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Déficits de Memória Associados ao Envelhecimento e ao Acúmulo


X Salão de
de Ferro Cerebral: Uso de Rosuvastatina como Estratégia de
Iniciação Científica Neuroproteção
PUCRS

Luisa Alcalde1, Maria Noêmia Martins de Lima1, Arethuza Dornelles2, Vanessa Athaíde Garcia2,
Gustavo Vedana1, Nadja Schröder1,2 (orientador)
1
Laboratório de Biologia e Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central, Faculdade de Biociências, PUCRS,
2
Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, Faculdade de Biociências, PUCRS.

Resumo

Introdução: Evidências clínicas e experimentais sugerem que durante o processo de


envelhecimento ocorre naturalmente um acúmulo de ferro em determinadas regiões do
cérebro (House et al., 2006; Schipper, 2004; Benkovic e Connor, 1993). O excesso de ferro
pode provocar um aumento na produção de radicais livres citotóxicos que, por sua vez, podem
estar envolvidos na etiologia de doenças neurodegenerativas altamente prevalentes entre os
idosos (Thomas e Jankovic, 2004; Quian e Shen, 2001). De fato, um aumento nos níveis de
ferro tem sido encontrado em pacientes com diferentes doenças neurodegenerativas, como as
doenças de Parkinson (Griffths et al., 1999; Kienzl et al., 1995; Dexter et al., 1994) e de
Alzheimer (Quintana et al., 2006; Ong e Farooqui, 2005; Pratico et al., 2002). Após anos de
investigação ainda não se sabe por que os níveis de ferro estão anormalmente aumentados em
algumas regiões do cérebro nas doenças neurodegenerativas. Também não foi esclarecido se o
acúmulo de ferro é o evento inicial que causa a morte neuronal nestas doenças ou se ele é uma
conseqüência do progresso da doença. O nosso grupo de pesquisa desenvolveu um modelo
animal que demonstra que o depósito de ferro no cérebro produz déficits cognitivos
(Fredriksson et al., 1999; 2000; Schröder et al., 2001; de Lima et al., 2005a) e que estes
déficits podem estar relacionados com o aumento nos níveis de estresse oxidativo cerebral
(Dal-Pizzol et al., 2001; de Lima et al., 2005a). Adicionalmente, nós demonstramos que ratos
velhos (24 meses de idade) apresentam déficits de memória de reconhecimento quando
comparados com ratos jovens (3 meses de idade). No presente estudo, nós analisamos, pela
primeira vez, os efeitos do tratamento neonatal com ferro sobre a memória de reconhecimento
em ratos com 24 meses de idade. Uma vez que as estatinas têm demonstrado exercer
benefícios em diversas doenças neurológicas (McGuinness et al., 2009; Zipp e Aktas, 2006),

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nós também avaliamos os efeitos do tratamento com rosuvastatina sobre os déficits de


memória induzidos pelo tratamento neonatal com ferro e pelo envelhecimento.
Metodologia: Ratos Wistar machos receberam uma dose oral diária (via tubo intra-gástrico)
de veículo (5% de sorbitol em água) ou 10,0 mg/Kg de succinato de ferro (Ferromyn, AB
Hässle, Göteborg, Suécia) do 12° ao 14° dia de vida pós-natal (de Lima et al., 2008b; 2007;
2005a; 2005b; Schröder et al., 2001, Fredriksson et al., 2000; 1999). Ao atingirem 23 meses
de idade, os mesmos animais foram subdivididos em outros 3 grupos experimentais que
receberam injeções intraperitoneais diárias de salina ou rosuvastina (0,2 ou 2,0 mg/Kg) por 21
dias consecutivos. Os ratos foram submetidos à tarefa de reconhecimento do objeto novo 24 h
após a última injeção. A tarefa de reconhecimento do objeto novo consistiu de uma sessão de
treino onde os animais puderam explorar livremente dois objetos idênticos até que atingissem
um total de 30 s de exploração de ambos os objetos (o tempo máximo de duração da sessão
era de 20 min). Os animais foram submetidos a duas sessões de teste de retenção com 5 min
de duração (1,5 h e 24 h após o treino) onde um dos objetos familiares foi substituído por um
objeto novo. Foi calculado um índice de reconhecimento para cada animal, expresso pela
razão entre o tempo que o animal passou explorando o objeto novo e o tempo total de
exploração dos dois objetos em cada sessão: TN/(TF+TN), onde TF=tempo gasto explorando o
objeto familiar; TN=tempo gasto explorando o objeto novo (de Lima et al., 2008a; 2008b;
2007; 2005a; 2005b; 2005c; Schröder et al., 2003). Comparações dos resultados entre os
grupos experimentais foram realizadas utilizando-se análise de variância de Kruskal-Wallis
seguida, quando necessário, por testes de U-Mann-Withney. Para a comparação entre as
sessões de treino e de teste em um mesmo grupo experimental, utilizamos teste de Wilcoxon.
Resultados: Nossos resultados prévios demonstraram que os ratos velhos apresentam déficits
de memória de reconhecimento de longa duração quando comparados com ratos jovens.
Entretanto, eles apresentam memória de reconhecimento de curta duração normal. No
presente trabalho, nós reproduzimos este achado, uma vez que os ratos velhos que receberam
veículo no período neonatal apresentaram memória de curta duração normal e memória de
longa duração comprometida. Interessantemente, nós demonstramos que os ratos que
receberam ferro no período neonatal apresentaram também déficits de memória de curta
duração. Os ratos velhos que receberam veículo no período neonatal + rosuvastatina (0,2
mg/Kg) na fase adulta apresentaram um índice de reconhecimento significativamente mais
alto que o grupo que recebeu salina na fase adulta. O grupo que recebeu a dose mais alta de
rosuvastatina (2,0 mg/Kg) não apresentou o mesmo efeito benéfico. Os ratos velhos que
receberam ferro no período neonatal + rosuvastatina (0,2 mg/Kg) na fase adulta apresentaram

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um índice de reconhecimento significativamente mais alto no teste de memória de curta


duração do que os animais que receberam ferro no período neonatal + salina na fase adulta. A
dose mais alta de rosuvastatina (2,0 mg/Kg) também não foi capaz de reverter os déficits de
memória no grupo que recebeu ferro no período neonatal.
Conclusões: os ratos velhos apresentam naturalmente um déficit na memória de
reconhecimento. Entretanto, os ratos velhos que receberam ferro no período neonatal
apresentaram déficits de memória mais severos, sugerindo que o ferro associado ao
envelhecimento exerce um prejuízo sobre a memória. Os grupos que receberam rosuvastatina
aos 23 meses de idade, apresentaram uma melhor desempenho no teste de memória, indicando
que rosuvastatina foi capaz de melhorar o déficit de memória de reconhecimento induzido
pelo envelhecimento e pela administração de ferro. Os presentes achados dão suporte ao uso
de estatina como um agente neuroprotetor contra os déficits cognitivos associados ao
envelhecimento e às doenças neurodegenerativas.

Referências

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