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ROSA &QUIRINO (2017)

RELAÇÕES DE GÊNERO E ERGONOMIA: ABORDAGEM DO TRABALHO DA MULHER


OPERÁRIA

*
Mislene A. G. ROSA e Raquel, QUIRINO
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG
misleneag@gmail.com

Submetido 30/06/2016 - Aceito 25/09/2017


DOI: 10.15628/holos.2017.4772

RESUMO

Este artigo, de natureza teórica e empírica, descreve e entrevistadas nesses ambientes laborais e a necessidade
aborda algumas condições de trabalho da mulher de adaptações ergonômicas dos postos de trabalho, de
operária, sob a perspectiva de relações de gênero e forma a atender as suas necessidades pessoais para a
intervenções ergonômicas. A partir da década de 1970, execução de suas atividades de forma eficiente e segura.
intensificou-se a participação da mulher no mercado de Os resultados apontam para um silenciamento das
trabalho e, nos últimos anos elas deixaram de atuar relações de gênero no setor industrial, sobretudo
somente naquelas áreas tipicamente femininas para quando se analisa as condições ergonômicas das
ocupar espaço em profissões ditas masculinas que atividades na perspectiva de uma subjetiva sexuada e
exigem força e resistência. O problema abordado são as atuante.
dificuldades encontradas pelas mulheres operárias

PALAVRAS-CHAVE: Relações de gênero, Trabalho, Ergonomia.

GENDER RELATIONS AND ERGONOMICS: WOMAN'S WORK APPROACH WORKING


ABSTRACT

The purpose of this article, one of theoretical and difficulties reported by women workers regarding
empirical nature, is to examine the women's labor work’s organization and environment as well as
conditions, under the perspective of gender relations ergonomic adaptation issues that meet their needs in
and ergonomic interventions. From the 1970’s women's order to achieve efficient and safe execution of their
participation in the labor market intensified. In recent activities. The results point to a silencing of gender
years they ceased to act exclusively in those areas relations in this industrial segment, especially when
stereotyped as female, to take up space in professions analyzing the ergonomic conditions of the activities in a
with prerequisites seen as male, strength and sexualized and active perspective.
endurance. The main issues addressed were the

KEYWORDS: Gender relations, Labour, Ergonomics.

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1 INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta reflexões, apoiadas em fundamentos teóricos e empíricos, sobre as
relações de gênero e ergonomia, sob o ponto de vista da mulher operária. Em seus limites,
pretende analisar as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres, em áreas e profissões
tipicamente masculinas, sob o aspecto ergonômico do trabalho.
A metodologia utilizada na pesquisa teve como base a realização de um levantamento do
referencial teórico a partir de trabalhos científicos publicados, que discutem a inserção da mulher
no mercado de trabalho, selecionando trechos de entrevistas realizadas por seus/as autores/as
para correlacioná-los com a teoria estudada. Também foram realizadas observações diretas das
atividades de trabalho de mulheres operárias, valorizando as informações obtidas em conversas
informais assim como foram elaborados e posteriormente aplicados questionário para coleta de
dados. A partir das falas dos/as entrevistados/as, buscou-se construir categorias de análises
discutidas à luz do referencial teórico sobre ergonomia e divisão sexual do trabalho.
A fundamentação teórica buscou dados históricos sobre a divisão sexual do trabalho e a
importância de estudos considerando as relações sociais de sexo/gênero como categoria
analítica, assim como o conceito amplo de ergonomia, que engloba a ação ergonômica que se
materializa em objetos (ferramentas, utensílios, vestuário, mobiliário) e em elementos
organizacionais.
Os fundamentos empíricos, por sua vez, baseiam-se tanto em resultados de estudos de
casos e entrevistas realizados pelos diversos autores citados nas referências, assim como, em
questionários respondidos por mulheres operárias, seus gestores e observações de seus
ambientes de trabalho.
Segundo Pereira (2003), a Ergonomia é o estudo científico da relação entre o/a
trabalhador/a e o seu ambiente de trabalho e busca desenvolver a melhor maneira de executar
um serviço, a utilização dos recursos mais apropriados, a organização dos procedimentos e do
local de trabalho, assim como o uso correto e a manutenção dos equipamentos necessários à
execução das tarefas, de modo a proteger a integridade física e mental do/a trabalhador/a.
Na década de 1970 observou-se um forte movimento de incorporação das mulheres no
mercado de trabalho e, nos últimos anos, tem-se registrado a tendência do ingresso de mulheres
em cargos tradicionalmente ocupados por homens. (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos [DIEESE], 2012). No entanto a mera descrição de um cargo não
equivale àquilo que realmente é feito pelo/a trabalhador/a, pois, a subjetividade humana faz
com que, mesmo quando homens e mulheres exercem as mesmas atividades, as tarefas
realmente realizadas na prática, são diferentes. Por isso a abordagem ergonômica, a partir da
perspectiva de relações de gênero, torna-se fundamental para analisar as situações de trabalho,
desvelando a vivência das trabalhadoras em relação à organização do trabalho e evidenciar
aquilo que é fonte de pressões, de dificuldades e de desafios, suscetíveis de gerar o adoecimento
e acidentes da mulher operária.

