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APLICAÇÃO DE UM
MÉTODO DE TRABALHO
(DINÂMICA DE GRUPO)
Monografia apresentada à
Universidade Cândido Mendes,
Projeto "A VEZ DO MESTRE",
como parte dos requisitos para
obtenção do título de especialista
em TERAPIA DE FAMÍLIA.
AGRADECIMENTO
Ao meu filho DENIS que pela força de seu caráter demonstrou, e tem
demonstrado, a importância de um núcleo familiar sadio nos primeiros anos de
vida de uma criança.
DEDICATÓRIA
RESUMO
EPÍGRAFE
SUMÁRIO
CAPÍTULO ASSUNTO
I INTRODUÇÃO..........................................................
IV A SITUAÇÃO GRUPAL...................................................
VI TÉCNICAS DE GRUPO...................................................
IX HOMENAGENS..........................................................
• PASSAGEM.......................................................
• O GRUPO É ASSIM................................................
• É TANTA LUZ....................................................
X CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................
10.1 – O PARADIGMA FAMILIAR.........................................
10.2 – O PARADIGMA REICHIANO........................................
XI CONCLUSÃO...........................................................
XII BIBLIOGRAFIA........................................................
I - INTRODUÇÃO
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Uma das coisas que mais me impressionaram quando comecei a estudar o pensamento vivo
de Wilhelm Reich foi a sua ênfase nos trabalhos de prevenção de neurose. Este conceito
perpassa em todos os seus escritos como forma de transformação da sociedade e de cada
um de seus indivíduos.
Prevenção das Neuroses, sem dúvida, mas sobretudo das biopatias, que são perturbações
maciças e de efeitos letais, em que se enlaçam, em terríveis emaranhados, as opressões
sociopolíticas, os desequilíbrios psicológicos, as perturbações emocionais e as desordens
orgânicas. É nas próprias origens (sociais, biológicas e psíquicas) da existência individual
que o trabalho de prevenção deve ser exercido: consideração pela mulher grávida, visando
preservar e manter uma circulação energética "calorosa" entre o útero materno e o feto;
condições para um "nascimento sem violência" e verdadeiramente convival; preservação
dos equilíbrios afetivos na maternidade: ação pedagógica preservadora e mantenedora
dos mecanismos de auto-regulação, curiosidade, espontaneidade criadora e autonomia da
criança; consideração leal e franca pela sexualidade do adolescente etc. Trata-se, em
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todos os casos, de lutar contra o medo primordial que congela as emoções, perverte as
relações, alimenta as servidões e obstaculiza a energia vital. Medo de viver, com suas
múltiplas facetas, mas idêntica ação letal, contra o qual as práticas de inspiração reichiana
tentam se opor. Para além do princípio do prazer (freudiano), o princípio da alegria de
viver (reichiano).
Como levar tudo isto ao conhecimento do maior número de pessoas e mostrar-lhes uma
alternativa de um novo caminho, de uma outra possibilidade de viver? Foi na dinâmica de
grupo que encontrei a possibilidade de transmitir de uma maneira natural e progressiva
estes conceitos para um maior número de pessoas (fora do pequeno espaço da terapia
individual). Aliado a outras técnicas (gestalt, por exemplo) e práticas (de teatro, por
exemplo) construí um modelo de atendimento de grupo onde os próprios membros do
grupo vão se trabalhando, na medida em que pouco-a-pouco eu vou transferindo conceitos
(dentro da perspectiva reichiana) e introduzindo exercícios corporais que possibilitam
trocas afetivas-emocionais visando levar o indivíduo ao encontro do outro e à revisão de
seus paradigmas.
Todos os grupos realizados por mim, foram devidamente registrados pelos estagiários que
deles fizeram parte, além de ter a presença de um assistente com a função de observador;
após cada uma das sessões, foram feitas avaliações e orientações que ao longo do período
de duração de cada grupo (nove meses), fornecem um método sistematizado e de fácil
aplicação utilizados nos treze grupos já realizados (até esta data – março/2003). O conteúdo
das anotações feitas pelos estagiários, por motivos óbvios de ética profissional, não pode
ser revelado; no entanto, forma para mim um intenso testemunho de seus participantes e a
certeza que encontrei um caminho de divulgação de pensamento reichiano, além de uma
metodologia de trabalho que pode ser ensinado e reproduzido para/por outros terapeutas.
Por fim, o presente trabalho não pretende ser um curso completo e definitivo sobre a
aplicação da dinâmica de grupo em trabalhos de terapia de família, mas tão-somente a
apresentação de uma metodologia de trabalho (com suas bases técnicas e teóricas)
desenvolvida dentro da perspectiva do pensamento reichiano.
