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- O STJ entende que com outros meios de prova, tais como depoimento do autor do fato,
provas testemunhais já é cabível para haver a condenação, isso se a defesa em momento
oportuno não alegar a falta do exame, sendo portanto dispensável a existência da perícia.
Julgado STJ: HC 307.586 Se; 25/11/2014; Informativo 553.
- Artigo 155, CP (Furto): Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
- STF entende que sinal de tv não é energia elétrica, e interpretação em contrário seria “in
malam partem”, podendo ser caracterizado, porém como outro ilícito penal previsto no artigo 33,
da Lei 8977 (Lei das telecomunicações).
- Entende o STF que a “grande questão é que o crime tem que ter escala penal e o artigo
35, da Lei 8977, só possui preceito primário, não possuindo preceito secundário. Dessa forma,
“nullu crime nullo poena sine lege”.”
Julgado STJ: HC 97261, 12/04/2011
- Como demanda complemento, ela é uma norma penal em branco. Como não é em
branco o preceito primário e sim no preceito secundário, é denominada norma penal inversa.
- Para a 5º turma do STJ caracteriza-se SIM furto, tendo em vista ser o sinal de tv uma
energia radiante, tendo decisão sobre o tema em agosto de 2013.
Julgado STJ: HC 30847, 20/08/2013
- Para a 6º turma do STJ, com decisão mais recente (setembro), acabou acompanhando o
entendimento defendido pelo STF e acolheu que não constitui crime.
Julgado STJ: Agravo Regimental em Recurso Especial 1185601 RS
- Ocorre o crime progressivo quando o agente, para alcançar o resultado mais gravoso,
passa por outro, necessariamente menos grave. Em outras palavras, o crime progressivo para ser
praticado necessariamente viola norma penal menos grave (várias lesões corporais são praticadas
para o resultado intencional morte).
- Diferencia-se da progressão criminosa porque nesta o agente intenciona praticar um
crime menos grave e o faz, mas depois decide praticar outro mais grave e pratica, quando se dá a
chamada substituição de dolo.
OBS: Em ambos os casos ocorrerá à aplicação do princípio da concussão, ou seja, crime mais
grave absolve crime menos grave.
-
CHAMADO “CARA” NEGATIVA DO DOLO
- Cara negativa do dolo é a denominação dada pelo brilhante penalista Eugênio Raul
Zaffaroni, ao erro de tipo.
- Para o douto, como a presença de erro de tipo, seja ele escusável ou inescusável,
sempre exclui o dolo, a cara negativa do dolo seria o erro de tipo. Ou seja, ocorre como no cara e
coroa, se é cara (erro de tipo) nunca poderá ser coroa (presença de dolo).
Exemplo de erro de tipo invencível: Pessoa sai com veículo de estacionamento de shopping
acreditando que seja seu o veículo (que possui características idênticas e o faz acreditar que esta
conduzindo o seu).
Erro de tipo invencível exclui dolo e culpa.
Exemplo de erro de tipo vencível: Pessoa sai com veículo de estacionamento de shopping
sabendo que não é o seu, mas por falta de zelo ainda prossegue na conduta, agindo assim
culposamente.
Erro de tipo vencível exclui culpa.
Exemplo: Brasileiro morador de cidade em SP adquire via internet drogas do EUA, que foi
remetida para o endereço informado (residência dele), MAS no percurso do envio ela é
interceptada no aeroporto da cidade do RJ.
Súmula 528, STJ, 13/05/15
- Caso o agente esteja intimamente ligado com a organização / grupo ou estar associado,
este responderá como partícipe, incluso, portanto no artigo 33 e 35 da Lei 11.343/06.
OBS: Se o agente colaborar com traficante individual, responderá incurso no artigo 37 da Lei
11.343/06 em razão da homenagem ao princípio da proporcionalidade. Analogia, portanto, “in
bona partem”.
- O artigo 37 da referida Lei, não se enquadra ao tráfico de droga, logo, não se equipara a
crime hediondo.
- Artigo 40, V, da Lei 11.343/06 apresenta uma majorante (causa de aumento de pena) -
As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal.
- A 6º turma do STJ entende que não necessita a transposição de fronteiras para
caracterizar a majorante supra, entretanto a 5º turma do próprio STJ entende que existe a
necessidade da transposição para que possa incidir tal majorante.
- A 1º turma do STF, entretanto acompanha o entendimento da 6º turma do STJ e entende
que não há necessidade da transposição de fronteira para incidir a majorante, ESTE É O
POSICIONAMENTO MAJORITÁRIO.
Julgado STF: HC 122791, 1º turma STF, novembro de 2015
OBS: É necessário que se comprove que a droga seria vendida em outro Estado / DF, mesmo
que não ocorra a transposição.
- Nos crimes de lavagem de dinheiro (Lei 9.613), torres de vigia ou "gatekeepers" são as
entidades que atuam ou têm acesso aos caminhos e trilhas pelos quais corre o capital oriundo da
infração penal, como bancos, corretoras de imóveis, contadores, etc. Devido à sua posição
privilegiada, obrigam-se a não colaborar com atos ilícitos e a contribuir na atividade de vigilância e
inteligência do poder público.
PROVA IRRITUAL
- A prova irritual, que também não pode ser confundida com a prova atípica, é uma prova
típica colhida sem a observância do procedimento da lei. A diferença fundamental entre a prova
atípica e a prova irritual se dá entre a existência do procedimento probatório no ordenamento
jurídico. A prova atípica não está mencionada no ordenamento e/ou seu procedimento não está
regulado na lei (posição ampliativa), já a prova irritual está tipificada na lei, só que, no caso
concreto, não foram seguidos os cânones da norma.
- Prova (de) fora da terra é uma classificação possível de ser encontrada, por exemplo, no
manual de processo penal de Fernando Capez. Esse meio de prova é assim classificado quando é
produzido perante juízo distinto daquele em que se processo o feito, como acontece no caso do
artigo 222, caput e § 1o, do CPP (Carta Precatória).
