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Aula 28
Tema: Redução da maioridade penal

Professora Candice Almeida

Professor João Filipe Magnani

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31/03/2015 13h00 - Atualizado em 31/03/2015 13h38

CCJ da Câmara aprova proposta que


reduz maioridade penal
Comissão de Constituição e Justiça decidiu que PEC poderá
tramitar. Texto ainda terá de passar por comissão especial e
plenário da Câmara.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou
nesta terça-feira (31) a admissibilidade da proposta de emenda à
Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos. Trata-se do primeiro passo para o andamento da
proposta na Casa, pelo qual os deputados avaliam que o texto está de acordo com a própria Constituição.O placar da votação na
CCJ foi de 42 deputados favoráveis à PEC e 17 contrários.

Folha de S.Paulo, 01/04/2015


O advogado Carlos Velloso, ex-presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), diz que a redução da
maioridade penal vai inibir jovens e criminosos.

Folha - Por que o sr. é a favor da redução?


Carlos Velloso - O jovem de hoje é diferente do jovem
de 1940, quando essa maioridade penal [de 18 anos] foi
instituída. Agora, ele é bem informado, já compreende o
que é uma atitude delituosa.
Muitos jovens com 16 anos já estão empregados no
crime organizado. A redução vai inibir os adolescentes e
criminosos que aliciam menores.
A redução diminuiria o número de crimes?
Sim, os jovens cometem os delitos porque não são
incriminados. E por isso são procurados por criminosos
mais velhos, como os traficantes.
Uma pequena parcela dos crimes cometidos por
menores são hediondos.
Não se pode levar em conta só homicídios. Crimes contra
o patrimônio têm índices maiores.

O advogado Marcos Fuchs, 51, diretor da ONG Conectas,


afirma ser contra a redução da maioridade penal porque
isso colocaria adolescentes num ambiente prisional
controlado por criminosos.

Folha - Por que o sr. é contra a redução?


Marcos Fuchs - Se diminuir, iremos contra uma
resolução da ONU que pede para proteger os
adolescentes. Isso não acontece quando você os coloca
em um sistema prisional que é controlado por
criminosos. Criaremos marginais.
A medida diminuiria a violência?
Apenas cerca de 1% dos crimes cometidos por menores
são hediondos. Quanto mais se encarcera, mais aumenta
a violência, isso já é comprovado pelo sistema prisional
adulto.
Há países com maioridade penal menor que a
brasileira.
Sim, em alguns países da Europa e nos Estados Unidos
a pena é muito severa, mas os adolescentes não são
colocados em prisões de adultos.

