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IMPRESSõES DIGITAIS IMPRESSOES DIGITAIS

IMPRESSÕES DIGITAIS
Diversos padrões e características têm sido usados para diferenciar e identificar
individualmente cada pessoa. As impressões digitais, marcas presentes nas pontas dos
dedos dos seres humanos, podem ser utilizadas para identificação – já que dois
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indivíduos nunca possuem as mesmas digitais,
nem mesmo irmãos gêmeos – e estes sinais, em geral, permanecem inalterados
durante toda a vida, exceto por ocorrência de lesões ou degeneração.

Um pouco de história...

Embora a popularização da biometria só tenha ocorrido com o advento da


tecnologia do século XX, a utilização das impressões digitais na identificação pessoal
vem sendo observada desde a pré-história, quando povos primitivos marcavam com
impressões digitais seus produtos de cerâmica. Os primeiro povos a usarem a
impressão digital foram os chineses no século VII em processos de divórcio e
posteriormente no século XIV nos casos criminais. Na Índia, durante o século IX, as
impressões digitais foram usadas pelos analfabetos para a legislação de papéis.

Em 1684, iniciou a história da datiloscopia com a apresentação do relatório de


Grew à Real Sociedade de Londres. Esse relatório descrevia os desenhos papilares da
mão. Posteriormente em 1686, Marcelo Malpighi, médico italiano, publicou o trabalho
“Epístola sobre o órgão do tato”. Em 1823, João Evangelista Purkinje apresentou na
Universidade de Breslau na Alemanha uma tese na qual analisava os caracteres
externos da pele; estudou o sistema déltico e agrupou os desenhos digitais em nove
categorias. Todavia, as primeiras aplicações da datiloscopia à identificação devem-se a
dois ingleses: William J. Herschel e Henry Faulds. O primeiro iniciou em 1858 quando
obrigou dois nativos a colocar as impressões de seus dedos em um documento após
terem assinado. A sua intenção ao fazer isso era de ligar a palavra dos contratantes por
um ato simbólico. Já o segundo analisou desenhos papilares em objetos pré-históricos
de cerâmica e resolveu estudar as cristas digitais. A partir desses estudos, ele observou
que as impressões são individuais e sugeriu, em 1880, que as impressões encontradas
em local de crime fossem utilizadas para a descoberta do criminoso.

Após essas primeiras aplicações, Francis Galton, em 1888, lançou as bases


científicas da impressão digital. Posteriormente em 1900, Edward Richard Henry
publicou na Inglaterra seu livro “Classification and Uses of Fingerprints” expondo seu

novo sistema de identificação dactiloscópico, e adotando quatro tipos fundamentais,


que são: Arcos, Presilhas, Verticilos e Compostos. Em 1901, um ano depois de Henry
expor este sistema, o mesmo foi adotado oficialmente na Inglaterra pela Scotland Yard
e a partir desse ano a identificação baseada em impressões digitais foi formalmente
aceita pela justiça e governo na Inglaterra como método de identificação pessoal.

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No início, a identificação era realizada de
forma manual, por especialistas humanos. Com o passar dos tempos e com o
surgimento do computador, essa tarefa tem sido realizada por meio de programas
computacionais, que oferecem resultados mais rápidos e de grande confiabilidade.

Características Identificáveis

A epiderme humana apresenta pequenas elevações, denominadas papilas


dérmicas. Essas papilas são perceptíveis, através da membrana superficial, em algumas
regiões do corpo humano, tais como, nas palmas das mãos, nos dedos das mãos e pés
e na planta dos pés e estão dispostas em fileiras regulares. Essas fileiras formam as
chamadas cristas papilares e são separadas umas das outras por alguns espaços, os
sulcos ou vales interpapilares. As Identificações Digitais (IDs) diferenciam-se sob dois
critérios principais. O primeiro critério está relacionado ao grupo da impressão e o
segundo critério está relacionado à distribuição planar das minúcias.