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seis anos), Reich foi indicado por Freud para ser o coordenador do Seminário de
Terapia Psicanalítica (mais conhecido como "Seminários Técnicos de Viena"), no qual
se discutiam problemas práticos de tratamento psicanalítico; três dos seus ensaios sobre
técnica de atendimento psicanalítico foram incluídos num volume intitulado "The
Psychoanalytic Reader" que ainda hoje é leitura recomendada nos institutos
psicanalíticos. Pronuncia diversas conferências sobre as suas teorias bio-psiquiátricas a
propósito da etiologia social das neuroses. A sua exposição do conceito de "potência
orgástica" no Congresso Psicanalítico de Salzburgo constitui a sua primeira fissura com
a psicanálise ortodoxa. Em dezembro de 1926, pronuncia uma conferência sobre a
análise das resistências (couraças caracterológicas) à qual Freud não concorda com a
teoria apresentada. Mais ou menos durante este período em que foi diretor do Seminário
de Psicoterapia da policlínica, escreveu diversos opúsculos e livros (entre 1923 a 1934),
a saber: "Zur Trieb-Energetik" (Sobre a Energia dos Instintos – 1923); "Der Tic als
Onanieãaquivalent" (O Tique como Equivalente do Onanismo – 1924); "Die
Therapeutische Bedeutung der Genitallibido" (O Significado Terapêutico da Libido
Genital – 1925); "Der Triebhafte Charakter" (O Caráter Impulsivo - em 1925); "Uber
die Quellen der Neurotischen Angst" (Sobre a Origem da Neurose da Angústia – 1926);
"Die Rolle des Genitalitât in der Neurosentherapie" (A Função da Genitalidade na
Terapia das Neuroses – 1927); "Die Funktion des Orgasmus – Uma Psychopatologie
des Geschlechtelebens" (A Função do Orgasmo – Uma Psicopatologia da Sexualidade -
em 1927); "Ueber Charakteranalyse" (A Propósito da Análise Caracterial – 1928);
"Der Genitale und der Neurotische Charakter" (O Caráter Genital Neurótico – 1929);
"Sexualrregund und Sexyualbefriedigung" (Tensão e Satisfação Sexual – 1929);
"Dialektischer Materialismus und Psychoanalyse" (Materialismo Dialético e
Psicanálise – 1929); "Geschlechtesreife, Enthaltsamkeit, Ehemoral – Eine Kritik der
Bürgerlicher Sexualreform" (Maturidade Sexual, Continência, Moral Matrimonial –
Uma Crítica da Reforma Sexual Burguesa – em 1930); "Der Masochistische
Charakter" (O Caráter Masoquista – 1932); "Der Einbruch der Sexualmoral" (A
Irrupção da Moral Sexual - em 1932); "Der Sexuelle Kampf der Junged" (O Combate
Sexual da Juventude – também em 1932); "Charakteranalyse" (Análise do Caráter - em
1933); "Massenpsychologie des Faschismus" (Psicologia de Massas do Fascismo - em
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Após 1934, suas idéias tomaram um curso muito particular; tinha seguidores que
aceitavam suas idéias, geralmente depois de terem sido seus pacientes. Mas Reich já
não era membro de qualquer organização estabelecida e as sua idéias haviam sido
rejeitadas por dois movimentos (o movimento psicanalista e o movimento comunista) a
que ele se entregara completamente. Desde então, quem tentasse seguir o
desenvolvimento de suas idéias encontrar-se-ia em sérias dificuldades, pois estaria
convertido a um modo de pensar que o colocaria, segundo as palavras de Reich, "além
da situação intelectual da atual estrutura de caráter e, com isso, da civilização dos
últimos 5.000 anos". Em 1939 aceita um convite do Dr. Theodore P. Wolfe (que era o
porta-voz da Sociedade Americana de Medicina Psicanalítica) e muda-se para os
Estados Unidos (naturaliza-se como cidadão americano) onde leciona no New School
for Social Research, de New York (até 1942). No entanto, em 1941, foi preso, sob
acusação de atividades subversivas, por dois agentes do FBI que lhe aprenderam livros
como "Mein Kampf" (A Minha Luta) e "My Life" (A Minha Vida) de Trotsky, sob a
suspeita que as suas investigações sobre o orgone fosse uma atividade de espionagem
alemã (ou russa). Depois deste incidente, muda-se para o Maine e instala seu
laboratório (ORGONE INSTITUTE), centro de seus trabalhos e pesquisas. Sua prática
terapêutica teve sucesso suficiente para lhe proporcionar fundos que permitiria conduzir
suas pesquisas numa ampla escala, criar revistas especializadas (Orgone Energy
Bulletin) e fundar uma editora para propagação de suas idéias (Orgone Institute Press).
