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Máquinas, Equipamentos
e Instalações II
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL.......................................................................... 9
CAPÍTULO 1
RISCOS..................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA......................................................................................... 14
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI...................................................................... 21
CAPÍTULO 4
PROJETOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA................................................................... 23
UNIDADE II
CHOQUE ELÉTRICO.............................................................................................................................. 29
CAPÍTULO 1
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E DESFIBRILADORES........................................................................ 32
CAPÍTULO 2
RISCOS ASSOCIADOS À OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO.......................................................... 40
UNIDADE III
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS....................................................................................................................... 41
CAPÍTULO 1
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS.................................................................................... 41
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 56
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
Com o intuito de ajudar a indicar um norte a ser seguido, foi feita esta apostila, que aborda temas
relativos à proteção de trabalhadores, com foco nas questões técnicas de elétrica e assuntos
correlatos.
Quando falo de questões técnicas é exatamente este o ponto, a deficiência de funcionário tecnicamente
preparado para mexer com dispositivos elétricos causa altos índices de acidente com intervenções
em instalações elétricas. A análise é simples: se o profissional não utiliza equipamentos corretamente
especificados, ignora as normas e os procedimentos pertinentes, como consequência há grande
chance de um acidente de trabalho ocorrer. Fazendo um paralelo, funciona como uma engrenagem,
se alguma peça não girar corretamente, um efeito indesejado vai surgir em determinado tempo.
Analisando o ponto de vista do acidente de trabalho, todo acidente acarreta uma imagem negativa
da empresa perante a sociedade. E dependendo do caso, pode gerar decréscimo, inclusive no
faturamento de uma empresa. Existe também a comoção dos funcionários que por ventura
souberam do acidente de um colega ou o presenciaram, gerando perda de rendimento no trabalho,
parada de linhas de produção, entre outros casos e, por conseguinte, perda de produção. O acidente
pode gerar também perda de insumos e danificação de equipamentos. Acrescenta-se o fato que a
empresa deve custear não só o salário dos primeiros 15 dias de afastamento do acidentado, como
também treinamento do funcionário deslocado para a função ou contratado por meio de processo
de captação externa. Ainda existem os possíveis passivos trabalhistas em função das indenizações
a serem pagas.
O investimento em treinamento e contemplar as normas vigentes não são apenas recomendados por
que a falta deles trás consequências negativas, existe implicações em outras esferas, por exemplo,
uma ampliação do setor de serviços e fabricação de equipamentos para trabalhos com eletricidade,
que contribui em um nível mais externo até na arrecadação de impostos. Valorização dos
profissionais, com a necessidade de emissão de laudos, relatórios técnicos, diagramas. Por exemplo,
emissão de laudo do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Ocorre também
a diminuição do imposto pago pela empresa, pois com a metodologia vigente para arrecadação do
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), as empresas estão enquadradas em diferentes graus de riscos,
estes determinados pelo Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da atividade
preponderante da empresa, e existe um fator de correção o Fator Acidentário de Prevenção (FAP)
que é diretamente relacionado ao número de acidentes que provoca afastamento pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS).
Espero que a conceituação da importância do trabalho de forma técnica empolgue a todos em tentar
fazer um bom trabalho na área de prevenção de acidentes.
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Objetivos
»» Introduzir conceitos de equipamentos de proteção coletiva e individual, bem como
de superfícies de trabalho.
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EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO COLETIVA E UNIDADE I
INDIVIDUAL
CAPÍTULO 1
Riscos
Esta unidade trata de sistemas de proteção coletiva, mas vamos atentar que antes de falar de sistemas
de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual, existe uma ordem de priorização na
sistemática de proteção do trabalhador.
Vale lembrar o conceito de perigo, que seria a condição que pode provocar perda, que ameaça a
integridade de uma pessoa e o risco seria a condição de perigo associada a uma probabilidade, ou
seja, a exposição ao perigo.
Um conceito de muita importância é a análise de riscos. Que é um processo realizado por meio
da observação e discussão dos fatores ambientais de trabalho, proporcionando ações que visam
neutralizar os riscos identificados, garantindo a integridade física das pessoas e do patrimônio da
empresa. Ela tem como objetivo identificar e antecipar os possíveis riscos oriundos da atividade
proposta e, de forma, propor a melhor solução para que o trabalho seja realizado com a maior
segurança possível.
Uma das regras básicas ao se fazer qualquer intervenção em instalações elétricas é que uma análise
de riscos seja elaborada a fim de contribuir para a redução da probabilidade de acidentes. Trata-se,
portanto, de um processo ativo que envolve os trabalhadores da supervisão e os operadores que
porventura estejam trabalhando na planta em que o processo de análise está sendo conduzido. É
importante que as observações sobre as tarefas sejam feitas do modo como ocorrem na prática e
não apenas como previsto em procedimentos escritos para tais tarefas. Essa regra é importante,
pois permite ao profissional especializado verificar os desvios ocorridos em campo e suas possíveis
consequências, em contrapartida, obriga o profissional de segurança a ter uma presença mais
contínua nos setores da empresa.
Imagine agora uma sala de aula no terceiro andar de um edifício, a qual é utilizada para treinamento
de profissionais com idade média de 30 anos. Nesta sala, existe uma grande janela que, normalmente,
fica aberta. Em uma segunda situação se a mesma sala for usada por alunos com média de idade de 7
9
UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
anos. Ao observar as duas situações, detecta-se o perigo do local, representado pela janela aberta e o
risco de queda. Apesar de o perigo ser o mesmo, a análise de risco, pode indicar ações diferentes, pois
na primeira situação o risco é tolerável enquanto na segunda o risco não é tolerável. Tomando por base
este simples exemplo devemos no concentrar em não padronizar a análise de risco para esse perigo.
Isso é fundamental em ser observado, pois salienta o respeito às características próprias de um local
na análise de risco, levando em consideração cada pessoa, bem como a situação momentânea, entre
outras variáveis.
Deve-se evitar a elaboração de uma análise de riscos genérica, por exemplo: “Substituição de uma
luminária”, na qual facilmente se identifica os perigos de choque elétrico, arco elétrico e trabalho em
altura, porém existem outras variáveis, como as características do local. (Imagine um profissional
que chega ao local para substituir a luminária e encontra várias poças de água ou forro instável). Por
diversos motivos, é importante evitar a generalização de análise de riscos.
Outro aspecto relevante consiste em evitar que a análise de risco seja elaborada por apenas um
profissional, pois cada um tem uma percepção de risco diferente, portanto a participação de mais de
uma pessoa na análise a enriquece, aumentando a quantidade de riscos identificados.
Existem vários métodos para avaliação de riscos a exemplo de Análise Preliminar de Riscos (APR),
WHAT IF, HAZOP, FMEA entre outros. Um método que considero bem interessante e vale a pena ser
citado, por envolver também dados de frequência de exposição, é a Valoração do Nível de Riscos NR
= PO x FE x GPL x NPL (PO = Probabilidade; FE = Frequência de Exposição; GPL = Grau Máximo
de Perda ou Lesão; NPL = Número de Pessoas Envolvidas). Levantada cada parcela basta realizar
a multiplicação destes valores para se encontrar os riscos que devemos priorizar. A seguir estão
tabelas com valores deste método, que pode ser bastante útil de ser aplicado para vários processos:
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Grau Descrição
1 1-2 pessoas
2 3-7 pessoas
4 8-15 pessoas
8 16-50 pessoas
12 mais que 50 pessoas
Vamos dar um passo adiante, ao tratar de regime celetista vamos adentrar nas exigências de normas,
uma que deve ser seguida e é de suma importância é a NR-10. Ela estabelece medidas de controle
do risco elétrico para serem adotadas pelas empresas com a finalidade de preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores que exercem atividades com instalações elétricas. Ela introduz
medidas de controle do risco, e determina que as empresas adotem medidas preventivas contra o
risco elétrico e outros eventuais riscos que porventura existirem na atividade do trabalhador, por
exemplo, queda de altura, transporte dos trabalhadores, ataques de insetos e animais, temperaturas
extremas, riscos ergonômicos, entre outros.
