época, e que o erro das “virgens loucas”

62
foi não ter prestado atenção no tempo e assim perder o casamento de sua amiga, alguns veem aqui uma tipologia
para o desprezo de Israel com a igreja e por esse motivo essas serão deixadas de fora. É muito importante entender
que a noiva se encontra com o noivo antes da chegada das suas damas e essa caminham para a casa do noivo (onde
serão as bodas) após a noiva, porem se chegarem depois do começo das comemorações ficam de fora, já que as
cerimonias eram feitas a portas fechadas, esse raciocínio é tirado dos costumes acerca do casamento, porem não
podemos esquecer que na literatura mashal a aplicação é conotativa e as ordens do evento secundárias.

“E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas” Mateus 25:2

A palavra grega “moros” é traduzida no texto como “loucas”, e seu significado metafórico é incrédulas, que talvez fosse uma
indicação a os judeus que não cressem em Jesus, ou aqueles que já não acreditam na parousia (mais provável). Já a palavra
“prudentes” é a tradução da palavra grega “phronimos” que significa literalmente “sábia” porem pode ser entendido
metaforicamente como “iluminadas”, fazendo uma menção aqueles que continuariam a crer na parousia, e não aceitariam o
anticristo, esse entendimento tem base no de discurso de Mateus 24, onde a palavra grega “planao” traduzida por “engano”
significa literalmente “engano religioso” ou “apostasia” (Mt 24:4,11,24).

“As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em
suas vasilhas, com as suas lâmpadas.” Mateus 25:3,4

Como já dissemos o cenário e os elementos constituintes desse mashal são puramente secundários, onde a
importância real é a comparação entre as “virgens prudentes” e “as loucas” e suas recompensas finais, porem o
elemento “azeite” que é o combustível das lâmpadas fez diferença entre os dois grupos, portanto se torna
importante entendermos esse elemento. Como conhecido essa parábola tem como objetivo as damas de honra
(Israel) e não a noiva (igreja), por isso já podemos descartar que o azeite é a unção do Espirito, já que é exclusiva de
quem aceitou a Jesus. O óleo que dá o combustível esta relacionado à lâmpada, que é um símbolo da Palavra de
Deus (Sl 119:105), e assim quem tiver conhecimento não será pego de surpresa naquele dia “1 Ts 5;4-6). Jesus disse
que os judeus conheciam os tempos e sabiam quando iria chover, porem desconheciam os tempos do fim (Lc 12:56),
isso porque não foram iluminados pelo conhecimento que ensinou o mestre, portanto o azeite que fará diferença
será o conhecimento da Palavra, que com ele jamais a luz será apagada.

“E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram.” Mateus 25:5

A parousia de Jesus é um grande mistério, e por isso o Senhor ensinou os judeus a estarem sempre alerta, na
parábola do “servo bom e servo mau”, o Senhor voltou antes do previsto (Mt 24:48), já na parábola “das dez
virgens” o Noivo chegou depois do previsto e achou as damas de sua noiva despreparadas. Para não ser pego de
surpresa o povo judeu deve prestar bem atenção nos sinais previsto pelo Mestre e dentre eles o surgimento de um
“messias”, com esses sinais em mente jamais serão pegos de surpresa, pois eles evidenciam que ele esta próximo
(Mt 24:33).

“Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.” Mateus 25:6

As lojas não estariam abertas à meia-noite, mas será que o objetivo é fazer mesmo uma referência à meia-noite, ou
simplesmente há “uma hora avançada da noite”? Em Semahot 8.10 (livro do Talmude judaico)uma parábola fala de
pessoas que saíram de um banquete oferecido por um rei em vários horários diferentes. Algumas saíram na segunda
e na terceira hora da noite, quando as lojas ainda continuavam abertas. Em todos os lugares as pessoas sabem quem
contactar em caso de necessidades emergenciais, especialmente se um banquete importante está acontecendo. As
parábolas nem sempre são realistas e, na verdade, elas não têm a necessidade de realismo. Neste caso, a história
simplesmente pressupõe que as moças haviam conseguido encontrar o azeite para as suas lâmpadas.

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“E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as
bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-
nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não
sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.” Mateus 25:10-13

A parábola termina com a recompensa das “virgens prudentes” que puderam entrar na festa (clara alusão ao
arrebatamento judaico, que será realizado apos a parousia), já as “loucas” não participaram das comemorações e ao
clamarem na porta ouviram “vos não conheço”, talvez referência ao tormento eterno, já que outras palavras
similares acabam com algum tipo de castigo eterno.

8. O final da parte cronológica do sermão escatológico


“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” Mateus 24:35

Com esse versículo acaba a parte cronológica do “Sermão Escatológico”, a partir do versículo 36 a narrativa passa
para explicações adicionais e parábolas explicativas sobre a parousia do Messias, não tendo assim valor cronológico.
Em Mateus do 1 ao 35 Jesus passa todas as parte que compõe a “tribulação”, a parte histórica (1 ao 3), o “principio
das dores” (4 ao 14), a “grande tribulação” (15 – 26) e o “Armagedom/parousia” (36 – 34), finalmente no versículo
35 Jesus fecha seu discurso. Dizer que não importa o que acontecer suas palavras não hão de passar, é um jeito
categórico de fechar seu discurso, o Mestre faz toda a narrativa cronológica e a fecha garantindo que se cumprirá na
integra, após o fechamento cronológico Ele se preocupa em explicar com alegorias sua parousia e assim pronuncia
suas parábolas dos capítulos 24 e 25. Concluímos então que a parte cronológica do sermão é feita do versículo 1 ao
34, passando por todas as fase da “tribulação”, no versículo 15 Jesus fecha a parte cronológica garantindo seu
cumprimento e após ele repercuti fatos sobre sua parousia, sem nenhum aspecto cronológico (até porque sua
parousia marca o fim da “grande tribulação” ou da ultima semana escatológica de Daniel), simplesmente trata do
assunto mais importante e ultimo evento desse período sua vinda em Glória.

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1. O que é arrebatamento
Já aprendemos que o arrebatamento (harpazo) não pode ser considerado o mesmo evento da parousia judaica
(volta de Cristo), e também vimos que as profecias de Daniel e o Sermão Escatológico de Cristo não tratam da igreja
e do arrebatamento e sim da volta do Messias, por ultimo devemos lembrar que “tempo dos gentios” não trata da
era da igreja e sim do governo de Roma (destruidora de Jerusalém) e dos tempos sem rei da linhagem de Davi no
trono. O arrebatamento da igreja é um evento ensinado principalmente por Paulo, o apostolo dos gentios, veremos
as profecias coerentes sobre o tema, e faremos uma comparação com os ensinos de profecias sobre a parousia, pois
por mais que eles não anunciem o arrebatamento, estão inseridos num tempo que será histórico assim como o
próprio arrebatamento. Nunca podemos perder de vista que aprendemos anteriormente que a ultima semana
escatológica de Daniel, chamada de Tribulação se inicia com a firmação do pacto feita pelo falso profeta, se iniciando
com um período de 3 anos e meio denominados “principio das dores de parto”, terá seu meio com a quebra do
pacto feita pelo anticristo também chamado de chifre pequeno, que chamará “grande tribulação” ou “dores de
parto”, findando com a volta (parousia) de Cristo para aniquilar o Armagedom e implementar o reino Messiânico
milenar. Lembrar que a falso profeta reinará nos 3 anos e meio iniciais e que o anticristo só aparecerá na metade da
tribulação é importante para entender a escatologia de Paulo, já que ele partiu seu conhecimento das profecias
judaicas e as interpretou para a igreja. Abaixo um esquema geral das profecias de Jesus e Daniel:

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1.1. Definições de “volta de Cristo”
Vamos enquadrar o arrebatamento dentro de tipos de volta de Cristo somente para estudarmos, isso de forma
puramente orientativa, sem jamais esquecer que volta no grego bíblico é “parousia” ou retorno do rei. A Bíblia
apresenta 3 palavras para descrever “volta de Cristo”, no grego são as palavras “harpazo”, “parousia” e
“apokalupsis”. Ao estudar o verdadeiro significado e aplicação de cada uma dessas palavras poderemos entender o
conceito de arrebatamento e vinda do Senhor.

Harpazo significa em português “levar a força” ou “arrebatar”, era usado para descrever um roubo escondido e
rápido, alguns teólogos fazem a analogia com o roubo do bem mais importante desse mundo, a igreja. As
características ensinadas sobre o arrebatamento (harpazo) é que será um evento rápido, a expressão aplicada aqui é
“num abrir e piscar de olhos” (1 Co 15:52), será nos ares (1 Ts 4:17), a palavra traduzida por ares em grego é “aer"
quando associada com alturas (nas nuvens) se entende como “a região atmosférica”, deixando claro que não será
um evento visível da terra, onde somente os salvos em Cristo saberão e participarão. O evento que todos os olhos
verá (Mt 24:30; Ap 1:7)será a parousia.

A palavra grega “parousia” traduzida como “vinda” em sua etimologia significa “vinda visível do rei”, e trata de sua
volta como Messias de Israel, seus conceitos foram tratados na aula passada e inclui sua volta visível (Mt 24:27,30), e
cumprimento da profecias messiânicas a Israel, sempre vinculada ao evangelho do reino.

Outra palavra que expressa à vinda do Senhor é “apokalupsis”, que é traduzida para o português como “revelar para
se tornar visível” e tem mesma raiz da palavra “apocalipse” que significa “revelação de algo escondido”. Quando se
diz que o Senhor irá se revelar esta associada a sua “parousia” e deve ser entendido como volta visível do Senhor (1
Pe 4:13). Outra palavra que exprime a revelação do Senhor é “phaneroo” que significa “tornar visível” ou “se
manifestar”, aqui nós encontraremos mais dificuldades para determinar se esta relacionada ao “harpazo” ou ao
“parousia” vejam alguns exemplos.

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“Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória”. Colossenses 3:3,4

Esse texto parece muito semelhante ao de 1 Co 15, mas no caso ele aponta para todos que estão mortos para o
mundo e vivos para Cristo, e quando esse se manifestar nós seremos manifestos em gloria com Ele. Muito claro que
essa revelação é o “harpazo”, pois reduz aos salvos em Cristo Jesus o evento de glorificação, a omissão de Israel ou
os nãos salvos podem ser 67indício seletividade dos eventos.

“E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com
os anjos do seu poder, Com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos
que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por castigo, padecerão eterna
perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder, Quando vier para ser glorificado nos seus
santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem (porquanto o nosso testemunho foi
crido entre vós).” 2 Tessalonicenses 1:7-10

Aqui temos um texto mais difícil de entender, porem vamos lançar luz ao texto, primeira consideração sobre essa
carta é que foi a segunda a ser escrita (por volta de 53), logo de, pois de 1 Tessalonicenses, e por isso talvez Paulo
ainda não tinha a doutrina do “harpazo” ainda bem definida, assim se inspirou na “parousia” para trazer esse
conhecimento, pois a violência do evento condiz com que Mateus 24 narra sobre a “volta do Messias”. Ao estudar os
ensinos de Jesus e dos apóstolos que andaram com o Mestre e repercutiram suas doutrinas, Paulo foi influenciado a
juntar o “harpazo” no mesmo evento que a “parousia”, porem em textos posteriores parece que podemos
identificar a diferença dos dois eventos para o apostolo dos gentios. Analisando o texto assim como escrito por
Paulo, o “manifestar” do Senhor, sem duvida esta em coerência com a “parousia”, pois trará vingança para os
rebeldes e eventos cataclísmicos, assim como no “Armagedom” (Zc 14:5-14; Mt 24:27-30; Ap 19:11-21).

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo
esplendor da sua vinda;” 2 Tessalonicenses 2:8

Esse texto é muito claro, pois fala de sua vinda para aniquilar o anticristo (Ap 19:11-21), um evento que será o ponto
forte de sua “parousia”. Segue uma tabela com as cronologias das cartas de Paulo.

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“E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não
sejamos confundidos por ele na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica
a justiça é nascido dele.” 1 João 2:28,29

Tirado de seu contexto, esse texto parasse ambíguo e difícil de entender, se ele refere-se ao “harpazo” ou ao
“parousia”, pois só fala para permanecer nele para que não sejamos confundidos em sua “vinda”. Porem todo o
capítulo fala da revelação e enganação do anticristo, o qual já aprendemos que se manifestará somente na quebra
do pacto e que reinará nos últimos 3 anos e meio, assim sendo Pedro entende que a volta do Senhor será somente
após toda a tribulação, sem duvidas uma visão judaica dos fatos.

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos
que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” 1 João 3:2

No manuscrito original esse versículo esta no mesmo conceito que o do capitulo anterior, evidenciando assim a
manifestação do Filho de Deus no “parousia”, todo o texto de 1 João 3 ira tratar do diabo e do anticristo, lembrando
que o diabo cairá na terra somente na metade da tribulação e assim dará seu poder ao anticristo.

Podemos observar por esses textos que “apokalupsis” (revelado) e “phaneroo” (tornar visível) são quase que
unicamente aplicados para tratar da “volta do Messias” da “parousia”, e assim tende para entender o
arrebatamento em um evento único com a volta gloriosa de Cristo, aplicando para a igreja o mesmo ensino de
Daniel e Mateus 24, o único que faz essa separação e coloca o “harpazo” da igreja em um evento precedente dos
“parousia” é o apostolo Paulo, por isso para tecermos uma doutrina sobre o arrebatamento mais exata devemos
consultar os escritos desse mestre dos gentios.

Vemos 4 palavras que podem descrever a volta de Cristo, o harpazo (arrebatamento), a parousia (a volta gloriosa), o
“apokalupsis” (revelação do Messias) e o phaneroo (a manifestação de Cristo), notamos também que o único que
trata do arrebatamento da igreja é Paulo, os demais nos colocam no mesmo evento da parousia e o arrebatamento
judaico.

2. Textos bases para harpazo e parousia


“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;
Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os
mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 1 Coríntios 15:51,52

A primeira palavra chave que aparece no texto é “ressuscitarão”, traduzida do grego “egeiro” que significa
literalmente ressurgir dos mortos, mostrando sim que esse contexto diz verdadeiramente da ressureição dos crentes
mortos em Jesus, à segunda palavra é “incorruptíveis” do grego “aphthartos” essa palavra tem dois significado, um
se livrar da corrupção da morte (putrefação) e a outra se tornar imortal (não perecer), nos dois casos mostra que os
ressuscitados em Cristo jamais irão morrer, pois se levantarão em corpos imortais.

A terceira palavra é “allasso”, traduzida no texto por “seremos transformados”, e significa “mudar” e ou
“transformar”, que mostra que os vivos participaram do mesmo evento dos mortos, uma mudança de natureza, da
mortal para imortal, ou da corruptível para a incorruptível. Esse texto de 1 Coríntios é uma evidencia para a vida
eterna, pois detalha muito bem que os arrebatados se transformaram em seres imortais. Podemos concluir que esse
texto esta inserido no “harpazo”, pois trata somente dos que já aceitaram Jesus, e não descreve eventos
catastróficos característica da “parousia”, a velocidade do evento também coloca no arrebatamento, note que após
o arrebatamento não tem sequencia de eventos, diferente da parousia que precede uma guerra e destruições.

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“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;
e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor.” 1 Tessalonicenses 4:16,17

Quando o texto fala que o Senhor descerá do céu, ela diz que, Ele virá de um céu mais elevado para o céu cósmico, a
palavra grega “(apo’)” traduzida nesse texto por “do” (céu) significa literalmente “separação de local” e aplicado com
a palavra “ouranos” (céu, ou espaço sideral) denota separação de céu, ou descer de um céu mais elevado para outro
mais baixo. A palavra “ouranos” pode ser usada para o nosso céu, como também para o céu de Deus, na realidade
Urano que deu a origem a palavra céu era o Deus primordial grego do céu cósmico.

Na expressão “com voz de arcanjo” no grego original não significa que o Senhor falará com voz semelhante a do
Arcanjo e sim, que a ordem de Jesus ressoará a voz do Arcanjo. “keleuma” significa dar ordem ou um comando, se
referindo como o Senhor ordenará Miguel a ressoar sua voz nos céus, esse trecho do versículo no original ficaria
assim “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, se ouvirá a voz do arcanjo, ressoada a trombeta
de Deus”, O sujeito da frase, Jesus dará a ordem para se pronunciar o Arcanjo e tocar a trombeta de Deus (trombeta
da reunião do povo).

A palavra grega traduzida como “Arrebatados” é “harpazo”, que é termo corrente para o rapto da igreja, assim como
em outros textos esta falando do arrebatamento nos céus da noiva do cordeiro, portanto, em total coerência com a
“doutrina do arrebatamento da igreja”. A palavra grega “era” será mais bem traduzida aqui significando “região
atmosférica”, ou seja, um lugar onde só participará ou mesmo verá os participantes desse excelso evento.

“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que,
quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de
parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas,
para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia;
nós não somos da noite nem das trevas.” 1 Tessalonicenses 5:2-5

Esse possui muitas informações uteis para aqueles que sabem aplicar a síntese textual e as etimologias corretas das
palavras, vejamos as palavras chaves para que entendamos perfeitamente o texto. A primeira é ladrão do grego
“kleptes”, que esta em perfeita coerência com a palavra “harpazo”, pois essa significa “roubar”, portanto o Senhor
virá como um ladrão e roubará a igreja da terra. Noite em grego “nux” significa literalmente “noite”, mas era usada
de forma metafórica para descrever pessoas sem informação, dentro da tradição da igreja primitiva usava-se para
pessoas que desconheciam a palavras, Strong traduz “nux” nesse versículo como “estupidez moral e escuridão
religiosa”. Portanto, quando fala que o Senhor virá como um “ladrão de noite” deve ser entendido como que o
“harpazo” será em um momento onde muitos da igreja estarão em escuridão espiritual por estar em estupidez
moral, ou enganadas por obreiros fraudulentos (Ef 11-15; 2 Tm 1-9), por isso que devemos nos aplicar a Palavra para
nos iluminarmos para os últimos dias.

A palavra paz do grego “eirene” pode ser traduzida de duas formas, como paz particular e a outra como paz
nacional, no texto presente “eirene” é mais bem compreendida como “paz para Israel”, e demonstra os primeiros 3
anos e meio da ultima semana de Daniel o “principio das dores”, que será o tempo que os judeus serão enganados
pelo falso profeta, que é chamado por Daniel e Jesus de abominável (Dn 9:27; Mt 24:15), que significa aquele que
engana religiosamente ou o que induz o erro na Lei. “asphaleia” traduzida no texto como “segurança” também é
aplicado e Israel, e junto com paz mostra que nos “principio das dores” os judeus gozaram de uma falsa paz e
segurança, esse ensino esta em acordo com o sermão escatológico de Jesus, pois no versículo Mateus 24:14 quando

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Ele finda o “principio das dores” vemos que a narrativa é geral, e não inclui Israel, porem após o versículo 15 o
Mestre narra a quebra do pacto e virá o contexto para uma perseguição restrita a Jerusalém e Judá.

Após a quebra do pacto virá “repentina destruição”, pois entrará em cena o “chifre pequeno” ou anticristo, chamado
por Daniel e Jesus de “assolador” ou destruidor. Quando o texto diz “paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina
destruição”, ele se refere a um dia específico e que será histórico, o dia da quebra do pacto, após esse evento
cessará as “dores de parto” e começará a “grande tribulação” ou como Paulo diz nesse texto “as dores de parto
àquela que está grávida”. A ligação da enganosa paz e da repentina destruição com as “dores de parto” (odin em
grego) é um artificio literário que Paulo usa para situarmos o dia que ele esta falando com a profecia das 70 semanas
de Daniel.

A palavra “trevas” do grego “skotos” assim como “nux” (noite) tem um significado metafórico que tem concordância
com a conotação usada em “noite”, no texto “trevas” significa metaforicamente “cegueira religiosa” (fonte Strong), e
deve ser entendida como desconhecimento da Palavra de Deus. Em concordância com isso esta a expressão “para
que aquele dia vos surpreenda como um ladrão”, quando Paulo afirma que só será engando no “harpazo” que
estiver escuridão moral e em trevas bíblicas ele diz que os conhecedores da Palavra (quem não tiver em trevas) não
serão enganados aquele dia. Ele conclui o trecho bíblico mostrando que não podemos ser enganados e nem
surpreendidos aquele dia. Vou deixar um pensamento próprio, até agora me detive em interpretar rigorosamente as
escrituras, mas acho pertinente passar essa indagação. Aprendemos na parábola “das dez virgens” que essas damas
de honra serão o povo de Israel, portanto as damas não sabem o tempo do casório, porem alguém já viu uma noiva
não saber o dia que ira casar? Portanto, “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos
surpreenda como um ladrão;” (1 Tessalonicenses 5:4). Outra verdade é que a Bíblia afirma que a “parousia” será em
um dia que ninguém sabe (Mt 24:36), mas jamais disse que o “harpazo” será desconhecido.