- Interessante registrar que a produção de prova “fora da terra” não é incompatível com o
princípio inserido expressamente no CPP na reforma de 2008 da identidade física do juiz, haja vista
se tratar de postulado inserido na ordem jurídica a partir de uma lei ordinária, razão pela qual é
admitida sua exceção, desde que também prevista em instrumento normativo de mesma
natureza (ou superior), como é o caso da carta precatória, também regulamentada no Código de
Processo Penal, como medida excepcional.
* HOMICIDIO PRIVILEGIADO
- O homicídio para ser privilegiado o agente tem que estar sob DOMINIO de forte
emoção. Se o examinador inserir a palavra “INFLUÊNCIA” ou qualquer outra parecida, NÃO
PROCEDE O PRIVILEGIO.
- Se o agente esta associado à atividade criminosa + realiza a venda, ele perde o direito ao
privilegio, mas se este agente somente comercializa mesmo que respondendo a outra ação penal
por comercialização, ele ainda sim terá direito ao privilegio.
- Associação para o tráfico não é equiparado a hediondo conforme já explicitado ao longo
do “Zoukderno”.
Para configurar associação, tem que ter estabilidade na atividade, não apenas atos eventuais,
respondendo pelo artigo 33, lei 11.343/06, em concurso de pessoas.
- Fato de, por exemplo, realizarem tratativa, mesmo sem ter contato com a droga, os
agentes podem ser presos por associação.
- STJ e STF entendem que a quantidade de droga apreendida no caso concreto pode
revelar que existe dedicação na atividade criminosa, evitando assim a aplicação da diminuição de
pena por privilegio.
A quantidade de droga somente não é elemento suficiente para caracterizar o tráfico de
droga.
O ônus da prova é sempre de quem acusa (MP), no sentido de comprovar que a quantidade
da droga apreendida era para tráfico, posicionamento do STJ.
- A vedação da conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direito foi
considerada INCONSTITUCIONAL em controle difuso de constitucionalidade, sendo possível,
portanto a conversão desde que atendido os requisitos do artigo 44, lei 11.343.
- Ainda na mitologia grega, Teseu, em sua última viagem, prendeu Procusto na própria
cama que este utilizava para matar suas vítimas e cortou a sua cabeça e pés, como forma de vingar
todas as mortes que este havia praticado ao longo do tempo.
Assim, também por analogia, o termo homicídio teseuniano passou a ser utilizado como
sinônimo de homicídio motivado por um desejo de vingança.
OBS: A morte é considerada efetivada com a cessação da atividade encefálica (art. 3º, lei
9434/97).
OBS: O agente (autor do fato), já começa a responder por homicídio mesmo a vitima sendo
mantida por aparelhos, mas já sem atividade cerebral.
- Bagatela própria é aquela em que para o direito tem que haver relevância, possuindo
tipicidade formal e material, além dos requisitos estabelecidos pelo STF, como mínima lesividade
da conduta; inofensividade do delito e outros.
Aqui exclui a tipicidade.
- Ao contrário do que frequentemente se verifica em sede doutrinária, não se pode
confundir os conceitos entre os princípios da Desnecessidade da Pena e os da Insignificância.
Enquanto esse envolve aspectos da tipicidade material, o primeiro se vincula ao caráter de causa
excludente da punição concreta do fato, ou seja, de dispensa de pena (em razão de sua
desnecessidade, como o próprio nome indica, à luz do caso concreto analisado).
- Trata-se, em última análise, da chamada infração bagatelar imprópria. Ao contrário da
própria, vinculada à insignificância, ela nasce relevante ao Direito Penal – porque existe um efetivo
desvalor da conduta e do resultado, mas depois se verifica que a incidência de qualquer pena no
caso concreto apresentar-se-ia completamente desconectada e irrelevante.
- Ressalte-se que tais observações não são produtos de invenções incoerentes e teses
carentes de substratos, mas antes uma apreciação direta do texto legal do Código Penal Brasileiro,
a partir de uma interpretação consonante com o espírito e postulados constitucionais vigentes.
- Cabe ao Estado aplicar a Lei Penal, dando àqueles a quem é devida a reprimenda justa.
Sob este viés, faltou no Código Penal reprimenda no título dos crimes contra os costumes
relacionado à punição da mulher que se utiliza dos artifícios da Síndrome da
Mulher de Potifar. Todavia, ele não faz isso, deixa ao operador do Direito a missão de
vasculhar no Código a norma aplicada ao caso. Assim, os erros são frequentes na aplicação do
crime de calúnia, previsto no art. 138 do Código Penal, tendo em vista que é crime caluniar alguém
imputando-lhe falso crime. No entanto, não para por aí a conduta da mulher a qual nos referimos,
já que ela também fez mover a máquina pública. Sua conduta é mais grave, na verdade, é crime
contra a administração da justiça. Trata-se do crime de denunciação caluniosa, previsto, por sua
vez, no art. 339 do Diploma citado.
- Pelo que consta, a expressão foi cunhada originariamente pelo Dr. Maximiliano Roberto
Ernesto Führer, jurista e Promotor de Justiça do Estado de São Paulo, no seu livro História do
Direito Penal - Crime Natural e Crime de Plástico.
- A jurista acima faz uma diferenciação entre os denominados crimes naturais, que são
aquelas condutas que sempre foram consideradas como crimes independentemente do momento
histórico ou do ordenamento jurídico observado e os crimes de plástico, correspondentes às
condutas que só são consideradas como relevantes para fins de tipificação penal em um
delimitado momento histórico e a luz das peculiaridades de determinadas sociedades.
- Assim sendo, condutas como homicídio, lesão corporal, furto ou roubo, são
considerados crimes naturais por estarem tipificados na regra dos ordenamentos jurídicos das
diversas nações e se postergarem como delitos ao longo do tempo.