A norma estabelece algumas medidas de controle do risco que devem ser adotadas pelas empresas:
»» diagrama unifilar;
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Observe que interessantemente o diagrama unifilar e o prontuário das instalações elétricas são
apenas medidas de controle do risco elétrico e não medidas de proteção.
A norma não chega a estabelecer parâmetros do tamanho da empresa que deva ter o diagrama
unifilar mapeado, o que significa que todas as empresas devem ter. Contudo ela determina algo
muito importante, que o diagrama unifilar esteja atualizado. Não teria significado prático ter
diagrama unifilar e este estar desatualizado, seria mesma coisa que inexistente. Ou pior, pois daria a
sensação de segurança no julgamento de uma situação irreal e acabaríamos colocando o trabalhador
em um risco muito maior, semelhante a orientar um cego a atravessar a rua com o sinal fechado
para o pedestre.
Falemos da segunda medida de controle, o prontuário das instalações elétricas. Essa medida de
controle se traduz em uma série de documentos, arquivados em uma pasta ou similar que possa
comprovar o controle sobre os riscos da atividade. Se a empresa mantém atualizado o prontuário
das instalações elétricas e o implementa, isso representa a realização da gestão responsável da
segurança e saúde no trabalho.
Diferente do diagrama unifilar para o prontuário das instalações elétricas existe uma abrangência
definida. Empresas que possuem carga instalada superior a 75kW são obrigadas a elaborar o
prontuário das instalações elétricas. O valor de 75kW de potência é limite superior de potência,
que foi definido para fornecimento em baixa tensão. Normalmente nesta faixa de potência superior
passe-se a ter graus de complexidade das instalações maiores.
O prontuário é um arquivo composto por documentos que tem relação às instalações elétricas e seus
controles, os procedimentos, o resultado das inspeções e medições do sistema de aterramento, as
especificações das proteções coletivas e individuais, a comprovação de qualificação dos trabalhadores
e o relatório técnico das instalações. A seguir são transcritos os itens presentes na norma, devido
sua importância, fica como observação que a alínea “g” cita que o relatório técnico deve apresentar
resultados das inspeções nas instalações elétricas do estabelecimento e as devidas recomendações
acerca de como a empresa deve proceder, se for o caso, para adequar itens do próprio prontuário.
Este relatório técnico deverá ser elaborado por profissional legalmente habilitado.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Existem empresas especiais, as que trabalham no sistema elétrico de potência (conjunto das
instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
até a medição, inclusive) que devem além dos itens citados também devem fazer prontuário com
a descrição dos procedimentos para emergências e as certificações dos equipamentos de proteção
coletiva e individual.
Existe mais outro grupo de empresas, as que realizam trabalhos próximos do Sistema Elétrico
de Potência que vão ter que atender apenas as alíneas “a”, “c”, “d” e “e” citadas e também fazer
prontuário com a descrição dos procedimentos para emergências e as certificações dos equipamentos
de proteção coletiva e individual.
A norma por segurança prevê que atividades desenvolvidas no sistema elétrico de potência não vão
poder ser executadas de forma individual, sendo necessário no mínimo dois trabalhadores para
desempenhar a tarefa. Existe previsão também que só pode haver execução das atividades mediante
Ordem de Serviço, devidamente datada e com definição do local onde será executada a atividade.
A empresa não pode se negar a disponibilizar o prontuário das instalações elétricas aos seus
empregados, pois é um direto do trabalhador conhecer as medidas de controle de riscos a que estão
submetidos.
Já que passamos por alguns conceitos que já devem estar enraizados na cabeça do estudante de
engenharia de segurança e ainda acrescentamos alguns conceitos sobre controle de riscos, vamos
dar mais um passo a diante, e passar a falar sobre sistemas de proteção coletiva.
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CAPÍTULO 2
Sistemas de proteção coletiva
A adoção de medidas de proteção coletiva nas atividades e serviços com instalações elétricas nas
empresas deverá atender ao que estiver estabelecido na Norma Regulamentadora no 9, prevendo a
hierarquização das medidas.
Esta norma citada estabeleceu que toda empresa deverá elaborar e implementar o Programa
de Preveção de Riscos Ambientais (PPRA), reconhecendo os riscos existentes na atividade dos
trabalhadores, por meio das etapas de antecipação e reconhecimento, com a finalidade de preservar a
saúde e a integridade física dos trabalhadores. Após o reconhecimento dos riscos, deverá ser adotadas
medidas de proteção, dando prioridade às proteções coletivas. Vale ressaltar que uma prática velha
que deve ser abolida é pensar primeiro no Equipamento de Proteção Individual (EPI), pois deve ser
considerado como primeiro combate a eliminação do risco na sua fonte e não no agente que pode sofrer
o dano que é o trabalhador. Dar uma máscara ou um protetor auricular como primeira solução em
vez de eliminar a poeira ou o ruído é demonstrar nenhum compromisso com a saúde do trabalhador.
Não sendo possível adotar nenhuma dessas duas proteções aí parte-se para outras medidas como
isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático
de alimentação, bloqueio do religamento automático.
O processo de desenergizar uma instalação elétrica é, uma forma de eliminar o risco elétrico, para
poder ser trabalhado nas instalações elétricas, mas o mesmo não é simplesmente um processo de se
desligar a energia, existe todo um sequencial de procedimentos a serem seguidos.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Sempre que for necessário fazer serviços de manutenção, lubrificação, ajustes, troca de peças ou setup
de equipamentos, é preciso que estejam desligados (desenergizados), o que é feito, normalmente,
ao desligar a alimentação do equipamento. No entanto, apenas isso não é suficiente, visto que uma
pessoa estranha à operação pode, inadvertidamente, acionar alguma válvula ou botão que libera
energia, colocando em risco a vida do profissional que executa o trabalho no equipamento.
A NR-10 (lembrando remeter que necessitamos segui-la) informa que, para considerar um sistema
desenergizado, existe a necessidade de bloquear o dispositivo ao qual este esteja ligado. O bloqueio e
etiquetagem fazem parte do método desenvolvido Occupational Safety and Health Administration
- OSHA, do ministério dos Estados Unidos, para isolar máquinas e equipamentos das fontes de
energia, a fim de evitar ferimentos.
A norma OSHA no 29 CFR 1910.147 foi mais específica e definiu que o procedimento deve ser aplicado
sempre que as máquinas ou equipamentos receberem energia de uma ou várias fontes. Ela também
exige o emprego dos procedimentos bloqueio e etiquetagem em máquinas e equipamentos sempre que
seja preciso colocar ou retirar qualquer proteção ou mecanismo de segurança durante a instalação,
manutenção, reparo, ajuste, inspeção, operação, ou procedimento de construção de equipamentos.
Esta norma citada abre exceção do uso da etiquetagem e bloqueio para as trocas menos importantes
de ferramentas, ajustes e outras atividades menores que durante a operação normal, se forem
tidas como de rotina, repetitivas e partes integrantes da utilização dos equipamentos de produção,
desde que o trabalho seja realizado com meios alternativos de proteção. Contudo isso não exclui a
desenergização, somente o bloqueio e etiquetagem.