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Apesar de já estarem presentes em setores industriais tipicamente masculinos, tais como


a mineração (Quirino, 2011) e a construção civil (Resende, 2012), as mulheres enfrentam, além
das dificuldades culturais e sociais, as dificuldades de ordem física, por esses setores serem
fundamentalmente assentados em atividades pesadas e que exigem força.
Nesse cenário é necessário discutir como a ergonomia pode contribuir para melhorar a
qualidade de vida no trabalho em uma perspectiva de relações de gênero, porque, por mais que
a igualdade de direitos seja respeitada, homens e mulheres têm subjetividades e necessidades
biológicas distintas no ambiente laboral, quer seja nas condições ergonômicas, na organização do
trabalho, ou na especificação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários à
atividade desenvolvida.

2 DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E RELAÇÕES DE GÊNERO: BREVES


APROXIMAÇÕES TEÓRICO CONCEITUAIS
Hirata e Kergoat (2008) defendem que a divisão sexual do trabalho é resultante das
relações sociais, que destinam aos homens o serviço produtivo e às mulheres o reprodutivo e,
simultaneamente, a apropriação pelos homens das funções com maior valor social adicionado.
A divisão sexual do trabalho é a forma de divisão do trabalho social decorrente das
relações sociais entre os sexos; mais que isso, é um fator prioritário para a
sobrevivência da relação social entre os sexos. Essa forma é modulada histórica e
socialmente. Tem como características a designação prioritária dos homens à esfera
produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e, simultaneamente, a apropriação
pelos homens das funções com maior valor social adicionado (políticos, religiosos,
militares, etc.) (Hirata & Kergoat, 2008 p. 266).

Quanto ao emprego feminino, assiste-se mundialmente a um aumento do emprego e do


trabalho remunerado das mulheres. No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios realizada em 2009 – PNAD/IBGE (DIEESE, 2012) a população feminina brasileira em
idade ativa aproximava-se dos 84 milhões. Também o Informe de Previdência Social (MPS, 2015),
conforme o gráfico 1, compara a evolução da participação da mulher no mercado de trabalho na
condição de ocupada, entre 2001 e 2013. Observa-se um incremento na proporção de mulheres
na população economicamente ativa - PEA. No entanto, de 2011 a 2013, há uma ligeira queda da
participação das mulheres na PEA; esse fato demonstra que o ingresso feminino no mercado de
trabalho não tem resultado em facilidades na manutenção de uma vaga, tanto que o
desemprego feminino é maior do que o desemprego masculino assim como a precariedade do
trabalho feminino é maior do que o masculino (Hirata, 2004).