Em outras palavras: homicídio, por exemplo, de regra sempre foi considerado como crime,
desde os primórdios do Direito Penal, seja no Brasil ou fora dele, sendo considerado um crime
natural.
Traduzindo: são condutas que normalmente não era objeto de tipificação do ordenamento
jurídico, mas que passam a ser consideradas como crimes como forma de
promover a tutela de uma situação específica ou de dar uma resposta para a coletividade.
Exemplo: o crime de marketing de embosca, tipificado na Lei Geral da Copa do Mundo, que
não está mais em vigor, foi criado apenas para atender as particularidades do momento histórico
em que o Brasil sediava a Copa do Mundo de Futebol.
Estas expressões - crime natural e crime de plástico - sejam nomenclaturas que buscam se
referir as ideias de tipos penais originários e tipos penais evolutivos, derivadas do positivismo
jurídico.
- Flagrante positivo é quando existe acervo probatório suficiente para autuar o agente.
- Flagrante negativo é quando não existe acervo probatório suficiente para autuar o
agente na conduta a este atribuída.
- São previstos alguns institutos que tenham como objetivo precípuo evitar a consumação
de um crime cuja execução já se iniciou. Entre todos, podemos destacar o arrependimento eficaz e
a desistência voluntária, os quais, consoante os ensinamentos do penalista Von Liszt,
consubstanciariam a chamada “ponte de ouro do direito penal”, ou seja, o caminho passível de ser
percorrido por aquele que iniciou rumo ao ilícito penal para, corrigindo seu percurso, retornar à
seara da licitude.
- De acordo com o criminalista nascido em Viena, a ponte de ouro do direito penal seria
composta dos institutos do arrependimento eficaz e desistência voluntária, ambos hoje trazidos no
artigo 15 do CPB. Vejamos:
Apesar de intensa discussão acerca da natureza jurídica dos referidos institutos, havendo
defensores da classificação como (1) causa pessoal de extinção da punibilidade (ex: Zaffaroni), (2)
causa de exclusão da culpabilidade (ex: Claus Roxin), prevalece na doutrina e jurisprudência pátria
a concepção de (3) causa de exclusão da tipicidade.
Avançando em seus estudos, o mesmo Franz Von Liszt identificou como ponte de prata do
direito penal outro importante instituto, qual seja o arrependimento posterior. Perceba que se
trata de um caminho a ser adotado pelo agente criminoso, ofertado pela legislação visando
também à redução de danos da conduta delituosa que, não obstante não evitar que o réu
responda pelo crime perpetrado, autoriza uma minoração das circunstâncias, viabilizando que o
processamento se dê como se tentativa fosse. Ele não será beneficiado com a exclusão da
tipicidade (ponte de ouro), mas o será com a (causa de) redução da pena! Vejamos o que nos diz o
atual artigo 16 do Código Penal Brasileiro:
Art. 16 – Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a
pena será reduzida de um a dois terços.
OBS: Basta imaginarmos um crime de furto em que o agente devolva o objeto subtraído
antes do recebimento da denúncia. Ele será beneficiado pela ponte de ouro (art. 15 CPB)? Não,
pois o resultado já foi produzido. Mas sem dúvidas ele poderá se valer da ponte de prata, já que
preenchidos todos os requisitos do instituto do arrependimento posterior!
AUTO DE RECONHECIMENTO DE PESSOAS
- Para ocorrer à incidência da majorante do artigo 40, III, da Lei 11.343/06, ao agente não
basta portar droga no interior de transporte público, ele tem que realizar a conduta “vender” no
interior do transporte. Este é o ENTENDIMENTO do STJ.
OBS: Se o examinador perguntar: “...segundo letra da lei...”, sempre deverá responder o que
a Lei diz, e nesse caso, o fato de portar consigo em transporte público já é o suficiente para incidir
a majorante.
- Mesmo que a vítima de ato infracional análogo a crime que exija representação, não
deseje prosseguir com a representação junto ao DelPol, este lavrará procedimento tendo em vista
que o ato infracional análogo a crime, não necessita de representação, diferente do crime
portanto. No caso, o Estado tem o dever de corrigir o menor infrator.
- Crime Profissional é qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão,
utilizando-se dela para a atividade ilícita. Assim, o aborto praticado por médicos ou parteiras, o
furto qualificado com chave falsa ou rompimento de obstáculos por serralheiro, etc.
- Delito de circulação é o “Praticado por intermédio do automóvel” (Damásio E. de Jesus).
Exemplo: Agente rouba bolsa de transeunte e dentre os itens que existiam na bolsa, era o
documento de identidade dela e um talonato de cheque.
Aproveitando-se do acesso que possuía a assinatura da mesma, falsifica a sua assinatura no
cheque e vai até estabelecimento bancário tentar saca-lo. Caixa percebe o nervosismo e chama
policia.
Preso em flagrante, DelPol lavrá os procedimentos necessários e encaminha para o juiz que
remete ao MP. Este o denúncia pelo crime de roubo e tentativa de estelionato. A defesa alega que
não poderia o MP denuncia-lo no crime de tentativa de estelionato tendo em vista que se trataria
de “pos factum”, portanto mero exaurimento do crime.
- Para o STJ não tem que se falar em “pos factum” impunível, tendo em vista que são bens
jurídicos distintos, vitimas distintas e designíos autônomos.
Assim, deve o mesmo responder por roubo e tentativa de estelionato em concurso material
de crimes.
Julgado STJ: HC 309939, 5º turma, 28/05/2015
§ 2º Se resulta:
IV - deformidade permanente.
ARTIGO 310 CTB (entregar veículo a quem não possui habilitação) X STJ
- Para a 6º turma do STJ, entende que o simples fato de entregar a pessoa não habilitada
(artigo 310, CTB), é crime de perigo abstrato.
- Responde quem entrega, mas se quem conduz não age em desconformidade, este não
responde por crime. Já se quem conduz age causando perigo, responderá pelo artigo 309, CTB.