Dentro do nosso país o sistema de bloqueio e etiquetagem intensificou mais após a atualização
da NR-10, que define a desenergização como procedimento prioritário para garantir a segurança
dos profissionais que interagem com eletricidade. E normalmente ocorre a mudança de cultura
no sentido de grandes empresas para menores, até a total generalização do método. As empresas
maiores têm melhores condições de avaliação do custo benefício de redução de acidentes, ao aplicar
um método simples.
Não apenas para a energia elétrica o sistema de bloqueio e etiquetagem pode ser aplicado, mas
também energia mecânica, gravitacional e pneumática. O sistema é simples e para cada tipo de
energia há um modo especial de bloqueio. No mercado, existem vários fabricantes e soluções para
variadas fontes de energia.
Bloqueios para disjuntores – existem vários modelos de disjuntores (monopolares, tripolares, DIN).
A seguir algumas figuras com modelos disponíveis.
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Figura 1. Dispositivo para bloqueio de disjuntores em caixa moldada, instalado diretamente no painel elétrico
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Bloqueios para plug – São utilizados quando existe a necessidade de plugar tomadas em locais
afastados da área de trabalho utilizando algum tipo de extensão elétrica. A seguir algumas figuras
com modelos disponíveis.
Bloqueios para dispositivos pneumáticos – Permitem isolar gases sem a necessidade de instalar
válvulas nas linhas.
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Os cadeados de bloqueio devem ser usados tão somente para o fim descrito no sistema
de bloqueio e etiquetagem, sendo vedada qualquer outra utilização. Os cadeados
devem estar codificados, de modo a identificar a pessoa responsável por ele. Não é
aconselhável o uso de cadeados sem dispositivo de aviso. Para cada cadeado deve
ser alocada uma identificação de seu respectivo profissional. Portanto, para fins de
comprovação em auditorias, uma lista ou planilha deveria ser elaborada. Uma chave
reserva deve ficar sob a responsabilidade do gestor do sistema. Caso o titular perca
sua chave ou não a tenha disponível, o gestor do sistema de bloqueio e etiquetagem
pode utilizar a chave reserva. As reposições de cadeados inutilizados devem ser
registradas pelo gestor, constando o nome do funcionário autorizado responsável
pelo cadeado, a data de inutilização do cadeado anterior, além da descrição da causa
de sua inutilização.
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CAPÍTULO 3
Equipamentos de Proteção individual – EPI
A proteção individual deve ser utilizada apenas quando as medidas de proteção coletiva,
administrativas ou de organização do trabalho, não forem suficientes para eliminar ou minimizar
os riscos à integridade física e saúde do trabalhador.
Vale ressaltar que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos
de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes
e danos à saúde dos empregados.
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Na generalidade dos trabalhos a utilização dos EPI vai estar condicionada a conter a exposição
da pele do trabalhador ao contado direto/indireto com partes energizadas dos equipamentos e
instalações elétricos. Dentro das categorias explicitadas os equipamentos de proteção individual
que terão praticamente maior importância neste sentido são as luvas, obviamente não se descarta a
utilização de vestimenta que protejam de corpo inteiro cobrindo até os punhos e calça e bota isolada.
Mas a maior importância se dá as luvas pelo manuseio direto nos quadros, disjuntores, fiação.
As outras vestimentas que fazem a correta proteção são a bota com solado de borracha, ou outro
material que permita isolar eletricamente a passagem de corrente em direção ao solo, e vestimentas
de algodão tratado ou fibra natural que tenham tramas fechadas para evitar o contato.
Esse risco citado tem um fácil tratamento. Quando se tem do circuito, utiliza-se o EPI com
determinada isolação, conforme o nível de tensão do trabalho. Um risco que envolve uma certa
complexidade provém da formação de um arco elétrico, pois este exige projeto específico para o
correto dimensionamento.
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CAPÍTULO 4
Projetos de proteção individual
e coletiva
Primeiramente, é importante caracterizar o que seria o arco elétrico e a magnitude que temos
na presença dele. O arco elétrico é uma fonte de calor extremo que pode alcançar 20.000 K nos
terminais do arco e 13.000 K em sua parte intermediária, respectivamente 4 e 2,6 vezes mais
altas que superfície do sol, estimada em 5000 K, sendo assim a segunda mais poderosa fonte de
calor da terra, ficando atrás somente de alguns tipos de raio laser que podem atingir 100.000 K. A
quantidade de energia produzida por arcos elétricos pode ultrapassar 100 cal/cm²/s. Para se ter
ideia da magnitude deste valor, a pele humana exposta a esta quantidade de energia atingira, em ½
segundo, a temperatura de 500º C e a água aumentaria seu volume entorno de 500 vezes. Este efeito
seria similar ao de uma explosão, pela quase instantaneidade da expansão.
Como mencionado o arco elétrico pode atingir temperaturas altíssimas, ocasionando queimaduras
graves, as quais podem facilitar a infecção hospitalar, além, é claro, de outros males. Por esse
motivo, enfatiza-se a importância da proteção. A NR-10 estabelece a necessidade de vestimenta
especial a fim de proteger o profissional contra as queimaduras, a qual deve ter características de
não inflamabilidade, ou seja, o fogo extingue-se rapidamente do tecido. Essas vestimentas devem
ser especificadas por um profissional habilitado na área de elétrica, visto que cálculos específicos
são exigidos para determinar com precisão o nível adequado para a vestimenta. Para a correta
especificação, deve-se realizar o cálculo de ATPV (Arc Thermal Performance Value).
Existe mais de uma metodologia para chegar ao valor de ATPV. Temos por exemplo a NFPA 70E
– Standard for Electrical Safety in Workplace e a IEEE 1584 – Guide for Performing Arc flash
Hazard Calculations, ambas têm o mesmo objetivo de proteger os profissionais que trabalham
perto ou em instalações e/ou equipamentos elétricos energizados.
Por exemplo, na NFPA 70E os riscos são classificados de 0 a 4, sendo 0 para menor risco e 4
para o risco maior de acordo com as tarefas realizadas em equipamentos energizados. O nível de
proteção, última coluna da tabela a seguir, é definido em ATPV (Arc Thermal Performance Value).
Esta característica, chamada ATPV, é definida como o valor da energia incidente que o material
ou sistema multicamadas do material que resulta em 50% de probabilidade que a transferência
de calor suficiente por meio de testes em amostras é prognosticada para causar o começo de uma
queimadura de segundo grau, em cal/cm².
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Nos projetos de proteções coletivas que mitigam a questão do arco voltaico existem zonas de controle
e risco que vão definir onde deverá ser colocada a superfície de isolamento, onde for o caso. A seguir
segue diagrama com identificação destas zonas. Curiosamente esta figura é bastante utilizada em
provas de concurso, com questões de identificação de colunas.
Onde:
PE - Ponto energizado;
ZR – Zona de risco;
zcP – Zona controlada;
Zl – Zona livre;
SI – Superfície isolante.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Nessa metodologia citada verifica-se primeiro o nível de tensão e classifica-se o risco, de acordo com
as tabelas a seguir:
Finalmente baseado no nível do ATPV informa-se ao fornecedor que este deve ter a vestimenta
apropriada.
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Quando falamos do projeto de instalação elétrica, algumas medidas devem ser consideradas para
algumas situações. Uma dessas situações é a ocorrência de sobretensões. As sobretensões são uma
elevação brusca na tensão do sistema elétrico, que ultrapassa os limites normalmente projetados.