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Gráfico 1: Evolução da Participação (%) na População Ocupada Total, por Sexo – 2001 a 2013
Fonte: BRASIL. Informe de Previdência Social. (2015, p. 7)

Apesar da inserção feminina no mercado de trabalho, a estrutura de ocupação das


mulheres se mostra diferente da ocupação masculina, os dados indicam que a mulher tende a
reproduzir no mercado de trabalho as tarefas que realizam no próprio domicílio.
Hirata (2004) discute a questão da qualificação versus a competência na perspectiva de
gênero. Para a autora todas as definições de competência fazem aparecer figuras e
características masculinas: criatividade, responsabilidade, iniciativa, capacidades técnicas,
autonomia no trabalho. As mulheres raramente estão presentes em cargos que requerem tais
características. As competências ditas femininas não são reconhecidas nem remuneradas, são
consideradas atributos naturais da mulher, na medida em que não foram adquiridas pela
formação profissional.
No entanto, tal assertiva foi negada por Quirino (2011) quando, em sua pesquisa,
constatou que as competências “ditas femininas” são extremamente valorizadas no mundo do
trabalho da mineração. As evidências da autora mostram que gestores de áreas produtivas e de
manutenção têm dado preferência à contratação de mulheres para operação de equipamentos
pesados e para serviços de solda. Essa preferência se deve ao desenvolvimento tecnológico dos
equipamentos que, pela alta tecnologia inserida, demanda toques mais deligados e precisos,
além de zelo e limpeza das cabines e dos comandos. Em se tratando de trabalhos de soldagem, a
habilidade manual fina também se faz necessária e, tais características são imputadas
naturalmente às mulheres. Porém, não obstante a essa “pseudo valorização” das competências
femininas, Quirino (2011) concluiu que tais habilidades, construídas nas relações sociais travadas
no ambiente doméstico, não têm sido levadas em consideração para a promoção delas a cargos
de comando, prestígio e poder.
Conforme verificado no gráfico 2, as mulheres são a maioria de trabalhadores domésticos,
com ou sem carteira de trabalho assinada, ocupações de baixa ou nenhuma remuneração, estes
dados indicam uma marcada divisão sexual da precariedade.

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Gráfico 2: Proporção de homens e mulheres segundo posição na ocupação – 2013


Fonte: Informe da Previdência Social. Fev./2015. Volume 27, Número 02. (2015, p. 7)

A Tabela 1 apresenta a distribuição dos ocupados segundo o setor de atividade


econômica, na qual se observa que as atividades econômicas que mais empregam mulheres são:
serviço doméstico; comércio e reparação; educação, saúde e serviços sociais. Os dados
confirmam a definição de Hirata (1995) que, no setor produtivo, as profissões que exigem força
física e trabalhos pesados, realizados em ambientes inóspitos, sujos e insalubres, geralmente são
associadas a estereótipos masculinos, visto que requerem coragem e determinação; ao passo
que a feminilidade é associada ao trabalho leve, fácil, limpo, que exige paciência e minúcia, o que
caracteriza a divisão sexual do trabalho.

Tabela 1: Distribuição dos ocupados por sexo, segundo setor de atividade econômica.
Brasil 2009 (em %)
Fonte: IBGE. Pnad. Elaborado por DIEESE (2012, p. 217)

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Embora haja o predomínio das mulheres nas áreas estereotipadas como femininas,
destaca-se o expressivo percentual de mulheres ocupadas na indústria de transformação (12,4%),
setor tipicamente masculino. De acordo com NR 4 (MTE, 1983) que traz a relação da classificação
nacional de atividades econômicas (CNAE) com correspondente grau de risco para fins de
dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT), a indústria de transformação engloba empresas com elevado grau de risco, o
que demanda uma atenção maior para promover a saúde e proteger a integridade do/a
trabalhador/a.
Portanto, analisar as condições ergonômicas sob o ponto de vista da mulher trabalhadora
em empresas de grau de risco elevado, para identificar possíveis elementos discriminatórios na
perspectiva de relações de gênero, torna-se importante para a promoção da igualdade de
oportunidades entre homens e mulheres.
Dessa forma, a compreensão da divisão sexual do trabalho visa também auxiliar na
construção de um diagnóstico ergonômico do sistema de trabalho, levando em consideração
problemas como custo do adoecimento profissional; inadequação dos postos e dos ambientes de
trabalho; qualidade insatisfatória dos produtos e dos processos de produção, entre outros.