OBS: Quem entrega o veículo precisa ter conhecimento de que este que conduz não tem
habilitação ou não tem capacidade psicomotora ou ainda não está alcoolizado.
CRIME DE HERMENEUTICA
- No ano de 1896 o então governador do RS, que era taxado como “presidente” editou lei
estadual que tratava de questões penais (mais precisamente sobre tribunal do júri).
- Juiz singular, entretanto, entendendo que não deveria aplicar a lei editada pelo
governador do RS por ser inconstitucional, acabou por não aplicar no caso concreto. Situação levou
o governador a levar o caso para o PGR que ofertou denúncia contra o juiz. Ocorreu a condenação
do magistrado, mas o douto Rui Barbosa recorreu ao STF.
Um crime de colarinho azul refere-se a uma pessoa de uma classe inferior que comete um
crime.
CRIME DE RUA
CIFRAS ROSAS
- São crimes cometidos por homofobia.
- Também chamado de crime de mera suspeita / crime sem ação / e crime de mera
posição. Ou seja, crime por simplesmente suspeita.
- Crime de perigo abstrato.
- O autor é punido pela mera suspeita despertada. Em nosso ordenamento jurídico, só há
uma forma que se assemelha a esse crime, que é a contravenção penal prevista no art. 25 da LCP
(posse de instrumentos usualmente empregados para a prática de crime contra o patrimônio, por
quem já tenha sido condenado por esse delito).
- O STF julgando o Recurso Extraordinário 583523, entendeu que o artigo é
INCONSTITUCIONAL, justamente por não ser possível utilizar antecedentes como forma de
criminalizar uma situação em que não ocorreu ação.
- Embora seja inconstitucional o artigo 25, a vadiagem e mendicância ainda se encontram
em vigor, mas caíram em desuso por conta da mudança da realidade econômica e social do País.
- Perdão Judicial tem natureza jurídica de extinção de punibilidade (art. 107, IX, CP).
- Perdão judicial, está previsto no art. 121, § 5º, CP, tratado como ato unilateral e é
diferente do perdão judicial da ação penal privada, em que este é um ato bilateral.
Ex: Pai que esqueceu filho em carro e este veio a falecer por asfixia.
- MAJORITARIAMENTE o termo “... poderá...” deve ser entendido como “... deverá...” para
o juiz, obedecendo obviamente os requisitos.
- A doutrina e jurisprudência entendem que em caso de homicídio culposo na condução
de veículo automotor, responderá pelo art. 302, CTB, mesmo no código de trânsito não prevendo o
perdão judicial, por analogia “in bonam partem”, se aplicaria atendidos os requisitos.
Para o STJ é necessário vinculo afetivo.
Agravo REsp 14551 DF, de 06/06/2014
- No caso do agente que ingere bebida alcóolica e se envolve em acidente, vindo a
acompanhante a falecer, responder por homicídio doloso por dolo eventual segundo STF, mesmo
no CTB prevendo o crime de homicídio culposo qualificado por ingestão de substância que altera
os sentidos.
- No caso de lesão corporal, por exemplo, de um acidente, tendo dois passageiros, o
perdão judicial é possível se o agente provocador tiver uma lesão muito grave, poderá ser aplicada.
- Pode o Juiz enviar os autos para o PGE / PGR utilizando do artigo 28 do CPP. OBS: Ambas
- Assim, o STF entende que a via ordinária (primeiro grau), por estar mais próxima ao fato,
deverá avaliar a aplicação ou não do principio. Mas o STF estabeleceu parâmetros que devem ser
observados.
- A doutrina ainda fala de requisitos subjetivos, por exemplo, o valor que o bem
representa para vítima.
- Em 2014, julgamento de agente com vários delitos de natureza diversos, ocorreu junto
ao STF (HC 114723, 26 de agosto de 2014).
Reiteração cumulativa:
É quando vários atos são realizados por mais inexpressiva quando fracionados, no final,
somando-se deixa de ser insignificante.
OBS: LFG entende ser possível somente se não for verificado no caso concreto o “modus
vivendi” do agente.
São vários atos realizados em momentos distintos, de gêneros diferentes. O STF entendeu ser
possível a aplicação do principio da insignificância.
O QUE É CONCAUSA?
- O agente que responde pelo art. 36, da Lei 11.343/06, terá uma reprimenda maior.
- É possível a associação para a prática do financiamento que incorre no artigo 35, da lei
11.343/06.
- É possível o agente financiar e vender ao mesmo tempo, e o STJ já decidiu que não
responde pelo art. 33 e 36 da Lei 11.343/06, e sim tipificando o art. 33 do aumento de pena do art.
40 da lei 11.343/06.
Julgado STJ 6º, turma, REsp 1290296 Paraná, 17/11/2013, Informativo 534
- A doutrina diz que não há possibilidade de jogar na associação a pessoa que financia e o
traficante.
- Não é possível falar em concurso de crime entre eles, e sim enquadra-los no art. 33 C/C
aumento de pena do art. 40 da Lei 11.343/06.
o o
Os arts. 6 , 185, 304 e 318 do Decreto-Lei n 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), passam a vigorar com as seguintes alterações:
o.
Art. 6
Art. 185.
Art. 304.
o
§ 4 Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 318.
IV - gestante;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos.
- Associação para o tráfico não é considerado tráfico, portanto não é crime equiparado a
crime hediondo.
- Associação é crime permanente.
- Art. 33, da lei 11.343/06 possui verbos incriminadores / criminalizantes.
- Art. 33, § 4º, da lei 11.343/06, trata do tráfico privilegiado, não sendo possível a
concessão do indulto.
- Pode o agente ser condenado incurso nos artigos 33 e 35 da lei 11.343/06.
- O STJ analisando caso concreto decidiu pela NÃO aplicabilidade do indulto no tráfico
privilegiado, pois o privilégio não afasta a tipicidade.
Súmula 512, STJ.
