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08/02/2018 Agostinho e as Conseqüências da Queda - R. C.

Sproul

Agostinho e as Conseqüências da Queda


por

R. C. Sproul

Philip Schaff lista oito conseqüências distintas da queda desenvolvidas por


Agostinho. Nós as pesquisaremos com observações.

Primeira, a própria queda. Desde que o homem foi criado com a posse peccare, ele
teve a capacidade para cair desde o começo. Ele foi criado bom, mas também
mutável. Esta possibilidade de pecar foi mais tarde chamada por Karl Barth como
“possibilidade impossível.” Esta, obviamente, é uma declaração absurda, uma
contradição veraz de termos. Desde que Barth não se preocupava com as
contradições, não achou dificuldade em usar esta frase. Mas talvez tenha usado
deliberadamente esta contradição dissonante como um artifício literário para
mostrar a incompreensibilidade de uma boa criatura cair em pecado. A queda é uma
irracionalidade manifesta.

Para Agostinho, a severidade da queda é vista através de seu contraste severo com a
sublimidade da condição original do homem. A palavra queda dificilmente faz
justiça à idéia de salto das alturas exaltadas para a profundidade abismal. Schaff
comenta: “A queda de Adão apresenta-se como a maior e a mais digna de castigo se
considerarmos, primeiramente, a altura que ele ocupava, a imagem divina na qual
foi criado; então, a simplicidade do mandamento, e [a] tranqüilidade de obedecê-lo,
na abundância de todos os tipos de frutos no paraíso; e, finalmente, a sanção do
mais terrível castigo do seu Criador e mais formidável Benfeitor.” [1]

A segunda conseqüência do pecado é a perda da liberdade. Desde que essa


dimensão do pensamento de Agostinho é tão crítica à toda a controvérsia sobre o
livre arbítrio, nós a desenvolveremos de forma mais completa mais tarde. Por ora,
diremos rapidamente que algo desastroso aconteceu à vontade humana como
resultado da queda. Na criação, o homem tinha uma inclinação positiva para o bem
e para amar a Deus. Embora fosse possível que o homem pecasse, não havia
necessidade moral para que assim agisse. Como resultado da queda, o homem
passou a ser escravo do mal. A vontade caída tornou-se uma fonte de mal no lugar
de uma fonte do bem.

A terceira conseqüência do pecado é a obstrução do conhecimento. A capacidade


intelectual do homem era muito maior na criação do que após a queda. As
conseqüências da queda incluem o que os teólogos referem-se como os “efeitos
intelectuais do pecado.” A palavra intelectual é derivada da palavra grega para
“mente”, que é nous. Originalmente, a mente do homem podia absorver e analisar a
informação muito melhor e mais acuradamente do que podemos agora. Ele podia
entender a verdade corretamente, sem distorção. No entanto, o homem não era
dotado por Deus com o atributo divino da onisciência. Este é um dos atributos
“incomunicáveis” que Deus não pode de fato “comunicar” à criatura. Um ser
onisciente, que tem uma compreensão infinita e eterna de toda a extensão da
realidade, deve ser eterno e infinito. Consequentemente, Adão tinha um limite no
seu conhecimento dotado e estava sobre uma curva de aprendizado desde o início.
No entanto, sua capacidade para aprender não era obstruída pelo pecado original.
Na criação, o processo de aprendizado era fácil. A mente do homem não estava
obscurecida pelo pecado.
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Depois da queda, o homem ainda possui uma mente. Ele ainda pode pensar. Ainda
pode raciocinar. Ele não perdeu a faculdade da mente. A faculdade permanece; a
facilidade está perdida. O que foi fácil uma vez, agora é difícil. Nossa habilidade
para raciocinar foi claramente afetada. Somos agora inclinados para o pensamento
confuso e para cometer erros lógicos. Fazemos inferências ilegítimas a partir de
dados e cometemos falácias lógicas. Nossos argumentos não são sempre sadios.

Dois fatores principais estão envolvidos aqui. O primeiro é o enfraquecimento do


poder da mente e de sua faculdade de pensamento. O segundo é a influência
negativa da predisposição pecaminosa e do preconceito, especialmente com relação
ao nosso entendimento do bem e de Deus. A Escritura fala das nossas mentes sendo
“obscurecidas” e “réprobas.” Recusamos ter Deus em nosso pensamento. Isto não é
um lapso mental isolado mas um lapso moral ao extremo.

Há uma analogia entre a função da mente e a função do corpo após a queda. Ainda
temos corpos que exibem força física. O corpo ainda trabalha. Mas o trabalho do
corpo agora é acompanhado de suor e fadiga. Semelhantemente, a mente ainda
trabalha, mas o pensamento correto é laborioso para a mente.