Repensa a sua obra escrita anteriormente e escreve inúmeros trabalhos sobre
orgonomia no periódico que fundou (International Journal of Sex-Economy and
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Orgone Research - que foi publicado até 1945). Seus discípulos decidem transformar o
Instituto em "WILHELM REICH FOUNDATION" em Rangeley, no estado do
Maine. Na década de 50, Reich convenceu-se de que era possível isolar a energia da
vida na forma de ampolas, a que chamava de "bions", guardando-as em acumuladores
de orgone (conhecidos pelo nome de "caixa de orgone"). Também acreditava que era
possível curar pacientes sofrendo de câncer e outras doenças funcionais (biopatias),
colocando-as dentro dessas caixas. Em 1954 a "Federal Food and Drug
Administration" instruiu-lhe um processo criminal (amparando-se em leis federais
sobre a venda de objetos terapêuticos - no caso, uma injunção contra a distribuição dos
acumuladores de orgone sob a alegação de que suas pretensões terapêuticas eram de
natureza fraudulenta). Depois da sentença, começou uma verdadeira inquisição
macartista (a terrível "caça às bruxas" do senador Joe MacCarthy); foram destruídos os
acumuladores que a Fundação mandara fazer para fins de pesquisa e investigação
terapêutica. Reich recusou-se tanto a obedecer à interdição quanto a reconhecer a
competência dos tribunais no que se referia a emitir julgamentos sobre assuntos
científicos. Assim foi acusado de desrespeito ao tribunal e condenado a dois anos de
prisão, em 25 de maio de 1956; seus livros foram queimados por ordem judicial. Em 11
de março de 1957 é preso na penitenciária federal de Lewisburg (Pensilvânia); passa
por diversos constrangimentos e tratamentos suspeitos dentro da prisão e, finalmente,
em 3 de novembro de 1957 (aos 60 anos) morre naquela penitenciária dos EUA.
Hoje se sabe que a repressão sexual tem também uma profunda ligação com todas as
formas de autoritarismo. Quanto mais sexualmente reprimido, mais violento o
indivíduo se torna (recomenda-se a leitura de “UMA CRIANÇA É ESPANCADA” –
Uma Contribuição para o Estudo da Origem das Perversões Sexuais – Sigmund Freud).
A educação está estruturada basicamente de forma a produzir grupos de pessoas
opressoras e oprimidas, de exploradoras e exploradas; uns com predominância da
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Procurar inibir a atividade sexual e gerar a culpa é uma das formas universais de
controle. Cria-se a culpa; e, então, a raiva, que antes era para fora (numa tentativa de
superar obstáculos) é agora voltada contra si mesmo (depressão). Muitas vezes utilizada
como forma de agredir ao outro com o próprio sofrimento. A inibição da atividade
espontânea, em virtude da repressão do movimento emocional sexual, empobrece a
formação do caráter, gera medo e aumenta a dependência. Inibida a atividade, agora é
necessário que o educador repressor dê a proteção e determine as atividades (ainda
que seja de forma mecânica, com total inibição da criatividade e absorção dos
paradigmas do educador opressor).
Outro fato a destacar é que, para a criança, fantasia e realidade são coisas muito
parecidas ou quase indiferenciadas. A realidade é o que ela vive emocionalmente. A
realidade maior é o emocional vivido. Assim, se contarmos para uma criança histórias
ou piadas que envolvam ameaça sexual pré-genital e genital (conteúdos de castração, de
mutilação etc. ligadas à realização do ato sexual ou à masturbação), esta criança poderá
viver a história como se fosse real e seguramente passará a temer o contato pré-genital e
genital ou a vivenciá-lo com muito medo, com muita angústia. Assumirá atitudes
corporais de retenção ou de inibição da excitação sexual naquela região. Como a
excitação genital faz parte do movimento emocional do organismo como unidade, uma
inibição a este nível repercutirá de forma negativa no movimento emocional, formação
do caráter e da personalidade global do indivíduo. Da mesma forma que a perturbação
do movimento emocional em outros níveis da personalidade (narcisismo, por exemplo)
repercutirá negativamente no funcionamento da sexualidade genital.
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O mais desejável seria uma atitude espontânea, em harmonia com cada momento, com
o racional e o emocional constituindo uma unidade na determinação do movimento do
organismo. Ninguém é totalmente natural, sádico ou masoquista; através da
estruturação da vida emocional de cada um, haverá predominância de um ou de outro
componente. Potencialmente, e na prática, as três possibilidades estarão presentes.
Diríamos que um trabalho verdadeiro, dentro dos limites das possibilidades reais de
cada momento, no sentido de preservar a sexualidade natural das crianças e dos
adolescentes e de resolver o problema de fome e habitação, seriam os itens básicos e de
importância fundamental no sentido de uma tentativa da criação de uma sociedade mais
feliz e mais justa.
