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A família da pósmodernidade: em busca da dignidade perdida
por Cristiano Chaves de Farias
“O que gostaria de conservar na família no terceiro milênio são
seus aspectos mais positivos: a solidariedade, a fraternidade, a
ajuda mútua,
os laços de afeto e o amor. Belo sonho”.
(Michelle Perrot)
1. Nota prévia: modelando a feição da família.
Dúvida inexiste de que a família, na história dos agrupamentos humanos, é o que
precede a todos os demais, como fenômeno biológico e como fenômeno social, motivo pelo
qual é preciso compreendêla por diferentes
ângulos (perspectivas científicas), numa espécie de
“paleontologia social” [1].
O ser humano supõese nascido
inserto no seio familiar – estrutura básica social
– de onde se inicia a moldagem de suas
potencialidades com o propósito da convivência
em sociedade e da busca de sua realização
pessoal.
Não se olvide, nessa esteira, que o normal
é que na família se sucedam os fatos elementares
da vida do ser humano, desde o nascimento até a morte. No entanto, além de atividades de
cunho natural, biológico, também é a família o ponto de partida fecundo para fenômenos
culturais, tais como as escolhas profissionais e afetivas, além da vivência dos problemas e
sucessos. Notase, assim, que é nesta ambientação primária que o homem se distingue dos
demais animais, pela susceptibilidade de escolha de seus caminhos e orientações, formando
grupos elementares onde desenvolverá sua personalidade, na busca da felicidade[2] – aliás, não
só pela fisiologia, como, igualmente, pela psicologia, podese afirmar que o homem nasce para
ser feliz.
A família abandona um caráter natural, assumindo uma nova feição, forjada em
fenômenos culturais, motivo pelo qual RODRIGO DA CUNHA PEREIRA assevera, com total
razão, se tratar de “uma estrutura psíquica e que possibilita ao ser humano estabelecerse como
sujeito e desenvolver relações na polis”[3].
Enfim, no dizer claro da eminente antropóloga CYNTHIA A. SARTI, “a família vai
ser a concretização de uma forma de viver os fatos básicos da vida”[4].
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Sem dúvida, então, a família é o fenômeno humano em que se funda a sociedade,
sendo impossível compreendêla, senão à luz da interdisciplinaridade, máxime na sociedade
contemporânea, marcada por relações plurais, aberta e multifacetárias.
Destaca ELISABETE DÓRIA BILAC a premente necessidade de uma “abordagem da
família que dê conta da complexidade desse objeto, em nossos dias”, a partir exatamente de
“uma construção interdisciplinar”, pois se trata da melhor maneira de vencer a encruzilhada a
que chegaram os estudos sobre a matéria, dada a complexidade natural do tema[5].
É que o fenômeno familiar “não é uma totalidade homogênea, mas um universo de
relações diferenciadas”[6], que atingirão cada uma das partes nela inseridas de modo
diferenciado, necessitando, via de conseqüência, de um enfoque multidisciplinar para a sua
compreensão global. Do contrário, é possível que se enxergue menos do que a ponta do iceberg.
Sobreleva, assim, perceber que as estruturas familiares são guiadas por diferentes modelos,
variantes nas perspectivas espáciotemporal, pretendendo atender às expectativas da própria
sociedade e às necessidades do próprio homem.
Induvidosamente, a família traz consigo uma dimensão biológica, espiritual e social,
afigurandose necessário, por conseguinte, sua compreensão a partir de uma feição ampla,
considerando suas idiossincrasias e peculiaridades, o que exige a participação de diferentes
ramos do conhecimento, tais como a sociologia, a antropologia, a filosofia, a teologia, a
biologia (e, por igual, da biotecnologia e a bioética) e, ainda, da ciência do direito.
2. A travessia histórica: vencendo águas revoltas na busca de uma arquitetura
familiar contemporânea.
É inegável que a multiplicidade e variedade de fatores (de diversas matizes) não
permitem fixar um modelo familiar uniforme, sendo mister compreender a família de acordo
com os movimentos que constituem as relações sociais ao longo do tempo e do espaço
cultural.
Como bem percebeu a historiadora francesa MICHELLE PERROT, “a história da
família é longa, não linear, feita de rupturas sucessivas”[7], deixando antever a variabilidade
histórica da feição da família[8], adaptandose às necessidades sociais prementes de cada
tempo, lugar e situação cultural.
