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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Cálculo Automático de Estruturas de Contenção


Aline Fernandes Heleno
UFV, Viçosa, Brasil, a_heleno@uol.com.br

João Paulo Laquini


UFV, Viçosa, Brasil, joao.laquini@gmail.com

Roberto Francisco de Azevedo


UFV, Viçosa, Brasil, razevedo@ufv.br

Rita de Cássia Sant'Ana Alvarenga


UFV, Viçosa, Brasil, ritadecassia@ufv.br

RESUMO: Neste artigo apresenta-se um programa computacional denominado CEC (Cálculo de


Estruturas de Contenção) desenvolvido para automatizar o dimensionamento de estruturas de
contenção como: muro de gravidade, muro escorado e cortina, usando uma interface gráfica
amigável. Os algoritmos computacionais foram implementados em Delphi, uma linguagem de
programação orientada a objeto. Para os muros de gravidade, o programa verifica a capacidade de
carga da fundação, o tombamento e o deslizamento do muro, assim como, a localização da
resultante das forças na base do muro. Para as cortinas, o programa determina o comprimento da
estrutura e, se as mesmas forem ancoradas, o programa é capaz de determinar a força resultante em
cada tirante. Para muros escorados, determina-se a força resultante em cada estronca utilizando o
método da rigidez e os conceitos da análise matricial de estruturas, considerando a distribuição do
empuxo proposta por Terzaghi e Peck. O programa foi testado para todos os tipos de estruturas de
contenção. Os resultados foram comparados com valores obtidos por métodos convencionais e com
soluções de outros programas, proporcionando comparações satisfatórias. Além disso, os valores da
distribuição de empuxo de terra obtidos com CEC foram comparados com os resultados gerados
com algumas análises feitas com o método dos elementos finitos.

PALAVRAS-CHAVE: Estrutura de Contenção, Empuxo de Terra.

1 INTRODUÇÃO Atualmente, é freqüente a utilização de


estruturas de contenção em escavações de solos
Estruturas de conteção são construídas para a céu aberto, execução de fundações, de obras
contraporem-se aos empuxos gerados em públicas subterrâneas, estabilização de taludes
maciços de terra onde as condições de rodoviários, criação de plataformas, entre
equilíbrio foram alteradas por escavações, outros (Hachich e outros 1998).
cortes ou aterros. Estas estruturas estão entre as Neste artigo serão abordadas estruturas como
mais antigas construções humanas (Carvalho, muro de gravidade, cortina atirantadas ou não e
1991). No entanto, o seu dimensionamento muro escorado, tomando-se como base para os
utilizando modelos teóricos, só se desenvolveu cálculos os parâmetros e reações presentes nos
a partir do século XVIII (Hachich e outros fundamentos de mecânica dos solos e no
1998). método da rigidez.
Os registros mais antigos de obras de
contenção apontam para muros de alvenaria de
argila contendo aterros na região sul da
Mesopotâmia construído por sumerianos entre 2 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
3200 e 2800 a.C.

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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

O dimensionamento geotécnico foi baseado em


teorias que permitem o cálculo de empuxos A força resistente (Fr) é dada em função da
ativos e passivos com base apenas nos seguintes resultante vertical total (R) e o ângulo de atrito
parâmetros geotécnicos: coesão, ângulo de entre o solo da base e a estrutura (δb), conforme
atrito interno e massa específica. mostra a Figura 2.

2.1 Muro de Gravidade

Muros de Gravidade são estruturas que se


opõem aos empuxos pelo peso próprio e pelo
atrito em sua fundação (Carvalho, 1991).
O algoritmo usado nesse trabalho usa o
método de Rankine para o cálculo dos empuxos
atuantes, que por não considerar o ângulo de
atrito entre solo e estrutura, é mais conservador
que o método de Coulomb (Bowles, 1968).
As forças que atuam sobre o muro de Figura 2. Esquema das forças atuantes abrangendo
gravidade são: o peso próprio da estrutura, o estabilidade contra tombamento e deslizamento.
empuxo ativo, o empuxo passivo e as tensões
de cisalhamento e normais que atuam na base Para que o muro não tombe em torno da
do muro, Figura 1 (Lambe & Whitman, 1969). extremidade externa da base (pé do muro) é
Como o solo que contribui para o empuxo necessário que o momento gerado pelo peso do
passivo pode ser erodido ou mesmo não existir muro seja maior que o momento do empuxo
em determinada fase da construção, recomenda- total, ou seja, o momento resistente (Mr) deve
se adotar empuxo passivo igual a zero ser maior do que o momento solicitante (Mo)
(Marchetti, 2008). (Caputo, 1973). A relação entre os momentos é
definida como FS e não deve ser inferior a 1,5.
De acordo com a Figura 2, a equação
correspondente à verificação ao tombamento é