Publicados na quinta-feira, 18 de abril de 2013

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Os menores e as penas
Vale lembrar que o atual sistema já
prevê internações (que é um eufemismo
para prisão) em caso de delitos graves. Elas
podem chegar a até três anos. Pode parecer
pouco diante dos até 30 anos que o Código
Penal reserva para maiores, mas, na prática,
quem tem advogado não costuma passar
tanto tempo na cadeia. Um réu primário
consegue a progressão de regime após
cumprir 1/6 da pena e o livramento
condicional depois de 1/3. Um homicida
neófito e bem assessorado que tenha sido condenado a 15 anos, consegue ir para o semiaberto (o que
muitas vezes significa liberdade vigiada) após 2,5 anos e obtém a condicional depois do mesmo tanto.
Menores condenados a três anos de internação tipicamente cumprem a medida até o fim.
As principais diferenças, fora o fato de a etiqueta de pena aparecer de forma mais transparente no
caso dos menores, acabam sendo um juiz especializado (homicídios dolosos vão a júri no direito comum)
e o jovem delinquente ter sua ficha zerada ao sair da unidade de internação (já o maior perde sua
primariedade para sempre). No restante, os dois sistemas são bem parecidos. As unidades de
aprisionamento dificultam ao máximo as possibilidades de reintegração e são verdadeiras escolas do crime.
(...)
Então vamos aos números. Em São Paulo, cumprem medida socioeducativa por homicídio 134
adolescentes. Eles correspondem a 1,5% dos 9.016 internos da Fundação Casa (antiga Febem). No mundo
adulto, de acordo com dados compilados pela Secretaria da Justiça paulista, os homicidas representam,
12% da população carcerária do Estado. (...)
Outro ponto a questionar é o real poder de penas longas na prevenção do crime. Não há dúvida de
que a existência da sanção é fundamental. Modelos matemáticos mostram que sociedades só são estáveis
quando punem os indivíduos que tentam levar vantagem indevida. Mas será que uma previsão de 5, 10,
20 ou 30 anos faz muita diferença? Criminosos acionam uma calculadora mental antes de cometer seus
delitos? Acho bastante improvável. De novo, o apelo a penas altas é mais fruto de nossas noções
retributivistas do que de relações de causa e efeito conhecidas.
(...) É importante, porém, que resistamos ao impulso de legislar sobre matéria penal sob o calor
do momento. Nós já cometemos esse erro, como se viu com a Lei dos Crimes Hediondos (nº 8.072/90),
uma das piores peças jurídicas de nosso já pouco judicioso sistema judicial. No fundo, ela é um catálogo
dos crimes que mais abalaram a sociedade nas últimas décadas. O problema é que, para contentar os
apetites aguçados, ela se choca com uma série de princípios básicos do direito penal e com a própria
Constituição. O STF anulou um de seus dispositivos.
Defender que o sistema esteja baseado na razão não implica desconhecer a importância das
emoções. É evidente que, se alguém, maior ou menor, matasse um familiar ou amigo meu, eu
experimentaria o desejo de vingança em sua plenitude. Só que eu não posso querer que o Estado
personifique minhas emoções. O que diferencia a justiça da vingança é o fato de que a primeira é aplicada
de forma impessoal e universal por uma entidade neutra e que, por definição, só pode atuar sob o primado
da razão. Ignorar isso é retroceder quase 300 anos na história do direito.
Hélio Schwartsman

Veja cinco motivos a favor e cinco contra a redução da maioridade penal


Leandro Prazeres Do UOL, em Brasília 31/03/2015
Contra
1. A redução da maioridade penal fere uma das cláusulas pétreas (aquelas que não podem ser modificadas por
congressistas) da Constituição de 1988. O artigo 228 é claro: "São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos";
2. A inclusão de jovens a partir de 16 anos no sistema prisional brasileiro não iria contribuir para a sua reinserção na
sociedade. Relatórios de entidades nacionais e internacionais vêm criticando a qualidade do sistema prisional
brasileiro;
3. A pressão para a redução da maioridade penal está baseada em casos isolados, e não em dados estatísticos. Segundo
a Secretaria Nacional de Segurança Pública, jovens entre 16 e 18 anos são responsáveis por menos de 0,9% dos
crimes praticados no país. Se forem considerados os homicídios e tentativas de homicídio, esse número cai para
0,5%;
4. Em vez de reduzir a maioridade penal, o governo deveria investir em educação e em políticas públicas para proteger
os jovens e diminuir a vulnerabilidade deles ao crime. No Brasil, segundo dados do IBGE, 486 mil crianças entre cinco
e 13 anos eram vítimas do trabalho infantil em todo o Brasil em 2013. No quesito educação, o Brasil ainda tem 13
milhões de analfabetos com 15 anos de idade ou mais;

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5. A redução da maioridade penal iria afetar, preferencialmente, jovens negros, pobres e moradores de áreas periféricas
do Brasil, na medida em que este é o perfil de boa parte da população carcerária brasileira. Estudo da UFSCar
(Universidade Federal de São Carlos) aponta que 72% da população carcerária brasileira é composta por negros.
A favor
1. A mudança do artigo 228 da Constituição de 1988 não seria inconstitucional. O artigo 60 da Constituição, no seu inciso
4º, estabelece que as PECs não podem extinguir direitos e garantias individuais. Defensores da PEC 171 afirmam que
ela não acaba com direitos, apenas impõe novas regras;
2. A impunidade gera mais violência. Os jovens "de hoje" têm consciência de que não podem ser presos e punidos como
adultos. Por isso continuam a cometer crimes;
3. A redução da maioridade penal iria proteger os jovens do aliciamento feito pelo crime organizado, que tem recrutado
menores de 18 anos para atividades, sobretudo, relacionadas ao tráfico de drogas;
4. O Brasil precisa alinhar a sua legislação à de países desenvolvidos com os Estados Unidos, onde, na maioria dos
Estados, adolescentes acima de 12 anos de idade podem ser submetidos a processos judiciais da mesma forma que
adultos;
5. A maioria da população brasileira é a favor da redução da maioridade penal.Em 2013, pesquisa realizada pelo
instituto CNT/MDA indicou que 92,7% dos brasileiros são a favor da medida. No mesmo ano, pesquisa do
institutoDatafolha indicou que 93% dos paulistanos são a favor da redução.