As sobretensões podem ser de curta duração (da ordem de microssegundos) e podem ser provocadas
por descargas atmosféricas ou por manobras na rede (manutenção, desligamentos de equipamentos
por conta de chuvas, chaveamento de circuitos etc.). Já a sobretensão permanente, mais rara, é
consequência de grandes manobras e avarias na rede de distribuição por conta de queda de árvores,
ventanias e outros.
A medida simples é a colocação de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs), estes são
projetados para evitar a elevação brusca de tensão. Não deve ser confundido com disjuntor comum,
visto que o disjuntor comum serve para evitar a elevação brusca de corrente, ou seja, na maioria das
vezes causada por curto-circuito.
Classe II: Instalações elétricas gerais, que muito provavelmente receberão “surtos” somente
pela rede elétrica. Usado em residências, comércios e edificações de pequenos porte.
Classe III: Instalações elétricas com equipamentos muito sensíveis aos “surtos elétricos”. Usado
em hospitais (centros cirúrgicos), centros de telecomunicações etc.
Como foi mencionado, as sobretensões podem ocorrer por descargas atmosféricas nas redes de
transmissão. Essas descargas são nada mais do que os raios elétricos. Esses raios não caem apenas
na rede de transmissão, mas pode também cair na edificação. Para proteção em caso de ocorrência
desses raios deve-se ter dimensionamento de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
(SPDA).
O SPDA é um sistema de proteção contra raios que tem como objetivo escoar para o solo, no
caminho mais curto e mais rápido possível os raios que eventualmente atinjam a edificação onde
estão instalados. Desta forma, o principal objetivo de um SPDA é garantir a segurança das pessoas e
dos bens patrimoniais. Apesar disso um SPDA nunca poderá garantir uma proteção 100%, uma vez
que se trata de um evento da natureza que o homem não tem controle. Aliás como todos eventos da
natureza, a única coisa que o homem pode fazer é agir preventivamente.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I
Existe mais de um método para projeto de SPDA podendo ser usado, por exemplo, ângulo de
proteção (Método Franklin), esfera rolante ou fictícia (Modelo eletrogeométrico) e condutores em
malha de gaiola (Método Faraday).
A seguir é apresentada figura, exemplo, de sistema pelo método de Gaiola de Faraday em prédios:
Onde:
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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Sob o ponto de vista do aterramento, ele é o meio responsável pelo escoamento das correntes dos
raios no solo, sem provocar tensões de passo perigosas e mantendo baixa a queda de tensão na
resistência de terra. As correntes dos raios penetram na instalação pelos captores e são conduzidas
até o aterramento por meio das descidas, que são ligadas aos eletrodos de aterramento.
Os eletrodos de aterramento podem ser em cobre, aço galvanizado a quente ou aço inoxidável, não
sendo permitido o uso de alumínio. É possível também utilizar o aço revestido de cobre (Copperweld)
com uma camada mínima de 254mm. O eletrodo de terra pode ter a forma de cabo, barra chata ou
redonda ou tubo, com seções mínimas de 50mm2 para o cobre, 80mm2 para o aço galvanizado e
100mm2 para aço inoxidável.
Apesar da popularidade dos eletrodos anteriores, é importante destacar que, desde fevereiro de
1998, a NBR no 5.410/1997 declara como eletrodo de aterramento preferencial das instalações aquele
que utiliza a ferragem da fundação do concreto armado. Essa solução resulta em uma baixíssima
resistência de aterramento (geralmente menor do que 1ohm) e, principalmente, proporciona uma
equalização completa dos potenciais das diversas massas e da estrutura da edificação, graças à
interligação com a ferragem das lajes.
Finalizando o assunto projetos, deve ser observado que a presença do engenheiro eletricista é de
suma importância para o projeto das instalações, logo o engenheiro de segurança deve atentar a ter
um bom relacionamento com o profissional e realizar um serviço a quatro mãos com o intuito de
aumentar a segurança dos trabalhadores que estão na sua responsabilidade.
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CHOQUE ELÉTRICO UNIDADE II
Voltando ao básico para funcionamento de qualquer dispositivo elétrico, temos três elementos
que compõe qualquer equipamento elétrico, encontrado nas variadas instalações elétricas:
a resistência, que é responsável pela transformação da energia elétrica em outra forma de
energia, tais como calorífica, luminosa, mecânica, sonora etc.; a indutância e capacitância
que se traduz na maioria das vezes na presença de indutores e capacitores, que são elementos
armazenadores de energia responsáveis por criação de campos eletromagnéticos, aparecem nos:
transformadores, reatores e na formação dos campos eletromagnéticos dos motores; o terceiro
elemento é a diferença de potencial (tensão elétrica), este serve para que haja circulação de
corrente elétrica e a produção de potência elétrica ativa, que é a grandeza determina quanto uma
lâmpada é capaz de emitir luz, um motor elétrico pode produzir trabalho, um chuveiro consegue
aquecer água, entre outros. O conjunto das potências elétricas, ativa e reativa, dá origem à
potência aparente.
Observe que para um equipamento funcionar é necessário que seja conectado, por meio de
condutores, a uma instalação elétrica, que submetida a uma tensão elétrica cujos valores podem
colocar em riscos as pessoas que operam os equipamentos. Duas situações podem ocorrer quando
o corpo humano é submetido a uma tensão elétrica causada por falha de isolamento das partes
condutoras ou contato direto com as partes vivas. A corrente vai passar pelo corpo humano
direto o chão ou passar pelo corpo humano de um condutor para outro. O nível da tensão é
o que vai provocar a quantidade de corrente que vai passar pelo corpo humano, dessa forma
as normas que tratam o assunto recomendas que os valores que estão em uma faixa de tensão
segura não deveriam ser superiores a 50 volts (corrente alternada) nos locais residenciais e 25
volts (corrente alternada) em áreas externas, canteiros de obras, estabelecimentos pecuários,
campings etc.
O choque elétrico vai se traduzir no conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se
manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. As
manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e intensidade da corrente,
podendo ser desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração muscular, que pode
provocar a morte.
29
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO
Os riscos chegam a ser tão elevados que existe lei sancionada que reconhece a situação de
periculosidade nas atividades decorrentes da exposição à energia elétrica, dando direitos aos
eletricitários de receber adicional de periculosidade, isso desde 1985.
Por curiosidade o contato direto (quando se toca diretamente num condutor ativo de uma instalação)
ocorre, geralmente pela falta de conhecimento, negligência ou imprudência das pessoas, sendo
este tipo de contato mais raro. O contato indireto (quando se toca numa parte da instalação que
é condutora temporariamente, em geral por uma falta elétrica, mas que está isolada das partes
condutoras da instalação) é mais frequente, e representa um perigo maior.
Os principais efeitos que uma corrente elétrica produz no corpo humano são a tetanização, parada
respiratória, queimadura e a fibrilação ventricular.
A tetanização é a paralisia muscular provocada pela circulação da corrente elétrica por meio dos
tecidos nervosos que controlam os músculos. Esse efeito sobrepõe-se ao comando cerebral. Até
certo valor, entre 6 a14mA em mulheres e 9 e 3mA em homens, em corrente alternada de 50 a
60hz, tem-se o limite de largar, que é o valor limite para que uma pessoa, tendo em mãos um objeto
energizado, ainda consiga largá-lo. Ultrapassando este limite a corrente provoca contração total do
músculo, o que impede que a pessoa largue o objeto usando os músculos voluntariarmente.
A queimadura ocorre quando a passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do
desenvolvimento de calor pelo efeito joule. Esta pode se tornar mais intensa nos pontos de entrada e
saídas de corrente e mais grave quanto maior a corrente e o tempo de permanência. Na alta tensão,
a queimadura interna pode romper as artérias causando hemorragia.