- O STJ também decidiu que NÃO pode ser aplicada a causa de diminuição de pena (tráfico
privilegiado), artigo 33, §4º, da lei 11.343/06, na hipótese do réu ser condenado por tráfico e
associação na mesma ação penal.
Julgado REsp 1199671, 26 de fevereiro de 2013
- Para que o agente cumpra sua pena, ela é submetida ao sistema penal / legal / formal.
- Segundo o professor Zaffaroni, o sistema penal subterrâneo é exercido pelas agências de
criminalização que pode ser agência primaria (ex: politica – poder legislativo; poder executivo
eventualmente – criam leis), bem como agência secundária (ex: judiciário, policia, penitenciária –
aplicadores da lei).
- O sistema penal subterrâneo não possui agência, institucionaliza a pena de morte,
desaparecimentos, torturas, sequestros, exploração do jogo, da prostituição, entre outros delitos.
- É o sistema utilizado por milicianos, por exemplo, em que ele mesmo apura, julga,
condena e aplica a pena.
- O agente público, neste caso usando a figura de um delegado de policia, pratica tortura
ou qualquer ato à margem da lei e de maneira violenta e arbitrária contra um autor de um delito,
contando com a participação ativa ou passiva, em maior ou menor grau, dos demais operadores
que compõem o sistema penal. Ocorrendo assim a acusação, processo e condenação tudo
ocorrendo, por exemplo, dentro de uma delegacia de policia, vilipendiando o sistema legal e a
legislação.
- Portanto, para o professor Zaffaroni, o direito penal subterrâneo é aquele em que é
praticada infração penal por agente do Estado (por exemplo, na apuração de um delito) não
seguindo os ditames legais. Também denominado direito penal às escuras, não seguindo o
garantismo penal.
a) em primeiro lugar, que ninguém pode ser castigado por seus pensamentos, desejos ou
meras cogitações;
b) em segundo lugar, que a forma de ser do sujeito, seu estilo de vida, suas convicções
pessoais, sua ideologia ou sua própria personalidade não pode servir de fundamento para a
responsabilidade criminal ou mesmo para sua agravação.
c) pela difusão do medo e da insegurança pela criminologia midiática, que assume o papel,
a partir da exploração e espetacularização do medo e da insegurança, de (a) empreendedora moral
do castigo ou mesmo (b) de uma mídia;
d) pela transformação da segurança social (dos direitos sociais) e individual (segurança do
cidadão frente ao Estado) em segurança pública, que no fundo é a segurança do Estado e do
modelo sócio-econômico que o comanda, que não se confunde com o conceito de segurança
nacional das ditaduras;
e) pela absoluta ineficácia preventiva das suas medidas (nenhum tipo de crime diminuiu de
1985 para cá, visto que o populismo penal acredita no efeito dissuasório da pena e da
condenação).
- O processo (o discurso) do populismo penal:
(a) se alimenta e se incrementa diuturnamente com a “sensação de impotência” do cidadão
(amedrontado, inseguro, desnorteado) que, ao demandar vingança, transforma sua impotência em
prepotência;
(b) ganha visibilidade concreta com a atuação populista dos agentes executivos do poder
punitivo (policiais e agentes penitenciários), que dão vida ao novo direito penal autoritário;
(c) e se torna patológico, escatológico e nazista quando conta com o apoio dos juízes (que
deveriam funcionar como semáforo vermelho de contenção dos abusos do Estado de Polícia).
- O produto final gerado pelo populismo penal (o direito penal autoritário e prepotente
produzido por ele) é atécnico, irracional, desproporcional (excessivo), desarrazoado, demagógico,
antigarantista, hiperpunitivo, neoconservador, reacionário, simbólico (em termos de prevenção de
crime), propagandístico, desigual, discriminatório, fundamentalista, racista, nada empírico, muito
intuitivo, falso, tendencioso, manipulador, paranoico, enganoso, ineficiente e vingativo.
- O populismo penal é um engodo da democracia (porque é totalmente ineficiente em
termos preventivos).
- Ele promete resultados mágicos, como fim da insegurança, fim do medo, fim da
delinquência, ou seja, uma ilusória cura para um problema social muito grave (que é a insegurança
e o medo), assim como utopias reacionárias (tolerância zero, que leva a crer na criminalidade zero -
Ferrajoli), por meio de uma infinidade de discursos sedutores, como lei e ordem, tolerância zero,
inocuização, emergencialismo, guerra contra as drogas, guerra contra o crime organizado, guerra
contra o terrorismo, three strikes and you are out, direito preventivo da sociedade de riscos,
direito penal do inimigo, polícia operativa (do extermínio) etc.
- Partindo de uma crença mágica, de que funciona o efeito dissuasório da pena e da
condenação (metáfora do homem das cavernas).
- Dentre tantos outros, são efeitos práticos do populismo penal:
a) a produção de uma inflação legislativa desorganizada e irracional (quase 100 leis penais
de 80 para cá);
b) a desconfiguração (deformação) do direito penal liberal típico do Estado de Direito
(perigo abstrato presumido, dolo eventual no lugar dos crimes culposos, responsabilidade coletiva
etc.);
c) a criação ou imposição de penas completamente desproporcionais (CP, art. 180, § 1º)
(fundamentalismo punitivo);
d) a exacerbação da rejeição social do preso e do egresso (que se transforma em zumbi);
e) o incremento da criminalidade em razão da ineficácia preventiva de novos crimes (ou
seja: não redução dos crimes), ao contrário, em alguns momentos, há inclusive a produção de mais
crimes (o populismo penal apresenta também efeitos criminógenos) (metáfora do elefante e dos
ratos);
f) a não solução do problema social enfocado, em razão da inapetência do Estado e da
sociedade (que deixam de buscar as soluções necessárias, factíveis, inteligentes e razoáveis para o
seu devido equacionamento).
g) o encarceramento massivo (e inusitado), sobretudo dos pobres (daí o caráter classista e
racista do populismo penal conservador clássico – Ferrajoli), que nos últimos anos, no entanto,
começaram a ter também a companhia de alguns poderosos (por força do efeito deslizante da
mídia e do populismo disruptivos), cumprindo todos os culpados, no entanto, o papel de “bodes
expiatórios”, cujas sanções seletivas tranquilizam momentaneamente o sentimento de vingança e
de impotência do cidadão.
