LEMOS, Fábio Ricardo Mizuno; CÂMARA, Engels.

Orientações sobre plágio. São Carlos: SPQMH/NEFEF-

UFSCar, fev. 2014. 15 p. Folheto Didático.

O plágio pode ser definido como “[...]

Prof. Dr. Fábio Ricardo Mizuno Lemos
Prof. Ms. Engels Câmara
SPQMH/NEFEF-UFSCar
ato ou efeito de imitar, de apresentar, como sua,
obra de outra pessoa” (CUNHA, 1997, p. 611).
A palavra plágio deriva do latim
“plagĭum” (CUNHA, 1997, p. 611), que significa
“roubo” (PORTO, 1997, p. 379).
Assim sendo, o plágio não é a utilização
das ideias dos autores, simplesmente. Mas sim, o
seu uso, sem a devida indicação de autoria.
É importante salientar que a prática do
plágio, além de ser antiética, é ilegal [crime de
violação dos direitos autorais previsto no Código
Penal Brasileiro – art. 184. “Pena – detenção, de 3
(três) meses a 1 (um) ano, ou multa” (BRASIL,
2003, p. 1)].
Fev. 2014
1

A citação de autoria não configura
plágio, mas é importante ficar atento para fazê-la
do modo correto!
De acordo com a NBR-10520, Norma
Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT, 2002), citação é a
“Menção de uma informação extraída de outra
fonte” (p. 1).
Em um texto acadêmico, ainda pode
ocorrer a citação de citação, que é a “Citação
direta ou indireta de um texto em que não se
teve acesso ao original” (ABNT, 2002, p. 1).
Citação direta: “Transcrição textual de
parte da obra do autor consultado” (ABNT, 2002,
p. 2);
Citação indireta: “Texto baseado na
obra do autor consultado” (ABNT, 2002, p. 2).
2 3
“Citações diretas [...] de até 3 linhas
devem estar contidas entre aspas duplas” (ABNT,
2002, p. 2).
Exemplo 1:
Para Luckesi (2011, p. 74), no
tecnicismo: “[...] acredita-se que a realidade
contém em si suas próprias leis, bastando [...]
descobri-las e aplicá-las”.
Exemplo 2:
“[...] somos parte de um universo não-
linear, não-previsível, complexo, caótico, criativo
e pluralista [...]” (SÉRGIO, 2005, p. 28).
“Citações diretas [...] com mais de 3
linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm
da margem esquerda com letra menor que a do
texto utilizado e sem aspas” (ABNT, 2002, p. 2).
 Exemplo:
As consequências disto são evidentes na
observação de uma aula de Educação Física
onde, na tentativa de copiar de forma
irrefletida o esporte competitivo e
normatizado do Mundo dos Esportes
Organizados e de Competição, introduzem-
se no interior da Escola, ou da Educação
Física Escolar, os ‘princípios básicos’ deste
esporte [...], ou seja, os princípios da
‘Sobrepujança’ e das ‘Comparações
Objetivas’ e suas consequências imediatas:
as tendências do ‘Selecionamento’, da
‘Especialização’ e da ‘Instrumentalização’.
(KUNZ, 2004, p. 165).
Citações indiretas:
Exemplo 1:
A verdade é que as corporações, desde
o surgimento, até os dias de hoje, acumularam
grande poder, pela capacidade que têm de
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combinar o capital (poder econômico) de um
ilimitado número de pessoas para financiar
empreendimentos de grande escala (BAKAN,
2008).
Exemplo 2:
Mas, a força econômica, sem dúvida,
impulsionou os Estados Unidos a uma posição de
centralizadora influência e para Bakan (2008) o
poderio influenciador não é da nação em si, mas
das corporações anglo-estadunidenses, das quais,
as mais poderosas estão naquele país e são as
representantes máximas da constituição de um
mercado hegemônico.
Nas citações indiretas “O pesquisador
pode sintetizar ou explicar com suas próprias
palavras a ideia central do texto consultado. [...]
mas é primordial que se indiquem a autoria e a
referência [...]” (DUPAS, 2012, p. 27).
 Citações de citações:
Exemplo:
Com o notável crescimento da cidade,
conforme artigo escrito em 1943: “São Carlos [...]
tem se desenvolvido sem um plano previamente
estabelecido” (Camargo citado por DEVESCOVI,
1987, p. 180), foram ocorrendo algumas
mudanças/transformações nos espaços urbanos.
A citação de citação “[...] é indicada da
seguinte forma: sobrenome do autor original,
seguido da expressão ‘apud’ ou ‘citado por’ e do
nome do autor citado (autor da obra consultada)”
(DUPAS, 2012, p. 27).
Em site especializado em tratar de
questões relacionadas ao plágio (PLÁGIO, 2014),
os principais tipos são classificados em: plágio
direto; plágio indireto; plágio consentido; plágio
de fontes e autoplágio.
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Plágio Direto: “Cópia literal do texto
original” (PLÁGIO, 2014, s/p).
Exemplo 1:
As consequências disto são evidentes na
observação de uma aula de Educação Física onde,
na tentativa de copiar de forma irrefletida o
esporte competitivo e normatizado do Mundo
dos Esportes Organizados e de Competição,
introduzem-se no interior da Escola, ou da
Educação Física Escolar, os “princípios básicos”
deste esporte, ou seja, os princípios da
“Sobrepujança” e das “Comparações Objetivas” e
suas consequências imediatas: as tendências do
“Selecionamento”, da “Especialização” e da
“Instrumentalização”.
Nesse exemplo, o plagiador utilizou o
trecho apresentado no modelo da citação direta
com mais de 3 linhas, sem indicar a autoria!