Todos os anos milhares de acidentes e muitas pessoas morrem ou ficam gravemente feridas em
consequência de choques elétricos. Quando ocorre um acidente, o atendimento rápido pode salvar
a vítima, mas é preciso saber como agir. Os primeiros três minutos após o choque são vitais para o
atendimento do acidentado. Contudo alguns cuidados podem ser citados no atendimento:
30
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II
»» não sendo possível desligar a energia, afaste a pessoa da instalação com material
isolante (que não permite que a eletricidade passe através dele) e seco, como um
cabo de vassoura, um jornal dobrado, cano plástico ou corda. Suba em algum
material isolante, como tapete de borracha ou pilha de jornais secos;
31
CAPÍTULO 1
Fibrilação ventricular e desfibriladores
O coração é um órgão muscular que promove a circulação do sangue pelo corpo. É composto por
duas partes distintas, as quais agem como bombas pulsáteis independentes: o coração direito,
responsável pelo bombeamento do sangue venoso para o pulmão, e o coração esquerdo, que bombeia
o sangue arterial para os órgãos periféricos.
Cada um dos lados do coração é subdividido em duas câmaras internas: o átrio e o ventrículo, as
quais são ligadas entre si por válvulas cardíacas. Enquanto os átrios podem ser considerados bombas
fracas de escorva, responsáveis por bombear para os ventrículos o sangue que chega ao coração, são
os ventrículos que imprimem a força principal de bombeamento.
Os movimentos realizados pelo coração para promover o bombeamento do sangue são conhecidos
como batimentos cardíacos. Os eventos que ocorrem entre o início e o final de cada batimento
constituem o ciclo cardíaco, o qual consiste em um período de relaxamento, a diástole, intercalado
por um período de contração, a sístole.
32
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II
[RAMOS;SOUZA, 2007].
Quando o ritmo cardíaco natural se torna irregular estes são chamados de arritmias cardíacas. Estas
arritmias podem ser por batimentos muito lentos ou de maneira descoordenada ou esporádica.
Obviamente tais disfunções podem ser fatais, uma vez que podem alterar drasticamente a função de
bombeamento do coração.
Uma das arritmias cardíacas é a fibrilação ventricular. A fibrilação ventricular ocorre quando
impulsos cardíacos circulam por todas as direções pela massa muscular ventricular, estimulando
primeiramente uma região, depois outra e, por fim, voltando sobre si mesmo para reexcitar o mesmo
músculo ventricular por várias vezes, sem cessar (movimento circular).
Quando uma fibrilação ventricular ocorre, muitas regiões dos ventrículos contraem-se ao mesmo
tempo em que outras regiões ventriculares estão se relaxando, isto impede a contração coordenada
de todo o músculo ventricular. Como resultado as câmaras ventriculares não se distendem nem
se contraem, permanecendo em uma situação indeterminada de contração parcial, bombeando
quantidades desprezíveis de sangue, ou nenhum sangue.
Normalmente, o coração é capaz de bater de forma síncrona após a desfibrilação elétrica. Para
uma célula cardíaca individual, o choque não necessita ser maior do que o pulso gerado pelo
33
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO
Para produzir a mesma densidade de corrente que o marca-passo cardíaco natural, a desfibrilação
requer eletrodos corretamente posicionados (ver Figura 13) e de grande superfície pelos quais
circulam correntes de dezenas de ampères, sendo que grande parte dessas correntes acabam
passando ao redor e não através do coração. Desta forma é de importância na eficácia do tratamento
a aplicação de corrente certa passando no coração.
Fonte: BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 1, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X
A tecnologia dos desfibriladores evoluiu com estudos de eficácia no tratamento, desfibriladores mais
antigos usavam aplicação de choque monofásico, hoje evoluíram para choque bifásico, ou seja, com
inversão do pulso. A impedância torácica de homens adultos, submetidos a desfibrilação em hospitais,
varia de 25 a 175 ohms, sendo o valor médio de 58 ohms. Desta forma uma das características incorporadas
aos desfibriladores bifásicos é medir a impedância do indivíduo durante a utilização do equipamento.
Fonte: BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 1, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X
34
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II
A figura 14 mostra a variação da duração dos pulsos para diferentes valores de impedância. Para
corrigir e ajustar a duração do pulso de desfibrilação, os equipamentos que utilizam esta tecnologia
medem o valor de impedância transtorácica do paciente antes do choque para que o circuito de
controle possa ajustar o tempo de duração da descarga, garantindo a entrega da energia previamente
selecionada.
Estudos têm mostrado que formas de ondas bifásicas apresentam desempenho superior às
monofásicas no tratamento das fibrilações ventriculares. Além disso, os choques bifásicos produzem
menos lesões ao tecido cardíaco. Outro aspecto importante é que os desfibriladores bifásicos, com
menores valores de energia, alcançam o mesmo nível de sucesso que os monofásicos, representando
maior segurança ao paciente.
Outra evolução são os Desfibriladores Externos Automáticos (DEA). Os DEAs diferem dos
desfibriladores convencionais porque podem analisar o ritmo cardíaco e determinar se a
desfibrilação será necessária; isto elimina a necessidade do operador interpretar o sinal de ECG
antes da desfibrilação.
O DEA foi concebido para ser utilizado principalmente em situações de emergência onde os
operadores não são treinados no suporte de vida avançado, tais como bombeiros, agentes policiais
e paramédicos. Os DEA podem ser automáticos ou semiautomáticos.
As maiorias dos DEA são semiautomático. Estes equipamentos analisam o ECG do paciente e
notificam o operador se a desfibrilação é indicada. Desta forma, o operador pode efetuar a descarga.
Estes equipamentos podem utilizar mensagem visual, sons e/ou instruções de voz sintetizada para
notificar o operador de uma ação. Os DEA também podem incluir um dispositivo de documentação
tal como um cartão de memória. Cabos reutilizáveis fazem a conexão dos eletrodos adesivos de
desfibrilação com o equipamento. Estes eletrodos adesivos são utilizados para a monitoração
do ritmo cardíaco e a entrega da energia de desfibrilação. Para visualização das informações,
informações da situação ao operador (paciente e/ou desfibrilador) e para mostrar a onda de ECG
ou informar sobre o início da desfibrilação o equipamento conta com um display LCD ou outro tipo
de display.
35
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO
Alguns desfibriladores oferecem recursos adicionais, como o módulo de oximetria de pulso, que
realiza a monitoração do grau de saturação de oxigênio no sangue arterial. Essa medida é obtida
de maneira não invasiva, por meio de sensor óptico posicionado normalmente em extremidades
do corpo do paciente, como dedo, ou lóbulo da orelha. O princípio da oximetria de pulso é baseado
nas características de absorção da luz vermelha e infravermelha da hemoglobina oxigenada e a
desoxigenada.
Outro recurso a capnografia é um método de monitoração ventilatória não invasiva que permite a
quantificação direta da fração expirada de dióxido de carbono (CO2) e, indireta, das pressões parciais
arteriais de CO2. O sistema faz comparação entre a quantidade de energia infravermelha absorvida e
o referencial zero, mostrando instantaneamente a concentração do gás.
Um último módulo seria o registrador, que se traduz em uma impressora para registro de eventos
mais importantes.