O critério de grupo representa uma visão macroscópica da ID, definida pelo


comportamento das linhas datilares nos dedos. Em função deste comportamento, uma
ID é classificada, grosso modo, como arco, verticilo, presilha externa ou presilha
interna (Figura 1). Esta visão macroscópica permite, num processo de comparação de
duas ID, afirmar a não identidade no caso de grupos diferentes.

Figura 1: Os quatro grupos de impressões digitais.

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Presilha Interna Presilha Externa Verticilo Arco

Apresenta um delta à Apresenta um delta à Apresenta um delta à Apresentam linhas


direita do observador, esquerda do esquerda e outro à atravessam o campo
e suas linhas observador, e suas direita do observador da impressão digital,
nucleares formam linhas nucleares apresenta no centro do assumindo
laçadas que nascem formam laçadas que núcleo uma ou mais configuração mais ou
na extremidade nascem na linhas ovais fechadas, menos abalada,
esquerda retornando extremidade direita ou por uma linha que confundindo-se com as
ao lado da origem retornando ao lado da se desenvolve do linhas basilares e
sendo mais ou menos origem sendo mais ou centro para a periferia marginais.
regulares em todo o menos regulares em descrevendo uma
seu trajeto. todo o seu trajeto. curvatura oval também
fechada.

Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/aula-pratica-sobre-papiloscopia.htm

Quando duas pessoas apresentam o mesmo tipo/grupo de ID (por exemplo,


presilha interna), o segundo critério, o das minúcias, permite afirmar, ou não, a
identidade em função da ocorrência ou da não ocorrência de um mapeamento
posicional entre os diversos tipos de minúcias. As minúcias são locais descontínuos no
padrão da impressão, linhas que terminam abruptamente ou se bifurcam. Essas
minúcias estabelecem a unicidade das impressões. Existem alguns tipos de minúcias,
como exemplifica a figura a seguir (Figura 2):

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Figura 2: Papilograma com suas minúcias destacadas.
Fonte: http://jornaletc.wordpress.com/2009/02/18/impressoes-digitais/

Os desenhos datiloscópicos em cada ser humano já estão definitivamente


formados ainda dentro da barriga da mãe, a partir do sexto mês de gestação, e esse
desenho formado não se modifica ao longo dos anos, porém algumas alterações
podem ocorrer, devido a queimaduras, cortes ou doenças de pele, como a lepra. A
variabilidade garante que os desenhos das digitais sejam diferentes, tanto entre
pessoas como entre os dedos de um mesmo indivíduo, sendo que jamais serão
encontrados dois dedos com desenhos idênticos.

Técnicas para revelação de impressões digitais e Ensino de


Ciências... O que isso tem a ver?

Os peritos forenses analisam vários aspectos no que diz respeito à cena do


crime, e um deles é a observação de objetos deslocados de sua posição original, pois
podem revelar vestígios de digitais especialmente aqueles que apresentam superfície
lisa ou polida. Estes vestígios chamam-se Impressões Papilares Latentes (IPL), e
podem confirmar ou descartar a dúvida a respeito de quem estava na cena do crime.

Há dois tipos de IPL: as visíveis e as ocultas:

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 Visíveis: podem ser observadas se a mão
que as formou estava suja de tinta ou sangue, ou outro material que deixa
vestígios visíveis a olho nu.
Ocultas: são vestígios de suor que o dedo deixou em um determinado local,
aliado à transpiração do indivíduo, que pode aumentar quando se está
cometendo um ato ilícito.

Antes de analisar quaisquer impressões digitais e suas técnicas precisamos


conhecer as composições químicas de uma digital, compreendendo as principais
substâncias presentes no suor humano, onde conseguimos identificar as IPL ocultas e
as glândulas que as excretam. O objetivo da revelação latente é visualizar as cristas
papilares e as minúcias – linhas dos desenhos das impressões digitais.