2.1 Ergonomia
Conforme Daniellou, (2004) a ergonomia é ao mesmo tempo um conjunto de
conhecimentos sobre o ser humano – fisiologia, psicologia, funcionamento cognitivo – e uma
prática de ação, sendo assim pode-se entender a ergonomia como sendo o estudo científico da
relação entre o/a trabalhador/a e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Nesse sentido a
Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) (2000) sugere que a ergonomia objetiva modificar
os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existente às características, habilidades e
limitações das pessoas, com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro.
Quanto ao risco ergonômico, Vidal (2010) o define como a condição ou a prática que traga
obstáculos à produtividade, que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao conforto,
segurança e bem estar do/a trabalhador/a.
Os trabalhos em Ergonomia têm uma dupla vertente: desde a redefinição de
especificações da compra de mobiliário e ferramentas de trabalho - Ergonomia física; até a
compreensão dos aspectos mentais da atividade de trabalho das pessoas, homens e mulheres.
Um aspecto importante da Ergonomia é o posto de trabalho; suas ferramentas e elementos
devem estar de acordo com as dimensões físicas do ocupante do posto de trabalho, pois, a
inadequação antropométrica produz um desequilíbrio postural expondo o/a trabalhador/a à
posições desconfortáveis, repetitividade dos gestos, maior esforço despendido, fatores causais
das doenças ocupacionais (Vidal, 2010).
Todavia a organização do trabalho também deve ser considerada, entendendo a
Ergonomia como uma “disciplina para ação sobre o real” (Antunes Lima, 2011, p.36). Em
princípio, a Ergonomia organizacional encontraria muitas dificuldades, pois não está
fundamentada numa objetividade plena, no entanto, constitui o campo no qual o/a

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trabalhador/a é percebido como um agente competente e organizado num sistema de produção,


gerando assim maior satisfação no trabalho.
Para Marx (1867/1965), o trabalho é em essência um ato que se passa entre o homem e a
natureza, o/a trabalhador/a transforma a natureza ao mesmo tempo autotransforma-se, como
ser que trabalha. Em outras palavras, o trabalho se apresenta como elemento constituinte da
essência humana, da experiência, do saber/aprender fazer de cada um. Portanto a subjetividade
da Ergonomia organizacional torna-se igualmente importante para proporcionar condições
adequadas de trabalho (Vieira, Barros, & Antunes Lima, 2007, p.156).
Em sua atividade de trabalho o ser humano interage com os diversos componentes do
sistema de trabalho, com os equipamentos, instrumentos, mobiliários e questões subjetivas
como hierarquia e gestão organizacional. Sabe-se que os trabalhadores/as toleram mal as tarefas
fragmentadas, com tempos curtos para execução, principalmente quando esse tempo é imposto
por uma máquina ou pela gerência; sentem-se bem quando solicitado a resolverem problemas
ligados à execução das tarefas; logo a Ergonomia busca tratar o/a trabalhador/a como um ser
que pensa e age, não apenas como mero executor e extensão da máquina (Vidal, 2010).

3 ADAPTAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO


Segundo Santos e Fialho (1998), postos de trabalho devem estar em harmonia com a
característica física do ocupante. Também NR 17 (MTE, 1990), determina:
17.1. [...] parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. (MTE, 1990).

Nesse sentido, o primeiro questionamento das empresas deveria ser: quem é este ou
quem são esses/as trabalhadores/as para quem devo adaptar o posto trabalho?
Hirata e Kergoat (1994) afirmam que a classe operária tem dois sexos e tal afirmação
contraria a tendência em apresentar uma imagem de classe operaria relativamente homogênea.
As autoras defendem que as condições de trabalho dos trabalhadores e das trabalhadoras são
quase sempre assimétricas, portanto analisar os postos de trabalho em termos de unidade de
classe operária sem considerar o gênero poderá levar a um conhecimento falso das relações de
trabalho.
Segundo dados empíricos da pesquisa de doutorado sobre o trabalho das mulheres na
mineração realizada por Quirino (2011), o setor de mineração vem gradualmente inserindo
mulheres em suas áreas técnico-operacionais. Conforme entrevista realizada pela autora com um
Gerente de Recursos Humanos e um Diretor Operacional,
não há na empresa nenhuma formalização quanto à contratação de homens ou
mulheres para quaisquer áreas ou funções. A decisão final é do gestor, dono da vaga.
Na maioria das vezes é o supervisor que escolhe com quem quer trabalhar. A variável
“sexo” não está presente nas formalizações de contratação da empresa. (Gerente de
RH)
A adequação de espaços físicos não é justificativa para a não contratação de mulheres
na indústria mineral. É preciso apenas definir diretrizes claras para contratação e
adequação desses espaços. Quanto se tem o olhar voltado para os resultados, o que