Calha à espécie a pertinente observação de LUIZ EDSON FACHIN no sentido de que
é “inegável que a família, como realidade sociológica, apresenta, na sua evolução histórica,
desde a família patriarcal romana até a família nuclear da sociedade industrial contemporânea,
íntima ligação com as transformações operadas nos fenômenos sociais”[9].
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No devir da família, destaca num momento o modelo patriarcal, hierarquizado[10] e
transpessoal. Naquela ambientação familiar, necessariamente matrimonializada, acostumava
imperar a regra “até que a morte nos separe”, admitindose então o sacrifício da felicidade
pessoal dos membros da família, em nome da manutenção do vínculo de casamento.
Mais ainda, compreendiase a família como unidade de produção, vigorando os laços
patrimoniais. Em muitas culturas, as pessoas se uniam em família com vistas à formação de
patrimônio, importando menos os laços afetivos. Daí as dificuldades para a dissolução do
vínculo, pois a desagregação da família corresponderia a desagregação da própria sociedade.
Era o modelo estatal de família, desenhado com os valores dominantes naquele período da
revolução industrial.
O outono daquela compreensão familiar era evidente: a sociedade avançou, se
preocupando com novos valores, realçando a proteção da pessoa humana e o desenvolvimento
científico atingiu limites nunca antes imaginadas, admitindose, exempli gracia, a concepção
artificial do ser humano, sem a presença do elemento sexual. Nessa perspectiva, ruiu o império
do ter, sobressaindo a tutela do ser.
Os novos valores que inspiram a sociedade contemporânea sobrepujam e rompem,
definitivamente, com a concepção tradicional de família. A arquitetura da sociedade moderna
traz um modelo familiar descentralizado, democrático, igualitário e desmatrimonializado. O
escopo precípuo da família parece ser a solidariedade social e demais condições necessárias ao
aperfeiçoamento e progresso humano, regida pelo afeto, como mola propulsora.
Com efeito, a família tem o seu quadro evolutivo atrelado ao próprio avanço do
homem e da sociedade, mutável de acordo com as novas conquistas da humanidade e
descobertas científicas, não sendo crível, nem admissível, que esteja submetida a idéias
estáticas, presas a valores de um passado distante, nem a suposições incertas de um futuro
remoto. É realidade viva, adaptada aos valores vigentes[11].
De forma sintética e clara, GISELDA MARIA FERNANDES NOVAES HIRONAKA
dispara que a família é “entidade histórica, ancestral como a história, interligada com os rumos
e desvios da história ela mesma, mutável na exata medida em que mudam as estruturas e a
arquitetura da própria história através dos tempos”[12].
É lícito, pois, concluir que entrelaçada a feição da família com o retrato da própria
sociedade, consideradas as circunstâncias de tempo e lugar, inferese, com segurança, a
necessidade de uma compreensão contemporânea, atual, da entidade familiar, considerados os
avanços técnicocientíficos e a natural evolução filosófica do homem.
É certo e incontroverso que a família caracteriza uma realidade presente, antecedendo,
sucedendo e transcendendo o fenômeno exclusivamente biológico (compreensão setorial), para
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buscar uma dimensão mais ampla, fundada na busca da realização pessoal de seus membros.
Composta por seres humanos, decorre, por conseguinte, uma mutabilidade inexorável
na feição da família, apresentandose sob tantas e diversas formas, quantas forem as
possibilidades de se relacionar (ou tal vez, de expressar o amor). A família, enfim, não traz
consigo a pretensão da inalterabilidade conceitual. Ao revés, seus elementos fundantes variam
de acordo com os valores e ideais predominantes em cada momento histórico.
3. Um novo tempo para a família: a sua fotografia na pósmodernidade.
Entre as incontáveis mudanças que se dão no mundo contemporâneo, nenhuma é mais
importante, nem sentida de forma tão intensa, quanto aquelas que se desenvolvem nas vidas
pessoais dos seres humanos (na sexualidade, no casamento, nas formas de expressão de
afetividade, etc.)[13].
Com o mesmo pensar, a psicóloga e terapeuta familiar CRISTINA DE OLIVEIRA
ZAMBERLAM dispara que “nunca antes as coisas haviam mudado tão rapidamente para uma
parte tão grande da humanidade. Tudo é afetado: arte, ciência, religião, moralidade, educação,
política, economia, vida familiar, até mesmo os aspectos mais íntimos da vida – nada
escapa”[14].