- Mandado de prisão pode ser cumprida a noite, o que não pode é entrar na casa para
cumprir, salvo os casos previstos no Art. 5º, XI, CR. Exemplo: Autor que se encontra em barzinho ou
em frente a sua residência.
- Sobre a relação (ou o grau de relação) entre o fato típico e a ilicitude formaram-se várias
correntes doutrinárias, com repercussões práticas no âmbito processual, especialmente, na
questão do ônus da prova e do princípio do in dubio pro reo. Dentre as teorias referidas podemos
destacar:
a) Teoria da autonomia ou absoluta independência pela qual a tipicidade não tem qualquer
relação com a ilicitude, de tal sorte que ocorrido o fato típico, não se pode afirmar que ele é
presumidamente ilícito, ainda que seja uma presunção relativa (isso ocorreu no tempo do
causalismo e, sobretudo, na construção de Beling, em 1906);
b) Teoria da indiciariedade ou da "ratio cognoscendi" pela qual se há fato típico,
presume-se, relativamente, que ele é ilícito; o fato típico é o indício da ilicitude (Mayer, 1915),
que deve ser afastada mediante prova em contrário, a cargo (leia-se ônus) da defesa. Ao
contrário da primeira corrente, não há aqui uma absoluta independência entre esses dois
substratos do crime, mas uma relativa interdependência;
c) Teoria da absoluta dependência ou "ratio essendi": cria o conceito de tipo total do
injusto, levando a ilicitude para o campo da tipicidade. Em outras palavras, a ilicitude é a essência
da tipicidade, numa absoluta relação de dependência entre esses elementos do delito. Não
havendo ilicitude, não há fato típico (Mezger, 1930);
d) Teoria dos elementos negativos do tipo: tem o mesmo resultado prático da teoria
anterior, embora com ela não se confunda (como, aliás, faz parcela da doutrina), porque
construída sob-bases diferentes. Por essa teoria, o tipo penal é composto de elementos positivos
ou expresso (que são as clássicas elementares do tipo penal) mais elementos negativos ou
implícitos do tipo (causas excludentes de ilicitude). Para que o fato seja típico os elementos
negativos - excludentes de ilicitude - não podem existir. Aqui também há uma absoluta relação de
dependência entre fato típico e ilícito, um pressupondo a existência do outro (Merkel etc.).
- Pois bem. No Brasil, em que pesem entendimentos em contrário, a doutrina e a
jurisprudência majoritárias ainda se inclinam pela segunda das teorias apontadas, qual seja, a
teoria da indiciariedade ou da "ratio cognoscendi" (que foi ratificada, posteriormente por Welzel).
Em termos práticos, significa afirmar que ocorrido o fato típico, ele é presumidamente ilícito
(presunção relativa). Por essa teoria não é ônus da acusação provar a inexistência de causa
excludente de ilicitude, mas tão somente que o fato é típico. Cumpre à defesa provar a existência
da descriminante e, portanto, a licitude do fato típico e, consequentemente, a inexistência de
crime.
- O raciocínio doutrinário até aqui referido parece correto e adequado à teoria da
indiciariedade. Mas no campo processual, essa teoria da "ratio cognoscendi" deve ser analisada à
luz do princípio do estado de inocência e de seu corolário principal, o princípio "in dubio pro reo”.
Isso significa dizer que para ser absolvido o acusado não precisa provar a existência da excludente
de ilicitude, mas tão somente demonstrar a probabilidade da ocorrência da causa justificante.
- Tudo quanto acaba de ser dito vale integralmente para a decisão dos jurados (no
Tribunal do Júri). Em caso de dúvida, impõe-se a absolvição do réu.
SÍNDROME DE LONDRES
- Na síndrome de Londres os reféns passam a discutir, discordar do comportamento dos
sequestradores gerando uma antipatia que, muitas vezes, lhes poderá ser fatal.
- A denominação Síndrome de Londres surgiu após o evento ocorrido na Embaixada
Iraniana, localizada na cidade de Londres, onde seis terroristas árabes iranianos tomaram como
reféns 16 diplomatas e funcionários iranianos, 3 cidadãos britânicos e 1 libanês, durante o período
de 30 de abril a 5 de maio de 1980.
- No grupo de reféns, havia um funcionário iraniano chamado Abbas Lavasani, que
discutia, com frequência, com os terroristas dizendo que jamais se dedicaria ao Aiatolá e que seu
compromisso era com a justiça da revolução islâmica. O clima entre Lavasani e os terroristas era o
pior possível até que, em determinado momento do sequestro, quando decidiram que um dos
reféns deveria ser morto para que acreditassem nas suas ameaças, os sequestradores escolheram
Lavasini e o executaram.
o o
Art. 1 Esta Lei modifica o art. 171 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940
- Código Penal, com o propósito de estabelecer causa de aumento de pena na hipótese de
estelionato cometido contra idoso.
o o
Art. 2 O art. 171 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
o
passa a vigorar acrescido do seguinte § 4 : Art. 171.
- Trata-se de teoria desenvolvida pela Suprema Corte dos Estados Unidos, que a tem
aplicado em situações nas quais o agente finge não enxergar a ilicitude da procedência de bens,
direito e valores com a intenção deliberada de auferir vantagens.
- Trata-se de uma metáfora que compara o agente público ao avestruz, que enterra sua
cabeça na terra para não tomar conhecimento de algo que ocorre ao seu redor, no caso do agente,
a natureza ou extensão do ilícito em curso.
- Para que ocorra a aplicação da Teoria da Cegueira Deliberada, é necessário que o agente
tenha conhecimento de que os bens, direitos ou valores sejam provenientes de crimes e, ainda,
que tenha agido de modo indiferente a esse conhecimento, e tal evidência deve restar
minimamente comprovada nos autos.