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu
estiver estejais vós também.” João 14:2,3

A palavra grega traduzida por “levarei” é “paralambano” que significa “tomar para si um companheiro”, isso nos fala
que o objetivo desse texto é nos assegurar que Ele nos levara para as suas moradas. Nesse texto não está implícito
se é “harpazo” ou “parousia” ou mesmo elementos pós-milenares, portanto tem características que se encaixam no
arrebatamento da igreja, no judaico e na ressureição pós-milênio. Porem o contexto nos da algumas pistas de sua
aplicabilidade, Jesus na passagem esta dizendo que voltará ao Pai e preparará lugar para seus discípulos e um dia
voltaria para buscá-los, além disso, o texto trás o envio do Espirito, que é o selo de Deus para a salvação (Rm 8:10-
13; 1 Co 1:22,23; Ef 1:13,14), com essa ótica em mente arrisco a sugerir que os índicos dizem a cerca do “harpazo).

“E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens
vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” Atos
1:10,11

Esse texto fala da Ascenção do Senhor, e da promessa de sua volta, a palavra “vir” é a tradução da grega “erchomai”
que significa “vir em pessoa”, ou seja, voltar do mesmo lugar que foi assunto. Segundo a tradição, esse lugar foi o
monte das Oliveiras e assim sua volta deverá ser no mesmo lugar, a um texto em Zacarias que confirma sua vinda
nesse local (Zc 14:4). Sua volta no monte das Oliveiras fala de sua “parousia” ou sua volta em glória, por isso que
assim como muitos viram sua subida, verão também sua volta (Mt 24:30).

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“Porque, assim como o (1) relâmpago sai do oriente e se (2) mostra até ao ocidente, assim será também
a (3) vinda do Filho do homem.” Mateus 24:27

Esse texto como já vimos na aula passada fala sobre a “parousia”, assim como todo sermão escatológico do Senhor,
pelo contexto percebemos que essa “vinda” é contextualizada em um senário apocalíptico de destruição e com que
todos os olhos vendo o Senhor. A palavra “relâmpago” é uma tradução da “astrape” que significa algo que brilha e
pode se ver, características da “parousia”, já que o “harpazo” será secreto. Já a palavra “phaino” que é traduzida no
texto com “mostra” significa literalmente “trazer a luz” e deve ser entendida como um evento de muita luz visível
em que todos podem ver, a última palavra chave do texto é “vinda”, que no grego é “parousia”, uma palavra que
todos devem entender como volta do rei. Vemos nesse texto que as três palavras chaves mostram um volta visível,
com muita luz e presente, não deixando duvidas que realmente nos fala da “parousia”. Na verdade esse texto é tão
gritante que fala da “parousia” que não consigo entender como falsos mestres um dia me fizeram acreditar que esse
texto falava do arrebatamento.

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como,
nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que
Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a
(1)vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será (2)levado um, e (3)deixado o outro;”
Mateus 24:37-40

Esse texto também de Mateus 24, coerentemente fala da “parousia”, podemos ver que o contexto compara a
“vinda” do Senhor ao evento cataclísmico que dizimou o mundo no tempo de Noé, a segunda vinda é relacionada
com grandes destruições. Nesse texto a um erro crasso no que se refere à interpretação de um ser levado e outro
ser deixado, atribuindo assim ao “arrebatamento” coisa que já podemos descartar pelo contexto de “parousia” que
o texto e todo o sermão apresentam. A primeira palavra chave que analisaremos é “vinda”, que todos nessa altura já
identificaram com “parousia”, então é claro que os acontecimentos subsequentes falam da “volta gloriosa” do
Mestre. Quando a palavra diz que um será “levado” no original aparece à palavra “paralambano” que como vimos
anteriormente significa “se ajuntar como amigo”, o que diz que esse “levado” será uma coisa que todos verão e
entenderão como ato de amizade, de escolha publica. Já a palavra “aphiemi” traduzida por “deixado” significa
“enviar embora” e era usado para descrever as cartas de divorcio no tempo de Cristo, assim sendo, quando diz
deixado, fala de pessoas que serão despedidas pelo Senhor, ou que ouviram da boca do Mestre que estão sendo
repudiadas. Esse texto aludiu a um contexto de “parousia” já que deixa claro que essa separação de “levados” e
“deixados” será feita abertamente aos olhos de todos.

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de
família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por
isso, estai vós (1 )apercebidos também; porque o Filho do homem há de (2)vir à hora em que não
(3)penseis.” Mateus 24:42-44

Aqui vemos outro texto mal aplicado, usado por leigos para o “arrebatamento”, entendemos que esse texto fala da
“parousia” pelo contexto do sermão, onde todo ele fala da volta gloriosa do Messias. Portento, quando esse texto
fala para vigia, ele esta dizendo para judeus que presenciaram a “parousia”, jamais para cristãos que participaram do
“harpazo”. A palavra “apercebidos” vem do grego “hetoimos” que significa literalmente “preparados”, essa
expressão era usada para descrever a forma que os israelitas se preparavam para o êxodo, quando Jesus repete o
conceito deixa claro que é para o povo judeu e que a característica será visível como foi a “pascoa”. A palavra “vir”
tem sua origem em “erchomai” que significa a vinda física de alguém, chegar presencialmente, ou seja, a vinda do
Senhor (parousia) será em um momento que ninguém esperará e será física e para ficar (milênio). Já a palavra
“dokeo” traduzida como “penseis” significa “ser e opinião” e denota que essa volta será em um momento que os

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judeus não julgaram como pertinente. Aqui vemos outro texto que fala da “parousia” e é aplicado a Jerusalém e o
povo judeu.

“Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que
não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por
palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira
alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem
do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se
adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” 2
Tessalonicenses 2:1-4

Esse texto é a maior pista que temos sobre o tempo do “arrebatamento”, lembrado que é sobre a “parousia” que
Jesus relata que ninguém saberá dia e hora. Nesse texto Paulo começa com uma advertência para que ninguém
acredite ou se perturbe com promessas a cerca de um “arrebatamento surpresa” e fixa esse evento para depois da
“apostasia”, portanto, o arrebatamento não acontecerá antes desse dia revelado. Hoje vemos o porquê Paulo se
preocupou, já que se proliferam visões e profecias a cerca do arrebatamento iminente, mas sigamos a Palavra “Ora,
irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais
facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola,
como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” O texto se inicia com os dizeres “, rogamo-vos, pela vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele”, o que mostra seu contexto de “harpazo” pois essa
reunião será vista e presenciada somente pelos arrebatados, a palavra grega “hemon” traduzida por “nossa”
significa um evento privado, que só participará os envolvidos. A seguir Paulo mostra, assim como Jesus, a
preocupação com mestres enganadores que anunciariam a volta de Cristo, quando ele diz “como se o dia de Cristo
estivesse já perto”, esta falando, daqueles que pregariam a eminência de sua volta, a palavra traduzida por “perto” é
“enistemi” que significa literalmente “eminência” e figuradamente “sem aviso”, isso é uma repreensão daqueles que
dizem que Jesus pegará a igreja de surpresa no “harpazo”. Paulo continua avisando que a volta de Cristo “não será
assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado”, marcando o “arrebatamento” para
depois da apostasia (quebra do pacto) e a aparição do anticristo (como já aprendemos o chifre pequeno surgirá só
na quebra do pacto), a palavra “manifeste” é a tradução do grego “apokalupto” que significa “aparição publica”,
devendo ser entendida com o momento em que o anticristo aparecerá em Jerusalém. Confirmando que “apostasia”
que significa “erro religioso” é a quebra do pacto (onde o anticristo da tribo de Judá entrará no templo como um
levita caracterizando a apostasia), Paulo continua a narrativa mostrando que o lugar da apostasia será o templo,
onde o anticristo se sentará como Deus, esse texto é uma alusão a Daniel 11:31. Esse texto claramente fala do
“harpazo” e nos dá uma dica do evento que precederá o arrebatamento, sendo assim não seremos pegos de
surpresa, mais adiante trataremos do possível tempo do “harpazo”.

“Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo. Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol
se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão
abaladas. E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os
seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a
extremidade do céu. Aprendei, pois, a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e
brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. Assim também vós, quando virdes sucederem
estas coisas, sabei que já está perto, às portas.” Marcos 13:23-29

Esse texto de Marcos é um análogo ao de Mateus 24, portanto falando do “sermão escatológico”, que por coerência
textual fala sobre a “parousia”, assim sendo de antemão classificamos o texto como sobre a vinda gloriosa do
Messias. A expressão “verão vir” no original é uma só palavra grega “optomai” que significa “ver”, mostrando que

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diferentemente do “harpazo” que será secreto, esse evento será visto. Outro dado importante é o contexto
destrutivo dessa volta, mostrando que céus e terra serão abalados, concordando com a coerência do “Armagedom”,
evento que evidenciará a “parousia”. Uma das características do arrebatamento é a participação do Espirito no
processo, já que como salvos Ele habita em nós (Rm 8:9-11; Ef 1:13,14; 4:30; 1 Ts 5:23), no caso dos irmãos do
Antigo Testamento pela falta do Espirito que foi outorgado por Cristo (Jo 7:39; Jo 20:22)necessitavam dos anjos para
ser levados ao seio de Abraão (Lc 16:22), portanto é coerente entender que esses escolhidos ajuntados pelos anjos
são os judeus. Outra pista que temos é a questão desse evento ser na “parousia” e após o Armagedom, onde a igreja
aparentemente volta com Cristo (Zc 14:5; Jd 14; Ap 19:14), mostrando que esse arrebatamento não pode ser da
igreja, mais uma questão textual é o fato de Jesus terminar esse texto inserindo a “parábola da figueira”, que como
já vimos se refere a Israel.

Conclusão Harpazo X Parousia


Após analisarmos vários textos bíblicos que tratam da volta de Cristo e do arrebatamento, conseguimos chegar à
conclusão que haverá duas voltas de Cristo, uma denominada harpazo (arrebatamento) que é secreta, somente para
os participantes, e que acontecerá no céu cósmico, e uma segunda vinda, a parousia (vinda do Messias), essa será
vista por todos, será em Jerusalém (monte das Oliveiras), com eventos cataclísmicos, e marcará o fim da “grande
Tribulação” e inicio do “Reino Milenar de Cristo”. Esses dois eventos distintos marcam em si arrebatamentos, o
primeiro “harpazo”, é comentado por Paulo e prometido a Igreja e direcionada pelo Espirito, já na “parousia”, o
evento se concentra na “figueira” (Israel) e será realizado pelos anjos (Israelitas não possuem o Espirito Santo).
Quanto ao tempo desses dois eventos, a “parousia” é muito clara, será realizado após o “Armagedom”, o
arrebatamento judaico será junto, já o “harpazo” existem três teses principais, e essas trataremos mais para frente.
Antes de comentarmos sobre o arrebatamento da igreja, trataremos do “Arrebatamento Judaico”.

3. O arrebatamento Judaico
“E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos
serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos
ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.” Daniel 12:9,10

A ideia de arrebatamento não é original dos cristãos, mas sempre estiveram presentes na escatologia judaica,
algumas alas do judaísmo veem nesse texto um indicio para uma transformação sobrenatural (arrebatamento),
quando o texto é entendido de forma escatológica e denotativa, é fácil perceber que se fala de santificação e
purificação durante a tribulação, em nossa Bíblia Daniel esta localizada nos livros dos profetas Maiores. Porem na
Tanach (Bíblia Judaica) ele não esta na seção de profetas (junção dos profetas e históricos, divididos em profetas
anteriores e posteriores) e sim nos Escritos, livros considerados sapienciais, portanto em Israel Daniel não é
considerado um livro escatológico (com cumprimentos e literais) e sim literatura apocalíptica (para o fim dos tempos
e com simbolismos). Dito isso, percebemos que esse livro deve ser entendido conotativamente, e assim as palavras
podem ser entendidas figuradamente. O texto começa dizendo que “muitos serão purificados”, a palavra
“purificados” em hebraico é “barar” que literalmente é purificação, porém, figuradamente significa “deixar
brilhante” que é interpretado como “ter um corpo brilhante”. A palavra “embranquecidos”, do hebraico “laban”
significa literalmente “tornar alvo, branco”, porem sem sua conotação pode significar “tornar-se ético”, sem pecado,
ou seja, sem tentação, glorificado. Já a Palavra provados do hebraico “tsaraph” tem o sentido literal de “fundir” e
denotativamente nesse texto significa “provado na tribulação”, mas pode significar figuradamente “refinar” que
também passa a ideia de ser transformado em algo novo. Em contra partida, “ímpios” em hebraico é “rasha” que
literalmente significa “perverso”, porem, figuradamente pode significar “alguém que foi julgado ímpio”, e a palavra

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“impiamente” que no original hebraico é “rasha Ì” literalmente “agir perversamente” e figuradamente é “alguém
que foi condenado por agir impiamente”, e pode dar entender de alguém que foi condenado ao “inferno”. Esse texto
é diretamente ligado ao versículo de Daniel (12:1,2), e mostra pessoas que serão ressuscitadas e transformadas e
outras que serão ressuscitadas e condenadas.

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e
desprezo eterno.” Daniel 12:2

Semelhante ao primeiro texto que analisamos esse também mostra a segregação, uns escolhidos para a salvação e
outros para a perdição, esse contexto que engloba os dois textos lembram muito a maneira que Jesus descreve a
separação dos israelitas em sua “parousia” (Mt 24:31,40,41). Esse texto sendo analisado com olhar escatológico e
denotativo aparenta falar da ressureição do trono branco, porem como já falado, os israelitas entende Daniel como
literatura apocalíptica e simbólica, assim sendo, conotativamente esse texto pode ser entendido como israelitas
prestando contas a Jesus, a palavra ressuscitarão em hebraico “quwts” que literalmente significa “acordar” pode
significar “sair do sono”, que é entendido como entendendo a verdade. Esse versículo sendo entendido como literal
aparentemente fala da ultima ressureição, já figurativamente como entendem os judeus podemos entender como
os israelitas entendendo a verdade na parousia, e assim sendo restaurados (Dn 12:9,10).

“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão
do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e
todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os
seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” Mateus 24:29-31

Esse versículo já foi analisado no capitulo anterior, onde vemos de uma volta de Cristo cercada de cataclismos e
sinais nos céus, fatos que caracterizam o “Armagedom”. Vimos também que nesse evento a igreja estará voltando
com Cristo e, portanto não pode ser o alvo do arrebatamento. Fica claro que esse evento é judaico e é reprodução
do texto de Daniel (assim como todo o sermão), o sinal dos anjos também fala a favor do arrebatamento judaico, já
que esses não possuem o Espirito delegado por Jesus. Para ficar bem claro, esse evento esta sendo descrito na volta
de Cristo (parousia), onde vemos as destruições descritas em Apocalipse, assim sendo no meio da destruição e com
todos vendo, não podemos associar ao evento secreto do “arrebatamento da igreja” (harpazo), portanto nos final da
“grande tribulação” só estará vivos os marcados pela besta (os que não foram já foram arrebatados) e os judeus,
levando em conta que os marcados já estão perdidos (Ap 13:8-18; Ap 20:4), sobram somente os judeus para esse
“arrebatamento” com os anjos.

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de
perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e
apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos,
ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que
habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados
e irrepreensíveis em paz.” 2 Pedro 3:10-14

Nesse texto Pedro nos diz que o Senhor virá como um ladrão, o que esta em acordo com o modo inesperado que o
Messias voltará (parousia), esse texto esta em total consonância com os ensinos de Cristo acerca de sua “parousia”
(Mt 24:27-31,36,42,44,50). O cenário de destruição apocalíptico também esta de acordo com a “parousia”,
demonstrando que esse evento deve ser esperado para a volta do Messias, não o arrebatamento da igreja.

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“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o
oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um
vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E
fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como
fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os
santos contigo.” Zacarias 14:4,5

Uma das maiores pistas sobre o arrebatamento judaico esta na coerência desse texto com de Apocalipse 14 (vers. 1-
4), ode vemos em Zacarias, os judeus aos pés do monte das Oliveiras (Onde tradicionalmente foi o lugar da ascensão
de Jesus aos céus e também será possivelmente de sua volta) no momento da volta de Cristo e em Apocalipse vemos
eles com Cristo cantando um novo cântico (símbolo de uma nova natureza) no Monte Sião (símbolo da capital
messiânica milenista). Analisando esses versículos vemos que seu contexto esta na destruição que marcará o fim
Armagedom (Mt 24:29-31) e a volta de Cristo (Ap 19:11-21), esse cenário esta em perfeita coerência com a ultima
perseguição do Anticristo aos judeus, a fuga desesperada dos seus remanescentes e a volta triunfal do Messias para
os salvar. O interessante desse texto é que marca a volta de Cristo geograficamente no monte das Oliveiras (At
1:11,12), no momento que os israelitas mais precisaram de seu Messias, após o monte das Oliveiras se fender ao
meio e os judeus fugirem para esse espaço o Senhor voltará em glória acompanhado de seus santos (Jd 14, Ap
19:14). A Palavra nos diz que o monte das Oliveiras se fenderá no meio (norte/sul), criando um corredor natural que
se estenderá até o vale do monte Azel (moderno Jabel Mukaber), que fica cerca de 5,6 Km ao sul do monte das
Oliveiras. Para entendermos melhor o caminho que se formará com a separação do monte das Oliveiras anexarei
abaixo duas fotos com a topografia e a distancia entre os montes da Oliveira e o Mukaber.

Vista leste/oeste com observação a partir da Cidade velha de Jerusalém. Vemos que entre o Monte das
Oliveiras e o Jabel Mukaber tem um vale, por onde fugiram os filhos de Israel naquele dia (Zc 14:4,5).
Por essa foto conseguimos perceber que a fuga dos judeus os levará a parte norte do Monte das
Oliveiras, portanto, fugiram da cidade moderna.

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Nesse mapa do Google Maps podemos ver claramente que os dois montes se localizam na extremidade
leste da cidade (monte das Oliveiras no centro norte e Jabel Mukaber na sudeste). O vale entre os dois
está localizado fora da cidade, possibilitando uma fuga.

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que
em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e
como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E
cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém
podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o
Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias
para Deus e para o Cordeiro.” Apocalipse 14:1-4

Em uma sequencia logica esse texto marca o instante posterior a volta de Jesus no monte das Oliveiras (Zc 14:4,5),
no texto de Zacarias vemos o Messias salvando os Israelitas dos exércitos do anticristo, e agora nesse vemos os
judeus juntamente com o Senhor no monte Sião adorando um cântico novo. Jesus diz claramente que em sua volta
alguns serão levados (arrebatados) e outros deixados (repudiados), vemos quando estudamos os textos que
declaram isso que essa escolha (levados e deixados) será a vista de todos, vemos também que durante o milênio
terão israelitas na terra (Zc 8:20-23), e que os 144 mil estarão no monte Sião com o Senhor, aparentemente isso

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explica os judeus que serão levados e os que serão deixados. Quando o texto fala que eles estarão cantando diante
do trono é muito claro que estarão diante do trono do Senhor, que tradicionalmente estará à cima do monte Sião
(antiga capital de Davi) durante a era milenar. Quando fala que esses israelitas serão puros, sem nunca se
contaminar com mulheres significa espiritualmente, ou seja, nunca adoraram nada que não seja YHVH, e assim nem
seu messias eles adoraram, por isso (já que Jesus delega o Espirito) e pelo o Espirito subir com a igreja (2 Ts 2:
6,7)que esses 144 mil serão arrebatados pelos anjos (Mt 24:31,32).

3.1. As festas judaicas e as profecias


“Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As festas fixas do Senhor, que convocareis, serão santas
convocações; estas são as minhas festas fixas:” Levítico 23:2

No original a expressão “festas fixas” vem do hebraico “mow Ìed” que significa “tempo determinado”, as
interpretações correntes entendem que “tempo determinado” deve ser entendido como dia fixo para celebrar uma
determinada comemoração, porem alguns estudiosos judaicos entendem que o termo tem uma denotação mais
profunda e significa “tempo determinado para eventos”. Alguns intérpretes do Tanach entendem que “festas fixas”,
ou melhor, “tempo determinado” significa momentos escatológicos que estão embutidos nas festas, assim sendo
cada festa representa um evento escatológico importante.