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importa é o talento, a competência da pessoa. Não se é homem ou mulher. Os


investimentos em espaços físicos adequados são mínimos quando comparados ao
retorno que se pode obter. (Diretor Operacional)

A partir dos relatos dos entrevistados por Quirino (2011) há que se refletir até que ponto
preocupações de natureza ergonômica se faz presentes nas políticas de contratação de mulheres
pelas empresas. Constata-se que apesar de os entrevistados afirmarem que não existe
impedimento para contratação de mulheres, a autora adverte que devido a inadequação dos
espaços físicos tornou-se um hábito contratar apenas homens para as áreas operacionais
(Quirino, 2011, p.75). O que, certamente, compromete a inserção das mulheres nesse setor
produtivo.

3.1 Organização do trabalho


No item 17.6, da NR 17 (MTE, 1990), estabelece os parâmetros quanto à organização do
trabalho:
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração,
no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

Diversos autores discutem sobre como a organização do trabalho interfere na qualidade


de vida do/a trabalhador/a. Fatores relacionados ao tempo e ao ritmo de trabalho, intensos ou
monótonos - e exigência de altos níveis de atenção e concentração para a realização das tarefas,
combinados com níveis de pressão de supervisores por mais velocidade e produtividade, assim
como a divisão e o parcelamento das tarefas causam, com frequência, doenças do sistema
osteomuscular, ansiedade, estresse, distúrbios do sono e esgotamento profissional, dentre
outras patologias.
A organização precária (exigência de tempo para realização do trabalho, ritmo acelerado
na realização das atividades, divisão de tarefas – modelo taylorista-fordista) do trabalho afeta
tanto os homens quanto as mulheres; no entanto é preciso analisar a incorporação da mulher no
mercado de trabalho e sua relação com a tecnologia para compreender porque o trabalho
precário atinge muito mais as mulheres do que os homens.
Segundo Toledo (2008), desde que a força motora necessária para a produção foi
transferida dos músculos do trabalhador para a máquina, o caminho da incorporação das
mulheres ao processo produtivo foi definitivamente aberto. Mas, para identificar a origem da
feminização do trabalho, Hirata (2002) atribui à tecnologia a diminuição do esforço físico e a
transformação das ferramentas que simplificam o trabalho, gerando, para as mulheres,

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empregos não-qualificados, predominantemente manuais, que exigem rapidez e destreza na


execução de trabalhos minuciosos e monótono, qualidades ditas tipicamente femininas. Hirata
(2003, p.14) constata também que as mulheres são mais pobre, mais precárias, mais
desempregadas, têm menos acesso às novas tecnologias e menos acesso à formação profissional
e técnica, embora desfrutem mais da educação hoje do que no passado. Tais fatos direcionam-se
para uma marcada divisão sexual da precariedade, já que as mulheres são maioria nos trabalhos
que exigem menores níveis de qualificação.
Em um estudo com trabalhadoras atendidas num serviço público de saúde, Neves (2006)
demonstram que, quanto às lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares
(LER/DORT), existe diferença de prevalência significativa entre os gêneros, estando às mulheres
entre a maioria dos casos. No entanto, ressalta que algumas pesquisas descrevem as mulheres
como mais suscetíveis às LER/DORT partindo do pressuposto de que homens e mulheres estão
expostos a mesma carga de trabalho.
Tal afirmação não condiz com a realidade, pois, mesmo quando exercem cargos iguais aos
dos homens, as mulheres realizam atividades diferentes deles, além de estar sujeitas à dupla
jornada de trabalho (no espaço público e no âmbito doméstico).
Assim, Hirata (2003) ressalta que é preciso considerar a relação entre os homens e as
mulheres no universo doméstico, uma vez que o trabalho doméstico segue assumido
integralmente pelas mulheres.
Diante dessa assertiva, em uma análise das características e limitações impostas pelas
responsabilidades familiares da mulher, segundo dados do DIEESE (2012, p.227), a média de
horas trabalhadas por homens é superior à das mulheres no mercado de trabalho; na família, no
entanto, as mulheres trabalham, em média, três vezes mais do que o homem.
Hirata (1998, citada em Neves, 2006, p.2), descreve que as lesões por esforço repetitivo
ou “doenças da hipersolicitação” são fruto do trabalho intenso e repetitivo, atingindo
majoritariamente as mulheres. Essas lesões ocorrem maciçamente entre as trabalhadoras não
por sua morfologia (30,0% de massa muscular a menos) ou de fatores hormonais, incidindo sobre
sua construção biológica e psicológica, mas por causa da organização do trabalho que as tratam
como coisas, como máquinas.
Conforme entrevista realizada por Neves (2006):
na oficina, se você tiver que fazer 20 peças em tantos minutos, se você estiver com
dor, a sua colega ao lado jamais irá pegar um peça sua para que você cumpra o seu
horário, a sua produção, só para te ajudar. Não, ela vai fazer o possível e achar ótimo e
fará tudo para que você perca o seu emprego e ela suba (trabalhadora) (Neves, 2006,
p.3).