Para conhecimento é apresentado alguns acessórios genéricos. Esta lista não é exaustiva, os
acessórios não se limitam aos indicados a seguir:
»» carregador de bateria;
»» cabos para monitorização de ECG de 5 vias (ou de três vias) com terminais de
conexão aos eletrodos de pele;
36
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II
»» impressora térmica;
»» suporte de parede;
»» carro de transporte;
Uma importante informação sobre utilização do desfibrilador: se o paciente não apresenta mais
sinal elétrico no coração, ou seja, se este está completamente parado, o choque elétrico não é mais
efetivo, pois não existe ritmo cardíaco a ser restituído.
Acerca das técnicas de utilização de desfibriladores o recomendado é sempre se atualizar a partir das
diretrizes da American Heart Association, pois esta entidade sempre publica as melhores práticas
de utilização desse equipamento.
É de suma importância conhecer o aparelho para sua correta utilização. Basicamente todos os
desfibriladores vão apresentar 4 botões:
1. liga e desliga;
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UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO
2. selecionar carga;
3. carregar capacitor e;
»» ligar o aparelho;
38
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II
»» Baterias devem ser mantidas longe do fogo e não devem ser aquecidas sob risco de
explosão.
»» Baterias devem ser trocadas somente por outras de mesma especificação técnica.
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CAPÍTULO 2
Riscos associados à operação do
equipamento
Erros na operação e falta de manutenção podem ser considerados os principais aspectos da
segurança relacionados aos desfibriladores externos. A parte mais significante das falhas com os
desfibriladores está relacionada a erros de operação e manutenção adequada de equipamento.
Devem-se seguir algumas recomendações:
»» o equipamento, sempre que possível, deve ser mantido conectado à rede elétrica
para que sejam mantidos os níveis de carga de bateria;
»» ao aplicar gel, evitar que o mesmo entre em contato com outras partes do desfibrilador.
Nunca passar gel diretamente com as mãos sob o risco de criar caminhos para
corrente elétrica e consequentemente risco de queimaduras e choques elétricos;
minimize queimaduras de pele usando uma quantidade adequada de gel ou pasta
ou utilize eletrodos descartáveis para desfibrilação. O gel deve ser usado de modo
a cobrir completamente a superfície de ambas as pás. Não utilizar quantidades
excessivas de gel, pois o gel pode produzir um caminho de continuidade entre as
pás ou atingir as mãos, proporcionando desse modo perda (fuga) de corrente. Se
possível, deve ser evitado que esteja apenas uma pessoa a fazer massagem cardíaca
e desfibrilar alternadamente. Procedendo deste modo, há um aumento no risco de
que o gel, proveniente do tórax do paciente, seja transferido para o punho das pás
do desfibrilador, colocando o operador em risco;
»» cuidado para evitar que o gel esteja colocando as duas pás em contato;
É importante que se tenha treinamento e reciclagem, sobre os desfibriladores, antes de sua efetiva
utilização, pois não há tempo hábil para se aprender quando ocorre uma emergência.
40
INSTALAÇÕES UNIDADE III
ELÉTRICAS
Esta unidade trata de instalações provisórias e outras instalações que podem ser encontradas em
várias situações comuns as empresas.
Na implantação de um canteiro de obra são montadas instalações elétricas provisórias que tem
como finalidade ligar máquinas, equipamentos e iluminação do local da construção, sendo desfeita
ao termino da obra.
Na construção civil, o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais. As
instalações elétricas provisórias em canteiros de obras são executadas na maioria das vezes por
profissionais não qualificados gerando com isso situações de extrema gravidade para segurança dos
trabalhadores.
Desta forma o engenheiro de segurança vai necessitar atentar aos riscos pertinentes a esses
ambientes e mitigar a presença dos mesmos.
CAPÍTULO 1
Instalações elétricas provisórias
Para evitar esses acidentes, as instalações elétricas provisórias precisam ser feitas e mantidas de
forma segura por um profissional qualificado, sob a supervisão de um profissional legalmente
habilitado que será responsável pela elaboração do projeto das tais instalações elétricas, com
recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Quando é elaborado o projeto das instalações elétricas temporárias este deve estabelecer os
requisitos e as condições para implementação de medidas de controle preventivas de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. O projeto deve ficar à disposição das autoridades
competentes e ser mantido atualizado.
Obras de construção
Nas obras da construção, o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais.
Este grave quadro é decorrente da falta de projeto adequado, de dificuldades na execução e na
manutenção das instalações elétricas temporárias dos canteiros de obras. As instalações elétricas
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UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
temporárias em canteiros de obras, na maioria das vezes, são executadas por profissionais não
qualificados, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança dos trabalhadores,
dos equipamentos e das instalações.
A redução dos acidentes envolvendo instalações elétricas necessita da adoção de novos métodos e
dispositivos que permitam o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às
pessoas, as perdas de energia, os danos às instalações elétricas e aos bens.
Existem duas formas de proteção contra choques elétricos. Lembramos que a medida de proteção
prioritária contra choques elétricos é a desenergização elétrica outra é evitar o contato direto e o
contato indireto.
A proteção contra contatos diretos deve ser assegurada por meio de: isolação das partes vivas,
barreiras ou invólucros, obstáculos e colocação fora de alcance.
Na isolação de partes vivas todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica devem se
feitos por meio do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida mediante
sua destruição.
A mais básica isolação é por meio de fita isolante, suplementar a ela pode ser usada uma mangueira
isolante, que assegura no caso de falha da primeira uma maior proteção. O uso de cabos reforçados
com dupla isolação também podem ser usados.
Outra forma é utilizar fita isolante liquida. Ela é aplicável a pincel ou por imersão - uma espessura de
1 mm pode isolar uma tensão de até 6.500 volts. Apresenta como vantagem sobre a fita tradicional o
fato de além de isolar também impermeabilizar conexões elétricas de todos os tipos e formas.
Fonte: <www.sermap.com.br>
42
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
No caso das barreiras e invólucros são destinados a impedir todos os contatos com as partes vivas
da instalação elétrica, sendo que as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás
de barreiras. Obviamente para instalação de barreiras ou invólucros, a rede elétrica deverá ser
desligada.
RTP 05 - FUNDACENTRO
Os obstáculos são destinados a impedir os contatos diretos acidentais com partes vivas, sendo
instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas autorizadas.
RTP 05 - FUNDACENTRO
43
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Os dispositivos DR podem ser divididos em transformador toroidal, disparador, que converte uma
grandeza elétrica em uma ação mecânica, e mecanismo móvel com os elementos de contato. O
princípio de funcionamento destes dispositivos é decorrente da aplicação da lei de Kirchhoff, ou
seja, em uma instalação sem defeito, a soma geométrica das correntes é nula.
A detecção de diferença é feita por um núcleo ferromagnético que envolve os condutores (menos
o condutor PE) e que tem um enrolamento, no qual, em condições normais, não circula nenhuma
corrente. Se houver uma diferença entre as correntes de entrada e de saída, surgirá uma tensão entre
os terminais desse enrolamento, que acionará um eletroímã, que por sua vez abrirá o circuito principal.
O esquema de aterramento utilizado em canteiros de obras deve ser o TT (neutro aterrado). Nesse
esquema de aterramento existe um ponto de alimentação (geralmente o secundário do transformador
com seu ponto neutro) diretamente aterrado, estando às massas da instalação ligadas a um eletrodo
de aterramento, independentemente do eletrodo de aterramento da alimentação, provido de uma
proteção complementar a ser instalado nas derivações da instalação (circuitos terminais). Nesse
44
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
caso, o percurso de uma corrente-massa inclui a terra, o que limita em muito o valor da corrente
devido ao elevado valor da resistência de terra. Essa corrente é suficiente para acionar disjuntores
ou fusíveis, mas insuficientes para colocar em perigo uma pessoa. Portanto, ela deve ser detectada e
eliminada por Disjuntores Diferencias Residuais (DRs).