“Mas no lugar que o Senhor escolher numa das tuas tribos ali oferecerás os teus holocaustos, e ali farás
tudo o que te ordeno.” Deuteronômio 12:14

As festas em Israel eram acompanhadas de ritos e sacrifícios, e só eram executadas onde estava o Tabernáculo e
mais tarde o Templo, todos os israelitas deveriam comparecer diante do Senhor para essas festas. Os
acontecimentos messiânicos ocorreram durante festas em Jerusalém, Jesus sendo judeu morreu na pascoa na
cidade santa diante de judeus, foi enterrado na festa dos ázimos em um tumulo de judeus na presença só de nativos,
e ressuscitou na festa das primícias e foi visto em Jerusalém e Israel apenas por judeus, até mesmo o derramar do
Espirito foi em Jerusalém, sobre os primeiros discípulos que eram judeus e vistos por judeus que estavam
comemorando a festa das semanas. Assim sendo, e em concordância com que também falou Daniel, que os eventos
seriam sobre o seu povo e sua cidade (Dn 9:24), podemos concluir que os eventos escatológicos já cumpridos nas
festas que relacionamos foram para Israel e seu povo, por coerência devemos aceitar que as demais festas que terão
cumprimentos escatológicos também manterão a mesma direção, se cumprindo para judeus em Israel. As festas
eram para os filhos de Israel e para se cumprirem no lugar que Deus escolheu, que no caso é Jerusalém, até aqui
todos os cumprimentos tiveram essa característica e nada nas Escrituras evidenciam que as ultimas 3 festas terão
cumprimento diverso, e lembrando que as profecias sobre as festas são veterotestamentária e que a igreja não foi
prevista nessas Palavras (Ef 3:5,6), logo concluímos que assim como as festas que passaram as futuras serão
exclusivas para judeus.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua
nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Colossenses 2:16,17

Nesse texto Paulo cita alguns elementos da lei e reitera que ninguém deve ser julgado por eles, pois são apenas
sombras de coisas futuras, a palavra traduzida como “julgue” é “krino” que seria mais bem traduzida como
“separar”, que no contexto implica que ninguém pode ser separado da igreja por essas práticas judaicas, já que o
“corpo é de Cristo”, assim sendo o que nos “junta” (antônimo de separar) é Cristo que morreu pelo corpo, portanto
as praticas judaicas nos afastam de Jesus (Gl 5:4). A palavra grega “skia” traduzida no texto como “sombras” significa
literalmente “sombra causada pela intercepção da luz”, mas em seu sentido metafórico significa “rascunho” ou
“esboço” e é entendido como alguma coisa que faz lembrar-se de outra mais importante, um primeiro exemplo que
temos aqui é o “sábado”, que a Bíblia diz que é sombra do verdadeiro descanso em Cristo (Hb 4:6-11), que diz que

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guarda o sábado já encontrou seu descanso e assim perde o verdadeiro, Jesus indagado porque não guardava o
Sábado respondeu, que Seu pai ainda trabalha e Ele Também (Jo 5:16,18), devemos fazer assim como Cristo e
esperar para entrar no verdadeiro descanso, infelizmente alguns religiosos e frequentadores de seitas sabáticas
estariam perseguindo Jesus por não guardar o sábado. Outro exemplo de “sombras” são as “festas” ou “tempo
determinado”, que trazem verdades em suas comemorações (ex: Jesus o verdadeiro cordeiro pascoal), a palavra
“sombra” esta em coerência com a expressão “das coisas futuras”, podendo sugerir que essas “festas” sejam um
tipo de calendário escatológico de Deus. Na verdade a alguma base para essa sugestão, pois algumas festas já
determinaram tempos de eventos escatológicos. Vejamos uma tabela de eventos acontecidos em festas, que trazem
as características da comemoração em que coincidiram e um calendário festivo de Israel, para conhecermos a ordem
que acontecem as festas anuais judaicas:

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1ª Páscoa: Comemoração judaica da libertação israelita da escravidão do Egito era comemorada com o sacrifício de
um cordeiro, que simbolizava que este morreu para que os primogênitos de Israel vivessem. Jesus como nosso
cordeiro pascoal, foi sacrificado nessa festa, e para nós significou libertação da escravidão do pecado e salvação do
inferno eterno. A festa da páscoa era a primeira do calendário judaico e a morte do Senhor foi o primeiro evento
escatológico relevante, assim sendo o primeiro evento coincidiu com a primeira festa, em data e em características.

2ª Pães Asmos: O pão asmo era um pão sem fermento, que com a eminencia da fuga do Egito teriam que fazer
(lembrando que naquele tempo não havia fermento químico e a levedura era natural e demorada), assim teria um
pão pronto rapidamente quando escapasse do Egito, Jesus relaciona o fermento com o pecado e com as doutrinas
judaizantes dos fariseus. Nesse dia de comemoração os israelitas colocariam o pão asmo no forno para assar,
simbolizando assim a liberdade do pecado, Jesus foi colocado no sepulcro durante essa festa e assim como o pão iria
para o forno, o corpo do Senhor foi para a sepultura. Pães Asmos é a segunda festa do calendário Judaico, e o
sepultamento de Jesus foi o segundo ponto escatológico, assim mais uma vez a festa tem equivalência em dia e
significado com o evento escatológico.

3ª Dia das Primícias: Era a festa em que os israelitas ofereciam a Deus o primeiro fruto da terra, comemorando
assim mais um ano de provisão. A festa das Primícias é a terceira do calendário, e eram entregues para Deus as
primícias da terra e dos animais. Jesus ressuscitou no dia das primícias e se tornou primícias dos que dormem, assim
como fomos livres do pecado em sua morte, temos a garantia da ressureição e da vida eterna por sua ressureição
gloriosa. Assim como as duas festas precedentes, a terceira se cumpre em um evento escatológico, em Jesus se
cumpre literalmente as primícias humanas entregues a Deus.

4 Dia de Pentecostes: O nome Pentecostes é uma derivação de uma palavra grega que significa “quinquagésimo” ou
“cinquenta dias” porque essa festa é realizada 50 dias após a páscoa. Em hebraico é chamada de festa “das
semanas” por ser realizada 7 semanas após a pascoa ou “hag haqasir” que significa festa da colheitas, pois eram
entregues a ultima parte das colheitas (festa da primícias eram entregues a primeira parte da colheita e festa das
colheitas as ultimas). Nesse dia era entregue ao Senhor a ultima porção da prosperidade do ano e significava o fim
da colheita. Em Pentecostes Jesus batizou seu povo com o Espirito Santo, capacitando a igreja para a última colheita
da terra. Na quarta festa, os dias e significados também coincidiram, portanto as 4 primeiras festas do calendário
judaicos estão em alinhamento perfeito com os eventos escatológicos significativos, porque achar que as ultimas 3
não estarão.

As 4 primeiras festas: As 4 primeiras festas do calendário judaico estão limitadas em um espaço de 50 dias, por isso
se cumpriram na integra, já a próxima festa esta separada de “Pentecostes” por cerca de 90 dias, talvez isso explique
porque as 4 primeiras se cumpriram no mesmo ano e as 3 ultimas ainda não se cumpriram. Outro fato importante é
que as 4 festas cumpridas aconteceram em Jerusalém e com judeus, o que nos leva a pensar coerentemente que as
ultimas três seguiram as mesmas características e se cumpriram em Jerusalém e com seu povo. Abaixo anexei o
calendário das festas judaicas em 2017.

Festas em 2017 Começa ao pôr-do-sol de Termina ao pôr-do-sol de


Festa de Purim 11 de março, sábado 13 de março, segunda-feira
Festa da Páscoa 10 de abril, segunda-feira 18 de abril, terça-feira
(Pesach)
Festa de Pentecostes 30 de maio, terça-feira 01 de junho, quinta-feira
(Shavuoth)
Festa das Trombetas 20 de setembro, quarta-feira 22 de setembro, sexta-feira
(Rosh Hashanah)
Dez dias de 20 de setembro, quarta-feira 30 de setembro, sábado

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arrependimento
Dia da Expiação (Yom 29 de setembro, sexta-feira 30 de setembro, sábado
Kippur)
Festa dos 04 de outubro, quarta-feira 13 de outubro, sexta-feira
Tabernáculos
(Succoth)

As 3 ultimas festas: Como já dito assim como as 4 primeiras festas que se cumpriram para judeus e em Israel, as 3
ultimas devem por coerência seguir a mesma características, uma vez que as festas são judaicas e da Lei e não estão
na graça ou são para a Igreja. Assim como as 4 primeiras tiveram seu cumprimento na Lei e sobre os judeus,
naturalmente que as 3 ultimas também seguiram essa característica e se cumpriram profeticamente, abaixo
analisaremos as 3 ultimas festas em seu contexto legal e que eventos escatológicos podem significar.

Festa das Trombetas: Toda festa em Israel começa às 6 horas da tarde, assim como o novo dia judaico (por isso que
gênesis 1 diz tarde e manhã), exceto a Festa das Trombetas que se inicia com o aparecer da primeira lua nova do ano
novo do calendário civil judaico. Ao aparecer da lua nova o sacerdote tocava a trombeta e convocava o povo para a
festa das trombetas (Lv 23:23,24) era uma convocação de alegria, a reunião original era feita diante do Tabernáculo
mas após a construção do Templo de Salomão e nos tempos de Jesus era tradição se reunir no Templo após o
chamado das trombetas (As Festas Judaicas do Antigo Testamento de Grady McMurtry). A Festa das Trombetas é
celebrada por 2 dias, porque era necessário que se esperasse por até 2 dias para que todos os judeus espalhados
pelo mundo soubessem da confirmação do aparecimento da Lua Nova em Jerusalém. Com a confirmação, eles
poderiam guardar a festa. A Festa das Trombetas é o único feriado comemorado por dois dias em Israel, diferente do
que acontece com todas as outras festas. A incerteza se dá por causa do calendário que depende de quando a lua
nova é vista, designando assim, o início de cada novo mês pelo tribunal rabínico em Jerusalém. Para trazer o
significado escatológico dessa festa precisamos recorrer ao judaísmo ortodoxo e ao messiânico, pois como antes
dito, as festas são judaicas, para os israelitas e todas (4 primeiras) se cumpriram em Israel e para o seu povo,
portanto creditar que as trombetas prefiguram o arrebatamento da igreja constitui uma incoerência com os
cumprimentos escatológicos das festas passadas e com a revelação cristã geral, portanto, querer colocar o
arrebatamento cristão em um data judaica que se cumpre especificadamente em Israel é demonstração de
incoerência textual e desconhecimento do teor do cristianismo. Para os judeus a Festa das Trombetas significa
metaforicamente “novo tempo”, eles encaram essa data como uma possível data para o aparecimento do Messias,
entendendo em coerência com Daniel (chifre pequeno) o anticristo aparecerá somente na época da quebra do
pacto, então é plausível sua primeira aparição/revelação ser apenas 10 dias antes da quebra do pacto (2 Ts 2:3,4), já
para os judeus messiânicos que acreditam que o Messias já encarnou em Jesus, essa festa pode significar o
surgimento do falso messias que enganará os judeus. Concluímos pela logica das festas judaicas e a visão
escatológica judaica que as trombetas podem soar na primeira lua nova (festa das trombetas) de um ano para
convocar os israelitas para conhecerem seu falso messias, lembrando que os reis de Israel eram recebidos pelo povo
ao som de trombetas (1 Rs 1:35; 2 Rs 11:14), também a um pensamento judaico que a presença (parousia) do
Messias será ao som de trombeta (Zc 9:14; Mt 24:31).

Dia da Expiação: O Dia da Expiação (Yon Kippur) era o dia mais importante para Israel, era quando o sumo-sacerdote
levaria o sangue da expiação para dentro do véu (santo dos santos) e o derramaria sobre a tampa (propiciatório) da
arca da aliança (testemunho) e ali eram cobertos os pecados (hattatt) dos filhos de Israel, em Pentateuco
estudaremos mais amplamente essa e outras cerimônias e festas. Tradicionalmente o Dia da Expiação era
considerado o “dia do juízo”, onde além de Deus analisar a nação de Israel, julgaria as ações de todo ano de cada
individuo da nação, por isso depois da Festa das Trombetas os israelitas fazem 10 dias de arrependimentos para que
cheguem no “Yon Kippur” perdoados por Deus.

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“Congregai-vos, sim, congregai-vos, ó nação não desejável; Antes que o decreto produza o seu efeito, e o
dia passe como a pragana; antes que venha da ira do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da ira do
Senhor. Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a
justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor.” Sofonias 2:1-3

O texto acima de Sofonias trata culturalmente do Rosh Hashaná (dia de ano novo judaico, etimologicamente cabeça
do ano), após a festa das trombetas, os israelitas fazem dez dias de consagração para receberem o favor do perdão
dos pecados no dia do Senhor (Yon Kippur). Esses dez dias denominados “dias de arrependimento”, visava garantir
que Deus fosse favorável em seu julgamento à nação e a cada individuo no “dia da Expiação”, os israelitas temiam
que Deus não recebesse o sacrifício de “Yon Kippur”, e o “dia do Senhor” se tornasse dia de condenação e juízo.

"Ouve, Senhor, a minha voz quando clamo; tem também piedade de mim, e responde-me. Quando tu
disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei. Não escondas de
mim a tua face, não rejeites ao teu servo com ira; tu foste a minha ajuda, não me deixes nem me
desampares, ó Deus da minha salvação.” Salmos 27:7-9

Segundo a tradição judaica esse Salmo atribuído a Davi foi composto entre o “dia das Trombetas” e “Yon Kippur”, os
10 dias de arrependimento judaico, esses dias também são chamados de “dias de temor” (Yamim Noraim). O Salmo
27 descreve o terror dos 10 dias de penitencia e o livramento de Deus vindo no “dia do Senhor” (Yon Kippur), esse
Salmo é lido 2 vez ao dia em todo o período do “Yamim Noraim”. O ensino rabínico desse período deixa claro a todos
os judeus que no “dia da Expiação” não só a nação é julgada e sim cada individuo.

“Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o
povo da terra tomar um homem dos seus termos, e o constituir por seu atalaia; E, vendo ele que a
espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; Se aquele que ouvir o som da trombeta, não
se der por avisado, e vier a espada, e o alcançar, o seu sangue será sobre a sua cabeça.” Ezequiel 33:2-4

Outro texto lido nos 10 dia de arrependimento é Ezequiel 33, nesse capitulo o “dia do Senhor” é descrito como “Yom
HaDin” (dia do Julgamento), onde todos serão julgados pelo o Senhor. O grande objetivo desses 10 dias era chegar
ao “dia do Senhor” selado e assim o “Yon Kippur” deixaria de ser o “dia do juízo” para ser “Yon Há’Peduth” o dia da
redenção.

Festa das Trombetas e Dia da Expiação: Após teorizarmos que a aparição do falso rei de Israel, o anticristo será no
“dia das Trombetas”, e entendermos os nomes que qualificam o “Yon Kippur”, é fácil entender porque o “dia da
Expiação” será o dia da quebra do Pacto. Além de “dia da Expiação”, essa festa leva o nome de “dia do
Arrependimento”, “dias de temor” e “dia do Julgamento”, expressões que demonstram que esse dia é um dia de
juízo do Senhor, sobre Israel e todo o povo individualmente. Podemos entender que a “Grande Tribulação” (após a
quebra do pacto) será o Juízo do Senhor sobre os judeus.

“Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o
dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da
falsidade nos escondemos.” Isaías 28:15

“E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o
dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.” Isaías 28:18

Inserindo esses versículos no contexto, podemos visualizar que no “principio das dores” os judeus faram um pacto
com o falsoprofeta e no final da “Grande Tribulação” (Armagedom) Jesus em sua Parousia os liberta do sofrimento.

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“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa;
não acrediteis.” Mateus 24:26

Nossa tradução quando trás “interior da casa” na verdade comete um equivoco, pois a palavra grega “tameion”
significa literalmente “recamara”, ou “sala secreta”, que no tempo de Jesus era usado para descrever o “Santo dos
Santos”. Esse texto nos diz que se virem o “Messias” no “Santo dos Santos” não coloque sua fé, antes fuja, pois vira a
destruição. Esse versículo realça a noção que o pacto será quebrado em um “Yon Kippur”, pois é o único dia no Ano
que alguém entra no Santíssimo.

Levando em conta que a quebra do pacto será em um “Yon Kippur”, podemos determinar que a firmação do pacto
seja em uma pascoa. O raciocínio é simples, depois do inicio do pacto, a quebra será 3 anos e meio depois, assim
cairá seis meses após a firmação, levando em conta que a “pascoa” é 6 meses antes do “Yon Kippur”, é fácil
entender que a quebra do pacto ocorrerá 3 anos e meio depois da pascoa, ou seja, passará 3 “pascoas” (3 anos)mais
meio ano, o que cairá em um “Yon Kippur”.

Identificação de 3 eventos: Com essa simples analogia das festas judaicas conseguimos identificar 4 festas
cumpridas escatologicamente, A morte do Senhor na Pascoa, seu enterro nos Asmos, sua ressureição nas Primícias e
a doação do seu Espirito em Pentecostes. Seguindo esse raciocínio podemos prever mais três eventos, O inicio do
pacto (principio das dores) na Pascoa, a aparição do anticristo (chifre pequeno) no dia das Trombetas e a quebra do
pacto em Yon Kippur.

Festa dos Tabernáculos: A palavra “tabernáculo” origina-se da palavra latina “tabernaculum” que significa “uma
cabana, um abrigo temporário”. No original hebraico a palavra equivalente é “sukka”, cujo plural é “sukkot”. A
“Festa de Tabernáculos” dura sete dias, do 15º ao 21º dia do mês Hebraico de Tishrei (normalmente em meados de
Outubro). O primeiro e último são os mais festivos, sendo o primeiro dia sagrado, um dia de descanso quando
nenhum trabalho é permitido. O oitavo dia é chamado de “Shemeni Atseret” (lit. "Oitavo [dia] da Assembleia"), que
é uma festa à parte. Durante a festa se oferecem sacrifícios todos os dias ao Senhor o ultimo dia da festa é chamado
“Simchat Torah” (alegria da Lei). Sucot (Festa dos Tabernáculos) relembra os 40 anos de êxodo dos hebreus no
deserto após a sua saída do Egito. Nesse período o povo judeu não tinha terra própria, eram nômades e viviam em
pequenas tendas ou cabanas frágeis e temporárias. Como forma de simbolizar este período, durante a celebração de
Sucot, os judeus fazem suas refeições sob as folhas e galhos ao ar livre, em uma sukka. Após a volta do exilio
babilônico os judeus liam o livro de Eclesiastes (Meghilloth), como forma de se precaver contra o materialismo e o
abandono de Deus em meio à fartura.

A “Festa dos Tabernáculos” é a ultima das festas consideradas proféticas, ela é comemorada cerca de cinco dias após
o dia de “Yon Kippur”, e prefigura a “parousia” de Cristo e consequentemente o Milênio, quando de novo o Senhor
restaurará seu povo em sua terra. Por isso constitui a primeira dificuldade de datação do raciocínio. Levando em
conta que a apresentação do anticristo (chifre pequeno) será na “Festa das Trombetas” a quebra do pacto será em
um “Yon Kippur”, dez dias depois da aparição do homem do pecado e que a firmação do pacto será em um pascoa,
seria coerente por esse raciocínio que a “parousia” (volta de Cristo) fosse durante uma pascoa (3 anos e meio após a
quebra do pacto em “Yon Kippur), e não em uma “Festa das Cabanas” menos de uma semana do “Sucot”. Para
tentar superar essa incoerência de datas usaremos a coerência de outros raciocínios bíblicos.

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Mateus 24:36

Esse versículo é erroneamente usado para dizer que o arrebatamento da igreja (harpazo) será em um momento
inesperado, porem, já analisamos que esse texto aponta a volta de Cristo (parousia). Outro erro é relacionar esse
texto com a “festa das trombetas”, pois dizem que é a única festa que ninguém sabe ao certo quando começa,
porém há provas mais que evidentes do domínio israelita da astrologia, e portanto, essa festa era facilmente

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prevista, e o anúncio do aparecimento da lua nova era meramente cerimonial, outra questão é que a “Festa das
Trombetas” já esta relacionada com o aparecimento do falso rei, e seria incoerente a repetir. Esse texto talvez nos
lance certa luz, já que afirma que a “parousia” seria em um momento que ninguém espera, e assim quem sabe nos
permite a licença conotativa para interpretar essa festa figuradamente (O que não deixa de ser uma incoerência, já
que todas as outras as datas de cumprimento foram consideradas exatas por esse estudo).

“Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas,
sabeis que está próximo o verão.” Mateus 24:32

As três últimas festas analisadas (Trombetas, Expiação e Tabernáculos) são consideradas festas de outono e começo
de inverno, época em que as árvores estão sem frutos, o que em Israel representa aflição e sofrimento, porém
também representa a esperança do novo verão e com ele a alegria e a vida. Jesus compara sua vinda com o fim do
inverno e o começo os brotos da figueira, já vimos que Israel representa a essa arvore, assim podemos entender que
a “parousia” marcará o fim do inverno (tribulação) e o começo do verão judaico (restauração).

“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;” Mateus 24:20

As maiorias dos teólogos entendem que esse texto diz da ultima perseguição aos judeus antes da “parousia”, e assim
relaciona a fuga com o inverno, o que colocaria o evento realmente próximo às três festas de outono (Porque falar
que para orar para a fuga não ser no inverno? A menos que seja uma pista). A palavra usada para “inverno” é
“cheimon” que também pode significar tempestade ou inundação, que na cultura judaica representa castigo e
aflição (Jr 23:19; Ez 13:13; Dn 9:26), já a palavra “ginomai” traduzida no texto como “aconteça”, significa
literalmente “tornar”, o que nos dá “que vossa fuga não se torne uma tempestade (aflição).

“E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de
ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.”
Zacarias 14:16

Porém, esse texto é o mais categórico para apontar a “parousia” e a “consumação dos séculos” durante a “Festa dos
Tabernáculos”, pois se comemorada no Milênio pode significar que realmente a “volta de Cristo” se deu nessa festa,
e por isso é a única citada no governo de Cristo. A menos que o Senhor mude a festa em homenagem a sua vinda e
restauração de Israel e assim temos uma nova data para o Sucot(Jr 31:31,31).

“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os


tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.”
Daniel 7:25

Outra possível solução para essa desarmonia de datas proféticas é a questão da mudança dos tempos que será
efetuada pelo anticristo (Note que o versículo já diz que ele reinará somente os últimos 3 anos e meio). A palavra
aramaica para tempo usada nesse texto é “z eman” que significa literalmente “dias determinado” e é considerada
com mesmo significado da hebraica “mow Ìed” que se traduz por “Festas Fixas” (Lv 23:2) que também se traduz
como “dias determinados”, só observando que Daniel emprega nesse mesmo versículo a palavra aramaica “Ìiddan”
para falar de tempo (espaço de tempo). Essa mudança de “Tempos” ou “festas Fixas” pode ser indicio da mudança
das datas das festas pelo chifre pequeno e entre elas a “Festa dos Tabernáculos”.

“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar
santo; quem lê, entenda; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo até agora, nem tampouco há de haver.” Mateus 24: 15,21

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Mas talvez a hipótese mais coerente com a parte da profecia cumprida (destruição de 70,) a “parousia” ocorra
poucos dias após a quebra do pacto e assim como a “Festa dos Tabernáculos” é realizado 5 dias após o “Yon Kippur”
o “Armagedom” e a “parousia ocorra 5 dias após a quebra do pacto, esse é o único jeito de alocar o “Sucot” no
cronograma exato dos cumprimentos das festas escatológicas. Sabemos que parte da profecia do sermão profético
do Mestre se cumpriu literalmente em 70, então é coerente com a sintaxe textual que o cumprimento cabal da
profecia em sua forma apocalíptica se cumpra com a mesma característica e cronologia.

“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então,
os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que
nos campos não entrem nela.” Lucas 21:20,21

Esse texto é identificado como sendo oriundo do mesmo sermão (Sermão das últimas coisas), porem ele tem um
olhar um pouco mais preterista (que olha para o passado) e histórico (acontecido em 70), e por isso foca na invasão
romana de 70. O texto diz claramente para fugir quando a cidade for cercada, pois não teria como fugir depois, na
verdade a cidade foi cercada um pouco antes da pascoa e caiu cerca de 6 meses depois em 8 de Setembro (Historia
do Hebreus de Flávio Josefo pág. 1427). Se trouxermos para os dias de hoje uma cidade não precisa ser conquista, é
fácil cercar a cidade e destruir pela tecnologia bélica, assim o conselho de Cristo para fugir fica muito mais urgente.

“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa;
não acrediteis.” Mateus 24:26

Relembrando que “interior da casa” na verdade diz o lugar Santíssimo, podemos entender que quando o anticristo
se apresentar no Templo (já analisamos que a data mais coerente é no Yon Kippur) começará a Grande Tribulação e
assim organizar seus exércitos para destruir Jerusalém 5 dias depois (Festa dos Tabernáculos) se torna
extremamente provável, então aos que estiverem e Jerusalém o Messias deixou 2 conselhos, fugir quando ver um
postulante a Cristo no Templo e se não enxergar isso, fugir quando ver a cidade sitiada, pois virá Grande Tribulação
(Mt 24:21).

As 3 ultimas festas e seus eventos escatológicos: Com as analises que fizemos das 3 últimas festas podemos chegar
a 2 conclusões sobre os cumprimentos escatológicos:

Primeira conclusão: A “Festa das Trombetas” marca o aparecimento oficial do anticristo (chifre pequeno), e durante
“Yon Kippur” 10 dias depois o anticristo quebra o pacto, cometendo um sacrilégio no Templo (abominação
desoladora), assim automaticamente a firmação do Pacto é marcada para a Pascoa (6 meses de diferença do Yon
Kippur), que se configura na inauguração do Templo, a ultima data cairia na “Festa dos Tabernáculos” que por
alguma razão seria mudada para perto da Pascoa, já que a “parousia” e o milênio teria que acontecer 3 anos e meio
depois da quebra do pacto (Lembrando que Daniel marcou o inicio da ultima semana com a firmação do pacto, o
meio ou 3 anos e meio após, a quebra desse pacto e o julgamento do assolador (anticristo) e a “parousia” no final
desses 7 anos (então o pacto é o ano 1, a quebra ano 3 e meio e o fim ano 7).

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Mateus 24:36

Talvez ao relacionar sua “parousia” com um evento que ninguém pode prever o Senhor estivesse alertando para a
possível mudança das festas e em especial a que marcaria sua volta e a restauração de Israel a “Festa dos
Tabernáculos”. Se entendermos assim teremos mais um valioso argumento para a mudança dessa festa e
consequentemente a figuração que ela conceitua para a “parousia”.

Segunda Conclusão: A “festa das Trombetas” e o “Yon Kippur” continuam marcando os mesmos eventos
(Aparecimento do Anticristo e quebra do Pacto), a “parousia” e o inicio do milênio ocorreriam 5 dias após a quebra
do pacto (Dia da Expiação) na “Festa dos Tabernáculos” e assim afirmação do Pacto ocorreria 7 anos antes (não 3 e

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meio) pois a quebra do pacto não seria na metade e sim no Final da Tribulação, haja vista o evento ocorrer 5 dias
antes da volta do Messias.

“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a
oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:27

Se não fosse esse texto, o segundo raciocínio das 3 ultimas festas não teria oposição e sua coerência
neotestamentária não encontraria pontas soltas, mas existe esse texto, o que devemos fazer é estudarmos ele para
constatar se realmente só diz o que aprendemos, que a ultima semana seria cortada ao meio (2 tempos de 3 anos e
meios) e se isso é verdadeiramente literal. A palavra hebraica empregada para traduzir (metade) é “chetsiy” que
significa meio, divisão ou parte, essa divisão não precisa ser literalmente em duas metades e sim em 2 partes,
analisando a palavra “chetsiy” com a explicação do mestre em Mateus 24, podemos ser conduzidos a entender que
o texto diz que haveria uma divisão nas semanas (Principio das dores e dores de parto) e não uma divisão literal da
semana em duas (2 X 3 anos e meio). É coerente entender que a última semana será dividida em 2 partes (Principio
das dores e dores de parto) e não em anos (3 anos e meio), esse efeito de contraste é reforçado quando
entendemos outra comparação, “sobre a asa das abominações virá o assolador”, demonstrando claramente que
Daniel estava dividindo a semana entre o falso profeta e o anticristo e não em dias anulares.

Data mais provável para o arrebatamento judaico: Depois de fazer uma exegese escatológica sobre as festas
judaicas e seus cumprimentos chegamos a duas conclusões para a “parousia” e o arrebatamento judaico (instituição
milenar), porem essas duas datas podem ser interpretadas como acontecendo na “festa dos Tabernáculos”. A
primeira tese desloca a “Festa dos Tabernáculos” para uma data próxima a pascoa (sete anos depois) e a segunda
com um cumprimento literal, 5 dias após o “Yon Kippur”. As 4 primeiras festas (festas de primavera) apresentaram
cumprimento exatos e conceituais (Pascoa, morte de Jesus; Asmos, enterro; Primícias, ressureição e Pentecostes,
doação do Espirito), todas de cumpriram entre judeus e em Jerusalém. Duas apresentam uma coerência exata com
as 4 primeiras (Trombetas, aparição do anticristo e Yom Kippur, dia do juízo, começo da Grande Tribulação),
portanto, é coerente acreditar que a última grande festa ira se cumprir em conceito exato a judeus e em Jerusalém,
não importa se na data correta ou trasladada com certeza o arrebatamento judaico será em um Sucot.

Após tratarmos dos conceitos e etimologias de “parousia” e de “harpazo”, de entendermos o arrebatamento


judaico e como as festas judaicas conceituam eventos escatológicos e culminam apontando uma possível data para
desse evento, podemos tratar confiavelmente do assunto “Arrebatamento da Igreja” sem nenhuma ponta solta.

Dado interessante, “Festa de Anuká”: Essa festa não é uma das 7 grande festas da Torá, ela só começo ser
comemorada após 165 a.C. depois da rededicação do Templo por Judas Macabeus, onde se comemorava a
retomada do Templo da mão dos Sírios e sua purificação, o evento acontece no final de novembro ou inicio de
dezembro, o que pode fazer uma sequencia natural da “Festa dos Tabernáculos”. A uma lenda que diz o azeite do
candelabro durou 8 dias durante a privação do cerco e por isso a festa é comemorada em 8 dias. Esta festa é muito
alegre, pois marca a purificação do Templo e do território judaico após a libertação do julgo sírio, “Anuká” também é
chamada de festa das luzes, pois se comemora a luz da liberdade. Será que podemos associar essa ultima festa com
a purificação final da Terra após o milênio (At 3:21)?

85
4. O arrebatamento da Igreja
Existem varias teses sobre o arrebatamento e o momento histórico que ele ocorrerá, dentre essas linhas de
pensamentos teológicos destacam-se 3 grandes teses, cujo nos deteremos para as estudar. O que diferencia essas 3
teses é em que momento da Tribulação ocorrerá o arrebatamento da igreja (Antes, durante ou após a tribulação),
dito isso, não podemos esquecer que a divisão da tribulação prevista por Daniel não inclui a igreja e que devemos
usar a contagem de tempo da ultima semana somente de modo orientativo, senão correremos o risco de cair na
incoerência de vincular a igreja e seu arrebatamento aos evento previsto para Israel e seu povo.

A primeira posição teológica é o pré-tribulacionismo ou a tese que a igreja será arrebatada antes dos 7 anos de
tribulação, essa tese é defendida principalmente pelos pentecostais. A segunda é o mídi-tribulacionismo ou a tese
que acredita que a igreja será arrebatada no meio da tribulação (após a quebra do pacto no final dos primeiros 3
anos e meio), essa linha é a menos defendida religiosamente sendo quase exclusiva no meio teológico acadêmico. E
por ultimo temos o pós-tribulacionismo que como o nome sugere seus defensores acreditam que o arrebatamento
será junto à “parousia” ou no final da Tribulação.

O que devemos primeiramente entender é que as 3 teses são apenas linhas teológicas e jamais terão estatos de
verdade absoluta, outra verdade é que a escolha de uma corrente escatológica não impacta na salvação, já que essa
é nos dada pela graça, portanto por não alterar a soteriologia qualquer opção de posição não se configura em
heresia e sim somente uma escolha de tese escatológica. Uma advertência que deixo é, a crença cega em qualquer
uma dessas posições pode nos desviar do entendimento do momento escatológico que vivemos, nos deixando a
mercê de enganos, como por exemplo, acreditar cegamente que a igreja não passará nenhuma parte da tribulação
pode nos deixar despreparados para aguentar uma suposta passagem pela grande aflição e nos cegar quando iniciar
esse período escatológico, já quem acredita piamente que igreja passará a tribulação pode vir a negligenciar a
santidade no presente e ser surpreendido pela morte antes do arrebatamento, bem como ser pego despreparado
espiritualmente para atravessar uma suposta tribulação. Como vimos, devemos nos apegar momentaneamente em
Cristo e nunca depositar nossa esperança cega em uma posição escatológica, que no mínimo é incerta. Iremos
analisar as 3 teses de modo imparcial e apresentaremos a posição da forma que seus defensores acreditam. Abaixo
será inserido um esquema escatológico onde estará representado as 3 grandes teses escatológicas.

86
4.1. Pré-Tribulacionismo
Para entendermos o pré tribulacionismo, primeiro devemos compreender como seus defensores enxergam os
períodos chaves da escatologia, isso se torna necessário, uma vez que seus conceitos diferem significativamente dos
significados exegéticos aceitos teologicamente. Abaixo faremos um pequeno glossário de entendimento, e isso para
que o estudante não fique perdido com a mudança de conceito dos eventos, e não pense que esse trabalho adota
mais de um entendimento para cada conceito (incoerência textual).

Vinda de Cristo (Mt 24:3,27,30,37): Como aprendemos a palavra grega traduzida por “vinda” em Mateus 24 e 25 é
“parousia” que significa “presença” e “volta física”, é emprega para descrever a volta final do Cristo judeu para

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estabelecer seu reino messiânico. Os pré-tribulacionista entendem que a vinda de Cristo descrita no sermão
profético é o mesmo evento do “harpazo” (arrebatamento), e assim entendem que o texto fala sobre os sinais que
precedem o arrebatamento da igreja.

Sinais da vinda: Aprendemos que os sinais descritos em Mateus 24 tratam de sinais que prefiguram a “parousia”, e
assim não apresentam ação direta sobre a igreja, já que as profecias escatológicas cristãs estão em outros textos.
Por entenderem que a “parousia” é o arrebatamento os pré-tribulacionistas acreditam que os sinais descritos no
Sermão do Mestre prenunciam o arrebatamento da igreja.

Principio das Dores: Já vimos no original grego que a palavra traduzida por “dores” é “odin” que significa dor de
parto e a palavra traduzida por “principio” é “arche” que significa começo, juntando as duas palavras (arche + odin)
temos “começo das dores de parto” ou contrações para o nascimento, também vimos que nascimento é uma
metáfora para a “parousia” ou o momento que Jesus nascerá para os judeus. Porem os adeptos da pré-tribulação
compreendem que “principio das dores” são sinais que anunciam o arrebatamento da igreja, e, portanto as malesas
que vemos hoje são sinais que Jesus esta voltando (lembrando que voltando para eles não é “parousia” e sim
arrebatamento).

Grande Tribulação: Após nossos estudos conseguimos observar facilmente que a “Grande Tribulação” é apenas um
período das “dores de parto” (começo do parto + dor de parto) e ocorrerá após a quebra do pacto, na metade da
Tribulação (dor de parto – Mt 24: 15-21). Já os pré-tribulacionistas acreditam que a “Grande Tribulação” será toda a
ultima semana escatológica de Daniel e que ela se iniciará com o arrebatamento da igreja.

Ultima semana escatológica de Daniel (Dn 9:27): Na primeira aula estudamos que as profecias de Daniel não
inserem a igreja, mas somente o povo de Daniel e sua santa cidade, aprendemos também que seu marco inicial é a
firmação do pacto, jamais se cita o arrebatamento, seu meio é anunciado pela quebra do pacto e o final o castigo
derramado sobre o assolador durante a “parousia”. Porem, os defensores dessa tese enxergam que o
arrebatamento da igreja é o marco inicial da ”Grande Tribulação”, que o tempo entre a 69ª semanas e a 70ª é o
tempo da igreja (Lembrando que Daniel nunca colocou esse tempo em sua profecia).

Tempo dos Gentios (Lc 21:24): Na segunda aula aprendemos que “Tempo dos Gentios” esta relacionado com o
império que destruiu Jerusalém e 70 e que o esse tempo durará até que o tempo desse império termine no
“Armagedom”. Os ensinadores dessa teoria acreditam que “Tempo dos Gentios” é o tempo da igreja na Terra, e que
a “Grande Tribulação” começará quando acabar o esse tempo durante o arrebatamento da igreja, outro
entendimento é que a igreja esta inserida no contexto escatológico de Daniel, por isso o “Tempo dos Gentios”
acabará no arrebatamento e a “Grande Tribulação” iniciará após o termino desse tempo.

Resumo: Para tratarmos do pré-tribulacionismo adotaremos os conceitos escatológicos defendidos por eles, aonde
vinda de Cristo é o arrebatamento da igreja, sinais da vinda são avisos sobre o arrebatamento, principio das dores
sinais que anunciam o arrebatamento, grande tribulação são os 7 anos da ultima semana de Daniel, a ultima semana
de Daniel se inicia com o arrebatamento e o tempo dos gentios é sinônimo do tempo da graça e corresponde ao
tempo da igreja na terra.

Descrição do pré-tribulacionismo: A corrente pré-tribulacionista baseia-se no entendimento que Jesus buscará sua
igreja antes da “Grande Tribulação”, e que de maneira alguma Deus permitiria que a última geração de crentes
enfrentasse a tribulação. Outro entendimento é que a “Grande Tribulação” é o derramamento da ira de Deus, e,
portanto os salvos não experimentaram tal juízo. Segue abaixo um esquema com os eventos e uma sequencia
cronológica pré-tribulacionista:

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Argumentos a favor do pré-tribulacionismo (segundo seus defensores):
Intepretação literal da Bíblia: Segundo seus defensores a tese pré tribulacionista é a única que enxerga literalmente
os textos bíblicos, e possuem uma total coerência de toda a corrente bíblica. Um exemplo disso é conseguir juntar as
profecias veterotestamentárias, às palavras de Cristo e o ensino dos apóstolos com ênfase em Paulo.

Interpreta o Novo Testamento a luz do Antigo: O pré-tribulacionismo é a única tese que consegue entender o
conceito escatológico do Novo Testamento em conjunto com as profecias do Antigo. O entendimento que Deus
trocou os judeus pelos cristãos nos ensina que as profecias devem ser aplicadas a igreja.

O reino Milenar previsto no pré-tribulacionismo tem amplo amparo bíblico: Ao enxergarmos que o Milênio será
após a Grande Tribulação, podemos entender que existe uma dispensação da graça, outra durante a Grande
Tribulação e após essa a dispensação milenar.

Há uma clara separação entre o arrebatamento e a volta de Cristo: Vemos na Palavra que existe um tempo entre o
arrebatamento e volta de Cristo, nesse tempo a igreja estará nas bodas do cordeiro (Ap 19:9). Em 1 Coríntios 15:23-
25 vemos uma ordem de acontecimento, iniciando com Cristo ressurreto, depois com as primícias (crentes) em sua
volta (arrebatamento) e só após parece falar de seu reinado na “parousia”, a grega “epeita” (parte b do vers. 23)
que aparece no texto como “depois” significa um evento cronologicamente posterior, Já a palavra grega “eita”
(começo do vers. 24) traduzida como então, significa depois de, demonstrando que o final da tribulação (junto a
parousia) será após o arrebatamento.

Mantem a noção que o arrebatemos é secreto: O pré-tribulacionismo é a única tese escatológica que leva em conta
o que a Bíblia diz do arrebatamento ser secreto (Mt 24:36), já o mídi e o pós fixam datas para o arrebatamento ( No
meio ou no fim da Tribulação) não levando em conta o que as Escrituras dizem acerca do mistério desse momento.

Textos bíblicos que apoiam a pré-tribulação:


“E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira
futura.” 1 Tessalonicenses 1:10

Entendemos que a Grande Tribulação é ira do Senhor, e nesse versículo Paulo diz que o Senhor nos livrará da ira, ou
seja, da Tribulação.

“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus
Cristo,” 1 Tessalonicenses 5:9

Nesse outro versículo de 1 Tessalonicenses, Paulo afirma que não fomos destinados para a tribulação, mas sim para
a salvação (arrebatamento).

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”
Romanos 5:9

A Grande Tribulação é a ira de Deus sobre os incrédulos, mas os salvos são justificados em Cristo e por isso são
salvos da ira de Deus.

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de
vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Apocalipse 3:10

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Esse talvez seja o texto mais evidente da retirada dos crentes da Tribulação, o versículo é claro em dizer que os que
guardarem a palavra serão guardados da Tribulação que virá sobre todo o mundo, para tentar os habitantes de toda
a terra.

