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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE “TAPERS” EM FIBRAS ÓTICAS PARA

APLICAÇÕES EM SENSORES.

Daniel Prado de Campos, Emir Baude [Orientador]

Laboratório de Física – Coordenação de eletrônica - COELE


Campus Pato Branco
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Via do Conhecimento, KM 01 – Pato Branco, PR – CEP.: 85503-390

daniel.campos.utfpr@gmail.com, emir.baude@utfpr.edu.br

Resumo – Os sensores baseados em fibras óticas têm encontrado uma grande variedade de aplicações nas mais
diversas áreas. Uma classe destes sensores se baseia na redução do diâmetro das fibras óticas em uma região
determinada, aonde este afunilamento provoca uma maior interação entre a luz guiada pela fibra e a grandeza
que se deseja monitorar. O presente artigo apresenta os estudos iniciais a respeito da simulação numérica de
“tapers” em fibras óticas, com vistas à aplicação de tais dispositivos na área de sensores.

Palavras-chave: Sensores óticos, Simulação numérica, Fibras óticas, Tapers.

Abstract – The fiber optic sensors have been used in a wide variety of applications in many areas. In some of
these sensors, the fiber optic diameter is reduced in a specific localization, the tapered region, and in this region
the interaction of guided light with the environment is stronger. In this work we present the initial studies of
numerical simulation of tapered fibers, in order to apply these devices in sensors area.

Keywords: Optical sensors, Numerical simulation, Fiber optics, Tapers.

INTRODUÇÃO

A pesquisa envolvendo novas técnicas de sensoriamento é um ramo da ciência que


continuamente apresenta novos desenvolvimentos, uma vez que a busca por novas técnicas
analíticas que sejam mais rápidas, versáteis e/ou confiáveis que os métodos tradicionais é uma
exigência constante nas mais diversas áreas do conhecimento. Neste sentido, o uso de
sensores ópticos apresenta certas vantagens em relação a outros tipos de sensores, tais como
rapidez na medida, imunidade a interferências eletromagnéticas, além de ampla possibilidade
de miniaturização [2]. Este artigo apresenta algumas considerações a respeito do uso de fibras
óticas como sensores, bem como alguns resultados preliminares da simulação de “tapers” em
fibras, visando justamente o melhoramento destas estruturas, para futuras aplicações em
sensores e transdutores.
Basicamente, a fibra óptica é um guia de ondas eletromagnéticas, com estrutura
cilíndrica, feito de vidro ou materiais poliméricos, construída de forma tal a garantir que um
feixe luminoso fique confinado ao núcleo da fibra, através do fenômeno conhecido com
reflexão interna total. Para que este fenômeno ocorra, isto é, para que o feixe não seja
refratado, o feixe luminoso deve incidir na interface casca/núcleo em um certo ângulo
mínimo, conforme mostrado na figura 1, que pode facilmente ser calculado através da relação
de Snell-Descartes [1].
Entretanto, quando analisamos mais detidamente a propagação da onda eletromagnética
dentro da fibra ótica, vemos que a onda não fica totalmente confinada ao núcleo, possuindo
uma pequena componente, conhecida como campo evanescente, que decai exponencialmente
à medida que penetra na casca ao redor do núcleo, também mostrado, à direita, na figura 1.
Figura 1 – Esquema de uma fibra ótica recebendo o feixe luminoso. O ângulo θ representa a
condição mínima para que ocorra a reflexão interna total, e n1 e n2 representam os índices de
refração do núcleo e da casca respectivamente, aonde n1>n2.

Uma determinada classe de sensores a fibra ótica, denominados de sensores intrínsecos


utiliza a interação do campo evanescente com o objeto de medida, seja de forma direta ou
através de um reagente posicionada junto à fibra, de forma a alterar determinada característica
associada à propagação da luz na fibra, tal como o incide de refração, intensidade ou
polarização do feixe.
Os sensores “taper”, figura 2, são uma modalidade de sensores intrínsecos, aonde um
trecho de uma fibra ótica é afunilada, até que se atinjam as dimensões pretendidas. Isto pode
ser produzido através de um processo de corrosão controlado [3], ou pode ser criado por uma
técnica denominada “flame-brush” (pincel-de-chama), em que se aquece uma região da fibra e
extrude-se até atingir o diâmetro desejado, controlando o processo com um fotodetector e um
motor de passo [4].