M r ∑ Wi x i + Pv B
FS = = ≥ 1,5 (2)
Mo Ph y
Figura 1. Esquema de forças atuantes no muro de
gravidade. Com a finalidade de garantir a existência de
esforços de compressão na base da estrutura é
O projeto é conduzido assumindo-se um pré- calculada a posição da resultante vertical na
dimensionamento e, em seguida, verificando-se base. Esta deve estar localizada no terço central
as condições de estabilidade (Moliterno, 1980). da base da estrutura. A localização da resultante
A segurança contra o deslizamento consiste dos esforços verticais na base é determinada por
em verificar se há desenvolvimento de atrito meio da divisão do momento, em relação ao
suficiente entre a base da estrutura e o solo ponto O ( Figura 2), pela componente vertical
(Bowles, 1968). O fator de segurança, FS, das ações atuantes (Craig, 2004), conforme a
obtido pela razão entre os somatórios das forças equação a seguir:
resistentes (Fr) e solicitantes (Ph), deve ser igual
ou superior a 1,5. De acordo com a Figura 2 ∑ Wi x i + Pv B
x= (3)
(Bowles, 1968) a equação referente à ∑ Wi + Pv
verificação ao deslizamento é A verificação capacidade de carga garante a
F segurança contra a da fundação.
FS = r ≥ 1,5 (1)
Ph A capacidade de carga é a tensão que

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provoca a ruptura do solo da fundação e é engastamento no solo, obtido através de uma


constituída, normalmente, por três parcelas que ficha e também por meio de ancoragem.
consideram a coesão do solo, a área da
fundação e a sobrecarga atuante na estrutura 2.2.1 Cortina Sem Ancoragem
(Cintra, Aoki, & Albiero, 2003). O valor
aproximado da capacidade de carga é Este tipo de estrutura é comumente utilizada
determinado pela seguinte equação: quando a altura de contenção for relativamente
baixa. No caso dos solos arenosos essa estrutura
1 pode ser utilizada como obra permanente, mas
q u = cN C + γBN γ + qN q (4)
2 em geral é utilizada como temporária (Craig,
2004).
Os termos Nc, Nγ, Nq são chamados fatores O dimensionamento inicia-se com o cálculo
de capacidade de carga. Eles são adimensionais dos coeficientes de empuxo passivo e ativo,
e dependem apenas de φ (Cintra, Aoki, & pelo método de Coulomb. Determina-se o ponto
Albiero, 2003). De acordo com Meyerhof a no qual o empuxo passivo iguala-se ao
(1963) Nq e Nc podem ser calculados pelas empuxo ativo (Figura 3). Por meio do somatório
equações: de forças horizontais e somatório de momentos
em relação à base do muro (Figura 3), obtém-se
2 as seguintes equações (Bowles, 1968):
⎛ ⎛⎜ 34 π − φ2 ⎞⎟ tg ( φ) ⎞
⎜ e⎝ ⎠ ⎟
⎜ ⎟ p p Y − 2R a
Nq = ⎝ ⎠
(5) z= (9)
⎛ φ⎞ pp + pp ''
2cos 2 ⎜ 45° + ⎟
⎝ 2⎠
(
Ra Y + y + ) 3z (p + pp '' ) 2z − p ⎛⎜ Y2 ⎞⎟⎛⎜ Y3 ⎞⎟ = 0
N c = cotg (φ)(N q − 1)
p p
(6) ⎝ ⎠⎝ ⎠
(10)
E, de acordo com Spangler and Handy
(1982), tem-se: Substituindo a equação 9 na equação 10,
considerando algumas manipulações para
N γ = 1,1 (Nq − 1) tg (1,3 φ) (7) simplificação da equação, forma-se a equação
de quarto grau.
A condição a ser satisfeita, em relação à ⎛ ⎞
pp ' ⎛ ⎞
segurança contra a ruptura da fundação, Y4 + Y3 ⎜ ⎟ − Y 2 ⎜ 8R a ⎟−
considerando coeficiente de segurança igual a ⎜ γ ' (k p − k a ) ⎟ ⎜ γ ' (k − k ) ⎟
⎝ ⎠ ⎝ p a ⎠
três, corresponde a seguinte equação: ⎧⎪ ⎫⎪
− Y⎨
[
6R a
]
[ ]
2 yγ ' (k p − k a ) + p p ' ⎬ = 0
⎪⎩ γ ' (k p − k a )
2
Ws + Wc + P v ⎛ 6 e ⎞ q u ⎪⎭
q= ⎜1 + ⎟ ≤ (8) (11)
B ⎝ B⎠ 3
Após o cálculo de Y, determina-se a
Em que e é a distância entre o ponto de
profundidade da ficha D. Usualmente,
aplicação da força resultante e o centro da base
acrescenta-se 20 a 40% à profundidade da ficha
do muro (Figura 2).
calculada como margem de segurança, ou
então, divide-se o coeficiente de empuxo
2.2 Cortina
passivo por um coeficiente de segurança
(Bowles, 1968) para aumentar o valor calculado
São estruturas flexíveis em que o peso próprio é
da ficha, o que é menos recomendado.
desprezível em relação às demais forças
atuantes. Resiste ao empuxo devido ao seu