“E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério
da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado
o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;”

2 Tessalonicenses 2:6-8

Esse texto é muito claro, aqui Paulo diz que o anticristo não se revelará até a saída do Espirito (que acontecerá no
arrebatamento), assim a Grande Tribulação não pode acontecer até que o Espirito tire a igreja da terra. Esse texto
prova definitivamente que o anticristo não surgirá antes do arrebatamento e consequentemente não se iniciará a
grande tribulação.

“E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos
gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Lucas 21:24

Em Lucas o próprio Senhor determina que a Grande Tribulação não começará até que acabe o tempo da igreja e
cesse a era da graça.

Ordem cronológica dos eventos:

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Os pontos fracos do pré-tribulacionismo (segundo os críticos):
Distorcem os conceitos dos períodos chaves da escatologia: O primeiro e mais grave erro dessa teoria é entender
de forma errada as nomenclaturas que marcam os acontecimentos escatológicos, como por exemplo, o que é e a
volta de Cristo em Mateus 24, quando acontece o Principio das Dores e a definição e extensão da Grande Tribulação.

Inserem a igreja nas profecias veterotestamentárias: Entendem textos e profecias para Israel como sendo da igreja
e colocam o arrebatamento como marco inicial da ultima semana de Daniel, texto que só diz respeito a Jerusalém e
aos Judeus (Dn 9:24).

O entendimento que o arrebatamento é secreto: Ao analisarmos Mateus 24 aprendemos que é a volta de Cristo
(parousia) que será secreta (Mt 24:36), vimos também que todo o sermão escatológico trata apenas de escatologia
judaica. Assumir que uma noiva não sabe o dia de seu casamento é tirar o casamento da igreja com Cristo da cultura
judaica, o que é discrepante, já que os pré-tribulacionistas colocam a igreja dentro dos conceitos judaicos na
parábola das Virgens prudentes e loucas de Mateus 25.

“E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira
futura.” 1 Tessalonicenses 1:10

Esse versículo é usado pelos pré-tribulacionistas para provar que a igreja não pode passar pela Grande Tribulação
(lembrando que para eles a G.T. é todos os 7 anos), mas será que realmente ele diz isso? O final do versículo no
original diz “nos resgata da ira vindoura” (rhoumai = resgatar; orge =juízo após um julgamento; erchomai =
vindoura), que significa literalmente nos resgata do juízo final, ou seja, Nos salva da irá daqueles que serão
condenados ao inferno no juízo final.

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”
Romanos 5:9

Esse é outro texto mal compreendido pelos pré-tribulacionistas, quando o Paulo nesse versículo diz “salvos da ira”
no original fica assim “sozo orge” que literalmente significa que por sermos justificados no sangue de Jesus, seremos
salvos do juízo final, a palavra grega “sozo” é a mesma usada para salvos em Cristo Jesus.

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de
vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Apocalipse 3:10

De todos os textos usados erroneamente talvez esse seja o mais gritante, após entendermos o que ele realmente
nos diz com certeza nos perguntaremos como conseguiram nos enganar. A palavra grega para guardar é “tereo” que
significa conservar onde esta, e jamais retirar, “tereo” é usado em João 17:15, que diz “Não peço que os tires do
mundo, mas que os livres do mal.”, tereo” no texto de João é traduzido como “tirar” o que todos entendem que o
salvo será guardado na terra, jamais retirado aos céus. Pela coerência textual devo adotar os mesmos valores para as
palavras na Bíblia, se em João “tereo” é guardar na terra, porque em Apocalipse seria retirar? Outra questão é que o
texto diz que “te guardarei na hora da tentação” e nunca na hora da tribulação, como alguém que sabe ler entende
“tribulação” onde esta escrito “tentação” é um mistério que deve ser estudado pelos neurocientistas. A palavra
grega “peirasmos” traduzida nesse texto por “tentação” significa literalmente ser provado religiosamente, portanto,
ser livre da tentação é não cair em heresias (Mt 24:4,5).

“E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério
da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado
o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;”

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2 Tessalonicenses 2:6-8

Esse texto diz apenas que mistério do mal, ou seja, Satanás não opera na Terra enquanto o Espirito estiver aqui, e
após a retirado do Espirito Satanás poderá usar seu iníquo, entender que isso limita a Tribulação é desconhecer o
conceito de “Grande Tribulação” e aplicar erroneamente que essa compreenderá todos os 7 anos da ultima semana
de Daniel.

“E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos
gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Lucas 21:24

Esse texto é outra caricatura pré-tribulacionista, uma vez que o texto mostra os gentios como destruidores de
Jerusalém e não como salvos pela graça. Esse texto diz que Jerusalém continuará sem rei até que se cumpra o tempo
do império que derrubou a cidade.

4.2. Mídi-Tribulacionismo
Esta corrente escatológica entende que na tribulação, a última semana de anos que profetizou o profeta Daniel, a
Igreja de Cristo passará o primeiro período de três anos e meio, chamado também de “principio de dores” aqui na
terra, sendo arrebatada ao fim deste período, quando o Espirito Santo deixará seu papel de retentor do mau e subirá
conduzindo a igreja ao céu, deixando na terra o caminho livre para o anticristo, no período conhecido como “Grande
Tribulação”. Essa posição crê que, a Igreja irá presenciar parte da grande tribulação, porém quando a tribulação se
agravar, ela será removida da terra, havendo uma ausência de crentes salvos no planeta. Essa linha também
sustenta a existência futurista da grande tribulação em sete anos, baseado em Daniel. Crêem que a ira de Deus será
derramada na segunda metade, após o arrebatamento da Igreja. Com base em Mt. 24 e Mc. 13 dizem que, parte
dessa tribulação será abreviada devido à permanência dos santos, que é a Igreja do Senhor. Interpretam
literalmente, Rm. 5.9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira, ou
seja, os cristãos não passarão pelos três anos e meio final que é a “ira de Deus”. O mesmo acontece com 1 Ts. 1.10,
Mt. 3.07, Lc. 3.07, porém nesses textos a expressão em foco é “ira vindoura”. Segue abaixo um esquema com os
eventos e uma sequencia cronológica mídi-tribulacionista:

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Argumentos a favor do mídi-tribulacionismo (segundo seus defensores):
Entendimento dos termos escatológicos em harmonia com as Escrituras: Todos os termos usados para
descreverem momentos escatológicos são usados nessa teoria de maneira coerente, exemplo, A aplicação correta
de “Parousia” em Mateus 24, a divisão de Começo e grande dores de parto (odin).

A igreja passará parte da Tribulação: Deus é justo, e tirar a igreja última sem nenhum tipo de Tribulação não seria
justo com a toda a igreja que foi perseguida na historia, e permitir que a igreja passe a “Grande Tribulação
(lembrando que esse período é somente os últimos 3 anos e meio) não seria justo com a igreja final. Por isso prever
que a igreja passará o “principio das dores” que é uma tribulação normal, mas que o arrebatamento será antes da
“Grande Tribulação” é uma perfeita coerência com a harmonia bíblica e com a justiça de Deus.

Separação das profecias judaicas das cristãs: Os mídi-tribulacionistas mantem um diferença entre as profecias
veterotestamentárias para Israel e as neotestamentárias para a igreja, como por exemplo, As 70 semanas de Daniel

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não incluem a igreja, por isso o marco que abre essa última semana é a firmação do pacto, não o arrebatamento da
igreja.

Há uma clara separação entre o arrebatamento e a volta de Cristo: Vemos na Palavra que existe um tempo entre o
arrebatamento e volta de Cristo, nesse tempo a igreja estará nas bodas do cordeiro (Ap 19:9). Em 1 Coríntios 15:23-
25 vemos uma ordem de acontecimento, iniciando com Cristo ressurreto, depois com as primícias (crentes) em sua
volta (arrebatamento) e só após parece falar de seu reinado na “parousia”, a grega “epeita” (parte b do vers. 23)
que aparece no texto como “depois” significa um evento cronologicamente posterior, Já a palavra grega “eita”
(começo do vers. 24) traduzida como então, significa depois de, demonstrando que o final da tribulação (junto a
parousia) será após o arrebatamento. Esse argumento usado pelos pré-tribulacionistas também se aplica aos mídi-
tribulacionistas já que tem um tempo entre o arrebatamento da igreja e a “parousia (3 anos e meio de espaço).

Eleva à igreja a condição de noiva de Cristo: Diferente dos pré-tribulacionistas que entendem pela parábola das
virgens (Mt 25) que a igreja não saberá o momento de seu casamento, essa tese coloca realmente a igreja no
patamar de noiva e a ensina o momento que ocorrerá seu casamento (1 Ts 5:3-6; 2 Ts 2:1-3).

Textos bíblicos que apoiam a mídi-tribulação:


“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de
vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora; guarda o que
tens, para que ninguém tome a tua coroa.” Apocalipse 3:10,11

Como já vimos esse texto mostra que a igreja será guardada do engano de heresia, porem quando ocorrerá esse
momento? Aprendemos nas aulas passadas que o "Principio das dores” será o momento onde “abominável”
(falsoprofeta) estará reinando e assim tentará enganar todos os moradores da terra, porem, o Senhor nos guardará
desse engano.

Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que,
quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para
que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós
não somos da noite nem das trevas. 1 Tessalonicenses 5:2-5

Esse texto tem uma indicação importante sobre a visão escatológica de Paulo, sabemos que o arrebatamento não é
previsto nas 70 semanas de Daniel, porem, nesses versículos o apostolo dos gentios faz uma ponte comparativa das
profecias para igreja com o esqueleto escatológico veterotestamentário. Ao dizer que o Senhor virá como o ladrão
de noite, Paulo diz que Ele virá de surpresa para o mundo, mais não pegará os crentes desprevenidos, a palavra que
ele usa para “noite” é “nux” que segundo o Strong significa metaforicamente “falta de conhecimento”, significando
que a surpresa será para os que não tiverem o conhecimento. No versículo 3 Paulo fixa um momento escatológico
para o arrebatamento, quando ele diz, “paz e segurança”, no original essa expressão significa “bem estar nacional” e
é seguido por uma repentina destruição, e somente um momento pode conciliar uma paz nacional em Israel com
uma eminente destruição, a quebra do pacto. Esse fato é confirmado pela sequencia do texto que diz, “como as
dores de parto”, fixando sem duvida no contexto tribulacional, lembrando que “dores de parto” é a nomenclatura
que nomeia a “Grande Tribulação”. Já no versículo 4 Paulo deixa claro que somente os que estiverem em trevas
(sem o conhecimento) irão ser pegos de surpresa naquele dia, já que os filhos da luz detém o conhecimento
necessário para compreender aquele grande dia.

“Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que
não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por

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palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira
alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora;
de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”
2 Tessalonicenses 2:1-4

O texto de 1 Tessalonicenses que analisamos anteriormente sugere um possível momento para o arrebatamento, já
nesse texto Paulo fala claramente o momento de esperar o “harpazo”, para isso ele faz outra vez uma ponte entre as
profecias para a igreja e a escatologia judaica. Paulo começa o texto nos alertando acerca daqueles que marcariam o
arrebatamento como um fato eminente, quando ele diz “como se o dia de Cristo estivesse já perto” no original a
palavra “enistemi” traduzido por “perto” significa “eminente” , então de modo algum o arrebatamento será
eminente. Paulo ainda prevê que muitos iriam profetizar que o arrebatamento seria eminente, quando ele diz “por
palavra” que no original é “logos” que significa no grego bíblico “profecias”, portanto Paulo já nos precaveu contra
essa heresia que é o arrebatamento secreto do pré-tribulacionismo. Paulo começa o versículo 3 dizendo “Ninguém
de maneira alguma vos engane”, se assemelhando a Jesus que em seu discurso escatológico também tinha essa
preocupação (Mt 24:4). Paulo continua o versículo 3 dizendo “não será assim sem que antes venha a apostasia”,
apostasia no original é “apostasia religiosa”, e é identificado como a abominação apontada por Daniel e Jesus, outro
marco que fixa o arrebatamento é “e se manifeste o homem do pecado”, que todos identificam como sendo o
anticristo, que como já aprendemos surgira somente nas proximidades da quebra do pacto, por isso ele é
identificado por Daniel como “chifre pequeno”. O texto se completa descrevendo a natureza da apostasia e do dia
da revelação do anticristo, que será o dia que ele se levantará abertamente como Deus, agirá como se ele próprio
fosse o Senhor e entrará no templo o profanando, características mais que claras do dia da quebra do pacto. Nesse
texto Paulo afirma claramente que nossa reunião com o Senhor não ocorrerá antes da quebra do pacto e da
revelação do anticristo, além disso, ele nos alerta que o arrebatamento não será eminente, e nos prepara para os
hereges que afirmaram o contrario.

“E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério
da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado
o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A
esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,”

2 Tessalonicenses 2:6-9

Esse texto é a continuação do que analisamos anteriormente, esse texto fora de seu contexto e usado de forma
isolada é usado pelos pré-tribulacionistas para lhes dar certa base bíblica, mas agora iremos fazer uma exegese
nesse texto. Vemos que o texto inteiro (versículos 1 ao 9) falam da revelação do anticristo e sobre o arrebatamento
ser após esse evento, portanto, o que esta sendo detido é o próprio homem do pecado, Paulo continua falando que
ele estará retido até que do meio seja tirado, é consenso de todos que o que impede o anticristo é o Espirito. A
palavra “meio” é interpretada pelos pré-tribulacionistas como, retirado do meio, ou seja, da terra, mas a palavra
grega “mesos” significa literalmente “meio”, ou seja, algo que fica no meio de dois pontos (ex: mesopotâmia = entre
dois rios), portanto o que Paulo quis dizer é que o Espirito será tirado “entre” dois marcos (entre o começo e fim da
Tribulação) exatamente no meio da ultima semana. Só então será revelado o anticristo, pela coerência bíblica e o
texto anterior (2Ts 2:1-3) entendemos facilmente que esse evento acontecerá durante a quebra do pacto, o meio da
ultima semana de Daniel. Outro conhecimento importante que esse texto dá é que o anticristo reinará segundo a
eficácia de Satanás, por isso é importante esse ente cósmico estar na terra.

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“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no
céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo;
porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de
noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as
suas vidas até à morte. Apocalipse 12:9-11

Esse texto de Apocalipse esta em total coerência com o texto de Paulo, aqui é revelado que Satanás estará
literalmente em nosso planeta, sabemos que atualmente ele e seus demônios estão nas regiões celestiais (Jó 1:6; Jó
2:2; Zc 3:1-2; Ef 6:12; Ap 12:10). Esse texto apocalíptico é usado pelos dispensacionalistas como algo que aconteceu
no passado, porem o texto claramente diz de um momento durante a tribulação, primeiro fala das 12 estrelas na
coroa da mulher que idêntica ela como Israel (12 tribos), depois fala que Satanás acusava os irmãos (igreja) o que
fixa a queda para depois da ressureição de Cristo e criação da igreja, e o texto é concluindo dizendo que o diabo tem
ira porque sabe que seu tempo é curto, na verdade o texto dá 3 anos e meio (vers. 14) o que identifica o momento
como a ultima parte da tribulação. Voltando ao cumprimento de 2 Tessalonicenses, Paulo afirmou que o anticristo
seria revelado segundo a eficácia de Satanás, o que no original é “energeia” que significa que ele será incorporado
por Satã, por isso essa entidade deve estar na terra, o texto de Apocalipse 12 mostra que o Diabo cairá na terra
durante a ultima parte da tribulação, já Daniel que o chifre pequeno se revelará somente na quebra do pacto,
juntando podemos entender que Satanás cai na metade dá ultima semana, assim “energeia” o anticristo, que agora
tem poder para quebrar o pacto. O texto também coloca cristão nesse momento da queda de Satã (Ap 12:10,11),
mostrando que a igreja passará parte da tribulação (principio das dores), portanto, por esse texto vemos o que
mudará a passagem do “Principio das dores” para a “Grande Tribulação” é a queda do inimigo.

“E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz
de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco;
e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.” Apocalipse 6:1,2

É consenso entre os teólogos sérios que o cavaleiro branco desse texto é o anticristo, então vemos aqui seu
surgimento vitorioso, alinhando esse texto com os anteriores, entenderemos que a abertura do primeiro selo e
consequentemente a aparição do anticristo é a quebra do pacto na metade da ultima semana, portanto, toda a
sequencia escatológica iniciada pelo primeiro selo ocorrerá após o meio da tribulação (Grande Tribulação), com
certeza é isso que Jesus quis dizer com os dias serem abreviados, no original “koloboo” significa” mutilar, cortar ao
meio, isso revela que a ultima semana será cortada no meio e a “Grande Tribulação” será apenas de 3 anos e meio
(Mt 24:21,22).

“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a
oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.” Daniel 9:27

Em Daniel 9:27 vemos a expressão “sobre a asa das abominações virá o assolador”, onde “sobre as asas” no original
significa “através de” mostrando que através da abominação virá a assolação. A palavra “abominação” é a tradução
no português para a palavra hebraica “shiqquwts” que significa “abominação religiosa, quebra da lei”, ou uma
pessoa que é abominável e induz outros a apostasia espiritual. Já palavra “assolador” significa alguém que traz a
destruição, no hebraico “shamem” significa alguém que faz um lugar desolado, ou algum que traz a destruição,
lembrando que a profecia de Daniel 9 é para a Jerusalém e para os judeus (Dn 9:24, seu povo e sua santa cidade),
portanto o desolador ira trazer destruição para Jerusalém e o povo judeu. Com esses dados em mente podemos

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entender que quando Daniel fala “sobre as asas das abominações virá o assolador” ele quer dizer que primeiro
(levando em conta “shiqquwts” como “abominação religiosa”) que através da apostasia virá o assolador (pequeno
chifre Dn 7:24,25; 8:9-12), e segundo (levando em conta “shiqquwts” como enganador ou falsoprofeta), que através
e após o falsoprofeta virá o assolador ou anticristo (Ap 13:11,12). Porem, nas duas interpretações fica claro que após
o engano religioso (quebra do pacto) virá o assolador (perseguição aos judeus, Mt 24:15).

“E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por
quarenta e dois meses. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão
escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:5,8

O texto de Apocalipse 12 esta em total acordo com o de Daniel 9, pois afirma que o falsoprofeta ira reinar nos
primeiros anos e meio (42 meses), esse texto também esta de acordo com 2 Tessalonicenses 2 pois confirma que na
primeira parte da tribulação (antes da quebra do pacto) a igreja ainda estará na terra 9escritos no livro do cordeiro).

Ordem cronológica dos eventos:


1°) -A igreja passará pela fase branda da 70° semana, também conhecido por "principio de dores" os
primeiros 42 meses ou três anos e meio.

A)-O anticristo (assolador) estará na terra, mas ainda sob retenção imposta pela presença do Espirito
Santo, neste período já estará no governo do mundo, mas a liderança estará com o falsoprofeta
(abominável) este fará uma aliança com Israel, possivelmente um acordo de paz (a bíblia não diz qual
será o tal acordo com todas as letras, mas da o entender que será de paz. vejamos: Pois que, quando
disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela
que está grávida, e de modo nenhum escaparão. 1 Tess. 5:3

B)-Paulo está falando do ponto de inicio da tribulação, que, inicialmente será de paz até que o acordo da
falsa paz seja rompido trazendo a grande tribulação, em busca da tão sonhada paz que Israel tanto
almeja, vai ser seduzido por esta armadilha satânica!

C)- O anjo Gabriel disse ao profeta Daniel: E até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
Daniel 9:26b

Guerras e assolações, não paz estão no horizonte futuro de Israel, até o Armagedom, durante a o período
da grande tribulação se voltarão para o seu Deus e clamarão desesperadamente, quando o falso messias
profanar o templo e trouxer sobre a nação israelita todo seu ódio e crueldade, os tipos de anticristo do
passado, como Antíoco Epifânio IV, Nero e Adolf Hitler serão inofensivos diante da ferocidade do homem
do pecado!

Pois os outros eram apenas "um tipo", porém o anticristo literalmente será o mau personificado.
D)-Os israelitas aceitarão ao verdadeiro Messias após sofrer a maior angustia da história humana, serão
enfim restaurados e gozarão em Cristo a verdadeira paz, esse concerto marcará o fim do “Armagedom”
na “parousia”.

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Os pontos fracos do mídi-tribulacionismo (segundo os críticos):
Suposta data fixada para o arrebatamento: Ao analisarmos Mateus 24 aprendemos que o arrebatamento será
secreto (Mt 24:36), porem os mídi-tribulacionistas apontam para o dia da quebra do pacto como a data para esse
evento.