Reaja, Brasil (Folha, 04/04/2015)


A maioridade penal deveria ocorrer, na verdade, a partir dos 12 anos de idade, momento em que o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) diferencia a criança do adolescente e passa a impor ao adolescente seis
medidas punitivas. (...)
A redução de crimes envolve uma série de medidas, mas é indiscutível que a redução constitucional será um
fator que inibirá o crime. Dizer que apenas 1% dos homicídios no Brasil são praticados por menores, significa que de
54 mil vítimas por ano, temos 540 vítimas por indivíduos que não podem ser punidos por não compreenderem que
matar uma pessoa é errado.
É falacioso afirmar que reduzindo a maioridade penal, estamos infringindo a Convenção sobre os Direitos
da Criança, da ONU, que estabelece ser criança todo o ser humano com menos de 18 anos.
Segundo o artigo 37 da convenção, "nenhuma criança será submetida a tortura nem a outros tratamentos
ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Não será imposta pena de morte nem a prisão perpétua sem a
possibilidade de livramento por delitos cometidos por menores de 18 anos". Ou seja, a convenção permite a aplicação
de pena a menor de 18 anos que cometa crime.
Alegar que a redução ferirá o Pacto de São José da Costa Rica, também é falacioso, pois o único dispositivo
que trata de matéria criminal em relação a menores diz: "Os menores, quando puderem ser processados, devem ser
separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento".
Com relação à vontade da população, temos certeza de que é necessário reduzir a maioridade penal. Pesquisa
da CNT de 2013 revela que 92,7% dos brasileiros são a favor da redução, enquanto o Datafolha registrou que 93%
dos paulistanos aprovam a redução.
Os brasileiros podem ficar tranquilos, pois não há possibilidade de veto presidencial depois da aprovação
no Congresso. Por se tratar de emenda à Constituição entrará em execução sem ação do Executivo.
OLIMPIO GOMES, 53, o Major Olimpio, é deputado federal pelo PDT-SP e oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo

Justiça e direitos para todos (Folha, 04/04/2015)


A violência é um problema complexo, resultado de diversos fatores. Soluções simplistas são falsas e ineficientes.
Pior ainda, podem agravar os problemas. É nesse contexto que está a proposta de redução da maioridade penal no país.
(...)
Reduzir a maioridade penal é colocar o Brasil na contramão do mundo. Fará com que o país rompa tratados
internacionais, como a Convenção sobre Direitos da Criança da ONU (Organização das Nações Unidas), ratificada em 1990.
Cerca de 70% dos países têm 18 anos como idade penal mínima. E essa é a realidade, sobretudo, nos países que
têm democracias maduras e tradição na defesa dos direitos humanos. Países como a Alemanha e a Espanha, que reduziram
a maioridade penal, diante da não diminuição da violência, recuaram de suas decisões.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) determina sanções para jovens em conflito com a lei, inclusive a
restrição de liberdade. É um regime próprio porque é peculiar a condição da juventude. Admito ajustes nessa lei sem deixar
de reconhecer que a condição juvenil merece tratamento diferenciado.