Desse evidente avanço tecnológico e científico decorrem, naturalmente, alterações nas
concepções jurídicosociais vigentes no sistema. Vêse, desse modo, uma passagem aberta
para uma outra dimensão, na qual a família deve ser um elemento de garantia do homem na
força de sua propulsão ao futuro.
Nesse passo, antevisto esse avanço tecnológico, científico e cultural, dele decorre,
inexoravelmente, a eliminação de fronteiras arquitetadas pelo sistema jurídicosocial clássico,
abrindo espaço para uma família contemporânea, susceptível às influências da nova sociedade,
que traz consigo necessidades universais, independentemente de línguas ou territórios.
Impõese, pois, necessariamente traçar o novo eixo fundamental da família, não
apenas consentâneo com a pósmodernidade, mas, igualmente, afinado com os ideais de
coerência filosófica da vida humana.
A transição da família como unidade econômica para uma compreensão igualitária, tendente
a promover o desenvolvimento da personalidade de seus membros, reafirma uma nova feição,
agora fundada no afeto, no amor romântico. Seu novo balizamento evidencia um espaço
privilegiado para que os seres humanos se complementem e completem.
A nova visão da família afirma “um relacionamento baseado na comunicação
emocional, em que as recompensas derivadas de tal comunicação são a principal base para a
continuação do relacionamento”, na magistral percepção de GIDDENS[15].
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Nesse passo, é mister afirmar uma releitura dos elementos constitutivos da família.
Assim, os relacionamentos sexuais e afetivos, a amizade e a relação estabelecida entre pais e
filhos passam a ser compreendidos por uma nova ótica, a partir do turbilhão de mudanças que
se sucederam nos tempos pósmodernos. Impõese considerar o desenvolvimento
biotecnológico, a globalização, a derrubada de barreiras culturais e econômicas, etc.,
revolucionando a célulamáter da sociedade.
E a comunicação emocional, ou intimidade, apresentase como pedra de toque para o
desenvolvimento harmônico das relações familiares. Vejase que é a partir da interlocução que
os membros das comunidades familiares se aproximam, estreitando os processos de confiança.
Outrossim, deixando a família de ser compreendida como núcleo econômico e
reprodutivo (entidade de produção), avançando para uma compreensão sócioafetiva (como
expressão de uma unidade de afeto e entreajuda), surgem, naturalmente, novas representações
sociais, novos arranjos familiares. Abandonase o casamento como ponto referencial
necessário, para buscar a proteção e o desenvolvimento da personalidade do homem. É a busca
da dignidade humana, sobrepujando valores meramente patrimoniais.
Ao colocar em xeque a estruturação familiar tradicional, a contemporaneidade (em
meio às inúmeras novidades tecnológicas, científicas e culturais) permitiu entender a família
como uma organização subjetiva fundamental para a construção individual da felicidade. E,
nesse passo, forçoso é reconhecer que além da família tradicional, fundada no casamento,
outros arranjos familiares cumprem a função que a sociedade contemporânea destinou à
família: entidade de transmissão da cultura e formação da pessoa humana digna.
Nesse novo ambiente, averbese que é necessário compreender a família como sistema
democrático, substituindo a feição centralizadora e patriarcal por um espaço aberto ao diálogo
entre os seus membros, onde é almejada a confiança recíproca.
Forte em GIDDENS, o que se propugna é uma verdadeira democracia das emoções
da vida cotidiana: “uma democracia das emoções é exatamente tão importante quanto a
democracia pública para o aperfeiçoamento da qualidade de nossas vidas”[16].
4. O grande desafio da contemporaneidade: garantir a realização e
desenvolvimento da personalidade humana.
Afirmada essa nova feição familiar, necessariamente plural, aberta, multifacetária e
democrática, impende evidenciar a mais importante missão do cientista do novo tempo.
O grande desafio da pósmodernidade, no que tange ao aspecto familiar, é identificar
os caminhos que devem ser trilhados para a garantia de uma realização dos objetivos
originalmente almejados[17].
