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Prevenção e Controle de Riscos em

Máquinas, Equipamentos
e Instalações II

Brasília-DF.
Elaboração

Vagner Lisoski Duarte

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL.......................................................................... 9

CAPÍTULO 1
RISCOS..................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA......................................................................................... 14

CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI...................................................................... 21

CAPÍTULO 4
PROJETOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA................................................................... 23

UNIDADE II
CHOQUE ELÉTRICO.............................................................................................................................. 29

CAPÍTULO 1
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E DESFIBRILADORES........................................................................ 32

CAPÍTULO 2
RISCOS ASSOCIADOS À OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO.......................................................... 40

UNIDADE III
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS....................................................................................................................... 41

CAPÍTULO 1
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS.................................................................................... 41

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 56
Apresentação
Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Com o intuito de ajudar a indicar um norte a ser seguido, foi feita esta apostila, que aborda temas
relativos à proteção de trabalhadores, com foco nas questões técnicas de elétrica e assuntos
correlatos.

Quando falo de questões técnicas é exatamente este o ponto, a deficiência de funcionário tecnicamente
preparado para mexer com dispositivos elétricos causa altos índices de acidente com intervenções
em instalações elétricas. A análise é simples: se o profissional não utiliza equipamentos corretamente
especificados, ignora as normas e os procedimentos pertinentes, como consequência há grande
chance de um acidente de trabalho ocorrer. Fazendo um paralelo, funciona como uma engrenagem,
se alguma peça não girar corretamente, um efeito indesejado vai surgir em determinado tempo.

Analisando o ponto de vista do acidente de trabalho, todo acidente acarreta uma imagem negativa
da empresa perante a sociedade. E dependendo do caso, pode gerar decréscimo, inclusive no
faturamento de uma empresa. Existe também a comoção dos funcionários que por ventura
souberam do acidente de um colega ou o presenciaram, gerando perda de rendimento no trabalho,
parada de linhas de produção, entre outros casos e, por conseguinte, perda de produção. O acidente
pode gerar também perda de insumos e danificação de equipamentos. Acrescenta-se o fato que a
empresa deve custear não só o salário dos primeiros 15 dias de afastamento do acidentado, como
também treinamento do funcionário deslocado para a função ou contratado por meio de processo
de captação externa. Ainda existem os possíveis passivos trabalhistas em função das indenizações
a serem pagas.

O investimento em treinamento e contemplar as normas vigentes não são apenas recomendados por
que a falta deles trás consequências negativas, existe implicações em outras esferas, por exemplo,
uma ampliação do setor de serviços e fabricação de equipamentos para trabalhos com eletricidade,
que contribui em um nível mais externo até na arrecadação de impostos. Valorização dos
profissionais, com a necessidade de emissão de laudos, relatórios técnicos, diagramas. Por exemplo,
emissão de laudo do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Ocorre também
a diminuição do imposto pago pela empresa, pois com a metodologia vigente para arrecadação do
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), as empresas estão enquadradas em diferentes graus de riscos,
estes determinados pelo Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da atividade
preponderante da empresa, e existe um fator de correção o Fator Acidentário de Prevenção (FAP)
que é diretamente relacionado ao número de acidentes que provoca afastamento pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS).

Espero que a conceituação da importância do trabalho de forma técnica empolgue a todos em tentar
fazer um bom trabalho na área de prevenção de acidentes.

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Objetivos
»» Introduzir conceitos de equipamentos de proteção coletiva e individual, bem como
de superfícies de trabalho.

»» Discutir os princípios básicos referentes a dispositivos elétricos, incluindo


eletricidade estática, cabines de força, aterramento e para-raios.

»» Identificar e avaliar riscos de modo a estabelecer medidas preventivas e corretivas,


a nível coletivo, individual e administrativo em instalações elétricas na construção
civil e em ambientes explosivos.

»» Prevenir acidentes de origem elétrica.

»» Promover a vigilância da segurança dos trabalhadores.

»» Intervir nos ambientes de trabalho de forma a prevenir acidentes e doenças do


trabalho.

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EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO COLETIVA E UNIDADE I
INDIVIDUAL

CAPÍTULO 1
Riscos

Esta unidade trata de sistemas de proteção coletiva, mas vamos atentar que antes de falar de sistemas
de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual, existe uma ordem de priorização na
sistemática de proteção do trabalhador.

Vale lembrar o conceito de perigo, que seria a condição que pode provocar perda, que ameaça a
integridade de uma pessoa e o risco seria a condição de perigo associada a uma probabilidade, ou
seja, a exposição ao perigo.

Um conceito de muita importância é a análise de riscos. Que é um processo realizado por meio
da observação e discussão dos fatores ambientais de trabalho, proporcionando ações que visam
neutralizar os riscos identificados, garantindo a integridade física das pessoas e do patrimônio da
empresa. Ela tem como objetivo identificar e antecipar os possíveis riscos oriundos da atividade
proposta e, de forma, propor a melhor solução para que o trabalho seja realizado com a maior
segurança possível.

Outro conceito é a elaboração de procedimentos técnicos. A padronização de qualquer processo


tem como objetivo garantir a uniformização de atividades por vários profissionais, ou seja, pessoas
diferentes vão executar a mesma tarefa, seguindo o mesmo padrão.

Uma das regras básicas ao se fazer qualquer intervenção em instalações elétricas é que uma análise
de riscos seja elaborada a fim de contribuir para a redução da probabilidade de acidentes. Trata-se,
portanto, de um processo ativo que envolve os trabalhadores da supervisão e os operadores que
porventura estejam trabalhando na planta em que o processo de análise está sendo conduzido. É
importante que as observações sobre as tarefas sejam feitas do modo como ocorrem na prática e
não apenas como previsto em procedimentos escritos para tais tarefas. Essa regra é importante,
pois permite ao profissional especializado verificar os desvios ocorridos em campo e suas possíveis
consequências, em contrapartida, obriga o profissional de segurança a ter uma presença mais
contínua nos setores da empresa.

Imagine agora uma sala de aula no terceiro andar de um edifício, a qual é utilizada para treinamento
de profissionais com idade média de 30 anos. Nesta sala, existe uma grande janela que, normalmente,
fica aberta. Em uma segunda situação se a mesma sala for usada por alunos com média de idade de 7

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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

anos. Ao observar as duas situações, detecta-se o perigo do local, representado pela janela aberta e o
risco de queda. Apesar de o perigo ser o mesmo, a análise de risco, pode indicar ações diferentes, pois
na primeira situação o risco é tolerável enquanto na segunda o risco não é tolerável. Tomando por base
este simples exemplo devemos no concentrar em não padronizar a análise de risco para esse perigo.

Isso é fundamental em ser observado, pois salienta o respeito às características próprias de um local
na análise de risco, levando em consideração cada pessoa, bem como a situação momentânea, entre
outras variáveis.

Deve-se evitar a elaboração de uma análise de riscos genérica, por exemplo: “Substituição de uma
luminária”, na qual facilmente se identifica os perigos de choque elétrico, arco elétrico e trabalho em
altura, porém existem outras variáveis, como as características do local. (Imagine um profissional
que chega ao local para substituir a luminária e encontra várias poças de água ou forro instável). Por
diversos motivos, é importante evitar a generalização de análise de riscos.

Outro aspecto relevante consiste em evitar que a análise de risco seja elaborada por apenas um
profissional, pois cada um tem uma percepção de risco diferente, portanto a participação de mais de
uma pessoa na análise a enriquece, aumentando a quantidade de riscos identificados.

Existem vários métodos para avaliação de riscos a exemplo de Análise Preliminar de Riscos (APR),
WHAT IF, HAZOP, FMEA entre outros. Um método que considero bem interessante e vale a pena ser
citado, por envolver também dados de frequência de exposição, é a Valoração do Nível de Riscos NR
= PO x FE x GPL x NPL (PO = Probabilidade; FE = Frequência de Exposição; GPL = Grau Máximo
de Perda ou Lesão; NPL = Número de Pessoas Envolvidas). Levantada cada parcela basta realizar
a multiplicação destes valores para se encontrar os riscos que devemos priorizar. A seguir estão
tabelas com valores deste método, que pode ser bastante útil de ser aplicado para vários processos:

Tabela 1. Índice GPL.

Grau Máximo de Perda ou Lesão


Grau Descrição
0,1 arranhão ou hematoma.
0,5 laceração ou doença de efeito médio.
1 fratura de um osso menor ou doença ocupacional temporária simples.
2 fratura de um osso maior ou doença ocupacional permanente simples.
4 perda de um membro, um olho ou alguma doença ocupacional mais grave.
8 perda de membros, olhos ou doença ocupacional permanente (séria).
15 acidente fatal.

Tabela 2. Índice PO.

Grau Probabilidade Descrição


1 Improvável possível em circunstâncias estremas
8 Provável não é surpresa que ocorra.
15 Certo esperado.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

Tabela 3. Índice FE.

Frequência de Exposição (FE).


Grau Descrição
0,1 menor que anual
0,2 anualmente
1 mensalmente
2 semanalmente
3 diariamente
4 por hora
5 constantemente

Tabela 4. Índice NPL.

Grau Descrição
1 1-2 pessoas
2 3-7 pessoas
4 8-15 pessoas
8 16-50 pessoas
12 mais que 50 pessoas

Tabela 5. Índice NR = GPL x PO x FE x NPL.

NR Risco Tempo máximo da ação


0a5 Insignificante risco aceito
6 a 10 Baixo < 1 ano
11 a 50 Médio < 3 meses
51 a 100 Alto < 1 semana
101 a 500 Extremo imediato
Acima de 500 Totalmente inaceitável parar atividade

Vamos dar um passo adiante, ao tratar de regime celetista vamos adentrar nas exigências de normas,
uma que deve ser seguida e é de suma importância é a NR-10. Ela estabelece medidas de controle
do risco elétrico para serem adotadas pelas empresas com a finalidade de preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores que exercem atividades com instalações elétricas. Ela introduz
medidas de controle do risco, e determina que as empresas adotem medidas preventivas contra o
risco elétrico e outros eventuais riscos que porventura existirem na atividade do trabalhador, por
exemplo, queda de altura, transporte dos trabalhadores, ataques de insetos e animais, temperaturas
extremas, riscos ergonômicos, entre outros.

A norma estabelece algumas medidas de controle do risco que devem ser adotadas pelas empresas:

»» diagrama unifilar;

»» prontuário das instalações elétricas;

»» medidas de proteção coletiva; e

»» medidas de proteção individuais.

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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

Observe que interessantemente o diagrama unifilar e o prontuário das instalações elétricas são
apenas medidas de controle do risco elétrico e não medidas de proteção.

O diagrama unifilar se traduz em uma demonstração da instalação elétrica da empresa em papel,


ou seja, é a medida de controle mais simples e básica que uma empresa pode aplicar. Isto é uma das
coisas que não se pode admitir que uma empresa não conheça suas próprias instalações elétricas
em projeto. Não só as instalações elétricas, mas estendendo-se a hidráulica, gás etc. Conhecendo-se
suas instalações a empresa pode prevenir a ocorrência de acidentes, como colocar um trabalhador
para demolir uma parede em que passa alta tensão. Vale ressaltar que quando falamos de empresas
falamos dos encarregados da engenharia e segurança do trabalho, que são os primeiros em caso de
sinistro a serem acionados, e estes provavelmente serão vocês no futuro próximo.

A norma não chega a estabelecer parâmetros do tamanho da empresa que deva ter o diagrama
unifilar mapeado, o que significa que todas as empresas devem ter. Contudo ela determina algo
muito importante, que o diagrama unifilar esteja atualizado. Não teria significado prático ter
diagrama unifilar e este estar desatualizado, seria mesma coisa que inexistente. Ou pior, pois daria a
sensação de segurança no julgamento de uma situação irreal e acabaríamos colocando o trabalhador
em um risco muito maior, semelhante a orientar um cego a atravessar a rua com o sinal fechado
para o pedestre.

Falemos da segunda medida de controle, o prontuário das instalações elétricas. Essa medida de
controle se traduz em uma série de documentos, arquivados em uma pasta ou similar que possa
comprovar o controle sobre os riscos da atividade. Se a empresa mantém atualizado o prontuário
das instalações elétricas e o implementa, isso representa a realização da gestão responsável da
segurança e saúde no trabalho.

Diferente do diagrama unifilar para o prontuário das instalações elétricas existe uma abrangência
definida. Empresas que possuem carga instalada superior a 75kW são obrigadas a elaborar o
prontuário das instalações elétricas. O valor de 75kW de potência é limite superior de potência,
que foi definido para fornecimento em baixa tensão. Normalmente nesta faixa de potência superior
passe-se a ter graus de complexidade das instalações maiores.

O prontuário é um arquivo composto por documentos que tem relação às instalações elétricas e seus
controles, os procedimentos, o resultado das inspeções e medições do sistema de aterramento, as
especificações das proteções coletivas e individuais, a comprovação de qualificação dos trabalhadores
e o relatório técnico das instalações. A seguir são transcritos os itens presentes na norma, devido
sua importância, fica como observação que a alínea “g” cita que o relatório técnico deve apresentar
resultados das inspeções nas instalações elétricas do estabelecimento e as devidas recomendações
acerca de como a empresa deve proceder, se for o caso, para adequar itens do próprio prontuário.
Este relatório técnico deverá ser elaborado por profissional legalmente habilitado.

a. Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e


saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle
existentes.