O quadro a seguir (Quadro 1)) apresenta os compostos que podem estar presentes
em uma IPL e suas respectivas glândulas excretoras.

Quadro 1: Glândulas produtoras/excretoras e seus respectivos produtos.

Glândulas Compostos Inorgânicos Compostos Orgânicos

Sudoríparas  Cloretos  Aminoácidos


 Íons metálicos  Uréia
 Amônia  Ácido lático
 Sulfatos  Açúcares
 Fosfatos  Creatinina
 Água  Colina
 Ácido úrico
Sebáceas  Ácidos graxos
 Glicerídeos
 Hidrocarbonetos
 Álcoois
Apócrinas  Ferro  Proteínas
 Carboidratos
 Colesterol

Também é importante conhecer os fenômenos envolvidos em cada técnica e


procedimento (Quadro 2), devido à interação dos reagentes utilizados com os
componentes – orgânicos ou inorgânicos – presentes nas IPL.

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Quadro 2: Reagentes utilizados em técnicas de revelação de impressões digitais
latentes e os fenômenos envolvidos.

Técnica Fenômeno

Pó de Grafite ou de As partículas do pó são colocadas sobre a superfície que


Alumínio contém a IPL, evidenciando-a. Não há reação química, o
processo é de deposição e aderência de partículas.

Cianoacrilato O cianoacrilato, ao receber energia na forma de calor,


vaporiza e suas partículas interagem com a água presente na
IPL.

Iodo O Iodo sólido é capaz de sublimar – isso ocorre quase que


instantaneamente – ao receber energia, ainda que pouca.
Quando o vapor de iodo entra em contato com a IPL, ele
interage com os lipídios presentes nela, sendo adsorvido
pela mesma.

Ninhidrina A ninhidrina reage com os resquícios de proteínas e com


alguns aminoácidos presentes na IPL, por meio de uma
reação de complexação.

Nitrato de Prata O Nitrato de Prata reage com os íons Cl- presentes na IPL,
oriundos do suor, formando um precipitado insolúvel em
água de AgCl. Ao receber luz solar, este o cátion Ag + reduz,
chegando a prata metálica, que aparece com cor escura
revelando a digital.

Ao se deparar com uma cena de crime, o perito deve escolher qual técnica utilizar
– essa escolha é feita de maneira criteriosa, pois seu objetivo é não danificar ou perder
a amostra de IPL. Além disso, a escolha da técnica está estreitamente relacionada ao
tipo de superfície que se deseja analisar. O quadro abaixo (Quadro 3) traz alguns
exemplos.

Quadro 3: Relação Superfície x Reagente

SUPERFÍCIE MÉTODO
Lisa, não porosa Pós, iodo, cianoacrilato

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Irregular, não porosa Cianoacrilato
Papel e papelão Iodo, Ninidrina, DFO, Nitrato de Prata, pós
Embalagens plásticas Iodo, cianoacrilato, pós
PVC, borracha e couro Iodo, cianoacrilato, pós
Metais não tratados cianoacrilato
Superfícies s/ acabamento Ninidrina, Nitrato de Prata, pós
Superfícies enceradas Pós, Cianoacrilato

O Ensino de Ciências prevê a construção de conhecimentos significativos para


os estudantes, possibilitando a mobilização destes conhecimentos para a resolução de
problemas. Assim, as técnicas utilizadas na coleta e análise forense para impressões
digitais, permitem que sejam construídos saberes que envolvam conceitos,
procedimentos e atitudes (Quadro 4). Acredita-se que estes conhecimentos sejam de
grande importância para o desenvolvimento de postura investigativa.

Quadro 4: Conteúdos relacionados à cada técnica.