(a) (b)

Figura 2 – Esquemas de fibras óticas com “taper”, contendo a amostra a ser analisada. (a)
“Taper” obtido pela corrosão da casca. (b) “Taper” obtido pela re-extrusão da fibra.

A diferença entre os ‘tapers’ resultantes, é que no primeiro caso o núcleo mantêm suas
dimensões originais, conforme a figura 2.a, enquanto que no segundo caso, o diâmetro do
núcleo é reduzido na mesma proporção que o restante da fibra, o que força a propagação da
luz para a casca na região de estrangulamento, aonde é feito o sensoriamento, de acordo com
a figura 2.b. Quando a luz atinge a região afunilada, depara-se com um ângulo maior do que o
ângulo máximo determinado para a reflexão interna total, assim entrando na casca. Após
percorrer o “taper”, o feixe retorna ao núcleo, sendo então transmitido até um dispositivo de
análise, como um fotodetetor, por exemplo. Ao imobilizar-se uma amostra junto a ele, o
campo evanescente interagirá com a mesma, e a maneira como a luz é alterada é usada como
parâmetro (de comparação) para avaliar as características desta amostra. A comparação pode
ser feita com outro feixe, que não sofre alterações, e que é usado como referência.

METODOLOGIA

O presente trabalho iniciou com um levantamento bibliográfico, no qual diferentes


artigos a respeito de fibras óticas e sensores óticos foram pesquisados. Nesta fase surgiu a
idéia de compararmos o desempenho dos dois tipos de sensores “taper”. De acordo com [3],
no “taper” produzido através da corrosão da casca da fibra ótica, o raio do “taper” deve ser tal
que proporcione ao campo evanescente da luz guiada no núcleo a interação com o material
analisado. Já no segundo tipo, via “flame-brush”, esta limitação deve se tornar irrelevante, já
que parte da luz será propagada na casca, o que aumenta a interação entre a luz guiada e o
meio externo, que se deseja monitorar.
Neste ponto, algumas simulações iniciais foram conduzidas para verificar quais
diferenças que existem em relação à propagação da luz nos dois tipos de “tapers”. Para isto
utilizou-se da simulação numérica através do método das diferenças finitas, uma vez que um
dos autores já possuía um programa desenvolvido anteriormente que se encaixava, com
pequenas alterações, na proposta do projeto.
Nesta fase inicial, apenas resultados qualitativos preliminares foram obtidos, uma vez
que o programa em questão faz a simulação bi-dimensional apenas, o que limita a precisão
dos resultados, mas não sua qualidade. No decorrer do projeto, resultados mais abrangentes
são esperados, inclusive com o uso de técnicas numéricas mais poderosas, tais como o método
dos elementos finitos, que já se encontram em estudo.

RESULTADOS

Para as nossas simulações, utilizamos as dimensões de uma fibra monomodo padrão, de