12
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

b. Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas


atmosféricas e aterramentos elétricos.

c. Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental,


aplicáveis conforme determina esta NR.

d. Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização


dos trabalhadores e dos treinamentos realizados.

e. Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção


individual e coletiva.

f. Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas.

g. Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de


adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.

Existem empresas especiais, as que trabalham no sistema elétrico de potência (conjunto das
instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
até a medição, inclusive) que devem além dos itens citados também devem fazer prontuário com
a descrição dos procedimentos para emergências e as certificações dos equipamentos de proteção
coletiva e individual.

Existe mais outro grupo de empresas, as que realizam trabalhos próximos do Sistema Elétrico
de Potência que vão ter que atender apenas as alíneas “a”, “c”, “d” e “e” citadas e também fazer
prontuário com a descrição dos procedimentos para emergências e as certificações dos equipamentos
de proteção coletiva e individual.

A norma por segurança prevê que atividades desenvolvidas no sistema elétrico de potência não vão
poder ser executadas de forma individual, sendo necessário no mínimo dois trabalhadores para
desempenhar a tarefa. Existe previsão também que só pode haver execução das atividades mediante
Ordem de Serviço, devidamente datada e com definição do local onde será executada a atividade.

A empresa não pode se negar a disponibilizar o prontuário das instalações elétricas aos seus
empregados, pois é um direto do trabalhador conhecer as medidas de controle de riscos a que estão
submetidos.

Já que passamos por alguns conceitos que já devem estar enraizados na cabeça do estudante de
engenharia de segurança e ainda acrescentamos alguns conceitos sobre controle de riscos, vamos
dar mais um passo a diante, e passar a falar sobre sistemas de proteção coletiva.

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CAPÍTULO 2
Sistemas de proteção coletiva

A adoção de medidas de proteção coletiva nas atividades e serviços com instalações elétricas nas
empresas deverá atender ao que estiver estabelecido na Norma Regulamentadora no 9, prevendo a
hierarquização das medidas.

Esta norma citada estabeleceu que toda empresa deverá elaborar e implementar o Programa
de Preveção de Riscos Ambientais (PPRA), reconhecendo os riscos existentes na atividade dos
trabalhadores, por meio das etapas de antecipação e reconhecimento, com a finalidade de preservar a
saúde e a integridade física dos trabalhadores. Após o reconhecimento dos riscos, deverá ser adotadas
medidas de proteção, dando prioridade às proteções coletivas. Vale ressaltar que uma prática velha
que deve ser abolida é pensar primeiro no Equipamento de Proteção Individual (EPI), pois deve ser
considerado como primeiro combate a eliminação do risco na sua fonte e não no agente que pode sofrer
o dano que é o trabalhador. Dar uma máscara ou um protetor auricular como primeira solução em
vez de eliminar a poeira ou o ruído é demonstrar nenhum compromisso com a saúde do trabalhador.

Na mesma linha a Norma Regulamentadora no 10 também hierarquiza as medidas de proteção


iniciando pelas coletivas e elenca que prioritariamente a desenergização elétrica deve ser primeiramente
a medida de proteção coletiva a ser adotada. Obviamente não tendo energia elimina-se o risco de
imediato. Na impossibilidade de desenergização parte-se para o emprego de tensão de segurança.
Colocar o trabalhador em contato com nível de tensão de segurança que não ofereça risco de passagem
de corrente elétrica pelo coração, já diminui bastante o risco de acidente fatal que seria o pior caso. O
nível de tensão que é considerado seguro é abaixo de 50 volts para corrente alternada e 120 volts para
corrente contínua. Nestes níveis é possível tocar no contato energizado sem ocorrer risco algum.

Não sendo possível adotar nenhuma dessas duas proteções aí parte-se para outras medidas como
isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático
de alimentação, bloqueio do religamento automático.

O processo de desenergizar uma instalação elétrica é, uma forma de eliminar o risco elétrico, para
poder ser trabalhado nas instalações elétricas, mas o mesmo não é simplesmente um processo de se
desligar a energia, existe todo um sequencial de procedimentos a serem seguidos.

Primeiramente deve haver o seccionamento, que é o processo de cortar a energia de toda ou de


parte de uma instalação elétrica, separando-se de qualquer fonte de energia elétrica. Depois deve
haver o impedimento de reenergização, que pode ser realizado utilizando o sistema Lock-Out/
Tag-Out. Após deve ser constatada a ausência de tensão, que deve ser feito utilizando multímetro
ajustado para o nível de tensão correto, lembrando que neste ponto o diagrama unifilar pode
ser usado para auxiliar onde fazer corretamente esta medição. Após deve ser providenciado o
aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos. Então deve
haver proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada e então instalação de
sinalização de impedimento de reenergização.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

O que seria o sistema Lock-Out/Tag-Out? Traduzindo para o português seria “bloqueio e


identificação” ou “lacre e etiquetagem”. Trata-se de um sistema que garante o bloqueio (Lock-Out)
da passagem inesperada de algum tipo de energia ou produto no mesmo instante em que alguém
estiver fazendo um reparo ou manutenção de equipamento. Para completar o bloqueio, adicionam-
se etiquetas de identificação (Tag-Out), as quais alertam sobre o perigo de operar o equipamento e
indicam o responsável pela interdição.

Sempre que for necessário fazer serviços de manutenção, lubrificação, ajustes, troca de peças ou setup
de equipamentos, é preciso que estejam desligados (desenergizados), o que é feito, normalmente,
ao desligar a alimentação do equipamento. No entanto, apenas isso não é suficiente, visto que uma
pessoa estranha à operação pode, inadvertidamente, acionar alguma válvula ou botão que libera
energia, colocando em risco a vida do profissional que executa o trabalho no equipamento.

A NR-10 (lembrando remeter que necessitamos segui-la) informa que, para considerar um sistema
desenergizado, existe a necessidade de bloquear o dispositivo ao qual este esteja ligado. O bloqueio e
etiquetagem fazem parte do método desenvolvido Occupational Safety and Health Administration
- OSHA, do ministério dos Estados Unidos, para isolar máquinas e equipamentos das fontes de
energia, a fim de evitar ferimentos.

A norma OSHA no 29 CFR 1910.147 foi mais específica e definiu que o procedimento deve ser aplicado
sempre que as máquinas ou equipamentos receberem energia de uma ou várias fontes. Ela também
exige o emprego dos procedimentos bloqueio e etiquetagem em máquinas e equipamentos sempre que
seja preciso colocar ou retirar qualquer proteção ou mecanismo de segurança durante a instalação,
manutenção, reparo, ajuste, inspeção, operação, ou procedimento de construção de equipamentos.

Esta norma citada abre exceção do uso da etiquetagem e bloqueio para as trocas menos importantes
de ferramentas, ajustes e outras atividades menores que durante a operação normal, se forem
tidas como de rotina, repetitivas e partes integrantes da utilização dos equipamentos de produção,
desde que o trabalho seja realizado com meios alternativos de proteção. Contudo isso não exclui a
desenergização, somente o bloqueio e etiquetagem.

Dentro do nosso país o sistema de bloqueio e etiquetagem intensificou mais após a atualização
da NR-10, que define a desenergização como procedimento prioritário para garantir a segurança
dos profissionais que interagem com eletricidade. E normalmente ocorre a mudança de cultura
no sentido de grandes empresas para menores, até a total generalização do método. As empresas
maiores têm melhores condições de avaliação do custo benefício de redução de acidentes, ao aplicar
um método simples.

Não apenas para a energia elétrica o sistema de bloqueio e etiquetagem pode ser aplicado, mas
também energia mecânica, gravitacional e pneumática. O sistema é simples e para cada tipo de
energia há um modo especial de bloqueio. No mercado, existem vários fabricantes e soluções para
variadas fontes de energia.

Para o bloqueio de passagem de corrente elétrica em um determinado circuito, deve-se bloquear,


principalmente, os dispositivos elétricos que alimenta a rede.

Bloqueios para disjuntores – existem vários modelos de disjuntores (monopolares, tripolares, DIN).
A seguir algumas figuras com modelos disponíveis.

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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

Figura 1. Dispositivo para bloqueio de disjuntores em caixa moldada, instalado diretamente no painel elétrico

Imagem fonte: <www.nei.com.br>

Figura 2. Dispositivo para bloqueio de disjuntores DIN

Imagem fonte: <www.seton.com.br>

Figura 3. Dispositivo para bloqueio de disjuntores monopolar.

Imagem fonte: <www.sermap.com.br>

Figura 4. Dispositivo para bloqueio de disjuntores tripolares.

Imagem fonte: <www.seton.com.br>

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

Bloqueios para plug – São utilizados quando existe a necessidade de plugar tomadas em locais
afastados da área de trabalho utilizando algum tipo de extensão elétrica. A seguir algumas figuras
com modelos disponíveis.

Figura 5. Dispositivo para bloqueio de plug modelo 1.

Imagem fonte: <www.americanas.com.br>

Figura 6. Dispositivo para bloqueio de plug modelo 2.

Imagem fonte: <www.erglojanr10.com.br>

Bloqueios para dispositivos pneumáticos – Permitem isolar gases sem a necessidade de instalar
válvulas nas linhas.

Figura 7. Dispositivo para bloqueio de mangueiras.

imagem fonte: <www.solostocks.pt>

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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

Bloqueios para Válvulas – Permitem bloquear diversos tipos de válvulas.

Figura 8. Dispositivo para bloqueio de válvulas de esfera.

Imagem fonte: <www.americanas.com.br>

Figura 9. Dispositivo para bloqueio de válvulas de gaveta.

Imagem fonte: <www.diagnerg.com.br>

De forma a facilitar a implantação de um sistema de bloqueio e identificação seguem considerações


que devem ser seguidas, visto que envolve uma mudança de cultura e o profissional que deverá se
encarregar é o engenheiro de segurança de trabalho:

a. Determinar a quem algumas considerações se aplica e em quais etapas será utilizado.

Usualmente, o sistema tem aplicabilidade para todos os funcionários, os terceirizados


e os prestadores de serviço que executam manutenção em geral e manutenção de
equipamentos, máquinas e instalações em geral, sujeitos à liberação não controlada
de energia.

Exemplos: quando um funcionário é obrigado a remover ou desativar a proteção


da máquina ou outro dispositivo de segurança; os serviços de manutenção feitos
durante uma operação normal de produção; quando um funcionário precisa colocar
parte de seu corpo dentro de uma máquina ou equipamento em operação; onde
exista zona de perigo associada ao ciclo de operação da máquina.

b. Determinar a que não se aplica.

Geralmente, operações normais de produção, mudanças menores de ferramentas,


ajustes ou outras pequenas atividades que sejam rotineiras, repetitivas e parte

18
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

integral do uso do equipamento, considerando que o trabalho é executado com


medidas de segurança que fornecem proteção efetiva aos trabalhadores. Também
se excluem os serviços nos quais uma máquina e/ou equipamento possam ser
controlados ao desconectar o equipamento da fonte de energia por um plugue -
quando o plugue fica sob controle exclusivo do funcionário de manutenção, deve-se
aplicar um dispositivo de bloqueio do plugue.

O nível de aplicabilidade deve ser definido pela empresa, tendo em vista as


características do local, equipamento e particularidades do processo de produção;
por isso a importância da análise de risco.

c. Responsabilidade de aplicação do sistema.

›› Gerentes: levar ao conhecimento dos supervisores de seu setor o programa e


esclarecer a necessidade de seu cumprimento.

›› Supervisores: garantir que todos os funcionários, independentemente de serem


autorizados ou terceiros, sejam treinados e tenham conhecimento do programa.
Comprar os dispositivos de bloqueio adequados à execução segura dos serviços;
treinar pessoas autorizadas para a utilização dos dispositivos de bloqueio
específicos de sua área; desenvolver procedimentos de bloqueio/aviso para
máquinas equipamentos de sua área.

›› Funcionários autorizados: seguir os procedimentos determinados pelos


supervisores, os requisitos do programa, utilizar somente cadeados próprios
identificados e sempre carregar consigo a chave de abertura.

›› Recursos humanos: assegurar que os novos funcionários, ou aqueles exercendo


novas funções, que precisam ser treinados, passem por treinamento específico.

Departamento de Segurança do Trabalho: garantir que seja realizado o treinamento


específico de pessoas autorizadas, funcionários e terceirizados. Verificar periodicamente
se as pessoas autorizadas mantêm o conhecimento adquirido no treinamento. Dar a
conhecer aos funcionários, durante a integração e o treinamento periódico, as regras
e os riscos envolvendo os sistemas de bloqueio/aviso; fornecer suporte técnico na
implantação do programa e na seleção de dispositivos de bloqueio aprovados.

d. Aplicação de bloqueio para sistemas elétricos.