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Há de se ter na tela da imaginação, nesse panorama, que o problema a se descortinar
em nossos olhos (muitos ainda atônitos pela velocidade com que se operam os avanços da
tecnologia e da evolução social) não é mais o de reconhecer os novos modelos familiares, mas
sim, protegêlos. Não se trata mais de conceber a existência, ou não, de novos modelos de
grupos familiares originados desses avanços tecnológicos, científicos, culturais e (por que não?)
humanos. Sua existência e visibilidade são uma realidade inegável. Negálos seria fechar os
olhos a uma realidade concreta e presente e, assim, por via oblíqua, negar a própria inteligência
e capacidade humanas.
A grande questão que afigurasenos é a proteção a ser conferida aos novos modelos
familiares e, por via oblíqua, aos cidadãos.
Com a lição precisa de TEPEDINO, a preocupação central de nosso tempo é com “a
pessoa humana, o desenvolvimento de sua personalidade, o elemento finalístico da proteção
estatal, para cuja realização devem convergir todas as normas de direito positivo, em particular
aquelas que disciplinam o direito de família, regulando as relações mais íntimas e intensas do
indivíduo no social”[18].
E reconheçase que o ponto de partida para tanto deve estar, sempre, no conceito de
cidadania[19]. Isso porque a cidadania, concebida como elemento essencial, concreto e real,
para servir de centro nevrálgico das mudanças paradigmáticas da sociedade, será a ponte, o elo
de ligação, com o porvir, com os avanços de todas as naturezas, com as conquistas do homem
que se consolidam. Será a afirmação de uma sociedade mais real, humana e, por conseguinte,
mais justa.
Nenhum reflexo de novos temas ou avanços sociais poderá colidir ou afrontar a idéia
de cidadania, que se constitui marco fundamental, pedra angular, dessas novas relações
jurídicas, como, inclusive, ressaltado pelo Art. 1º, inciso III, da Magna Charta, que estabelece
como princípio fundamental da República brasileira a dignidade da pessoa humana. Esse o
ponto de partida.
Predomina, assim, um modelo familiar eudemonista, afirmandose a busca da
realização plena do ser humano. Aliás, constatase, finalmente, que a família é o locus
privilegiado para garantir a dignidade humana e permitir a realização plena do ser humano.
Eleito como princípio fundamental da República, a dignidade da pessoa humana, de
forma revolucionária, veio a se coadunar com a nova feição da família, passando a garantir
proteção de forma igualitária todos os seus membros e descendentes.
Vale invocar o escólio, sempre oportuno, de GUSTAVO TEPEDINO, grande
referência do Direito Civil brasileiro contemporâneo, alertando que a noção conceitual de
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família se amolda ao cumprimento de sua função social, renovandose sempre como “ponto de
referência central do indivíduo na sociedade; uma espécie de aspiração à solidariedade e à
segurança que dificilmente pode ser substituída por qualquer outra forma de convivência
social”[20].
Deste modo, avulta afirmar, como conclusão lógica e inarredável, que a família
cumpre modernamente um papel funcionalizado, devendo, efetivamente, servir como ambiente
propício para a promoção da dignidade e a realização da personalidade de seus membros,
integrando sentimentos, esperanças e valores, servindo como alicerce fundamental para o
alcance da felicidade.
5. Notas conclusivas: a Família enquanto LAR – Lugar de Afeto e Respeito.
A entidade familiar deve ser entendida, hoje, como grupo social fundado,
essencialmente, por laços de afetividade, pois à outra conclusão não se pode chegar à luz do
texto constitucional.
“Mais que fotos nas paredes, quadros de sentido, possibilidades de convivência”,
como desfecha com sensibilidade aguçada FACHIN.[21]
Nesta linha de intelecção, fácil detectarse, com segurança, que a família da pós
modernidade é forjada em laços de afetividade, sendo estes sua causa originária e final, com o
propósito de servir de motor de impulsão para a afirmação da dignidade das pessoas de seus
componentes.
Prestigiase a família como instrumento, como “meio para a realização pessoal de
seus membros. Um ideal ainda em construção”, como assinala ROSANA AMARA GIRARDI
FACHIN, em excelente monografia acerca do tema[22].
E a radiografia do presente é o descortino do porvir: as mudanças que se operam – e
continuarão a se operar – no âmbito da família evidenciam que só se justifica a estruturação da
sociedade em núcleos familiares se, e somente se, for encarada como refúgio para a realização
da pessoa humana, como centro para a implementação de projetos de felicidade pessoal e para
a concretização do amor.