Distinção da segunda volta (parousia) de Cristo em 2 fases: Tanto os pré-tribulacionistas, como os mídi
tribulacionistas dividem a segunda vinda do Senhor em duas etapas, uma secreta (arrebatamento) e outra visível
(parousia), porem a Bíblia demonstra que a segunda vinda se dará em uma só fase no final da “Grande Tribulação”
colocando fim ao “Armagedom” (Mt 24:30,31,37,38,50,51; 2 Pe 3:10-12; Ap 19:11-21).

A igreja passará por parte da Grande Tribulação: Segundo os mídi-tribulacionistas a igreja passará parte da “Grande
Tribulação”, o que vai contra a Palavra que garante que a igreja não experimentará a ira do Senhor (Rm 5:9; 1 Ts
1:10; 2 Ts 5:9; Ap 3:10).

Separam a igreja das profecias de Daniel: Os mídi-tribulacionistas retiram a igreja das profecias das 70 semanas,
para eles o marco inicial da “Grande Tribulação” é a firmação do pacto, porem a Bíblia diz que o arrebatamento é o
que marca o fim dos “Principio das Dores” para o começo da “Grande Tribulação” (Lc 21:24; 2 Ts 2:6-9). Afirmando
que o arrebatamento não marcará o inicio da “Grande Tribulação” os mídi-tribulacionistas retiram a igreja das
profecias veterotestamentárias, isolando o Novo Testamento do Antigo.

4.3. Pós-Tribulacionismo
Os defensores dessa teoria acreditam e ensinam que os cristãos passarão pela Tribulação. Segundo eles, o
arrebatamento ocorrerá imediatamente antes da Vinda do Senhor Jesus para o juízo Final. Os Pós- tribulacionistas
afirmam que o Arrebatamento da Igreja e a volta de Jesus Cristo para reinar são apenas aspectos deferentes de
demonstrar um único evento que acontecerá no final da Grande Tribulação. E isto ocorrerá justamente antes da
derrota da besta e seus seguidores e marcará o início do milênio. Para esses teóricos a igreja será guardada durante
todos os 7 anos de Tribulação e o arrebatamento (harpazo) será no mesmo evento da volta de Cristo (parousia).
Segue abaixo um esquema com os eventos e uma sequencia cronológica pós-tribulacionista:

99
Argumentos a favor do pós-tribulacionismo (segundo seus defensores):
Arrebatamento e segunda volta no mesmo evento: e coerência com a interpretação literal das Escrituras: A Bíblia
não faz separação do arrebatamento (harpazo) para a volta de Cristo (parousia), pelo contrario, todo capitulo 24 de
Mateus mostra o arrebatamento ocorrendo durante a “parousia” (Mt 24:29,30,31,37,38,50,51; 2 Pe 3:10-12; Ap
19:11-21). É falta de coerência marcar a volta de Cristo (parousia) em duas fases, já que a primeira vinda foi em uma
única base, não a texto bíblico que apoie a divisão da “parousia” em dois momentos.

Proteção da ira divina na Tribulação e a passagem da igreja pela Grande Tribulação: A Bíblia revela que a igreja será
guardada durante a tribulação, não retirada totalmente ou parcialmente, por toda a Historia bíblica Deus sempre
protegeu o seu povo durante as aflições (Ex: Proteção do povo de Israel durante as pragas no Egito – Ex- 8:22; 9:26 ).
Jesus e os apóstolos sempre colocam a igreja sendo protegida durante a Tribulação (Mt 24:9,10,13,16,22,24,31; 2 Pe
3:10-12; Ap 2:10; Ap 3:10; Ap 12:11; 13:8). Resumindo, a Palavra é clara em dizer que a igreja será protegida durante
a Tribulação, se ela for retirada para o céu, qual seria a necessidade de proteção na terra?

100
Textos bíblicos que apoiam a pós-tribulação:
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar
santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes” Mateus 24:15,16

Esse texto anunciado pelo o próprio Cristo tem como alvo que interlocutores? É obvio que ele escreveu para a igreja,
já que judeus nunca leriam seus escritos, com isso em mente podemos chegar a algumas conclusões. Que Jesus
estava dizendo que teriam crentes em Jerusalém na quebra do pacto, e assim mandou esses fugirem da cidade, se os
crentes tiverem que fugir da cidade na quebra do pacto é porque passaram a tribulação e não foram levados nem no
começo e nem no meio da ultima semana de Daniel.

“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem
tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por
causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” Mateus 24:21,22

O senhor nesse texto fala da “Grande Tribulação” e que esse tempo seria abreviado por causa dos escolhidos,
porque abreviar se os escolhidos já teriam sido arrebatados? É muito claro que esses “abreviados” para os
escolhidos falam da proteção de Deus aos fieis.

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o
Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos
com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à
outra extremidade dos céus. Mateus 24:30,31

Esse texto descreve com precisão a “parousia” no final da “Grande Tribulação”, e nesse momento texto é claro em
descrever o arrebatamento, como a Bíblia não descreve 2 arrebatamentos, é fácil entender que o arrebatamento
será durante a “parousia” como um evento visível em todo o mundo.

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:37

Esse é outro versículo claro, onde Jesus compara o arrebatamento com o tempo de Noé, vejamos as características
do dilúvio. Noé não foi retirado e sim conservado em meio ao desastre, todos viram sua salvação e morreram após
ver o julgamento de Deus. É claro que esse evento não pode ser secreto e tranquilo, já que será no final da
tribulação.

“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão
do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” Mateus 24:29

Para acabar com qualquer duvida temos esse texto, onde diz que o arrebatamento e a “parousia” será somente após
a tribulação, o versículo segue mostrando um cenário apocalíptico que demonstra o momento do arrebatamento.

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de
perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e
apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos,
ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que
habita a justiça.” 2 Pedro 3:10-13

101
Esse é outro exemplo da volta de Cristo (parousia) em meio a cataclismos apocalíptico, nesses versículos Pedro diz o
como será o momento do arrebatamento, com a terra e céu se desfazendo, muito próximo do que João relata em
Apocalipse (Ap 19:11-21).

“E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus,
e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso
Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.” Apocalipse 12:10,11

Nesse texto João revela a queda de Satanás durante a Tribulação, e cita crentes que estão enfrentando a tribulação e
fechando seu testemunho com a morte, note que o texto fala que esses crente venceram pelo sangue do cordeiro
(graça) e pelo testemunho correto de quem ama a Jesus mais que a própria vida, por essas citações sobre esses
mártires podemos descartar a hipótese que são desviados que não foram arrebatados.

“E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua,
e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no
livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:7,8

Esse é outro texto que demonstra que a igreja passará a tribulação (e têm néscios que dizem que a igreja não
aparece em Apocalipse do capítulo 4 ao 19, mente lavada impede de enxergar a verdade), aqui João registra dois
grupos de pessoas na terra, os que adoram a besta e as que não adoram por seus nomes estarem escritos no livro da
vida, alguém já viu um desviado ainda ter seu nome no livro da vida? Lembrando que os pré-tribulacionistas quando
oram para desviados que se reconciliam sempre pedem para reescrever os nomes no livro da vida, alguém já viu
crentes tão discrepantes? Outra vez o texto é claro, crentes fiéis enfrentando a tribulação, com esse temos dois
textos que claramente colocam salvos em Cristo passando e vencendo a tribulação no sangue do cordeiro (Ap 7:14).

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a
sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com
Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a
primeira ressurreição.” Apocalipse 20:4,5

Nesse texto também vemos uma citação sobre a igreja que passou a tribulação (totalizando 3 textos que provam a
igreja na tribulação), portanto esta falando de crentes que viveram e venceram a aflição entre os capítulos 4 e 19 de
Apocalipse. João revela que aqueles que não adoraram a besta (se a besta só aparece na tribulação, fácil entender o
texto), mas antes foram mortos pelo testemunho de Cristo, ressuscitaram e reinaram com Cristo, o texto ainda diz
que essa é a primeira ressureição, ou seja, os mortos em Cristo em todas as épocas ressuscitaram nesse momento.
Esse texto é muito assertivo em colocar o “harpazo” (ressureição dos mortos e arrebatamento dos vivos), junto à
parousia (1 Ts 4:13-17 – aqui Paulo deixa claro que os mortos ressuscitaram e os vivos serão arrebatados).

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de
vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” Apocalipse 3:10

Para terminar esse argumento usaremos o texto preferido dos pré-tribulacionistas (Maior prova que eles ignoram o
que leem), no versículo apreciado João usa a palavra grega “tereo” que significa literalmente “guardar”, mostrando
claramente que o Senhor nunca retira o crente da aflição e sim o guarda e conserva (porque só seria diferente para a
última igreja). O texto prossegue dizendo que Deus livrará seu povo da tentação (engano religioso) que virá sobre
todo o mundo para tentar a todos, só o engano de adorar a besta e receber sua marca tem abrangência para
cumprir literalmente esse texto. Portanto, esse versículo diz que Jesus livrará sua igreja de ser enganada na

102
tribulação (nunca o texto promete guardar na tribulação, imagina tirar?), não recebendo a marca da besta e
prestando culto a essa entidade.

Ordem cronológica dos eventos:

Os pontos fracos do pós-tribulacionismo (segundo os críticos):


Há uma clara separação entre o arrebatamento e a volta de Cristo: Vemos na Palavra que existe um tempo entre o
arrebatamento e volta de Cristo, nesse tempo a igreja estará nas bodas do cordeiro (Ap 19:9). Em 1 Coríntios 15:23-
25 vemos uma ordem de acontecimento, iniciando com Cristo ressurreto, depois com as primícias (crentes) em sua
volta (arrebatamento) e só após parece falar de seu reinado na “parousia”, a grega “epeita” (parte b do vers. 23)
que aparece no texto como “depois” significa um evento cronologicamente posterior, Já a palavra grega “eita”
(começo do vers. 24) traduzida como então, significa depois de, demonstrando que o final da tribulação (junto a
parousia) será após o arrebatamento. Esse argumento usado pelos pré-tribulacionistas também se aplica aos mídi-
tribulacionistas já que tem um tempo entre o arrebatamento da igreja e a “parousia (3 anos e meio de espaço).
Abaixo inserirei um quadro que demonstra a diferença entre “harpazo e “parousia”:

103
A igreja passará toda a Grande Tribulação: Já vimos exaustivamente que ha uma diferença cronológica e de
intensidade dentro da Tribulação (odin = dor de parto) denominados “Principio das dores” e” Grande Tribulação”,
portanto é justo e equivalente com toda historia da igreja os últimos crentes passarem uma tribulação análoga a de
outras épocas, porem, é injusto a ultima igreja passar por uma Tribulação maior que qualquer outra igreja passou, a
Palavra deixa claro que aqueles dias seriam únicos em aflição na historia (Jr 30;7; Dn 12:1; Mt 24:21; Mc 13:19).

Suposta data fixada para o arrebatamento: Ao analisarmos Mateus 24 aprendemos que o arrebatamento será
secreto (Mt 24:36), porem os pós-tribulacionistas apontam o arrebatamento junto com para a volta de Cristo
(parousia), colocando assim uma data para esse evento secreto.

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e
lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” Apocalipse 7:14

Todos os textos que mostram a igreja passando a tribulação (incluindo o acima) estão inseridos antes da quebra do
pacto, e, portanto, durante p “Principio das dores”, sendo assim a Palavra jamais mencionou a igreja passando a
aflição considerada a pior de todos os tempos. Esse texto é iniciado falando dos 144 mil israelitas selados para
passarem a tribulação (Ap 7:3,4) após revelação mostra o arrebatamento (Ap 7:9-11), note que essa multidão acaba
de chegar diante o trono de Deus (Ap 7:14). Esse texto esta em coerência com Daniel 12:1, que diz que Miguel se
levantaria para salvar Israel na Tribulação, é coerente dizer que esse anjo que selou os israelitas é o próprio Miguel,
esses 144 mil serão os judeus que ainda estarão vivos na “parousia” do Mestre (Zc 14:4,5; Ap 14:1-4). A analisarmos
o contexto fica claro que essa passagem se encontra no final do “Principio das dores”, por isso os israelitas são
selados nesse momento, já que antes com a falsa paz não serão perseguidos, e também narra o começo da “Grande
Tribulação”, inserindo o arrebatamento nesse momento, os mortos em Cristo são aqueles que morreram no
“Principio das dores”, quando a igreja será perseguida por não se juntar a falsa paz e ecumenismo. Analisemos
agora os outros textos que apontam a igreja na Tribulação.

“E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus,
e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso
Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.” Apocalipse 12:10,11

Esse texto já foi exaustivamente analisado anteriormente, onde vemos a queda de Satã, o texto é claramente
ambientado entre o “Principio das dores” e a “Grande Tribulação”, quando o Diabo desce a terra para possuir o
anticristo (2 Ts 2:9) e esse então quebra o pacto dando inicio a “Grande Tribulação (2 Ts 2:3,4). No versículo 12
vemos todos os verbos no passado, mostrando claramente que os que morreram, pereceram antes da queda de
Satanás, mais um texto que coloca a igreja apenas no “Principio das dores”, mas jamais na “Grande Tribulação”, já
que para os teólogos acadêmicos os versículos 5 e 10 (Ap 12) falam do arrebatamento da igreja.

“E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua,
e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no
livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:7,8

Esse é outro texto que nos detemos significadamente sobre ele, podemos perceber que esses mártires da igreja
estão interagindo na Tribulação regida pelo falsoprofeta, que como também aprendemos reinará somente nos
primeiro 3 anos e meio (Ap 13:5). Mais uma vez o texto coloca a igreja somente no “Principio das Dores”, reforçando
a tese mídi-tribulacionista sobre as demais.

104
“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que
foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a
sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com
Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a
primeira ressurreição.” Apocalipse 20:4,5

Esse texto em uma analise superficial aparenta colocar a igreja na “Grande Tribulação”, demonstrando que ouve
crentes mortos pela besta, e esses ressuscitaram após a “parousia”. Porem, se olharmos o texto usando a sintaxe
gramatical, iremos perceber que a entidade chamada de “besta” que perseguiu a igreja é o falso profeta (Ap 13:5-
8,12), não o anticristo, o que coloca os mártires nos 42 meses iniciais das “Dores de Parto”.

4.4. Conclusão
Cada uma das teses escatológicas analisadas nesse livro é falha e parcial, excetuando o pré-tribulacionismo que não
apresenta nenhuma base solida e ignora até as nomenclaturas dos eventos apocalípticos. Os pós-tribulacionistas
baseiam sua tese nos estudos do Antigo Testamento, do sermão profético de Cristo e da visão dos apóstolos
judaizantes, por isso tendem assim como esses colocar a igreja dentro da “Grande Tribulação”, talvez o erro dessa
tese, claro se tiver, é confundir a escatologia exclusiva dos judeus com a da igreja, por isso apontam para eventos e
dores judaicas como se fossem da igreja (por exemplo, a arrebatamento judaico na parousia). Os mídi-
tribulacionistas se baseiam nas suposições de Paulo, o apostolo dos gentios, por isso faz uma delimitação muito
profunda dos eventos que ocorreram com a igreja e os que aconteceram com os judeus, o erro dessa tese, também
se tiver um, é fazer uma distinção muito grande entre a igreja e Israel, coisa que só Paulo faz. Já o pré-
tribulacionismo, não tem raiz bíblica tradicional, pelo contrario é uma posição relativamente jovem e inculta, a baixo
colocarei um pouco da historia dessa tese, e assim entenderemos mais claramente a mente de seus criadores.

O ensino sobre a vinda secreta de Jesus antes da tribulação e do aparecimento do Anticristo tem sido crido e
amplamente disseminado na Igreja contemporânea sem nenhum questionamento ou investigação. Poucos sabem
que esta doutrina não reflete a crença dos Pais da Igreja, ou sequer foi ensinada pelos reformadores.
Surpreendentemente, por mais de 1800 anos, ninguém havia ensinado ou ouvido falar em um arrebatamento pré-
tribulacionista. Comumente, associa-se a origem do pré-tribulacionismo a John Nelson Darby (1800-1882), teólogo
inglês do século XIX e líder do grupo reformista Os Irmãos de Plymouth (seita apocalíptica). Os biógrafos de Darby o
chamam de “o pai do dispensacionalismo moderno”. Darby, sem dúvida, foi o principal porta-voz desta alternativa
escatológica que divide a volta de Cristo em duas etapas. Nem todos os de seu tempo, porém, aceitaram esta
teologia. Entre os contemporâneos de Darby que rejeitaram o pré-tribulacionismo estão Jorge Müller, William Booth
(fundador do Exército da Salvação), Carlos Spurgeon e um teólogo chamado Samuel Prideaux Tregelles. Tregelles foi
um teólogo do século XIX e integrante dos Irmãos, o mesmo grupo a que Darby pertencia. Em 1864, em seu livro The
Hope of Christ’s Second Coming (A Esperança da Segunda Vinda de Cristo), Tregelles refutou abertamente a nova
doutrina como sendo antibíblica. Ele atribuiu o surgimento do pré-tribulacionismo, não a Darby, mas a uma falsa
profecia proclamada por um dos membros da Igreja Católica Apostólica – grupo liderado pelo eloquente pregador
escocês Edward Irving (1792 – 1834). A profetisa em questão era uma jovem de 15 anos chamada Margaret
MacDonald (1815 – 1840). Darby visitou a América seis vezes e levou consigo a doutrina do “escapismo” (como é
conhecida entre alguns, em alusão ao fato de a Igreja “escapar” da Grande Tribulação). Nos Estados Unidos, um falso
erudito chamado Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921) foi exposto aos ensinos de Darby. Scofield considerava Darby
“o mais profundo erudito bíblico dos tempos modernos”. Em 1909, Scofield publicou uma Bíblia (Pela editora dos
Rothschild, bancários anticristãos) com suas próprias notas marginais recheadas com o pré-tribulacionismo
darbinista – o famoso clássico da literatura dispensacionalistas, intitulado A Bíblia de Scofield. A Bíblia de Scofield é

105
sem dúvida a maior responsável pela disseminação da doutrina do escapismo nos EUA e, consequentemente, nos
países evangelizados por missionários americanos, entre eles o Brasil. Assim como Morgan, muitos de nós
aprendemos e ensinamos a doutrina do escapismo por muitos anos. Resta saber se teremos a mesma humildade
que Morgan teve ao admitir o engano que cometeu. Espero colaborar com isso, nesta série de artigos sobre o Pré-
tribulacionismo. (Fonte: S.P. Tregelles, The Hope of Christ’s Second Coming, pp. 34-37. http://paoevinho.org.)

A repetição do esquema com as três principais teses sobre o arrebatamento:

106
1. Introdução
Após estudarmos toda base que sustenta a escatologia (As Semanas de Daniel, Sermão escatológico e
arrebatamento), podemos enfim montar o quadro completo, com sua sequencia de acontecimentos. Iremos nesse
capitulo nos deter nas cronologias gerais, ou seja, na sequência escatológica que afetará todo o mundo, logicamente
que muitos desses eventos terão seus epicentros em Jerusalém, mas com certeza irão repercutir e serão sentidos em
todo o globo. O arrebatamento da igreja (debatido no capitulo anterior) é considerado um evento particular para os
salvos em Cristo, e por isso, esta fora das profecias universais, não impactando outros eventos apocalípticos, por
esse motivo não inseriremos em nossa cronologia logica da escatologia (até porque tudo que sabemos sobre o
momento do arrebatamento é teoria). Abaixo inserirei um esquema cronológico com todos os eventos escatológicos
modernos, lembrando que somente o que é considerado seguro entrou nesse esquema.

107
Esquema com o esqueleto geral das profecias escatológicas universais (ultima semana de Daniel).

108
Como já dito anteriormente, as 70 semanas de Daniel constituem o esqueleto em que todas as profecias
escatológicas convergem, também é de total entendimento que houve um cumprimento histórico dessa profecia até
a 69ª semana, e que Mateus 24 trata justamente da semana apocalíptica de Daniel, com dados os dados que
aprendemos conseguimos agora fazer uma cronologia segura de toda sequência escatológica. Trataremos a seguir a
sequencia logica dos eventos, sem se preocupar com definições e explicações adicionais, uma vez que já tratamos
dos conceitos nos capítulos anteriores.