Antes da realização de qualquer serviço ou manutenção de máquina ou equipamento


em que possa ocorrer inesperada energização, acionamento ou liberação de energia
elétrica, esse equipamento, ou máquina, deve ser posto fora de operação e isolado
de todas as fontes possíveis de energia. Para isso, a utilização de bloqueios com
cadeado terá prioridade no isolamento de fontes de energia em equipamentos de
sistemas elétricos.

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UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

O isolamento de energia e os dispositivos de bloqueio podem ser aplicados apenas


por funcionários treinados e autorizados para executar o serviço ou manutenção,
somente as pessoas que atendam aos requisitos exigidos pela NR-10 podem fazer
travamento e verificação de seccionamento da energia elétrica.

Todos os funcionários que executam trabalho de manutenção na máquina ou


equipamento devem ser autorizados e utilizar seu próprio cadeado para bloqueio.
Deste modo, podem ser empregados dispositivos de bloqueio múltiplo.

e. Distribuição e utilização de cadeados.

Os cadeados de bloqueio devem ser usados tão somente para o fim descrito no sistema
de bloqueio e etiquetagem, sendo vedada qualquer outra utilização. Os cadeados
devem estar codificados, de modo a identificar a pessoa responsável por ele. Não é
aconselhável o uso de cadeados sem dispositivo de aviso. Para cada cadeado deve
ser alocada uma identificação de seu respectivo profissional. Portanto, para fins de
comprovação em auditorias, uma lista ou planilha deveria ser elaborada. Uma chave
reserva deve ficar sob a responsabilidade do gestor do sistema. Caso o titular perca
sua chave ou não a tenha disponível, o gestor do sistema de bloqueio e etiquetagem
pode utilizar a chave reserva. As reposições de cadeados inutilizados devem ser
registradas pelo gestor, constando o nome do funcionário autorizado responsável
pelo cadeado, a data de inutilização do cadeado anterior, além da descrição da causa
de sua inutilização.

Finalizada as manutenções nos equipamentos temos o procedimento reverso que é a reenergização


das instalações, na qual temos:

a. retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b. retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo


de reenergização;

c. remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções


adicionais;

d. remoção da sinalização de impedimento de reenergização e

e. destravamento se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

20
CAPÍTULO 3
Equipamentos de Proteção individual – EPI

A proteção individual deve ser utilizada apenas quando as medidas de proteção coletiva,
administrativas ou de organização do trabalho, não forem suficientes para eliminar ou minimizar
os riscos à integridade física e saúde do trabalhador.

Vale ressaltar que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos
de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes
e danos à saúde dos empregados.

No processo de aquisição de equipamento de proteção individual deve-se verificar o Certificado de


Aprovação (CA) do EPI. O certificado deve constar no EPI em caracteres indeléveis. O certificado é
emitido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, vinculada ao Departamento de Segurança e Saúde
no Trabalho (SIT/DSST). No Brasil o laudo de ensaio em equipamento é emitido por laboratório
de certificação credenciado junto ao DSST. A conformidade de proteção é avaliada no âmbito do
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO). O SINMETRO
é um sistema brasileiro, constituído por entidades públicas e privadas, que exercem atividades
relacionadas com metrologia, normalização, qualidade industrial e certificação da conformidade. O
INMETRO é parte integrante do SINMETRO, e este é responsável por emitir laudos de conformidade
de equipamentos de proteção individual.

A rastreabilidade do laudo é facilmente consultável via site do Instituto Nacional de Metrologia,


Qualidade e Tecnologia (INMETRO). É importante para respaldar o profissional de Segurança e
Saúde do Trabalho (SST) que sejam guardadas as notas fiscais de aquisição dos EPIs e se for o caso
também que seja verificado o CA, impresso e guardado.

Os Equipamentos de Proteção Individual são classificados em 9 categorias, sendo:

1. Equipamentos de proteção da cabeça (capacete e capuz - também chamado de


balaclava).

2. Equipamento de proteção dos olhos e da face (Óculos, protetor facial, máscara de


solda).

3. Equipamentos de proteção auditiva (protetor auditivo - concha ou plug).

4. Equipamento de proteção respiratória (respirador purificador de ar não motorizado,


respirador purificador de ar motorizado, respirador de adução de ar tipo linha de ar
comprimido, respirador de adução de ar tipo máscara autônoma e respirador de fuga).

5. Equipamentos de proteção de tronco (vestimentas de proteção, colete a prova de


balas de uso permitido para vigilantes).

6. Equipamentos de proteção de membros superiores (Luva, Creme contra agentes


químicos, manga, braçadeira, dedeira).

21
UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

7. Equipamentos de proteção dos membros inferiores (Calçado, meia, perneira, calça).

8. Equipamentos de proteção do corpo inteiro (macacão, vestimenta de corpo inteiro) e.

9. Equipamentos de proteção contra queda de diferença de nível (cinturão com


dispositivo trava-queda, cinturão de segurança com talabarte).

Na generalidade dos trabalhos a utilização dos EPI vai estar condicionada a conter a exposição
da pele do trabalhador ao contado direto/indireto com partes energizadas dos equipamentos e
instalações elétricos. Dentro das categorias explicitadas os equipamentos de proteção individual
que terão praticamente maior importância neste sentido são as luvas, obviamente não se descarta a
utilização de vestimenta que protejam de corpo inteiro cobrindo até os punhos e calça e bota isolada.
Mas a maior importância se dá as luvas pelo manuseio direto nos quadros, disjuntores, fiação.

Normalmente o recomendado é a utilização de luva de borracha, esta como barreira isolante, e


sobre ela uma luva de pelica para proteger a de borracha. Não é incomum o funcionário se sentir
desconfortável ao usar as duas luvas simultaneamente e tentar retirar a luva de pelica. O problema
advém que a luva de borracha é fácil de se danificar, bastando um esbarrão em um quadro afiado
para se rasgar. Desta forma o cuidado reside em orientar e controlar o uso por parte dos funcionários
do EPI, evitando o uso incorreto. Algo também a se considerar na gestão destes equipamentos
é que a luva apresenta mais de um padrão de tamanho. Na aquisição de luvas não corretamente
dimensionadas, podem-se ter luvas folgadas e as mãos ficam escorregando e saindo facilmente, ou
luvas apertadas que provocam rapidamente cansaço. Dessa forma é importante avaliar a aquisição
do item.

As outras vestimentas que fazem a correta proteção são a bota com solado de borracha, ou outro
material que permita isolar eletricamente a passagem de corrente em direção ao solo, e vestimentas
de algodão tratado ou fibra natural que tenham tramas fechadas para evitar o contato.

Esse risco citado tem um fácil tratamento. Quando se tem do circuito, utiliza-se o EPI com
determinada isolação, conforme o nível de tensão do trabalho. Um risco que envolve uma certa
complexidade provém da formação de um arco elétrico, pois este exige projeto específico para o
correto dimensionamento.

22
CAPÍTULO 4
Projetos de proteção individual
e coletiva

Primeiramente, é importante caracterizar o que seria o arco elétrico e a magnitude que temos
na presença dele. O arco elétrico é uma fonte de calor extremo que pode alcançar 20.000 K nos
terminais do arco e 13.000 K em sua parte intermediária, respectivamente 4 e 2,6 vezes mais
altas que superfície do sol, estimada em 5000 K, sendo assim a segunda mais poderosa fonte de
calor da terra, ficando atrás somente de alguns tipos de raio laser que podem atingir 100.000 K. A
quantidade de energia produzida por arcos elétricos pode ultrapassar 100 cal/cm²/s. Para se ter
ideia da magnitude deste valor, a pele humana exposta a esta quantidade de energia atingira, em ½
segundo, a temperatura de 500º C e a água aumentaria seu volume entorno de 500 vezes. Este efeito
seria similar ao de uma explosão, pela quase instantaneidade da expansão.

Como mencionado o arco elétrico pode atingir temperaturas altíssimas, ocasionando queimaduras
graves, as quais podem facilitar a infecção hospitalar, além, é claro, de outros males. Por esse
motivo, enfatiza-se a importância da proteção. A NR-10 estabelece a necessidade de vestimenta
especial a fim de proteger o profissional contra as queimaduras, a qual deve ter características de
não inflamabilidade, ou seja, o fogo extingue-se rapidamente do tecido. Essas vestimentas devem
ser especificadas por um profissional habilitado na área de elétrica, visto que cálculos específicos
são exigidos para determinar com precisão o nível adequado para a vestimenta. Para a correta
especificação, deve-se realizar o cálculo de ATPV (Arc Thermal Performance Value).

Existe mais de uma metodologia para chegar ao valor de ATPV. Temos por exemplo a NFPA 70E
– Standard for Electrical Safety in Workplace e a IEEE 1584 – Guide for Performing Arc flash
Hazard Calculations, ambas têm o mesmo objetivo de proteger os profissionais que trabalham
perto ou em instalações e/ou equipamentos elétricos energizados.

Por exemplo, na NFPA 70E os riscos são classificados de 0 a 4, sendo 0 para menor risco e 4
para o risco maior de acordo com as tarefas realizadas em equipamentos energizados. O nível de
proteção, última coluna da tabela a seguir, é definido em ATPV (Arc Thermal Performance Value).
Esta característica, chamada ATPV, é definida como o valor da energia incidente que o material
ou sistema multicamadas do material que resulta em 50% de probabilidade que a transferência
de calor suficiente por meio de testes em amostras é prognosticada para causar o começo de uma
queimadura de segundo grau, em cal/cm².

Tabela 6. Características das Vestimentas de Proteção – NFPA 70E (2009).

Categoria de Descrição da Vestimenta Nível mínimo de


Risco/Perigo Proteção contra arco do
EPI [J/cm²(cal/cm²)]
0 Não fundante (nonmelting), material flamável (isto é, algodão sem tratamento, lã, raion, Não Aplicável
seda, ou a combinação destes materiais), com gramatura mínima de 152 g/m²
1 Camisa e calça antichamas ou macacão antichama 16,74 (4)

23
UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

Categoria de Descrição da Vestimenta Nível mínimo de


Risco/Perigo Proteção contra arco do
EPI [J/cm²(cal/cm²)]
2 Camisa calça antichamas ou macacão antichama 33,4447 (8)
3 Camisa e calça antichamas ou macacão antichama, e roupa de proteção contra arco 104,60 (25)
selecionada de forma atenda o requisitos mínimo do nível de proteção desejado
4 Camisa e calça antichamas ou macacão antichama, e roupa de proteção contra arco 167,36 (40)
selecionada de forma atenda o requisitos mínimo do nível de proteção desejado

Fonte: National Fire Protection Association.

O nível de exposição à energia incidente ainda é baseado na distância de trabalho do rosto do


trabalhador e da área do peito (caixa torácica) em relação à fonte do arco para uma determinada
tarefa a ser executada. Existe ainda nas considerações sobre a exposição fatores como distância e
corrente de curto circuito, que entram na conta ao calcular o ATPV. Por isso dessa forma existe a
necessidade de ter-se o auxílio do engenheiro elétrico para calcular situações específicas.

Nos projetos de proteções coletivas que mitigam a questão do arco voltaico existem zonas de controle
e risco que vão definir onde deverá ser colocada a superfície de isolamento, onde for o caso. A seguir
segue diagrama com identificação destas zonas. Curiosamente esta figura é bastante utilizada em
provas de concurso, com questões de identificação de colunas.

Figura 10. Zonas controlada e de risco.

Imagem fonte: <redeseletricas.wordpress.com>

Onde:

PE - Ponto energizado;
ZR – Zona de risco;
zcP – Zona controlada;
Zl – Zona livre;
SI – Superfície isolante.

Resumindo, dependendo da complexidade do sistema deve-se considerar outras variáveis (corrente


de curto-circuito, distância de trabalho, tempo de duração do arco, sistema aterrado ou não etc.).
Para casos que são mais simples pode-se usar metodologia mais simplificada que utiliza tabelas e a
classe de tensão.