Enfim, o que se há de afirmar do desenho da família na contemporaneidade é de
núcleo fecundo para o desenvolvimento dos aspectos mais positivos do ser humano, como a
solidariedade, a ajuda recíproca, a troca enriquecedora e os laços afetivos. Um verdadeiro LAR:
um Lugar de Afeto e Respeito[23].
Belo sonho, que precisa ser sonhado por muitos, pois, como disse o poeta, sonho que
se sonha só, é só um sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade.
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Bibliografia.
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FACHIN, Rosana Amara Girardi. Em busca da família do novo milênio, Rio de
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GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole – o que a globalização está fazendo de
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SARTI, Cynthia A. “Família e individualidade: um problema moderno”, In
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TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil, Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
ZAMBERLAM, Cristina de Oliveira. Os novos paradigmas da Família contemporânea –
Uma perspectiva interdisciplinar, Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
[1] Nesse diapasão, CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, cf. Direito Civil – Alguns aspectos
de sua evolução, cit., p.167.
[2] É, portanto, a inserção definitiva da família no terreno da cultura, desprendendo de velhos
conceitos biológicos. A respeito do tema, CLAUDE LEVYSTRAUSS, com rara sensibilidade,
já percebia o fenômeno de desnaturalização da família, retirandoa do campo biológico, para
encartála na seara cultural, a partir da compreensão do parentesco a partir de um laço social,
desatrelado do fato biológico, cf. Les structures élémentaires de la parenté, Paris: Mouton,
1967.
[3] Cf. Direito de Família: uma abordagem psicanalítica, cit., p.35.
[4] Cf. “Família e individualidade: um problema moderno”, cit., p.40.
[5] Cf. “Família: algumas inquietações”, cit., p.37.
[6] Cf. SARTI, Cynthia A., “Família e individualidade: um problema moderno”, cit., p.39.
[7] Cf. “O nó e o ninho”, cit., p.75.
[8] Com o mesmo pensar, a Profa. ELISABETE DÓRIA BILAC afirma que “a variabilidade
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histórica da instituição família desafia qualquer conceito geral”, cf. “Família: algumas
inquietações”, cit., p.31.
[9] Cf. Elementos críticos de Direito de Família, cit., p.11.
[10] O mestre CAIO MÁRIO nota que a família “sofreu no curso da história sensível alteração
estrutural, partindo de que num certo momento compreendia todas as pessoas agrupadas em
torno de um chefe comum”, cf. Direito Civil – Alguns aspectos de sua evolução, cit., p.170.
[11] Daí a arguta observação de BONNECASE proclamando que a família deve suportar a lei
da evolução: “mais la lois de l’évolution a opere dans le domaine de famille comme dans tous
lês autres”, cf. La philosophie du Code Napoléon appliquée au Droit de Famille, Paris:
Boccard, 1928, p.11.
[12] Cf. Direito Civil – Estudos, cit., p.17.
[13] Com idêntico raciocínio, ANTHONY GIDDENS, cf. Mundo em descontrole – o que a
globalização está fazendo de nós, cit., p.61.
[14] Cf. Os novos paradigmas da família contemporânea, cit., p.11.
[15] Cf. Mundo em descontrole – o que a globalização está fazendo de nós, cit., p.70.
[16] Cf. Mundo em descontrole – o que a globalização está fazendo de nós, cit., p.72.
[17] Nessa esteira, a conclusão de ELISABETE DÓRIA BILAC, inclusive com referência
doutrina ianque, cf. “Família: algumas inquietações”, cit., p.29.
[18] Cf. Temas de Direito Civil, cit., p.326.
[19] FACHIN, com habitual proficiência, leciona que o “conceito de cidadania pode ser o
continente que irá abrigar a dimensão fortificada da pessoa no plano de seus valores e direitos
fundamentais. Não mais, porém, como um sujeito de direitos virtuais, abstratos ou atomizados
para servir mais à noção de objeto ou mercadoria”, cf. Teoria Crítica do Direito Civil, cit.,
p.330.
[20] Cf. Temas de Direito Civil, cit., p.326.
[21] Cf. Elementos críticos de Direito de Família, cit., p.14.
[22] Cf. Em busca da família do novo milênio, cit., p.141.
[23] A expressão é de RODRIGO DA CUNHA PEREIRA & MARIA BERENICE DIAS, cf.
Direito de Família e o novo Código Civil, Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p.xi.
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