Uns dos locais onde existem riscos elétricos são nos quadros de distribuição. Nos canteiros a
distribuição de energia elétrica deve ser feita por quadros elétricos de distribuição que, podem
ser: quadro principal de distribuição, quadro intermediário de distribuição e quadro terminal de
distribuição fixo e/ou móvel.
Os quadros devem ser construídos de forma a garantir a proteção dos componentes elétricos
contra poeira, umidade, impactos etc., e ter no seu interior o diagrama unifilar do circuito elétrico.
Devem também ser instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, não devendo,
todavia, localizarem-se em pontos de passagem de pessoas, materiais e equipamentos. Os materiais
empregados na construção dos quadros devem ser incombustíveis e resistentes à corrosão. Se a
carcaça for condutora este deverá ser aterrado. Sinalizações de advertência devem estar instaladas,
alertando para a presença do risco, por exemplo, “Perigo – Eletricidade - Somente Pessoal
Autorizado”, “Perigo – Alta Tensão”, entre outros.
45
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Fonte: <dwcqe.com.br>
Fonte: <dwcqe.com.br>
Lembrando que as extensões devem ser feitas com condutores de dupla isolação.
O Índice de Proteção (IP) é apresentado na norma NBR IEC 60529 - “Graus de proteção para
invólucros de equipamentos elétricos. Apresentando normalmente o código IPxy, onde o x determina
o nível para proteção contra sólidos e o y o grau de proteção contra água. A determinação se um
equipamento ou tomada se enquadra em qual grau de proteção é feito por teste padronizado em
laboratório onde estes são submetidos a spray de poeira ou água, jato de água por quantidade de
tempo etc. E após é medido o quanto deste material penetrou no interior do equipamento.
46
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
Tabela 10. Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos estranhos indicados
pelo primeiro numeral característico.
Fonte: <http://www.selinc.com.br>
Tabela 11. Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral característico.
Fonte: <http://www.selinc.com.br>
Fonte: <heitorborbasolucoes.com.br>
47
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Fonte: <www.easyaut.com.br>
A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve ser feita por meio de prumadas,
sendo a fiação protegida por eletrodutos, que devem estar localizados de forma a garantir uma
perfeita disposição dos quadros elétricos.
As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da construção são as
chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas. As chaves elétricas blindadas
e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou dispositivos que permitam o acesso somente
de trabalhadores autorizados. Como mencionado anteriormente, neste caso é recomendável
implementar sistema de bloqueio e identificação “lock-out/tag-out”.
Os postes devem estar a uma altura mínima de cinco metros a partir do solo. Nos serviços especiais
ou que empreguem máquinas e equipamentos de grandes dimensões, a altura da rede elétrica deve
ser dimensionada para este fim. Quando ocorrer da existência na obra de grua deve-se fazer com que
a instalação não permita de forma alguma que a grua se aproxime no funcionamento da linha, tendo
em seu raio completo de giração nenhuma possibilidade de chegar perto da instalação. Em outro
caso especial que pode ocorrer ao se necessitar erguer por guindaste máquina de ar condicionado,
gerador ou cabine de elevador para o topo da edificação, deve ser elaborado de antemão plano de
Rigging e considerado qualquer possível aproximação da rede.
Quando a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou eletrodutos. Nos
locais da passagem da fiação subterrânea, deve ser feita sinalização indicativa clara e visível da
presença da instalação subterrânea. Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas
devem ser devidamente sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado
e deve ser garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local escavado e a rede.
Que seja colocado técnico de segurança ou de elétrica para acompanhamento. E para identificar
onde se encontra a linha pode-se cravar ao solo estacas de madeira ao longo do percurso e amarrar
fita zebrada amarela.
As cargas de iluminação devem ser determinadas pela aplicação da NBR 5413 (iluminância de
interiores – procedimento). Os circuitos de iluminação provisória devem ser ligados aos quadros
terminais de distribuição. A altura da fiação deve ser de no mínimo 2,50m de forma que evite contatos
com máquinas, equipamentos ou pessoas. Se a fiação não puder ser aérea a área de distribuição
deverá ser isolada e corretamente sinalizada. É proibida a ligação direta de lâmpadas nos circuitos
de distribuição. Nos locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de
corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra impacto por
luminárias adequadas.
48
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
É também recomendado que sejam utilizadas ferramentas manuais, tipo alicate e chave de fenda,
que apresentem material condutor com revestimento de material isolante nas quais só as partes
atuantes (parte da ferramenta que age sobre a peça) podem estar sem isolamento. Não se deve
permitir a utilização dessas ferramentas para outra atividade que não seja a manutenção elétrica,
pois são mais caras e os outros profissionais, a exemplo, o pedreiro não apresentam culturalmente
o cuidado e zelo pela manutenção do bom estado da ferramenta.
Falemos de outro assunto de canteiro de obras – demolição. Trabalhar com demolição pode ser tão
perigoso quanto trabalhar com a Construção. O pessoal que trabalha nesta área enfrenta também
muitos perigos desconhecidos, incluindo, mas não limitado a: resistência desconhecida de materiais
e fragilidades de materiais de construção, materiais ocultos dentro da estrutura, perigos ambientais,
de saúde e de segurança (por exemplo, asbesto e produtos químicos) e modificações estruturais
durante a construção. Para ajudar a conter esses perigos desconhecidos e manter a segurança do
local de demolição, o pessoal que trabalha no local deve estar totalmente treinado e ciente dos
perigos potenciais, com conhecimento de todas as precauções de segurança a serem tomadas para
minimizar os riscos de qualquer acidente pessoal.
Vale ressaltar que temos riscos de soterramentos, danos causados as edificações vizinhas, queda de
pessoas, queda de objetos, poluição do ar por causa de poeira, acidentes no momento de mover os
entulhos. Por isso organização é uma das mais importantes regras a serem seguidas e a seguir estão
relacionadas algumas rotinas básicas que devem ser observadas.
» Toda demolição deverá ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado.
Antes de iniciar a demolição, as linhas de fornecimento de energia elétrica, água, líquidos
inflamáveis e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento
de água serão desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas. Deverão ser fechadas todas as
aberturas existentes no piso. Somente serão permitidas as aberturas que serão usadas para
escoamento de materiais.
» Deverão ser removidos os vidros, estuques e todos os elementos frágeis que podem causar
algum tipo de acidente. Os objetos com muito volume ou peso devem ser removidos fazendo
uso de dispositivos mecânicos, fica proibido derrubar ou lançar qualquer material. Para
evitar problemas com lançamento de poeira no ambiente, umedeça os restos de demolição
antes de iniciar a sua remoção.
» A remoção dos entulhos deverá ser por gravidade, sendo feita em calhas fechadas, com
inclinação máxima de 45° (quarenta e cinco graus), fixadas à edificação em todos os
pavimentos. As paredes e objeto semidemolidos não devem ser deixados na vertical se
houver ainda, com risco de desabamento.
49
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Outras situações
Outra situação que deve ser observada é em áreas especiais, a exemplo de ambientes explosivos.
A presença de equipamentos elétricos em áreas com atmosferas explosivas constituem uma das
principais fontes de ignição dessas atmosferas, quer pelo centelhamento normal como na abertura
e fechamento de contatos, como devido à temperatura elevada atingida em operação normal ou em
falhas.
Áreas perigosas (Hazardous Areas) são locais onde existe ou pode existir uma atmosfera
potencialmente explosiva ou inflamável devido à presença de gases, vapor, poeiras ou fibras.