2. O principio das dores


A semana escatológica de Daniel se iniciará com o pacto internacional com Israel (Nas aulas passadas vimos que será
a inauguração do templo feita pelo falsoprofeta), dando assim inicio a “Tribulação” (dor de parto), o primeiro
momento da Tribulação será denominado “Principio das dores” ou “pequena aflição”. Esse período será de 3 anos e
meio, com total liderança do falsoprofeta (abominável). Nesse tempo haverá perseguição para aqueles que não
colocarem a marca da besta ou continuarem fiel a Jesus, será tempo de apostasia religiosa e ecumenismo. Israel
gozará de uma falsa paz, o que levará eles esperarem o Messias (que será o anticristo). A nível mundial acontecerá
os sinais previsto para o “Principio das dores”, a verdadeira igreja será culpada pelas calamidades. Esse período se
findará com o sinal da anunciação internacional da volta do rei (parousia) e com a quebra do pacto com Israel.

3. Grande Tribulação
Esse período é chamado da pior aflição da historia (Jr 30;7; Dn 12:1; Mt 24:21; Mc 13:19), e é a segunda parte da
semana escatológica de Daniel, também chamada de “Grande Tribulação” ou “Grande dores de parto”, onde o
Senhor tratará com seu povo (Israel), com os gentios e com Satanás e seus asseclas. Iniciar-se-á imediatamente após
a quebra do pacto (como estudamos, a entrada do anticristo no santíssimo e o fim dos sacrifícios diários), e será
chefiado pelo anticristo sendo usado diretamente pelo próprio diabo. Israel sofrerá grande perseguição por parte do
governo mundial, ocorrerá um grande genocídio judaico, onde se salvará garantidamente somente 144 mil israelitas.
A nível internacional será um tempo de escravidão da população, e com cataclismos nunca antes vistos, aumentando
em intensidade quando mais se aproxima do fim (Da Grande Tribulação), durará toda a ultima parte da semana de

109
escatológica de Daniel (últimos 33 anos e meio). Esse período se findará com o ‘”Armagedom” e a volta gloriosa de
Cristo para salvar os judeus e estabelecer seu reino milenar.

4. Armagedom
Tecnicamente esse período esta inserido na “Grande Tribulação” e constitui o final da ultima semana de Daniel,
porem, o isolamos somente para estudos. O ultimo momento da “Grande Tribulação” será marcado pela tentativa
de aniquilação total de Jerusalém e seu povo, onde todos os exércitos do mundo sob a liderança do anticristo
invadirá a cidade para destruir seu povo. Dentre todas as aflições da “Tribulação” essa será a mais amarga para
Israel, que terá que fugir dos exércitos do anticristo, segundo a Palavra os judeus fugiram da cidade para o monte
das Oliveiras, que se fendera ao meio, propiciando amparo para o povo de Deus, nesse instante surge um sinal nos
céus e Cristo com seus santos voltam. A volta de Cristo (parousia) colocará fim a guerra do Armagedom (que tem
esse nome por causa do vale que se reunirá as tropas do anticristo – Armagedom (gre) é a tradução do hebraico vale
do Megido), Jesus destruirá o exercito do mal, jogará o anticristo e o falsoprofeta no “Lago de Fogo” e prenderá
Satanás. O fim do “Armagedom” e consequentemente da “Grande Tribulação” (na verdade de toda a Tribulação),
será marcado pela “parousia”, após o mal ser vencido o Senhor estabelecesse seu reino milenar.

110
5. Milênio
A palavra milênio é derivada de duas palavras latinas, “mille” (mil) e “annum” (ano) que tem sua base bíblica em
Apocalipse 20:1-7, e descreve um período em que Satanás ficará preso, e os salvos reinaram com Cristo. Assim como
o tema arrebatamento o tópico “Milênio” também tem varias teses, analisaremos rapidamente as mais conhecidas.
Entre os que acreditam na literalidade do arrebatamento (não importa qual das 3 posições acredita), normalmente
creem no pré-milenismo, esses ensinam que haverá um milênio literal que se iniciará imediatamente após a
“parousia” de Cristo, essa tese tem esse nome por que os que a defendem entendem que a “parousia é antes do
Milênio. Outra tese é pós-milenismo, os que defendem essa tese acreditam que os mil anos são literais, porem não
escatológicos, pois se dará nos últimos 1000 anos históricos da igreja na Terra, e a volta de Cristo marcará o fim da
“era milenar”, sua nomenclatura se deve por seus defensores acreditarem que a “parousia” é após a “era milenar”.
A ultima grande tese é a amilenar, esses não acreditam em um milênio literal ,ou seja, para eles o milênio é somente
simbólico, e que representa somente a era da igreja na terra , e findará quando ocorrer a “parousia”, essa tese leva o
nome por negar a literalidade do milênio, (“A” = negação). Abaixo postarei uma tabela comparativa entre as 3 teses
milenares.

111
5.1. Pré-milenismo
Segundo vários historiadores da igreja essa é a tese que a igreja dos primórdios acreditava, segundo o dr. Philip
Schaff, “A crença no reino visível de Cristo em glória na terra com os santos ressurretos durante mil anos, antes do
julgamento e da ressurreição generalizada (juízo final) sempre esteve enraizada na igreja. Isso não foi, de fato, uma
doutrina da igreja incorporada a nenhum credo ou forma de devoção (já que nunca ouve contestação), mas sim uma
opinião de renomados professores grandemente aceita. A esperança da volta de Cristo foi minada pela união da
Igreja e o estado sob o governo de Constantino”. A crença da liberalidade do milênio surge primeiramente pela
palavra grega usada pelo apostolo João para descrever esse período, a palavra traduzida por mil é “chilioi” que
significa literalmente o numero mil, quando precisava descrever um numero simbólico usava-se a palavra “murias”
que é simbolicamente uma quantidade (milhares), sendo normalmente traduzida por “miríades” (Jd 14), assim
sendo a palavra escolhida por João fortalece a noção que o apostolo entendeu esse período como literalmente mil
anos (a menos que João entendeu errado e quem está certo são os teólogos liberais modernos). Já a palavra “etos” é
literalmente significa “ano” (ou um ciclo anual do calendário), sendo usado junto à palavra “chilioi” deve ser
entendido literalmente como um período de mil anos.

Após nos determos na literalidade do milênio precisamos pontuar o momento que compreenderá esse período, para
isso utilizaremos dois textos de apocalipse (19 e 20).

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e
Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.” Apocalipse 19:11

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava
assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante
dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem.
Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos com a
espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas
carnes.” Apocalipse 19:19-21

Uma simples leitura desses versículos é suficiente para entendermos que se trata da “parousia” de Cristo, onde ele
vence os exércitos do mal e joga as bestas no lago de fogo .

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu
o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e
ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem.
E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” Apocalipse 20:1-3

Também não a dificuldade nenhuma em entender que esse texto é a continuação natural do capitulo 19, lá vimos os
auxiliares de Satanás, serem julgados e condenados, já nesse texto vemos Satanás ser preso por mil anos. Até aqui
uma sequencia logica e coerente.

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E sairá a enganar as nações que estão
sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar
em batalha.” Apocalipse 20:7,8

O texto de Apocalipse 20 segue narrando os fatos linearmente, após os mil anos Satanás é solto e promove uma
nova revolta.

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“E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu
fogo, do céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde
estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.” Apocalipse
20:9,10

Essa ultima revolta é então sufocada por Cristo, que esmaga o exercito inimigo e envia Satanás para o lago de fogo,
onde seus comparsas já estão o esperando (Ap 19:19-21), nesse lugar eles serão atormentados para sempre. A
palavra grega traduzida por atormentados é “basanizo” que significa literalmente “tortura”, “ato físico de sofre”, e
essa aflição durará para sempre, no original a expressão é “aion aion”, “séculos dos séculos” que significa
literalmente um tempo que não terá fim, esse é um texto claríssimo que trata da eternidade do inferno, só esse
versículo inutilizaria o aniquilarismo da alma.

“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu;
e não se achou lugar para eles. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda
morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” Apocalipse
20:11,14,15

Após a derrocada final de Satanás a Palavra introduz o fim do tempo como conhecemos, o relato começa com a
Terra e céu fugindo (se escondendo) da presença do que está assentado no Trono Branco, e ali foram julgadas todas
as pessoas que não participaram da primeira ressurreição (arrebatamento – Ap 20:5,6). Os condenados foram
lançados no lago de fogo, o mesmo lugar de tormento eterno que já estará Satanás e seus aliados (Mt 25:41).

Analisando esses dois capítulos nos salta a vista à linha cronológica dos eventos, A começar com a “parousia”
durante o “Armagedom”, passamos pelo milênio, evento marcado pela a prisão de Satanás após sua derrota no
“Armagedom”, após esses mil anos o Diabo é solto para promover a ultima rebelião, que terminará com o
aniquilamento total dos rebeldes e a instituição do Trono Branco. Qualquer outra sequencia de evento é incoerente
com o relato de Apocalipse e, portanto deve ser repudiado. Segue abaixo um cronograma “pré-milenista”.

113
5.2. Pós-milenismo
Quanto à literalidade do milênio (mil anos literais) essa tese se assemelha ao “pré-milenismo”, porem a cronologia
desse período é oposta a proposta apresentada anteriormente. O prefixo pós descreve o significado do termo em
relação ao milênio: a volta de Cristo será depois do milênio. De acordo com os pós-milenista, o avanço do evangelho
e o crescimento da igreja se acentuarão de forma gradativa, de tal modo que teremos a proporção cada vez maior
da população mundial se tornando cristã (Falso entendimento de Mt 24:14). Segundo Larine Boettner: “Essa visão
das ultimas coisas que temos do Reino de Deus esta sendo estendida pelo mundo por meio da pregação do
evangelho e da obra redentora do Espírito Santo no coração das pessoas, de modo que o mundo todo acabará
cristianizado e a volta de Cristo deverá ocorrer no final de um período de justiça e de paz normalmente chamado de
“Milênio”… A segunda vinda de Cristo será seguida, imediatamente, pela ressurreição generalizada, o juízo geral e a
introdução do céu e do inferno em sua plenitude” (Essa posição é uma piada quando olhada com o contexto da
parousia de Mt 24). Uma característica central do pós-milenismo é o otimismo quanto as futuro de todas as coisas
(Toda a coerência Bíblica mostra uma cena apocalíptica antes da parousia). O evangelho dará ao mundo uma
transformação social, econômica e de bem estar espiritual na Terra que será resultado do avanço do evangelho
desde a era apostólica (Onde os crentes serão traídos e perseguidos nessa visão não conseguimos ver). Os pós
milenista assim como todos os outros não acreditam que todos serão salvos nesse período. Entretanto o os
princípios e valores cristãos serão prevalecentes na terra (Outro erro a bíblia nunca expressa o milênio com valores
cristãos e sim judaicos) de modo que o pecado terá proporções mínimas. Sua duração será um longo período de
tempo, mas não necessariamente mil anos. Provavelmente mais longo que mil anos literais (contradição com a
etimologia da palavra e a própria descrição que os defensores fazem da tese). Os pós-milenistas entendem também
que Satanás ficará amarrado durante todo o tempo (Vemos Satanás solto em varias passagens) e sempre debaixo do
controle de Deus. Mas ele será amarrado de uma maneira especial no inicio do milênio, de acordo com Apocalipse
20 (Que claramente é após a parousia do capitulo 19).Muitas passagens os pós-milenistas usam como base. Muitos
dos textos usados pelos pré-milenistas também são usados pelos pós-milenistas de forma que os estes acreditam no
cumprimento antes da volta de Cristo. Os textos sãos: Salmos 2:8; 22:27;47;72; 86:9; Isaías 2:2-4; 11:6-9; Jeremias
31:34; Daniel 2:35,44 e Miqueias 4:1-4. Segue abaixo um esquema pós-milenar.

114
5.3. Amilenismo
A última tese que veremos é o “Amilenismo”, como antes dito essa tese nega a literalidade do milênio, e com isso
comete um erro de interpretação etimológica, pois “chilioi” descreve o numeral mil literalmente, outra discrepância
é a na sintaxe gramatical já que Apocalipse 20 essa expressão é repetida 6 vezes (Ap 20:2-7), para que frisar 6 vezes
em um único texto e em 6 versículos seguidos a expressão “mil anos” se não for para atestar a literalidade desse
período? Existem muitas divergências e desentendimentos entre os defensores do “Amilenismo”, assim
analisaremos apenas a mais difundida. O Amilenismo é a interpretação que o milênio não literal e que esse se passa
antes da volta de Cristo, no tempo que se chama “era da igreja” (não sei de que texto bíblico os amilenistas ou os
pré-tribulacionistas tiraram essa expressão). Os amilenistas acreditam que no final haverá um desenvolvimento
paralelo tanto do bem quanto do mal, do Reino de Deus e do que pertence a Satanás (alguns acreditam que quando
mais cresce o cristianismo mais diminui o reino das trevas, o que vai contra a coerência bíblica que sempre prevê o
aumento do reino do mal até a parousia). A visão amilenista é a mais simples de todas as interpretações, pois
descreve o milênio de Apocalipse 20.1-10 como sendo a “Era da Igreja” (Totalmente fora do contexto e da
cronologia de Apocalipse) a era da Igreja (o milênio não literal) trata-se de uma “era” em que a influencia de Satanás
sobre as nações sofre grande redução de modo que o evangelho pode ser pregado por todo o mundo (Como explicar
o crescente número de nações que não aceitam o evangelho hoje, e o Armagedom, onde o anticristo recruta o
mundo todo, é um mistério). Aqueles que Reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já estão
reinando com Cristo no Céu (Como eles conciliam isto com o fato de os cristãos só reinarem com Cristo após a
primeira ressureição, também é ignorado – Ap 20:4-6). De acordo com essa posição a era da igreja continuará até o
tempo da volta de Cristo (Como eles não conseguem enxergar que o milênio do capitulo 20 é após a parousia do 19,
é caso de alfabetização), e que quando este voltar, haverá ressurreição tanto de crentes como de incrédulos (Mas
não estarão reinando com Cristo?). Os crentes terão o corpo ressuscitado e unido a novamente com o espírito e
entrarão assim no estado eterno do céu para sempre.

115
5.4. Conclusão
Depois de analisarmos as três grandes teses sobre o Milênio, a correta solta a vista, somente uma tese leva em conta
as coerências cronológicas, literais e etimológicas do que a Bíblia apresenta como a “era milenar”. Vimos no próprio
livro de Apocalipse uma cronologia totalmente delineada dos acontecimentos, textos onde uma sequencia natural é
apresentada, brigar com isso é ignorar o que João viu, em nome do achismo. Outro ponto fundamental é que
somente uma tese levou em conta a coerência literal do que a Bíblia em si fala desse período, um período precedido
por o governo do inimigo (Zc 14:2-13; Mt 24:15-22; 1 Ts 5:2-4; 2 Ts 2:3-10; Ap 19:15-20), a volta de Jesus acabará
com o governo do mal e assim iniciara o reino messiânico (Zc 14:14-21; Mt 24:29-35; Lc 21:24-28; Ap 20:4-6), o
milênio terá um governo único (Dn 2:44,45; Dn 7:27; Zc 14:9,16; Ap 20:6) e nesse governo o Senhor regerá com vara
de ferro (Sl 2:7-9; Ap 2:27; Ap 12:5). O ultimo aspecto é a coerência etimológica, como vimos somente duas teses
acreditam na literalidade da expressão “mil anos” (uma dessas em seu desenvolvimento deixa de sustentar a
literalidade do milênio). Faremos agora uma pequena síntese de cada teoria à luz das características do milênio
bíblico. Abaixo postarei uma tabela com as características do milênio, que deixará claro que não podemos estar
nesse período e que ele não poderá ocorrer antes da “parousia”.

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Amilenismo: Essa posição surgiu ao que parece na década de 1930, entre teólogos que criam no “pós-milenismo”,
aparentemente foram influenciados talvez por Louis Berkhof, a indícios que essa tese tenha surgido em Princeton
(Universidade de Princeton), quanto a isso J. Marcellus Kik (notório teólogo formado em Princeton) escreve: “Fico
pessoalmente triste que os talentos notáveis de Vos tenham se apartado da posição histórica de Princeton” (por
teólogos pós-milenistas estarem se tornando amilenistas), agora que sabemos um pouco do fundo histórico
modernista dessa posição, vamos ao comentário. (fonte: Credenda, Volume 14, Issue 2. /
http://www.monergismo.com/textos/pos_milenismo/a-historia-amilenismo_deventer.pdf)

Vimos que a tese do milênio se sustenta sobre 3 fundamentos (Coerência cronológica, sintaxe textual e etimologia),
o primeiro argumento se detém sobre a cronologia logica que o próprio livro de Apocalipse nos dá, vemos uma
sequencia natural de eventos (Armagedom, parousia e milênio), porem o Amilenismo entende que o milênio é atual
“era da igreja” que não é literal e sim simbólico, esse entendimento anula toda a estrutura do final de Apocalipse,
além de não explicar a necessidade da volta de Cristo para deter o mal, uma vez que o reino de Deus para eles
crescerá até encontrar o zênite na “parousia”. O segundo argumento trata da sintaxe textual, que são o conjunto de
características literárias que toda a Bíblia nos fornece sobre a era milenar, as principais informações são que o reino
milenar será após a guerra do “Armagedom”, onde Jesus iniciará o seu governo absoluto mundial, ao colocar o
milênio nos dias atuais fica difícil esses pseudos teólogos explicarem como Jesus esta regendo o mundo com vara de
ferro, todos os textos mostram que Jesus será o máximo governante do milênio e que todos os povos o
reconheceram como rei, claramente não é o que vemos, ao contrario, Satanás é chamado de governante de nosso
tempo (2 Co 4:4), como Satanás pode estar preso e ser o príncipe desse século, muita incoerência. O terceiro pilar é
o etimológico, que como analisamos indica a literalidade do milênio, vimos que a etimologia e a gramatica do texto
(onde aparece 6 vezes no mesmo texto a expressão “mil anos”), deixam claros que esse período é totalmente literal,
ou seja, mil anos contados após a “parousia” e a prisão de Satanás.

Pós-milenismo: Seguindo nosso método aplicaremos a essa tese os 3 argumentos que sustentam a doutrina do
milênio (Coerência cronológica, sintaxe textual e etimologia). No primeiro argumento vemos uma inversão de
ordem, onde os pós-milenistas entendem que o milênio é antes da “parousia” (será que começaram ler Apocalipse
ao contrario?), para esses teóricos o avanço do evangelho implementará gradativamente o reino de Deus que
culminará com a volta de Cristo, esse argumento pode se assemelhar ao dos espiritas (que insistem que o homem
esta evoluído espiritualmente e que em cada geração esse melhora), pois é facilmente percebido a qualquer
observador (excetuando os alienados) que o mundo está piorando (claro que toda a Bíblia fala dessa piora), a Bíblia
também descreve momentos apocalípticos que precedem a parousia, como eles conseguem ver nas Escrituras que
tudo melhorará, é patológico. Segundo argumento pode ser aplicado igual à refutação da tese anterior (O segundo
argumento trata da sintaxe textual, que são o conjunto de características literárias que toda a Bíblia nos fornece
sobre a era milenar, as principais informações são que o reino milenar será após a guerra do “Armagedom”, onde
Jesus iniciará o seu governo absoluto mundial, ao colocar o milênio nos dias atuais fica difícil esses pseudos teólogos
explicarem como Jesus esta regendo o mundo com vara de ferro, todos os textos mostram que Jesus será o máximo
governante do milênio e que todos os povos o reconheceram como rei, claramente não é o que vemos, ao contrario,
Satanás é chamado de governante de nosso tempo (2 Co 4:4), como Satanás pode estar preso e ser o príncipe desse
século, muita incoerência.). Já no terceiro eles fazem uma confusão, pois nominalmente são literalistas quanto a
duração do milênio, mais na prática, são simbólicos, já que não sabem quando começará ou mesmo terminará o
milênio, e ainda para ajustar a toda historia da igreja (quase 2000 mil anos) são obrigados a falar que ninguém sabe a
extensão do milênio (Será que o milênio terá mais de mil anos?).

Pré-milenismo: Chega a ultima tese, e igualmente as duas primeiras aplicaremos os argumentos claros sobre o
milênio, para tentar ver a coerência dessa tese. No primeiro argumento esses teóricos dizem que há uma linha clara

117
de cronológica de eventos (Armagedom, parousia e milênio), assim como afirma os capítulos 19 e 20 de Apocalipse.
No segundo quesito, vemos que a volta de Jesus antes do milênio, possibilita a aniquilação do mal, o governo
mundial de Cristo e os salvos ressurretos ou arrebatados reinando com esse, podemos dar outro ponto para essa
tese. Já na etimologia, vemos que os pré-milenistas aceitam o fato de “chilioi” ser literalmente mil e assim o período
ser realmente de mil anos, como o texto nos informa 6 vezes, mais um ponto para os pré-milenistas. Vemos que essa
tese é a única que leva em conta a linha temporária traçada em Apocalipse 19 e 20 (Será que são os únicos teólogos
que leem a Bíblia em sequencia, e não tiram do contexto?), que respeita toda coerência textual do que a Palavra diz
sobre as características desse período e também é a única tese que verdadeiramente aceita a literalidade das
palavras “mil” e “anos”, bem como a coerência das 6 vezes que Apocalipse 20 as expõem.