A família analisada por W. Reich, qualificada por ele como "autoritária" ou "patriarcal",
é a família tradicional, burguesa ou pequeno-burguesa, definida bem corretamente tanto
pelas regras jurídicas e disposições legais quanto por uma imagem ideológica global,
mantida por comportamentos costumeiros: é o tipo de família que prevalece, com
pequenas diferenças e matizes, em todas as sociedades modernas, seja qual for o
sistema econômico-político. Seus traços característicos são os seguintes:
• Casamento monogâmico imposto (com a implicação de fidelidade conjugal);
• Situação sócio-econômica inferior da mulher (chegando até a uma dependência
total);
• Função predominante ou exclusiva da mulher como "mãe" (ou seja, reprodutora,
genitora);
• Sujeição quase completa dos filhos (submetidos a uma ação disciplinar
generalizada, mas essencialmente a uma educação anti-sexual);
• Sistema triangular ou edipiano das relações com os pais;
• Relativo isolamento em relação ao conjunto do corpo social, qualificado como
"vida privada".
O problema consiste, neste ponto, em saber o que Wilhelm Reich entende por família
natural. O projeto reichiano de família natural poderia ser condensado nas seguintes
afirmativas de ação imediata, como forma de resistência à família autoritária:
• Rejeitar firmemente suas coações mais brutais (tais como: despotismo,
arbitrariedade e violências dos adultos - algumas vezes cruéis e mortais);
• Repudiar seus valores mais repugnantes (espírito de grupo fechado, compulsão
ao acúmulo de bens e posições, covardia e submissão diante dos poderes);
• Ficar atento aos seus efeitos mais nefastos (geralmente protegidos pelo silêncio
das neuroses e psicoses, suicídios, império do ódio, infelicidade no viver etc.);
• Não aceitar a pior expressão dos excessos dos poderes sócio-políticos ("temos
apenas que obedecer!").
No seu livro “PONTO DE MUTAÇÃO”, Fritjof Capra diz: "Nas últimas décadas de
nosso século temos assistido uma crise complexa, multidimensional, cujas facetas
afetam todos os aspectos de nossa vida - a saúde, o modo de vida, a qualidade do meio
ambiente, e das relações sociais, da economia, tecnologia e política. É uma crise de
dimensões intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premência sem
precedentes em toda a história da humanidade. Pela primeira vez temos que nos
defrontar com a real ameaça de extinção da raça humana e de toda a vida no planeta.
A dinâmica subjacente a qualquer desses problemas é a mesma. Tudo isso são facetas
de uma só crise, que é essencialmente, uma crise de percepção”.
Em nossa sociedade, quais são as opiniões, valores e métodos que nos orientam? Qual a
nossa participação na construção destes valores na formação e organização de nossa
sociedade? Estas perguntas deveriam constantemente estar presentes em nossas mentes,
como forma de nos impulsionar na busca da utopia. Cria-se o novo e no momento
seguinte já está velho e ultrapassado. A sociedade extremamente dinâmica e ávida por
mudanças, ao mesmo tempo cria normas de condutas, padrões de comportamento,
opiniões simplistas e marcadamente “definitivas”.
Onde se insere a família neste contexto social? Como poderia a família promover o
equilíbrio entre o que foi conquistado e o que precisa ser “descoberto”?
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A família analisada por W. Reich, que é a mesma família "vitoriana" analisada por
Marx, Engels e Freud, continua sendo ainda hoje, apesar de importantes modificações, a
"família padrão", um pouco quebrantada e vacilante em sua realidade concreta, mas
com a mesma intransigência enquanto modelo e valor. É notável que, graças à inércia
das ideologias, esta mesma família, objeto dos cuidados cheios de exageros, ciúmes e
raiva das formações reacionárias, continue sendo considerada exemplar para a quase
totalidade das organizações, sejam elas socialistas ou capitalistas.
Outro conceito que Wilhelm Reich nos trás é com relação ao conteúdo "legal" (e/ou
religioso) e o conteúdo "real" (e/ou natural) do casamento. Para o homem das leis (o
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jurista e/ou o religioso), o casamento é a união entre duas pessoas de sexos diferentes;
baseada num documento legal, oficializada numa cerimônia formal/social. Para Reich
(enquanto psiquiatra), o casamento é um laço afetivo baseado numa união sexual,
acompanhada habitualmente de um desejo de ter filhos. O ato formal, a certidão de
casamento não é em si mesmo um casamento; existe casamento quando duas pessoas
de sexos diferentes se amam, cuidam uma da outra, vivem juntas e, eventualmente, têm
filhos (constituindo uma família). Para Reich (portanto, para um terapeuta) o ato formal
de casamento não deveria ser senão a confirmação oficial de uma relação sexual
decidida, empreendida e vivida por duas pessoas; e seriam estas duas pessoas, e não os
representantes da lei, que determinariam se o casamento existe ou não.
No entanto, a estrutura sexual humana sofreu uma degenerescência moral de tal forma
que o ato formal do casamento pretende ser, para a mulher e os filhos, uma proteção
contra a "irresponsabilidade do homem". Nesta medida, e nesta medida apenas,
entendemos que o ato formal do casamento desempenha uma função social de aspecto
positivo.