24
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

Nessa metodologia citada verifica-se primeiro o nível de tensão e classifica-se o risco, de acordo com
as tabelas a seguir:

Tabela 7. ATPV – Painéis de 220 e 127 volts

Classificação da categoria de risco Painéis com nível de tensão de 220/127 V


Categoria de Necessidade de uso de Necessidade de utilização de
Etapa
risco (ATPV) luvas isolantes ferramentas isolantes

Manobras de disjuntores e chaves fusíveis com manopla externa. 0 Não Não

Manobra de fusíveis ou chaves fusíveis com acionamento direto. 0 Não Não


Trabalhos próximos de partes energizadas, incluindo testes de
1 Sim Sim
tensão.
Remoção ou instalação de disjuntores ou chaves fusíveis. 1 Sim Sim
Remoção de cobertura, deixando partes energizadas expostas. 1 Não Sim

Tabela 8. ATPV – Painéis de 380 e 440 volts

Classificação da categoria de risco Painéis com nível de tensão de 220/127 V


Categoria de Necessidade de uso Necessidade de utilização de
Etapa
risco (ATPV) de luvas isolantes ferramentas isolantes
Manobras de disjuntores e chaves fusíveis com manopla externa. 0 Não Não
Manobra de fusíveis ou chaves fusíveis com acionamento direto. 2 Não Não
Trabalhos próximos de partes energizadas, incluindo testes de
2 Sim Sim
tensão.
Remoção ou instalação de disjuntores ou chaves fusíveis. 2 Sim Sim
Remoção de cobertura, deixando partes energizadas expostas. 2 Sim Sim

Tabela 9. ATPV - Painéis acima 1.000 volts

Classificação da categoria de risco Painéis com nível de tensão de 220/127 V


Categoria de Necessidade de uso Necessidade de utilização de
Etapa
risco (ATPV) de luvas isolantes ferramentas isolantes
Operação de chave seccionadora e/ou disjuntor de média tensão
2 Sim Não
com as portas do cubículo fechadas.
Trabalhos próximos a partes energizadas, incluindo teste de tensão. 4 Sim Sim
Aplicação de aterramento temporário, após teste de tensão. 4 Sim Sim
Inspeção de cabos isolados em área em poço de inspeção ou outra
4 Sim Não
área confinada.
Inspeção de cabos isolados em área aberta. 2 Sim Não

Finalmente baseado no nível do ATPV informa-se ao fornecedor que este deve ter a vestimenta
apropriada.

25
UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

Quando falamos do projeto de instalação elétrica, algumas medidas devem ser consideradas para
algumas situações. Uma dessas situações é a ocorrência de sobretensões. As sobretensões são uma
elevação brusca na tensão do sistema elétrico, que ultrapassa os limites normalmente projetados.

As sobretensões podem ser de curta duração (da ordem de microssegundos) e podem ser provocadas
por descargas atmosféricas ou por manobras na rede (manutenção, desligamentos de equipamentos
por conta de chuvas, chaveamento de circuitos etc.). Já a sobretensão permanente, mais rara, é
consequência de grandes manobras e avarias na rede de distribuição por conta de queda de árvores,
ventanias e outros.

A medida simples é a colocação de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs), estes são
projetados para evitar a elevação brusca de tensão. Não deve ser confundido com disjuntor comum,
visto que o disjuntor comum serve para evitar a elevação brusca de corrente, ou seja, na maioria das
vezes causada por curto-circuito.

Existem três classes de DPSs:

Classe I: Instalações sujeitas à descargas diretas nos para-raios da edificação ou descargas


vindas pela rede elétrica. Usado em industrias, edifícios de elevada altura etc.

Classe II: Instalações elétricas gerais, que muito provavelmente receberão “surtos” somente
pela rede elétrica. Usado em residências, comércios e edificações de pequenos porte.

Classe III: Instalações elétricas com equipamentos muito sensíveis aos “surtos elétricos”. Usado
em hospitais (centros cirúrgicos), centros de telecomunicações etc.

Os DPSs funcionam utilizando varistores. O varistor é um componente eletrônico que abaixo da


tensão de disparo apresenta alta resistência elétrica e acima da tensão de disparo baixa resistência.
Ele fica instalado em paralelo com o fio Neutro e o fio Fase. Quando a tensão sobe acima da tensão
de disparo ele provoca um curto-circuito entre o fio Neutro e o fio Fase. Mas há de se pensar, o
curto-circuito não é ruim? O que ocorre é que isso é muito rápido a ponto de não provocar calor.
Quando perdura por tempo muito elevado o varistor queima. Ficando a tensão elevada por maior
tempo vai provocar aumento de corrente e o circuito desliga ao sentir a corrente induzida.

Como foi mencionado, as sobretensões podem ocorrer por descargas atmosféricas nas redes de
transmissão. Essas descargas são nada mais do que os raios elétricos. Esses raios não caem apenas
na rede de transmissão, mas pode também cair na edificação. Para proteção em caso de ocorrência
desses raios deve-se ter dimensionamento de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
(SPDA).

O SPDA é um sistema de proteção contra raios que tem como objetivo escoar para o solo, no
caminho mais curto e mais rápido possível os raios que eventualmente atinjam a edificação onde
estão instalados. Desta forma, o principal objetivo de um SPDA é garantir a segurança das pessoas e
dos bens patrimoniais. Apesar disso um SPDA nunca poderá garantir uma proteção 100%, uma vez
que se trata de um evento da natureza que o homem não tem controle. Aliás como todos eventos da
natureza, a única coisa que o homem pode fazer é agir preventivamente.

26
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL │ UNIDADE I

Existe mais de um método para projeto de SPDA podendo ser usado, por exemplo, ângulo de
proteção (Método Franklin), esfera rolante ou fictícia (Modelo eletrogeométrico) e condutores em
malha de gaiola (Método Faraday).

Independente do método para empregar o escolhido segue-se os seguintes passos:

I. Definir o nível de proteção – Deve-se selecionar em tabela o nível de proteção


exigido para a edificação que se deve proteger.

II. Definir o método e espaçamento – Ao ser definido o nível de proteção deve-


se consultar tabela e definir o método a ser utilizado e o espaçamento entre os
condutores de descida.

III. Definir condutor – Definidos os parâmetros anteriores, deve-se definir o tipo de


condutor e consequentemente a seção (bitola) deste condutor.

A seguir é apresentada figura, exemplo, de sistema pelo método de Gaiola de Faraday em prédios:

Figura 11. Método de Gaiola de Faraday em prédios.

Fonte: Referência folheto PROCOBRE.

Onde:

1. Subsistema de Captação (por cima) – condutor por cima da platibanda percorrendo


todas as periferias dos diferentes níveis horizontais.

27
UNIDADE I │ EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL

2. Subsistema de Captação (na lateral) – conduto na lateral externa da platibanda


percorrendo todas as periferias horizontais.

3. Subsistema de Descida – condutores verticais dispostos preferencialmente nas


quinas da edificação e distribuição pelo perímetro da edificação obedecendo o
espaçamento especificado na tabela 2.

4. Subsistema de Anéis intermediários Horizontais (captação lateral) – condutores


horizontais, com seção mínima de 35mm², instalados a cada 20m de altura,
percorrendo a periferia externa da edificação e interligando as descidas.

5. Subsistema de Malha de Aterramento – cabo de cobre nu, com seção mínima de


50mm², circundando a periferia do prédio, distando aproximadamente 1m da
edificação, enterrado a 0,5m de profundidade e conectado no mínimo a uma haste
“Copperweld” de alta camada para cada descida.

6. Subsistema de Equalização de Potencial – interligação de todas a malhas de


aterramento e massas metálicas ao terminal de Aterramento Principal ou ligação
Equipontencial Principal.

Sob o ponto de vista do aterramento, ele é o meio responsável pelo escoamento das correntes dos
raios no solo, sem provocar tensões de passo perigosas e mantendo baixa a queda de tensão na
resistência de terra. As correntes dos raios penetram na instalação pelos captores e são conduzidas
até o aterramento por meio das descidas, que são ligadas aos eletrodos de aterramento.

Os eletrodos de aterramento podem ser em cobre, aço galvanizado a quente ou aço inoxidável, não
sendo permitido o uso de alumínio. É possível também utilizar o aço revestido de cobre (Copperweld)
com uma camada mínima de 254mm. O eletrodo de terra pode ter a forma de cabo, barra chata ou
redonda ou tubo, com seções mínimas de 50mm2 para o cobre, 80mm2 para o aço galvanizado e
100mm2 para aço inoxidável.

Apesar da popularidade dos eletrodos anteriores, é importante destacar que, desde fevereiro de
1998, a NBR no 5.410/1997 declara como eletrodo de aterramento preferencial das instalações aquele
que utiliza a ferragem da fundação do concreto armado. Essa solução resulta em uma baixíssima
resistência de aterramento (geralmente menor do que 1ohm) e, principalmente, proporciona uma
equalização completa dos potenciais das diversas massas e da estrutura da edificação, graças à
interligação com a ferragem das lajes.

Finalizando o assunto projetos, deve ser observado que a presença do engenheiro eletricista é de
suma importância para o projeto das instalações, logo o engenheiro de segurança deve atentar a ter
um bom relacionamento com o profissional e realizar um serviço a quatro mãos com o intuito de
aumentar a segurança dos trabalhadores que estão na sua responsabilidade.

28
CHOQUE ELÉTRICO UNIDADE II

Se uma instalação elétrica é bem-projetada e executada, dificilmente temos a ocorrência de choques


elétricos tão comuns em nosso dia a dia, e caso ocorram, um sistema de proteção deveria atuar
para que, em um pequeno espaço de tempo, não cause danos às pessoas leigas ou profissionais
habilitados na execução dos serviços de eletricidade. O tema abordado aqui tem objetivo de aguçar
as ideias dos profissionais que lidam diretamente com as instalações elétricas.

Voltando ao básico para funcionamento de qualquer dispositivo elétrico, temos três elementos
que compõe qualquer equipamento elétrico, encontrado nas variadas instalações elétricas:
a resistência, que é responsável pela transformação da energia elétrica em outra forma de
energia, tais como calorífica, luminosa, mecânica, sonora etc.; a indutância e capacitância
que se traduz na maioria das vezes na presença de indutores e capacitores, que são elementos
armazenadores de energia responsáveis por criação de campos eletromagnéticos, aparecem nos:
transformadores, reatores e na formação dos campos eletromagnéticos dos motores; o terceiro
elemento é a diferença de potencial (tensão elétrica), este serve para que haja circulação de
corrente elétrica e a produção de potência elétrica ativa, que é a grandeza determina quanto uma
lâmpada é capaz de emitir luz, um motor elétrico pode produzir trabalho, um chuveiro consegue
aquecer água, entre outros. O conjunto das potências elétricas, ativa e reativa, dá origem à
potência aparente.

Observe que para um equipamento funcionar é necessário que seja conectado, por meio de
condutores, a uma instalação elétrica, que submetida a uma tensão elétrica cujos valores podem
colocar em riscos as pessoas que operam os equipamentos. Duas situações podem ocorrer quando
o corpo humano é submetido a uma tensão elétrica causada por falha de isolamento das partes
condutoras ou contato direto com as partes vivas. A corrente vai passar pelo corpo humano
direto o chão ou passar pelo corpo humano de um condutor para outro. O nível da tensão é
o que vai provocar a quantidade de corrente que vai passar pelo corpo humano, dessa forma
as normas que tratam o assunto recomendas que os valores que estão em uma faixa de tensão
segura não deveriam ser superiores a 50 volts (corrente alternada) nos locais residenciais e 25
volts (corrente alternada) em áreas externas, canteiros de obras, estabelecimentos pecuários,
campings etc.

O choque elétrico vai se traduzir no conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se
manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. As
manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e intensidade da corrente,
podendo ser desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração muscular, que pode
provocar a morte.

29
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO

Os riscos chegam a ser tão elevados que existe lei sancionada que reconhece a situação de
periculosidade nas atividades decorrentes da exposição à energia elétrica, dando direitos aos
eletricitários de receber adicional de periculosidade, isso desde 1985.

Por curiosidade o contato direto (quando se toca diretamente num condutor ativo de uma instalação)
ocorre, geralmente pela falta de conhecimento, negligência ou imprudência das pessoas, sendo
este tipo de contato mais raro. O contato indireto (quando se toca numa parte da instalação que
é condutora temporariamente, em geral por uma falta elétrica, mas que está isolada das partes
condutoras da instalação) é mais frequente, e representa um perigo maior.

Os principais efeitos que uma corrente elétrica produz no corpo humano são a tetanização, parada
respiratória, queimadura e a fibrilação ventricular.

A tetanização é a paralisia muscular provocada pela circulação da corrente elétrica por meio dos
tecidos nervosos que controlam os músculos. Esse efeito sobrepõe-se ao comando cerebral. Até
certo valor, entre 6 a14mA em mulheres e 9 e 3mA em homens, em corrente alternada de 50 a
60hz, tem-se o limite de largar, que é o valor limite para que uma pessoa, tendo em mãos um objeto
energizado, ainda consiga largá-lo. Ultrapassando este limite a corrente provoca contração total do
músculo, o que impede que a pessoa largue o objeto usando os músculos voluntariarmente.

A parada respiratória acontece quando, durante a tetanização, os músculos peitorais e os pulmões


são paralisados e interrompem a respiração. Se a corrente permanece, a pessoa perde a consciência
e morre por asfixia, ou sofre lesões irreversíveis nos tecidos cerebrais. Por essa razão é importante a
respiração artificial no socorro imediato (no máximo três ou quatro minutos após o acidente).

A queimadura ocorre quando a passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do
desenvolvimento de calor pelo efeito joule. Esta pode se tornar mais intensa nos pontos de entrada e
saídas de corrente e mais grave quanto maior a corrente e o tempo de permanência. Na alta tensão,
a queimadura interna pode romper as artérias causando hemorragia.