O enfoque que será dado é relativo às classificações e algumas definições. Não adentraremos
profundamente no assunto, pois existem normas específicas que definem o correto método de
instalação de equipamentos e execução.
Na Europa e atualmente no Brasil a classificação das áreas perigosas é feita usando-se o conceito
de ZONAS – usadas para definir a probabilidade da presença de materiais inflamáveis, TIPOS DE
PROTEÇÃO – que denota o nível de segurança para um dispositivo e GRUPOS – que caracterizam
a natureza inflamável do material.
ABNT Descrição
ZONA 0 Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é contínua, ou existe por longos períodos.
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é provável de acontecer em condições normais de operação do
ZONA 1
equipamento de processo.
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é pouco provável de acontecer e se acontecer é por curtos períodos,
ZONA 2
estando associado à operação anormal do equipamento de processo.
50
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
Para equipamentos elétricos do Grupo I, a temperatura máxima de superfície não deve exceder
150°C sobre qualquer superfície em que possa formar uma camada de pó de carvão e 450ºC quando
o risco anterior é evitado, por exemplo, mediante de vedação contra poeira ou por ventilação.
Para equipamentos elétricos do Grupo II a norma NBR 9518 classifica as temperaturas máximas
de superfície. As Classes de Temperatura identificam a máxima temperatura de superfície que uma
parte qualquer de um equipamento pode atingir em operação normal ou de sobrecarga prevista,
considerando a temperatura ambiente máxima igual a 40°C, ou em caso de defeito. Essas classes
de temperatura devem ser menores que a temperatura de ignição dos gases e vapores do meio
circundante ao equipamento. A seguir tabela com as classes de temperatura.
Invólucro à prova de explosão: é um sistema suficientemente resistente e vedado para não propagar
uma explosão, e cuja temperatura superficial não provoque a ignição de uma atmosfera explosiva.
Isto implica uma construção robusta, com tampas roscadas ou parafusadas. Esses invólucros são
construídos de forma a, ocorrendo a ignição de uma mistura dentro dele, resistir mecanicamente à
pressão, impedindo que a explosão se propague para o meio externo.
A NBR 5363 especifica os interstícios máximos entre as peças dos invólucros blindados (entre a tampa e
a caixa, ou entre o eixo e o furo da tampa do invólucro de um comutador, por exemplo). Tais interstícios
auxiliam no alívio da pressão interna ao invólucro, quando de uma explosão no interior deste. A largura
51
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
e comprimento destes interstícios (limitados aos valores normalizados) devem ser suficientes para que
o gás se resfrie antes de alcançar o ambiente externo. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
Equipamento elétrico de segurança aumentada é aquele que “sob condições normais de operação
não produz arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para causar ignição da atmosfera explosiva
para a qual foi projetado, e no qual são tomadas as medidas adicionais durante a construção, de
modo a evitar com maior segurança, que tais fenômenos ocorram em condições de operação e de
sobrecarga previstas”. Equipamentos típicos com segurança aumentada são os motores de gaiola,
transformadores de potência e de medição, luminárias e caixas de distribuição e de ligação. São
aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
O equipamento elétrico é imerso em óleo de tal modo que não inflame uma atmosfera inflamável
acima do líquido ou na parte externa do invólucro. Este tipo de proteção é aplicável somente para
equipamentos fixos. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
Neste tipo de proteção uma pressão positiva superior à pressão atmosférica, é mantida no interior
do invólucro de modo a evitar a penetração de uma atmosfera explosiva que venha a existir ao redor
do equipamento. São definidos três tipos de pressurização que reduz a classificação no interior do
invólucro pressurizado de: px – Zona 1 para não classificada ou Grupo I para não classificada; py –
Zona 1 para Zona 2 e pz – Zona 2 para não classificada. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
Neste tipo de proteção as partes que podem inflamar uma atmosfera explosiva são imersas por um
material de enchimento de modo a evitar a ignição de uma atmosfera explosiva externa. Este tipo de
proteção só se aplica a equipamentos com corrente nominal menor ou igual a 16A; que consumam
potência menor ou igual a 1000VA cuja tensão de alimentação não seja superior a 1000V. São
aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
As partes que podem causar ignição são encapsuladas por uma resina de modo a não conseguir
inflamar uma atmosfera explosiva externa. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.
52
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
São aqueles que em condições normais (isto é, abertura e fechamento do circuito) ou anormais
(curto circuito, falta a terra) não liberam energia suficiente para inflamar a atmosfera explosiva.
Os equipamentos elétricos de segurança intrínseca são classificados em duas categorias: “ia” –
estes são projetados de tal forma que não são capazes de causar uma ignição em operação normal e
mesmo com aplicação de duas falhas evidentes mais as falhas não evidentes; e “ib” – que são aqueles
incapazes de causar uma ignição em operação normal e com a aplicação de uma falha evidente mais
a aplicação das falhas não evidentes. Aplicação: “ia” – Zona 0; e “ib” – Zonas 1 e 2.
A norma IEC 79-14 prevê três métodos de instalação em áreas explosivas a serem adotados:
conexão por eletrodutos (conexão direta) ao invólucro a prova de explosão; sistema por cabos com
conexão indireta ao compartimento à prova de explosão; e sistema por cabos com conexão direta ao
compartimento à prova de explosão.
No sistema por eletrodutos só é admitido fiação contida em eletrodutos rígidos metálicos roscados
(mais comum) ou na forma de cabos com isolação mineral (cabo do tipo MI). Este método de
instalação implica no uso de equipamentos Ex-d. Cada invólucro alojando um equipamento deve ser
estanque com relação ao eletroduto de conexão, e isto é conseguido com uso de unidades seladoras.
Todas as conexões devem ter no mínimo cinco fios de rosca perfeitamente encaixados.
No caso de conexão direta de cabos, os cabos são introduzidos diretamente nos invólucros à prova
de explosão por meio de um prensa-cabos também à prova de explosão. Os cabos podem ser não
armados ou armados, sendo que os prensa-cabos são diferentes, com relação ao material de vedação,
para cada uma delas, bem como é também específica a capa externa do cabo.
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UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As normas especificam os métodos de instalação dos diversos equipamentos elétricos em cada área
classificada. Assim existem métodos de instalação para: transformadores, capacitores, medidores,
instrumentos e relés, fiação, unidade seladora e drenagem, chaves, disjuntores, fusíveis, motores,
geradores etc. Deve ser executado o projeto por profissional habilitado no caso de instalação nesse
tipo de ambiente.
Durante a execução dos serviços a emissão do documento conhecido como Permissão de Trabalho em
áreas classificadas é necessária e a verificação a ausência de risco de explosividade para a execução
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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III
de tarefas. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação. As
vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades. Recomenda-se a utilização de roupas
antiestáticas.
Nas instalações (em áreas classificadas) deve ser adotada sinalização adequada, destinada a
advertência e a identificação para facilitar os trabalhos de inspeção de sistemas Ex.
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Referências
ADAD, Bruno C. B. Principios básicos de proteção de máquinas. Paraná: SENAI, 2001.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 1997. cap. 10.
MANTECON, Vitor Sued. Instalações elétricas em atmosferas explosivas. Artigo. São Paulo,
2009.
NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e saúde no trabalho: esquematizada. São Paulo: Método
Ltda, 2012.
PROCOBE – Instituto Brasileiro do Cobre. Folheto – aterramento elétrico. São Paulo, 2011.
SANTOS JUNIOR, Joubert Rodrigues dos. NR-10: segurança em eletricidade: uma visão
prática. São Paulo: Érica, 2013.
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REFERÊNCIAS
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