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Ao valor D calculado pela equação 10,


deverá ter acréscimo de 20 a 40% como
margem de segurança ou então, divide-se a
coesão por um fator de segurança para
aumentar a profundidade calculada (Bowles,
1968).

2.2.2 Cortina Ancorada

Estruturas ancoradas são aquelas cuja


estabilidade é garantida através de tirantes
ancorados no terreno. A estrutura pode ser
Figura 3. Diagrama de tensões para solo granular.
contínua, em grelha, em placas ou em
contrafortes (NBR 11682:2009).
A ficha total é a soma de Y, o acréscimo
No dimensionamento de cortinas com
dado e a profundidade a.
tirante, a ficha calculada é acrescida em 20 a
A implantação de cortinas em solos coesivos
40%. No caso de solos arenosos, outra
é abordada de forma similar aos solos
alternativa seria dividir o coeficiente de empuxo
granulares. Porém, apresenta algumas
passivo por um coeficiente de segurança antes
modificações decorrentes do comportamento
da realização dos cálculos. No caso de solos
coesivo do solo. Trincas de tração podem ser
argilosos, pode-se dividir o valor da coesão por
formadas na região de empuxo ativo, alterando
um coeficiente de segurança (Bowles, 1968).
consideravelmente a tensão lateral, assim como
Os diagramas de empuxo são definidos de
a localização da resultante (Bowles, 1968). A
acordo com o tipo de solo: granular ou argiloso,
distribuição de empuxo é dada conforme a
e estão apresentadas na Figura 5 e Figura 6
Figura 4.
respectivamente.

Figura 4. Diagrama de tensões para solo argiloso.


Figura 5. Diagrama de tensões para solo granular.

Por meio do equilíbrio das forças horizontais No caso dos solos arenosos, determina-se a
e dos momentos, obtêm-se a seguinte equação distância a em que o empuxo é nulo (Bowles,
de segundo grau que estabelece o tamanho da 1968), a partir da equação:
ficha:

D 2 (4c − q ) − 2DR a −
( )
R a 12c y + R a
=0
a=
pa
γ ' (k p − k a )
2c + q
(12) (13)

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A partir do somatório de momentos em escavação atinja a posição do próximo tirante;


relação ao tirante (Figura 5) obtém-se a para todos os tirantes, com exceção do último,
seguinte equação (Bowles, 1968): determina-se a profundidade de penetração da
6R a y estrutura estabelecendo um fator de segurança
2x 3 + 3x 2 (h 3 + a ) − =0 correspondente a 1,0; a força resultante em cada
Gk
tirante é determinada com base no equilíbrio de
(14) todas as forças horizontais; para o último
tirante, a reação deverá ser calculada por meio
A ficha é calculada por: do equilíbrio de forças horizontais e a
profundidade calculada será adotada para o
D = x+a projeto da estrutura.
(15)
2.3 Muro Escorado
A força resultante no tirante é obtida pelo
somatório de forças horizontais: O cálculo do empuxo de terra difere das demais
estruturas que seguem a teoria de Coulomb ou
Ft = R a − R p de Rankine, devido à maneira na qual é
(16) idealizado o desenvolvimento do empuxo sobre
a parede (Bowles, 1968).
Para solos coesivos (Figura 6), é realizado o Os diagramas de tensão propostos por
somatório de momentos em relação ao ponto de Terzaghi e Peck são empíricos e dependem do
aplicação do tirante, obtendo-se a seguinte tipo de solo: areia densa, areia fofa e argila. Os
equação para a determinação da ficha (Bowles, diagramas estão esquematizados na Figura 7.
1968): Neste tipo de estrutura de contenção, deseja-
se calcular o esforço resultante nas estroncas e,
2R a y para isto, assume-se que a estrutura comporta-
D 2 + 2Dh 3 − =0 se como viga.
4c − q
A solução é obtida através do método da
(17) rigidez.
O procedimento para determinação da força
resultante no tirante, considerando solo
argiloso, é o mesmo demonstrado para solos
arenosos (equação 14).