A fibrilação ventricular ocorre quando as fibras musculares do ventrículo vibram desordenadamente,


estagnando o sangue dentro do coração. No ser humano, o músculo cardíaco contrai-se 60 a 100
vezes por minuto em virtude dos impulsos elétricos gerados no nódulo sinoatrial do coração. Quando
às vezes somam-se e sobrepõem-se impulsos externos, devido ao choque elétrico, dependendo da
intensidade da corrente e da duração do contato, a frequência do batimento poderá ser alternada,
produzindo arritmia, e o órgão não será mais capaz de exercer sua função vital. A fibrilação
ventricular é praticamente irreversível, pois, apesar dos bons resultados que podem ser conseguidos
pelo pronto atendimento com desfibriladores cardíacos, via de regra não há tempo para usá-los, já
que o período para comprometimento do coração e cérebro é de apenas três minutos.

Todos os anos milhares de acidentes e muitas pessoas morrem ou ficam gravemente feridas em
consequência de choques elétricos. Quando ocorre um acidente, o atendimento rápido pode salvar
a vítima, mas é preciso saber como agir. Os primeiros três minutos após o choque são vitais para o
atendimento do acidentado. Contudo alguns cuidados podem ser citados no atendimento:

»» não tocar na pessoa acidentada em contato com instalação elétrica energizada;

30
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II

»» se o choque ocorrer dentro de casa, desligar imediatamente o disjuntor ou chave


geral;

»» caso o acidente ocorra na rede elétrica externa, contate imediatamente a empresa


distribuidora de energia;

»» não sendo possível desligar a energia, afaste a pessoa da instalação com material
isolante (que não permite que a eletricidade passe através dele) e seco, como um
cabo de vassoura, um jornal dobrado, cano plástico ou corda. Suba em algum
material isolante, como tapete de borracha ou pilha de jornais secos;

»» chame o pronto-socorro ou leve a vítima para o hospital, com o cuidado de não


agravar eventuais lesões;

»» caso seja necessário e se souber, aplique técnicas de reanimação como respiração


boca a boca e massagem cardíaca.

31
CAPÍTULO 1
Fibrilação ventricular e desfibriladores

De forma a compreender profundamente o que se trata a fibrilação ventricular e como funcionam os


desfibriladores é importante entender os conceitos de funcionamento do coração.

O coração é um órgão muscular que promove a circulação do sangue pelo corpo. É composto por
duas partes distintas, as quais agem como bombas pulsáteis independentes: o coração direito,
responsável pelo bombeamento do sangue venoso para o pulmão, e o coração esquerdo, que bombeia
o sangue arterial para os órgãos periféricos.

Cada um dos lados do coração é subdividido em duas câmaras internas: o átrio e o ventrículo, as
quais são ligadas entre si por válvulas cardíacas. Enquanto os átrios podem ser considerados bombas
fracas de escorva, responsáveis por bombear para os ventrículos o sangue que chega ao coração, são
os ventrículos que imprimem a força principal de bombeamento.

Os movimentos realizados pelo coração para promover o bombeamento do sangue são conhecidos
como batimentos cardíacos. Os eventos que ocorrem entre o início e o final de cada batimento
constituem o ciclo cardíaco, o qual consiste em um período de relaxamento, a diástole, intercalado
por um período de contração, a sístole.

O coração possui um sistema especializado de autoexcitação, responsável por gerar impulsos


rítmicos capazes de promover a contração ritmada do músculo cardíaco e realizar a condução
destes impulsos, rapidamente, para todo o coração. Quando este sistema funciona normalmente, a
contração dos átrios é realizada cerca de 1/6 de segundo antes dos ventrículos, de modo a conduzir
o sangue para as câmaras ventriculares antes que estas se contraiam e bombeiem o sangue para os
pulmões e para circulação periférica.

Ciclicamente as células cardíacas passam por ciclos de despolarização e repolarização, na qual


íons (Na+, Ca++ e K+) atravessam de dentro para fora e depois de fora para dentro das células.
A despolarização ocorre quando um fluxo de íons atravessa o sarcolema (membrana celular) e
promove a redução da concentração de cargas negativas no interior da célula, com consequente
diminuição da diferença de potencial transmembrana. A repolarização ocorre quando um fluxo de
íons atravessa a membrana celular seletiva no sentido de restaurar o potencial de repouso da célula.

Conforme uma onda de despolarização percorre no coração durante um batimento cardíaco, o


interior das células tende a ficar com uma concentração maior de cargas positivas e uma pequena
parte da corrente elétrica produzida passa para os tecidos vizinhos, alcançando a superfície do
corpo. Tal corrente elétrica gera um pequeno potencial elétrico, o qual pode ser registrado por
meio de eletrodos externos colocados sobre a pele e dispostos em lados opostos do coração. O
registro deste potencial elétrico é frequentemente utilizado para monitorar a atividade cardíaca
de pacientes e é denominado eletrocardiograma (ECG). Um registro típico de ECG é mostrado na
figura a seguir.

32
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II

Figura 12. Representação de um ECG normal.

[RAMOS;SOUZA, 2007].

Quando o ritmo cardíaco natural se torna irregular estes são chamados de arritmias cardíacas. Estas
arritmias podem ser por batimentos muito lentos ou de maneira descoordenada ou esporádica.
Obviamente tais disfunções podem ser fatais, uma vez que podem alterar drasticamente a função de
bombeamento do coração.

Uma das arritmias cardíacas é a fibrilação ventricular. A fibrilação ventricular ocorre quando
impulsos cardíacos circulam por todas as direções pela massa muscular ventricular, estimulando
primeiramente uma região, depois outra e, por fim, voltando sobre si mesmo para reexcitar o mesmo
músculo ventricular por várias vezes, sem cessar (movimento circular).

Quando uma fibrilação ventricular ocorre, muitas regiões dos ventrículos contraem-se ao mesmo
tempo em que outras regiões ventriculares estão se relaxando, isto impede a contração coordenada
de todo o músculo ventricular. Como resultado as câmaras ventriculares não se distendem nem
se contraem, permanecendo em uma situação indeterminada de contração parcial, bombeando
quantidades desprezíveis de sangue, ou nenhum sangue.

Para corrigir a fibrilação ventricular força-se a aplicação de um pulso de corrente elétrica


atravessando o coração que promove a despolarização (contração) de uma grande quantidade de
fibras musculares ventriculares que estavam polarizadas (relaxadas) e ao mesmo tempo prolongando
a contração das fibras que já estavam contraídas. Se uma massa crítica (75% a 90%) das fibras
responde simultaneamente a esta contração forçada, quando as mesmas retornarem ao estado de
repouso estarão em condições de responder ao marca passo natural do coração, restabelecendo o
bombeamento efetivo de sangue.

Por curiosidade, uma vez iniciada a fibrilação ventricular, a probabilidade de sobrevivência


cai em 10% a cada minuto decorrido. Desta forma, quanto mais rapido houver a intervenção e
forem utilizados equipamentos médicos adequados, tanto maior será a chance de sobrevivência
do paciente.

Normalmente, o coração é capaz de bater de forma síncrona após a desfibrilação elétrica. Para
uma célula cardíaca individual, o choque não necessita ser maior do que o pulso gerado pelo

33
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO

próprio marca-passo do coração. Nesse sentido, um desfibrilador é um estimulador semelhante a


um marca-passo cardíaco de larga escala, que não deve provocar danos ao coração.

Para produzir a mesma densidade de corrente que o marca-passo cardíaco natural, a desfibrilação
requer eletrodos corretamente posicionados (ver Figura 13) e de grande superfície pelos quais
circulam correntes de dezenas de ampères, sendo que grande parte dessas correntes acabam
passando ao redor e não através do coração. Desta forma é de importância na eficácia do tratamento
a aplicação de corrente certa passando no coração.

Figura 13. Posicionamento adequado dos eletrodos efetiva desfibrilação.

Fonte: BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 1, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X

A tecnologia dos desfibriladores evoluiu com estudos de eficácia no tratamento, desfibriladores mais
antigos usavam aplicação de choque monofásico, hoje evoluíram para choque bifásico, ou seja, com
inversão do pulso. A impedância torácica de homens adultos, submetidos a desfibrilação em hospitais,
varia de 25 a 175 ohms, sendo o valor médio de 58 ohms. Desta forma uma das características incorporadas
aos desfibriladores bifásicos é medir a impedância do indivíduo durante a utilização do equipamento.

No pulso de desfibrilação bifásico, durante a aplicação do choque no paciente, é formado um circuito


RC, em que o paciente representa a resistência em série com o capacitor. A componente resistiva,
neste caso, pode variar de acordo com a impedância transtorácica do paciente. Esta sendo medida o
equipamento ajusta a largura do pulso aplicado. A figura apresenta larguras diferentes de pulso de
acordo com a impedância transtorácica.

Figura 14. larguras diferentes de pulso de acordo com a impedância transtorácica.

Fonte: BIT – Boletim Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 1, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X

34
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II

A figura 14 mostra a variação da duração dos pulsos para diferentes valores de impedância. Para
corrigir e ajustar a duração do pulso de desfibrilação, os equipamentos que utilizam esta tecnologia
medem o valor de impedância transtorácica do paciente antes do choque para que o circuito de
controle possa ajustar o tempo de duração da descarga, garantindo a entrega da energia previamente
selecionada.

Estudos têm mostrado que formas de ondas bifásicas apresentam desempenho superior às
monofásicas no tratamento das fibrilações ventriculares. Além disso, os choques bifásicos produzem
menos lesões ao tecido cardíaco. Outro aspecto importante é que os desfibriladores bifásicos, com
menores valores de energia, alcançam o mesmo nível de sucesso que os monofásicos, representando
maior segurança ao paciente.

Outra evolução são os Desfibriladores Externos Automáticos (DEA). Os DEAs diferem dos
desfibriladores convencionais porque podem analisar o ritmo cardíaco e determinar se a
desfibrilação será necessária; isto elimina a necessidade do operador interpretar o sinal de ECG
antes da desfibrilação.

O DEA foi concebido para ser utilizado principalmente em situações de emergência onde os
operadores não são treinados no suporte de vida avançado, tais como bombeiros, agentes policiais
e paramédicos. Os DEA podem ser automáticos ou semiautomáticos.

Os modelos automáticos exigem apenas que o operador posicione os eletrodos de desfibrilação e


ative a unidade que vai analisar o ECG do paciente e determinar a necessidade de aplicação do pulso
elétrico; caso necessário, o equipamento automaticamente efetua a descarga.

As maiorias dos DEA são semiautomático. Estes equipamentos analisam o ECG do paciente e
notificam o operador se a desfibrilação é indicada. Desta forma, o operador pode efetuar a descarga.

Estes equipamentos podem utilizar mensagem visual, sons e/ou instruções de voz sintetizada para
notificar o operador de uma ação. Os DEA também podem incluir um dispositivo de documentação
tal como um cartão de memória. Cabos reutilizáveis fazem a conexão dos eletrodos adesivos de
desfibrilação com o equipamento. Estes eletrodos adesivos são utilizados para a monitoração
do ritmo cardíaco e a entrega da energia de desfibrilação. Para visualização das informações,
informações da situação ao operador (paciente e/ou desfibrilador) e para mostrar a onda de ECG
ou informar sobre o início da desfibrilação o equipamento conta com um display LCD ou outro tipo
de display.

Os DEA utilizam algoritmos de reconhecimento. A precisão de reconhecimento de algoritmo de


um DEA é normalmente descrito em termos de sensibilidade e especificidade. A avaliação de
desempenho dos DEAs é determinada por normas emitidas pela American Nacional Standards
Institute/Association for the Advancement of Medical Instrumentation, ANSI/AAMI. De acordo
com estas normas, a sensibilidade para reconhecimento de fibrilação ventricular em uma amplitude
de 200 V ou mais deve ser superior a 90% na ausência de artefato. Para os equipamentos que
detectam taquicardia ventricular, a sensibilidade deve ser superior a 75%. A especificidade do
equipamento em diferenciar arritmias que não necessitam de desfibrilação deve ser superior a 95%
na ausência de artefatos.

35
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO

Alguns desfibriladores oferecem recursos adicionais, como o módulo de oximetria de pulso, que
realiza a monitoração do grau de saturação de oxigênio no sangue arterial. Essa medida é obtida
de maneira não invasiva, por meio de sensor óptico posicionado normalmente em extremidades
do corpo do paciente, como dedo, ou lóbulo da orelha. O princípio da oximetria de pulso é baseado
nas características de absorção da luz vermelha e infravermelha da hemoglobina oxigenada e a
desoxigenada.

Outro recurso é o módulo de marca-passo externo. É um recurso geralmente opcional dos


desfibriladores, sendo utilizado para o tratamento temporário emergencial de assistolia, bradicardia
severa, falha de marca-passo implantado, entre outras cardiopatias. Para uso do marca-passo
externo são necessários dois eletrodos descartáveis fixos no tórax do paciente, que conduzem os
estímulos elétricos ao coração. Os eletrodos são normalmente aplicados um eletrodo no tórax e
outro nas costas, pois nessa situação reduz-se a estimulação do músculo peitoral.

Outro recurso a capnografia é um método de monitoração ventilatória não invasiva que permite a
quantificação direta da fração expirada de dióxido de carbono (CO2) e, indireta, das pressões parciais
arteriais de CO2. O sistema faz comparação entre a quantidade de energia infravermelha absorvida e
o referencial zero, mostrando instantaneamente a concentração do gás.