A quarta conseqüência do pecado é a perda da graça de Deus. Na criação, Deus


proveu o homem com um adjutorium , uma assistência graciosa certa para o bem.
Após a queda, Deus retirou da criatura esta graça assistente. Em um sentido, o
homem foi entregue ao pecado, para seguir os planos maus da sua mente. Seu
coração é agora cheio de dolo e seus desejos são continuamente maus. Com certeza
ainda permanece uma graça pela qual Deus, através da sua lei e providência, contém
o mal humano. Ele o mantém em confronto até um certo ponto. Mas este freio
divino não é a assistência positiva da graça para o bem mas um freio negativo do
mal.

A quinta conseqüência do pecado é a perda do paraíso. Parte da maldição que se


seguiu à queda foi a expulsão do Éden. Deus baniu Adão e Eva do jardim paraíso e
colocou na entrada do Éden um sentinela angelical que empunhava uma espada
flamejante. Este sentinela prevenia que Adão e Eva voltassem ao jardim.
Consequentemente, o ambiente no qual eles gozavam da presença imediata de Deus
e da comunhão com ele foi retirado. Com o exílio, veio também as maldições sobre
a mulher (ela deveria experimentar dor ao dar à luz), sobre a serpente (esta iria
rastejar no pó sobre o seu ventre), e sobre o homem (ele iria, com suor e fadiga,
trabalhar o solo que resistiria aos seus esforços). O novo ambiente é marcado pela
presença de ervas daninhas, espinhos e urzes. Não havia ervas daninhas no Jardim
do Éden.

A sexta conseqüência é a presença da concupiscência. A noção da concupiscência,


que aparece do começo ao fim dos escritos de Agostinho, envolve uma certa
predileção para o que é sensual. Não é a própria sensualidade mas uma inclinação a
ela. Envolve uma certa “tendência” ou inclinação da vontade em direção à lascívia
da carne, e esta concupiscência guerreia contra o espírito. “Originalmente, o corpo
era tão alegremente obediente ao espírito quanto o homem a Deus,” Schaff comenta.
“Havia apenas uma vontade em exercício. Com a queda, esta harmonia bonita foi
quebrada e o antagonismo, que Paulo descreve no sétimo capítulo da epístola aos
Romanos, surgiu...logo, concupiscentia é substancialmente o mesmo que Paulo
chama de 'carne' no mau sentido. Não é a constituição sensual em si mesma, mas
sua predominância sobre a natureza mais alta e racional do homem...A
concupiscência, então, não é algo meramente corpóreo mais do que o sarx bíblico,
mas tem o seu lugar na alma, sem a qual nenhuma concupiscência surge.” [2]

A sétima conseqüência do pecado é a morte física. Na criação, o homem tinha tanto


a posse mori quanto a posse non mori , a capacidade para morrer ou para não
morrer. Deus advertiu Adão de que se ele comesse do fruto proibido, morreria. Esta

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advertência foi negada pela serpente, que alegou que Adão e Eva não morreriam
mas se tornariam como deuses.

Notamos rapidamente que Deus havia ameaçado a morte imediata: “no dia em que
dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Porém Adão e Eva não
experimentaram a morte física (thanatos) no mesmo dia da sua transgressão. Isto
tem levado alguns a concluírem que a penalidade “real” para o pecado foi a morte
espiritual, a qual aconteceu imediatamente. Mas, para o texto e para Agostinho, o
castigo para o pecado não foi limitado à morte espiritual. Ele incluía a morte física
também, a qual Adão e Eva eventualmente experimentaram. Este foi o grande
inimigo que Cristo mais tarde conquistaria para seu povo. Como um resultado da
queda, a morte física é agora uma necessidade, não uma mera possibilidade.

Agostinho mencionou que para Adão e Eva, a morte física não foi totalmente adiada
até que respirassem seu último fôlego. A morte física começou no momento em que
transgrediram. A partir daquele momento, as ruínas da morte- envelhecimento,
declínio físico e doenças- acompanharam a vida humana. Desde o pecado de Adão,
cada bebê nasce em meio às dores de parto. Com as dores do parto e o primeiro
choro do infante, o processo da morte é inaugurado. Toda a vida é parte deste
processo. A vida marcha inexoravelmente em direção à sepultura. Este é o preço do
pecado.