Figura 7. Diagramas de tensão empíricos de acordo com


Terzaghi e Peck .

3 O PROGRAMA CEC (CÁLCULO DE


ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO)
Figura 6. Diagrama de tensões para solo argiloso.
O programa foi desenvolvido em um sistema
Quando é prevista a implantação de tirantes que inclui compilador, editor, depurador e um
adicionais, devem ser seguidos alguns passos ambiente visual de projeto de interface. Optou-
para o cálculo da estrutura: assumir que a se pela utilização do Delphi versão 5.0. A

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linguagem de programação do Delphi baseia-se FS para o deslizamento 1.72 1.72


em Object Pascal. Esta é uma linguagem Capacidade de carga da
9.68 9.68
orientada a objetos não pura, mas híbrida por fundação (qu/q)
possuir características de programação visual e
escrita. Para cada estrutura de contenção foram 4.2 Cortina
criadas janelas específicas para entrada de
dados relativos a cada tipo de estrutura, que Os exemplos a seguir têm como objetivo
serão apresentadas junto com os exemplos que determinar o comprimento da ficha. No caso de
virão a seguir. Os cálculos foram feitos de estruturas com ancoragem também será
acordo com as teorias apresentadas determinado o esforço no tirante.
anteriormente. Após o processamento dos dados
o programa apresenta um relatório com os 4.2.1 Cortina Sem Ancoragem
resultados finais.
Os dados de entrada utilizados estão ilustrados
4 RESULTADOS na Figura 9.

4.1 Muro de Gravidade

O exemplo a seguir consiste na verificação do


muro de gravidade quanto ao tombamento,
deslizamento, capacidade de carga da fundação
e à localização da resultante no terço central na
base do muro.
Os parâmetros relacionados ao solo e à
geometria da estrutura de contenção,
necessários como dados de entrada estão Figura 9. Entrada de dados : Cortina.
especificados na Figura 8.
Os resultados obtidos pelo programa CEC
foram novamente comparados com o cálculo
não automatizado, mostrando-se bastante
precisos (Tabela 2).

Tabela 2. Resultados: Cortina.


Comprimento da Cálculo não
CEC
Ficha (m) automatizado
Coeficiente de
6,40 6,39
segurança na coesão
Coeficiente de
6,50 6,52
majoração da ficha

Figura 8. Entrada de dados : Muro de Gravidade. - Análise com o método dos elementos finitos
(MEF)
Os resultados calculados pelo programa A Figura 10 apresenta a malha de elementos
CEC, foram iguais aos calculados manualmente com as etapas de escavação.
(Tabela 1).
Tabela 1. Resultados: Muro de Gravidade.
Cálculo não
Verificações CEC
automatizado
Localização da resultante
0.71 0.71
na base (m)
FS para o tombamento 2.26 2.26

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Figura 10. Malha de elementos finitos. Parâmetros Cálculo não


CEC
Determinados automatizado
A Figura 11 ilustra as isocurvas de tensão Coeficiente de Ficha (m) 2.33 2.33
horizontal obtidas com o MEF. segurança Reação no
53.84 53.91
O empuxo ativo gerado pelo MEF na coesão tirante (kN)
apresentou valores semelhantes aos resultados Coeficiente de Ficha (m) 2.29 2.29
determinados pelo CEC, o mesmo não ocorre majoração Reação no
50.24 50.32
da ficha tirante (kN)
na distribuição de empuxo passivo, como
mostra a Figura 12. A mobilização do empuxo
passivo exige deslocamentos horizontais bem
mais elevados que os necessários para mobilizar
o empuxo ativo. Como na análise feita com o
MEF existe compatibilidade de deslocamentos,
se de um lado mobilizou-se o empuxo ativo é
natural que do outro as tensões horizontais
ainda estejam bem menores que as
correspondentes ao empuxo passivo.

Figura 13. Entrada de dados : Cortina Ancorada.

- Análise com o MEF


A figura 14 apresenta a malha de elementos
com as etapas de escavação.
Figura 11. Isocurvas de tensão horizontal.

Figura 14. Malha de elementos finitos.