O autor identifica que as trabalhadoras, sujeitos de sua pesquisa, apresentavam


características comuns aos elementos organizacionais presentes no seu trabalho. Muitas
relataram que a repetitividade, a pressão por aumento na produção e a competitividade são
fatores que intensificavam a dor e as lesões. Além das condições de trabalho serem
extremamente precárias, a invisibilidade social destas mulheres cria barreiras para a produção de

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dados e informações que estabeleçam o nexo laboral, gerando um sentimento de impotência e a


culpabilização das próprias trabalhadoras pelo adoecimento no trabalho.

3.2 Condições Ambientais de Trabalho


No item 17.5 da NR 17 (MTE, 1990), enumera as condições ambientais de trabalho:
17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. (NR 17,
1990)

Segundo Mascia e Sznelwar (1996 citados no Manual de Aplicação da Norma


Regulamentadora 17, [MTE] 2002, p.38), toda atividade de trabalho está inserida numa dada
área, num dado espaço. O ambiente físico do trabalho pode favorecer ou dificultar a execução do
mesmo. Seus componentes podem ser fonte de insatisfação, desconforto, sofrimento e doenças
ou proporcionar a sensação de conforto.
Correlacionando o item acima, Resende (2012, p.22), discute a inserção de mulheres nos
canteiros de obras da Construção Civil. Segundo a Norma Regulamentadora 18 (NR 18), referente
às condições e meio ambiente de trabalho na indústria da Construção Civil, canteiro de obra é
definido como “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e
execução de uma obra”. A autora questiona as entrevistadas sobre como é trabalhar no canteiro
de obras na Construção Civil:
Facilidades tipo assim, a mulher ela é mais detalhista, entendeu? Então a gente para
fazer um esquadro, para puxar um ponto de nível, a gente olha mais detalhe a gente
faz a coisa mais bem feitinha, entendeu? Agora a dificuldade é a questão de peso,
entendeu, porque você não pode escolher trabalho, entendeu? Hoje, você tá aqui
tirando um pontinho, mas está chapando uma massa, entendeu? A dificuldade é o
peso. (Pedreira)
[...] Meu marido acha um absurdo eu tá aqui trabalhando de servente. Ele tem
vergonha de falar com os amigos dele que eu sou servente. Ele fala: “Minha esposa
trabalha em uma obra aí”. Não fala de quê. Ele não gosta. Ele bate o pé todo dia pra
eu sair da obra. Ele acha que mulher tem de ficar dentro de casa, cuidando de filho,
cuidando dele, e só ele que pode sair pra trabalhar. (Servente)
É, nós somos tratadas igual aos homens. Pelo menos nesta empresa é assim. Não tem
distinção, não. Do jeito que são tratados os homens é tratado as mulheres. Da mesma
forma. [...]
O ponto fraco, você pega muito peso. É cansativo, né? É muito estressante. O ponto
positivo, assim, é que você entra no mercado... mulher pedreira, gente é uma coisa do
outro mundo. Você aprende coisas que você jamais sonharia em aprender, entendeu?
O difícil mesmo é o peso. É mais pesado, entendeu? (Servente)