É evidente que do ponto de vista de uma higiene mental racional o modelo de família
natural repousa no conceito do casamento real, e não no casamento formal. Um
comportamento mental sadio irá dar importância à responsabilidade interior e não a
uma responsabilidade imposta do exterior. Para que seja possível uma efetiva
autonomia moral, há que se lutar implacavelmente contra a miséria emocional (que
Reich denomina, com muita propriedade, de "praga emocional") dos indivíduos que
lançam opróbrios sobre as pessoas casadas sem registro civil e, principalmente, sobre
seus filhos (estes indivíduos, via de regra, são incapazes de compreender e, menos
ainda, de viver este tipo de comportamento social de alto nível moral). É necessário,
também, acabar com todas as formas imorais e patológicas de aliciamento e de
exploração financeira que as leis do casamento impõem. Acabar, enfim, com o absurdo
de continuar a considerar "casadas" pessoas cujas relações são dominadas pelo ódio,
pela mentira, pela mesquinharia, pela infelicidade etc.
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Desta forma, o pensamento reichiano requer das duas pessoas que irão formar o casal:
• Potência orgástica total, ou seja, que não haja dissociação entre a sexualidade
terna e a sensualidade (em oposição à sedução histérica):
• Superação da fixação incestuosa e de ansiedade sexual infantil;
• Ausência de repressão de quaisquer pulsões não sublimadas (quer sejam
homossexuais ou não genitais);
• Reconhecimento incondicional da sexualidade e do gosto de viver;
• Superação de todos os elementos do moralismo sexual autoritário;
• Capacidade de harmonização afetivo-emocional com o parceiro.
tratamento de problemas dos soldados regressados. Partiu, então, para uma experiência de
grupo intensiva na qual os participantes (os futuros conselheiros pessoais) se reuniam
durante várias horas por dia, a fim de se compreenderem melhor (a si próprios), de se
tornarem conscientes das atitudes que poderiam ser causas de fracassos na relação de
aconselhamento e de se relacionarem uns com os outros por formas que pudessem vir a ser
de ajuda e que eles pudessem transpor para o trabalho de aconselhamento. Forneceu muitas
experiências profundas e significativas aos participantes e foi tão bem sucedido na
seqüência de treinamento dos conselheiros pessoais que a partir daí, Carl Rogers e sua
equipe, passaram a utilizar e pesquisar este método orientado, fundamentalmente, para o
crescimento pessoal, desenvolvimento e aperfeiçoamento das comunicações e relações
interpessoais.
Antoine Saint-Exupéry
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IV - SITUAÇÃO GRUPAL
Em TOTEM E TABU, Freud nos mostra que por intermédio do inconsciente a humanidade
transmite suas leis sociais. Compreendê-las é compreender como funciona a ideologia,
como adquirimos e vivemos as leis, qual é a representação da sociedade, como se reproduz
a cultura. Em PSICOLOGIA DE MASSA E ANÁLISE DO EGO, Freud nos ensina que "na
vida anímica individual aparece efetivamente o outro como modelo, objeto auxiliar ou
adversário; deste modo a psicologia individual é ao mesmo tempo e desde o princípio
psicologia social num sentido amplo, mas amplamente justificado" e mais adiante agrega:
"O instinto social não é um instinto primário e irredutível e os começos de uma formação
podem ser falados em círculos mais limitados, por exemplo a família". A partir daí, Leon
Rozitchner afirma que a psicologia não é social pelo número de pessoas, o que importa não
é a relação que o indivíduo mantém com a totalidade, um a um (psicologia) ou todos de
uma vez (sociologia), mas sim as mediações que se produzem entre a totalidade do social e
o indivíduo.
A análise de um indivíduo social deve ser referida ao mínimo social que o produziu. A
estrutura contraditória do social é mediatizada pela família. Isto é, um indivíduo por mais
isolado que viva, está determinado em sua existência individual pela estrutura social; e todo
social, por mais numeroso que seja, está por sua vez determinado necessariamente pela
relação indivíduo-indivíduo. Desta maneira, do ponto de vista da criança, a família aparece
como o todo máximo inicial; mas ao mesmo tempo, do ponto de vista social, a família
aparece como o todo mínimo. Ou seja, a família contém todas as determinações da
totalidade social mais ampla que a constituiu, a partir da qual toda conduta individual deve
ser compreendida.
Este entendimento fica bem mais claro pela conceitualização de José Bleger (em
PSICOLOGIA DA CONDUTA) com relação ao âmbito social: para ele todos os fenômenos
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e objetos da natureza sempre têm relação entre si, como se fossem uma única totalidade. Ao
se estudar um fenômeno social teríamos três tipos de âmbito:
1. PSICOSSOCIAL - do indivíduo;
2. SÓCIO DINÂMICO - do grupo como unidade;
3. INSTITUCIONAL - relações dos grupos entre si e com as instituições que os
dirigem.