Técnica Conteúdos Conteúdos Conteúdos


Conceituais Procedimentais atitudinais
Pincel e Pó de grafite - Propriedades dos - Observação - curiosidade
/ alumínio materiais : - Identificação de - objetividade (ao
tenacidade características selecionar a técnica
(resistência a - Registro de dados adequada,
impacto) / - Organização de dados documentar e
friabilidade - Seleção de interpretar
(propriedade de um instrumentos de coleta evidências, ...)
material ser de dados (escolha da
pulverizado sob ação técnica mais
de pressão) apropriada a cada
- Deposição superfície)
Iodo - Mudanças de - Utilização de critérios
estado físico: de classificação
sublimação - Utilização apropriada
- adsorção das técnicas
Ninhidrina - reações químicas (manipulação correta
Nitrato de prata - reações químicas dos materiais e
Cianoacrilato - reações químicas equipamentos)
- Interpretação de
dados
- Identificação de
possíveis fontes de
erro
- Elaboração de
conclusões

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TESTE DO PÓ DE GRAFITE OU DE ALUMÍNIO

Materiais:

A) Grafite em pó;

B) Pó de Alumínio;

C) Folha de papel ou lâmina;

D) Pincel;

E) Rolo de fita adesiva.

Procedimento:

Espalhar um pouco do pó de grafite ou pó de alumínio sobre superfície que pode


conter impressões digitais, retirar o excesso cuidadosamente com um pincel.

Recolher a digital com uma fita adesiva e colar em uma folha de papel.

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tESTE DO CIANOACRILATO

Materiais:

A) Cola à base de cianoacrilato;

B) Superfície contendo digital (amostra);

C) Lâmina;

D) Frasco de vidro com tampa.

Procedimento:

Gotejar algumas gotas de cola dentro do frasco. Colocar a lâmina com a amostra no
recipiente de forma que não toque na cola (pode ser fixada na tampa). Fechar o frasco
e aguardar a revelação (pode demorar algumas horas).

TESTE DO IODO

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Materiais:

A) Iodo molecular;

B) Papel contendo digital;

C) Frasco com tampa;

Procedimento:

Colocar alguns grãos de iodo dentro do frasco com tampa, inserir o papel dentro do
frasco.

Se houver revelação de impressão digital, a mesma deve ser analisada em imediato, se


possível fotografar.

TESTE DA Ninhidrina

Materiais:

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A) Solução de ninhidrina em acetona ou
etanol (0,5g de reagente para 30mL de solvente);

B) Borrifador;

C) Fonte de calor;

D) Superfície porosa contendo digital.

Procedimento:

Verter a solução para o borrifador;

Borrifar a solução em local ventilado;

Utilizar a fonte de calor para revelar a digital ou deixar secar naturalmente.

TESTE DO NITRATO DE PRATA

Materiais:

A) Solução aquosa de nitrato de prata 5%;

B) Borrifador;

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C) Fonte de luz;

D) Superfície contendo digital.

Procedimento:

Verter a solução para o borrifador;

Borrifar a solução sobre a superfície contendo a digital em local ventilado;

Utilizar a fonte de luz para revelar a digital.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- CHEMELLO, E. Ciência Forense: Impressões Digitais. Química Virtual, 2006.

- NABAIS, J. (C)omo (S)aber (I)nvestigar: Química e crime – o caso das impressões


digitais. Universidade de Évora – Departamento e Centro de Química.

- MOTTA, L. DIVITTO, P. B. Química Forense: Utilizando métodos analíticos em favor


do poder judiciário. Centro de Pós Graduação Oswaldo Cruz.

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- PEDRONETTE, D. C. G., MILANO, D., FADEL, J. D.
Reconhecimento de Impressões Digtais – Visão Computacional. Departamento de
Estatística, Matemática Aplicada e Computação – Unesp Rio Claro.

- The History of Finger Prints


Disponível em: http://onin.com/fp/fphistory.html
Acesso: setembro/2014

- Papiloscopia
Disponível em: http://www.papiloscopia.com.br/
Acesso: setembro/2014

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