A oitava e última conseqüência do pecado é a culpa hereditária. O pecado original


significa que o pecado não é meramente uma ação, mas também uma condição
transmitida de nossos primeiros pais para cada um de nós. O pecado é um habitus,
algo que “habita” a nossa natureza humana. Este estado, condição ou hábito de
pecar continua através da procriação, de geração a geração. O pecado original é
transmitido diretamente através do processo natural de geração humana? Ou Deus
direta e imediatamente cria cada alma outra vez? Agostinho oscilava entre estas
duas escolas de pensamento (conhecidas como traduciasnismo e criacionismo)
porque ele pensava que a Escritura não respondia a questão de forma definitiva.

Estas conseqüências do pecado original são o que Pelágio achou tão odioso. Ele viu
uma certa injustiça na descendência de Adão sendo afetada tão adversamente por
causa das ações de Adão. Agostinho, por outro lado, considerava o pecado original
como um castigo justo para Adão e para todos aqueles a quem ele representava. Ele
escreve no The City of God :

O pecado [de nossos primeiros pais] foi um desprezo à autoridade de


Deus. Deus criou o homem; ele o fez à sua própria imagem; ele o
estabeleceu acima dos outros animais; ele o colocou no Paraíso; o
enriqueceu com todo o tipo de abundância e segurança; não lhe impôs
nem muitos, nem grandes nem difíceis mandamentos mas, a fim de
tornar uma obediência sadia fácil para ele, lhe deu um único pequeno e
leve preceito pelo qual lembraria à criatura, cujo serviço deveria ser
livre, de que ele era Senhor. Consequentemente, foi justa a condenação
que se seguiu e uma condenação tal que o homem, que através da
manutenção dos mandamentos deveria ter sido espiritual até mesmo em
sua carne, se tornou carnal até mesmo em seu espírito. E assim como
em seu orgulho, ele buscou ser sua própria satisfação, Deus, em sua
justiça, o abandonou em si mesmo, não para viver na independência
absoluta que ansiava mas, no lugar da liberdade que desejava, para
viver insatisfeito consigo mesmo em uma sujeição dura e miserável a
quem, através do pecado, havia se submetido. Ele foi condenado, a
despeito de si mesmo, a morrer em corpo assim como havia se tornado,
por vontade própria, morto em espírito, condenado até mesmo à morte
eterna (não tivesse a graça de Deus o libertado) porque havia
renunciado à vida eterna. Qualquer um que pense que este castigo foi
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excessivo ou injusto, mostra a sua inabilidade para medir a grande


iniquidade de pecar onde o pecado podia tão facilmente ser evitado. [3]

O fato da controvérsia pelagiana ter surgido pouco tempo depois da controvérsia


donatista, que envolvia o tema do batismo, é significante. O batismo de infantes
veio para a dianteira na controvérsia pelagiana precisamente porque os pelagianos
insistiam que os infantes nasciam livres do pecado original. Na igreja, o batismo
para infantes geralmente considerava o envolvimento na remissão de pecados.
Agostinho, que sustentava a noção de que o batismo se relacionava ao perdão do
pecado original e da culpa, disse de Pelágio: “Se você perguntasse a ele qual é o
pecado que ele supõe ser cancelado para eles, ele afirmaria que eles não tinham
nenhum.” [4]

Schaff observa: “...o batismo, de acordo com Agostinho, remove apenas a culpa
(reatus) do pecado original, não o próprio pecado (concupiscentia). Na procriação,
o agente não é o espírito regenerado, mas a natureza que ainda está sob o domínio
da concupiscentia. 'Pais regenerados não produzem como filhos de Deus, mas como
filhos do mundo'”.

A doutrina do pecado original é central para o entendimento de Agostinho tanto da


graça quanto do livre arbítrio. O pecado original faz com que a graça seja
necessária. O pecado original define a escravidão da vontade. A visão de alguém da
graça e do livre arbítrio é inseparavelmente relacionada ao seu entendimento do
pecado original. Aquele que adota a visão de Agostinho do pecado original é
compelido a investigar o seu entendimento da graça e da vontade caída.

NOTAS:

[1] - Philip Schaff, History of the Christian Church, 8 vols. (1907-10; Grand
Rapids: Eerdmans, 1952-53), 3:825.

[2] - Ibid., 3:826-27.

[3] - Agostinho, The City of God, em Agostinho, Basic Writings, 2:260 (14.15). Em
nome da leitura, desmembrei uma sentença extremamente longa
("consequentemente, porque o pecado era um desprezo à autoridade de Deus...ele
renegou a vida eterna.") em cinco sentenças.

[4] - Schaff, History of the Christian Church , 3:839.

Fonte: R. C. Sproul. Sola Gratia. Cultura Cristã.

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