Os três âmbitos não se excluem, pois a rigor são só um espaço. Assim como os fenômenos
humanos são sociais e o ser humano é um ser social, não existiria, então, duas psicologias:
individual e social. A psicologia individual nos permite o estudo do grupo social e a
psicologia social nos permite o estudo do indivíduo; trata-se, portanto, dos âmbitos sociais.
É importante ressaltar o que diz Enrique Pichón-Rivière: "A família é uma estrutura social
básica, que se configura pelo entrejogo de papéis diferenciados (pai, mãe, filhos);
entrejogo que constitui o modelo natural de interação em grupo".
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Por trás do que cada membro de um grupo diz e considera importante está o seu sistema de
valores e suas atitudes. Pelo fato de estarem trabalhando em um grupo, é necessário que se
estabeleça uma certa unidade de interesses, objetivos e propósitos bem definidos de modo
que os interesses e problemas individuais sejam atendidos em benefício do grupo e vice-
versa. Os indivíduos de expectativas, capacidades e formações diferentes encontram
dificuldade para tornarem-se um grupo de funcionamento integrado. É evidente que os
objetivos grupais devem estar intimamente relacionados com os interesses e necessidade
dos membros. A mútua manifestação e a identificação dos interesses e necessidades dos
membros é a base verdadeira para a formação do grupo e a formulação de seus fins e
objetivos.
Consideramos que devam ser adotadas quatro medidas básicas para determinação dos fins e
objetivos de um grupo:
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VI - TÉCNICAS DE GRUPO
Os meios e métodos para provocar a ação nas situações de grupos são chamados de
técnicas de grupo. Na consecução dos objetivos definidos, a ação só se realiza através da
aplicação de alguma técnica. Quando utilizadas de maneira apropriada e dentro de um
ambiente social definido, as técnicas têm o poder de ativar as motivações e os impulsos
individuais estimulando os elementos das dinâmicas internas e acionando o grupo na
direção de seus objetivos. As técnicas (e as combinações entre elas) são os veículos que
conduzem o grupo aos seus objetivos.
O processo de grupo progride por intermédio das técnicas, por menos precisas, conhecidas
e sistematizadas que sejam. No entanto, é fundamental que as técnicas sejam
conscientemente selecionadas e aprovadas pela aplicação contínua das mesmas. Uma
liderança qualificada sabe selecionar as técnicas apropriadas, combiná-las ou inventar
técnicas totalmente novas para resolver as situações. É evidente que cada técnica tem uma
determinada capacidade para mobilizar as forças individuais e grupais e dirigi-las aos
objetivos do grupo. O conhecimento das técnicas básicas e das possibilidades de cada uma
delas permite chegar-se a uma seleção final satisfatória. Sem dúvida, o conhecimento, a
compreensão, a experiência e a capacidade criativa do mediador permitem que este
potencial seja bem aproveitado.
Qualquer aplicação de uma técnica específica deve ser precedida de uma informação
básica de seus objetivos e de uma consulta breve de aceitação de todos os membros do
grupo. Esta medida cria um compromisso (contrato tácito) entre os membros do grupo,
além de demonstrar um profundo respeito pelas dificuldades emocionais que possam estar
presentes numa determinada situação, num determinado momento, para um (ou mais de
um) determinado indivíduo participante do grupo.
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Isto nos leva à apreciação de um aspecto fundamental na escolha das técnicas para
aplicação nas dinâmicas de grupo. Além da competência técnica, é essencial que o
mediador apresente competência interpessoal, flexibilidade perceptiva, atitude
experimental, capacidade de assumir riscos e, principalmente, padrões éticos no exercício
profissional. A responsabilidade ética é inalienável quando se tomam decisões que irão
afetar profundamente outras pessoas.
Antoine Saint-Exupéry.
1. GRUPALIZAÇÃO;
2. SENSIBILIZAÇÃO;
3. AÇÃO DE GRUPO.
GRUPALIZAÇÃO
Quando vamos trabalhar com um grupo, na verdade temos apenas um determinado número
de pessoas que estão na expectativa de algum tipo de ajuda e/ou solução de problemas.
Estas pessoas ainda não formam um grupo; estão apenas buscando caminhos comuns,
expectativas semelhantes, talvez... Mesmo com um grupo que iremos trabalhar por pouco
tempo, devemos ter em mente que precisamos introduzir exercícios de grupalização que
reforce os aspectos dinâmicos do grupo em busca de objetivos comuns. As técnicas de
grupalização se constituem em exercícios que facilitem o processo de formação de um
sentimento de grupo (necessidade de pertencimento). Cada membro do grupo procura seu
lugar, através de tentativas para encontrar e estabelecer os limites de sua participação no
grupo, o quanto vai dar de si, o quanto espera receber, como se mostrará ou que papel
desempenhará primordialmente. É uma fase de estruturação do grupo de forma ativa e
dinâmica. Encontrando seu lugar, cada membro passa a interessar-se pela distribuição do
poder no grupo e controle das atividades dos outros; neste momento, podemos considerar a
introdução de técnicas sensibilizantes, pois estaremos ingressando na segunda fase do
grupo.
