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Transcrição diplomática do documento "Crônica de D.

João I" – Capítulo II

Nota Crítica:

Escrita no século XV por Fernão Lopes, a Crônica de D. João I é um relato


composto por duas partes, tendo a primeira delas (na qual se encontra o capítulo
aqui transcrito) uma descrição do que se passou entre a morte de D. Fernando
I, em 1383, e a coroação de D. João I, em 1385, período que ficou conhecido
como a Crise de 1383–1385, em que o reino de Portugal presencia uma guerra
civil pelo fato de o rei anterior não ter deixado herdeiros masculinos, o que levou
o rei João I de Castela a invadir o reino afim de conquista-lo, tendo sido derrotado
depois por D. João I de Portugal em 1385, que dando fim à crise, torna-se rei de
Portugal. Na segunda parte são descritos os acontecimentos ocorridos durante
o reinado de D. João I até 1411, ano em que foi assinada a paz com o reino de
Castela.

O segundo capítulo da primeira parte aqui transcrito foca no assassinato


do conde João Fernandes, conhecido por Conde Andeiro, o qual tinha ligações
com o Partido Castelhano e teve grande influência nos acontecimentos políticos
portugueses do fim do século XIV, e
com o qual a rainha, D. Leonor Teles,
esposa de D. Fernando I, teve um
caso amoroso, que ficou evidente
após a morte de seu marido. Tais são
os motivos pelos quais o Mestre de
Avis (futuramente D. João I de
Portugal) planejou seu assassinato,
atraindo-o para o Paço das
A Morte do Conde Andeiro – c. 1860 (José de Sousa Azevedo)
Alcáçovas em Lisboa, onde, após ter
falado com D. Leonor, o feriu gravemente. Estando assim ferido, João Fernandes
porém não morreu de pronto, tendo recebido o golpe fatal de um dos que
acompanhavam D. João.

No processo de transcrição diplomática do segundo capítulo da "Crônica


de D. João I" buscou-se manter as características do documento, como a
paragrafação, a forma como o texto é disposto em duas colunas, a pontuação, a
acentuação, a separação entre as palavras e as abreviações.

A primeira dificuldade encontrada durante a transcrição foi encontrar um


modo de representar símbolos que não possuem seus correspondentes no em
nosso alfabeto e que foram julgados aqui como sinais de pontuação. A solução
encontrada foi representa-los com colchete ([), às vezes seguido de ponto ([.) ou
barra ([/), por se assemelharem no formato dos símbolos do documento.

Uma segunda dificuldade encontrada foi determinar quando havia


espaçamento entra as palavras ou não, o que também dificultou um pouco a
leitura geral (dificuldade amenizada com a utilização da edição impressa de
1644). Quanto à modulação, esta se deu da seguinte forma: foram deixadas em
caixa-alta as letras que apareciam em início de frases e que foram grafadas em
um tom mais escuro que o restante do texto.
[Fólio /i [Falamdo/
0024] / 40 algu͠s damoorte/
/ do comde joham ffrr͡˙z/
/ [homde ſſe começaua/
5 / os ffeytos domĩestre/
/ [aleguahuũ deriyto de/
/ 45 que nos nam praz [dizẽ/
/ do que ffortuna muy/
/ tas bezes perlonguo/
10 / tempo [he excuſſa ha/
/ morte algu͠s homie͠s/
/ 50 [por lhe depois hazar/
/ mais deſſonrra dafim/
/ [aſſýv como ffiz aeſte/
15 / comde Joham ffernã/
/ des [que muytas be/
/ 55 zes lhe des uyou ha/
/ moorte [que alguu͠s/
/ teuieram cuýdado/
20 / delha dar [porque/
/ deſpois Ho leixaſſe/
/ 60 nas maȯ͠s do mieſtre/
/ [perao matar mais de/
/ ſſonrradamente[./
25 / [E nos deſte ditona͠o/
/ ſſomos contente[/
/ 65 caſſý porRazam do͡q/
/ homatou [como da/
/ morte queporelle ou/
30 / ué [nhũ dos outros/
/ ho mataarpo lerra [que/