diâmetro igual a 125,0 µm, e núcleo com diâmetro igual a 10,0 µm. Os índices de refração da
casca e do núcleo foram mantidos em 1,46 e 1,48, respectivamente, em todas as simulações.
Além disso, acrescentou-se uma região que simularia o meio externo, cujo índice de refração
foi mantido igual a 1,00, como se o sensor estivesse ao ar livre.
O comprimento total dos sensores utilizado nas simulações foi de 2000,0 µ m, sendo
que este comprimento foi dividido em diversas seções. Inicialmente simula-se a propagação
da luz através de um comprimento igual a 100,0 µ m, para que o pulso inicial se estabilize. A
partir daí a redução, da casca e/ou núcleo, se dá gradativamente através de uma distância de
400,0 µ m, seguida de uma seção de dimensões reduzidas com um comprimento de 500,0
µ m. O posterior aumento na largura do guia até suas dimensões normais ocorre igualmente
de maneira gradual por uma distância de 500,0 µ m, e após a passagem pelo afunilamento,
ainda temos a propagação por um comprimento novamente igual a 500,0 µ m a fim de
observar o comportamento do pulso após a volta do guia às dimensões originais. Esta divisão
pode ser vista na figura 3.b.
Com relação à redução nos diâmetros utilizados nas simulações, no sensor “taper” via
corrosão o núcleo permanece inalterado, enquanto que a casca tem seu diâmetro reduzido até
40,0 µ m. Já no caso do sensor “taper” via “flame-brush” o diâmetro do núcleo sofre uma
redução para 1,6 µ m, enquanto a casca é reduzida à mesma medida que o caso anterior.
Na figura 3.a vemos o resultado da simulação numérica da propagação de um feixe de
luz através do guia “taper” obtido via corrosão, e na figura 3.b é apresentado o resultado da
propagação de um pulso igual ao usado anteriormente através de um sensor “taper” com
redução no diâmetro do núcleo.
Analisando os resultados, é possível ver que no caso em que a fibra é corroída, figura
3.a, existe pouca, senão nenhuma, interação entre o campo evanescente e o meio externo, o
que vem de encontro ao que foi citado anteriormente. Novas simulações devem ser feitas para
determinar quais alterações são necessárias para que ocorra uma melhor interação da luz
guiada na fibra com o meio externo. Tais alterações envolvem o aumento no comprimento da
região sensora, além da mudança nos índices de refração do meio externo, entre outras.
(a) (b)

Figura 3 – Propagação através dos guias afunilados (a) via corrosão e (b) via re-extrusão.

No caso do “taper” via “flame-brush”, é possível ver que a alteração no diâmetro do


núcleo é fundamental para que ocorra uma maior interação da luz com o meio externo, uma
vez que fica clara a redução no pulso sendo propagado no guia, especialmente na região entre
500,0 µm e 1000,0 µm, que corresponde à região sensora. Esta redução se deve à fuga parcial
da luz para a casca da fibra, conforme descrito na introdução. Quando o guia volta às suas
dimensões usuais, o pulso praticamente volta às suas dimensões iniciais, uma vez que a luz
guiada na casca é refletida de volta para o núcleo, devido à reflexão interna total na interface
casca/meio externo. Esta simulação apresenta um resultado mais promissor, embora novos
testes devam ser feitos, nas mesmas condições que para o caso do “taper” com corrosão, para
aperfeiçoar as condições de interação entre a luz guiada e o meio externo.

CONCLUSÃO

Neste artigo apresentamos alguns resultados preliminares da simulação de “tapers” em


fibras óticas, aonde é possível notar uma maior interação da luz guiada com o meio externo
no caso em que ocorre a redução do diâmetro da casca e também do núcleo. Simulações
adicionais ainda devem ser conduzidas para determinar se isto é um fato isolado, ou tal
característica se mantém em outras configurações.

REFERÊNCIAS

[1] RIBEIRO, J. A. J. Características da propagação em fibras ópticas. Telecomunicações


(Santa Rita do Sapucaí), v. 2, n. 2, p. 1-16, 1999.
[2] MA, K. M. G. ; RAIMUNDO JÚNIOR, I. M.; SILVA, A. M. S.; PIMENTEL, M. F.
Sensores ópticos com detecção no infravermelho próximo e médio. Química Nova, v. 32,
p. 1635-1643, 2009.
[3] KALINOWSLI, H. J.; PATERNO, A. S.; FIGUEREDO, T. S.; MILCZEWSKI, M. S.;
KULLER, F. Sistema com sensor a FBG de campo evanescente: aplicações na deteção
gasolina adulterada e desenvolvimento de sensor de Hidrogênio. 3o. Congresso Brasileiro
de P&D em Petróleo e Gás, Salvador-Brasil, 2005.
[4] PATERNO, A. S.; SANCHES V. S.; GRAF, J. C.; FELIPE, A.; TESTON, S. A.;
Automation and characterization of a fiber optic taper rig system. XVIII Congresso
Brasileiro de Automática (CBA2010), Bonito-Brasil, 2010.

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