- Com isso, sua aplicação busca punir aquele que se coloca, de modo intencional, em
estado de ignorância ou desconhecimento para não saber com detalhes as circunstâncias fáticas de
uma situação suspeita, o que demanda ao menos a existência de um contexto probatório neste
sentido. Em outras palavras, o Judiciário deverá aplicar tal teoria com parcimônia, sob pena de se
resvalar na odiosa responsabilidade penal objetiva.
- Para que a teoria seja aplicada três requisitos fundamentais devem ser analisados,
segundo propõe Ramon Ragués i Vallès, quais sejam:
c) há, por fim, um terceiro requisito, subjetivo, citado por Ragués i Vallès, que é a intenção
da manutenção do estado de ignorância visando a proteção do agente da descoberta do delito e
futura condenação, de tal modo que sempre poderá alegar que nada sabia a respeito.
- Baseado no que foi exposto, conclui, com muita propriedade, André Luís Callegari e Ariel
Barazzetti Weber, entendimento do qual, concorda-se, a preocupação para que uma conduta
culposa não seja punida como se dolosa fosse – principalmente no que tange ao dolo eventual no
delito de lavagem de dinheiro, por não ser pacífico na doutrina -, utilizando, para tanto, a cegueira
deliberada. Desafio a ser enfrentado pela doutrina e pelo judiciário brasileiro.
DICAS RÁPIDAS
1 – O que é FAMULATO?
R = É a relação do furto praticado pelo empregado em relação aos bens do empregador. Pode
caracterizar furto qualificado, desde que haja abuso de confiança (art. 155, § 4º, II, CP). A relação
empregatícia, por si só, não atrai a qualificadora.
8 – PRISÃO PREVENTIVA não pode ser cumprida em regime mais gravoso que o fixado na
sentença.
10 – A lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser considerada insignificante
quando o valor dos bens subtraídos perfaz mais de 10% do salário mínimo vigente à época dos
fatos.
17 – VIGILÂNCIA ELETRÔNICA não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido
no interior do estabelecimento comercial. (REsp 1385621)
A qualquer tempo (momento) – durante IP ou no curso do processo, mesmo que não se trate
de prisão em flagrante + Não importa a pena prevista.
33 – O que é PUBLICATIO?
R = É a retirada de determinada atividade da seara privada, transportando-a para o seio do
direito público. Não podendo particular exercer, sem que haja delegação do poder público.
41 – A roleta-russa consiste na utilização de uma arma, com um projetil, que deverá ser
disparada sucessivamente pelos participantes em sua própria direção, rolando o tambor cada
um em sua vez. Neste caso, havendo morte, os sobreviventes respondem por participação em
suicídio.
49 – Não se tipifica crime material contra ordem tributária, previsto no art. 1º, I a IV, da
lei 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. Súmula Vinculante nº 24 do STF.
52 – Consuma-se o crime de FURTO com a posse de fato da res furtiva, ainda que por
breve espaço de tempo e seguida de perseguição do agente, sendo prescindível a posse mansa e
pacifica ou desvigiada. (STJ, 3ª Seção, REsp 1.524.450/ RJ)
54 – É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal. (STF súmula
609)
55 - Consuma-se o crime de ROUBO com a inversão da posse do bem, mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição
do agente e recuperação da coisa roubada. (STJ, 3ª Seção, REsp 1.499.050/ RJ)
59 – É CRIME exigir cheque caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento
médico-hospitalar EMERGENCIAL.
65 – O § 1º, do artigo 155, do CP, prevê que a pena do crime de furto será aumentada de
um terço, se o crime for cometido durante o repouso noturno. A causa de aumento de pena
prevista no § 1º, pode ser aplicada tanto para os casos de furto simples (caput), como para
hipóteses de furto qualificado (§ 4º).
Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º, e as
qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos da aplicação da
pena.
Assim, é possível que o agente condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da
dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno.
(STJ, 5ª turma, AgRg no AREsp 741.482/MG)
66 – O crime de induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio, previsto ao teor do artigo
122, CP, apenas se consuma com o resultado morte ou lesão grave da vitima, sendo o fato
considerado atípico caso não ocorra nenhuma desses resultados.
71 – NÃO SE CONFIGURA o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12, Lei 10.726/03),
a conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência arma de fogo de uso
permitido com o REGISTRO VENCIDO. Se o agente já procedeu ao registro de arma, a expiração
do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação
de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. (STJ, Apn 686/AP. STJ, 5ª Turma,
HC 294.078/SP)
72 – Poderes da administração pública são: a) hierárquico; b) policia; c) disciplinar; d)
discricionário; e) vinculado e, f) normativo.
Críticas à Teoria Sintomática (ou “a preconizada pela Escola Positiva”): Sobre esta teoria,
Zaffaroni e Pierangeli pontificam que outros, limitam-se a fixar-se no autor e a fundamentar a
punição da tentativa na periculosidade do autor. Este critério – eminentemente positivista –
tampouco funciona dentro de nosso sistema penal, porque levaria à punição a tentativa inidônea,
não punível no Código (art. 17).
77 – O que é ABIGEATO?
R = Abigeato é uma espécie de crime de furto que envolve a subtração de animais,
principalmente domesticados, como animais de carga e animais para abate, no campo e fazendas.
A captura de animais selvagens normalmente não é associada com o mesmo tipo penal.
SUPREMA CORTE AMERICANA: O Ministro da Suprema Corte Antonin Scalia disse em uma
recente entrevista que "o uso de técnicas de interrogatório duras agora amplamente condenadas
como tortura pode não ser inconstitucional. Segundo a teoria do "cenário da bomba relógio",
seria difícil excluir o uso da tortura para obter informações de suspeitos de terrorismo, se milhões
de vidas estão em jogo.