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SENSIBILIZAÇÃO
Uma vez que se obteve a interação grupal (com forte sentimento de unidade), inclusive com
a identificação dos objetivos do grupo e motivação individual, estamos aptos a promover a
expressão e busca da integração emocional. Utilizamos, então, exercícios que possibilitem
aos participantes vivenciarem situações emocionais/afetivas a nível individual e de grupo
(necessidade de estima). Cada um procura conhecer as possibilidades de intercâmbio
emocional e estabelecer limites quanto à intensidade e qualidade das trocas afetivas. O
clima emocional do grupo pode oscilar entre momentos de grande harmonia e afeto e
momentos de insatisfação, hostilidade e tensão.
AÇÃO DE GRUPO
Quando reunimos pessoas para fazer um trabalho de dinâmica de grupo, temos por
obrigação proporcionar uma devolução do material depositado (expectativas) apresentando
alternativas de soluções de seus problemas e/ou promovendo facilidades para que o grupo
alcance seus objetivos finais. Nesta fase, trabalharemos com exercícios que provoquem a
troca de experiências e observações profundas de modo que os participantes do grupo se
sintam recompensados pelo tempo despendido e exposição de sentimentos a que esteve
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A conceituação de motivação baseia-se em pessoas sadias, que vivem com satisfação, que
acham que vale a pena viver, apesar dos problemas, dificuldades e frustrações inevitáveis.
Esta é uma abordagem positiva da vida e que caracteriza as pessoas empreendedoras, que
agem, lutam, vencem, sofrem, sentem satisfações e insatisfações, como parte integrante de
um processo global que é vivenciado plenamente no dia-a-dia.
E de que forma podemos saber se o grupo que trabalhamos atingiu os seus objetivos, se
continuará o seu caminho com movimentos próprios e produtivos. Como saber se o nosso
trabalho valeu a pena...
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Todo grupo necessita fazer avaliações para que se torne o mais produtivo possível. O
processo de medição do êxito do grupo na consecução de seus objetivos constitui o cerne
da avaliação. Podemos, e devemos, promover avaliações durante todo o processo de
desenvolvimento da experiência grupal. E, sem dúvida, é primordial a avaliação final dos
objetivos alcançados. Em outras palavras, devemos promover avaliações periódicas e a
avaliação final do processo de desenvolvimento de um trabalho de dinâmica de grupo.
Há várias técnicas possíveis de avaliação do grupo; algumas bem simples e outras bem
sofisticadas (incluindo muitas vezes o acompanhamento do grupo – e de seus membros –
durante um certo período de tempo). A grande vantagem das avaliações intermediárias (ou
periódicas) é a correção de rumo do processo grupal; podemos através da avaliação
perceber que o grupo ainda precisa, por exemplo, de vivenciar exercícios de sensibilização
para poder alcançar o estágio da ação de grupo.
A avaliação não pode ser imposta quando o grupo não a quer, mas é indispensável ao
processo e produtividade do grupo em questão e dos próximos grupos. Estimular, explicar e
mostrar os benefícios da avaliação é função da liderança (do mediador, do terapeuta); mas a
sua prática e interpretação pertencem ao grupo (compromisso do sigilo). Desta forma a
prática da avaliação do grupo é, necessariamente, um consenso entre todos os membros do
grupo e do mediador. A compreensão do processo de grupo que surge de uma avaliação
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IX - HOMENAGENS
PASSAGEM
Cenas de um domingo.
Depressões e medos, como reflexo...
Duas sessões de terapia,
Concluo por mais medo.
(GRUPO TERAPÊUTICO – no dia seguinte à última sessão de um grupo de nove meses de duração)
O GRUPO É ASSIM:
Gente que é gente
e que não sabe que os outros
são gentes como a gente,
com um lado bom e outro ruim.
É TANTA LUZ...
É tanta luz,
Tanta, tanta, tanta luz se irradiando pelo meu peito.
Sou um chafariz de luz,
Sou fogos de artifício,
Que sobem e colam no céu.
Jorra alegria pelos meus olhos,
Pelos meus poros,
Pelos meus pelos, todos incandescentes.
Uma alegria cósmica me transborda:
Estou no sétimo dia da minha própria criação
E não quero descansar tão cedo.
Viva, vivo.