O módulo de PNI é um método de oscilometria automatizado que permite a verificação da pressão


arterial com base na medida das pressões sistólica, diastólica e média, utilizando um software
específico para esse fim.

Um último módulo seria o registrador, que se traduz em uma impressora para registro de eventos
mais importantes.

Para conhecimento é apresentado alguns acessórios genéricos. Esta lista não é exaustiva, os
acessórios não se limitam aos indicados a seguir:

»» cabo de força para interligação à rede elétrica;

»» cabo veicular para alimentação em corrente continua;

»» bateria não recarregável;

»» bateria recarregável (acumulador recarregável);

»» carregador de bateria;

»» cabo do carregador de bateria;

»» cartão de memória (memória de eventos e registro do traçado de ECG do paciente,


anterior e posterior à descarga de energia: especificar número mínimo de descargas);

»» software para vizualização em PC;

»» cabos para monitorização de ECG de 5 vias (ou de três vias) com terminais de
conexão aos eletrodos de pele;

36
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II

»» cabo conector dos eletrodos descartáveis de ECG/Desfibrilação ao Equipamento;

»» conjunto de eletrodos (pás) para desfibrilação e cardioversão externas, desfibrilação


externa semiautomática, estimulação de marca-passo e monitoração de ECG,
descartáveis, compostos de eletrodo flexível adesivo com pré‐aplicação de gel, com
ou sem cabo fixado, com conector blindado. (Existem tamanhos para uso Adulto e
Pediátrico);

»» conjunto de eletrodos (pás) de desfibrilação externa, reutilizáveis, composto de


manopla com botão de acionamento, para carga e descarga, e cabo com conector
blindado.

»» eletrodos para desfibrilação interna, esterilizáveis, em no mínimo três tamanhos


(neonato, pediátrico e adulto), conectáveis ou integrados às manoplas.

»» manoplas com cabo e conector blindados, com comando de acionamento de


descarga nas manoplas, esterilizáveis;

»» manoplas de descarga, para desfibrilação interna, com botão de acionamento


incorporado, caso não sejam integradas aos eletrodos internos;

»» ferramentas de treinamento e simulação (variam conforme solução tecnológica de


cada fabricante);

»» impressora térmica;

»» bobinas de papel para impressão de eventos;

»» tubos de gel condutivo para desfibrilação;

»» suporte de parede;

»» carro de transporte;

»» manual de instruções de uso.

Uma importante informação sobre utilização do desfibrilador: se o paciente não apresenta mais
sinal elétrico no coração, ou seja, se este está completamente parado, o choque elétrico não é mais
efetivo, pois não existe ritmo cardíaco a ser restituído.

Acerca das técnicas de utilização de desfibriladores o recomendado é sempre se atualizar a partir das
diretrizes da American Heart Association, pois esta entidade sempre publica as melhores práticas
de utilização desse equipamento.

É de suma importância conhecer o aparelho para sua correta utilização. Basicamente todos os
desfibriladores vão apresentar 4 botões:

1. liga e desliga;

37
UNIDADE II │ CHOQUE ELÉTRICO

2. selecionar carga;

3. carregar capacitor e;

4. disparar a carga. Sempre aprenda onde estão estes botões no aparelho.

A sequência de utilização do aparelho segue a seguinte ordenação:

»» descobrir o tórax do paciente;

»» ligar o aparelho;

»» selecionar (360j x 200j – monofásico x bifásico);

»» aplicar GEL nas pás;

»» posicionar pás no tórax do paciente;

»» carregar valor selecionado de carga;

»» verificar se ninguém toca o paciente/anunciar choque;

»» aplicar o choque e retornar compressões sem checar ritmo.

A utilização de desfibriladores envolve alguns riscos ao profissional e ao próprio paciente, desta


forma é importante estar consciente da existência dos riscos.

Riscos de instalação e ambiente de uso:

»» Nunca utilizar o equipamento em atmosferas inflamáveis ou com alta concentração


de oxigênio. O desfibrilador pode gerar arcos voltaicos, causando assim ignição
de substâncias voláteis. Devido ao fato do oxigênio dar suporte para a combustão,
o potencial de risco é aumentado para ambientes enriquecidos de oxigênio ou
quando uma fonte de oxigênio está próxima ao paciente quando o desfibrilador
é descarregado. Fogo ou explosão pode acontecer se arcos elétricos ocorrem em
presença de altas concentrações de oxigênio. Como não é prático desligar a fonte de
oxigênio durante a desfibrilação, equipamentos para a administração de oxigênio
como bolsa-válvula-máscara ou tubulações de ventiladores devem ser removidas do
leito ou maca durante a desfibrilação.

»» O desfibrilador não deve ser instalado na sala de exames da Ressonância Magnética,


devido a existência de campo magnético intenso.

»» O equipamento deve ser instalado numa rede elétrica adequada, observando-se


normas brasileiras, principalmente no que tange o aterramento.

»» Soluções salinas podem criar circuitos alternativos para condução de corrente


elétrica.

38
CHOQUE ELÉTRICO │ UNIDADE II

»» Deve ser observada a existência de outros equipamentos conectados ao paciente


(unidades eletrocirúrgicas, eletrocardiógrafos e monitores cardíacos, dispositivos
implantáveis).

Riscos associados às baterias:

»» falta ou falhas no gerenciamento adequado, conforme recomendado no Manual de


Operação do fabricante, podem originar eventos adversos.

»» Baterias devem ser mantidas longe do fogo e não devem ser aquecidas sob risco de
explosão.

»» Baterias nunca devem ser desmontadas ou reparadas.

»» Baterias devem ser trocadas somente por outras de mesma especificação técnica.

39
CAPÍTULO 2
Riscos associados à operação do
equipamento
Erros na operação e falta de manutenção podem ser considerados os principais aspectos da
segurança relacionados aos desfibriladores externos. A parte mais significante das falhas com os
desfibriladores está relacionada a erros de operação e manutenção adequada de equipamento.
Devem-se seguir algumas recomendações:

»» face a um paciente com parada cardiorrespiratória que não responde imediatamente,


confirmar a presença ou ausência de pulso. Aplicar gel, pasta, pás com gel ou
eletrodos descartáveis antes de carregar o desfibrilador;

»» o equipamento, sempre que possível, deve ser mantido conectado à rede elétrica
para que sejam mantidos os níveis de carga de bateria;

»» devem ser utilizados somente acessórios recomendados pelo fabricante;

»» antes da desfibrilação deve-se ter certeza de que ninguém da equipe ou partes de


metal estão em contato com o paciente, sob o risco de choques elétricos;

»» a desfibrilação não deve ser realizada em local molhado ou excessivamente úmido;

»» ao aplicar gel, evitar que o mesmo entre em contato com outras partes do desfibrilador.
Nunca passar gel diretamente com as mãos sob o risco de criar caminhos para
corrente elétrica e consequentemente risco de queimaduras e choques elétricos;
minimize queimaduras de pele usando uma quantidade adequada de gel ou pasta
ou utilize eletrodos descartáveis para desfibrilação. O gel deve ser usado de modo
a cobrir completamente a superfície de ambas as pás. Não utilizar quantidades
excessivas de gel, pois o gel pode produzir um caminho de continuidade entre as
pás ou atingir as mãos, proporcionando desse modo perda (fuga) de corrente. Se
possível, deve ser evitado que esteja apenas uma pessoa a fazer massagem cardíaca
e desfibrilar alternadamente. Procedendo deste modo, há um aumento no risco de
que o gel, proveniente do tórax do paciente, seja transferido para o punho das pás
do desfibrilador, colocando o operador em risco;

»» nunca tocar com as mãos sobre a parte metálica das pás;

»» para garantir a segurança do paciente e do pessoal, o operador deve estar certo de


que não haja contato entre o pessoal com o paciente, leito e o próprio desfibrilador,
antes de tentar a desfibrilação. Nenhum contato com o paciente deve ocorrer que
não seja aquele feito por meio das pás do desfibrilador;

»» cuidado para evitar que o gel esteja colocando as duas pás em contato;

»» garantir maior área de contato evitando assim queimaduras.

É importante que se tenha treinamento e reciclagem, sobre os desfibriladores, antes de sua efetiva
utilização, pois não há tempo hábil para se aprender quando ocorre uma emergência.

40
INSTALAÇÕES UNIDADE III
ELÉTRICAS

Esta unidade trata de instalações provisórias e outras instalações que podem ser encontradas em
várias situações comuns as empresas.

Na implantação de um canteiro de obra são montadas instalações elétricas provisórias que tem
como finalidade ligar máquinas, equipamentos e iluminação do local da construção, sendo desfeita
ao termino da obra.

Na construção civil, o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais. As
instalações elétricas provisórias em canteiros de obras são executadas na maioria das vezes por
profissionais não qualificados gerando com isso situações de extrema gravidade para segurança dos
trabalhadores.

Desta forma o engenheiro de segurança vai necessitar atentar aos riscos pertinentes a esses
ambientes e mitigar a presença dos mesmos.

CAPÍTULO 1
Instalações elétricas provisórias
Para evitar esses acidentes, as instalações elétricas provisórias precisam ser feitas e mantidas de
forma segura por um profissional qualificado, sob a supervisão de um profissional legalmente
habilitado que será responsável pela elaboração do projeto das tais instalações elétricas, com
recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Quando é elaborado o projeto das instalações elétricas temporárias este deve estabelecer os
requisitos e as condições para implementação de medidas de controle preventivas de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. O projeto deve ficar à disposição das autoridades
competentes e ser mantido atualizado.

Obras de construção
Nas obras da construção, o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais.
Este grave quadro é decorrente da falta de projeto adequado, de dificuldades na execução e na
manutenção das instalações elétricas temporárias dos canteiros de obras. As instalações elétricas

41
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

temporárias em canteiros de obras, na maioria das vezes, são executadas por profissionais não
qualificados, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança dos trabalhadores,
dos equipamentos e das instalações.

A redução dos acidentes envolvendo instalações elétricas necessita da adoção de novos métodos e
dispositivos que permitam o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às
pessoas, as perdas de energia, os danos às instalações elétricas e aos bens.

Existem duas formas de proteção contra choques elétricos. Lembramos que a medida de proteção
prioritária contra choques elétricos é a desenergização elétrica outra é evitar o contato direto e o
contato indireto.

A proteção contra contatos diretos deve ser assegurada por meio de: isolação das partes vivas,
barreiras ou invólucros, obstáculos e colocação fora de alcance.

Na isolação de partes vivas todos os contatos com as partes vivas da instalação elétrica devem se
feitos por meio do recobrimento total por uma isolação que somente possa ser removida mediante
sua destruição.

A mais básica isolação é por meio de fita isolante, suplementar a ela pode ser usada uma mangueira
isolante, que assegura no caso de falha da primeira uma maior proteção. O uso de cabos reforçados
com dupla isolação também podem ser usados.

Outra forma é utilizar fita isolante liquida. Ela é aplicável a pincel ou por imersão - uma espessura de
1 mm pode isolar uma tensão de até 6.500 volts. Apresenta como vantagem sobre a fita tradicional o
fato de além de isolar também impermeabilizar conexões elétricas de todos os tipos e formas.

Figura.15. Isolação por fita isolante.

Fonte RTP 05 - FUNDACENTRO.

Figura. 16. Fita isolante líquida.

Fonte: <www.sermap.com.br>

42
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III

No caso das barreiras e invólucros são destinados a impedir todos os contatos com as partes vivas
da instalação elétrica, sendo que as partes vivas devem estar no interior de invólucros ou atrás
de barreiras. Obviamente para instalação de barreiras ou invólucros, a rede elétrica deverá ser
desligada.

Figura.17. Isolação por barreira.

RTP 05 - FUNDACENTRO

Os obstáculos são destinados a impedir os contatos diretos acidentais com partes vivas, sendo
instalados em compartimentos cujo acesso é permitido somente a pessoas autorizadas.

Figura.18. Isolação por obstáculo.

RTP 05 - FUNDACENTRO

A colocação fora de alcance é destinada a impedir os contatos acidentais, consistindo em instalar


os condutores energizados a uma altura/distância que fique fora do alcance do trabalhador, das
máquinas e dos equipamentos. Não sendo alcançado obviamente não tem como tocar em partes
vivas.

Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais eficaz de proteção


que possam resultar de um contato com massas colocadas acidentalmente sobtensão, ou seja,
contato indireto. Estes dispositivos permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo
o nível de perigo às pessoas, as perdas de energia e os danos às instalações, porém sem dispensar
outros elementos de proteção (disjuntores, fusíveis etc.). A sua aplicação é específica na proteção
contra a corrente de fuga.

43
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura.19. Contato indireto. Inst. Elétrica provi mono

Os dispositivos DR podem ser divididos em transformador toroidal, disparador, que converte uma
grandeza elétrica em uma ação mecânica, e mecanismo móvel com os elementos de contato. O
princípio de funcionamento destes dispositivos é decorrente da aplicação da lei de Kirchhoff, ou
seja, em uma instalação sem defeito, a soma geométrica das correntes é nula.