Figura 12. Diagramas de Empuxo Ativo e Passivo.


A Figura 15 ilustra as isocurvas de tensão
horizontal geradas pelo MEF.
4.2.2 Cortina Ancorada

Foram utilizados os mesmos dados de entrada


da estrutura anterior com a finalidade de
comparar os resultados relacionados à
profundidade de embutimento, Figura 13.
A ficha e a reação nos tirantes calculados
pelo CEC, considerando coeficiente de
majoração e de segurança, foram satisfatórios Figura 15. Isocurvas de tensão em x.
em relação aos cálculos não automatizados
Tabela 3. A ficha determinada foi menor para A Figura 16 ilustra o mesmo tipo de
este caso, comparada com a cortina sem comparação apresentado na Figura 12.
ancoragem, o que era esperado.

Tabela 3. Resultados: Cortina Ancorada.

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aproximados por pequenos pedaços


retangulares que mantiveram o valor total do
carregamento inalterado.

5 CONCLUSÃO

O programa CEC desenvolvido em linguagem


Figura 16. Diagramas de Empuxo Ativo e Passivo.
Da mesma forma e pelas mesmas razões orientada a objetos é uma ferramenta amigável
apontadas anteriormente, o empuxo passivo, e de fácil uso.
determinado pelo MEF apresentou valores Mediante os resultados obtidos por testes,
inferiores aos resultados determinados pelo concluí-se que o programa CEC apresenta
CEC. soluções satisfatórias.
O CEC permite o cálculo automatizado de
4.3 Muro Escorado diferentes tipos de estruturas de contenção,
agilizando o processo e permitindo que o
O exemplo a seguir tem como objetivo usuário simule várias configurações com
determinar os esforços nas estroncas. Os dados rapidez, auxiliando na obtenção de um projeto
de entrada utilizados estão apresentados na mais econômico.
Figura 17. O muro é composto por três estroncas
igualmente espaçadas de 3 m.
AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao apoio financeiro do


CNPq através da bolsa de iniciação científica
concedida ao primeiro autor e à Universidade
Federal de Viçosa pelo suporte dado no
desenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS
Figura 17. Entrada de dados : Muro Escorado.
Bowles, J. E. (1968) Foundation Analysis and Design,
Os resultados determinados pelo CEC foram McGraw-Hill, New York, NY, USA.
bastante próximos dos obtidos em um programa Caputo, H.P. (1973) Mecânica dos Solos e suas
de análise estrutural desenvolvido na UFV, aplicações, S.A., Rio de Janeiro, Vol.3.
Carvalho, P. A. S. (1991) DER SP – Departamento de
Sianes (Moreira e outros, 2004), conforme Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo,
mostra a Tabela 4. Manual Geotécnico: Taludes de Rodovias –
Orientação para diagnóstico e soluções de seus
Tabela 4. Resultados: Muro Escorado. problemas, no. 1843, IPT, São Paulo.
Escoras SIANES CEC Cavalcante, E.H. (2005) Empuxos de terra e estabilidade
Força 1 216.04 215.88 de muros. Universidade Federal de Sergipe, Aracajú.
Atuante Cintra, J.C.A.; Aoki, N. e Albiero, J.H. (2003) Tensão
2 104.99 105.84
(kN) admissível em fundações diretas, Rima, São Carlos.
3 216.04 215.88
Craig, R.F. (2004) Craig’s Soil Mechanics, 7th ed., Spon
Press, London and New York.
A diferença entre os resultados do CEC e do Hachich, W., Falconi, F., Saes, J., Frota, R., Carvalho,
Siandes pode ser explicada pela aproximação C., & Niyama, S. (1998) Fundações Teoria e Prática,
realizada na distribuição dos empuxos: como o 2ª ed., PINI, São Paulo.
Lambe, T. W. e Whitman, R. V. (1969) Soil Mechanics,
Sianes não permite a aplicação de John Wiley & Sons, New York.
carregamentos triangulares, o trecho triangular Marchetti, O. (2008) Muros de Arrimo, 1ª ed., Blucher,
dos diagramas de Terzaghi e Peck foram São Paulo.

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Moliterno, A. (1980) Caderno de muros de arrimo,


Edgard Blücher, São Paulo.
Moreira, M.S.S., Alvarenga, R.C.S.S., Laquini, J.P.
(2004) Sistema para Análise de Estruturas
Reticuladas pelo Método da Rigidez, Sianes, UFV,
Minas Gerais, Versão 1.0.
NBR 11682 (2009) Estabilidade de Encostas, ABNT,
Rio de Janeiro.

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