No que se refere às tarefas exercidas no canteiro de obras, os relatos citados estão de


acordo com Tomasi (1999) quando enfatiza que as tarefas são perigosas, insalubres e demandam
uma mão de obra jovem, forte, corajosa e de boa vontade não só para conviver com essas
condições, como também para adquirir os conhecimentos necessários para a sua execução.
As entrevistadas também confirmam os pressupostos de Antunes (1999) ao afirmar que
as empresas se apropriam intensificadamente da polivalência e multiatividade do trabalho
feminino, da experiência que as mulheres trabalhadoras trazem das suas atividades realizadas na

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esfera do trabalho reprodutivo. Para o autor, ainda que não tenham consciência desse fato, as
próprias trabalhadoras exaltam tais competências: detalhamento, agilidade, destreza, precisão,
fineza, obediência, paciência, disciplina, responsabilidade, dedicação, delicadeza.
Enfim, as mulheres têm acesso a postos de trabalho tradicionalmente masculinos, mas as
relações de trabalho aumentam a precariedade e a instabilidade de uma grande proporção da
força de trabalho feminina, criam e/ou reproduzem condições de trabalho precarizada e um dos
resultados desse processo é que para terem êxito na profissão a “mulher precisa ser considerada
homem”.Constata-se que não basta identificar as desigualdades, é preciso problematizar as
relações sociais de sexo travadas no ambiente laboral de forma coerente e promover ações
coordenadas para transformar as práticas sociais.
3.3 Relatos das trabalhadoras, sujeitos da presente pesquisa sobre suas condições
ambientais de trabalho
Não obstante a regulamentação em segurança e saúde no trabalho quase sempre se
refira a limites de tolerância que podem ser medidos objetivamente, o Manual de Aplicação da
Norma Regulamentadora 17 de 2002 destaca a palavra “conforto”. Ao trazer a palavra
“conforto”, a Norma Regulamentadora 17 torna imprescindível buscar a opinião do/a
trabalhador/a acerca desse quesito em seu posto de trabalho.
Assim, optou-se pelo questionário como instrumento de coleta de dados para avaliar o
nível de conforto das trabalhadoras em seus ambientes laborais. Para sua elaboração, foram
consideradas questões que permitissem abordar as categorias de análises conforme o referencial
teórico estudado. O questionário foi aplicado a trabalhadores/as de diversas áreas, em empresas
diversas: engenharia, informática, comércio, mineração, etc. totalizando 43 respondentes, sendo
19 do sexo masculino e 24 do sexo feminino.
O questionário incluiu questões sobre pressão de supervisores e exigência de
produtividade; interesse das empresas em oferecer as mulheres condições adaptadas aos postos
de trabalho; acidentes de trabalho devido a condições inadequadas; Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) e ferramentas específicas para mulheres; uniforme para gestantes e uniformes
femininos.
Conforme o gráfico 3, 76,4% dos/as entrevistados/as responderam que a empresa na qual
trabalham não oferece uniformes para gestantes, o que evidencia uma possível negligência das
empresas diante das necessidades das mulheres.

Gráfico 3: % de empresa que fornecem uniformes para gestante.


Fonte: Dados do questionário elaborado pelas autoras.

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Ao questionar se possuíam todos os recursos e equipamentos adequados à execução de


seu trabalho, os principais problemas foram quanto aos EPIs fornecidos. A maioria das mulheres
relatou que utilizam uniformes masculinos (calças, jalecos e botina), reclamaram das luvas que,
geralmente, são compradas no tamanho “M” e sempre ficam grandes dificultando o trabalho.
Eu sou uma mulher com menos de 1,60 m de altura e eu posso te dizer, não há
uniforme no meu tamanho. Sempre uso calças masculinas, elas ficam grandes e
desconfortáveis (Servente da construção civil).
Eu tenho muitas dificuldades em fornecer os meus trabalhadores EPI no tamanho
adequado. Por facilidade a empresa compra os itens (luvas, uniformes, botinas, etc.)
num tamanho médio. Neste caso as mulheres são as mais prejudicadas. (Gestor de
obra civil)