A detecção de diferença é feita por um núcleo ferromagnético que envolve os condutores (menos
o condutor PE) e que tem um enrolamento, no qual, em condições normais, não circula nenhuma
corrente. Se houver uma diferença entre as correntes de entrada e de saída, surgirá uma tensão entre
os terminais desse enrolamento, que acionará um eletroímã, que por sua vez abrirá o circuito principal.

Figura.20. Interior de 1 DR. Inst. Elétrica provi mono

Estes dispositivos asseguram a proteção contra tensões de contato perigosas provenientes de


defeitos de isolamento em aparelhos ligados à terra, contatos indiretos com o terra da instalação
ou parte dela, contatos indiretos com partes ativas da instalação e curto-circuito com a terra cuja
corrente atinge o valor nominal – “proteção contra incêndio”.

O esquema de aterramento utilizado em canteiros de obras deve ser o TT (neutro aterrado). Nesse
esquema de aterramento existe um ponto de alimentação (geralmente o secundário do transformador
com seu ponto neutro) diretamente aterrado, estando às massas da instalação ligadas a um eletrodo
de aterramento, independentemente do eletrodo de aterramento da alimentação, provido de uma
proteção complementar a ser instalado nas derivações da instalação (circuitos terminais). Nesse

44
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III

caso, o percurso de uma corrente-massa inclui a terra, o que limita em muito o valor da corrente
devido ao elevado valor da resistência de terra. Essa corrente é suficiente para acionar disjuntores
ou fusíveis, mas insuficientes para colocar em perigo uma pessoa. Portanto, ela deve ser detectada e
eliminada por Disjuntores Diferencias Residuais (DRs).

Figura. 21. TT. F.: PROCOBRE – Aterramento.

É recomendável utilizar o aterramento constante do projeto elétrico definitivo para as instalações


elétricas temporárias. O condutor de aterramento deverá estar disponível em todos os andares, em
todos os quadros de distribuição.

Uns dos locais onde existem riscos elétricos são nos quadros de distribuição. Nos canteiros a
distribuição de energia elétrica deve ser feita por quadros elétricos de distribuição que, podem
ser: quadro principal de distribuição, quadro intermediário de distribuição e quadro terminal de
distribuição fixo e/ou móvel.

Os quadros devem ser construídos de forma a garantir a proteção dos componentes elétricos
contra poeira, umidade, impactos etc., e ter no seu interior o diagrama unifilar do circuito elétrico.
Devem também ser instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, não devendo,
todavia, localizarem-se em pontos de passagem de pessoas, materiais e equipamentos. Os materiais
empregados na construção dos quadros devem ser incombustíveis e resistentes à corrosão. Se a
carcaça for condutora este deverá ser aterrado. Sinalizações de advertência devem estar instaladas,
alertando para a presença do risco, por exemplo, “Perigo – Eletricidade - Somente Pessoal
Autorizado”, “Perigo – Alta Tensão”, entre outros.

O quadro de distribuição principal é destinado a receber energia da concessionária de energia elétrica.


A área do quadro principal de distribuição deve ser isolada por anteparos rígidos, devidamente
sinalizados, de forma a garantir somente o acesso de trabalhadores autorizados. Essa área deve
estar permanentemente limpa, não se devendo permitir que deposite materiais no interior.

Nos quadros terminais, ou seja, mais próxima as máquinas e equipamentos, as ligações de


alimentação destes devem ser feitas pela parte traseira, de forma que exista um fundo falso e fiação
fique embutida.

Várias empresas já começaram a oferecer no portfólio de produtos quadros de distribuição para


canteiros de obra, bastando especificar a funcionalidade para adquirir um quadro. Estes podem ser
tanto móveis com rodas emborrachadas, como fixo sobre cavalete e com tampa ou sem tampa.

45
UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura. 22. Quadros de distribuição.

Fonte: <dwcqe.com.br>

O interessante é a colocação de quadros de distribuição intermediários nos andares, e que todas as


máquinas e equipamentos utilizem o padrão de tomada de sobrepor industrial com Índice de Proteção
(IP). Para facilitar pode-se também mandar confeccionar extensões, de forma que possibilite a ligação
de mais de um equipamento sem ter que estes apresentem fios de vários metros para ligar até o quadro
distribuição do andar. O melhor a se fazer é estudar e planejar os equipamentos para cada momento
da obra e fazer a compra destes quadros e extensões que atendam não só apenas uma obra, pois uma
das grandes vantagens é a portabilidade, que economiza tempo ao se transpor para outra obra. E estas
tomadas apresentam alta durabilidade, podendo ser reutilizadas várias e várias vezes.
Figura 23. Extensão.

Fonte: <dwcqe.com.br>

Lembrando que as extensões devem ser feitas com condutores de dupla isolação.

Figura 24. Condutor com dupla isolação.

Fonte: RTP 5 - FUNDACENTRO

O Índice de Proteção (IP) é apresentado na norma NBR IEC 60529 - “Graus de proteção para
invólucros de equipamentos elétricos. Apresentando normalmente o código IPxy, onde o x determina
o nível para proteção contra sólidos e o y o grau de proteção contra água. A determinação se um
equipamento ou tomada se enquadra em qual grau de proteção é feito por teste padronizado em
laboratório onde estes são submetidos a spray de poeira ou água, jato de água por quantidade de
tempo etc. E após é medido o quanto deste material penetrou no interior do equipamento.

46
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III

Tabela 10. Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos estranhos indicados
pelo primeiro numeral característico.

Numeral Descrição sucinta do grau de proteção


0 Não protegido
1 Protegido contra objetos sólidos de  50 mm e maior
2 Protegido contra objetos sólidos de  12 mm e maior
3 Protegido contra objetos sólidos de  2,5 mm e maior
4 Protegido contra objetos sólidos de  1,0 mm e maior
5 Protegido contra poeira
6 Totalmente protegido contra poeira

Fonte: <http://www.selinc.com.br>

Tabela 11. Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral característico.

Numeral Descrição sucinta do grau de proteção


0 Não protegido
1 Protegido contra gotas d’água caindo verticalmente
2 Protegido contra queda de gotas d’água caindo verticalmente com invólucro inclinando até 15o
3 Protegido contra aspersão d’água
4 Protegido contra projeção d’água
5 Protegido contra jatos d’água
6 Protegido contra jatos potentes d’água
7 Protegido contra efeitos de imersão temporária em água
8 Protegido contra efeitos de imersão contínua em água

Fonte: <http://www.selinc.com.br>

As tomadas de sobrepor apresentam variação, seguindo padrões internacionais podem apresentar


variação de cor para distinguir os níveis de tensão, além disto, apresentam variação na quantidade
de pinos dependendo da forma de instalação do circuito. O exemplo, 2P+T ou 3P+N+T.

Figura 25. Variação de tomadas. Por tipo de circuito.

Fonte: <heitorborbasolucoes.com.br>

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UNIDADE III │ INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura 26. Variação de cor de tomada de sobrepor.

Fonte: <www.easyaut.com.br>

A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve ser feita por meio de prumadas,
sendo a fiação protegida por eletrodutos, que devem estar localizados de forma a garantir uma
perfeita disposição dos quadros elétricos.

As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da construção são as
chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas. As chaves elétricas blindadas
e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou dispositivos que permitam o acesso somente
de trabalhadores autorizados. Como mencionado anteriormente, neste caso é recomendável
implementar sistema de bloqueio e identificação “lock-out/tag-out”.

Os postes devem estar a uma altura mínima de cinco metros a partir do solo. Nos serviços especiais
ou que empreguem máquinas e equipamentos de grandes dimensões, a altura da rede elétrica deve
ser dimensionada para este fim. Quando ocorrer da existência na obra de grua deve-se fazer com que
a instalação não permita de forma alguma que a grua se aproxime no funcionamento da linha, tendo
em seu raio completo de giração nenhuma possibilidade de chegar perto da instalação. Em outro
caso especial que pode ocorrer ao se necessitar erguer por guindaste máquina de ar condicionado,
gerador ou cabine de elevador para o topo da edificação, deve ser elaborado de antemão plano de
Rigging e considerado qualquer possível aproximação da rede.

Quando a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou eletrodutos. Nos
locais da passagem da fiação subterrânea, deve ser feita sinalização indicativa clara e visível da
presença da instalação subterrânea. Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas
devem ser devidamente sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado
e deve ser garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local escavado e a rede.
Que seja colocado técnico de segurança ou de elétrica para acompanhamento. E para identificar
onde se encontra a linha pode-se cravar ao solo estacas de madeira ao longo do percurso e amarrar
fita zebrada amarela.

As cargas de iluminação devem ser determinadas pela aplicação da NBR 5413 (iluminância de
interiores – procedimento). Os circuitos de iluminação provisória devem ser ligados aos quadros
terminais de distribuição. A altura da fiação deve ser de no mínimo 2,50m de forma que evite contatos
com máquinas, equipamentos ou pessoas. Se a fiação não puder ser aérea a área de distribuição
deverá ser isolada e corretamente sinalizada. É proibida a ligação direta de lâmpadas nos circuitos
de distribuição. Nos locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de
corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra impacto por
luminárias adequadas.

48
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS │ UNIDADE III

Máquinas e equipamentos devem ser dotados de dispositivo de acionamento, parada e bloqueio.


Equipamentos elétricos devem estar desligados da tomada quando não estiverem sendo usados. Os
serviços de manutenção deverão ser realizados com a máquina desligada.

É também recomendado que sejam utilizadas ferramentas manuais, tipo alicate e chave de fenda,
que apresentem material condutor com revestimento de material isolante nas quais só as partes
atuantes (parte da ferramenta que age sobre a peça) podem estar sem isolamento. Não se deve
permitir a utilização dessas ferramentas para outra atividade que não seja a manutenção elétrica,
pois são mais caras e os outros profissionais, a exemplo, o pedreiro não apresentam culturalmente
o cuidado e zelo pela manutenção do bom estado da ferramenta.

Falemos de outro assunto de canteiro de obras – demolição. Trabalhar com demolição pode ser tão
perigoso quanto trabalhar com a Construção. O pessoal que trabalha nesta área enfrenta também
muitos perigos desconhecidos, incluindo, mas não limitado a: resistência desconhecida de materiais
e fragilidades de materiais de construção, materiais ocultos dentro da estrutura, perigos ambientais,
de saúde e de segurança (por exemplo, asbesto e produtos químicos) e modificações estruturais
durante a construção. Para ajudar a conter esses perigos desconhecidos e manter a segurança do
local de demolição, o pessoal que trabalha no local deve estar totalmente treinado e ciente dos
perigos potenciais, com conhecimento de todas as precauções de segurança a serem tomadas para
minimizar os riscos de qualquer acidente pessoal.

Vale ressaltar que temos riscos de soterramentos, danos causados as edificações vizinhas, queda de
pessoas, queda de objetos, poluição do ar por causa de poeira, acidentes no momento de mover os
entulhos. Por isso organização é uma das mais importantes regras a serem seguidas e a seguir estão
relacionadas algumas rotinas básicas que devem ser observadas.

» As construções vizinhas à obra de demolição deverão ser examinadas, prévia e periodicamente,


no sentido de ser preservada sua estabilidade e a integridade física de terceiros.

» Toda demolição deverá ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado.
Antes de iniciar a demolição, as linhas de fornecimento de energia elétrica, água, líquidos
inflamáveis e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento
de água serão desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas. Deverão ser fechadas todas as
aberturas existentes no piso. Somente serão permitidas as aberturas que serão usadas para
escoamento de materiais.

» Deverão ser removidos os vidros, estuques e todos os elementos frágeis que podem causar
algum tipo de acidente. Os objetos com muito volume ou peso devem ser removidos fazendo
uso de dispositivos mecânicos, fica proibido derrubar ou lançar qualquer material. Para
evitar problemas com lançamento de poeira no ambiente, umedeça os restos de demolição
antes de iniciar a sua remoção.

» A remoção dos entulhos deverá ser por gravidade, sendo feita em calhas fechadas, com
inclinação máxima de 45° (quarenta e cinco graus), fixadas à edificação em todos os
pavimentos. As paredes e objeto semidemolidos não devem ser deixados na vertical se
houver ainda, com risco de desabamento.

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» E em caso de demolição em grandes áreas, é necessário providenciar rádios ou outros


equipamentos de comunicação. A comunicação é uma arma poderosa na organização, e
evita acidentes.

Outras situações
Outra situação que deve ser observada é em áreas especiais, a exemplo de ambientes explosivos.

A presença de equipamentos elétricos em áreas com atmosferas explosivas constituem uma das
principais fontes de ignição dessas atmosferas, quer pelo centelhamento normal como na abertura
e fechamento de contatos, como devido à temperatura elevada atingida em operação normal ou em
falhas.