ii iiiomo ho/
[C comde ouuera/
70 lhe muyto moordeſſon/
rra nam ffora[/
de ſer morto per be/ [Mas temos q͡o muý/
35 zes Enhu͡ˑa ouué/ sini͠ȯr d͡s [que em sua/
azodeſe ffazer cay˚̚p/ prouýdencia nhu͠acou/
meyro//ˑ//iv 75 ſſa ffalece [quetinha/
despoſto deo miestre///
vi
[Fólio 115 III
0025] ser Reý/[/ auȧ͠o de dia edenou/
[Hordenou queo nã/ te[./
80 mataſſe outrẽ/ [A segunda que sea/
senam ele [Er ſto/ atal ffeyto poſſeeſe/
em tempo afynado/ 120 [abenturaava aby/
ecom çertos azos/ da eperdiaſſe detodo/
poſto que podero/ [queos mais dos homi͠es/
85 ſſo ffoſſe [deo dou/ muyto aReçeam deffa/
tra guýſſa ffazer/ zer[./
[Ca certo he ͡q hu/ 125 [Houtros lhe em hadi͠a/
ſſamdo ho comde/ ajmda que pertaal/
pertenpo daquella/ couſſas seja [elRey/
90 gram maldade que/ muyto mais jnffaama/
diſſeemos [dormĩndo/ do [eſſeu lynhajem de/
com amolher doſſeu/ 130 lla em mayor deſſonrra/
sini͠ȯr deque tantas/ que eram hos comdes/
mercês eacreçenta/ [eoutros gramdes do/
95 mentos abia Rece/ Reino[/
bido [nam soou jſto/ Porem ffalamdo/
asý simprezmente/ 135 em ello perbezes/
[nas orelha dos/ todos outorgauaa͠o/
grãmdes senhores/ aser em tal ffeyto/
100 effidalguos [͡q lhe/ [mas nam seatreuyȧ͠o/
nam geeraaſſe grã/ deſſer hop̚miyro [eo/
de eaſſynaado de/ 140 comde bem entemdia/
ſſejo [de bimgar ade/ que detaees peſſoas/
ſſonrra delRey dom/ nam era bem ſſeguro/
105 ffernando/[/ [Na͠o dando bem dẽ/
[Mas hopoer deſto/ temder nada/[./
em hobra enbaar/ 145 [Mas ſſeu gramde esta/
guam muyto duas/ do eagoardamentos/
couſſas [Ap̚miyra/ [que per azo dele abia͠o/
110 ser o comde agoar/ gramdes deſſenbargos/
dado demuytos e/ delRey eda Raynha/
boo͠s ffidalguos [͡qo/ 150 [ho ffazia segurar de///
senpre acompanh//
[Fólio todos [pero foy/ 190 noute deſſacompa/
0026] aſſy queo comde dõ/ nhaado [saluo com/
joham affonſſo seu/ huã tocha [/trigarã/
155 jrmaa͠o da raynha/ ſſe os outros mays/
[nam beo de casteella ͡q/ do que debeeram [eo/
ffoy alaa preſſo na/ 195 mo biram aar decã/
de ſſaltes [achegou a/ dea [eelle queosen/
Lyxboa achamdo affa/ tio sem ſſabemdo qu͠e/
160 ma de sua jrma͠a muyto/ eram [Reecouſſe muy/
pior daque deixara/ to etornou atras/
com eſte comde que dy/ 200 [eagoardado aquellaho/
rreemos [houve dello/ ra parrou aſſy que/
gram queixume ede/ senam ffez por enta͠o/
165 termynou deo matar/ mais/[/
[Efalou eſta couſſa/ [Houtros eſcreuem/
com alguu͠s dos my/ 205 per outra maney/
lhores que na cidade/ ra [dizemdo quea Ra/
abia [aſſy como com/ como era mulher a/
170 affonſſe ane͠˙s nogue/ biſſaada [jaa por hõ/
yra [eoutros que era͠/ de quer que ffoy [an/
todos ſſeus baſſalos/ 210 te que seuirmaa͠o/
[Qencaminhou por/ chegaaſſe [soube/
hir ber elRey aRioma/ atençam que contra/
175 yor [homde eſtonce es/ ho comde leuaua/
taaua qo͠amdo beo/ [Eqoamdo pediram/
deluas que ouueera/ 215 pouſſaadas pera/
da bez abataalha [Acõ/ elle[./
panhaado ho comde/ Mamdou ella corre/
180 de muytos que se cõ/ jer hu͠a camarra nos
elle fforam [/./ pacos homde pouſa/
[E como hy ffoy segũ/ 220 ba [dizemdo que que/
do alguu͠s contam [huã/ ria quepouſſaſſe/
noute se ffez preeſtes/ com ella [/ERecebeo/
185 eo agoardou muyto es/ muy bem [effezlhe/
cuſſamente [com os/ gramde guaſſalha/
ſſeus perao matar/ 225 do [epreſſumyam///
[E ſſemdo ho comdealta//
[Fólio que lhe deera a Ray/ / IIII
0027] nha alguã gramde/ /
230 dadiua [equeo desuy/ /
aria de em eſtopoer/ /
maa͠o [porqueo comde/ 270 /
numqua se dello mais/ /
trabalhou [e queaſy/ /
235 es capara ho comde/ /
joham ffernamdez da/ /
quella bez //.[/ 275 /
/ /
/ /
240 / /
/ /
/ 280 /
/ /
/ /
245 / /
/ /
/ 285 /
/ /
/ /
250 / /
/ /
/ 290 /
/ /
/ /
255 / /
/ /
/ 295 /
/ /
/ /
260 / /
/ /
/ 300 /
/ /
/ /
265 / /
iEstas barras representam texto anterior e
posterior ao texto objeto desta transcrição. iv Esta parte do texto está escrita em
vermelho, porém optou-se aqui por
ii Os símbolos especiais que estão transcrevê-la em preto afim de se obter um
presentes no decorrer de todo o documento aspecto menos cansativo para a leitura.
serão representados daqui para a frente
com um colchete preto ([) e por vezes com vO “ý” será usado para transcrever o “y”
um colchete preto seguido de barra ([/) ou acentuado de ponto.
ponto ([.).
vi Numeração de página do documento.
iii Optou-se por manter a letra capitular.

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