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A sociedade tem o desafio de reinserir quem
comete atos infracionais, a partir de sanções que
tenham eficácia e impeçam o infrator de voltar a
delinquir. Enquanto os jovens em conflito com a lei
que passam por unidades socioeducativas têm
reincidência de 20%, no sistema penitenciário esse
índice é de 70%.
Os presídios brasileiros se converteram em
verdadeiras universidades do crime. A população
carcerária já é composta, em sua maioria, por jovens.
Reduzir a idade penal vai ajudar aumentar o
encarceramento da juventude e fazê-la engrossar o
contingente que está a serviço do crime organizado.

ORLANDO SILVA, 43, deputado federal pelo PCdoB-SP, é


vice-líder do governo e membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Maioridade penal (Drauzio Varella. Folha, 04/04/2015)


Acho errado internar menores em penitenciárias de adultos. insuspeito Centers for Diseases Control and Prevention (centros
É evidente que um adolescente de 16 ou 17 anos capaz de de controle e prevenção de doenças, em português).
assaltar à mão armada e atirar naqueles que se negarem a A probabilidade de um adolescente condenado a cumprir
obedecê-lo tem consciência plena de que comete um ato pena com os adultos voltar a delinquir é cerca de 35% maior do
abominável. Considerá-lo criança imatura para compreender a que aqueles que são julgados pelas leis específicas para
enormidade do crime praticado é paternalismo ridículo. infratores jovens. (...)
Também acho frouxa a legislação atual que recolhe um Trancar adolescentes em celas apinhadas de criminosos
assassino dessa idade à Fundação Casa, para ser submetido à profissionais pode atender aos desejos de vingança da população
privação da liberdade e a medidas socioeducativas, por um assaltada por eles nas esquinas, mas é uma temeridade. (...)
período máximo de três anos. Um rapaz de 16 anos chega numa penitenciária de homens
Por coincidência, nesta semana a revista "The Economist" mais velhos com medo de ser estuprado, abusado e de perder a
publicou uma matéria em que analisa a experiência americana vida nas mãos dos desafetos. Será presa fácil das facções que
com a prisão de menores nas penitenciárias do país. dominam os presídios. Contará com a proteção do grupo e com
A Constituição americana garante a cada Estado a liberdade as vantagens da cesta básica para a mãe e o transporte gratuito
para julgar menores da forma que considerar mais justa. para a família visitá-lo nas cadeias espalhadas pelo interior.
Em Nova York maiores de 16 anos são enquadrados nas leis Quando for libertado, entretanto, será forçado a pagar uma
que regem os adultos, independentemente da natureza do crime. mensalidade de cerca de R$ 700, cobrada a pretexto de retribuir
No Mississipi, a partir dos 13 anos, os autores de crimes graves aos irmãos presos a ajuda que recebeu enquanto esteve na mesma
recebem condenações iguais às dos adultos; em Wisconsin, a situação. Para saldar essa dívida eterna, não poderá mais
partir dos 10 anos em casos de assassinato. abandonar a vida no crime, a menos que arrisque perdê-la.
Apenas em 2005, a Suprema Corte dos Estados Unidos Se a sociedade julga suave a condenação máxima de três
proibiu que menores de 18 anos fossem condenados à morte. Em anos na Fundação Casa, no caso de menores de idade autores de
2010, foi vetada a prisão perpétua para menores que não crimes hediondos, nada impede a criação de leis que lhes
tivessem cometido assassinatos. imponham penas mais longas.
De acordo com a Anistia Internacional, hoje há no país 2.500 Mas que sejam cumpridas em presídios especiais, distantes
prisioneiros condenados à prisão perpétua por crimes cometidos da convivência com marginais perigosos.
antes da maioridade. Violência urbana é doença contagiosa que precisa ser tratada
Quais as consequências de leis tão severas? com racionalidade técnica, baseada em evidências. Adotar
Paradoxalmente, no período de 1990 a 2010, o número de medidas drásticas ao sabor das emoções quase sempre provoca
menores em penitenciárias aumentou 230%, segundo o efeitos opostos aos desejados.

Proposta 1 - Baseando-se na leitura dos textos motivadores e nos seus conhecimentos sobre o assunto,
escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema CAMINHOS PARA CONTROLAR A VIOLÊNCIA
JUVENIL apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Seu texto
deve ter entre 07 e 30 linhas.

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