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X – CONSIDERAÇÕES FINAIS
"A família é uma instituição falida". Ouvir tal frase é algo corriqueiro atualmente,
principalmente, porque as estatísticas vêm reforçar este chavão. Pesquisas informam
que o número de divórcios realizados no Brasil, anualmente, é vultoso. A partir
desses dados, então, faz-se necessária uma organização familiar diferente daquela
sustentada até algum tempo atrás no sentido de mudar esse quadro e diminuir o
stress e o sofrimento decorrentes do processo de separação e dos desentendimentos
relacionais.
A estrutura pai, mãe e filhos, a chamada família nuclear, hoje é acrescentada por
figuras como: namorada do pai ou da mãe, namorado da mãe ou do pai e filhos dos
pais frutos de outros relacionamentos. Em meio a estas novidades, a convivência
harmoniosa dessas pessoas nem sempre é possível, vindo a culminar no desgaste
emocional das partes e no prejuízo significativo no desenvolvimento das crianças.
A mudança estrutural das relações - até então bem solidificadas dos papéis feminino
(aquela que fica em casa cuidando do marido e dos filhos) e masculino (provedor
financeiro e autoridade máxima da casa) - no casamento ainda não se efetivou
plenamente, nem redefiniu seu lugar com a devida propriedade.
Fatalmente, sabe-se que numa situação dessa os maiores prejudicados sempre são
os filhos. Em fase de desenvolvimento da personalidade em que precisam de uma
referência solidificada para se constituírem como pessoas saudáveis, vivem
justamente em face da falta dela. Sendo assim não é raro encontrar menores
toxicômanos, agressivos, emocionalmente perturbados ou mesmo doentes
(somatização). Buscam, desesperadamente, algo a que se apegar em meio à diluição
de suas famílias, seja seguindo o caminho das drogas, da violência ou do grupo a
que pertencem.
devidamente exercida. O pai não supre o papel da mãe e esta por sua vez não supre
a função paterna.
O paradigma reichiano se define por uma autêntica fé na vida, desde que esta
encontre meios para se realizar. Reich apostava na esperança de que as sociedades
do futuro serão capazes de construir a verdadeira civilização humana, onde o
sistema social não se oporá as leis da natureza que se manifestam no homem desde
a sua concepção em fase embrionária. A vida seria preservada pelas regras sociais
desde o seu surgimento até o último suspiro de cada ser vivente e tal preservação se
daria pela compreensão clara de todas as necessidades básicas do humano nas
principais fases de desenvolvimento, desde a infância (princípio da auto-
regulação). Atualmente, quase 50 anos após sua morte, suas idéias vêm sendo
postas em prática por famílias e escolas que perceberam a importância de se
minimizar os efeitos danosos de um sistema educacional autoritário.
X - CONCLUSÃO
Penso que a grande contribuição deste trabalho foi ressaltar a possibilidade de aplicação da
técnica da dinâmica de grupo como forma de trabalho nas intervenções e resoluções de
conflitos familiares. Especificamente foi apresentado e desenvolvido o pensamento de
Wilhelm Reich e a sua constante preocupação no combate à família autoritária que deforma
e resigna o indivíduo frente aos seus futuros enfrentamentos sociais.
Embora não seja um trabalho definitivo, é a efetiva utilização de uma técnica (dinâmica de
grupo) numa abordagem terapêutica de base corporal (terapia reichiana). Considero que
ainda há muito o que se pesquisar e fundamentar para que se possa estabelecer parâmetros
de avaliação na aplicação desta metodologia de trabalho. No entanto, resultados finais de
cada um dos grupos já realizados, me permitem considerar como altamente promissor e
eficaz a aplicação das técnicas de DINÂMICA DE GRUPO, utilizando-se a abordagem de
prevenção de neuroses preconizadas por WILHELM REICH, em intervenções terapêuticas
e na resolução de conflitos de família.
Assim como Reich, acredito na substituição da família patriarcal autoritária por uma
forma natural de família e, desta maneira, no restabelecimento do amor natural nas
crianças, nos adolescentes e nos adultos.
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XI – BIBLIOGRAFIA
7. BOADELLA, David. Nos Caminhos de Reich. São Paulo: Summus Editorial Ltda.,
1985.
12. NAVARRO, Federico. Terapia Reichiana (1º e 2º volume). São Paulo: Summus
Editorial Ltda., 1987.
13. REICH, Wilhelm. A Função do Orgasmo. São Paulo: Editora Brasiliense S.A.,
1975.
14. REICH, Wilhelm. A Revolução Sexual. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1972.
16. REICH, Wilhelm. Análise do Caráter. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora
Ltda., 1989.
17. REICH, Wilhelm. O Assassinato de Cristo São Paulo: Martins Fontes, 1983.
18. ROTHGE, Carrie Lee. Freud - Resumo Da Obras Completas. São Paulo: Livraria
Atheneu, 1984.
20. SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. 20ª ed. Rio de Janeiro: Agir,
1980.
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