Exemplo 2:
As consequências disto são evidentes na
observação de uma aula de Educação Física onde,
na tentativa de copiar de forma irrefletida o
esporte competitivo e normatizado do Mundo
dos Esportes Organizados e de Competição,
introduzem-se no interior da Escola, ou da
Educação Física Escolar, os “princípios básicos”
deste esporte, ou seja, os princípios da
“Sobrepujança” e das “Comparações Objetivas” e
suas consequências imediatas: as tendências do
“Selecionamento”, da “Especialização” e da
“Instrumentalização” (KUNZ, 2004).
Nesse exemplo, a falta de formatação
adequada (recuo da margem e letra menor) e da
indicação do número da página, leva o leitor a
interpretar erroneamente que se trata de uma
citação indireta!
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Plágio Indireto:
Acontece quando o redator elabora uma
paráfrase, isto é apresenta informações de
um documento consultado com as próprias
palavras, mas não faz a indicação (citação)
nem a identificação (referência) da obra
original. Cabe observar que neste caso,
ainda que a obra consultada esteja listada
no final do trabalho, a ausência da citação
(indicação) do autor no local exato onde a
ideia original foi reescrita configura plágio
(PLÁGIO, 2014, s/p).
Exemplo:
A verdade é que as corporações, desde
o surgimento, até os dias de hoje, acumularam
grande poder, pela capacidade que têm de
combinar o capital (poder econômico) de um
ilimitado número de pessoas para financiar
empreendimentos de grande escala.
Nesse exemplo, o plagiador utilizou o
texto apresentado no modelo de citação indireta,
sem a indicação do autor em quem se inspirou!