Conforme Antunes Lima e Diniz (2007, p.57) vale destacar que o trabalhador médio não
existe. O mesmo posto de trabalho ocupado por duas pessoas diferentes apresentará duas
situações de trabalho específicas. A padronização pode resultar em desconforto e até doenças e
acidentes de trabalho, principalmente se levar em consideração as diferenças antropométricas
entre homens e mulheres.
Verifica-se pelos relatos doas/as entrevistados/as que as empresas não cumprem o
disposto no item 17.4 da Norma Regulamentadora 17, a qual regulamenta que todos os
equipamentos devem ser adequados às características dos/as trabalhadores/as. Assim como,
também está em desacordo com o estabelecido na Norma Regulamentadora 6, item 6.4, a qual
preconiza que o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPIs adequados.
As entrevistadas foram questionadas se já sofreram ou presenciaram situações de
“assédio moral”, pressão de supervisores e exigência de produtividade. Todas responderam,
unanimemente, que existem cobranças excessivas e, quando as metas não são cumpridas, o
gestor sempre relaciona a uma falta de competência, capacidade e inteligência das mulheres.
As reuniões periódicas são cenários frequentes desse tipo de situação: novos
procedimentos ou correções de procedimentos vigentes costumam ser transmitidos
com ameaças de penalização. Erros presentes no dia a dia também são vias de
represálias em tom agressivo para quem os comete. Outra situação é a perseguição
clara de alguns funcionários por parte dos gestores. (Almoxarife)
O nível de pressão por resultados hoje é confundido com falta de respeito e desespero
por alguns. Exposição de nomes em métodos comparativos. Ambientes de stress têm
aumentado exponencialmente. (Projetista mecânica)

Segundo Vieira et al. (2007) o “assédio moral”, geralmente percebido como dificuldades
originadas nas relações humanas, na verdade têm sua origem em problemas na organização do
trabalho (normas, conteúdo do trabalho, jornada, ritmo, comunicação, hierarquia) e
frequentemente torna-se fonte de sofrimento e de atentado à saúde física e mental do/a
trabalhador/a. Nesse contexto, enfatiza-se como dado importante mencionado pelas
entrevistadas, que as questões organizacionais são um fator primordial quanto à análise do
“conforto” e adequação do posto de trabalho.

HOLOS, Ano 33, Vol. 05 356


ROSA &QUIRINO (2017)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A finalidade deste artigo foi correlacionar as dificuldades relatadas por mulheres
trabalhadoras com a classificação de riscos ergonômicos dos seus postos de trabalho.
Compreendendo por risco ergonômico a condição ou a prática que traga obstáculos à
produtividade, que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao conforto, segurança e bem
estar do/a trabalhador/a, conforme já indicado no início deste artigo. Este trabalho buscou
refletir sobre as peculiaridades do trabalho da mulher em ambientes geralmente associados a
estereótipos masculinos.
A preocupação com a ergonomia nos ambientes de trabalho tem assumido relevância nas
empresas, pois a definição da ergonomia coloca em primeiro plano seu objeto (interação
trabalhador/a e atividade no contexto de trabalho) e seu objetivo de propor medidas concretas
para uma melhor adaptação dos meios tecnológicos de produção e dos ambientes de trabalho,
contribuindo para a produtividade e para a qualidade de vida do/a trabalhador/a.
A opção pelo estudo teórico e pesquisa qualitativa acerca dos temas necessários à
compreensão do fenômeno estudado - relações de gênero no ambiente de trabalho e fatores
ergonômicos -, permitiu identificar e analisar as percepções de mulheres sobre suas próprias
condições de trabalho. Visa também contribuir para que ações promotoras de uma real
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, sejam
implantadas, conforme os parâmetros estabelecidos na Norma Regulamentadora 17. (MTE,
1990)
Segundo a Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho, diretrizes da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), a promoção da igualdade de oportunidades e a
eliminação de todas as formas de discriminação são uma condição para o crescimento
econômico do País. Assim como outras relações sociais, as relações de gênero são fatores muito
importantes para garantir segurança e bem estar da “classe que vive do trabalho” (Antunes,
1999) e lograr mais justiça social.

5 REFERÊNCIAS
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brasileiro. Editorial do Boletim, 1.

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