VALE registrar que outra parte da doutrina e jurisprudência entende pela POSSIBILIDADE do
flagrante nos crimes habituais, desde que a reiteração da prática esteja devidamente comprovada
(recolhidas provas de habitualidade).
87 – Os crimes de abuso de autoridade previstos na lei 4.898/65, são julgados pela justiça
comum, ainda que praticados por militar em serviço.
90 – Tanto STJ quanto STF entendem que o descaminho é crime tributário FORMAL. Logo,
para que seja proposta ação penal por descaminho, não é necessária a prévia constituição
definitiva do crédito tributário.
Não se aplica a súmula 24 - STF.
O crime se consuma com a simples conduta de iludir o Estado quanto ao pagamento dos
tributos devidos quando da importação ou exportação de mercadorias. STJ, 6ª Turma, REsp
1.343.463/Ba. STF, 2ª, Turma, HC 122325)
91 – Ainda que o descaminho seja delito de natureza FORMAL, a existência de decisão
administrativa ou judicial favorável ao contribuinte – anulando o auto de infração, o relatório de
perdimento e o processo administrativo fiscal – caracteriza questão prejudicial externa
facultativa, que autoriza a suspensão do processo penal (art. 93, CPP). (STJ, 6ª, Turma,
Informativo 552)
100 – Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não
transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Podemos vê-la no artigo 7.5 da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), que diz:
“Toda pessoa presa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora à presença de um juiz ou
outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em
um prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua
liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo”.
O procedimento adotado visa o prazo de 24 horas para os juízes ouvirem as pessoas que
foram presas em flagrante. Com isto, os juízes podem avaliar se é necessário manter a pessoa
presa, se pode sair mediante fiança, se cabe uma medida punitiva de caráter educativo — como,
por exemplo, tornozeleiras eletrônicas — ou até mesmo se deve ficar em liberdade, por não ter
sua prisão justificada.
102 – A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da UNIÃO.
103 – No homicídio culposo, a morte instantânea da vitima não afasta causa de aumento
de pena prevista no art. 12, § 4º, CP, deixar de prestar imediato socorro à vítima, a não ser que o
óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa (STJ)
O furto famélico não é crime porque a pessoa age em estado de necessidade: para proteger
um bem jurídico mais valioso – sua vida ou a vida de alguém – a pessoa agride um bem jurídico
menos valioso – a propriedade de uma outra pessoa.
Para que o crime seja configurado, é essencial que se preencham alguns requisitos: Primeiro,
tem de ser furto. Não pode ser roubo, extorsão etc. Apenas quando não há violência ou ameaça há
o furto famélico (como o nome diz, é furto, e não roubo famélico). Se houver violência ou grave
ameaça, o direito protegido – vida – passa a estar muito próximo do direito agredido (a vida ou
incolumidade física da vítima). Segundo, o juiz deve analisar a proporcionalidade do que foi
furtado. Se alguém tem dez filhos, óbvio que vai precisar de mais comida para alimentá-los do que
alguém que tem um filho. O furto famélico é apenas para suprir as necessidades básicas de
sobrevivência imediata. Não dá pra furtar cem quilos de arroz e dizer que é famélico, pois ninguém
consome cem quilos de arroz em poucos dias.
Por fim, o juiz precisa estar convencido de que a pessoa precisa do bem para sobreviver. Esse
é um requisito básico de qualquer estado de necessidade. Não dá pra alguém que pode obter o
bem de outra forma alegar que não tinha opção. O estado de necessidade
só fica configurado quando não há outra opção razoável. Além disso, o bem precisa ser
essencial para a sobrevivência. Não dá pra ser uma televisão, um casado de grife etc.
105 – Nos casos de prática do crime de introdução de moeda falsa em circulação (art. 289,
§ 1º, CP), se a nota falsificada é repassada para “ascendente, descendente, irmão ou cônjuge”
ou para “criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida”, incidirão as agravantes
previstas nas alíneas “e” e “h” do inciso II, art. 61, CP. Isso porque o sujeito passivo deste delito
não é apenas o Estado, mas também a pessoa lesada com a introdução da moeda falsa. (STJ, 6ª
Turma, HC 211.052/RO, informativo 546)
106 – É nula a citação por edital do réu preso na mesma unidade da federação em que o
juiz exerce sua jurisdição. (STF, súmula 351)
109 – Posição do STJ e STF é no sentido de que o indiciamento é ato privativo do delegado
de policia (autoridade policial), segundo sua analise técnico-jurídica do fato. O Juiz não pode
determinar que o delegado fizesse o indiciamento de ninguém. (STJ, 5ª, Turma, RHC 47.984/SP.
STF, 2ª, Turma, HC 115015/SP)
111 – Na extradição, o principio da limitação em razão da pena garante que o preso não
será extraditado para países onde a pena de morte e a prisão perpétua são previstas, a menos
que sejam dadas garantias de que não irão aplica-las.
112 – A interceptação telefônica tem um prazo máximo de 15 (quinze) dias, renováveis por
mais 15 (quinze) dias. Todavia, não há qualquer proibição ao número de prorrogações, desde
que haja decisão fundamentando a dilatação do período.
113 – O princípio da insignificância deve ser AFASTADO nos casos em que o réu faz do
crime o seu MEIO DE VIDA, ainda que a coisa furtada seja de pequeno valor. (STJ, HC 330156/SC)
119 – HÁ concurso material entre os crimes de roubo e extorsão quando o agente, após
subtrair bens da vítima, mediante emprego de violência ou grave ameaça, a constranger a
entregar o cartão bancário e a respectiva senha para sacar dinheiro de sua conta corrente. (STJ
AgRg do REsp 745957/ES)
120 – A progressão de regime nos crimes contra a ADM Pública está condicionada À
reparação do dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos
legais, além do cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
JULGADOS DIVERSOS
- CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Falsificação de documento da união não atrai competência para a JUSTIÇA FEDERAL, salvo se
ocorrer prejuízo à união. CC 141593 RJ