Plágio Consentido: “São as situações
envolvendo conluio, isto é, combinação entre
duas ou mais pessoas com o objetivo de obter
vantagem em alguma situação” (PLÁGIO, 2014,
s/p).
Exemplos:
[...] trabalhos entregues com o nome de
determinado aluno, mas que foram
realizados por outras pessoas; trabalhos que
foram realizados por outros e já
apresentados em instituição X mas são
cedidos para serem entregues como se
fossem originais na instituição Y. [...]
trabalhos que são comprados de escritórios
especializados neste tipo de (des) serviço
acadêmico (PLÁGIO, 2014, s/p).
Plágio de Fontes:
Ocorre quando o plagiador “[...] utiliza
as fontes do autor consultado como se tivessem
sido consultadas em primeira mão” (PLÁGIO,
2014, s/p).
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Exemplo:
Com o notável crescimento da cidade,
conforme artigo escrito em 1943: “São Carlos [...]
tem se desenvolvido sem um plano previamente
estabelecido” (Camargo, 1943, p. 3), foram
ocorrendo algumas mudanças/transformações
nos espaços urbanos.
Neste exemplo, a indicação de citado
por, apresentada no modelo de citações de
citações, foi subtraída, dando a entender
(erroneamente) que o plagiador consultou o
documento referido por Devescovi (1987)!
Autoplágio:
Exemplos:
[...] trabalhos acadêmicos do mesmo autor
que já foram apresentados para avaliação
em uma determinada disciplina, curso,
revista, etc. e são reapresentados para
cumprir exigências acadêmicas ou obter
nota como se fossem originais (PLÁGIO,
2014, s/p).
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 Sobre elaboração de referências:

BIBLIOTECA COMUNITÁRIA. UFSCar. Guia para

Sobre plágio: elaboração de referências: de acordo com NBR
IACS. Instituto de Arte e Comunicação Social da 6023/2002. Disponível em: <
Universidade Federal Fluminense. Nem tudo que http://www.bco.ufscar.br/servicos/arquivos/guia-para-
parece é: entenda o que é plágio. Disponível em: elaboracao-de-referencias-2012>. Acesso em: 21 jan.
<http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre- 2014.
plagio-academico.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2014.

INCA. Instituto Nacional do Câncer. Plágio acadêmico:

conhecer para combater. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/plagi
o_academico.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2014.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-
10520: informação e documentação – citações em
documentos – apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
Sobre padronização de citações: Disponível em:
<http://www.gerenciamento.ufba.br/disciplinas/metod
BIBLIOTECA COMUNITÁRIA. UFSCar. Guia para ologia/nbr10520.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2014.
padronização de Citações: de acordo com NBR BAKAN, Joel. A corporação: a busca patológica por lucro
10520/2002. Disponível em: e poder. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2008.
<http://www.bco.ufscar.br/servicos/arquivos/guia-de-
padronzacao-de-citacoes-2012>. Acesso em: 21 jan.
2014.
12 13
BRASIL. Poder Legislativo. Lei nº 10.695, de 1º de julho <http://www.plagio.net.br/index-1-menu3.html>.
de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 2 jul. 2003. Acesso em: 21 jan. 2014.
Seção 1, p.1. Disponível em:
PORTO EDITORA. Dicionário de Latim-Português. Porto:
<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index
Porto Editora, 1997.
.jsp?jornal=1&pagina=1&data=02/07/2003>. Acesso
em: 21 jan. 2014. SÉRGIO, Manuel. Para um novo paradigma do saber e...
do ser. Coimbra: Ariadne Editora, 2005.
CUNHA, Antônio G. da. Dicionário Etimológico Nova
Fronteira da Língua Portuguesa. 2. ed. 8. imp. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
DEVESCOVI, Regina C.B. Urbanização e acumulação: um
estudo sobre a cidade de São Carlos. São Carlos:
Arquivo de História Contemporânea/UFSCar, 1987.
DUPAS, Maria A. Pesquisando e normalizando: noções
básicas e recomendações úteis para a elaboração de
trabalhos científicos. São Carlos: EdUFSCar, 2012.
KUNZ, Elenor. Educação Física: ensino & mudanças. 3.
ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2004. Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana
(SPQMH)
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da educação. 2. ed. São
Núcleo de Estudos de Fenomenologia em Educação Física
Paulo: Cortez, 2011.
(NEFEF-UFSCar)
PLÁGIO.NET. Como o plágio acontece: tipos mais São Carlos/SP
comuns. Disponível em:

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