6. A última batalha

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E sairá a enganar as nações que estão
sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar
em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de
Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e
enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o
sempre. Apocalipse 20:7-10

Como informado no texto, após 1000 anos Satanás é solto, e com a permissão de Deus sai ao mundo para enganar
as nações para se rebelarem contra Cristo, o texto fala de pessoas dos 4 cantos da terra, porem destaca Gogue e
Magogue (já falaremos desse tema). Esse é o ultimo momento da Terra como a conhecemos, pois quando sufocar
essa revolta será imediatamente instaurado o “Trono Branco”, o “Juízo Final”. Cronologicamente usando a coerência
textual, podemos entender que essa batalha marcará o fim do “Milênio” e o começo da eternidade, portanto essa
batalha não pode ser confundida com a do “Armagedom” que é narrada antes da “parousia” e antes do milênio,
vemos que após o “Armagedom” o texto destaca 6 vezes um tempo de mil anos que findará quando Satanás ser
solto. Existem duas teses sobre a facilidade que Satanás terá para enganar as nações, a primeira é que nesse tempo,
onde as pessoas viveram mais (Is 65:20), porem morreram, se passaram algumas gerações, o que acabará relegando
Satanás a lenda (se ninguém mais falar dele) ou se levantará a duvida que ele é realmente ruim. A segunda é o
despreparo das pessoas durante a paz e ausência do inimigo para enfrentarem sua volta, com toda sua astucia.
Sendo qual for o motivo, Satanás conseguira enganar a muitos, para levantarem uma rebelião contra o Senhor,
porem, no final o próprio Satanás será julgado e condenado ao lago de fogo.

“Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e
Tubal, e profetiza contra ele. E dize: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe
e chefe de Meseque e de Tubal; E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com
todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos com primor, grande multidão, com escudo e
rodela, manejando todos a espada; Persas, etíopes, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;
Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos
povos contigo.” Ezequiel 38:2-6

Comecemos por entender quem é Gogue e quem (ou o quê) é Magogue. Por Gênesis 10:2 sabemos que Magogue foi
um dos netos de Noé, filho de Jafé, o qual habitou as regiões do norte e do noroeste do Oriente Médio. Os filhos de
Jafé, de acordo com a Escritura, são os povos ocidentais, destacando-se entre eles os Macedônios e Citas. Os
estudiosos costumam concordar, em sua maioria, que Magogue fixou-se na região entre os mares Negro e Cáspio

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(no sul da atual Rússia), e que ao tempo de Ezequiel era ali que aquele povo se encontrava. Alguns estudiosos de
escatologia bíblica tendem a afirmar que Magogue não é exatamente um local, mas um termo geral, já que em
hebraico “Ma-Gogue” significa “terra de Gogue”. De qualquer sorte, o personagem principal aqui não é Magogue,
mas Gogue. Segundo alguns teólogos Gogue será um chefe militar, ou mesmo um ditador, as Escritura nos diz que
ele é “soberano de Rôs, Meseque e Tubal” (Ez 38:2), algumas versões traduzem “Rôs” como “chefe”. Esta passagem
tem levado muitos a afirmarem que ele será um líder militar russo, pois consideram que Rôs significa Rússia,
Meseque significa Moscou e Tubal, Tobolsk, uma cidade da Rússia oriental. Outra teoria diz Gogue e Magogue nunca
são mencionados em Ap. 4-19, que descreve a Tribulação (Principio e Grande) e a destruição de Israel, eles são
mencionados em Ap. 20:8, no final do milênio. Obviamente, “Gogue e Magogue” de Apocalipse não é literalmente o
mesmo “Gogue, da terra de Magogue” em Ezequiel. Apocalipse frequentemente toma figuras do Antigo Testamento
como tipos para descrever figuras futuras: “Jezabel” (Ap 2:20), “Sodoma e Egito” (Ap 11:8), “Babilônia” (Ap 14:8),
“nova Jerusalém” (Ap21:2), assim sendo Gogue e Magogue serão alguma organização escatológica ainda não
revelada.

A maioria dos teólogos acadêmicos identificam Magogue como estando associado com os povos antigos conhecidos
como “Scythians”. O historiador antigo, Flávio Josefo, claramente identifica Magogue: “Magogue fundou os
Magoguianos, assim chamados por causa dele, mas que eram chamados pelos Gregos de Scythians.” Outra fonte
confiável vem de Heródoto, conhecido como o “Pai da História”. Heródoto escreve sobre as práticas bizarras e
selvagens dos descendentes de Magogue, conhecidos como “Scythians”. Eles bebiam o sangue do primeiro inimigo
que matassem; levavam as cabeças de seus inimigos para seus chefes; eles escalpelavam seus inimigos e usavam
seus escalpos como “guardanapos”; usavam a pele de seus inimigos para cobrir suas aljavas; bebiam no crânio de
seus inimigos; praticavam a irmandade de sangue bebendo o sangue um do outro misturado com vinho. Os
Scythians “banhavam-se” no vapor de sementes de maconha aquecidas. Quando seu rei morria, eles sacrificavam
uma de suas concubinas e vários servos. Após um ano, comemoravam sua morte sacrificando cinquenta servos e
cinquenta cavalos. O nome “Scythian” cobre várias tribos nômades das estepes Russas, uma área fértil da Ucrânia,
ao norte do Mar Morto. Outras tribos aparentadas ocuparam a área a leste do Mar Cáspio. A área abrangida pelos
“Scythians” se estendia do meio-Volga até os Urais do norte e além. Eles colonizaram a Média, Parta, Pérsia, Ásia
Central e até à fronteira da China. Escritores Árabes confirmam que na língua Árabe a Grande Muralha da China é
chamada de “a muralha de Al Magogue”, porque a muralha foi construída para barrar os exércitos invasores de
Magogue. No total, uma área de cerca de 3.200 quilômetros quadrados. Então, claramente esta era a antiga União
Soviética, atual Rússia, países eslavos e norte da China. Quem, então, é Gogue? Ele é, obviamente, o líder de
Magogue, é o “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal”. Então, Gogue será o líder desse Exército comandado pela
Rússia, a Bíblia não nos diz exatamente quem é Gogue. Chuck Missler, professor de Bíblia e autoridade internacional
sobre a Rússia e o Oriente Médio, lança mais luz sobre a identidade de Gogue. Em seu livro, “A Invasão de
Magogue”, ele descobriu uma provocante referência a Gogue no Livro de Amós (Am 7.1), que tem sido largamente
negligenciada.

“O SENHOR DEUS assim me fez ver, e eis que ele formava gafanhotos no princípio do rebento da erva
serôdia, e eis que era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.” Amós 7:1

Nossa Bíblia em português toma sua tradução do texto Masorético, uma fonte do século nove. Entretanto, uma
tradução mais antiga do Velho Testamento Grego, conhecida como Septuaginta, incorpora uma leitura diferente de
Amós 7.1, vejamos:

“Assim me mostrou o SENHOR, e eis um bando de gafanhotos estava vindo, e eis que um dos gafanhotos
devastadores era Gogue, o Rei.” Amós 7.1 (Septuaginta LXX)

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A identificação de Gogue como rei dos gafanhotos teria profundas implicações em Provérbios 30.27 (os gafanhotos
não têm rei), o que implica que os gafanhotos de Amós 7.1 não devem ser gafanhotos naturais, mas uma expressão
para outra coisa. Existe uma passagem similar em Apocalipse 9 (Ap 9:7-11), onde os gafanhotos são descritos como
tendo um rei, e são claramente criaturas angelicais em natureza.

Para concluir esse tópico inserirei um esquema cronológico que destaca a ultima batalha:

7. Trono Branco.
“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu;
e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e
abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o
inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e
o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito
no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

Apocalipse 20:11-15

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No original grego “grande trono branco” é “megas thronos leukos”, ou melhor, traduzido “grande trono brilhante e
ou ofuscante”, essa expressão é usada para a veste de Jesus glorificado (Ap 19:11), é denota extremo poder e pureza
(por isso em algumas versões trazem branco). A palavra grega “pheugo” traduzida como “fugiu” (Ap 20:1), significa
esconder, fugir para ficar seguro, e pode sugerir que o “trono branco” seja o mesmo trono das visões proféticas (Is 6;
Ap 4). A palavra usada para “terra” (Ap 20:11) é “Ge” que Strong define assim “corretamente, a terra física;
(figurativamente) a arena em que vivemos no espaço e no tempo que Deus usa para nos preparar para a
eternidade.”, isso mostra que o julgamento será realmente nas regiões celestiais (de frente o trono de Deus), essa
ideia é reforçada com a expressão “não se achou lugar para eles”, que o conceito no original grego significa “e eles
não (terra e céu) não foram achados”, a palavra grega “heurisko” traduzida aqui como “achou” (Ap 20:11) significa
literalmente descobertos, reforçando a ideia que os julgados não viam a terra e estavam nela.

“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer já está condenado.” Marcos 16:16

Quem será julgo no Juízo Final? O versículo acima pode nos ajudar a responder, usando esse texto (acima) e a
coerência bíblica podemos dividir as pessoas em 3 grupos básicos. O primeiro grupo são os salvos, ou seja, os crentes
resgatados pelo sacrifício de Cristo, João em Apocalipse parece reforçar essa visão dizendo que os que participarão
da primeira ressureição reinaram com Cristo e não participaram da segunda morte (Ap 20:4-6), já Paulo nos ensina
que os arrebatados já terão um corpo glorificado como o de Cristo (1 Co 15:51-55; Fp 3:21) e que após o
arrebatamento estaremos com Ele para sempre (1 Ts 4:16,17), como este grupo já esta salvo, com corpo glorificado
e para sempre com Cristo, não participara do Juízo final, antes estarão com Cristo na Gloria. O segundo grupo é os
que tiveram oportunidade de ouvir o evangelho e deliberadamente não aceitaram, esses o texto de Marcos (Mc
16:16; Mt 10:14,15) diz “já estão condenados”, a palavra grega “katakrino” traduzida nesse texto de Marcos com
“condenados” literalmente significa alguém que já foi julgado e condenado, portanto, esse grupo também não
passará pelo “trono branco”, e já estará no “lago de fogo” durante o Juízo final, um adento a esse grupo é as pessoas
que não aceitaram a pregação de Noé, quanto a esses a Palavra garante que já estão condenadas (Hb 11:7; 1 Pe
3:20). O ultimo grupo são os que não tiveram oportunidade de ouvir a pregação do evangelho, esses serão julgados
segundo suas obras (Mt 10:14,15; Ap 20:13). Nesse raciocínio só participará do julgamento final aqueles que nunca
ouviram o evangelho, e por isso serão julgados por suas obras, não por aceitar ou rejeitar a graça. É importante
ressaltar que os parâmetros de condenação e absolvição no Trono Branco não estão explícitos na Bíblia, por tanto
qualquer comentário é especulativo (alguns acreditam que reconhecer a divindade na natureza seja o parâmetro
para salvação, Rm 1:19-21). A

Única ponta solta desse raciocínio são os judeus, esses participaram do Trono Branco? Quanto a essa resposta temos
duas teses, a primeira que eles serão julgados individualmente pela observância da lei (equivale a obras), esse
raciocínio parece ser indicado no texto de Lucas 10:13-15, e os justos que pela fé acreditaram na graça (que Deus
teria algo melhor futuramente, Hb 11:39,40), estão no mesmo grupo dos arrebatados, já os judeus que conheceram
a Jesus a regra é a mesma dos gentios “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer já esta condenado”.
A segunda tese é que os judeus formam um grupo separado (quarto grupo) que será julgado pelo cumprimento e
observância da lei mosaica. No versículo 12 (Ap 20:12) a Palavra diz “foram julgados “, no grego a palavra “krino”
traduzida como “julgados” significa “separar os bons dos ruins, julgar”, diferente da palavra “katakrino” que significa
“julgado e condenado”, “Krino” mostra um evento aberto que possui esperança de absolvição. Se os salvos não
serão julgados (Jo 5:24), os que negaram o evangelho já estão condenados, que sentido tem fazer um julgamento se
não a esperança de redenção?

8. O lago de fogo

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A palavra “inferno” não existe na Bíblia, na verdade foi introduzida em nossas versões com a influencia da Bíblia
latina Vulgata, inferno tem sua etimologia na língua latina (a Bíblia possui somente palavras Hebraicas, Aramaicas e
Gregas) e significa “inferior” ou “lugares baixos”, nossas versões modernas acabaram traduzindo como inferno varias
palavras gregas e hebraicas com conceitos diferentes.

8.1. Conceitos de lugares dos mortos


Por falta de espaço trataremos somente do conceito espiritual de lugar dos mortos, os termos físicos já foram
abordados em síntese no nossa matéria Antropologia (doutrina do homem).

A palavra hebraica “Sheol” significa literalmente “mundo inferior”, e primariamente era o lugar para onde iam todas
as almas desencarnadas, com o tempo os judeus criaram uma divisão dentro do “Sheol” (Gn 25:8, 17), onde ficavam
divididos os israelitas justos, dos israelitas injustos e dos gentios. Na cultura judaica a morada dos mortos era um
lugar de pavor e onde não se podia louvar o Senhor (Jó 14:22; Ec 9:10), muitos israelitas questionavam a Deus, qual
era a razão de o servir se no final todos iriam para o seol (Ml 3:14). Logicamente “Sheol” é um lugar provisório para
as almas mortas, desse lugar que os mortos ressuscitaram para o “Trono Branco” (maiores comentários em Hades).

Hades é o termo grego mais amplamente utilizado para denotar a divindade do submundo e a morada dos mortos.
O uso do Novo Testamento de Hades baseia-se em seu paralelo hebraico, Sheol (se'ol), e foi à tradução preferida na
Septuaginta para a palavra grega “sheol”. Novo Testamento, o Hades é usado para ilustrar um lugar de tormento,
(Mateus 11:23 ; Lucas 16:23 ; 2 Pedro 2: 4 ), etc. Por conseguinte, tem sido a noção predominante, quase universal,
de que Hades é um estado intermediário entre a morte e a ressurreição, dividido em duas partes uma a morada do
aborrecimento e a outra perdida (No Antigo Testamento). Hades é usada na Bíblia com a noção bíblica de (Sheol),
jamais de “mundo inferior” grego, assim hades é a versão grega para a morada intermediaria dos mortos.

Geena (gre) (do hebraico transl. Geh Ben-Hinom, literalmente "Vale do Filho de Hinom"), “Geena” ou “Geena de
fogo” traduz-se como inferno, isto é, o lugar da punição futura. Designava, originalmente, o vale do Hinom, ao sul de
Jerusalém, onde o lixo e os animais mortos da cidade eram jogados e queimados. Esse local, conhecido hoje como
Wadi er-Rababi, é um vale profundo e estreito a sul e sudoeste de Jerusalém. É um símbolo apropriado para
descrever o perverso e sua destruição futura. “A expressão logo de fogo” (geena de fogo)é a palavra usada para
descrever o lugar eterno de condenação, a chamada “segunda morte”, esse será o lugar onde Satanás, os demônios
e os homens condenados serão lançados para eternidade (Mt 25:46; Ap 20:15).

“E deu o mar os mortos (nekros) que nele havia; e a morte (thanatos) e o inferno (Sheol) deram os
mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.” Apocalipse 20:13

Nesse versículo vemos a morte (Thanatos) e o inferno (hades) dando seus mortos (nekros) para o julgamento, essa é
a ultima ressurreição onde todos os que não conheceram o evangelho serão julgados. Abaixo colocarei as
etimologias das palavras chaves para melhor compreendermos o texto.

No grego existem algumas palavras para morte, uma delas é “teleute” (Mt 2:15), que significa literalmente fim da
vida física, essa palavra era usada quando o autor queria frisar simplesmente o fato da morte. Outra palavra que
descreve a morte física é “nekros”, que significa literalmente “cadáver”, “nekros” é a palavra usada por João para
falar dos mortos.

Outro vocábulo muito usado no Novo Testamento para morte é “thanatos”, que significa literalmente separar a
alma do corpo, essa palavra era usada quando o autor queria demonstrar que a existência não acaba com a morte
do corpo, e que a morte é simplesmente a separação do material com o espiritual. A raiz de “thanatos” segundo os
especialistas é retirada da mitologia grega, onde Thanatos deus auxiliar da morte, buscava as almas dos mortos para

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levar ao submundo controlado pelo deus Hades, as pessoas boas eram destinadas aos “Campos Elíseos” (um tipo de
paraíso) e as pessoas más eram enviadas ao hades (um tipo de inferno de tormentos).

“E a morte (Thanatos) e o inferno (Hades) foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte
(Thanatos).” Apocalipse 20:14

Após analisarmos as etimologias fica muito fácil entender esse versículo, quando a palavra diz que Jesus jogará a
morte e o inferno (thanatos e Sheol), ela simplesmente diz figuradamente que as pessoas mortas (condenadas) que
estavam no lugar dos mortos foram jogadas no lago de fogo. A palavra usada para morte, “thanatos” significa
literalmente “separação” e “segunda morte é a separação eterna de Deus (Ap 20:15). O Lago de fogo, como antes
falado é tirado da figura do “geena” (vale dos filhos de Hinom), e é simplesmente antropológico, não podemos levar
como um lugar físico.

9. Novo céu e terra


“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já
não existe.” Apocalipse 21:1

Enfim chegamos ao último assunto do livro, a morada eterna dos salvos em Cristo Jesus, basicamente temos duas
grandes posições sobre o tema, a seguir faremos uma síntese sobre essas duas correntes. A primeira se baseia na
literalidade dos textos que prometem novo céu e terra (Is 43:19; Is 65:17; 2 Co 5:17; Ap 21:1,5), os defensores dessa
tese acreditam que na ultima rebelião Deus destruirá todo o universo e criará outro totalmente novo, alguns
acreditam que será um novo universo espiritual. A segunda tese se apoia na ideia judaica de renovação, em sua
escatologia os judeus vem o reino futuro de Deus como uma renovação total do mundo, onde Deus tornará tudo
perfeito como foi no dia da criação do homem. A palavra traduzida por “novo” usada em Apocalipse (Ap 21:1,5) e
também usada em 2 Pedro 3:13, é “kainos” (novo) que significa algo novo em qualidade, se fosse algo novo em
origem, ou seja, sem qualquer base prévia, o termo grego deveria ser “neos”. Por fim, também penso que a
aniquilação do universo atual poderia representar um tipo de vitória de Satanás, pois ele teria conseguido corromper
de maneira irreversível a criação original de Deus, a ponto de precisar ser completamente descartada para que outra
criação seja criada.

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação
ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que
também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos
de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.”
Romanos 8:19-22

Portanto, a renovação do universo, além de ser a doutrina bíblica acerca do assunto, também demonstra mais um
meio pela qual a soberania de Deus será revelada, quando Ele purificar exatamente a criação que Satanás tentou
destruir, removendo todos os efeitos do pecado.

“E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas
portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.”
Apocalipse 21:24-26

Para concluir farei um rápido comentário sobre um erro comum de entendimento dos falsos teólogos e seus
discípulos, No céu terá organização (nações) e não moraremos na cidade, e sim em nações, porem a cidade do
cordeiro terá portas abertas para todos os adoradores (Se morracemos lá não precisaria ter portas abertas para
entrarmos na cidade).

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Sobre o autor: MATHEUS MELQUIADES BARBOSA, Casado com Laís Cerqueira C. Barbosa.

PASTOR (CONADIC) DA ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO ESTRELA NO ORIENTE EM SÃO PEDRO SP,
presidida pelo Pastor EDGAR PEREIRA. Atualmente trabalha em uma congregação em Rio Claro SP.

GRADUAÇÃO: BACHAREL EM TEOLOGIA MEC pela UNIMARTIN e Mestrado e Doutorado em Teologia e


Educação Cristã pela FAITE/CNTB (Conselho Nacional dos Teólogos do Brasil).

Diretor Administrativo da FAITE (Faculdade internacional de Teologia) para o Estado de São Paulo.
Leciona atualmente para os cursos Teológicos dos níveis básicos ao bacharel. Subdiretor do CNTB para o
Estado de São Paulo.

CEL/WHATSAPP (19) 996555727 - Rio Claro SP

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