Áreas perigosas (Hazardous Areas) são locais onde existe ou pode existir uma atmosfera
potencialmente explosiva ou inflamável devido à presença de gases, vapor, poeiras ou fibras.
O enfoque que será dado é relativo às classificações e algumas definições. Não adentraremos
profundamente no assunto, pois existem normas específicas que definem o correto método de
instalação de equipamentos e execução.

Na Europa e atualmente no Brasil a classificação das áreas perigosas é feita usando-se o conceito
de ZONAS – usadas para definir a probabilidade da presença de materiais inflamáveis, TIPOS DE
PROTEÇÃO – que denota o nível de segurança para um dispositivo e GRUPOS – que caracterizam
a natureza inflamável do material.

Tabela 12. Classificação de zonas nas normas ABNT.

ABNT Descrição
ZONA 0 Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é contínua, ou existe por longos períodos.
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é provável de acontecer em condições normais de operação do
ZONA 1
equipamento de processo.
Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é pouco provável de acontecer e se acontecer é por curtos períodos,
ZONA 2
estando associado à operação anormal do equipamento de processo.

Tabela 13. Classificação de tipos de proteção.

Tipo de proteção Simbologia


Equipamento à Prova de Explosão Ex.: d
Equipamento Pressurizado Ex.: p
Equipamento Imerso em Óleo Ex.: o
Equipamento Imerso em Areia Ex.: q
Equipamento Imerso em Resina Ex.: m
Equipamento de Segurança Aumentada Ex.: e
Equipamento Não Acendível Ex.: n
Equipamento Hermético Ex.: h
Equipamento de Segurança Intrínseca Ex.: i
Equipamento Especial Ex.: s

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Tabela 14. Classificação de Grupos.

Grupos Equipamentos Substância


Para operação em mineração subterrânea suscetível a exalação de
GRUPO I Metano (grisu) e pó de carvão.
grisu
GRUPO Acetona, Acetaldeído, monóxido de carbono, Álcool,
Para operação em instalações de superfície na qual pode existir perigo
Amônia, Benzeno, Benzol, Butano, Gasolina, Hexano,
IIA devido ao grupo do propano
Metano, Nafta, Gás Natural, Propano, vapores de vernizes.
GRUPO Para operação em instalações de superfície em que pode existir perigo Acroleína, óxido de Eteno, Butadieno, óxido de Propileno,
IIB devido ao grupo do etileno. Ciclopropano, Éter Etílico, Etileno, Sulfeto de Hidrogênio.
GRUPO Para operação em instalações de superfície na qual pode existir perigo
Acetileno, Hidrogênio e Dissulfeto de Carbono
IIC devido aos grupos do hidrogênio e acetileno.

Para equipamentos elétricos do Grupo I, a temperatura máxima de superfície não deve exceder
150°C sobre qualquer superfície em que possa formar uma camada de pó de carvão e 450ºC quando
o risco anterior é evitado, por exemplo, mediante de vedação contra poeira ou por ventilação.

Para equipamentos elétricos do Grupo II a norma NBR 9518 classifica as temperaturas máximas
de superfície. As Classes de Temperatura identificam a máxima temperatura de superfície que uma
parte qualquer de um equipamento pode atingir em operação normal ou de sobrecarga prevista,
considerando a temperatura ambiente máxima igual a 40°C, ou em caso de defeito. Essas classes
de temperatura devem ser menores que a temperatura de ignição dos gases e vapores do meio
circundante ao equipamento. A seguir tabela com as classes de temperatura.

Tabela 15. Classes de temperaturas.

Classe de Temperatura Máxima de Superfície


temperatura (°C)
T1 450
T2 300
T3 200
T4 135
T5 100
T6 85

À prova de explosão (ex.: d) (“Explosion Proof” ou “Flame


Proof”) :

Invólucro à prova de explosão: é um sistema suficientemente resistente e vedado para não propagar
uma explosão, e cuja temperatura superficial não provoque a ignição de uma atmosfera explosiva.
Isto implica uma construção robusta, com tampas roscadas ou parafusadas. Esses invólucros são
construídos de forma a, ocorrendo a ignição de uma mistura dentro dele, resistir mecanicamente à
pressão, impedindo que a explosão se propague para o meio externo.

A NBR 5363 especifica os interstícios máximos entre as peças dos invólucros blindados (entre a tampa e
a caixa, ou entre o eixo e o furo da tampa do invólucro de um comutador, por exemplo). Tais interstícios
auxiliam no alívio da pressão interna ao invólucro, quando de uma explosão no interior deste. A largura

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e comprimento destes interstícios (limitados aos valores normalizados) devem ser suficientes para que
o gás se resfrie antes de alcançar o ambiente externo. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

Segurança aumentada (ex.: e) (NBR 9883/1987 e IEC 79-7)

Equipamento elétrico de segurança aumentada é aquele que “sob condições normais de operação
não produz arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para causar ignição da atmosfera explosiva
para a qual foi projetado, e no qual são tomadas as medidas adicionais durante a construção, de
modo a evitar com maior segurança, que tais fenômenos ocorram em condições de operação e de
sobrecarga previstas”. Equipamentos típicos com segurança aumentada são os motores de gaiola,
transformadores de potência e de medição, luminárias e caixas de distribuição e de ligação. São
aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

Equipamento elétrico imerso em óleo (ex.: o) (NBR 8601 e


IEC 60079-6)

O equipamento elétrico é imerso em óleo de tal modo que não inflame uma atmosfera inflamável
acima do líquido ou na parte externa do invólucro. Este tipo de proteção é aplicável somente para
equipamentos fixos. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

Equipamentos pressurizados – ex.: p

Neste tipo de proteção uma pressão positiva superior à pressão atmosférica, é mantida no interior
do invólucro de modo a evitar a penetração de uma atmosfera explosiva que venha a existir ao redor
do equipamento. São definidos três tipos de pressurização que reduz a classificação no interior do
invólucro pressurizado de: px – Zona 1 para não classificada ou Grupo I para não classificada; py –
Zona 1 para Zona 2 e pz – Zona 2 para não classificada. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

Equipamentos Imersos em Areia – ex.: q

Neste tipo de proteção as partes que podem inflamar uma atmosfera explosiva são imersas por um
material de enchimento de modo a evitar a ignição de uma atmosfera explosiva externa. Este tipo de
proteção só se aplica a equipamentos com corrente nominal menor ou igual a 16A; que consumam
potência menor ou igual a 1000VA cuja tensão de alimentação não seja superior a 1000V. São
aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

Equipamento elétrico encapsulado – ex.: m

As partes que podem causar ignição são encapsuladas por uma resina de modo a não conseguir
inflamar uma atmosfera explosiva externa. São aplicáveis nas Zonas 1 e 2.

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Equipamentos de segurança intrínseca – ex.: i

São aqueles que em condições normais (isto é, abertura e fechamento do circuito) ou anormais
(curto circuito, falta a terra) não liberam energia suficiente para inflamar a atmosfera explosiva.
Os equipamentos elétricos de segurança intrínseca são classificados em duas categorias: “ia” –
estes são projetados de tal forma que não são capazes de causar uma ignição em operação normal e
mesmo com aplicação de duas falhas evidentes mais as falhas não evidentes; e “ib” – que são aqueles
incapazes de causar uma ignição em operação normal e com a aplicação de uma falha evidente mais
a aplicação das falhas não evidentes. Aplicação: “ia” – Zona 0; e “ib” – Zonas 1 e 2.

Equipamento elétrico não acendível – ex.: n

Equipamentos que, em condições normais de operação e sob determinadas condições anormais


especificadas, não causam a ignição da atmosfera explosiva de gás existente no ambiente. Aplicação:
Zona 2

A norma IEC 79-14 prevê três métodos de instalação em áreas explosivas a serem adotados:
conexão por eletrodutos (conexão direta) ao invólucro a prova de explosão; sistema por cabos com
conexão indireta ao compartimento à prova de explosão; e sistema por cabos com conexão direta ao
compartimento à prova de explosão.

No sistema por eletrodutos só é admitido fiação contida em eletrodutos rígidos metálicos roscados
(mais comum) ou na forma de cabos com isolação mineral (cabo do tipo MI). Este método de
instalação implica no uso de equipamentos Ex-d. Cada invólucro alojando um equipamento deve ser
estanque com relação ao eletroduto de conexão, e isto é conseguido com uso de unidades seladoras.
Todas as conexões devem ter no mínimo cinco fios de rosca perfeitamente encaixados.

No caso de conexão direta de cabos, os cabos são introduzidos diretamente nos invólucros à prova
de explosão por meio de um prensa-cabos também à prova de explosão. Os cabos podem ser não
armados ou armados, sendo que os prensa-cabos são diferentes, com relação ao material de vedação,
para cada uma delas, bem como é também específica a capa externa do cabo.

Figura 27. Conexão direta

Fonte: ARTIGO de Vitor Sued

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E no caso de conexão indireta de cabos, os cabos são conectados indiretamente ao compartimento


à prova de explosão. Esse sistema baseia-se no emprego de equipamentos “Ex.: d e”, que combinam
em sua concepção as técnicas de proteção à prova de explosão e de segurança aumentada. Assim,
o invólucro que contém o dispositivo de manobra é dividido em duas partes: o compartimento
à prova de explosão, propriamente dito, e que contém apenas as partes do aparelho passíveis de
produzir centelha, arco ou faísca (como a bobina e contatos de um contator, por exemplo); e outro
compartimento, basicamente contendo a caixa de ligação, do tipo segurança aumentada.

Figura 28. Conexão indireta

Fonte: ARTIGO de Vitor Sued

As normas especificam os métodos de instalação dos diversos equipamentos elétricos em cada área
classificada. Assim existem métodos de instalação para: transformadores, capacitores, medidores,
instrumentos e relés, fiação, unidade seladora e drenagem, chaves, disjuntores, fusíveis, motores,
geradores etc. Deve ser executado o projeto por profissional habilitado no caso de instalação nesse
tipo de ambiente.

No conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde


implantadas será necessário detalhar as áreas classificadas, assim como também as medidas de
controle existentes para a segurança dessas áreas.

A especificação do ferramental aplicável é necessária, sendo então que as ferramentas e instrumentos


deverão ser adequados ao risco de explosões. A documentação comprobatória da qualificação,
habilitação, capacitação e autorização dos trabalhadores deverá ser gerada e organizadamente
arquivada. Será necessário fornecer um treinamento específico em áreas classificadas com os
devidos documentos comprobatórios arquivados. As certificações dos equipamentos e materiais
elétricos deverá possuir cópia arquivada.

Durante a execução dos serviços a emissão do documento conhecido como Permissão de Trabalho em
áreas classificadas é necessária e a verificação a ausência de risco de explosividade para a execução

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de tarefas. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação. As
vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades. Recomenda-se a utilização de roupas
antiestáticas.

Nas instalações (em áreas classificadas) deve ser adotada sinalização adequada, destinada a
advertência e a identificação para facilitar os trabalhos de inspeção de sistemas Ex.

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Referências
ADAD, Bruno C. B. Principios básicos de proteção de máquinas. Paraná: SENAI, 2001.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 1997. cap. 10.

SANTO JÚNIOR, A. P. E.; AZZOLINI, R. Lins. Instalações elétricas provisórias em canteiros


de obras: estudo de casos. Monografia (Graduação em Engenharia Civil). Belém: Universidade
da Amazônia, 2009.

MANTECON, Vitor Sued. Instalações elétricas em atmosferas explosivas. Artigo. São Paulo,
2009.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 12 - Segurança no trabalho em máquinas e


equipamentos. Brasília. 8 dez. 2011. 86 p.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Secretaria de Inspeção do Trabalho. NR 18 -


Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Brasília. 8 mai.
2012. 63 p.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Secretaria de Inspeção do Trabalho. NR 33 -


Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. Brasília. 29 ago. 2012. 9 p.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Secretaria de Inspeção do Trabalho. NR 10 -


Segurança em instalações e serviços em eletricidade fornos. Brasília, 7 dez. 2004. 13 p.

NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e saúde no trabalho: esquematizada. São Paulo: Método
Ltda, 2012.

NUNES, Flávio de Oliveira. Segurança e saúde no trabalho: esquematizada (normas


regulamentadoras n. 10 a19) volume 2. São Paulo: Método Ltda, 2013.

PROCOBE – Instituto Brasileiro do Cobre. Folheto – aterramento elétrico. São Paulo, 2011.

PROCOBE – Instituto Brasileiro do Cobre. Folheto – sistema de proteção contra descargas


atmosféricas. São Paulo, 2011.

RAMOS, Ângela Patrícia; SOUSA, Bolivar Saldanha. Eletrocardiograma: princípios, conceitos e


aplicações. Disponível em: <http://www.centrodeestudos.org.br/pdfs/ecg.pdf>.

SANTOS JUNIOR, Joubert Rodrigues dos. NR-10: segurança em eletricidade: uma visão
prática. São Paulo: Érica, 2013.

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REFERÊNCIAS

SOUZA, Fabio da Costa. Vestimenta de proteção contra queimaduras provocadas por


arcos elétricos para trabalhadores que atuam em instalações e serviços em eletricidade.
Monografia (Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho) – UNINOVE. São Paulo. 27
jun. 2009.

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